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Provas Eugienio Paccieli

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Detalhes sobre a inadmissibilidade
“Ate 1988, as provas surgidas de maneira ilícita ao processo eram aceitas. Com o advento da CF/88, este preceito foi drasticamente modificado. O art. 5º LVI da CF/88 impede a prova obtida por qualquer meio ilícito, sendo sua redação, in verbis: “LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;”. O Código de Processo Penal recepcionou a referida norma com a edição da Lei 11690/08, que alterou o art. 157 do Código Processual, desta forma: “ Art. 157.  São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. “. 
“De acordo com Tourinho Filho: “[...] se a proibição da admissão das provas ilícitas esta no capitulo destinado aos direitos fundamentais do homem, parece claro que o principio visa resguardar o réu”[12]. Desta forma, crê o autor que a aplicabilidade da inadmissibilidade de provas ilícitas se restringe a acusação, não gerando efeitos se esta se der a favor do réu. Assim, decorre do principio do favor libertatis, onde a liberdade pesa mais que o direito de terceiro sacrificado. “
“Doutrina Gulherme de Souza Nucci “a prova derivada da ilícita deve ser expurgada do processo, pois é inadmissível para a formação da convicção judicial”[15]. Entretanto, a lei põe a salvo duas especificações, no que diz respeito ao nexo causal e a prova obtida de qualquer forma. No primeiro caso a prova parece ser derivada, porém, em análise, entende-se que não houve nexo causal entre o ato ilícito e a colhida da prova. No que tange a segunda exceção, a prova poderia ser colhida de outra maneira e provavelmente a seria, houve tão só a antecipação desta.  “
Conclusão
Compreende-se do estudo da prova que esta é crucial para o bom desenvolvimento do processo penal. É a base para qualquer futura condenação ou absolvição. Dada a natureza do processo penal, este trata de uma garantia fundamental demasiado importante, que é a liberdade do ser humano. Assim sendo,  este instituto deve ser analisado em consonância com os demais preceitos processuais penais, para garantir a aplicação do principio do in dubio pro reu.
A inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos deve ser respeitada, pois é preceito contido na Constituição Federal vigente. Contudo, a mesma Carta prevê o direito a defesa e a presunção de inocência, sendo assim, há a possibilidade de flexibilização do entendimento deste principio na prática quando se der a favor do réu, estando em consonância com outros princípios constitucionais e próprios do direito material e processual penal, observando as peculiaridades previstas em lei.
Doutrina Eugenio Pacielli
Topico 9
Ampla defesa e contraditório
Da ampla defesa decorre a admissibilidade da prova ilícita, pois está se respalda no estado de necessidade do acusado. A prova pode ser obtida pelo próprio ou até mesmo por um terceiro que tenha conhecimento de seu estado. E mesmo que a prova tenha sido obtida sem comprovada necessidade, esta pode ser validada e aproveitada no processo em favor do acusado. Além disso, tal prova, obtida pelo meio ilícita tera sua ilicitude afastada, devido à necessidade desta para comprovar a inocência. Contudo, mais vale a absolvição baseada em prova ilícita afrontosa ao ordenamento jurídico do que a condenação de um inocente justificada pela proteção do direito. 
Quanto à acusação, tal prova emboida de ilicitude não pode ser aproveitada, o Estado não pode se valer desta para acusar.
A ampla defesa e o contraditório são pilares básicos da estrutura do devido processo legal. 
Identidade física do juiz
O mesmo juiz que presidiu a instrução deve ser o mesmo que prolata a sentença, pois tal teve o contando direto com provas, testemunhas e mais, e isto influenciou seu convencimento ante aos fatos do processo. Ademais, o processo deve ficar paralisado até que o juiz natural volte, contudo, existem exceções, como no caso de réu preso ou promoção de carreira/remoção do juiz, onde o substituo não só pode como deve renovar as provas para estar a par da situação. 
O mito e o dogma da verdade real 
O aludido princípio, batizado como da verdade real, tinha a incumbência de legitimar eventuais desvios das autoridades públicas, além de justificar a ampla iniciativa probatória reservada ao juiz em nosso processo penal. A expressão, como que portadora de efeitos mágicos, autorizava uma atuação judicial supletiva e substitutiva da atuação ministerial (ou da acusação). Dissemos autorizava, no passado, por entendermos que, desde 1988, tal não é mais possível. A igualdade, a par conditio (paridade de armas), o contraditório e a ampla defesa, bem como a imparcialidade, de convicção e de atuação, do juiz, impedem-no. Desde logo, porém, um necessário esclarecimento: toda verdade judicial é sempre uma verdade processual. E não somente pelo fato de ser produzida no curso do processo, mas, sobretudo, por tratar-se de uma certeza de natureza exclusivamente jurídica. De fato, embora utilizando critérios diferentes para a comprovação dos fatos alegados em juízo, a verdade (que interessa a qualquer processo, seja cível, seja penal) revelada na via judicial será sempre uma verdade reconstruída, dependente do maior ou menor grau de contribuição das partes e, por vezes do juiz, quanto à determinação de sua certeza. Enquanto o processo civil aceita uma certeza obtida pela simples ausência de impugnação dos fatos articulados na inicial (art. 341, CPC/2015), sem prejuízo da iniciativa probatória que se confere ao julgador, no processo penal não se admite tal modalidade de certeza (frequentemente chamada de verdade formal, porque decorrente de uma presunção legal), exigindo-se a materialização da prova. Então, ainda que não impugnados os fatos imputados ao réu, ou mesmo confessados, compete à acusação a produção de provas da existência do fato e da respectiva autoria, falando-se, por isso, em uma verdade material. 
Sistemas de prova
Quanto aos sistemas temos o inquisitivo, no qual o magistrado tinha um excesso de poderes e formava livremente a sua convicção, e o sistema tarifado ou das provas legais, onde o legislador o legislador procedia uma valoração prévia das provas, dando a cada uma um certo valor, e assim, para a condenação era necessária a obtenção de um certo número de pontos. 
O direito moderno caminhou pro sistema de livre convencimento motivado ou persuasão racional, o qual o juiz é livre na formação de sua convicção sem estar compre mito a critérios da valoração de prova, podento optar pelo que lhe mais parece convincente. Entretanto, o juiz deve fundamentar a sua escolha, não podendo ser genérica. Existe exceção a esta regra, no caso de tribunal do juri, onde o juglador não tem o dever de fundamentar sua decisão, sendo baseada em sua intima convicção. Além disso, o magistrado também deve se abster de fundamentar sua decisão unicamente(exclusivamente( em material colhidas na fase de investigação, salvo as provas antecipadas ou as não repetíveis (as perícias técnicas por exemplo).
Hierarquia e especifidade das provas
Em regra não existe hierarquia entre provas, sendo todas de mesma (suma) importância para promover a verdade acerca dos fatos. Contudo existe especificidade de provas, que funcionam como uma verdadeira garantia para o réu, uma vez que estabelece critérios concretos e específicos quanto ao grau de convencimento e de certeza a ser obtido em relação a determinados tipos penais ao ser determinar tipos de provas para estes. 
Direito e restrições à prova
Quanto ao direito à prova, gozam deste acusação e defesa, e se estende a todas as fases da prova (obtenção, introdução, produção e sua valoração).Se o magistrado deixa de considerar uma prova na motivação da sua sentença, ocorrera era in judicando (e não in procedendo), permitindo assim, a reforma do decisium, e não sua anulação.
Consequência ao direito à prova temos da exclusão das provas obtidas ilicitamente, devendo
esta ser desentranhada do processo, antes da fase de valoração (o que pode influenciar o magistrado ou o jurí por exemplo) de acordo com o art 157 cpp. 
Sobre a fase de produção de provas, a regra é que as provas podem ser produzidas a qualquer tempo, incluindo até mesmo a fase recursal e segunda instância, desde que respeitado o contraditório. Exceção quanto ao tempo apenas a antecedência mínima de três dias para a juntada de documentos ante da instrução do plenário do tribunal do juri (art 479 cpp).
A inadmissibilidade de provas ilícitas
Tal princípio, que é observado tanto pela nossa CF, em seu art. 5E, LVI, quanto no Art 157, caput do CPP, tem como escopo a tutela da atividade persecutória do estado, pois inibi, desestimula o estado, que é o ente responsável pela produção de provas para a acusação, a produzir provas ilícitas utilizando sua posição superior ante ao acusado. 
Portanto, a inadmissibilidade das provas ilícitas no processo penal tem consequências tanto nos casos onde a prova é obtida por meio ilícito, seja por meio de tortura, ameaça, ministração de substâncias químicas e etc, onde a prova deverá ser desentranhada do processo e não terá validade alguma, quanto em situações em que os envolvem agentes Estatais (dotados de maior poder na relação processual), onde estes ficam impedidos de realizar uma produção probatória irregular. Dai podemos deduzir que tal restrição tem por enfoque o ente estatal.
Sobre a produção da prova ilícita, seu autor, durante o ato, está violando direitos individuais da pessoa, seja este de natureza íntima, privada, de imagem ou e até mesmo a inviolabilidade domiciliar 
Neste prisma, vale dizer que a inadmissibilidade da prova ilícita incide não somente no meio de obtenção da prova mas também no resultado fático decorrente desta. Portanto, mesmo que o meio de obtenção não seja ilícito, deve-se analisar os resultados da prova, se configuram ou não violação a algum direito, e se violam, se fora judicialmente autorizado ou não.
Quanto ao momento em que a arguição e um eventual desentranhamento deve ser analisada no processo, de acordo com Paccieli, antes da audiência de instrução criminal se a prova fora apresentada antes no processo, ou se apresentada durante a audiêcia, de imediato. 
“Na primeira hipótese, de exame e decisão de desentranhamento antes da audiência, o recurso cabível será o de recurso em sentido estrito; durante a audiência, o recurso será de apelação, se e somente se a sentença for proferida em audiência. Nesse caso, não se exigirá a apresentação de dois recursos, mas apenas o de apelação (art. 593, § 4º, CPP). A decisão que não reconhece a ilicitude da prova é irrecorrível, o que não impede seja reapreciada a matéria por ocasião de eventual recurso de apelação ou por meio de ações autônomas de impugnação, a exemplo do habeas corpus. Aliás, é de se ter em mente que, não obstante a previsão de preclusão da decisão de desentranhamento da prova ilícita, a matéria diz respeito à questão de interesse público, indisponível às partes. Por isso, tanto o juiz quanto o tribunal sempre poderão conhecer da matéria quando do julgamento do mérito. A única ressalva fica por conta do Tribunal do Júri. Ali, em que se realiza um julgamento por leigos e sem qualquer necessidade de motivação, não caberá aos jurados o conhecimento da prova desentranhada”

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