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XXXIII EXAME DE ORDEM 
 
DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
 
Professor José Aras 
 
 
 
 
 
 
 
2 
https://www.cursocejas.com.br/ 
 
BENS PÚBLICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. ESPÉCIES DE BENS PÚBLICOS 
 
 
 
 
• São aqueles que que se destinam à utilização 
geral pela coletividade.
• São bens afetados, ou seja, utilizados para uma 
finalidade pública. 
• Exemplos: Ruas, Praças, Mares, Meio ambiente, 
etc.
Bens de Uso Comum 
do Povo 
• São aqueles ligados a prestação de serviços ou 
políticas públicas.
• São bens afetados, ou seja, utilizados para uma 
finalidade pública. 
• Exemplos: Veículos oficiais, Prédios públicos e 
Terras indígenas.
Bens de Uso Especial
• São aqueles sem uso.
• São bens desafetados, ou seja, sem destinação 
específica.
• Exemplos: Terras devolutas, Terrenos de 
Marinha, etc.
Bens Dominicais
Os bens públicos são aqueles titularizados pelas 
pessoas jurídicas de direito 
público. Os demais bens são bens privados, a 
exemplo dos bens das empresas públicas e das 
sociedades de economia mista. 
 
A Constituição Federal traz, de forma meramente exemplificativa os 
bens da União (art. 20) e dos Estados (art. 26). 
 
 
3 
https://www.cursocejas.com.br/ 
Observações: 
• A afetação ou desafetação do bem ocorre através da lei, fato 
administrativo ou ato administrativo. 
• A desafetação de imóveis da administração pública direta autárquica e 
fundacional somente se efetiva por meio de lei específica. 
• O simples uso é capaz de afetar um bem público, porém, o simples não 
uso, não desafeta o bem público. 
 
2. CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS 
 
a) Impenhorabilidade: significa dizer que o bem público não se submete a 
penhora. É por isso que a execução contra a Fazenda Pública se dá pelo sistema 
de precatório (é uma ordem de pagamento; quando o judiciário manda pagar 
conforme a ordem orçamentária – art. 100 da CF). 
Obs.: além dos bens públicos, os bens privados gozarão da 
impenhorabilidade enquanto estiverem afetados ao interesse público. Ex: 
carro alugado para a polícia; frota de ônibus de concessionárias e estação 
de tratamento de água e esgoto. 
 
b) Não-onerabilidade: o bem público é não-onerável, ou seja, não se sujeita 
ao ônus, a hipoteca, penhor e anticrese. → Princípio da indisponibilidade dos 
bens públicos. 
 
c) Imprescritibilidade: significa que o bem público não está sujeito à 
usucapião. 
- Súmula 340 do STF: Segundo a súmula, desde a vigência do Código Civil, 
os bens dominicais, assim como os demais bens públicos, não podem ser 
adquiridos por usucapião. 
 
 A regularização dos bens públicos se efetiva por dois institutos: 
1. Concessão real de uso: art. 7º do DL 271/67. 
 
4 
https://www.cursocejas.com.br/ 
2. Concessão especial de uso para fins de moradia: Medida Provisória 2220/2001. 
 
d) Inalienabilidade: não é absoluta. Significa que o bem não pode ser vendido 
a terceiros, como regra. Nesse caso aqui, “alienação” se refere apenas à venda, 
embora tenha outras espécies, como dação em pagamento, permuta, etc. 
Obs.: das quatro características dos bens públicos, as três primeiras são 
absolutas, isto porque a inalienabilidade admite exceções. 
 
Assim, os bens públicos podem ser vendidos a terceiros, desde que obedeça a 
quatro condições (cumulativas): 
1. Avaliação prévia; 
2. Demonstração do interesse público na venda; 
3. Desafetação (mediante Lei); 
4. Licitação (modalidade de leilão). 
 
 Se o bem for imóvel ou móvel, a licitação será na modalidade leilão. 
 
Observações: 
• Além dos bens públicos, os bens privados que estiverem afetados ao 
serviço público gozam também da impenhorabilidade enquanto estiverem 
servindo a coletividade. É o que acontece, por exemplo, com veículos 
privados alugados à administração para utilização como viatura policial. 
• No quesito da Inalienabilidade, se o bem for imóvel, em regra, a 
modalidade de licitação será a concorrência. Se for bem móvel, a 
modalidade é o leilão, tudo isso na forma do art. 17, I e II da Lei 8.666/93. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
https://www.cursocejas.com.br/ 
3. USO DO BEM PÚBLICO 
 
3.1. Quanto à destinação 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2. Quanto ao destinatário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observações: 
• A concessão de uso constitui modalidade de contrato administrativo, 
precedido de licitação e tem prazo definido. A rescisão antecipada gera 
direito à indenização ao concessionário. 
• A permissão de uso é doutrinariamente equiparada à autorização de uso, 
que, por sua vez, se consubstancia em um ato administrativo unilateral, 
discricionário, precário. 
Normal 
 
Será normal, quando realizada 
em conformidade com a 
destinação própria do 
bem. 
 
Anormal 
 
Será anormal, quando realizada em 
desacordo com a destinação. 
Por exemplo, o uso de vias públicas 
para desfile de carnaval. 
 
Comum 
 
Todos fazem uso do bem público, 
sem necessidade de consentimento 
da administração. 
O uso comum pode ser gratuito ou 
remunerado. 
 
Privativo 
 
Apenas uma pessoa faz uso do bem 
público, necessitando do 
consentimento da administração 
pública. 
Esse consentimento é feito mediante 
Concessão, Permissão ou Autorização 
de uso. 
 
 
6 
https://www.cursocejas.com.br/ 
• A característica da precariedade se explica pelo fato de não ter prazo 
preestabelecido. De modo que a revogação, que pode ser feita a qualquer 
tempo, não dará direito a indenização. 
• Vale consignar que quando a permissão ou a autorização for consentida 
com prazo preestabelecido (permissão ou autorização qualificada ou 
condicionada), a revogação antecipada dará direito a indenização. 
 
 
QUESTÕES DE TREINO: 
1. O governo estadual, após receber a solicitação do município, decide autorizar 
por três anos a utilização gratuita, pelo município, de um imóvel público estadual 
que se encontra desocupado, a fim de que lá seja instalado um órgão municipal 
de atendimento à educação. Nessa hipótese, a utilização do bem estadual é feita 
mediante o seguinte instrumento jurídico: 
A) concessão de direito real de uso 
B) autorização de uso 
C) concessão de uso 
D) permissão de uso 
E) cessão de uso 
 
2. Um prédio que sirva de sede para um órgão da administração direta federal é 
exemplo da seguinte espécie de bem público: 
A) de uso comum do povo 
B) de uso especial 
C) dominical 
D) dominial 
E) alodial 
 
3. Os bens dominicais 
(A) podem ser alienados por meio de institutos privados. 
 
7 
https://www.cursocejas.com.br/ 
(B) são afetados a uma finalidade pública específica. 
(C) são aqueles que pertencem a todos, como por exemplo, mares e 
praças. 
(D) não podem ser alienados, seja por meio de institutos privados ou 
públicos. 
 
4. As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios em caráter permanente, 
utilizadas para suas atividades produtivas e imprescindíveis à preservação dos 
recursos ambientais necessários a seu bem-estar e às necessidades de sua 
reprodução física e cultural são consideradas bens: 
a) públicos de uso especial, pertencentes à União. 
b) públicos de uso especial, pertencentes ao estado em que se localizem. 
c) públicos de uso especial, pertencentes ao município em que se 
localizem. 
d) públicos dominicais, pertencentes à União. 
e) particulares, pertencentes à comunidade indígena respectiva. 
 
5. Com relação aos bens públicos, pode-se afirmar: 
I - o transcurso do tempo, dependendo de situações concretas, pode resultar em 
apropriação por terceiros; 
II - segundo a Constituição Federal, mostra-se defeso a incidência de execução 
forçada sobre os bens públicos; 
III - a Constituição Federal veda, atualmente, apenas a usucapião de imóveis 
públicos situados em zona urbana; 
IV - a inalienabilidade não se apresenta em caráter absoluto, existindo leis que 
disciplinam a alienação de bens públicos. 
a) todas as proposições estão corretas; 
b) todas as proposições estão incorretas; 
c) apenasa proposição II está correta; 
d) estão corretas as proposições II e IV; 
e) estão corretas as proposições I e II. 
 
8 
https://www.cursocejas.com.br/ 
 
6. Assinale a opção em que todos os bens sejam considerados de uso comum do 
povo. 
a) prédios da sede da prefeitura, ruas e veículo policial 
b) ruas, praças e veículo policial 
c) mares, estradas e praças 
d) rios, mares e prédios da sede da prefeitura 
 
7. Terras devolutas são as: 
a) faixas de terras particulares, marginais dos rios, lagos e canais públicos, 
na 
largura de quinze metros, oneradas com a servidão de trânsito. 
b) ocupadas pelos índios. 
c) banhadas pelas águas do mar ou dos rios navegáveis. 
d) pertencentes ao domínio público de qualquer das entidades estatais, 
que não se acham utilizadas pelo poder público nem destinadas a fins 
administrativos específicos. 
 
8. Assinale a opção correta: 
a) Os bens públicos de uso comum do povo são penhoráveis; 
b) Os bens públicos de uso especial podem ser alienados enquanto 
mantiverem essa característica; 
c) Os bens públicos dominicais estão sob o domínio público, sendo 
impenhoráveis, porém podem ser usucapidos; 
d) Os bens públicos são imprescritíveis. 
 
9. Sobre os bens públicos, observe as seguintes proposições: 
I. A afetação é a destinação do bem público à satisfação das necessidades 
coletivas e estatais, do que deriva inclusive a sua inalienabilidade, sendo 
decorrente ou da própria natureza do bem ou de um ato estatal. 
 
9 
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II. Os bens públicos de uso comum e de uso especial não podem ser desafetados, 
diante do regime jurídico a que se sujeitam. 
III. Uma diferença fundamental entre bens dominicais e outras espécies de bens 
públicos consiste na possibilidade de alienação daqueles, desde que respeitadas 
as exigências e formalidades previstas em lei. 
IV. Os bens dominicais, assim como os demais bens públicos, não podem ser 
adquiridos por usucapião. 
V. Apesar de inalienáveis, os bens públicos afetados podem ser objeto de penhora 
quando a execução contra a Fazenda Pública tiver por objeto créditos de natureza 
trabalhista. 
a) somente as proposições I, II e III são corretas 
b) somente as proposições I, III e IV são corretas 
c) somente as proposições II, III e IV são corretas 
d) somente as proposições II, IV e V são corretas 
 
GABARITO DE BENS PÚBLICOS 
1. E 2. B 3. A 4. A 5. D 6. C 7. D 8. D 9. B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
Administração Direta e administração Indireta 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Administração Pública pode ser exercida: 
 
I. De forma “Direta” ou “Centralizada” 
A própria pessoa jurídica de direito público desenvolve a função. 
Envolve a prestação de atividades e serviços públicos pela própria União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios de forma desconcentrada por meio 
de seus órgãos públicos, isto é, unidades de atuação destituídos de 
personalidade jurídica própria. Por excelência os órgãos públicos são os 
ministérios e as secretarias. Considerando que esses órgãos são 
destituídos de personalidade jurídica própria, esses órgãos não têm 
patrimônio, servidores, nem responsabilidade jurídica próprias. Sua 
atuação é imputada à pessoa jurídica que esse órgão integra, conforme 
teoria do órgão (também chamada de teoria da imputação volitiva). Os 
órgãos públicos independentes e os autônomos gozam de personalidade 
judiciária, podendo, portanto, demandar em juízo, no polo ativo, na defesa 
de prerrogativas próprias, conforme previsto na súmula 525 do STJ, que 
se aplica às Casas Legislativas. 
 
A Organização Administrativa estuda a maneira em que a 
atividade pública é desenvolvida no Brasil. Envolve a 
administração pública direta, indireta e as entidades 
paraestatais ou entidades do “terceiro setor”. 
 
 
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II. De forma “Indireta” ou “Descentralizada” 
Cria-se uma nova pessoa jurídica para desenvolver a função determinada 
pela Administração Pública. 
Efetiva-se através da criação de novas pessoas jurídicas para desenvolver 
a função pública. Cria-se, assim, autarquias, fundações públicas, empresas 
públicas e sociedades de economia mista (além de suas subsidiárias). 
As entidades que compõem a administração pública indireta são regidas 
por três princípios: Tutela, Especialidade e Legalidade. 
a) Tutela → Controle que a administração pública direta realiza 
sobre as entidades da administração pública indireta. A tutela (que 
não se confunde com a autotutela) não se realiza com vínculo de 
subordinação hierárquica, já que envolve diferentes pessoas 
jurídicas, dotadas, portanto, de autonomia. No plano Federal, a 
tutela denomina-se supervisão ministerial, como acontece, por 
exemplo, quando o ministério da previdência (órgão da União) 
controle o Instituto Nacional de Seguro Social (autarquia federal). 
b) Especialidade → Justifica a própria descentralização 
administrativa, uma vez que a criação dessas pessoas jurídicas se 
faz com o objetivo de prestar determinada atividade com alto grau 
de especialização. É o que acontece, por exemplo, com o IPHAN 
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), autarquia 
federal que cuida da proteção do patrimônio histórico brasileiro. 
c) Legalidade → Aplica-se porque a criação de qualquer pessoa 
da administração pública indireta depende sempre de lei 
autorizativa, conforme regras insertas no art. 37, XIX e XX, da CF. 
Trata-se de lei ordinária específica, porque trata de um único tema. 
As autarquias e as fundações públicas de direito privado nascem 
diretamente da lei. 
 
 
 
12 
https://www.cursocejas.com.br/ 
 
Observação: 
• Frise-se que todas as entidades da administração pública (direta ou 
indireta) sujeitam-se a limitações públicas, dentre as quais a necessidade 
de realização de concurso público, licitação e controle financeiro, a cargo 
dos Tribunais de Contas. 
• As fundações públicas constituídas como pessoas jurídicas de direito 
privado têm sua criação autorizada mediante lei ordinária específica, são 
criadas por decreto e terão sua área de atuação definida em lei 
complementar. 
• As empresas públicas e as sociedades de economia mista nascem quando 
do arquivamento dos seus atos constitutivos na Junta Comercial ou 
Cartório de Pessoas Jurídicas competente. 
• A criação das subsidiárias também depende de autorização em lei 
ordinária específica. 
 
AS PESSOAS DESCENTRALIZADAS E SEUS RESPECTIVOS REGIMES 
JURÍDICOS 
 
 
AUTARQUIAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS ENTIDADES ESTATAIS 
• Correspondem à 
personificação de um 
serviço público. 
 
• São sempre pessoas 
jurídicas de direito 
público que desenvolvem 
atividades típicas do 
estado (prestação de 
• Correspondem à 
personificação de um 
patrimônio público, e 
desenvolvem atividades 
complementares a do 
estado. Exemplo clássico 
é a Fundação Nacional do 
Índio (FUNAI). 
 
• São as Empresas 
Públicas e as 
Sociedades de 
Economia Mista. 
 
• São sempre pessoas 
jurídicas de direito 
privado, tendo vários 
pontos em comum, 
 
13 
https://www.cursocejas.com.br/ 
serviços públicos), sem 
finalidade lucrativa. 
 
• As autarquias gozam das 
mesmas prerrogativas 
das entidades da 
administração pública 
direta. Assim, seus bens 
são públicos; gozam de 
imunidade tributária 
recíproca; seus créditos 
são exigidos via execução 
fiscal; gozam de 
privilégios processuais 
(prazos dilatados, isenção 
de custas, intimação 
pessoal dos seus 
procuradores, foro 
privativo, duplo grau de 
jurisdição obrigatório, 
dentre outros). 
• As fundações públicas 
podem ser constituídas 
com personalidade 
jurídica de direito público 
ou de direito privado. 
Trata-se, essa diferença 
de “roupagem jurídica” 
de uma mera opção 
legislativa que não altera 
a natureza pública dessa 
entidade,de modo que 
às fundações aplica-se o 
regime jurídico de direito 
público, inclusive as 
mesmas prerrogativas 
das autarquias. 
 
• As fundações públicas se 
confundem com as 
fundações privadas, que 
são sempre pessoas 
jurídicas de direito 
privado e não integram a 
administração pública 
indireta, como, por 
exemplo, a Fundação 
Ayrton Sena, Fundação 
Roberto Marinho, 
Fundação Bradesco e 
Fundação José Aras. 
especialmente quanto 
ao seu regime jurídico 
de direito privado 
quanto às obrigações 
de natureza civil, 
comercial, trabalhista e 
tributária. Por isso 
mesmo seus bens 
sejam de natureza 
privada, suas 
obrigações comerciais 
em nada diferem dos 
contratos firmados 
pelas demais pessoas 
jurídicas de direito 
privado, não se 
aplicando a falência a 
essas entidades, 
entretanto. 
 
• Seus empregados são 
regidos pela CLT e 
essas pessoas jurídicas 
não gozam de 
imunidade ou isenções 
fiscais. 
 
• Vale ressaltar, 
entretanto, que 
quando essas 
 
14 
https://www.cursocejas.com.br/ 
Além das autarquias e 
fundações públicas 
comuns, existe no direito 
brasileiro as autarquias 
em regime especial 
(denominadas de 
agências reguladoras) e 
as agências executivas, 
isto é, autarquias e 
fundações públicas 
qualificadas pela 
assinatura de contrato de 
gestão. 
 
• O regime especial 
aplicado às agências 
reguladoras se 
consubstancia na maior 
extensão do seu poder 
normativo e na maior 
estabilidade conferida a 
seus dirigentes, na 
medida em que exercem 
mandato, de modo que 
somente podem perder o 
cargo em decorrência de 
renúncia, processo 
judicial ou administrativo, 
com garantia de ampla 
defesa e contraditório. 
entidades prestam 
serviços públicos, sem 
finalidade lucrativa (a 
exemplo da EBCT – 
“Correios”), sofrem 
uma maior 
interferência de 
normas de direito 
público e, por isso, 
terão algumas 
prerrogativas públicas, 
a exemplo de 
impenhorabilidade de 
seus bens e imunidade 
tributária. 
 
15 
https://www.cursocejas.com.br/ 
Após o exercício do 
mandato, o dirigente fica 
sujeito a um período de 
quarentena, continuando 
vinculado à agência e 
proibido de prestar 
serviços ao setor 
regulamentado, a fim de 
evitar que transfira 
informações privilegiadas. 
 
• Por sua vez, a 
qualificação das 
autarquias ou fundações 
públicas como agências 
executivas se realiza, 
como dito, por meio da 
assinatura de um 
contrato de gestão, 
através do qual essa 
entidade tem ampliada a 
sua autonomia, em troca 
do cumprimento de 
metas de desempenho, 
na forma do art. 37, §8º, 
da CF. O 
descumprimento dessas 
metas de desempenho 
implicará na 
 
16 
https://www.cursocejas.com.br/ 
desqualificação da 
entidade. 
 
 
AS “PARAESTATAIS” OU ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR. 
• As entidades paraestatais são pessoas jurídicas de direito privado, que atuam 
sem finalidade lucrativa em prol dos interesses da coletividade. 
• Essas entidades preenchem uma lacuna deixada pelo Estado, quanto ao 
atendimento dos interesses coletivos e, por conta disso, gozam de um sistema 
de compensação pública, através do qual se valem da utilização de bens 
públicos, cessão de pessoal, isenções fiscais, assinatura de convênios e 
termos de parcerias, recebimento de contribuições parafiscais, dentre outros. 
• Classificam-se em três categorias: 
a) Entidades de Cooperação Governamental (serviços sociais autônomos - 
sistema “S”: SESI, SEBRAE, SEMATEC, SESC, SENAI); 
b) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP’s); 
c) Organizações Sociais (OS’s). 
 
 
QUESTÕES DE TREINO: 
1. Ocorre desconcentração administrativa quando: 
a) Pressupõe pessoas jurídicas distintas para desempenho de atividades 
públicas; 
b) Se reparte várias funções entre os vários órgãos despersonalizados de 
uma mesma Administração, sem quebra de hierarquia; 
c) O ente administrativo age por outorga, mediante supervisão ministerial; 
d) O ente administrativo age por delegação para execução de sua 
atividade, em nome próprio e sua conta e risco, observada a necessária 
tutela administrativa; 
e) A prestação de serviços pelo Estado é indireta e mediata, sem quebra 
de hierarquia. 
 
17 
https://www.cursocejas.com.br/ 
 
2. Analisando as proposições abaixo: 
I - A administração pública federal indireta compreende as autarquias, empresas 
públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas. 
II - A administração pública, no âmbito do Poder Executivo Federal, se constitui 
dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República 
e dos Ministérios. 
III - Todas as entidades integrantes da administração pública indireta são 
dotadas de personalidade jurídica de direito privado. 
IV - As autarquias são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito 
público. 
V – As empresas públicas são dotadas sempre de personalidade jurídica de direito 
privado. 
Assinale: 
a) se apenas as afirmativas I, II e III estão corretas; 
b) se apenas as afirmativas III e IV estão corretas; 
c) se apenas a afirmativa V está correta; 
d) se apenas as afirmativas IV e V estão corretas; 
e) se apenas as afirmativas I, II, IV e V estão corretas. 
 
3. Sobre a autarquia não é correto afirmar-se: 
a) a autarquia, por tratar-se de um prolongamento do Poder Público, deve 
executar serviços próprios do Estado; 
b) a autarquia, por atuar em condições idênticas às do Estado, é entidade 
estatal; 
c) a instituição das autarquias faz-se por lei específica; 
d) as proibições de acumulação remunerada de cargos, empregos e 
funções atingem também os servidores das autarquias; 
e) dedicando-se à exploração de atividade econômica, impõe-se, nas 
relações de trabalho com os seus empregados, o mesmo regime das 
empresas privadas. 
 
18 
https://www.cursocejas.com.br/ 
 
4. Quais, dentre as entidades abaixo, não ostentam a natureza de Autarquia? 
a) as agências reguladoras 
b) as empresas públicas 
c) as agências executivas 
d) as autarquias sob regime especial 
 
5. Julgue: 
A gestão das agências reguladoras mereceu um tratamento legislativo especial, 
tendo em vista a complexidade de suas atividades. Entre as inovações constantes 
de seu regramento, está a figura da denominada “estabilidade” de seus 
dirigentes, materializado no fato de exercerem mandato. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
6. A empresa pública: 
a) é pessoa jurídica de direito público interno, criada por lei, com 
patrimônio próprio, exercendo função delegada pelo Estado; 
b) é pessoa jurídica de direito público interno, criada por lei, com 
patrimônio próprio, sem vínculo de subordinação hierárquica, exercendo 
funções típica do Estado; 
c) é pessoa jurídica de direito privado, criada por lei, com capital dividido 
entre o Estado e particulares, com patrimônio próprio, para a realização 
de serviço público ou atividade econômica, regendo-se pelas normas das 
sociedades anônimas, com as adaptações previstas na sua lei de criação; 
d) é pessoa jurídica de direito privado, criada por lei, com capital 
exclusivamente público, ainda que vindo de suas Administrações Indiretas, 
com patrimônio próprio, destinadas ao exercício de serviço público ou de 
atividade econômica de relevante interesse coletivo, podendo-se revestir 
de qualquer forma e organização empresarial; 
e) é pessoa jurídica de direito privado, criada por lei, com capital 
exclusivamente público, não se admitindo que venha de suas 
 
19 
https://www.cursocejas.com.br/ 
Administrações Indiretas, com patrimônio próprio, destinadas ao exercício 
de serviço público ou de atividade econômica de relevante interesse 
coletivo, podendo-se revestir de qualquer forma e organização 
empresarial. 
 
7. Considere as seguintes proposições: 
I. A exploração direta de atividade econômica pelo Estado somente será 
permitida quando necessária aos imperativos de segurança nacionalou relevante 
interesse coletivo, conforme definido em lei, ressalvados os casos previstos na 
Constituição Federal. 
II. As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar 
de privilégios fiscais, não extensivos às do setor privado. 
III. A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a 
sociedade. 
IV. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado 
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, 
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. 
V. A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública da sociedade de 
economia mista, exceto o de suas subsidiárias que explorem atividade econômica 
de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços. 
Assinale a alternativa correta: 
a) somente a proposição IV está incorreta 
b) as proposições I e V estão incorretas 
c) somente a proposição V está incorreta 
d) as proposições I, II e V estão incorretas 
e) somente a proposição II está incorreta 
 
8. Acerca do direito administrativo, julgue: 
Considere que uma lei estadual do Acre institua, com caráter de autarquia, o 
Instituto Academia de Polícia Civil, com o objetivo de oferecer formação e 
aperfeiçoamento aos servidores ligados à polícia civil do Acre. Nessa situação, a 
 
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criação do instituto representaria um processo de descentralização 
administrativa, visto que implicaria a criação de uma entidade da administração 
estadual indireta. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
 
9. Julgue os itens subsequentes, relativos à organização e estruturação da 
administração pública. 
I. Uma lei que reestruture a carreira de determinada categoria de servidores 
públicos pode também dispor acerca da criação de uma autarquia. 
II. O controle das entidades que compõem a administração indireta da União é 
feito pela sistemática da supervisão ministerial. 
III. As autarquias podem ter personalidade jurídica de direito privado. 
IV. As autarquias têm prerrogativas típicas das pessoas jurídicas de direito 
público, entre as quais se inclui a de serem seus débitos apurados judicialmente 
executados pelo sistema de precatórios. 
Estão certos apenas os itens: 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e IV. 
d) III e IV. 
 
GABARITO DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA 
1. B 2. E 3. E 4. B 5. C 6. D 7. C 8. C 9. C 10. D 
 
 
 
 
 
 
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RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO 
ESTADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diferentemente do que ocorre com o direito privado, a administração responde 
por danos decorrentes de condutas ilícitas ou lícitas, desde que o dano seja, a 
um só tempo, certo (efetivo), anormal (aquele que supera os meros dissabores 
da vida em sociedade) e especial (atingindo indivíduos ou grupos de indivíduos 
determinados). 
 
 
1. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA X OBJETIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dever da Administração de indenizar aqueles que 
sofrem danos em razão da atuação ou omissão 
estatal. 
 
Objetiva 
 
O dano decorre de conduta comissiva dos 
agentes públicos, conforme previsão do 
art. 37, §6º, da CF, que consagra a teoria 
do risco administrativo. 
Desse modo, a administração responderá 
pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causem a terceiros, sendo 
dispensável a avaliação de culpa ou dolo. 
 
Subjetiva 
 
O dano decorre de omissão 
estatal (falta do serviço), 
aplica-se a responsabilidade 
subjetiva do estado, 
aplicando-se a teoria da 
culpa administrativa, 
conforme orientação 
doutrinária e jurisprudencial. 
 
 
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Exceções onde mesmo o dano tendo sido causado por omissão, aplica-
se a responsabilidade objetiva do estado: 
• Dano ambiental; 
• Dano nuclear; 
• Danos em situação de trânsito; 
• Hipóteses de custódia (incluindo prejuízos ocorridos em hospitais e escolas 
públicas e ambientes prisionais). 
 
Observação: É necessária a presença do nexo de causalidade entre o fato e o 
dano para impor-se o dever de reparação. 
 
2. EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE 
2.1. Caso fortuito; 
2.2. Força maior; 
2.3. Culpa exclusiva da vítima. 
Enquanto eventos externos, essas causas retiram o nexo de causalidade e, 
portanto, afastam o dever de reparação por parte da administração. 
 
3. TEORIA DO RISCO INTEGRAL (SEGURADOR UNIVERSAL) 
• A teoria do risco integral envolve a responsabilidade objetiva da 
administração. 
• Difere da teoria do risco administrativo porque nas hipóteses de sua 
incidência não se admite a oposição das excludentes de responsabilidade. 
• Nessas hipóteses o estado apresenta-se como segurador universal, de 
modo que assume integralmente o risco da atividade. 
• Aplica-se aos danos decorrentes de atividade ambiental, nuclear e aqueles 
causados por atentados terroristas com uso de aeronave de matrícula 
brasileira, salvo taxi aéreo. 
 
 
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4. AÇÃO INDENIZATÓRIA E AÇÃO REGRESSIVA 
• Configurada a hipótese de prejuízo causado a terceiro, cabe à vítima 
buscar a sua reparação por meio de ação pelo rito comum, de natureza 
indenizatória, englobando, de acordo com a circunstância fática, a 
reparação de danos materiais (dano emergente e lucro cessante), morais 
(in re ipsa) e estético. 
• Em conformidade com o princípio da dupla garantia, essa ação deve ser 
movida unicamente pela vítima contra o estado. 
• Não se admite a denunciação à lide do agente e submete-se ao prazo de 
prescrição em cinco anos, conforme art. 1º do Decreto 20.910/32. 
• Uma vez sendo obrigado a reparar a vítima, cabe ao estado buscar a sua 
reparação mediante ação regressiva. A ação regressiva, que tem natureza 
obrigatória, se baseia na responsabilidade subjetiva do agente que, 
portanto, apenas responde em casos de dolo ou culpa. Prescreve em três 
anos, sendo que a característica da imprescritibilidade, hodiernamente, 
reservou-se aos danos decorrentes de atos de improbidade administrativa 
praticados por meios dolosos. 
 
5. ALCANCE DO ART. 37, §6º, CRFB 
• O art. 37, §6º, da CF, que consagra a teoria do risco administrativo 
(responsabilidade objetiva) não se limita à União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios. Alcança, na realidade, as pessoas jurídicas de direito público 
e de direito privado prestadoras de serviços públicos. 
• Assim, incidem também sobre as autarquias e fundações públicas 
(pessoas jurídicas de direito público), além das empresas públicas e 
sociedades de economia mista (quando prestadoras de serviços públicos), 
bem como as delegatárias de serviços públicos. 
• As delegatárias (concessionárias e permissionárias) respondem de forma 
objetiva por danos causados a seus usuários e a terceiros. 
 
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• Quanto a essas pessoas jurídicas, a responsabilidade do estado é 
subsidiária. Vale lembrar que será subsidiária a responsabilidade 
envolvendo tabeliães e oficiais de registros. 
• Consigne-se, ainda, que tem natureza solidária a responsabilidade pelo 
fornecimento de medicamentos e prestação de serviços de saúde à 
população. 
 
6. A (IR)RESPONSABILIDADE DO ESTADO POR ATOS TIPICAMENTE 
LEGISLATIVOS E JURISDICIONAIS 
• Diferentemente do que ocorre em relação aos atos de natureza 
administrativa, prevalece a irresponsabilidade do estado por danos 
decorrentes de atos tipicamente legislativos e jurisdicionais. Assim, não 
haverá dever de reparação quanto a prejuízos decorrentes da edição de 
leis ou de decisões judiciais. Admite-se, entretanto, exceções. 
• Quanto ao Estado-Legislador, haverá responsabilidade em decorrência de 
danos provocados pela edição de leis formalmente declaradas 
inconstitucionais e pela edição de leis dos efeitos concretos, ou seja, leis 
em sentido formal, que causam prejuízos ao indivíduo. 
• No que tange ao Estado-Juiz, haverá responsabilidadeexcepcionalmente 
envolvendo o erro judicial (ou erro judiciário), ou seja, aquele que for 
preso indevidamente ou que permanecer preso além do tempo fixado na 
sentença, na forma do art. 5º, LXXV, da CF. 
• O Brasil envergonha-se, dentre outras hipóteses, da prisão ilegal do 
mecânico Marcos Mariano da Silva, cuja memória se deve fazer presente 
para evitar a repetição da conduta quanto a outros indivíduos. 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES DE TREINO: 
1. A responsabilidade civil do Estado por conduta omissiva não exige 
caracterização da culpa estatal pelo não-cumprimento de dever legal, uma vez 
que a Constituição brasileira adota para a matéria a teoria da responsabilidade 
civil objetiva. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
2. Os servidores públicos de uma autarquia do Acre respondem objetivamente 
pelos danos que, no exercício de suas funções, causem culposamente a terceiros. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
3. Considere que um detento tenha sido morto por seus colegas de carceragem, 
dentro da cela de uma delegacia de polícia do estado do Acre. Nessa situação, o 
Acre responde pelos danos materiais e morais resultantes dessa morte, mesmo 
que reste demonstrada a ausência de culpa dos agentes públicos responsáveis 
pela segurança dos presos. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
4. Os atos lesivos a terceiros praticados em razão dos serviços públicos prestados 
por empregados de empresas concessionárias ou permissionárias não geram a 
responsabilidade objetiva do Estado. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
5. Assinale a opção correta no que concerne à responsabilidade civil do Estado. 
a) Nos Estados absolutistas, negava-se a obrigação da administração 
pública de indenizar os prejuízos causados por seus agentes aos 
administrados, com fundamento no entendimento de que o Estado não 
podia causar males ou danos a quem quer que fosse (the king can do no 
wrong). Segundo a classificação da doutrina, a teoria adotada nesse 
período era a teoria do risco integral. 
 
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b) Perante o transportado, a responsabilidade da transportadora que 
exerça função pública sob concessão é contratual e subjetiva. 
c) A Constituição Federal de 1988 adotou o princípio da responsabilidade 
civil subjetiva para as autarquias. 
d) De acordo com a teoria da responsabilidade objetiva, o Estado responde 
pelos danos causados por seus agentes a terceiros, independentemente 
da prova de culpa ou da demonstração do nexo causal. 
e) Uma sociedade de economia mista prestadora de serviço público 
responderá por danos causados a terceiros independentemente da prova 
de culpa. 
 
6. Um policial militar do estado da Paraíba, durante o período de folga, em sua 
residência, teve um desentendimento com sua companheira e lhe desferiu um 
tiro com uma arma pertencente à corporação. Considerando o ato hipotético 
praticado pelo referido policial, é correto afirmar que: 
a) está configurada a responsabilidade civil do Estado, pois a arma 
pertencia à corporação. 
b) está configurada a responsabilidade civil do Estado, pois o disparo foi 
efetuado por um policial militar, e o fato de ele estar de folga não afasta 
a responsabilidade do Estado. 
c) não há responsabilidade civil do Estado, visto que o dano foi causado 
por policial fora de suas funções públicas. 
d) não há responsabilidade civil do Estado, pois o dano não foi causado 
nas dependências de uma repartição pública. 
e) não há responsabilidade civil do Estado, uma vez que a conduta 
praticada pelo policial não configurou dano. 
 
7. A obrigação do Estado de indenizar o particular independe de culpa da 
administração, visto que a responsabilidade é objetiva. O agente público 
causador do dano deverá ressarcir a administração, desde que comprovada a 
 
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existência de culpa ou dolo do agente. Com relação aos efeitos da ação regressiva 
do Estado contra o agente público, julgue os seguintes itens: 
I. Os efeitos da ação regressiva transmitem-se aos herdeiros e sucessores do 
agente público culpado, respeitado o limite do valor do patrimônio transferido. 
II. A ação regressiva pode ser movida mesmo após terminado o vínculo entre o 
agente e a administração pública. 
III. A ação por meio da qual o Estado requer ressarcimento aos cofres públicos 
de prejuízo causado por agente público considerado culpado prescreve em 5 
anos. 
IV. A orientação dominante na jurisprudência e na doutrina é de ser cabível, em 
casos de reparação do dano, a denunciação da lide pela administração a seus 
agentes. 
Estão certos apenas os itens: 
a) I e II. 
b) I e IV. 
c) II e III. 
d) I, III e IV. 
e) II, III e IV. 
 
8. Julgue o item a seguir: 
Não é possível a denunciação à lide pelo Estado, do seu agente causador do dano 
a terceiros: 
( ) CERTO ( )ERRADO 
 
9. Tratando-se de responsabilidade civil do Estado, assinale a afirmativa 
INCORRETA. 
a) Empresas públicas podem se sujeitar à responsabilidade objetiva ou 
subjetiva, dependendo de seu objeto social. 
b) Pessoas jurídicas de direito privado, não integrantes da Administração 
Pública, podem se sujeitar à responsabilidade objetiva. 
 
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c) A teoria francesa da faute du service é enquadrada como hipótese de 
responsabilidade objetiva. 
d) A responsabilidade do Estado por omissão caracteriza-se como de 
natureza subjetiva. 
e) A responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de 
culpa. 
 
GABARITO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
1. E 2. E 3. C 4. E 5. E 6. C 7. A 8. C 9. C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTERVENÇÃO DO ESTADO 
 
 
 
 
 
 
 
As Intervenções do Estado dividem-se: 
RESTRITIVAS SUPRESSIVAS 
As primeiras apenas mitigam um dos 
direitos inerentes ao domínio (usar, 
gozar, fruir), tendo como espécies a 
limitação administrativa; requisição 
administrativa, 
a ocupação temporária, a servidão 
administrativa e o tombamento. 
 
Retira o patrimônio do expropriado, 
corresponde, portanto, à 
desapropriação. 
 
 
1. CARACTERÍSTICAS DE CADA ESPÉCIE DE INTERVENÇÃO DO ESTADO 
 
 1.1. Limitação Administrativa 
Espécie de intervenção marcada por um caráter geral e NÃO individualizado. 
Justamente pelo caráter geral, a limitação administrativa NÃO gera direito a 
indenização. 
Tem como exemplos: altura máxima de prédios (gabaritos), rodízio de veículos, 
obrigação de colocar extintor em veículos, espaços entre construções, preempção 
(preferência do Município sobre a aquisição do bem). 
As intervenções do estado sobre a propriedade privada 
têm como fundamento os princípios da supremacia do 
interesse público sobre o interesse privado e da função 
social da propriedade privada. 
 
 
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A limitação administrativa afeta o caráter absoluto da propriedade e está 
intimamente ligada ao poder de polícia do Estado. 
 
1.2. Requisição 
 Envolve situações emergenciais e de calamidade pública; incidem sobre bens 
móveis, imóveis e semoventes e, também sobre serviços particulares. 
A requisição administrativa DÁ direito à indenização (porque atinge um bem 
específico/individualizado) posterior, em caso de dano. 
Incidem em situações de enchentes, acidentes, terremotos, dentre outras. 
 
1.3. Ocupação Temporária 
Incide sobre imóveis vizinhos (ou próximos) a obras públicas, para viabilizar a 
sua execução. 
Tem como exemplos escavações arqueológicas (conceito amplo de obras 
públicas), perfuração de poços, etc. 
A ocupação temporária DÁ direito à indenização posterior em caso de dano. 
 
1.4. Servidão Administrativa 
Caracteriza-se pela natureza de direito real sobre a coisa alheia (de caráter 
perpetuo, portanto). 
Na servidão administrativa a coisa dominante é SEMPRE um serviço público, 
enquanto a coisa serviente é a propriedade particular.A servidão pode ser instituída através de lei; de contrato ou por sentença judicial, 
ou seja, não tem natureza auto executória (como acontece com as demais 
espécies de intervenções restritivas). 
Quando imposta por lei NÃO dá direito a indenização; quando estabelecida 
mediante contrato ou sentença DÁ direito a indenização. 
São exemplos, a servidão para transmissão de energia elétrica, servidão de dutos 
de combustíveis e de gás e a altura máxima de prédios próximos a pistas de 
pouso e decolagem de aeronave. 
 
 
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1.5. Tombamento 
Espécie de Intervenção que visa a proteção do patrimônio histórico, cultural e 
artístico Nacional, e realiza-se através de órgãos públicos ou entidades da 
administração pública indireta, a exemplo do IPHAN (Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional – autarquia federal). 
Incide sobre bens móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos, e como regra, 
não gera direito à indenização. 
Embora os bens públicos tombados sejam absolutamente inalienáveis, o bem 
privado tombado pode ser vendido livremente, não persistindo o direito de 
preferência antes instituído no Decreto 25/1937. 
O bem tombado pode ser gravado com penhor, anticrese e hipoteca, por 
exemplo. 
1.5.1. Espécies de tombamento (classificação): 
a) Tombamento Geral ou Individual: geral quando atinge a vários 
bens, a exemplo do tombamento existente nos centros históricos 
de Salvador (Pelourinho), Olinda, Ouro Preto, São Luís, dentre 
outros. 
Será individual quando atinge um único bem, a exempro do 
elevador Lacerda e a Igreja do Senhor do Bonfim (na Bahia); o 
Cristo Redentor e a casa de Santos 
Drummond (no Rio de Janeiro). 
b) Tombamento Provisório ou Definitivo: Será provisório quando 
houver dúvidas sobre o valor histórico do bem. Será definitivo 
quando já se tem certeza do valor histórico do bem. 
c) Tombamento de Ofício ou Mediante Processo: O tombamento de 
ofício atinge bens públicos, não sendo obrigatória a observância da 
hierarquia política. Será mediante processo administrativo quando 
atinge bens particulares. O tombamento de bens particulares pode 
ser voluntario (quando o proprietário pede, solicita ou aceita o 
tombamento), ou compulsório (quando o proprietário resiste ao 
tombamento). 
 
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1.5.2. Efeitos do tombamento: 
a) Aos proprietários: dever de manutenção e conservação; 
proibição de alterar o bem e necessidade de autorização para retirar 
o bem do País. 
b) À entidade responsável pelo tombamento: dever subsidiário de 
conservação da coisa e dever de fiscalização. 
c) Aos vizinhos: sofrem uma servidão administrativa envolvendo a 
denominada “área de entorno”, dentro da qual não se pode realizar 
construções ou inserir placas ou pinturas que tirem a visibilidade do 
bem tombado. 
 
Observação: Vale consignar que o tombamento não é a única forma de 
proteção do bem dotado de valor histórico, artístico ou cultural, podendo também 
serem resguardados através dos livros, registros e museus, dentre outros. 
 
1.6. Desapropriação 
Espécie de intervenção supressiva que resulta no perdimento da propriedade pelo 
particular. 
Constitui modo originário de aquisição e incide sobre bens móveis ou imóveis, de 
valor patrimonial, apenas não se aplicando à moeda corrente (dinheiro) e aos 
direitos personalíssimos (exemplo: vida, honra, intimidade, etc). 
Para fins didáticos, a desapropriação se divide em dois grandes grupos: 
desapropriações com ou sem caráter sancionatório. 
1.6.1. Desapropriação com caráter sancionatório: nessas hipóteses a 
expropriação funciona quando a desapropriação tem caráter de sanção, 
ela corresponde a uma penalidade ao proprietário, que deixou de cumprir 
a função social da propriedade privada, daí porque, ele NÃO terá a 
indenização ou a indenização será paga através de títulos. 
Existem três espécies de desapropriação sancionatória: 
a) Desapropriação urbana: É de competência exclusiva dos 
Municípios e o pagamento da indenização se dará através de títulos 
 
33 
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da dívida pública, com prazo de resgate até 10 anos, desde que a 
emissão seja autorizada pelo Senado Federal. Vale registrar que o 
não cumprimento da função social da propriedade urbana não 
resulta na imediata desapropriação, na medida em que o Município 
deve atender a passos antecedentes à desapropriação: o primeiro 
passo é a notificação para a edificação (construção) ou o 
parcelamento compulsório; o segundo passo é a imposição do IPTU 
progressivo no tempo (pelo prazo de cinco anos e a alíquota 
máxima de 15); terceiro passo é a desapropriação sancionatória. 
Para a imposição de qualquer dessas medidas interventivas, o 
Município precisa ser dotado de plano diretor e de uma lei específica 
para a área (imóvel) em que serão aplicadas. 
b) Desapropriação rural: É da competência exclusiva da União, 
realizada através do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e 
Reforma Agrária), quando o proprietário deixa de cumprir a função 
social da propriedade rural. 
A indenização se dá através de títulos da dívida agrária, no prazo 
de resgate de até 20 anos, sendo os dois primeiros anos de carência 
(ou seja, o pagamento ocorre apenas a partir do 3º ano das 
emissões). Consigne-se que se no imóvel tiver benfeitorias úteis ou 
necessárias, estas serão indenizadas de forma prévia e em dinheiro, 
de modo que, as benfeitorias voluptuárias e a terra nua (sem 
benfeitoria) é que serão indenizadas através de TDA (títulos da 
dívida agrária). NÃO são passiveis dessa desapropriação a pequena 
ou média propriedade rural (a não ser que tenha mais de uma 
pequena ou medida propriedade rural), e também NÃO atinge a 
propriedade produtiva (que cumpre a função social). 
c) Desapropriação confiscatória: constitui a modalidade MAIS grave 
de desapropriação em razão da plantação ILEGAL de substâncias 
psicotrópicas ou da utilização de mão-de-obra análoga à escrava. A 
expropriação é feita sem o pagamento de qualquer indenização. O 
 
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confisco se estende também para todos os bens vinculados ao 
tráfico de entorpecentes ou à utilização de mão-de-obra escrava e 
os imóveis arrecadados serão utilizados para assentamento de 
colonos e parcelamento popular. 
1.6.2. Desapropriação sem caráter sancionatório: Aplica-se quando o 
proprietário cumpre a função social da propriedade, mas esta se mostra 
indispensável à consecução do interesse público. Nessas hipóteses o 
proprietário terá direito à indenização justa, prévia e em dinheiro. Vale 
lembrar que a desapropriação SEM caráter sancionatório atinge também 
os bens públicos, mediante lei autorizativa e observância da hierarquia 
política, ou seja, somente a entidade de maior grau hierárquico pode 
desapropriar as entidades de menor hierarquia. 
Existem duas espécies de desapropriação sem natureza 
sancionatória: 
a) Desapropriação por utilidade (ou necessidade) pública: Quando 
o bem expropriado passa a incorporar o patrimônio público, a 
exemplo da desapropriação de um imóvel para duplicação de uma 
avenida. 
b) Desapropriação por interesse social: Hipótese em que o bem é 
transferido a um particular, a exemplo da desapropriação de um 
imóvel para construção de casas populares. Essas espécies de 
desapropriação se efetivam mediante um processo administrativo 
composto de duas fases: declaratória e executória, a saber: 
1ª) Fase declaratória: Nela, o poder público declara o motivo 
(causa) e a finalidade da desapropriação, sendo, essa 
declaração, de competência exclusiva das pessoas políticas 
(União, Estados, DF e Municípios), correspondendo, 
portanto, ao exercício do poder de polícia do Estado, por isso 
mesmo absolutamente indelegável; A declaração pode ser 
feita pelo Poder Executivo (mediante decreto expropriatório) 
ou pelo Poder Legislativo (mediante lei, cabendo, nesse caso,35 
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ao Executivo os atos subsequentes da desapropriação). O 
objetivo da fase declaratória é o de fixar o estado do bem, 
realizando as avaliações necessárias para aferir o preço a ser 
oferecido ao proprietário a título de indenização. A 
Administração tem o prazo de 5 anos para concluir a fase 
declaratória na desapropriação por utilidade pública. 
Tratando-se de desapropriação por interesse social, esse 
prazo é de 2 anos. 
2ª) Fase executória: Nela, promove-se a desapropriação, de 
forma amigável (se o proprietário aceitar o valor da 
indenização oferecida pelo Poder Público) ou pela via judicial 
(quando o proprietário não aceitar o preço oferecido). Daí se 
vê que a desapropriação, nessa fase, não tem natureza auto 
executória. Diferentemente do que ocorre com a fase 
declaratória, a fase executória pode ser delegada às pessoas 
integrantes da administração pública indireta, bem como às 
delegatárias de serviços públicos (concessionárias e 
permissionárias), já que corresponde aos denominados atos 
materiais ligados ao exercício ao poder de polícia, mas não 
exercício do poder de polícia em si, que, conforme já 
estudado, é absolutamente indelegável. Na ação judicial de 
desapropriação é cabível o pedido de imissão provisória na 
posse do imóvel, mediante dois requisitos: deposito prévio 
da quantia oferecida e demonstração de urgência, à luz dos 
quais o juiz é obrigado a conceder o pedido em favor do 
expropriante. 
Também merece registro o fato de que na ação judicial a 
contestação somente pode versar sobre vício do processo ou 
impugnar a oferta do preço, já que não cabe ao juiz avaliar 
se se trata ou não de caso de utilidade pública ou interesse 
 
36 
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social (ou seja, não cabe ao poder judiciário adentrar no 
mérito do ato administrativo). 
 
2. CONCEITOS JURÍDICOS APROFUNDADOS 
Envolvem institutos ligados ao tema de desapropriação de extrema relevância 
para as provas: 
 
 
2.1. Destinação: É a finalidade da desapropriação. Exemplo: 
Administração Pública desapropria um imóvel para a utilidade pública para 
construção de uma escola pública. 
 
2.2. Tredestinação: Corresponde ao desvio da finalidade inicialmente 
indicada para o bem expropriado e pode ser lícita ou ilícita. Será lícita 
quando, embora haja desvio de finalidade, ainda se atende o interesse 
público, por exemplo, quando se desapropria um bem para a construção 
de uma escola, mas, no lugar da escola, constrói-se um hospital público. 
A tredestinação será lícita, por sua vez, quando se desvia da finalidade e 
também do interesse público, por exemplo, se a Administração 
desapropria para a construção de uma escola, e, no lugar, se constrói uma 
borracharia e destina-a à um determinado particular. A tredestinação lícita 
não gera qualquer consequência jurídica. Por sua vez, a tredestinação 
ilícita gera a retrocessão. 
 
2.3. Retrocessão: É a consequência da tredestinação ilícita. Através 
dela, embora o particular não possa reaver o bem (reivindicar), terá direito 
a uma indenização complementar ante a perda do bem e à destinação 
diversa que lhe foi dada. Anote-se que quando a desapropriação é feita 
para parcelamento popular, sua destinação é obrigatória, de modo que 
não pode haver tredestinação, e, portanto, não haverá retrocessão. 
 
 
37 
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2.4. Desapropriação Indireta: Corresponde a um fato administrativo 
através do qual o poder público retira a propriedade particular sem a 
observância de um processo. Por causar danos ao proprietário, a 
desapropriação indireta dá ensejo a indenização, não sendo possível ao 
proprietário reaver o bem ao qual já tenha sido dada determinada utilidade 
pública. Geralmente a desapropriação indireta é configurada em situações 
equivalentes ao esbulho (ou invasão) de um determinado imóvel pela 
Administração Pública. 
 
2.5. Direito de extensão: É o direito que o proprietário tem de postular 
que a desapropriação parcial alcance todo o imóvel, quando lhe sobejar 
uma parte mínima, sem possibilidade de exploração econômica ou menor 
que a pequena propriedade rural. 
 
QUESTÕES PARA TREINO: 
1. A empresa pública federal X, que atua no setor de pesquisas petroquímicas, 
necessita ampliar sua estrutura, para a construção de dois galpões industriais. 
Para tanto, decide incorporar terrenos contíguos a sua atual unidade de 
processamento, mediante regular processo de desapropriação. A própria 
empresa pública declara aqueles terrenos como de utilidade pública e inicia as 
tratativas com os proprietários dos terrenos – que, entretanto, não aceitam o 
preço oferecido por aquela entidade. Nesse caso: 
A) se o expropriante alegar urgência e depositar a quantia arbitrada de 
conformidade com a lei terá direito a imitir-se provisoriamente na posse 
dos terrenos. 
B) a desapropriação não poderá consumar-se, tendo em vista que não 
houve concordância dos titulares dos terrenos. 
C) a desapropriação demandará a propositura de uma ação judicial e, por 
não haver concordância dos proprietários, a contestação poderá versar 
sobre qualquer matéria. 
 
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D) os proprietários poderão opor-se à desapropriação, ao fundamento de 
que a empresa pública não é competente para declarar um bem como de 
utilidade pública. 
 
2. O Município Y promove o tombamento de um antigo bonde, já desativado, 
pertencente a um colecionador particular. Nesse caso, 
A) o proprietário pode insurgir‐se contra o ato do tombamento, uma vez 
que se trata de um bem móvel. 
B) o proprietário fica impedido de alienar o bem, mas pode propor ação 
visando a compelir o Município a desapropriar o bem, mediante 
remuneração. 
C) o proprietário não poderá alienar livremente o bem tombado, devendo 
garantir o direito de preferência do Poder Público. 
D) o proprietário do bem, mesmo diante do tombamento promovido pelo 
Município, poderá gravá-lo com o penhor. 
 
3. Com relação à intervenção do Estado na propriedade, assinale a alternativa 
correta. 
A) requisição administrativa é uma forma de intervenção supressiva do 
Estado na propriedade que somente recai em bens imóveis, sendo o 
Estado obrigado a indenizar eventuais prejuízos, se houver dano. 
B) A limitação administrativa é uma forma de intervenção restritiva do 
Estado na propriedade que consubstancia obrigações de caráter específico 
e individualizados a proprietários determinados, sem afetar o caráter 
absoluto do direito de propriedade. 
C) A servidão administrativa é uma forma de intervenção restritiva do 
Estado na propriedade que afeta as faculdades de uso e gozo sobre o bem 
objeto da intervenção, em razão de um interesse público. 
D) O tombamento é uma forma de intervenção do Estado na propriedade 
privada que possui como característica a conservação dos aspectos 
 
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históricos, artísticos, paisagísticos e culturais dos bens imóveis, 
excepcionando-se os bens móveis. 
 
4. Nas hipóteses de desapropriação, em regra geral, os requisitos constitucionais 
a serem observados pela Administração Pública são os seguintes: 
A) comprovação da necessidade ou utilidade pública ou de interesse social; 
pagamento de indenização prévia ao ato de imissão na posse pelo Poder 
Público, e que seja justa e em dinheiro; e observância de ato 
administrativo, sem contraditório por parte do proprietário. 
B) comprovação da necessidade ou utilidade pública ou de interesse social; 
pagamento de indenização prévia ao ato de imissão na posse pelo Poder 
Público, e que seja justa e em dinheiro; e observância de procedimento 
administrativo, com respeito ao contraditório e ampla defesa por parte do 
proprietário. 
C) comprovação da necessidade ou utilidade pública ou de interesse social; 
pagamento de indenização prévia ao ato de imissão na posse pelo Poder 
Público, e que seja justa e em títulosda dívida pública ou quaisquer outros 
títulos públicos, negociáveis no mercado financeiro; e observância de 
procedimento administrativo, com respeito ao contraditório e ampla 
defesa por parte do proprietário. 
D) comprovação da necessidade ou utilidade pública ou de interesse 
social; pagamento de indenização, posteriormente ao ato de imissão na 
posse pelo 
Poder Público, e que seja justa e em dinheiro, e observância de 
procedimento administrativo, com respeito ao contraditório e ampla 
defesa por parte do proprietário 
 
5. Assinale a opção correta com relação às modalidades de restrição do Estado 
sobre a propriedade. 
A) As limitações administrativas consubstanciam obrigações de caráter 
específico a proprietários determinados, sem afetar o caráter absoluto do 
 
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direito de propriedade, que confere ao titular o poder de usar, gozar e 
dispor da coisa do modo como melhor lhe convier. 
B) O tombamento, que configura instituição de direito real de natureza 
pública, impõe ao proprietário a obrigação de suportar ônus parcial sobre 
o imóvel e não afeta o caráter absoluto do direito de propriedade. 
C) A servidão administrativa afeta a exclusividade do direito de 
propriedade, visto que transfere a outrem faculdades de uso e gozo. 
D) A requisição de imóveis é restrição imposta ao proprietário que não 
utiliza adequadamente a sua propriedade. 
 
6. A respeito do instituto da servidão administrativa, assinale a opção correta. 
A) As servidões administrativas podem decorrer diretamente da lei, de 
acordo ou de sentença judicial. 
B) Somente mediante lei pode ser extinta uma servidão administrativa. 
C) Cabe direito a indenização em qualquer das hipóteses de servidão 
administrativa. 
D) A servidão administrativa tem natureza auto executória. 
 
7. Acerca da intervenção do Estado na propriedade, assinale a opção correta. 
A) No tombamento, modalidade de intervenção restritiva da propriedade, 
não há mudança de propriedade. 
B) O direito de preempção municipal, por meio do qual se assegura ao 
município preferência para aquisição do imóvel urbano objeto de alienação 
onerosa entre particulares, não é exemplo de limitação administrativa. 
C) A ocupação temporária não pode incidir sobre bens imóveis. 
D) A servidão administrativa é um direito pessoal. 
 
8. Acerca da intervenção do Estado na propriedade privada, assinale a opção 
correta. 
A) A limitação administrativa consiste na instituição de ônus real de uso 
pelo poder público sobre a propriedade privada. 
 
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B) A desapropriação, que consiste na transferência de propriedade de 
terceiro ao poder público, tem por objeto bens móveis ou imóveis, 
corpóreos ou incorpóreos, públicos ou privados. 
C) A desapropriação por interesse social, para fins de reforma agrária, é 
de competência da União e dos estados, devendo ser realizada sobre 
imóvel rural que não esteja cumprindo a sua função social, mediante 
prévia indenização em títulos da dívida agrária. 
D) Ocorre a desapropriação indireta quando a entidade da administração 
direta decreta a desapropriação, sendo o processo expropriatório 
desenvolvido por pessoa jurídica integrante da administração 
descentralizada. 
 
9. Assinale a opção correta acerca de desapropriação. 
A) Em caso de desapropriação por interesse social para fim de reforma 
agrária, deve haver indenização, necessariamente em dinheiro, das 
benfeitorias úteis e das necessárias. 
B) A desapropriação de imóveis urbanos pode ser feita mediante prévia e 
justa indenização, permitindo-se à administração, caso haja autorização 
legislativa do Senado Federal, pagá-la com títulos da dívida pública. 
C) A desapropriação indireta, forma legítima de intervenção na 
propriedade, é realizada por entidade da administração indireta. 
D) Os bens públicos não podem ser desapropriados. 
 
10. A modalidade de intervenção estatal que gera a transferência da propriedade 
de seu dono para o Estado é: 
A) o tombamento. 
B) a desapropriação. 
C) a servidão administrativa. 
D) a requisição. 
GABARITO 
1. D 2. D 3. C 4. B 5. C 6. A 7. A 8. B 9. A 10. B 
 
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LICITAÇÃO e CONTRATOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atualmente convivem as Leis 8.666/93 e 14.133/21 (Nova Lei de Licitações e 
Contratos Administrativos). Vamos aguardar como o tema de licitações e 
contratos será cobrado no Edital do Exame da Ordem, e daremos um material 
de apoio específico para esse tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conforme o art. 37, XXI, da CF, a licitação é 
procedimento via de regra obrigatório para a 
contratação, pela administração pública, de 
obras, serviços, compras e alienações. 
A licitação visa assegurar igualdade de condições 
a todos os concorrentes, efetivando os princípios 
da isonomia, impessoalidade, julgamento 
objetivo, vinculação ao instrumento convocatório, 
adjudicação compulsória, dentre outros. 
Quanto aos contratos administrativos, essa 
mesma regra prevê o direito do Contratado à 
manutenção do equilíbrio-econômico-financeiro. 
 
 
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SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
A prestação de serviços públicos pode ser prestada pela Administração Pública 
de forma direta ou mediante delegação, isto é, transferindo a prestação dos 
serviços públicos mediante concessão ou permissão, em regra, sem caráter de 
exclusividade, salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica devidamente 
justificada. 
 
I. Prestação de serviço adequado 
As delegatárias, para prestarem o serviço público que lhe fora 
concedido de forma adequada, precisa atender aos princípios da 
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, 
generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. 
Merece destaque o fato de que o postulado da atualidade 
compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das 
instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão 
do serviço. 
Por sua vez, o princípio da continuidade (ou permanência) proíbe, 
como regra, a interrupção da prestação dos serviços pelas 
delegatárias. 
Não obstante, os serviços podem ser interrompidos por questões 
de segurança ou em razão do inadimplemento das tarifas, desde 
que seja efetivado o aviso prévio e observado o interesse da 
coletividade. 
 
II. A concessão de serviços públicos 
A concessão de serviço público corresponde à delegação de sua 
prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na 
 
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modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de 
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por 
sua conta e risco e por prazo determinado. É possível a concessão 
de serviço público precedida da execução de obra pública, 
consistente na construção, total ou parcial, conservação, reforma, 
ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse 
público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na 
modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de 
empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua 
conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja 
remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da 
obra por prazo determinado. 
Em suma, as concessões de serviços públicos configuram contratos 
administrativos firmados com prazo certo através de licitação por 
meio de concorrência com pessoas jurídicas ou consórcios de 
pessoas jurídicas para prestação de serviços públicos em seu 
próprio nome, por sua conta e risco. 
 
1. POLÍTICA TARIFÁRIA 
• As concessões comuns são marcadas pelo fato de que a remuneração do 
concessionário é feita através do recebimento das tarifas pagas pelos 
usuários, observado o princípio da modicidade e preservada pelas regras 
de reajuste e revisão previstas na lei, no edital e no contrato administrativo 
de concessão. 
•Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de 
manter-se o equilíbrio econômico-financeiro, inclusive envolvendo a teoria 
da imprevisão, como, por exemplo, as hipóteses de fato do príncipe, uma 
vez que, ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou 
extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação 
da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da 
tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. 
 
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• Haverá direito à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro também 
nas hipóteses de caso fortuito, força maior, áleas administrativas, áleas 
extraordinárias e fatos imprevisíveis, na forma como estudada no capítulo 
relativo a contratos administrativos. 
• Admite-se o recebimento, em favor da concessionária, de outras fontes 
provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de 
projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a 
modicidade das tarifas, as quais serão obrigatoriamente consideradas para 
a aferição do inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato, a exemplo 
de receitas provenientes da locação de espaços para lojas, lanchonetes e 
estacionamentos, bem como espaços publicitários. 
• É possível, no processo de licitação, a inversão da ordem das fases de 
habilitação e julgamento na concorrência, hipótese em que encerrada a 
fase de classificação das propostas ou o oferecimento de lances, será 
aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais 
bem classificado, para verificação do atendimento das condições fixadas 
no edital. 
• Por sua vez, o contrato de concessão poderá prever o emprego de 
mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou 
relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem. 
• Conforme estudado no capítulo próprio, os concessionários respondem 
objetiva e diretamente pelos prejuízos causados durante a execução dos 
serviços (a usuários ou terceiros, não usuários dos serviços públicos), 
sendo apenas subsidiária a responsabilidade do Estado. 
 
2. DA INTERVENÇÃO NA CONCESSÃO 
• A fim de averiguar o atendimento dos princípios pertinentes à prestação 
do serviço adequado, poderá, o poder concedente, intervir na concessão. 
• A intervenção é realizada mediante decreto, que indicará a designação do 
interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida. 
 
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• No prazo de trinta dias após o decreto, cabe ao poder concedente 
instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas 
determinantes da medida e apurar responsabilidades, dentro de até cento 
em oitenta dias, sob pena de considerar-se inválida a intervenção, 
assegurado ao concessionário o direito de ampla defesa. 
• Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão (mediante 
caducidade), a administração do serviço será devolvida à concessionária, 
precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos 
atos praticados durante a sua gestão. 
 
3. DAS MODALIDADES DE EXTINÇÃO DA CONCESSÃO E DA REVERSÃO 
• São modalidades de extinção do contrato de concessão: o advento do 
termo (prazo) contratual, anulação, falência ou extinção da empresa, 
encampação, caducidade, rescisão. 
• O advento do termo contratual é causa de extinção do contrato de 
concessão. 
• A anulação ocorre quando constatada alguma nulidade no contrato. 
• A falência ou extinção da empresa concessionária igualmente são causas 
de extinção do contrato de concessão, que, como os demais contratos 
administrativos, tem natureza intuito personae. 
• A encampação corresponde à extinção do contrato de concessão por 
motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após 
prévio pagamento da indenização. 
• A caducidade, a seu turno, corresponde à extinção do contrato quando 
constatada a inexecução total ou parcial, ou seja, por culpa do contratado. 
• A rescisão, por sua vez, ocorre quando a culpa é do poder concedente, e 
se realiza mediante ação judicial. Nessa situação, os serviços prestados 
pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a 
decisão judicial transitada em julgado. 
 
 
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• Em qualquer hipótese de extinção da concessão, haverá a reversão ao 
poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios 
transferidos ao concessionário, mediante pagamento de indenização, 
salvo quanto às parcelas já amortizadas. 
 
4. PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS 
• Além da concessão comum, isto é, aquela que não envolve 
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado, 
coexistem no direito brasileiro duas outras espécies de concessão que 
configuram parcerias público-privadas são modalidades de contrato de 
concessão, dividindo-se em concessão patrocinada e a concessão 
administrativa. 
 
4.1. Concessão Patrocinada: Configura a concessão de serviços 
públicos ou de obras públicas de quando envolve, adicionalmente à 
tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro 
público ao parceiro privado. 
 
4.2. Concessão Administrativa: Corresponde ao contrato de 
prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária 
direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou 
fornecimento e instalação de bens. 
 
• Aplicam-se às parcerias público-privadas as regras relativas à concessão 
comum, acima estudadas, além de outras condições específicas. Destarte, 
é legalmente vedada a celebração de contrato de parceria público-privada 
cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de 
reais) ou cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) ou 
superior a 35 (trinta e cinco) anos. 
 
 
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• Considerando a necessidade de prestação de serviços, igualmente é 
defeso a contratação de parceria público-privada que tenha como objeto 
único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de 
equipamentos ou a execução de obra pública. 
• Importante previsão relativa às PPP’s envolve o direito ao equilíbrio 
econômico-financeiro à luz da teoria da imprevisão. Isto porque, a lei de 
PPP’s prevê a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes 
a caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica 
extraordinária. Ou seja, os prejuízos decorrentes desses fatores serão 
suportados, meio a meio, pelas partes contratantes: poder concedente e 
concessionário. 
• Naturalmente que os prejuízos decorrentes de fato da administração 
(inexecução contratual) são suportados unicamente pelo poder 
concedente. 
 
5. DA SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO 
• Antes da celebração do contrato de concessão, deverá ser constituída 
sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto 
da parceria. 
• Essa entidade poderá assumir a forma de companhia aberta, com valores 
mobiliários admitidos a negociação no mercado, e deverá obedecer a 
padrões de governança corporativa e adotar contabilidade e 
demonstrações financeiras padronizadas, conforme regulamento, não 
podendo ter como titular da maioria do capital votante das sociedades a 
Administração Pública, salvo quanto à eventual aquisição da maioria do 
capital votante da sociedade de propósito específico por instituição 
financeira controlada pelo Poder Público em caso de inadimplemento de 
contratos de financiamento. 
 
 
 
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6. PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
• Conforme conceito legalmente inserto na Lei 8.987/95, a permissão de 
serviço público corresponde à modalidade de delegação, a título precário, 
mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder 
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu 
desempenho, por sua conta e risco, sendo formalizada mediantecontrato 
de adesão, revogável unilateralmente pelo poder concedente. 
• Vê-se que, diferentemente do que ocorre quanto às concessões, a 
permissão pode ser outorgada à pessoa física. 
 
 
QUESTÕES: 
1. No que se refere aos serviços públicos, julgue o item abaixo. 
Os serviços públicos uti singuli são aqueles prestados à coletividade, que têm por 
finalidade a satisfação indireta das necessidades dos cidadãos, tais como os 
serviços de iluminação pública e de saneamento. 
( ) CERTO( ) ERRADO 
 
2. Sobre Serviços Públicos analise as assertivas a seguir: 
I. Por ser incumbência do Poder Público, a prestação dos serviços públicos deve 
sempre, ser diretamente por ele executada. 
II. A concessão de serviço público é uma relação jurídica alterável unilateralmente 
pela Administração Pública. 
III. O equilíbrio econômico-financeiro é direito do concessionário de serviço 
público, devendo por isso ser restabelecido se afetado por alteração unilateral do 
contrato. 
IV. A encampação é forma de extinção contratual, pela qual o poder concedente 
retoma o serviço durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, 
mediante lei específica e prévio pagamento de indenização. 
a) Apenas I, III e IV são corretas. 
 
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b) Apenas II, III e IV são corretas. 
c) Somente II e IV são corretas. 
d) Todas são corretas . 
e) Todas são incorretas. 
 
3. Quanto aos serviços públicos e à administração pública, julgue o item seguinte. 
A autorização de serviço público constitui contrato administrativo pelo qual o 
poder público delega a execução de um serviço de sua titularidade a determinado 
particular, para que o execute em seu próprio nome, por sua conta e risco, 
predominantemente em benefício próprio, razão pela qual não depende de 
licitação e, quando revogado pela administração pública, gera, para o 
autorizatário, o direito à correspondente indenização. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
4. Nos termos do que prevê a Lei Federal no 8.987/95, a concessão de serviços 
públicos extingue-se por diversas formas, sendo correto afirmar, neste tema, que 
a: 
a) falência do concessionário acarreta a extinção da concessão e, como 
consequência, a reversão ao poder concedente dos bens aplicados ao 
serviço objeto do contrato. 
b) encampação da concessão é implementada por meio da edição de 
decreto e tem lugar quando se verifica a inadimplência do concessionário. 
c) caducidade enseja a rescisão da concessão pela expiração do prazo 
fixado no contrato. 
d) anulação da concessão tem lugar somente quando o concessionário 
pratica infração contratual que também configure violação de dispositivo 
normativo, eivando a relação de vício de ilegalidade. 
e) reversão da concessão enseja o retorno ao poder concedente dos bens 
afetos ao serviço público somente nos casos em que tiver havido 
inadimplência do concessionário. 
 
 
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5. Em relação aos Serviços Públicos, é INCORRETO afirmar: 
a) O contrato de concessão pela chamada parceria público-privada deve 
ser precedido de licitação, na modalidade concorrência, sendo 
imprescindível consulta pública e autorização legislativa quando se tratar 
da hipótese de concessão patrocinada, por prazo superior a 35 anos. 
b) A conservação de praças, jardins e canteiros de avenidas, em troca de 
publicidade local da pessoa jurídica prestadora dos respectivos serviços, 
enquadra-se na chamada autorização de serviços públicos, dispensada 
licitação e autorização legislativa. 
c) A permissão tem caráter precário, mediante contrato de adesão tanto 
com pessoas jurídicas quanto físicas, admitindo qualquer modalidade de 
licitação. 
d) A instituição de um órgão gestor e a criação de um fundo Garantidor 
de Parcerias Público-Privadas são essenciais para as parcerias público-
privadas em que a União figurar como parceira. 
e) A concessão de serviço público exige autorização legislativa, licitação 
exclusivamente pela modalidade concorrência, formalização de contrato e 
prazo determinado, abrangendo somente pessoas jurídicas ou consórcio 
de empresas. 
 
6. É indevida a utilização de tutela possessória por concessionário de serviço 
público com a finalidade de tentar assegurar o direito que acredita possuir sobre 
o serviço de utilidade pública a ele confiado pelo poder público, pois tal direito 
não configura direito possessório. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
7. A autorização de serviço público é ato unilateral da administração pública pelo 
qual se consente a um particular a prática de atividade individual incidente sobre 
um bem público, com caráter precário. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
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8. A discricionariedade ínsita aos atos de autorização de serviços públicos permite 
ao poder público avaliar a conveniência de eventual revogação do ato autorizado, 
não havendo, portanto, por parte do particular, qualquer direito subjetivo à 
continuidade da autorização. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
9. Em relação ao sentido de serviço público que se pode extrair do regime 
constitucional hoje vigente no Brasil, pode-se corretamente afirmar que é um 
sentido: 
a) unívoco, na medida em que a Constituição contém um rol expresso 
taxativo dos deveres do Estado, dizendo-os “serviços públicos”. 
b) mais restrito do que certas formulações doutrinárias, face à dicotomia 
constitucional estabelecida entre serviços públicos e atividades 
econômicas exploradas pelo Estado. 
c) amplo, posto que as atividades estatais em geral, como regra, 
comportam execução por delegação, mediante concessão ou permissão. 
d) restrito, vez que apenas pode ser considerado serviço público aquele 
prestado diretamente pelo Estado. 
e) restrito, vez que apenas pode ser considerado serviço público aquele 
prestado mediante concessão ou permissão. 
 
10. Se a empresa de transportes Viação Ligeirinho Ltda. venceu licitação para 
transportar passageiros entre estados, então esse serviço pode ser considerado 
serviço público, mesmo sendo explorado por sociedade privada. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
11. Quanto aos usuários, os serviços públicos podem ser gerais ou específicos 
(divisíveis, para alguns autores); o serviço de telefonia é um exemplo de serviço 
público divisível. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
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12. Considere que compete ao município determinado serviço público; então, 
caberá ao próprio município a regulamentação dele, mas, não obstante, 
competirá à União baixar normas gerais acerca da licitação para sua outorga a 
particular. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
13. Todos os serviços públicos são, juridicamente, prestados aos membros da 
coletividade em caráter facultativo. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
14. O requisito da generalidade do serviço público tem fundamento 
constitucional. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
15. A permissão de serviço público, formalizada mediante celebração de contrato 
de adesão entre o poder concedente e a pessoa física ou jurídica que demonstre 
capacidade para o seu desempenho, por sua conta e risco, tem como 
características a precariedade e a possibilidade de revogação unilateral do 
contrato pelo poder concedente. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
16. Os serviços de utilidade pública têm característica de essencialidade e 
necessidade para os membros da coletividade, sendo prestados de forma direta, 
pela administração pública, ou indireta, por meio de concessionários, 
permissionários ou autorizatários. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
17. A responsabilidade civil do Estado por conduta omissiva não exige 
caracterização da culpa estatal pelo não-cumprimento de dever legal, uma vez 
 
54 
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que a Constituição brasileira adota para a matéria a teoria da responsabilidade 
civil objetiva. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
18. Os servidores públicos de uma autarquia do Acre respondem objetivamente 
pelos danos que, no exercício de

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