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Resumo Direito Administrativo Serviços Públicos

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DIREITO ADMINISTRATIVO II
2º bimestre I.M
1) Serviços Públicos: 
Para definir o que é serviço público, existem alguns critérios:
Subjetivo: Considera a pessoa que presta o serviço. Trata-se de um critério falho, não definitivo, o qual não trás a resposta bem definida para saber se é ou não serviço público.
Material: Considera a atividade exercida. Ex.: Loteria.
Formal: Considera o regime jurídico. É definido por lei, sendo mais bem delineado, considerado a melhor definição. Art. 173 da CF.
O serviço público possui limites, não devendo invadir o campo de exploração econômica. 
Classificação dos serviços:
Delegáveis e indelegáveis: os serviços delegáveis, são aqueles que, devido a sua natureza, ou da permissão da lei, podem ser executados diretamente pelos órgãos da administração ou por particulares colaboradores (ex.: transporte público, energia elétrica). Já os indelegáveis, são aqueles que só podem ser prestados pelos órgãos e agentes do Estado, não podendo ser delegados à particulares (ex.: defesa nacional, segurança, fiscalização de atividades).
Administrativos e de utilidade pública: Administrativos são aqueles que o Estado executa para compor a sua própria organização (imprensa oficial, centro de pesquisa). A classificação quanto a utilidade pública, são os serviços proporcionados pelo Estado para fruição do cidadão (ex.: energia, saúde, educação).
Coletivos e Singulares: Os coletivos, também chamados uti universi são aqueles prestados a um grupo indeterminado de pessoas, imensurável, que é remunerado com a receita geral de impostos (ex.: pavimentação da rua, iluminação pública, prevenção de doenças, segurança). Já os singulares, ou uti singuli, são os serviços destinados a certas pessoas, sendo mensurável a utilização de cada um (ex.: energia, telefone), havendo a identificação do usuário e a quantia de uso feita, sendo feito o pagamento proporcionalmente ao uso por meio de tarifa.
Sociais e econômicos: sociais são aqueles disponibilizados afim de propiciar comodidade relevante ou possuem caráter protetivo ou assistencial (ex.: atendimento a populações carentes, educação, saúde), já os econômicos, são os que além de atenderem o interesse público, geram lucro à quem os executa (ex.: energia elétrica, transporte coletivo).
Compulsórios e facultativos: Compulsórios são aqueles que não necessitam da anuência do usuário, e se forem remunerados individualmente, o pagamento se dá mediante a cobrança de taxa, que é uma espécie de tributo, a classificação compulsória é aquela em que, você não precisa aceitar, e mesmo se não usar irá pagar, pois está a sua disposição (ex.: rede de esgoto e coleta de lixo). Já os facultativos, são aqueles que dependem da solicitação do usuário e sua remuneração é por tarifa (ex.: transporte).
Privativos e não privativos: Privativos são aqueles executados exclusivamente pelo Estado ou seus delegatários, po meio de autorização, permissão ou concessão. Os não privativos, são aqueles que podem tanto ser executados pelo Estado quanto por particulares, não sendo necessário delegação para que seja executado por particular (ex.: saúde e educação).
Princípios:
Dever inescusável do Estado de promover-lhe a prestação: uma vez definido por lei, deverá ser feito, advém do princípio da legalidade.
Supremacia do interesse público: o interesse público deverá se sobrepor ao interesse privado.
Adaptabilidade (eficiência): A qualidade e a quantidade devem ser razoáveis para o atendimento. 
Universalidade (generalidade): O serviço público é para todos, na medida das desigualdades – isonomia. Ex.: bolsa família.
Impessoalidade: O interesse deve ser coletivo.
Continuidade: O serviço público deve ser contínuo. Lei 8.987. é permitida a suspenção de serviço delegável em razão da continuidade (ex.: eletricidade). Se o serviço for facultativo, a falta de pagamento autoriza a suspensão, previsão na Lei. Lei 11.445/07.
Transparência: publicidade.
Motivação: os atos da administração pública devem ser motivados.
Modicidade de tarifas: A tarifa não pode ser uma barreira para o funcionamento, deve ser acessível a média da sociedade.
Controle (externo e interno).
Remuneração: A remuneração será feita por taxa, impostos, tarifa, contribuições legais. 
Taxa: nos casos de serviços específicos e divisíveis, deverá ser pago pelo simples fato de ter sido posto à disposição, ainda que não utilizado.
Impostos: despesa repartida com todos, não é possível calcular quem usa mais e quem usa menos os serviços remunerados por esse tipo.
Tarifa: o administrado só pagar se usar.
Titularidade do serviço e execução: a titularidade do serviço possui definição constitucional, art. 21, 23 e 30 da CF, é a titularidade da União e o poder dos entes políticos para instituir serviços públicos. A execução é feita ou diretamente pelos órgãos ou por meio de transferência para terceiros, por outorga legislativa ou delegação por contrato de concessão ou permissão, ou seja, não precisa ser necessariamente pelo ente que possui a titularidade, que é a União.
Limites constitucionais para a caracterização de um serviço como público: A Constituição relaciona alguns serviços, e deixa a liberdade para a criação de outros, mas devem ser observadas as normas relativas à ordem econômica que garantem a livre iniciativa. Art. 173 CF.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
§ 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.
2) Concessões e permissões de serviço público: art. 175, CF.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Lei 8.987/95.
Mediante a lei e a Constituição, não é mais possível distinguir a permissãoda concessão de serviços públicos, existindo em ambas o contrato administrativo. Carvalinho conclui que a natureza jurídica de ambas é idêntica e diz que podem ser apontadas duas insignificantes diferenças, sendo a primeira, que a concessão pode ser contratada com PJ e consorcio de empresas, já a permissão somente admite contratação com PF ou PJ, ou seja, não há concessão com PF nem permissão com consórcio de empresas; a segunda é a informação presente no art. 2º da lei, em seu inciso IV que afirma que a permissão é uma delegação a título precário, ressaltando ainda, que o desfazimento unilateral do ajuste pelo poder público por razoes de interesse público não pode afastar o dever de indenizar em se tratando de permissão, uma vez que é comparada à concessão e sua natureza de adesão não é restrita à permissão. 
As legislações que tratam sobre o assunto são a Lei 8.987/95, Lei 9.074/95, Lei 11.079/04 e art. 175 da CF. 
Nas concessões e permissões pode haver a exploração de serviço como forma de remuneração, ou por tarifas pagas pelo usuário (principal fonte de remuneração) ou por fontes paralelas alternativas e complementares da receita do concessionário, como a publicidade (ex.: cartazes em ônibus). 
Forma e condição para execução do serviço no regime de concessão: Deve haver uma lei autorizativa, devido ao princípio da legalidade; deve haver também licitação com as devidas adaptações para a escolha, conforme a lei 8.666/93 (em regra concorrência, mas há a possibilidade de leilão para determinadas situações, art. 27, I, Lei 9.074/95); e por fim, deve haver o contrato com suas clausulas essenciais, conforme o art. 23 da lei 8.987/95. 
 Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas:
        I - ao objeto, à área e ao prazo da concessão;
        II - ao modo, forma e condições de prestação do serviço;
        III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
        IV - ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para o reajuste e a revisão das tarifas;
        V - aos direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da concessionária, inclusive os relacionados às previsíveis necessidades de futura alteração e expansão do serviço e conseqüente modernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das instalações;
        VI - aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização do serviço;
        VII - à forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos, dos métodos e práticas de execução do serviço, bem como a indicação dos órgãos competentes para exercê-la;
        VIII - às penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita a concessionária e sua forma de aplicação;
        IX - aos casos de extinção da concessão;
        X - aos bens reversíveis;
        XI - aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indenizações devidas à concessionária, quando for o caso;
        XII - às condições para prorrogação do contrato;
        XIII - à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de contas da concessionária ao poder concedente;
        XIV - à exigência da publicação de demonstrações financeiras periódicas da concessionária; e
        XV - ao foro e ao modo amigável de solução das divergências contratuais.
        Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de serviço público precedido da execução de obra pública deverão, adicionalmente:
        I - estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vinculadas à concessão; e
        II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obrigações relativas às obras vinculadas à concessão.
O prazo das concessões e sua prorrogação deve ser fixado pelo edital, devendo ser o necessário para que o concessionário consiga de volta o que investiu e garanta, sua margem de lucro. Em regra, não é estabelecido prazos fixos na lei, é de acordo com o caso concreto, não há grande preocupação, pois a principal fonte de custeio vem do usuário. Existem alguns prazos específicos determinados na lei, como limite de trinta anos para as concessões relacionadas ao setor de energia elétrica, art. 4, §3º, Lei 9.074/95. 
O concedente, conforme o art. 29 da Lei 8.987/95, possui o poder de inspeção e fiscalização; poder de alteração unilateral das cláusulas regulamentares; poder de extinguir a concessão antes de findo o prazo inicialmente estatuído; poder de intervenção; e poder de aplicar sanção ao concessionário inadimplente. 
Já o concessionário possui os direitos à remuneração com equilíbrio econômico-financeiro (manutenção – mutabilidade contratual, alea extraordinária econômica); e o direito que não lhes sejam exigidas atividades estranhas ao objeto da concessão.
Os usuários também possuem direitos, são estes, serviço adequado e sem interrupção; direito subjetivo para acionar o Estado quando o serviço for negado; informações para a defesa de interesses individuais e coletivos; e representação dos usuários no sistema de fiscalização dos serviços concedidos, como uma forma de democratização. 
A concessão e a permissão são extintas:
Por expiração do prazo fixado no ato – forma natural;
Por rescisão judicial: a pedido do concessionário, quando inadimplente o concedente (poder público);
Por rescisão consensual – acordo entre as partes, recomendado pelo interesse público, devendo ser bem documentado, motivado e haver vantagem para o poder público com a rescisão;
Por ato unilateral do poder concedente em três hipóteses:
Encampação ou resgate – encerramento por ato do concedente, antes do prazo, por conveniência e oportunidade, sem culpa do concessionário, há indenização;
Caducidade ou decadência – em razão da inadimplência do concessionário, devendo haver penalidades e declaração da caducidade após a garantia do direito de defesa. Há indenização somente das parcelas não amortizadas do patrimônio revertido;
Anulação da concessão – não havendo má-fé do concessionário, o Estado deve indenizar as despesas efetuadas e dependendo do caso, o equivalente aos bens revertidos.
Falência do concessionário (ocorre em casos de contratos de risco, o que deve ser observado na fase de habilitação na licitação);
Extinção da empresa ou morte do concessionário, se EI. Morte do permissionário se PF (intuitu personae).
A reversão dos bens está prevista no art. 35, §2º, 8.987/95. No início da concessão de serviços, a concessionaria utiliza de seus bens em favor do poder público, ao fim da concessão, em vista do princípio da continuidade do serviço público, os bens da concessionaria são transferidos para o poder público, quando indispensável para continuidade do serviço. Depende da amortização do investimento durante a concessão, ou seja, o pagamento da dívida pela reversão, é feito no decorrer do contrato. A reversão é calculada proporcionalmente ao que é indispensável à prestação do serviço.
Os danos causados à terceiros durante o período de concessão é de responsabilidade do concessionário e subsidiariamente do Estado, quando causados em razão do serviço, não pressupondo dolo ou culpa do agente. A responsabilidade civil primeira é do concessionário (recebe os lucros, deverá assumir os riscos), o poder público só é responsabilizado após esgotadas as forças do concessionário. Conforme previsto na CF, art. 37, §6º:
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Se os prejuízos não decorrerem da prestação do serviço, não haverá responsabilidade estatal, apenas do concessionário.
A Teoria do risco administrativo é adotada para fundamentar a responsabilidade civil do Estado. Nela o risco administrativo se caracteriza pela necessidade de proteção ao particular, para que este não suporte o dano advindo de atividades destinadas ao interesse da coletividade, como por exemplos as atividadesinerentes ao Estado e seu agentes. De acordo com esta teoria não há a necessidade de provar a responsabilidade do Estado, ou do agente estatal, apenas demonstrar o nexo de causalidade entre a conduta do agente e o dano/ experimentado.
3) Parcerias público-privadas: concessão especial de serviços públicos
O dinheiro é do poder público e do concessionário. Essa modalidade é instituída pela Lei 11.079/04, de acordo com Carvalhinho é um “acordo firmado entre a Administração Pública e pessoa do setor privado com o objeto de implantação ou gestão de serviços públicos, com eventual execução de obras ou fornecimento de bens, mediante financiamento do contratado, contraprestação pecuniária do Poder Público e compartilhamento dos riscos e dos ganhos entre os pactuantes”. 
A concessão patrocinada, é aquela em que o concessionário recebe recursos de duas fontes, uma decorre da tarifa do usuário e outra de caráter adicional, da contraprestação pecuniária devida pelo poder concedente (poder público) ao particular contratado, como nas construções de rodovias (pedágios). Art. 2º, §1º. O objeto dessa concessão é a concessão de serviços ou obras públicas.
A concessão administrativa é a prestação de serviço de que a administração pública é a usuária direta ou indireta, ainda que envolva a execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. Nesta modalidade, o usuário do serviço não paga nenhuma tarifa diretamente ao concessionário, a remuneração dos investimentos é custeada apenas pelo poder concedente. Trata-se de uma modalidade muito criticada pela doutrina, ocorre quando a própria ADM é usuária do serviço. Ex.: construção de presídio, a administração é usuária indireta. Art. 2º, §2º. O objeto dessa concessão é a prestação de serviços. 
A diferença entre contrato de prestação de serviços e contrato de concessão administrativa, está no fato de que no último, o concessionário também fará investimentos em determinado setor. 
As características da parceria público-privada são: financiamento do setor privado, compartilhamento dos riscos (fiscalização mais efetiva por parte da adm), pluralidade compensatória (pagamento direto, cessão de crédito não tributários).
É vedada a parceria quando o valor for inferior a R$ 20.000.000,00, conforme o art. 2º, §4º, nestes casos, deverão ser utilizados os contratos de obra ou serviço. É vedada também, a parceria por tempo inferior a 5 anos e superior a 35 anos, conforme o art. 5º, I. 
É vedada a parceria quando o contrato tiver como único objeto o fornecimento de mão de obra, o fornecimento e instalação de equipamentos, ou a execução de obras públicas, pois, se assim ocorrer, poderão ser usados os contratos de serviços, compras e obras. 
É obrigatória a licitação na modalidade concorrência, suas condições são: autorização da autoridade competente; estimativa do impacto orçamentário-financeiro; consulta pública; licença ambiental e autorização legislativa (se a Administração tiver que pagar mais de 70% da remuneração do concessionário). Há também critérios especiais de julgamento, como o menor valor de contraprestação e melhor proposta decorrente da combinação do critério de valor com melhor técnica, conforme os pesos mencionados no edital, art. 12, II, a e b. É autorizada a inversão das fases de habilitação e julgamento de propostas.
4) Intervenção do Estado na propriedade privada
Princípio da função social da propriedade: a propriedade não é somente um direito individual, tem o compromisso de gerar bem estar social. Este princípio apareceu previsto pela primeira vez expresso na CF de 1967, porém, já era utilizado como inspiração para uso da desapropriação por interesse social na CF de 1946. 
Legislação: art. 5º, XXII, XXIII e XXV, CF; 170, II e III, CF; 182, §2º, CF; e 184 CF. 
Os artigos 182, §2º e 184 tratam da função social da propriedade, que não é somente um direito individual, a função social urbana é que a propriedade precisa ser utilizada, dar destinação ao bem, passível de sofrer desapropriação. A função social da propriedade rural é a produção, pode haver sanção na falta de produção – reforma agrária – desapropriação.
Intervenção restritiva: servidão, administrativa, requisição, ocupação temporária, limitação administrativa e tombamento. O direito de propriedade pode ter restrições em favor do interesse público.
Intervenção supressiva: desapropriação. O particular perde a propriedade, podendo ou não haver indenização. 
a) Servidão Administrativa:
Incide sobre bens determinados, possuindo caráter especifico, é cabível indenização. Possui natureza jurídica de Direito Real, uma vez que incide sobre o bem. Incide sobre o bem imóvel e possui caráter de definitividade. A indenização deve ser previa e condicionada à prova do prejuízo, e só é cabível havendo prejuízo. Não é auto-executável, só se constitui mediante acordo ou sentença judicial. Há necessidade de inscrição no Registro de Imóveis, de acordo com a Lei dos Registros Públicos.
b) Limitações administrativas:
Sua diferença com relação à servidão se dá, porque neste caso, atinge à todos e não uma pessoa especifica. É genérica, abstrata. São determinações de caráter geral, através das quais o Poder Público impõe a proprietário indeterminados obrigações positivas (limpeza de terreno), negativas (vedação de construção acima de determinado número de pavimentos) ou permissivas (permissão de vistoria em elevadores de edifício e ingresso de agentes para fins de vigilância sanitária). São constituídas mediante atos legislativos ou administrativos de caráter geral e possuem caráter de definitividade. O motivo das limitações é o interesse público abstrato. Não é indenizável. 
c) Requisição: 
Trata-se de um direito pessoal da Administração, com pressuposto no perigo iminente (urgência). Incide sobre bens imóveis, móveis e serviços. É ato transitório e cabe indenização em determinados casos, de forma ulterior. 
d) Ocupação temporária:
É uma forma de intervenção, pela qual o poder público usa transitoriamente de imóveis privados como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos. É direito de caráter não real e só incide sobre a propriedade imóvel com caráter de transitoriedade. A situação constitutiva da ocupação é a necessidade de realização de obras e serviços públicos normais, não se exigindo o perigo público iminente da requisição. É indenizável se comprovado o prejuízo. Para alguns autores, se ocupação estiver vinculada à desapropriação, existirá sempre o dever de indenizar. 
e) Tombamento: 
Essa modalidade de intervenção destina-se à proteção do patrimônio histórico, cultural, arqueológico, artístico, turístico ou paisagístico. Incide sobre bens móveis e imóveis. É instituído através de ato administrativo típico praticado pelo poder executivo, como reiterado pelo STF em voto por maioria dos Ministros. É possível o cancelamento do ato de inscrição (destombamento) quando a Administração, após estudo e justificativa, julga que o fundamento que deu suporte ao ato de intervenção na propriedade não mais existe. Para haver o tombamento, é exigido o processo administrativo, por meio do qual, o proprietário terá oportunidade de se manifestar. Uma vez tombado, deverá ser levado a registro no Ofício de Registro de Imóveis respectivo. 
Fica vedado ao proprietário ou titular do direito de uso destruir, demolir ou mutilar o bem, sendo possível reparar, pintar, restaurar o bem, com prévia autorização especial do poder público. Compete ao proprietário o dever de conservação, e caso este não possua recursos, deverá notificar o poder público para que o faça. Também é imposto restrições à vizinhança, sendo vedadas construções que reduzam ou impeçam a visibilidade em relação ao bem protegido, bem como, colocação de cartazes e anúncios neste. 
É garantido à União, Estado e Munícipio onde o bem se situe, o direito de preferência no caso de alienação. 
Cabe indenização mediante comprovação de prejuízo. 
O tombamento pode ocorrer parcialmente. 
f) Desapropriação:
Relação jurídica de império, a qualnão necessita de concordância, mas também não é auto-executável, se o particular se recusar, haverá ação judicial. É feita mediante acordo ou ação. 
Segundo Carvalinho, “desapropriação é o procedimento de direito público pelo qual o Poder Público transfere para si a propriedade de terceiro, por razoes de utilidade pública ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de indenização”. A crítica quanto a definição do autor, se dá porque o destinatário final nem sempre é o Poder Público/Estado, como nos casos de reforma agrária. 
Já para Di Pietro, “desapropriação é o procedimento administrativo pelo qual o Poder Público ou seus delegados, mediante prévia declaração de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, impõe ao proprietário a perda de um bem, substituindo-o em seu patrimônio por justa indenização”. A crítica quanto a definição da autora, se dá por conta da indenização, nem sempre é indenizável. 
A lei poderá atribuir o pode expropriatório a certos entes da administração indireta, como expos Di Pietro, como é o caso do DNIT e ANEEL. 
Os pressupostos para que haja a desapropriação são, conforme o art. 5º, XXIV, CF:
Necessidade pública, ou;
Utilidade pública, ou;
Interesse social.
Se não houverem os pressupostos, a desapropriação é inconstitucional e pode haver retrocessão. A indenização deverá ser justa, prévia e em dinheiro, com ressalvas de alguns casos previstos na CF. 
O DL 3365/41 estabelece os casos de necessidade pública e de utilidade pública. A Lei 4.132/62 define os casos de interesse social, como os casos de manutenção de posseiros, ou em terrenos urbanos, quando tenham construído residência e a posse tiver sido expressa ou tacitamente tolerada pelo proprietário.
As exceções à indenização justa, prévia e em dinheiro se dão nestes casos:
Art. 182, §4º, III, CF Desapropriação urbanística sancionatória, o pagamento será por título de dívida pública. Previsão: Lei 10.257/01 Estatuto da Cidade.
Art. 184, CF Desapropriação rural para fins de reforma agrária, somente por parte da União. Em casos de não produção. Indenização por meio de títulos da dívida agrária, exceto as benfeitorias, que são em dinheiro. Lei 8.629/93 e LC nº 76/93.
Art. 243, CF Desapropriação confiscatória. Propriedades rurais ou urbanas de qualquer região do país onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou exploração de trabalho escravo, serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em leis. Lei 8.257/91.
No valor da indenização deverá estar composto várias parcelas, como valor do bem expropriado (com todas as benfeitorias anteriores à declaração, benfeitorias posteriores necessárias e as úteis posteriores quando autorizadas pelo expropriante), lucros cessantes e danos emergentes, juros compensatórios e moratórios, honorários advocatícios calculados sobre o valor ofertado inicialmente e o valor final arbitrado judicialmente, custas e demais despesas processuais, bem como correção monetária.
A desapropriação também tem previsão no CC, nos arts. 1.228, §3º e 1.275, V.
Todos os bens podem ser desapropriados, móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos, assim como, ações ou direitos relativos ao capital de PJ que possuam valor econômico. Pode haver desapropriação dos bens da PJ, mas não da PJ em si. 
A impossibilidade jurídica de desapropriação considerada pela lei é do imóvel produtivo para fins de reforma agrária.
A impossibilidade material se dá quanto a moeda corrente, os direitos personalíssimos (honra, liberdade, cidadania), pessoas jurídicas ou físicas. 
Os bens inalienáveis podem ser desapropriados, uma vez que o interesse público vem acima do privado. 
O poder público pode desapropriar bens públicos? Deve se observar a ordem estabelecida na lei: a União pode desapropriar bens dos Estados e Municípios, os Estados podem desapropriar bens dos Munícipios, já o contrário não pode ocorrer. O mesmo raciocínio se aplica à administração indireta. Nestes casos a declaração de utilidade pública será feita por lei e não por decreto. OBS.: Um Estado não pode desapropriar de outro Estado, um munícipio não pode desapropriar de outro munícipio, nem um Estado pode desapropriar de um munícipio situado em Estado diverso. 
Fases:
Declaratória: manifestação do interesse na desapropriação traduzido em decreto do Chefe do Poder Executivo, ou por Lei nos casos excepcionais de bens públicos. O ato declaratório, submete o bem à força expropriatória do Estado, o qual poderá fixar o estado do bem para fins de cálculo de indenização; conferir ao poder público o direito de penetrar no bem para fazer medidas, levantamentos, verificações, desde que não haja excessos; dando início ainda no prazo de caducidade da declaração de 2 ou 5 anos. 
Executória: pode ser tanto amigável, por meio de acordo; quanto judicial, sendo limitado o campo de discussão na contestação ao vício do processo judicial, ilegalidade do procedimento ou preço. Qualquer outra discussão deverá vir a juízo através de ação própria. Na ação pode haver imissão provisória da posse para desapropriação antes da sentença, mediante o justo pagamento da indenização com a devida perícia.

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