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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONA E MUCURI ICET – INSTITUTO DE CIÊNCIA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA CIÊNCIA E TECNOLOGIA Aline Santos das Mercês Camila Oliveira Derek Oliveira Sá Gustavo Ferreira Coelho José Diogo Rodrigues Barreto TRABALHO DE CAMPO II CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DO SOLO Teófilo Otoni 2018 Aline Santos das Mercês Camila Oliveira Derek Oliveira Sá Gustavo Ferreira Coelho José Diogo Rodrigues Barreto TRABALHO DE CAMPO II CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DO SOLO Trabalho Acadêmico apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina de Ciência do solo, lecionada pelo Prof. André Froede. Teófilo Otoni 2018 LISTA DE FIGURAS Figura 01 Estado de Minas Gerais 7 Figura 02 Vista de acesso à área 8 Figura 03 Vista superior da área 8 Figura 04 Saprólito encontrado 9 Figura 05 Alguns materiais utilizados 10 Figura 06 Corte do mapa geológico da região 12 Figura 07 Informações de locallização 13 Figura 08 Colúvio 15 Figura 09 Camada de Lixiviação 16 Figura 10 Afloramento e horizontes 17 Figura 11 Aterro 18 Figura 12 Horizonte A 19 Figura 13 Horizonte BC 20 Figura 14 Horizonte C 21 Figura 15 Amostra do solo de xisto com feldspato encontrado no local 21 LISTA DE TABELAS Tabela 01 Identificação dos horizontes 15 Tabela 02 Descrição morfológica dos perfis de solo 25 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO. ..................................................................................................... 06 1.2 Objetivo. ............................................................................................................ 07 2 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO. ................................................................ 07 3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 09 4 CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS ...................................................................... 11 4.1 Vegetação ......................................................................................................... 11 4.2 Clima. ................................................................................................................. 11 4.3 Vegetação. ......................................................................................................... 11 5 GEOLOGIA REGIONAL. ...................................................................................... 12 6 CONTEXTO DE SOLOS DE TEÓFILO OTONI .................................................... 13 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 15 7.1 Ponto realizado e as respectivas interações geológicas-pedológica vista no campo. ............................................................................................................... 15 7.1.1. Observações preliminares.......................................................................15 7.2. Análise morfológica do solo ………………………………………………………22 7.2.1 Cor……………………………………………………………………………….22 7.2.2. Estrutura dos agregados……………………………………………………22 7.2.3 Consistência……………………………………………………………………23 7.2.4 Textura………………………………………………………………………..…24 8 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 26 9 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 27 6 1 INTRODUÇÃO “Os solos são materiais resultantes da decomposição de rochas pela ação de agentes de intemperismo, decomposição química e desintegração mecânica. São constituídos, principalmente por partículas de ar e água nos espaços intermediários e a formação pode ocorrer no local ou ser transportado”. (SARAIVA,2007) “A classificação de um solo é obtida a partir da avaliação dos dados morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos do perfil que o apresenta. Aspectos ambientais do local do perfil, tais como, clima, vegetação, relevo, material originário, condições hídricas, características externas ao solo e relações solo paisagem, são também utilizadas.” (EMBRAPA,2006, p.93) (KER; NOVAIS, 2000) aponta que não é fácil indicar os critérios para diferenciar, pois muitas vezes a variedade de horizontes é bem vasta, além de haver uma mudança em várias características em um curto intervalo de distância. Não há um instrumento capaz de agregar todas as especificidades e pluralidades presentes nos solos. Porém, ainda assim, é importante dentro do conceito de classes de solos e suas fases, para que se tenha sucesso em projetos ambientais por exemplo. Existem duas características físicas tidas como de mais relevantes na identificação dos solos, a primeira é a textura, que se determina pela dimensão e distribuição do tamanho de cada grão e pela estrutura do solo quanto ao seu arranjo de agregação de partículas. Já no que diz respeito à porosidade é fator que determina vários fenômenos na fica dos solos, como a percolação a água, presença de ar, porém não menos importantes, são as forças externas que atuam. É de suma importância para efetiva análise de um solo a que os dados coletados sejam aferidos de maneira correta, para assegurar a confiabilidade dos resultados, além de ser necessária a utilização correta dos instrumentos de medição. “A confiabilidade dos resultados de uma análise está relacionada diretamente com uso correto dos equipamentos utilizados para medidas. (RAU et al, 2001). Afim de conhecer as características do solo localizado na cidade de Teófilo, com a orientação do professor da disciplina de ciência dos solos André Froede, na UFVJM- campus Mucuri, desenvolvemos esse trabalho, utilizando-nos também dos conhecimentos adquiridos em sala de aula bem como prévios. . 7 1.1 Objetivos Com esse trabalho pretende-se expressar as características encontradas no perfil do solo escolhido identificando os horizontes presentes, reconhecer o material para que se analise fatores tais como textura, cor e consistência. Além disso haverá o estudo da amostra de solo de cada horizonte e por fim com todas essas informações fazer o reconhecimento do tipo de solo. 2 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO A Localização da área escolhida está no Brasil, estado de Minas Gerais, na cidade de Teófilo Otoni (Figura 01). Polo da região nordeste, a cidade tem, segundo o último senso do IBGE (Instituto brasileiro de geografia e estatística) uma população de 134745.Situado no vale do mucuri, ainda segundo o IBGE, sua extensão territorial é de3.242,270km², segundo dados do IBGE (2016). A localização especifica da área analisada está a: 17º 52' 16" S e Longitude: 41º 30' 42" W, e com uma altitude de 331 m. Figura 01 – Estado de Minas Gerais Fonte: (imagens Google). A parte prática do presente trabalho se deu no bairro Olga Correia, à rua Carlos Alberto da Cunha Mello, sem número, onde há um terreno sem edificações até a presente dará. Está localizada nas imediações do local a Faculdade Presidente Antônio Carlos (FUPAC), que pode servir de referência paraidentificação do local. 8 O acesso ao local do afloramento foi executado por rua pavimentada pública e posteriormente a um terreno privado onde está localizado o nosso ponto de análise. Na figura (Figura 02) podemos observar a localização da entrada da área. (2018/2),bem como o docente, durando cerca de alguns minutos do ponto de partida (UNIPAC). (Figura 03). Figura 02: Vista do acesso a área. Fonte: Google Maps. Figura 03: Vista superior da área. Fonte: Google Maps. 9 3 MATERIAIS E MÉTODOS A partir dos conhecimentos pré-adquiridos em sala de aula observou-se em campo de maneira mais prática o que havia sido passado pelo professor, o que veio a ser um facilitador na hora de se empregar os métodos. A análise teve início as 10:00hrs do dia vinte e seis de novembro de 2018 com duração de duas horas. Os primeiros passos foram receber as orientações por parte do discente responsável, além do material que seria utilizado. Já com material em mãos realizamos uma análise inicial do afloramento como um todo e as áreas circundantes, além de aferir as coordenadas mediante a toponímia local e aplicativo GPS . Com a análise do campo observou-se um corte em área taludada na qual não se identificou presença de vegetação, uma vez que a região se encontra em processo construtivo. Vale ressaltar ainda que havia a presença de saprólito nas imediações, como pode ser visto na (FIGURA 04) Figura 04: Saprólito econtrado. Fonte: Acervo pessoal 10 Como já encontramos o local preparado segundo as especificações pertinentes e após os serviços preliminares, demos início ao estudo com a utilização dos seguintes instrumentos: Trena: Para aferir as medidas dos horizontes e afloramento; Água : Para umectação das porções de solo do perfil; Câmera do Celular: Para registro da atividade; Faca: Para coleta de amostra; Tabela: Para registro de informações Caneta: Para anotar Livro de cores Munsell – Ulilizado para análise das cores de cada horizonte (seco, úmido, molhado); Prancheta: Para apoiar a folha de tabela ; GPS: Usado para registrar coordenadas e da região. Figura 05: Alguns materiais utilizados. Fonte: Acervo pessoal 11 4 CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS 4.1 Localização Originalmente a vegetação predominante na região era formada por Mata Atlântica (RBMA, 2015). Porém como pode ser observado isso já não é uma realidade nos dias atuais. No Vale do Mucuri encontram-se hoje três tipos de vegetação que resultam das ações do homem sobre o meio, sendo elas capoeira (empregada para a criação de gado), o cerrado e alguns resquícios de Mata Atlântica. 4.2 Clima O Clima observado em Teófilo Otoni na região do Vale do Mucuri é o tropical Brasil Central, podendo ser quente com média anual de 23°C, embora sejam maiores na maior parte de ano. (IBGE,2014). Sabendo que o clima é dos fatores de formação de solos, essas informação tem grande relevância no que diz respeito na definição do solo encontrado. 4.3 Vegetação Teófilo Otoni está localizado na Floresta Estacional Semidecidual de formação aluvial, com vegetação predominantemente subcauducifólia secundaria. E está compreendida no Bioma Mata Atlântica (IBGE, 2014). 12 5 GEOLOGIA REGIONAL Dentro dos limites da cidade de Teófilo Otoni, as principais formações geológicas são a Tumiritinga e Tonalito São Vitor conforme nos apresenta o mapa geológico da região, no projeto Leste. (GOMES; GOMES; GOMES, 2014). Segundo Pedrosa-Soares et al (2007), a Formação Tumiritinga contém rochas vulcanoclásticas (tufos, cinzas), essas rochas têm composição dacítica e assinatura geoquímica de arco vulcânico continental. O autor ressalta que esta formação é interpretada como depósito de bacias intra-arco a ante-arco, preenchidas no estágio tardio de desenvolvimento do arco magmático. O Tonalito São Vitor é um granito sin- a tarditectônico com Biotita tonalito, Hornblenda-biotita tonalito e, subordinadamente, biotita granodiorito, de cor cinza granulação média a grossa, foliado e, ocasionalmente, com megacristais de feldspato mostrando textura de fluxo magmático (PAES, 2000). Figura 06 corte do mapa geológico da região Fonte:RAMOS;GOMES,2016.Adaptado. 13 6 CONTEXTO DE SOLOS DE TEÓFILO OTONI O território do Vale do Mucuri apresenta diversos tipos de solos, no entanto, na cidade de Teófilo Otoni se destacam principalmente os Argissolos e Latossolos (IBGE, 2001), como observado na Figura. Figura 07 - Mapa de solos da Bacia Hidrográfica do Vale do Mucuri. Segundo o CETEC (1983) os Latossolos Vermelho Amarelo Distróficos - predominam na bacia do Rio Mucuri, ocorrendo em relevo forte ondulado como visto no decorrer do trabalho. Os Latossolos Vermelho-Amarelos são identificados em extensas áreas dispersas em todo o território nacional associados aos relevos, plano, suave ondulado ou ondulado. Ocorrem em ambientes bem drenados, sendo muito profundos e uniformes em características de cor, textura e estrutura em profundidade. Os Latossolos Vermelhos-Amerolos que apresentam níveis laterizados, presentes na bacia, são resultado da pedogênese que alterou o substrato pré- cambriano. Na região do Baixo Mucuri, presente no estado da Bahia onde se encontram as coberturas neocenozóicas, ocorre Latossolos amarelos que exibem encrostamentos lateríticos interrompidos pela dissecação fluvial (FERRAZ e VALADÃO, 2005). Os autores acima salientam que a região correspondente ao Vale do Mucuri 14 tem o relevo caracterizado por modelado de intensa dissecação fluvial estruturalmente controlada, no qual estão presentes pontões graníticos distribuídos em quase toda a sua extensão. De acordo com a AGEITC (Agência Embrapa de Informação Tecnológica), a classe dos Argissolos Vermelho-Amarelos, também presente em todo o território nacional, do Amapá ao Rio Grande do Sul, constitui-se juntamente com os Latossolos como a classe de solo das mais extensas no Brasil. Ocorrem em áreas de relevos mais acidentados e dissecados do que os relevos nas áreas de ocorrência dos Latossolos. As principais restrições são relacionadas à fertilidade, em alguns casos, e susceptibilidade à erosão, restrições estas vistas em boa parte da Bacia do Mucuri. 15 7. RESULTADOS E DISCUSSÃO 7.1. Ponto realizado e as respectivas interações geológicas-pedológica vista no campo 7.1.1Observações preliminares Figura 06: Informações de localização Neste ponto, perecebe-se um colúvio (como indicado), onde a terra cedida já sedimentada, registra uma separação entre a solo original e o novo solo formado pelo deslizamento. Na FIGURA 07 pode-se notar o solo residual nas áreas demarcadas, que provavelmente sofreu deslocação da parte superior, devido as chuvas que ao se infiltrar no solo argiloso (característico da região), influenciou para que seu próprio peso juntamente com ação da gravidade, o transportasse para camadas inferiores. No dia de analise foi notado que o solo estava úmido, consequencia da chuva da noite anterior havia chovido nodia anterior, portanto o solo encontrava-se bem úmido. Figura 08: Colúvio Fonte: Acervo pessoal. 16 Observa-se também uma certa maturidade nesse solo, pois o perfil analisado demonstra alguns fatores próprios que serão abordados a seguir. Na figura 08, nota-se uma camada de lixiviação devido as chuvas recentes. No traçado vemos definidamente a separação da camada úmida de continuidade que muito provavelmente recebeu boa quantidade de óxidos da camada superior. Figura 09: Camada de lixiviação. Fonte: Acervo pessoal Na análise do perfil do solo foram identificados três horizontes, como identificado na figura 09. 17 Figura 10: Afloramento e horizontes Fonte: Acervo pessoal Tabela 01: Identificação dos horizontes Horizonte Prof. (cm) Espessura ATERRO 0-40cm 40cm A 40-56cm 16cm BC 56-171cm 115cm C 171-180++ cm 9cm Fonte: Arquivo pessoal. 18 Com o estudo de horizontes concluído, foram retiradas amostras de cada um, com o intuito de identificar a classificação quanto a coloração. O primeiro horizonte identificado foi o aterro, que tinha indícios da vegetação do topo do solo. Nele encontra-se o resultado de um deslocamento de solo das partes superiores da superfície, como visto na figura 10. Figura 11: Aterro Fonte: Arquivo Pessoal 19 Abaixo do aterro, encontra-se o horizonte A, que é identificado pela coloração mais escura, resultado da mistura de matéria orgânica e húmus. É observado nesse horizonte, boa parte das raízes da vegetação do local. Figura 12: Horizonte A Fonte: Arquivo Pessoal 20 Após o horizonte A, há o horizonte BC com coloração fundida referente aos horizontes que dão o respectivo nome de orientação, sendo ela predominantemente o vermelho. Neste horizonte existe alguns saprólitos, semelhantes aos que são encontrados na última camada. Figura 13: Horizonte BC Fonte: Arquivo Pessoal 21 O horizonte C vem a seguir e é o último a ser notado. Nele tem-se uma coloração mais escurecida, identificando grande quantidade de argila. Também se encontra feldspato e saprólitos. Figura 14: Horizonte C Fonte: Arquivo Pessoal Figura 15: Amostra de solo de xisto com feldspato encontrada no local Fonte: Arquivo Pessoal 22 7.2. Análise morfológica do solo Com a identificação dos horizontes encontrados no local, foi feita a análise morfológica do perfil de solo, que relaciona: Cor do solo: seca e úmida; Estrutura dos agregados: tipo, tamanho e grau; Consistência: seca, úmida e molhada; Textura; Transição; Cerosidade. Sendo assim, a tabela a seguir foi preenchida após a informações colhidas: Para realizar a analise de morfologia do perfil, foi utilizada o Manual de Descrição e Coleta de Solo no Campo( SANTOS et al, 2005) de acordo os padrões de cores da carta de Munsell: Obsevamos que a primeira camada de solo é um alóctone, por ser material transportado, ou seja, é um solo gerado a partir da intemperização das rochas subjacentes. 7.2.1 Cor Primeiramente foram identificados que os horizonte A tem coloração 5YR 4/6 (vermelho amarelado) úmido. O horizonte BC teve sua cor notada como 2,5YR 3/6( vermelho escuro), úmido. E o horizonte C foi identificado com a cor 2,5YR 3/3(vermelho ), úmido. 7.2.2. Estrutura dos agregados Iniciado a caracterização estrutural do solo deve-se primeiro classifica-lo acordo o seu tipo, concluímos que a estrutura do horizonte BC tem formas granulares, por suas unidades serem pouco porosas. O horizonte A tem características de blocos subangulares, pois possui unidades estruturais que apresentam mistura-de faces arredondadas e planas, com muitos vértices arredondados. O horizonte C foi determinado como blocos angulares, por ter unidades 23 estruturais que apresentam faces planas e ângulos vivos na maioria dos vértices, segundo Santos et al, 2005. Com isso, pode-se identificar o segundo aspecto, que são os tamanhos das unidades estruturais São elas reconhecidas como as seguintes classes: muito pequena; pequena; média; grande; muito grande. Este reconhecimento foi realizado a partir da comparação com as tabelas de Santos et al, 2005. O horizonte A por ser subangular foi classificado como pequeno, com diâmetros que não ultrapassaram 5 a 10mm. Já o horizonte BC, é classificado como pequeno por ter estrutura, com grãos de 4 a 10mm. Por fim, o horizonte C tem classe de tamanho angular pequena, por seus grãos serem de 5 a 10mm. De acordo Santos et al, 2005, a terceira caraterística usada é o grau de desenvolvimento da estrutura, que é a manifestação das condições de coesão dentro e fora dos agregados. Quanto às unidades estruturais, os graus podem ser: 1. Fraco: unidades estruturais pouco frequentes em relação à terra solta; 2. Moderado: unidades estruturais são bem definidas e há pouco material solto; 3. Forte: unidades estruturais são separadas com facilidade e quase não se observa material de solo solto. A camada alóctone apresenta grau moderado, os horizontes A e C possuem grau fraco e o horizonte BC também apresenta grau moderado. Esses três graus são definidos em função da resistência dos agregados, da sua distinção na face exposta do horizonte na trincheira e pela proporção entre materiais agregados e não-agregados(SANTOS, 2005). 7.2.3 Consistência De acordo Santos et al, 2005, ao avaliar a consistência do solo, é recolhida uma amostra do solo e deve-se umidifica-la, formando com a mão um torrão. Assim, pode-se identificar: 1. Solta: não coerente. 2. Muito friável: o material do solo esboroa-se com pressão muito leve, mas agrega-se por compressão posterior. 3. Friável: o material do solo esboroa-se facilmente sob pressão fraca e moderada entre o polegar e o indicador e agrega-se por compressão posterior. 24 4. Firme: o material do solo esboroa-se sob pressão moderada entre o indicador e o polegar, mas apresenta resistência distintamente perceptível. 5. Muito firme: o material do solo esboroa-se sob forte pressão; dificilmente esmagável entre o indicador e o polegar. 6. Extremamente firme: o material do solo somente se esboroa sob pressão muito forte, não pode ser esmagado entre o indicador e o polegar e deve ser fragmentado pedaço por pedaço. O horizonte alóctone possui características de solo firme, juntamente com o horizonte C analisado, já os horizontes A e BC foram observados como friáveis. Para classificar os horizontes quanto a consistência molhada, deve-se observar a plasticidade e pegajosidade das amostras, com ligeira umidade. A determinação da plasticidade em campo, é realizada após o amassamento, rolamento do material homogeneizado e pulverizado entre o indicador e polegar. Deve ser observado se é feito um fio de 3 a 4 mm de diâmetro e 6 de comprimento de solo. Já a pegajosidade é uma propriedade que é vista ao ser comprimida entre os dedos polegar e indicador, observando assim a aderência. Seguindo as instruções, foi visto que o horizonte alóctone é ligeiramente plástico e pegajoso, pois forma facilmente um fio, o que acontece também com o horizonte BC e ao sofrer pressão e depois que ela é cessada, o horizonte alóctone tem o material aderido os dedos indicador e polegar, desprendendo facilmente de um deles, não foi observadogrande alongamento. O horizonte A e C apresentam características não plásticas, pois o fio quase não é notado e é facilmente deformado. No entanto, o horizonte A é pegajoso,o que observado também no horizonte BC, pois o material aderido entre os dedos tende a alongar um pouco e romper, quando estes são afastados. O horizonte C é não pegajoso pois após a cessão de pressão, quase nenhuma aderência é notada nos dedos. 7.2.4 Textura Para Santos et al, 2005 textura, é referente à proporção relativa das frações granulométricas de areia, silte e argila que compõem o solo. Isso é determinado após o umedecimento da amostra de solo e amassamento, até que não haja mais excesso de água. O material deve ser passado entre o polegar e indicador, e assim 25 pode se ter a sensação de aspereza, sedosidade e pegajosidade, respectivamente associadas a areia, silte e argila. Analisando por meio do Triângulo Textural que apresenta as percentagens de classes de argila, silte e areia, foi percebido todos os horizontes possuem características de argila siltosa. Tabela 02: Descrição Morfológica de Perfis de Solo Fonte: Arquivo Pessoal Horizonte (camada) Profundidade (cm) Cor (Munsell) Agregados Seca Úmida Tipo Tamanho Grau Aloctone 0 – 40 ___ 2,5YR 3/4 Granular Muito pequeno (< 1 mm) Moderado A 40 - 56 ___ 5YR 4/6 Blocos subangulares Pequeno (de 5 a 10 mm) Fraco BC 56 - 171 ___ 2,5YR 3/6 Granular Pequeno (4 a 10 mm) Moderado C 171 - +++ ___ 2,5YR 3/3 Blocos angulares Pequeno (de 5 a 10 mm) Fraco Horizonte (camada) Profun didade (cm) Características Textura Transição Cerosidade Seca Úmida Molhada Aloctone 0 – 40 ___ Firme Ligeiramente plástica; Ligeiramente pegajosa Argilo- Siltosa ___ A 40 - 56 ___ Friável Não plástica; Pegajosa Argilo- Siltosa ___ BC 56 - 171 ___ Friável Ligeiramente plástica; Pegajosa Argilo- Siltosa ___ C 171 - +++ ___ Firme Não plástica; Não pegajosa Argilo- Siltosa ___ 26 8.CONSIDERAÇÕES FINAIS Após o desenvolvimento do trabalho foi possível fazer a diferenciação dos horizontes presentes no afloramento, além disso foi viável a análise das características do solo, tais como, textura, granulométrica, cor, porosidade, consistência e estrutura dos agregados, de cada horizonte. As identificações dessas propriedades foram realizadas através da literatura e orientações do docente responsável. Por fim, tendo como base a bibliografia e comparando aos resultados dos testes, há indícios de que se trate de um latossolo, informação confirmada pelos registros existentes. Porém não temos embasamento suficiente para fazer essa afirmação apenas com os dados disponíveis no trabalho. Para isso seriam necessárias analises mais aprofundadas, laboratoriais por exemplo. 27 9 REFERÊNCIAS AGEITC, Agência Embrapa de Informação Tecnológica. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CONT000gn0pz mhe02wx5ok0liq1mqk4130gy.html. Acesso em 21 de Dezembro de 2018. CETEC. Diagnostico ambiental do Estado de Minas Gerais realizado pela Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais para a Comissão de Política Ambiental/COPAM. Série de Publicações Técnicas. Belo Horizonte, 1983, 158p. IBGE. Mapa de solos do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2001. 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