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PRINCÍPIOS ORIENTADORES DO DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE FACULDADE DE EDUCAÇÃO SANTA TEREZINHA-FEST DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE A Natureza Jurídica do Direito da Criança e do Adolescente Sofreu uma transformação essencial com o advento da Constituição de 1988; a natureza jurídica defendida por Munir Cury: “Pela natureza de suas normas, o Direito do Menor é jus cogens - o Estado surge para fazer valer a sua vontade, diante de sua função protecional e ordenadora. O Direito do Menor está situado na esfera do Direito Público, em razão do interesse do Estado na proteção e reeducação dos futuros cidadãos que se encontram em situação irregular.” Norma cogente - não podem os particulares quererem alterar as normas do ECA a seu bel prazer. O Estatuto da Criança e do Adolescente é um sistema aberto de regras e princípios. As regras fornecem a segurança AO delimitar a conduta; Os princípios Expressam valores e fundamentam as regras. Exercem função de integração sistêmica Valores fundantes da norma Princípios que Regem o Estatuto da Criança e do Adolescente 1- Princípio da dignidade humana perpassa por todo ordenamento jurídico - amplamente utilizado no Estatuto da Criança e do Adolescente. Metas Princípios 2- Princípio da Prioridade Absoluta Postulado normativo 3- Princípio do Melhor Interesse 4-Princípio da Municipalização Paulo Lúcio Nogueira elenca 14 princípios pertinentes à proteção infanto-juvenil - os chamados derivados. O Paragrafo Único do artigo 100 do ECA. Princípios derivados a) Condição da criança e do adolescente como sujeito de direitos; b)Responsabilidade primária e solidária do Poder Público; c) Privacidade; d) Intervenção precoce; e) Intervenção mínima; f) Proporcionalidade e atualidade; g) Responsabilidade parental; h) Prevalência familiar; i) Obrigatoriedade de informação; j) Oitiva obrigatória e participação. 2- Princípio da Prioridade Absoluta O princípio da Prioridade Absoluta Constitucional - previsto no artigo 227 da CF e no artigo 4º. Da Lei 8.069/90 – ECA No artigo 227 da CF: “ é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. No art. 4º da Lei 8.069/90 É dever da família, comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; C) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. Princípio da Prioridade Absoluta Primazia em favor da criança e dos adolescentes em todas as esferas de interesse; Família tem o dever pelo bem-estar de suas crianças e adolescentes; A sociedade tem a comunidade parcela mais próxima da criança e do adolescente comungando dos mesmos costumes responsáveis pelo resguardo de seus direitos; O Poder Público em todas as esferas – legislativa, judiciária e executiva- é determinado o respeito e resguardo com primazia dos direitos fundamentais infanto-juvenil. Princípio do Melhor Interesse - Tem a sua origem no instituto do direito anglo-saxônico do parens patrie - Estado assumia a responsabilidade pelos indivíduos juridicamente limitados - os loucos e os menores. EM 1959 com a Declaração dos Direitos da Criança o princípio do melhor interesse consolidou-se. Na égide da doutrina da situação irregular - princípio presente no Código de Menores em seu art. 5º. Com a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança - a doutrina da proteção integral, mudou o paradigma de orientação do princípio do melhor interesse. - Esse princípio tornou-se tanto orientador para o legislador como para o aplicador da norma jurídica - determina a primazia das necessidades infanto-juvenis como critério de interpretação da norma jurídica ou mesmo como forma de elaboração de futuras demandas. Artigo 100 do Eca inciso IV Superior interesse da criança - toda intervenção deve atender prioritariamente aos interesses das pessoas em desenvolvimento; No sistema de Proteção dos direitos da criança e do adolescente - condição de norma supra legal - interesse superior da criança é norma de cumprimento obrigatório; Postulado normativo que serve como norte para aplicação de todos os princípios e regras referentes ao direito infanto-juvenil. Princípio da Cooperação O princípio da cooperação decorre de que todos – Estado, família e sociedade – compete o dever de proteção contra a violação dos direitos da criança e do adolescente É dever de todos prevenir a ameaça aos direitos do menor. Princípio da Municipalização A partir da Constituição Federal de 1988 - descentralização das ações governamentais na área da assistência social, conforme art. 204, I da CF/88. Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; Seguindo essa linha de raciocínio, o Estatuto da Criança e do Adolescente traz Art. 88 São diretrizes da política de atendimento I – municipalização do atendimento (...) Para que se possa atender as necessidades das crianças e dos adolescentes é necessário a municipalização do atendimento, para atender as características específicas de cada região. Além do que, quanto mais próximo dos problemas existes e com isso conhecendo as causas da existência desses problemas será mais fácil resolvê-los. Artigo 100 do ECA Estado e União são solidários ao município na tutela e resguardo dos direitos infanto-juvenil III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de programas por entidades não governamentais. Sistema de Garantias de Direito Responsabilidade do município - cumprir sua função principalmente pelo desenvolvimento social básico nas áreas de educação, saúde e assistência social; Oferecer condições aos conselhos tutelares, que deverão zelar pelas diretrizes e controle dos fundamentos da direito da criança e do adolescente; A regra da municipalização - deve estar em consonância com o princípio da responsabilidade solidária, do poder público, bem como da razoabilidade da proporcionalidade. Lei 12.010 de 2009 Foi positivado recentemente O município deverá diligenciar para que exista efetiva política de atendimento direcionada à criança e ao adolescente; É de responsabilidade do precípua do município instituir essa políticas públicas, considerando as necessidades coletivas de criança e do adolescentes; Na ausência de política pública geral ou específica poderá o prejudicado (ou o ministério público) valer-se da respectiva ação para exigir atendimento específico de suas necessidades. Lei 12.594 de 18 de Janeiro de 2012 Constituiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo –SINASE; Conferiu ao município o dever de formular , instituir, coordenar e manter o Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo criando e mantendo programas de atendimento para execução das medidas socioeducativas em meio aberto. Deixa de ser integral do Estado e passa em parte para o município. Paulo Lúcio Nogueira e seus princípios norteadores do direito da criança e do adolescente 1- Princípio da prevenção geral 2- Princípio da prevenção especial 3- Princípio do atendimento integral 4- Princípio da garantia Prioritária 5- Princípio da Proteção Estatal 6- Principio da Prevalência dos interesses do menor 7- Princípio da Indisponibilidade dos direitos do menor 8 -Princípio da escolarização fundamenta e profissionalização 9- Princípio da reintegração e reeducação do Menor 10- Princípio da Sigilosidade 11- Princípio da Respeitabilidade 12- Princípio da Gratuidade 13- Princípio do Contraditório 14- Princípio do compromisso
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