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Curso de Direito Constitucional para Auditor de Controle Externo

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Aula 00 
Curso: Direito Constitucional 
Professor: Jonathas de Oliveira 
 
Curso: Direito Constitucional 
Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas 
Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00 
Prof. Jonathas de Oliveira 2 de 107 
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Caro amigo concurseiro, 
 
É com enorme prazer que inicio este curso aqui no Exponencial 
Concursos. Trata-se de um curso de Direito Constitucional de teoria, 
jurisprudência e questões comentadas para o cargo de Auditor de 
Controle Externo do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro 
(o qual abreviaremos ACE TCM RJ). 
Passemos às apresentações. 
Meu nome é Jonathas de Oliveira e minha história nos concursos se 
iniciou aos 23 anos, quando em 2012, sem maior pretensão, fui aprovado para 
um concurso de nível municipal em Armação de Búzios (RJ). Alguns meses 
depois, dei início à minha preparação, focado desde o começo para a área 
fiscal. 
No início de 2013, fui aprovado para Analista de Fazenda da Secretaria 
de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro e, em outubro daquele ano, para 
Auditor Fiscal da Receita do Estado do Espírito Santo, em 3º lugar, 
cargo que exerço atualmente, atuando como subgerente na gerência 
responsável pelo julgamento de processos administrativos fiscais. 
Ao longo dos meus 11 meses de estudo como concurseiro e com mais 
de 4 anos de atuação como professor para concursos, pude travar contato 
com diferentes materiais e metodologias e constatar a dificuldade que os 
candidatos – com as mais diversas formações – ao almejado cargo na 
administração pública encontram para conciliar, resumir e esquematizar 
conteúdos vastos e muitas vezes demasiadamente prolixos. 
É nesse sentido que a formatação deste curso visa a ser não apenas um 
instrumento de transmissão de informações com eficiência, eficácia e 
efetividade, mas também uma ferramenta metodológica ao amigo e à amiga 
concurseiros, contribuindo para que o estudo para concursos públicos seja 
feito com a maior praticidade possível, obtendo os melhores 
resultados, sem desperdício de tempo. 
O curso apresenta aproximadamente 200 mapas mentais 
(esquematizações, quadros e diagramas), a fim de estimular a fixação, 
assim como cerca de 600 questões comentadas, optando-se por aquelas 
que melhor representam o estilo das principais bancas no mundo dos 
concursos (FGV, FCC, CESPE, ESAF, VUNESP, dentre outras), tanto em relação 
à forma, quanto ao conteúdo. 
 
Ainda não temos uma definição da banca organizadora. Todavia, em 
todas as provas para a área de controle nossa matéria é bastante cobrada. 
APRESENTAÇÃO 
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Obviamente, tão logo tenhamos uma definição da banca e o edital 
esteja na praça, procederemos aos ajustes necessários para que os estudos 
sejam ainda mais direcionados e otimizados. 
 
 
O último concurso de Auditor de Controle Externo do TCM RJ ocorreu 
em 2010, organizado pela prefeitura do Rio de Janeiro. Na época, foram 
oferecidas 19 vagas, sendo os candidatos avaliados por meio de prova 
objetiva, estruturada como segue. 
 
ETAPA CONTEÚDO Nº DE 
QUESTÕES 
PONTOS 
POR 
QUESTÃO 
TOTAL DE 
PONTOS 
POR 
CONTEÚDO 
PONTUAÇÃO 
MÍNIMA 
EXIGIDA 
POR 
CONTEÚDO 
MÍNIMO 
NO 
TOTAL 
DA 
PROVA 
 
 
1ª 
 
Língua 
Portuguesa 
20 2 40 8 
 
 
 
84 
Auditoria 10 2 20 4 
Contabilidade 
Geral 
10 2 20 4 
Contabilidade 
Pública 
10 2 20 4 
Matemática 
Financeira 
10 2 20 4 
Raciocínio 
Lógico 
10 2 20 4 
TOTAL 70 140 
 
 
2ª 
Direito 
Administrativo 
20 2 40 8 
 
 
 
84 
Direito 
Constitucional 
15 2 30 6 
Direito 
Financeiro 
15 2 30 6 
Noções de 
Informática 
05 2 10 2 
Instrumentos 
de Controle 
Externo 
10 2 20 4 
Ética do 
Servidor na 
Administração 
Pública 
05 2 10 2 
TOTAL 70 140 
Histórico e análise das provas 
Direito Constitucional 
 
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Amigos, torna-se de fundamental importância assegurar o maior 
número de pontos possíveis nas chamadas “disciplinas-núcleo” dos concursos. 
A disciplina Direito Constitucional é um verdadeiro “pilar” que não 
podem ser negligenciado. É dela e das demais disciplinas-chave que o 
candidato vai extrair a maior parte dos pontos que blindarão sua eliminação e 
o manterão na zona de competitividade. 
 
 Pois bem. E qual o conteúdo programático? 
 Vamos nos programar com base no último edital para o cargo: 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
1. Constituição: conceito, origens, conteúdo, estrutura e classificação. 
Supremacia da Constituição. Interpretação, Eficácia e Aplicabilidade das 
Normas Constitucionais. Princípios Constitucionais. Controle da 
Constitucionalidade das Leis. Normas Constitucionais e Inconstitucionais. 2. 
Ação Direta de Declaração de Inconstitucionalidade. Ação Direta de 
Constitucionalidade. 3. Poder Constituinte Originário e Derivado. 
4.Organização do Estado Brasileiro; divisão espacial do poder; Estado Federal; 
União; Estados Federados; Distrito Federal; Municípios; intervenção federal e 
estadual; repartição de competências. Constituição do Estado do Rio de 
Janeiro e Lei Orgânica do município do Rio de Janeiro. 5. Poder Legislativo. 
Estrutura. Funcionamento. Atribuições. Processo Legislativo. Espécies 
normativas. Garantias dos Parlamentares. Fiscalização Contábil, Financeira e 
Orçamentária. O TCU na Constituição. 6. Poder Executivo. Presidente e Vice-
Presidente da República. Atribuições e Responsabilidades. Poder Regulamentar 
e Medidas Provisórias. 7. Poder Judiciário. Garantias. Jurisdição. Estrutura. 
Órgãos e Competência. Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de 
Justiça, Tribunais Regionais Federais; Juízes Federais; garantias da 
magistratura. 8. Funções essenciais à Justiça. 9. Ministério Público da União. 
Natureza. Função. Autonomia. Atribuições e Vedações Constitucionais de seus 
Membros. A Advocacia Pública. 10. Da Tributação e do Orçamento; Princípios 
básicos da Tributação e limitações ao Poder de Tributar. 11. Direitos e 
Garantias Fundamentais. Direitos e Deveres Individuais Difusos e Coletivos. 
Direitos Sociais. 12. Garantias Constitucionais. Garantias Constitucionais 
Individuais. Garantias dos Direitos Coletivos, Sociais e Políticos. Remédios 
Constitucionais. 13. Ordem Econômica e Financeira. Atividade Econômica do 
Estado. Princípios das Atividades Econômicas, Propriedades da Ordem 
Econômica. Sistema Financeiro Nacional. 14. Ordem social. 15. Da seguridade 
social. 16. Princípios constitucionais da seguridade social. 
 
Por prudência, e para facilitar a organização e contextualização dos 
estudos, nenhum ponto será negligenciado nas nossas aulas. 
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Aula Tópico 
00 Introdução ao Direito Constitucional. O Direito Constitucional e os 
demais ramos do Direito. Estrutura da Constituição Federal de 1988. 
Teoria geral do Estado. Os poderes do Estado e as respectivas 
funções. Análise do princípio hierárquico das normas. Supremacia da 
Constituição. Princípios constitucionais. Constitucionalismo e 
Neoconstitucionalismo. Teoria geral da Constituição: conceito,
origens, conteúdo, estrutura e classificação. Supremacia da 
Constituição. Tipos de Constituição. Interpretação constitucional. 
Poder constituinte. 
01 Controle de Constitucionalidade. Controle judiciário difuso e 
concentrado. Ação Direta de Inconstitucionalidade (genérica e por 
omissão), Ação Declaratória de Constitucionalidade e Arguição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental. Controle concentrado nos 
Estados e DF. 
02 Aplicabilidade das normas constitucionais. Princípios fundamentais. 
Direitos e deveres individuais e coletivos. O direito de petição. O 
habeas corpus. O mandado de segurança (individual e coletivo). O 
mandado de injunção. O habeas data. A ação popular. A ação civil 
pública. 
03 Direitos sociais. Nacionalidade. Direitos políticos. Partidos políticos. 
04 Organização político-administrativa do Estado. Repartição de 
competências. Outros aspectos: Estados federados, Municípios, 
Distrito Federal e Territórios. Intervenção federal e estadual. 
05 Administração pública. Disposições gerais. Servidores públicos. 
06 Poder Legislativo. Congresso Nacional, Câmara dos Deputados e 
Senado Federal. Processo Legislativo. A fiscalização contábil, 
financeira e orçamentária. 
07 Poder Executivo. Presidente e Vice-Presidente. Ministros de Estado. 
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. 
08 Poder Judiciário. Supremo Tribunal Federal. Súmulas vinculantes. 
Conselho Nacional de Justiça. Superior Tribunal de Justiça. Tribunais 
Regionais Federais e Juízes Federais. Tribunais e Juízes do Trabalho. 
Tribunais e Juízes Eleitorais. Tribunais e Juízes Militares. Tribunais e 
Juízes dos Estados. 
09 Funções essenciais à Justiça. Ministério Público. Advocacia Pública. 
Advocacia. Defensoria Pública. 
10 Sistema Tributário Nacional. Das limitações do poder de tributar. 
Impostos da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Repartição de Receitas Tributárias. 
11 Finanças Públicas e Orçamento. Princípios gerais da atividade 
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econômica. 
12 Ordem social. Seguridade social e outros temas. 
13 Constituição do Estado do Rio de Janeiro. 
14 Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro. 
 
* Confira o cronograma de liberação das aulas na página do curso no nosso site. 
 
Pois bem, guerreiros e guerreiras... 
Seguindo a estrutura acima, poderemos explorar, com o devido 
aprofundamento, todos os principais pontos da disciplina. 
Mãos à obra! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
1- Introdução ao Direito Constitucional ............................................... 9 
2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito .................. 12 
3- Estrutura da Constituição Federal de 1988 .................................... 14 
4 - Teoria geral do Estado. Os poderes do Estado e as respectivas 
funções. ............................................................................................. 18 
4.1- Conceito e elementos de Estado ...................................................... 18 
4.2- Poderes e funções do Estado ........................................................... 19 
4.3- Formação e formas do Estado .......................................................... 23 
4.4- Formas, sistemas e regimes de governo ........................................... 26 
5- Princípios do Estado Democrático de Direito e análise do princípio 
hierárquico das normas ..................................................................... 31 
5.1- Princípios e regras .......................................................................... 31 
5.2- Princípios do Estado Democrático de Direito na doutrina ..................... 34 
6- Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo ................................. 35 
7- Conceitos de Constituição .............................................................. 39 
8- Conteúdo: regras materialmente constitucionais e formalmente 
constitucionais .................................................................................. 41 
9- Tipos de Constituição .................................................................... 42 
9.1- Quanto à Origem ........................................................................... 43 
9.2- Quanto à Forma ............................................................................. 44 
9.3- Quanto à Extensão ......................................................................... 44 
9.4- Quanto ao Conteúdo ...................................................................... 45 
9.5- Quanto ao Modo de Elaboração ........................................................ 45 
9.6- Quanto à Alterabilidade .................................................................. 45 
9.7- Quanto à Dogmática ....................................................................... 46 
9.8- Quanto à Correspondência com a Realidade (ontologia) ...................... 46 
9.9- Quanto ao Sistema ......................................................................... 46 
Aula 00 – Introdução ao Direito Constitucional. O Direito 
Constitucional e os demais ramos do Direito. Estrutura da 
Constituição Federal de 1988. Conceitos de teoria geral do Estado e 
os Poderes do Estado. Análise do princípio hierárquico das normas. 
Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo. Teoria geral da 
Constituição: conceito, origens, conteúdo, estrutura e classificação. 
Supremacia da Constituição. Tipos de Constituição. Interpretação 
constitucional. Poder constituinte. 
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9.10- Quanto à Origem de sua decretação ............................................... 46 
9.11- Quanto à Finalidade ...................................................................... 47 
9.12- Resumo da Constituição Federal de 1988 ........................................ 47 
10- Interpretação constitucional ....................................................... 50 
10.1- Métodos de interpretação constitucional .......................................... 51 
10.2- Princípios de interpretação constitucional ........................................ 53 
10.3- Princípio da interpretação das leis em conformidade com a Constituição
 .......................................................................................................... 55 
11- Poder constituinte: emenda, reforma e revisão constitucional .... 59 
11.1- Poder constituinte originário .......................................................... 60 
11.2- Poder constituinte derivado ........................................................... 66 
11.2.1 - Poder constituinte derivado revisor ............................................. 67 
11.2.2 - Poder constituinte derivado reformador ....................................... 67 
11.2.3 - Poder constituinte derivado decorrente ....................................... 68 
11.3- Poder constituinte difuso ............................................................... 70 
12- Questões Comentadas ................................................................. 72 
13- Lista de Exercícios ....................................................................... 85 
14- Gabarito
.................................................................................... 106 
15- Referencial Bibliográfico ............................................................ 107 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Conforme anota o grande jurista José Afonso da Silva, o Direito é um 
sistema normativo, do qual extraímos normas (regras e princípios) 
imperativas de conduta. 
De modo geral, um sistema representa um conjunto dotado de uma 
estrutura e organização determinados, que atende a algumas características 
básicas, quais sejam: pluralidade de elementos, interação entre os 
elementos e a harmonia entre os elementos. 
Nosso ordenamento jurídico-normativo, portanto, representa um 
sistema cujos elementos são as normas jurídicas. 
 
Este sistema, por seu turno, é composto de unidades estruturais 
(ramos) organicamente dispostas. 
 A doutrina majoritária compreende que a subdivisão da ciência jurídica 
reveste-se de importância prática para seu ordenamento e estudo. Porém, em 
última análise, o Direito é uno. 
 Assim é que, o Direito Administrativo, o Direito Tributário, o Direito 
Financeiro, dentre outros ramos do denominado direito público, muito embora 
apresentem especificidades quando comparados aos ramos do dito direito 
privado – Civil e Empresarial, por exemplo –, abrigam-se sob um mesmo 
arranjo lógico-normativo: “O” Direito. 
 
 E o que é o Direito Constitucional? 
 Direito Constitucional é o ramo do direito público que tem por 
objeto a Constituição dos Estados nacionais. 
 No momento oportuno, apresentaremos os diferentes sentidos e 
tipologias que a palavra “Constituição” pode assumir. No entanto, em sentido 
jurídico – aquele a que devemos dar mais atenção – a Constituição é o 
fundamento de validade normativa dos Estados nacionais. É a lei 
máxima do Estado. 
 No plano jurídico-positivo (o Direito produzido pelo Estado, que rege 
nosso dia a dia), a nossa Constituição Federal de 1988, situa-se no topo da 
pirâmide normativa. Essa pirâmide é um recurso visual consagrado com base 
na teoria normativista de Hans Kelsen e que traduz o princípio da 
supremacia da Constituição. Em última instância, é à Constituição que todo 
o agir público se reporta, numa relação de verticalidade hierárquica. 
As normas de um ordenamento não estão todas em um mesmo 
plano/hierarquia. Há normas superiores e inferiores, sendo que as normas 
inferiores devem observância às superiores. 
1- Introdução ao Direito Constitucional 
 
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 Um exemplo. A CF/88 atribui competência exclusiva à União para a 
instituição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Pois bem, todos 
os atos subsequentes em relação ao IPI não podem afrontar, ativa ou 
omissivamente, as diretrizes e limites dispostos pela Constituição, sob pena de 
incorrerem em inconstitucionalidade. A Constituição é suprema! 
Assim, não poderia lei municipal instituir o tributo. Tampouco poderia 
norma federal infralegal (hierarquicamente, “abaixo das leis”) estabelecer a 
cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias aos seus 
dispositivos (o que exige lei em sentido estrito, conforme dispõe o Código 
Tributário Nacional, recepcionado em sua quase totalidade pela CF/88, com 
status de lei complementar). 
 
Perceba-se que todo o corpo legislativo (e o agir público é vinculado à 
existência de lei prévia que o autorize) extrai seu fundamento de validade da 
Lei Maior, a Constituição Federal. Visualizando a conexão entre os dois 
extremos, teríamos, portanto, a seguinte relação de hierarquia: 
 
 
* A norma hipotética fundamental não é positivada, mas sim pressuposta. É 
uma premissa jurídica e o referencial de produção das normas do 
ordenamento jurídico, uma espécie de consciência jurídica (ou ânimo jurídico) 
que por ele perpassa. 
 
 
 Ao longo do nosso curso estudaremos cada ponto acima. 
Norma Hipotética Fundamental*
Constituição Federal de 1988 (normas 
originárias)
Constituição Federal de 1988 (emendas) e 
tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos aprovados na forma do 
art. 5º, §3º
Outros tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos 
(status supralegal)
Leis complementares, leis ordinárias, leis 
delegadas, medidas provisórias, decretos 
legislativos, resoluções, tratados e 
convenções internacionais gerais, decretos 
autônomos (status legal)
Normas infralegais (decretos 
regulamentares, portarias, ordens de 
serviço, instruções normativas e outras)
*É a ideia lógica 
que sustenta o 
plano jurídico-
positivo 
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1- (CESPE / STJ – Conhecimentos Básicos / 2015) 
Julgue o item subsecutivo, acerca da República Federativa do Brasil. 
A Constituição é instituto multifuncional que engloba entre seus objetivos a 
limitação do poder e a conformação e legitimação da ordem política. 
Resolução: Correto. A Constituição é a lei máxima do Estado e tem como 
alguns de seus objetivos limitar os poderes do próprio Estado e dos 
particulares e estabelecer as diretrizes da ordem política. 
 
2- (FGV / Estágio Forense – MPE – RJ / 2014 / 
Adaptada) Julgue o item a seguir: 
O sistema jurídico brasileiro adota o princípio da supremacia constitucional. 
Segundo os juristas pátrios e, principalmente, a jurisprudência do STF, o 
referido princípio informa-nos que o intérprete deve ter em conta que as 
normas constitucionais encontram-se posicionadas no topo do ordenamento 
jurídico e configuram o fundamento de validade de todas as demais normas do 
sistema que estejam em posição hierárquica inferior. 
Resolução: Correto. O princípio da Supremacia da Constituição postula que a 
Lei Fundamental (Constituição) do Estado se encontra na parte mais elevada 
do ordenamento jurídico, de modo que nenhuma norma pode contrariar suas 
disposições normativas. Este princípio orienta toda interpretação da 
Constituição, lei fundamental do Estado, não pode ser contrariada por 
nenhuma outra norma. 
3- (FGV / Procurador do TCM – RJ / 2008 / 
Adaptada) Julgue o item que segue: 
É consequência da rigidez constitucional o princípio da Supremacia da 
Constituição. 
Resolução: Correto. Conforme veremos no nosso curso, nossa Constituição é 
do tipo rígida. A rigidez constitucional, exigindo um procedimento diferenciado 
para modificação da Constituição, consequentemente a posiciona num 
patamar de superioridade hierárquica em relação às demais leis e atos 
normativos do ordenamento (a rigidez posiciona a Constituição Federal no 
topo da pirâmide do ordenamento jurídico), ou seja, faz com que a CF/88 
funcione como fundamento de validade de todas as demais normas. 
 
 
 
 
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A esquematização didática do Direito, assim como tudo o mais 
nesta ciência, não é unânime entre os autores. De todo modo, numa 
abordagem pragmática, podemos propor as seguintes especializações:
Não é necessário memorizar o diagrama acima. Vamos focar na 
compreensão! 
 
O Direito Constitucional é, portanto, ramo do direito público. As 
diferenças fundamentais entre o direito público e o direito privado podem ser 
sintetizadas da seguinte forma: 
DIREITO
Direito Público
Direito Público
Interno
D. Constitucional
D. Administrativo
D. Tributário
D. Financeiro
D. Econômico
D. Processual
D. Penal
D. Urbanístico
Direito Público 
Externo
Direito 
Internacional 
Público
Direito 
Difuso/Social
D. do Trabalho
D. Ambiental
D. Previdenciário
Direito Privado
D. Civil
D. Empresarial
D. Internacional
Privado
2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito 
 
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Alguns autores, como Pedro Lenza (2012), chamam a atenção para a 
progressiva superação da supracitada dicotomia Direito Público vs Direito 
Privado. 
 Fato é que, no atual Estado Democrático de Direito em que vivemos, 
observa-se uma tendência de supremacia dos direitos fundamentais 
sobre os direitos particulares estruturados pelo Direito Privado, 
notadamente pelo Direito Civil. 
 
Por exemplo, hoje o Código Civil sofre um processo de descodificação 
tendo como contrapartida a criação de microssistemas (como o Estatuto da 
Criança e do Adolescente, o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto do 
Idoso, dentre outros). Estes, por sua vez, extraem seu fundamento de 
validade diretamente dos direitos fundamentais expressos na Constituição. 
 Assim, mesmo as relações entre particulares, tradicionalmente regidas 
pelo Direito Privado (como aquelas delineadas no Código Civil) e pela 
supremacia do interesse dos particulares, não estão isentas da força 
normativa dos direitos fundamentais assegurados pela Carta Magna. 
 
 Voltaremos a abordar este aspecto ao estudarmos o 
Neoconstitucionalismo. 
DIREITO PÚBLICO
• Supremacia do interesse
público sobre o privado
• Eficácia vertical: a produção de
efeitos se dá no sentido Estado
x Particular
• Indisponibilidade do
interesse público (não há
vontade livre do administrador,
este deve sempre agir em prol
do bem comum)
• Normatização (relações
jurídicas regidas por normas
dotadas de generalidade e
abstração)
DIREITO PRIVADO
• Equivalência dos interesses
privados
• Eficácia horizontal: a produção
de efeitos se dá no sentido
Particular x Particular
• Disponibilidade do interesse
privado (autonomia de vontade;
os particulares, desde que
respeitada a legalidade, são
livres em seu agir)
• Contratualização (relações
jurídicas regidas,
fundamentalmente, por contratos
estabelecidos entre as partes)
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 A Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988, 
compreende um preâmbulo, nove títulos (divididos em capítulos, seções e 
subseções), além do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). 
 
Desde sua promulgação, a CF/88 já sofreu dezenas de reformas em seu 
texto original, seja por meio de emendas constitucionais, seja mediante 
emendas de revisão constitucional. 
 
Esquematicamente, e desconsiderando as subdivisões dos Títulos, 
temos a seguinte anatomia constitucional: 
PREÂMBULO 
 
TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais (art. 1º a 4º) 
TÍTULO II– Dos Direitos e Garantias Fundamentais (art. 5º a 
17) 
TÍTULO III – Da Organização do Estado (art. 18 a 43) 
TÍTULO IV – Da Organização dos Poderes (art. 44 a 135) 
TÍTULO V – Da Defesa do Estado e das Instituições 
Democráticas (art. 136 a 144) 
TÍTULO VI – Da Tributação e Orçamento (art. 145 a 169) 
TÍTULO VII – Da Ordem Econômica e Financeira (art. 170 a 
192) 
TÍTULO VIII – Da Ordem Social (art. 193 a 232) 
TÍTULO IX – Das Disposições Constitucionais Gerais (art. 233 
a 250) 
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS 
TRANSITÓRIAS (art. 1º a 97) 
 
Vejamos o que dispõe o preâmbulo constitucional: 
 
PREÂMBULO 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional 
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o 
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de 
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia 
3- Estrutura da Constituição Federal de 1988 
 
Natureza 
político-
ideológica 
 
N
a
tu
re
z
a
 j
u
rí
d
ic
a
 
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social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução 
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
 
 São três as posições apontadas pela doutrina em relação ao preâmbulo, 
vejamos: a) tese da irrelevância jurídica: o preâmbulo está no âmbito da 
política e não possui relevância jurídica; b) tese da plena eficácia: o 
preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das demais normas constitucionais; 
c) tese da relevância jurídica indireta: o preâmbulo tem parte das 
características jurídicas da Constituição Federal, entretanto, não deve ser 
confundido com as demais normas jurídicas desta. 
O Supremo Tribunal Federal ao enfrentar a questão concluiu que o 
preâmbulo constitucional não se situa no âmbito do direito, mas no 
âmbito da política, transparecendo a ideologia do constituinte. Desta forma, o 
STF adotou, expressamente, a tese da irrelevância jurídica. 
Por exemplo, sendo instado a examinar se a invocação da “proteção de 
Deus” seria ou não norma de reprodução obrigatória pelas Constituições 
Estaduais (CE) e Leis Orgânicas (LO) do Distrito Federal e dos Municípios, o 
STF se manifestou contrário a um discutível caráter normativo do 
preâmbulo da CF/88 (ADI 2.076/AC). Ou seja, as CE e LO não precisam 
invocar a “proteção de Deus”. 
 
4- (FCC / Promotor do Ministério Público – CE / 
2011) A invocação à proteção de Deus, constante do Preâmbulo da 
Constituição da República vigente: 
a) é inconstitucional. 
b) é ilícita. 
c) não tem força normativa. 
d) não foi recepcionada pelo texto constitucional. 
e) é expressão de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais. 
Resolução: Alternativa C. Questão simples de uma temática já pacificada 
pelo STF, conforme exposto acima. 
5- (FGV / Estágio Forense MPE – RJ / 2014 / 
Adaptada) Julgue o item a seguir: 
O preâmbulo constitucional, dada a sua importância no quadro constitucional, 
possui superior hierarquia às normas constitucionais constantes do corpo 
permanente da Constituição da República Brasileira. 
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Resolução: Errado. Conforme já se posicionou o STF, o preâmbulo da 
Constituição não possui natureza jurídico-normativa, mas político-ideológica. 
 Além do preâmbulo e das normas gerais da Constituição (Título I a IX), 
temos o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. 
 O ADCT contém normas jurídicas, em grande parte, efêmeras, 
temporárias, que possibilitaram a passagem da ordem
constitucional anterior 
para a atual. 
Sua função central, pois, é harmonizar as pendências da ordem anterior 
com a nova ordem. 
Nesse sentido, válido dizer que suas normas possuem o mesmo grau de 
positividade jurídica das normas centrais da Constituição. A natureza jurídica é 
a mesma. Não por outro motivo, o ADCT pode inclusive estabelecer exceções 
às normas centrais da CF/88. 
 
 
As normas da CF/88 dispostas no ADCT são suscetíveis de ser 
revogadas ou emendadas e se definem como normas formalmente 
constitucionais. Veja-se: 
O Ato das Disposições Transitórias, promulgado em 1988 pelo legislador 
constituinte, qualifica-se, juridicamente, como um estatuto de índole 
constitucional. A estrutura normativa que nele se acha consubstanciada 
ostenta, em consequência, a rigidez peculiar às regras inscritas no texto 
básico da Lei Fundamental da República. Disso decorre o 
reconhecimento de que inexistem, entre as normas inscritas no ADCT e 
os preceitos constantes da Carta Política, quaisquer desníveis ou 
desigualdades quanto à intensidade de sua eficácia ou à prevalência de 
sua autoridade. Situam-se, ambos, no mais elevado grau de 
positividade jurídica, impondo-se, no plano do ordenamento estatal, 
enquanto categorias normativas subordinantes, à observância 
compulsória de todos, especialmente dos órgãos que integram o 
aparelho de Estado. (RE 160.486, rel. min. Celso de Mello, julgamento 
em 11-10-1994, Primeira Turma, DJ de 9-6-1995.) 
 
Como observamos, o texto constitucional sofreu diversas alterações 
desde sua promulgação. Modificações estas, fruto dos poderes constituintes 
derivados de revisão (esgotado) e de reforma, conceitos a serem abordados. 
Além disso, embora não promova mudança físico-formal da Carta 
Magna, destaque-se o fenômeno da mutação constitucional, conferindo-lhe 
novos sentidos interpretativos. 
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Por fim, podemos analisar a Constituição sob mais um aspecto. 
Na lição de José Afonso da Silva, de acordo com sua finalidade e 
estrutura normativa, as normas constitucionais podem ser agrupadas em cinco 
categorias, ou elementos constitucionais. 
 
 
6- (FGV / Auditor Fiscal da Receita Estadual – RJ / 
2008) São elementos orgânicos da Constituição: 
a) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais. 
b) a divisão dos poderes e o sistema de governo. 
c) a tributação e o orçamento e os direitos sociais. 
d) as forças armadas e a nacionalidade. 
e) a segurança pública e a intervenção. 
Resolução: Alternativa B. Fácil, não é pessoal? Basta recordar que os 
elementos orgânicos são aqueles que compõem a regulação da organização e 
funcionamento do Estado. São aquelas dedicados mais intimamente à 
formação e operação do organismo institucional que é o Estado. 
E
L
E
M
E
N
T
O
S
 
C
O
N
S
T
I
T
U
C
I
O
N
A
I
S
Elementos 
orgânicos
Contidos nas normas que regulam a estrutura do Estado e 
dos Poderes e o sistema de governo. Na Constituição de 
1988, concentram-se nos Títulos III (Da Organização do 
Estado), IV (Da Organização dos Poderes e do Sistema de 
Governo), Capítulos II e III do Título V (Das Forças Armadas e 
da Segurança Pública) e VI (Da Tributação e do Orçamento)
Elementos 
limitativos
Contidos nas normas relativas aos direitos e garantias 
fundamentais: direitos e garantias individuais, direitos de 
nacionalidade, direitos políticos e democráticos. Concentram-se 
no Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), 
excetuando-se o Capítulo II (Direitos Sociais)
Elementos 
sócio-
ideológicos
Contidos nas normas que traduzem o compromisso de 
cunho intervencionista do Estado Social Democrático . 
Concentram-se no Capítulo II do Título II e nos Títulos VII (Da 
Ordem Econômica e Financeira) e VIII (Da Ordem Social)
Elementos de 
estabilização 
constitucional
Contidos nas normas destinadas a garantir a solução de 
conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do 
Estado e das instituições democráticas. Representam 
instrumentos de defesa do Estado e da paz social. Concentram-
se no art. 102, I, “a” (ação de inconstitucionalidade); arts. 34 a 
36 (Da Intervenção); arts. 59, I, e 60 (Processos de emendas à 
Constituição); arts. 102 e 103 (Jurisdição constitucional); Título 
V (Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, 
especialmente o Capítulo I, que trata do estado de defesa e do 
estado de sítio, uma vez que os Capítulos II e III do Título V 
tipificam-se como elementos orgânicos)
Elementos 
formais de 
aplicabilidade
Contidos nas normas que traduzem regras de aplicação da 
Constituição. Concentram-se no preâmbulo (embora este não 
tenha força normativa por si só), no ADCT e no art. 5º, § 1º, 
que estabelece que as normas definidoras dos direitos e 
garantias fundamentais têm aplicação imediata.
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7- (IBFC / Gestor de Transportes e Obras SEPLAG – 
MG / 2014) Considerando as categorias de elementos que definem o 
conteúdo das Constituições, pode-se afirmar que as disposições 
constitucionais transitórias são elementos: 
a) Limitativos. 
b) Socioideológicos. 
c) Orgânicos. 
d) Formais de aplicabilidade. 
Resolução: Alternativa D. O ADCT é uma parte das normas constitucionais, 
que contém regras de transição do regime constitucional anterior (1969) para 
o atual regime (1988), assim, se caracteriza como formal de aplicabilidade. 
 
 
 
 Vamos brevemente elucidar alguns conceitos que, vez ou outra as 
bancas colocam no nosso caminho. 
 
 
 Seguindo a lição de Cicco e Gonzaga (2008), podemos conceituar 
Estado como instituição organizada, política, social e juridicamente, a qual 
ocupa um território definido e é regida por uma lei maior, usualmente na 
forma de Constituição. Ademais, é dirigida por um governo soberano, 
reconhecido interna e externamente ao território e responsável pela 
organização e controle social, uma vez que detém a competência legítima do 
uso da força e da coerção. 
Destacam-se nessa definição três elementos: povo, território e 
governo. 
4 - Teoria geral do Estado. Os poderes do Estado e as respectivas 
funções. 
 
4.1- Conceito e elementos de Estado 
 
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8- (CESPE / Analista Técnico Administrativo do 
MPOG / 2015) A respeito das noções de Estado, governo e administração 
pública, julgue o item a seguir. 
Povo, território e governo compõem os três elementos constitutivos do 
conceito de Estado. 
Resolução: Correto. São, respectivamente, o componente humano do Estado, 
a base física do Estado e o elemento condutor do Estado 
Advirta-se que povo não é sinônimo de população. Povo é a parcela 
da população vinculada política e juridicamente ao Estado. Já no conceito de 
população se incluem também os estrangeiros e os apátridas (indivíduos que 
não têm nacionalidade). 
 
 
 
Alguns autores incluem ainda um quarto elemento, a finalidade, que 
seria, em termos gerais a promoção do bem comum. 
 
 
 Poder-se-ia questionar, quem detém originariamente o poder no Estado. 
Segundo a Constituição Federal, “todo o poder emana do povo” 
(CF/88, art. 1º, parágrafo único).
No entanto, tal poder é “dividido” (temos 
então, não mais um único poder, mas Poderes1) e manifestado por meio de 
diferentes funções, ou seja, “especializações” do agir do Estado. 
 
1 Para fins didáticos, entenda-se tal afirmação como integralmente correta. No 
entanto, em última análise, advirta-se que o poder político é uno. A dita separação 
de poderes nada mais é que uma abordagem de cunho funcional. 
Elementos do 
Estado
Povo Governo Território
4.2- Poderes e funções do Estado 
 
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 Na maior parte das democracias contemporâneas prepondera a teoria 
(abrandada) de Montesquieu, a denominada teoria da tripartição de 
Poderes, tipicamente identificados como Poder Executivo, Poder Legislativo e 
Poder Judiciário. 
 
É o caso brasileiro, como podemos extrair da Constituição (e aplicar por 
simetria aos demais entes subnacionais2): 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 
9- (ESAF / Analista de Finanças e Controle da CGU / 
Área de Auditoria e Fiscalização / 2006 / Adaptada) Sobre Teoria Geral 
da Constituição, Poderes do Estado e suas respectivas funções e Supremacia 
da Constituição, julgue o item a seguir. 
O poder político de um Estado é composto pelas funções legislativa, executiva 
e judicial e tem por características essenciais a unicidade, a indivisibilidade e a 
indelegabilidade. 
Resolução: Correto. Como vimos, além de ser uno, o poder político é 
imprescritível (não se extingue com o tempo) e é indelegável (mas sua 
titularidade não pode ser transmitida a quem não lhe é de direito). 
 
 No Brasil, o supracitado abrandamento é perfeitamente estabelecido, 
dentre outros fatores, uma vez que cada Poder incorpora, além de uma ou 
mais função típica, outras funções atípicas. 
Vejamos. 
 
Além da unicidade, são tidas como características do poder político a 
imprescritibilidade (a possibilidade de se exercê-lo não é extinta com o tempo) e a 
indelegabilidade (o exercício do poder é delegável a representantes, mas sua 
titularidade – o poder emana do povo – não). 
2A exceção parcial é o Judiciário. Inexiste organização de tal Poder por ente 
municipal. 
Poderes do Estado
Executivo Legislativo Judiciário
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Poder Funções típicas Funções atípicas 
 
 
Executivo 
1- Provimento 
direto de bens e 
serviços 
públicos, por 
meio da 
execução de atos 
de administração 
e de chefia de 
Estado e de 
governo 
- Legislar: por exemplo, na edição de 
medidas provisórias (art. 62) e leis 
delegadas (art. 68) 
- Julgar: por exemplo, instaurando, 
inquirindo e julgando processos 
administrativos disciplinares (em âmbito 
federal, lei 8.112/90, art. 151) 
 
 
 
Legislativo 
1- Elaboração de 
leis 
2 - Fiscalização 
contábil, 
financeira, 
orçamentária, 
operacional e 
patrimonial do 
Poder Executivo 
- Executar: por exemplo, ao dispor sobre 
sua organização, funcionamento, funções 
de serviços e criação de cargos (art. 51, 
IV e art. 52, XIII) 
- Julgar: por exemplo, a Câmara dos 
Deputados autoriza (art. 51, I) e o 
Senado Federal julga o Presidente e 
outros agentes políticos nos crimes de 
responsabilidade (art. 52, I) 
 
 
 
Judiciário 
 
1- Instituir a 
coisa julgada 
com base na 
aplicação da 
legislação 
- Executar: por exemplo, os tribunais 
organizam suas secretarias e serviços 
auxiliares, proveem cargos necessários à 
administração da Justiça, concedem 
férias, licenças e outros afastamentos a 
seus membros (art. 96, I) 
- Legislar: por exemplo, os tribunais 
elaboram seus regimentos internos (art. 
96, I, “a”). 
 
 Atente-se que o Poder Legislativo é o único que possui duas funções 
típicas, quais sejam, legislar e fiscalizar diretamente (sem necessidade de 
provocação) o Poder Executivo. 
 Além disso, outro fator nos permite visualizar que a tripartição de 
Poderes não é algo estanque. 
A nossa Constituição (assim como outras) estabelece mecanismos de 
freios e contrapesos (checks and balances), de controle recíproco entre os 
Poderes, de modo que há evidente interpenetração no agir do Estado, 
evitando a arbitrariedade e proporcionando maior equilíbrio a este. 
Deste modo, muito embora o art. 2º da Carta Maior assegure a 
independência dos Poderes, mais correto é compreender nosso Estado 
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como um sistema caracterizado pela interdependência dos Poderes. Um 
exemplo prático é a possibilidade de veto conferida ao Presidente da República 
nos processos legislativos que lhe são submetidos à deliberação (art. 66). 
 
10- (CESPE / Polícia Rodoviária Federal / 2013) No 
que se refere aos princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 
(CF) e à aplicabilidade das normas constitucionais, julgue o item a seguir. 
Decorre do princípio constitucional fundamental da independência e harmonia 
entre os poderes a impossibilidade de que um poder exerça função típica de 
outro, não podendo, por exemplo, o Poder Judiciário exercer a função 
administrativa. 
Resolução: Errado. A independência dos Poderes não se confunde com a 
completa segregação destes. Muito pelo contrário. No Brasil, a separação 
entre Executivo, Legislativo e Judiciário se dá de forma abrandada. Disso 
deriva a possibilidade de que, além de suas funções típicas, cada qual exerça 
funções atípicas correlatas aos demais. 
11- (FCC / Técnico Judiciário do TRE SP / Área 
Administrativa / 2012) O mecanismo pelo qual os Ministros do Supremo 
Tribunal Federal são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação 
da escolha pelo Senado Federal, decorre do princípio constitucional da: 
a) separação de poderes. 
b) soberania. 
c) cidadania. 
d) inafastabilidade do Poder Judiciário. 
e) solução pacífica dos conflitos. 
Resolução: Alternativa A. Perceba-se que o mecanismo de freios e 
contrapesos advém do princípio da separação de poderes expresso no art. 2º 
da CF/88. Os demais itens caracterizam princípios fundamentais, coordenando 
fundamentos (soberania e cidadania), princípios do Estado referentes a regras 
processuais (inafastabilidade do Poder Judiciário) e princípios nas relações em 
âmbito internacional (solução pacífica dos conflitos) e serão tratados 
posteriormente. 
12- (VUNESP / Analista Técnico Científico do MPE – 
SP / 2016) O artigo 16 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão 
diz que não há constituição em uma sociedade na qual a garantia dos direitos 
e a divisão dos poderes não estejam asseguradas. Dessa forma, a separação 
dos poderes é posta em prática na Inglaterra em 1688/89; nos Estados Unidos 
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e na França, desde os séculos XVII e XVIII, em resposta aos abusos da 
concentração de poderes nas mãos do soberano, típica
do absolutismo da 
Idade Moderna. A separação dos poderes enquanto técnica para a limitação do 
poder, no Brasil, está configurada a partir da Constituição Federal de 1988, 
em: 
a) Poder Ministerial, Poder Executivo e Poder Legislativo. 
b) Poder Executivo, Poder do Ministério Público, Poder da Advocacia Pública. 
c) Poder Executivo, Poder da Câmara dos Deputados e Poder do Senado 
Federal. 
d) Poder do Executivo Federal, Poder do Executivo Estadual e Poder do 
Executivo Municipal. 
e) Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. 
Resolução: Alternativa E. É a chamada tripartição de Poderes, esboçada 
originariamente por Montesquieu e incorporada pela nossa Constituição 
Federal (art. 2º). 
 
 
Não se pode confundir a existência de funções atípicas com o 
mecanismo de freios e contrapesos. 
A existência de funções atípicas implica num maior dinamismo da 
atuação de cada um dos três poderes, os quais exercem atribuições 
complementares às suas principais. Já o mecanismo de freios e 
contrapesos cuida diretamente da articulação dos poderes entre si em 
prol das finalidades do Estado. 
 
 
 
 Os Estados são centros de poder soberano3. 
Sumariamente, podem ser classificados, sob esse aspecto, em Estados 
simples – nos quais há apenas um centro, como o Brasil – e Estados 
compostos – nos quais há coexistência de centros, como a commonwealth. 
Aqui, a análise é focada nos Estados simples. 
 A formação de Estados se dá por basicamente três modos: 
 
3 Não confundir com centros de poder autônomos. Se se tratasse meramente de 
autonomia, não teríamos Estados, mas sim entes/unidades, como são, no caso 
brasileiro, a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. 
4.3- Formação e formas do Estado 
 
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Em concursos públicos (das mais diversas áreas), as questões 
quase sempre têm como ponto de partida o modelo secundário. 
 No que diz respeito à forma de Estado, encontramos dois modelos 
fundamentais, quais sejam: o Estado unitário e a Federação. 
 
 
O Estado unitário é caracterizado pela existência de uma única 
organização política nacional. Muito embora existam variedades mais 
flexíveis desse tipo, regra geral, não há aqui a existência de diferentes níveis 
de governo (federal, estadual, distrital, metropolitano, municipal, etc.). Ou 
seja, a organização político-administrativa não compreende esferas 
autônomas. 
 Por sua vez, a federação resulta do vínculo indissolúvel4 (vide art. 
1º da CF/88) entre unidades autônomas (porém, não soberanas). Essa 
organização político-administrativa compreende esferas de governo 
distintas e descentralizadas, dotadas de competências muitas vezes 
 
4 CF/88, art. 60 [...] § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a 
abolir: I - a forma federativa de Estado; [...] 
Formação de 
Estados 
(modos)
ORIGINÁRIO
Ocorre por meio da conjunção inédita 
dos elementos território, população e 
governo. Não se verifica na idade 
contemporânea.
Ex: Atenas
SECUNDÁRIO
Ocorre por meio da desagregação ou
agregação de Estados previamente 
constituídos.
Ex: Estados Unidos da América
DERIVADO
Se processa quando o novo Estado
surge mediante concessão de outro 
Estado. O estado concedente continha 
territorialmente o Estado derivado.
Ex: Israel
Formas de 
Estado
Estado unitário Federação
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exclusivas ou privativas, no entanto, normatizadas por uma mesma 
Constituição Federal. Trata-se do caso brasileiro. 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa 
do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. [...] 
 
 Por fim, cumpre destacar a existência de diferentes tipologias de 
federalismo, de acordo com a perspectiva assumida. Três grupos são de 
maior relevância: 
 
 
13- (CESPE / Administrador da SUFRAMA / 2014) 
Julgue o item a seguir, acerca da organização político-administrativa do 
Estado, da administração pública e dos servidores públicos. 
De acordo com a CF, as atribuições dos entes federativos são de tal modo 
separadas que caracterizam um federalismo dual, ou seja, cada ente da 
Federação brasileira tem competências distintas, não se podendo falar em 
cooperação entre eles. 
Resolução: Errado. Questão bastante simples. O Brasil é caracterizado por 
um modelo de repartição de competências entre os entes no qual, ao mesmo 
tempo em que se visualizam competências exclusivas e privativas, existe um 
leque de atribuições concorrentes e comuns que demandam expressamente 
Federalismo
Simétrico vs 
Assimétrico
Grau de 
compatibilidade 
econômica, política, 
social e cultural entre 
os entes federados.
Quanto mais 
homogêneos tais fatores 
se apresentam no 
território e entre a 
população, mais 
simétrico o federalismo. 
Cooperativo vs Dual
Configuração da 
repartição de 
competências entre os 
entes federados e sua 
articulação. 
Quanto mais rígida tal 
repartição, mais dual o 
federalismo. Por outro 
lado, havendo maior 
interpenetração de 
atribuições, por meio de 
competências 
concorrentes ou comuns, 
mais cooperativo será o 
federalismo.
Por agregação vs Por 
desagregação
Formação do Estado 
federado. 
No federalismo por 
agregação, Estados antes 
soberanos vinculam-se 
para formar um novo 
Estado indissolúvel. Os 
entes passam a ter 
autonomia. Já no 
federalismo por 
desagregação, um Estado 
antes unitário reconfigura 
sua estrutura político-
administrativa, tornando-a 
descentralizada.
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um esforço conjunto entre estes, pendente, pois, para um modelo 
cooperativo. 
14- (FCC / Notário e Registrador – TJ PE / Remoção 
/ 2013) Em relação à possibilidade de aplicação do conceito de federação 
assimétrica ao Brasil, é correto afirmar: 
a) A concepção inclui a ideia de simetria de fato entre os componentes da 
federação, como a criação de regiões de desenvolvimento. 
b) O conceito compreende a noção da simetria de direito para corrigir e 
compensar a estrutura da federação, v.g., a fixação de benefícios legais na 
área tributária. 
c) A diferença entre os entes federados no Brasil pode ocorrer tanto na área 
social, como na econômica. 
d) Os elementos da federação assimétrica não são aplicáveis à realidade 
nacional diante da determinação constitucional que a federação é indissolúvel, 
não há permissão a secessão. 
e) A assimetria somente pode ser transitória e pressupõe um tratamento 
desigual para corrigir desigualdades. 
Resolução: Alternativa C. É o conceito de federalismo assimétrico. A própria 
Constituição Federal reconhece a existência de discrepâncias entre as regiões. 
Não por acaso, estatui, por exemplo: 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: [...] III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais; [...] 
e 
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação 
em um mesmo
complexo geoeconômico e social, visando a seu 
desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. 
 
 
 Segundo Canotilho (1993), ao tratarmos das formas de governo, 
estamos analisando a lógica da estruturação jurídico-constitucional dos 
poderes, órgãos e agentes constitucionais de soberania. Abordamos 
uma questão de cunho institucional, em que se deseja saber como o Estado 
se organiza para a coordenação de Poderes e exercício de suas 
funções com vistas à consecução do bem comum. 
 O Estado contém o governo, porém o contrário não é verdadeiro. O 
governo é um dos elementos constitutivos do Estado e, enquanto governos 
são arranjos temporários, Estados são, em tese, estruturas permanentes. 
4.4- Formas, sistemas e regimes de governo 
 
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 A classificação mais comum é a que compreende como formas 
fundamentais a monarquia e a república. 
 
 
De acordo com Farias Neto (2011), podemos apontar como 
características distintivas de cada qual: 
 
 
O Brasil é uma República Federativa, de acordo com disposição 
constitucional expressa. 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...] 
Aqui, o chefe de Estado e de governo, no caso o Presidente da República, 
é eleito (eletividade) para um mandato temporário (temporariedade), devendo 
prestar contas e podendo ser responsabilizado politicamente pelos seus atos 
de governo, sendo inclusive processado e julgado caso cometa crime de 
responsabilidade. 
 
 Por sua vez, na análise relativa aos sistemas de governo, busca-se 
primordialmente identificar a forma de relacionamento entre os Poderes 
Legislativo e Executivo. Desse exame, encontramos dois regimes principais: 
o parlamentarismo e o presidencialismo. 
Formas de 
Governo
Monarquia República
MONARQUIA
• Vitaliciedade
• Hereditariedade
• Irresponsabilidade política do 
Chefe de Estado (não há 
prestação de contas das 
decisões ou crime de 
responsabilidade)
REPÚBLICA
• Temporariedade
• Eletividade
• Responsabilidade política do 
Chefe de Estado (há prestação 
de contas das decisões e crime 
de responsabilidade)
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No presidencialismo, o Presidente da República acumula as funções 
de chefe de Estado (seu representante no plano externo/internacional) e de 
chefe de Governo (responsável por tarefas administrativas no plano interno). 
Há uma maior autonomia entre os Poderes Executivo e Legislativo, já 
que o chefe do Executivo não depende do Poder Legislativo para se manter no 
cargo, vez que o poder de sua função advém do próprio povo que o elegeu. 
Essa autonomia também se verifica no parlamento (como é o caso do 
Congresso Nacional e suas das Casas, o Senado Federal e a Câmara dos 
Deputados), que não pode ser dissolvido por ato unilateral do Presidente. 
Já no parlamentarismo, o Presidente da República ou o Monarca é 
apenas o chefe do Estado. 
A condução do governo cabe ao Primeiro Ministro, que é eleito pelo 
parlamento e coordena um gabinete de Ministros. Nesse sistema há uma 
maior interdependência entre o Executivo e o Legislativo. 
Comumente, o Primeiro Ministro costuma ter certo apoio do parlamento. 
Contudo, caso perca o apoio, pode por ele ser destituído. 
Além disso, o Chefe de Estado (que pode ser um Presidente ou um 
monarca) detém a prerrogativa de, em determinadas conjunturas, dissolver o 
parlamento e convocar novas eleições. Assim, a relação entre ambos Poderes 
é bastante estreita. 
 
Temos, pois, como características centrais de ambos: 
Sistemas de Governo
Parlamentarismo Presidencialismo
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15- (CESPE / Agente de Documentação do TCE – PB / 
2018) De acordo com os princípios fundamentais estabelecidos na CF, 
assinale a opção que apresenta, respectivamente, as formas de Estado e de 
governo adotadas no Brasil. 
a) Federação e República 
b) Federação e presidencialismo 
c) presidencialismo e República 
d) República e Federação 
e) República e presidencialismo. 
Resolução: Alternativa A. Federação = forma de Estado, República = forma 
de governo. 
 
Por fim, no que diz com os regimes de governo (ou regimes políticos, 
para alguns autores), a distinção é marcada sobretudo com base no nível de 
pluralismo, liberdade e participação política em dada sociedade. 
Nesse sentido, identificamos na doutrina tradicional três regimes 
principais. De todo modo, destaque-se que esta análise no mundo real, a cada 
momento histórico, não é estanque. 
PARLAMENTARISMO
• Poder Executivo dual: distinção
entre Chefe de Estado e Chefe de
Governo
• Elevada interdependência dos
Poderes Executivo e Legislativo
• Existência de um órgão executivo
(gabinete de Ministros) dirigido pelo
Primeiro Ministro (chefe de
governo), cujos atos são
referendados pelo Parlamento
• Possibilidade permanente de
dissolução do gabinete e do
Parlamento
• É compatível com a forma
monárquica e com a republicana
PRESIDENCIALISMO
• Poder Executivo uno: não há
distinção entre Chefe de Estado e
Chefe de Governo
• Relativa autonomia do Executivo
e do Legislativo na condução de
suas funções típicas
• As funções executivas centrais
cabem à figura do Presidente da
República, não havendo
interferêcia direta do Parlamento.
Os Ministros de Estado podem ser
nomeados e exonerados
discricionariamente (ad nutum)
• Não há possibilidade de
dissolução do Parlamento sem
eleições gerais
• Na prática, compatível apenas com
a forma republicana
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Assim, podemos encontrar diferentes gradações, de Estado para Estado, 
entre os marcos abaixo assinalados, indo desde o totalitarismo absoluto à 
democracia plena ou direta. 
 
 
 
No totalitarismo, o poder político está centrado em um indivíduo (ou 
grupo). De regra, não há eleições livres, tampouco o pluripartidarismo é 
admitido. O poder político é transmitido por via indireta, como pela 
hereditariedade ou por escolha do partido único e assume caráter 
eminentemente controlador da população e repressivo contra os opositores. 
Por sua vez, no autoritarismo verificam-se alguns limites ao exercício 
do poder político, sendo por vezes admitidas eleições indiretas periódicas. 
Tolera-se também a existência de mais de um partido, sendo a oposição, 
contudo, exercida de forma bastante mitigada. É comum que a Constituição e 
as leis sejam, por vezes, meramente figurativas. 
Já a democracia caracteriza-se pelo pluripartidarismo e por eleições 
livres e periódicas. Além disso, o povo exerce diretamente o poder político por 
meio de diversos instrumentos, como o plebiscito, o referendo, a iniciativa 
popular de leis, o orçamento participativo, dentre outros. A atuação do Estado 
é eminentemente reguladora e sujeita à Constituição e às leis. 
 
16- (ESAF / Agente Executivo da CVM / 2010) 
Correlacione as colunas abaixo
e, ao final, selecione a opção que expresse a 
correlação correta. 
( ) República (1) Forma de Governo 
( ) Estado Unitário (2) Sistema de Governo 
( ) Parlamentarismo (3) Forma de Estado 
( ) Federação 
( ) Monarquia 
( ) Presidencialismo 
a) 1, 2, 3, 1, 2, 3 
b) 1, 3, 2, 3, 1, 2 
Totalitário
Autoritário
Democrático
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c) 3, 1, 2, 1, 2, 3 
d) 2, 3, 1, 2, 3, 1 
e) 3, 2, 1, 2, 1, 3 
Resolução: Alternativa B. Questão ilustrativa que resume o que foi visto até 
agora. Formas de Governo: República e Monarquia. Sistemas de Governo: 
Parlamentarismo e Presidencialismo. Formas de Estado: Estado Unitário e 
Federação. 
 
 
 
 
 Previamente destacamos que, em seu sentido jurídico, a Constituição é 
o fundamento de validade normativa dos Estados nacionais. 
 A doutrina contemporânea convencionou classificar o “gênero” normas 
em “espécies”, quais sejam: princípios e regras. 
Na atual hermenêutica (interpretação) constitucional, a Constituição é, 
portanto, considerada como um conjunto normativo formado por regras 
e por princípios jurídicos. 
 
As regras têm a sua força normativa atestada de imediato, pelo 
enquadramento da hipótese prevista no comando jurídico ao caso concreto. 
Por exemplo, como a disposição constitucional de que conceder-se-á habeas 
corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou 
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder 
(art. 5.º, LXVIII). 
Há, contudo, comandos constitucionais que são a expressão de 
princípios mais abstratos, explícitos ou implícitos. Nestes casos, tais princípios 
serão aferidos de acordo com a ponderação a cada situação que se 
apresentar, como, por exemplo, a dignidade da pessoa humana (art. 1.º, III). 
 
Conforme expõem Mendes e Branco (2010), analisando especialmente 
as contribuições teóricas de Ronald Dworkin e Robert Alexy, algumas 
características distintivas entre tais espécies são: 
 
 
5- Princípios do Estado Democrático de Direito e análise do princípio 
hierárquico das normas 
 
5.1- Princípios e regras 
 
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NORMAS 
PRINCÍPIOS REGRAS 
- Devem ser ponderados de 
acordo com o caso concreto; 
- Dimensão de peso e valor; 
- Instrumentos de otimização; 
- Havendo conflito aparente 
entre princípios, a solução 
deverá se dará pelo 
prevalecimento de um sobre o 
outro no caso concreto. 
- Tudo ou nada de acordo com o caso 
concreto; 
- Dimensão de especificidade; 
- Instrumentos de definição; 
- Havendo conflito real entre regras, a 
solução deverá ser buscada, 
sucessivamente, pelos critérios: 
(i) Hierárquico (regra de maior 
hierarquia se sobrepõe a de menor); 
(ii) de Especialidade (regra mais 
específica se sobrepõe a menos); 
(iii) Cronológico (regra mais recente se 
sobrepõe a mais antiga). 
ou ainda pelo afastamento de uma 
delas ou pela derrota (superação) de 
uma delas ou pela declaração de 
invalidade (total ou parcial) de uma 
delas. 
 
17- (CESPE / Defensor Público Estadual da DPE – RN 
/ 2015 / Adaptada) Julgue o item abaixo: 
As colisões entre regras devem ser solucionadas mediante a atribuição de 
pesos, indicando-se qual regra tem prevalência em face da outra, em 
determinadas condições. 
Resolução: Errado. Havendo conflito aparente entre princípios, a solução se 
dará pelo prevalecimento de um sobre o outro no caso concreto, mediante 
atribuição de pesos e valores para cada qual. 
 Já na colisão efetiva entre regras, o conflito deve ser solucionado pelos 
critérios hierárquico, da especialidade ou cronológico, ou, ainda, pelo 
afastamento/superação/invalidade de uma delas, seja de forma definitiva, seja 
apenas no caso concreto. 
 
 Podemos apontar a primorosa conceituação elaborada por Celso Antônio 
Bandeira de Mello (2000, 450-451), para o qual o princípio é [...] 
“mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição 
fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito 
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e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência exatamente 
por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere 
a tônica e lhe dá sentido harmônico”. 
 Por outro lado, pedimos vênia para conceituar regra como uma 
disposição específica que estabelece parâmetros objetivos de 
operacionalização num determinado sistema jurídico, visando a dotá-lo de 
certos padrões práticos gerais. 
 Não há um conceito a ser memorizado. Porém, ter tal distinção em 
mente é importante na compreensão de diversos pontos da matéria, por 
exemplo, no estudo da hermenêutica das normas constitucionais. 
 
18- (FUNCAB / Atividade Técnica – MPOG / 2015 / 
Adaptada) “No Direito contemporâneo, a Constituição passou a ser 
compreendida como um sistema aberto de princípios e regras, permeável a 
valores jurídicos suprapositivos, no qual as ideias de justiça e de realização 
dos direitos fundamentais desempenham um papel central. Rememore-se que 
o modelo jurídico tradicional fora concebido apenas para a interpretação e 
aplicação de regras. Modernamente, no entanto, prevalece a concepção de 
que o sistema jurídico ideal se consubstancia em uma distribuição equilibrada 
de regras e princípios, nos quais as regras desempenham o papel referente à 
segurança jurídica - previsibilidade e objetividade das condutas - e os 
princípios, com sua flexibilidade, dão margem à realização da justiça no caso 
concreto" BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional 
Contemporâneo 2009 p. 316). 
Considerando a relevância conferida aos princípios constitucionais, patente no 
trecho acima transcrito, julgue a assertiva abaixo. 
Consoante difundida classificação, os princípios podem ser fundamentais, 
gerais e setoriais. Os primeiros se referem a enunciados de extrema 
relevância e grande abstração, como o respeito à dignidade humana; os gerais 
são dotados de maior concretude e densidade jurídica, como a legalidade; já 
os últimos atuam em determinado nicho jurídico, como a retroatividade da lei 
penal benéfica. 
Resolução: Correto! 
19- (ESAF / Analista de Planejamento e Orçamento / 
2015) Podemos divisar, no ordenamento jurídico, duas espécies de normas: 
as regras e os princípios. Sobre os métodos e técnicas de interpretação do 
texto constitucional, é incorreto afirmar que: 
a) se duas regras estão em conflito ─ que deve ser resolvido pelos meios 
clássicos de interpretação, com a aplicação dos critérios cronológico, 
hierárquico e de especialidade ─, uma não poderá ser válida. 
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b) enquanto as regras se revestem de um alto grau de abstração e da 
carência na determinabilidade na aplicação do caso concreto, os princípios 
somente são encontrados na forma expressa, possuindo um grau de 
concretização superior em relação às regras, tendo em vista o seu menor grau 
de abstração. 
c) as regras incidem sob a forma
do tudo ou nada, ou seja, presentes os seus 
pressupostos fáticos, ou a regra é aplicada ao caso concreto a ela subsumido, 
ou ela é considerada inválida para o mesmo. 
d) é no caráter principiológico das normas de direitos fundamentais que 
exsurge a aplicação do princípio da proporcionalidade no equacionamento de 
eventuais colisões. 
e) a ponderação consiste no método necessário ao equacionamento das 
colisões entre princípios da Lei Maior, em que se busca alcançar um ponto 
ótimo, em que a restrição a cada um dos direitos fundamentais envolvidos 
seja a menor possível, na medida exata à salvaguarda do direito contraposto. 
Resolução: Alternativa B. Questão boa para revisarmos o tópico. 
 O problema da opção é que ela confundiu os conceitos. Enquanto os 
PRINCÍPIOS se revestem de um alto grau de abstração e da carência na 
determinabilidade na aplicação do caso concreto, as REGRAS somente são 
encontradas na forma expressa, possuindo um grau de concretização superior 
em relação aos princípios, tendo em vista o seu menor grau de abstração. 
 
 
 Os referidos princípios encontram-se esparsos pelo texto constitucional 
e nas construções doutrinárias, não sendo exaustivos, mas exemplificativos. 
Ressalte-se que também existem outros princípios complementares 
(como aqueles que regem mais especificamente a administração pública), 
presentes não apenas na Carta Maior como na legislação infraconstitucional. 
 Adotando a lição de José Afonso da Silva (2005, p. 122), temos: 
5.2- Princípios do Estado Democrático de Direito na doutrina 
 
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Quando iniciarmos nossa análise detida do texto constitucional, 
voltaremos a vê-los, assim como também estudaremos outros princípios de 
extrema relevância. 
 
 
 
 Para Canotilho (1993), o Constitucionalismo pode ser definido como 
uma ideologia/teoria na qual o governo é limitado, limitação essa baseada em 
um sistema de leis, de forma a promover garantia de determinados direitos e 
garantias fundamentais. 
 É importante aqui lembrar, que a dinâmica democrática dos governos 
atuais (principalmente no Ocidente) é relativamente recente na nossa história. 
Particularmente antes do advento do iluminismo, a maior parte dos Estados 
nacionais e, claro, de suas colônias, era governada por monarquias 
absolutistas. 
 Todavia, a partir da independência dos Estados Unidos da América 
e a promulgação de sua Constituição em 1787 e da Revolução Francesa 
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constitucionalidade
exprime, em primeiro lugar, que o Estado 
Democrático de Direito se funda na legitimidade 
de uma Constituição rígida, emanada da 
vontade popular, que, dotada de supremacia, 
vincule todos os poderes e os atos deles 
provenientes, com as garantias de atuação livre 
de regras da jurisdição constitucional
democrático
nos termos da Constituição, há de constituir 
uma democracia representativa e 
participativa, pluralista, e que seja a garantia 
geral da vigência e eficácia dos direitos 
fundamentais (art. 10)
sistema de direitos 
fundamentais
compreende os direitos individuais, coletivos, 
sociais e culturais (títulos II, VII e VIII)
justiça social
referido no art. 170, caput, e no art. 193, como 
principio da ordem econômica e da ordem social
igualdade
divisão de poderes (art. 
2º) e independência do 
juiz (art. 95) 
legalidade (art. 5º, II)
segurança jurídica (art. 
5º, XXXVI a LXXIII)
6- Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo 
 
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em 1789, consolida-se a visão de que o poder dos governos deve ser limitado 
a fim de evitar sua arbitrariedade. 
 Não que antes do século XVIII já não houvesse mecanismos legais de 
controle dos governos com o intuito de resguardar os direitos individuais. 
 Todavia, é a partir das revoluções burguesas e com o avanço do 
liberalismo político e econômico que teremos a consolidação do 
Constitucionalismo contemporâneo, fundado nas escolas positivista, e, 
posteriormente, normativista do Direito. 
 
 São características centrais desse constitucionalismo: a separação de 
Poderes, o princípio da legalidade5 e a consolidação dos primeiros 
direitos e garantias individuais. 
 
20- (FUNDATEC / Procurador do Estado do RS / 
2015) O movimento do constitucionalismo surgiu: 
a) no final do século XVIII, com a elaboração das primeiras constituições 
escritas, com o objetivo de assegurar direitos e coibir o arbítrio, mediante a 
separação dos poderes. 
b) no início do século XX, com a emergência das constituições sociais, com o 
objetivo de assegurar a igualdade social, em face do flagelo da 1ª Guerra 
Mundial. 
c) em meados do século XX, com a emergência do pós-positivismo, com o 
objetivo de assegurar o princípio da dignidade humana e a proteção de 
direitos. 
d) no final do século XX, com a emergência das constituições pós-sociais, com 
o objetivo de reduzir o alcance do Estado, em nome do princípio da eficiência. 
e) no final do século XVII, com a elaboração das primeiras constituições 
escritas, com o objetivo de assegurar liberdades e coibir o arbítrio, mediante a 
cláusula federativa. 
Resolução: Alternativa A. 
21- (VUNESP / Juiz Substituto do TJ – SP / 2015 / 
Adaptada) Julgue o item a seguir: 
O “constitucionalismo moderno”, com o modelo de Constituições normativas, 
tem sua base histórica a partir das revoluções Americana e Francesa. 
 
5 Para os particulares, implica em que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Já para os agentes do Estado, significa 
que estes somente podem agir se houver permissão legal e na forma que ela 
prescrever. 
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Resolução: Correto. 
 
E o que é o Neoconstitucionalismo? 
 
O Neoconstitucionalismo, também conhecido como Constitucionalismo 
pós-moderno ou pós-positivismo, nasce no século XXI a partir de diversas 
sistematizações doutrinárias. 
 Aqui, o objetivo maior não é de simplesmente limitar o poder do Estado, 
mas sim conferir eficácia e efetividade ao texto constitucional, de forma que 
os direitos e garantias fundamentais nele consagrados possam, de fato, 
produzir efeitos na relação Estado x particular e na relação particular x 
particular, conduzindo a uma sociedade mais justa e fraterna. 
 
 Assim, a Constituição assume papel central na vida em sociedade 
e nos afastamos de uma visão eminentemente formal do Direito. 
 Se o positivismo e o normativismo produzem uma leitura meramente 
legalista do Direito (“Direito é o que está na lei”), o pós-positivismo busca 
promover uma nova leitura moral do Direito. 
 
 O contexto histórico de avanço do Neoconstitucionalismo é o período 
pós Segunda Guerra Mundial. 
Os regimes totalitários que deflagraram o conflito e conduziram alguns 
dos maiores horrores da histórica da humanidade de forma alguma estavam 
desamparados de base legal em seus ordenamentos jurídicos pátrios. 
Assim, no pós-guerra, restou evidente que não bastava um sistema 
jurídico fundado na lei se esta se encontra

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