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Cultivo de orquideas

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A orquídea pertence a uma família de plantas subdividida em mais de 1.800 gêneros e cada gênero possuí de uma a centenas de espécies. O numero total de espécies oscila em torno de 35.000, espalhadas pelos quatro cantos do mundo. O gênero Isabelia, por exemplo possui duas espécies. O gênero Cattleya possui cerca de 70 espécies.
E o gênero Bulbophyllum tem mais de mil espécies.
As orquídeas mais populares são dos gêneros (C) Cattleya, (L) Laelia (Lê-se Lélia), (Onc) Oncidium (uma das espécies é conhecida como Chuva de ouro), (Milt) Miltônia, (Dent) Dendrobium, (V) Vanda, (Pha) Phalaenopsis (lê-se falenópsis), (Paph) Paphiopedilum, conhecido como sapatinho (lê-se pafiopedilum).
Morfologia
A flor de uma orquídea é formada por três sépalas e três pétalas bastante desenvolvidas. As sépalas têm a função de proteger a flor em botão e, após desabrochadas, tornam-se tão coloridas quanto as pétalas. As pétalas intercalam-se com as sépalas, sendo que uma delas se diferencia das demais na forma e coloração, recebendo o nome de labelo. O labelo tem a função de atrair os insetos polinizadores, garantindo assim a sua produção.
O órgão reprodutor de uma orquídea é constituído de quatro partes:
Coluna
Antera
Estigma e
Ovário
Coluna ou ginostêmio: órgão carnudo e claviforme que se projeta do centro da flor, resultando da fusão dos órgãos masculino (estame) e feminino (carpelo).
Antera: contém os grãos de pólen agrupados em 2 a 8 massas chamadas polinias.
Estigma: depressão de superfície viscosa, órgão receptivo feminino onde são depositadas as polinias durante a polinização.
Ovário: local onde se desenvolve a cápsula das sementes após a fecundação.
Quando ocorre a polinização, o estigma se fecha, e flor começa a secar e o ovário inicia a formação da cápsula. Na maior parte das espécies a cápsula com as sementes leva de seis meses a um ano ate o amadurecimento. Cada cápsula pode conter até 500 mil sementes ou mais. Estas sementes são muito pequenas e constituídas apenas do embrião, ou seja, não possuem substancias nutritivas de reserva para serem utilizadas na fase de germinação. Em contrapartida, têm alta capacidade de dispersão, pois são facilmente levadas pelo vento, garantindo, assim a perpetuação da espécie.
Classificação por habitat
De acordo com o lugar de origem, as orquídeas são classificadas como:epífitas, Terrestres, ou Rupicolas.
Epífitas: São a maior parte das orquídeas. Vivem grudadas em tronco de arvores, mas não são parasitas, pois realizam a fotossíntese a partir de nutrientes absorvidos pelo ar e pela chuva. E não sugam a seiva da árvore.
Terrestres: são as que vivem como plantas comuns na terra. Mas é uma porcentagem muito pequena em relação às epífitas. Alguns exemplares mais cultivados são Cymbidium, Phaius, Paplhiopedilum, Arundina, Neobenthamia, Bletia. Apesar de plantas terrestres, aceitam muito bem o plantio em xaxim desfibrado e outros substratos casca de coco, pinus, carvão etc.
Rupicolas: são as que vivem sobre rochas. Não vivem agarradas a uma pedra lisa, mas fixada nos liquens e folhagens decompostas acumuladas nas fendas e partes rebaixadas de pedra.
Fonte: www.cactoslucia.com.br
Cultivo de Orquídeas
O Cultivo de Orquídeas
1. Definir as características de uma orquídea.
São monocotiledôneas, tem folhas alongadas com nervuras correndo paralelas, a flor tem 3 pétalas e 3 sépalas, são de igual proporção e ornamental com 2 e 1 de formação distinta, chamada labial.
2. Quais são os dois principais grupos de orquídeas em termos de padrão de crescimento? Dar o nome e mostrar exemplos de cada, a partir das próprias plantas ou de fotografias.
As orquídeas se dividem em 2 grandes grupos, conhecidos como monopodial e simpodial. A monopodial cresce verticalmente, sendo que a simpodial cresce horizontalmente.
3.  Quais as diferenças entre as orquídeas epifíticas ou edífitas, terrestres e rupículas?
Epifítica – são aquelas que se fixam sobre outras plantas, sem parasitá-las.
Terrestre – são aquelas que vivem diretamente na terra.
Rupícula – são aquelas que vivem em superfícies menos tradicionais, como as pedras.
4. Discorrer sobre a distribuição de orquídeas, fazendo uma referência especial à ocorrência destas espécies em sua região.
Cerca de 25.000 espécies silvestres no mundo e outras 25.000 variedades cultiváveis. Encontradas em todos os continentes, menos na Antártida. A maioria se encontra em ambiente tropical, mas são encontrados no deserto, montanhas, nos bosques, nos pântanos, nos campos, etc. Há na Austrália uma espécie que nunca vê a luz do dia, vive encoberta e foi descoberta acidentalmente quando um agricultor arava a sua chácara.
5. Citar o principal gênero de orquídeas cultivadas. Identificar três a partir de plantas ou fotografias.
Alguns gêneros são: Vanda, Dendrobium, Cimbidium, Oncidium, Phalaenopsis, Miltonia, Odontoglossum, Laelia e Pulmilam.Mas o gênero mais cultivado é o Vanilla, para a produção da baunilha.
A Phalaenopsis prefere ser cultivada em temperatura mais alta, com pouco luminosidade.
A Cimbidium prefere ser cultivada em temperatura mais amena e com bastante luminosidade.
A Vanda prefere ser cultivada em temperatura mais alta e com bastante luminosidade.
6. Discutir os principais pontos a serem observados no cultivo de orquídeas. Cultivar pelo menos uma orquídea, durante, no mínimo, seis meses.
Luz: algumas preferem maior intensidade de iluminação e outras não crescem bem com muita luz
Temperatura: a maioria tolera de 10 a 40° C. Sendo a temperatura ideal 25° C. 
Ventilação: as orquídeas estão acostumadas a uma brisa constante e suave. Evite ventos fortes.
Umidade: se adaptam melhor a falta de água que excesso. 1/2 copo a cada 2 dias é suficiente (não é regra)
Pragas: pode-se usar Dithane M-45, Manzane, Cerconil ou Benlate nas infestações (a cada 7 ou 14 dias)
Nutrientes: adube a cada 2 semanas (1/2 colher/L), aplique torta de mamona anualmente e esteja atento para os nutrientes básicos (Nitrogênio, Fósforo e Potássio).
Envasamento: preencha o vaso com 1/3 de calhas de telha e cacos limpos. Até o enraizamento o substrato deve ser mantido razoavelmente seco. 
Vasos e substratos: fibras de xaxim representam a melhor forma de substrato e fácil de ser obtido. Evite o uso de vasos muito grandes.
7. Quais as principais utilidades das orquídeas? Que orquídea é usada comercialmente?
A maioria é usada na ornamentação. Algumas orquídeas são cultivadas para serem usadas no buquê de noiva. São mais usados os gêneros Cimbidium e Catalieya. Também há uma orquídea famosa – a baunilha, esse sabor agradável dos sorvetes vem desta orquídea, do gênero Vanilla, o que caracteriza a espécie com maior uso comercial. Algumas espécies são microscópicas e vivem no alto das árvores, outras são do tamanho do bambu. Algumas dão aparência de insetos, outras ainda parecem com pequenos anjos, outras são as flores mais lindas em suas multicores brilhantes.
1. Definir as características de uma orquídea.
São monocotiledôneas, tem folhas alongadas com nervuras correndo paralelas, a flor tem 3 pétalas e 3 sépalas, são de igual proporção e ornamental com 2 e 1 de formação distinta, chamada labial.
2. Quais são os dois principais grupos de orquídeas em termos de padrão de crescimento? Dar o nome e mostrar exemplos de cada, a partir das próprias plantas ou de fotografias.
As orquídeas se dividem em 2 grandes grupos, conhecidos como monopodial e simpodial. A monopodial cresce verticalmente, sendo que a simpodial cresce horizontalmente.
3.  Quais as diferenças entre as orquídeas epifíticas ou edífitas, terrestres e rupículas?
Epifítica – são aquelas que se fixam sobre outras plantas, sem parasitá-las.
Terrestre – são aquelas que vivem diretamente na terra.
Rupícula – são aquelas que vivem em superfícies menos tradicionais, como as pedras.
4. Discorrer sobre a distribuição de orquídeas, fazendo uma referência especial à ocorrência destas espécies em sua região.
Cerca de 25.000 espécies silvestres no mundo e outras 25.000 variedades cultiváveis. Encontradasem todos os continentes, menos na Antártida. A maioria se encontra em ambiente tropical, mas são encontrados no deserto, montanhas, nos bosques, nos pântanos, nos campos, etc. Há na Austrália uma espécie que nunca vê a luz do dia, vive encoberta e foi descoberta acidentalmente quando um agricultor arava a sua chácara.
5. Citar o principal gênero de orquídeas cultivadas. Identificar três a partir de plantas ou fotografias.
Alguns gêneros são: Vanda, Dendrobium, Cimbidium, Oncidium, Phalaenopsis, Miltonia, Odontoglossum, Laelia e Pulmilam.Mas o gênero mais cultivado é o Vanilla, para a produção da baunilha.
A Phalaenopsis prefere ser cultivada em temperatura mais alta, com pouco luminosidade.
A Cimbidium prefere ser cultivada em temperatura mais amena e com bastante luminosidade.
A bastante luminosidade.Vanda prefere ser cultivada em temperatura mais alta e com
Fonte: www.especialidades.org
Cultivo de Orquídeas
Como Construir um Orquidário
Orquídea
Uma das primeiras dúvidas que surge quando decidimos iniciar uma coleção de orquídeas diz respeito ao ambiente propício ao seu cultivo. Se você não dispõe de espaço externo, com alguns cuidados pode cultivar suas orquídeas dentro de casa ou até no apartamento, é só construir prateleiras junto a janelas bem iluminadas, protegidas no lado de fora por uma tela, para que os vasos recebam sol filtrado.
Mas se você possui espaço disponível no quintal, um orquidário é sem duvida a melhor opção para suas orquídeas. Apesar de parecer difícil, ou caro, é possível construir um orquidário eficiente a um custo relativamente baixo. Preparamos algumas dicas de construção e funcionamento do orquidário, que irão facilitar sua empreitada.
Primeiro passo: Escolha o local.
Um dos aspectos mais importantes para o sucesso de seu orquidário, independentemente do tamanho ou de suas características, é a iluminação. Para garantir uma iluminação adequada é importante escolher um local que receba o sol da manhã.
Segundo passo: Determine o tamanho
Ao contrário do que possa parecer, nem sempre construir o maior orquidário possível é o ideal. Para a saúde de suas plantas, o local deve ser mantido sempre limpo e livre de insetos e pragas, portanto, quanto maior, mais trabalho você terá. Tenha em mente que considerando-se um espaço médio de aproximadamente 4×5 metros é possível montar um orquidário com capacidade para acomodar até 200 orquídeas. Imagine o tamanho aproximado que sua coleção terá e atenha-se a ele.
Terceiro passo: Escolha a cobertura.
Num clima como o nosso, uma boa solução é construir a cobertura com ripados de madeira, bambu ou telhas, de modo que os raios solares sejam filtrados, proporcionando luz na medida certa. No mercado há ainda o sombrite, uma tela especial para proteger as plantas do sol excessivo. Esse material chega a filtrar 70% dos raios solares, criando uma atmosfera ideal para a maioria das orquídeas, já que deixa os ambientes bem ventilados e protegidos tanto do sol como de insetos e outros animais, além de ser mais barato que a madeira.
Quarto passo:
Construa um espaço com condições diversificadas.
Lembre-se, nem todas as orquídeas são iguais e, portanto, necessitam de condições diferentes. Para que todas encontrem as condições perfeitas para seu desenvolvimento, construa seu orquidário com a possibilidade de explorar diferentes espaços. Os exemplares maiores, que necessitam de bastante aeração junto às raízes, podem ficar pendurados, para isso pense em caibros mais resistente. Uma bancada ou prateleira central é um bom lugar para as mudas recém plantadas ou em fase de crescimento. Na parte de baixo, apoiadas em blocos, podem ficar as espécies que gostam de mais sombra, como os cimbídios.
Seguem abaixo três modelos que podem ajudá-lo na construção:
Modelo 01
Vista Lateral
Medidas:
Largura: 3 metros
Comprimento: 4 metros
Altura: Fundo 3 metros / Frente 2,5 metros
Material necessário:
3 mourões de 13 a 16 x 3,50
4 mourões de 13 a 16 x 3,00
4 mourões de 7 a 10 x 4,00
6 mourões de 7 a 10 x 3,50
1 rolo de arame liso fio 14
4 metros de sombrite 70% com 3 metros de largura (considerando fechamento superior)
Aproximadamente 30 metros de lona transparente Anti-UV (considerando fechamento completo)
Se você dispõe de pouco espaço, um orquidário com teto de uma água, com a parte mais alta encostada em uma parede ou muro é uma boa opção. A tela de sombreamento, ou sombrite, deve ser colocada 30cm acima do plástico, o que diminui sensivelmente o aquecimento no interior do orquidário e impede que as plantas mais próximas da cobertura queimem com o calor. A menor altura deve ser de pelo menos 2,5 metros, para não prejudicar a movimentação. Para ganhar espaço, coloque uma tela no fundo e a utilize para fixar placas com plantas menores. Caso entre muito sol pela frente ou pelas laterais, pode-se utilizar tela de sombreamento também nestas áreas. Para que ela fique bem esticada, utilize fios de arame com intervalos de um metro entre um fio e outro antes de colocar o sombrite.
Modelo 02
Vista Lateral
Medidas:
Largura: 4 metros
Comprimento: 5 metros
Altura:
3 metros na parte mais alta
2,5 metros nas partes mais baixas
Material necessário:
3 mourões de 13 a 16 x 3,50
6 mourões de 13 a 16 x 3,00
6 mourões de 7 a 10 x 2,50
3 mourões de 7 a 10 x 4,00
12 mourões de 7 a 10 x 2,20
2 rolos de arame liso fio 14
15 metros de sombrite 70% com 1,50 metros de largura (considerando fechamento superior)
Aproximadamente 70 metros de lona transparente (considerando fechamento completo)
Se você dispõe de um espaço um pouco maior, o modelo acima, com telhado de duas águas, pode ser uma boa opção.
A disposição das bancadas em escada, no lado encostado a parede faz com que a insolação nesse canto seja otimizada. Ao construí-las opte por uma altura máxima de 1,5 metros para o andar mais alto e por uma largura máxima de 30cm para cada bancada. Estas medidas facilitam a manutenção e evitam o amontoamento de plantas. A bancada instalada no meio do orquidário pode ser um pouco mais larga, podendo ter mais de um nível, pois existe a possibilidade de se andar pelos seus dois lados, mas sempre lembrando de não encostar muito um vaso no outro. A largura pode-se estender, de acordo com o espaço disponível, mas lembre-se que a altura mínima recomendada é de 2,5 metros, e é absolutamente necessário haver uma caída no telhado para as águas de chuvas.
Dicas:
Para a cobertura abaixo do sombrite, utilize lona transparente para silos, com proteção anti-UV, que aumenta a durabilidade.
Em locais expostos ao vento, utilize a lona transparente também nas laterais. Fios de arame de metro em metro ajudam a mantê-la esticada.
Se for montar a estrutura em madeira, mourões de eucalipto imunizado são uma excelente opção. Duráveis e com excelente custo-benefício, dão um ar rústico à construção.
Plantas infectadas não devem ser colocadas em locais mais altos, pois podem facilmente infectar as que estiverem na parte de baixo.
Pense em manter a parte abaixo da bancada em terra e com alguma vegetação, para manter a umidade no ambiente. Se o piso for cimentado coloque vasos com plantas no chão do orquidário.
Os vasos devem ser pendurados na mesma altura e no mesmo alinhamento, para melhor distribuição de luz nas plantas da bancada.
Fonte: www.casacampoecia.com.br
Cultivo de Orquídeas
Características
A família das orquídeas possui mais de vinte mil espécies distribuídas em quase todas as partes do planeta, porém a maioria das espécies é encontrada nas áreas tropicais.
O Brasil é um dos países mais ricos em orquídeas, comparável somente à Colômbia e ao Equador.
Estudos recentes registram cerca de duas mil e trezentas espécies para o território brasileiro.
Vegetam em diversos ecossistemas, sendo encontradas em florestas, campos, cerrados, dunas, restingas, tundras e até mesmo em margens de desertos. São erroneamente chamadas de parasitas. Na realidade, as que vivem sobre troncos, galhos e gravetos são epífitas, plantas que vivem sobre outras plantas, semcausar danos ao hospedeiro.
Uma orquídea epífita utiliza o galho da árvore apenas como suporte, absorvendo nutrientes que são lavados pela água da chuva e depositados em suas raízes.
Uma significativa parcela das espécies vive em ambientes bem diferentes dos galhos e gravetos das árvores. Muitas vegetam sobre ou entre as rochas (rupícolas e saxícolas), geralmente em pleno sol.
Outras são terrestres, encontradas nos solos das matas, campos e até mesmo na areia pura das dunas e restingas. Existem casos raros de orquídeas subterrâneas (saprófitas), plantas aclorofiladas que se alimentam de matéria orgânica em decomposição.
As orquídeas são consideradas a família mais evoluída do reino vegetal. Isto se deve a modificações em suas extraordinárias flores, que, muitas vezes, apresentam formas sinistras e bizarras.
O tamanho das plantas e suas flores é também muito variável, algumas tão pequenas que, por isso, são conhecidas por microorquídeas, enquanto outras, como a trepadeira baunilha (Vanilla), podem atingir vários metros de comprimento. Existem flores pouco maiores do que a cabeça de um alfinete, e outras cujo diâmetro alcança cerca de quinze centímetros.
Baptistonia echinata
Vanilla planifolia
A flor das orquídeas é constituída de três sépalas (mais externas) e três pétalas (mais internas).
Na maioria das espécies, uma das pétalas é distinta das demais e recebe um nome especial, o labelo, que geralmente apresenta cores vistosas e serve como atrativo e campo de pouso aos polinizadores. No centro da flor encontramos um órgão especializado, a coluna , resultado da fusão dos estames (órgãos de reprodução masculinos) com o pistilo (órgão de reprodução feminino). No ápice da coluna, os grãos de pólen apresentam-se unidos em pequenas massas, ou polínias , protegidas pela antera . Logo abaixo, uma pequena cavidade representa a porção receptiva feminina, o estigma. Para que suas flores sejam fertilizadas, as orquídeas necessitam de um agente polinizador, geralmente um inseto ou pássaro, responsável pela transferência das políneas para o estigma, processo este denominado de polinização.
A estratégia utilizada pelas orquídeas para atração de seus polinizadores é um fenômeno altamente complexo e fascinante. Em casos extremos, a flor da orquídea pode apresentar a forma de fêmeas de besouros ou abelhas, cujos machos, atraídos pela insinuante aparência, tentam “copular” com as flores, efetuando involuntariamente a polinização.
Um fruto de orquídea pode conter mais de um milhão de sementes. Contudo, na natureza, somente uma pequeníssima fração germinará, e poucos indivíduos chegarão à fase adulta.
As sementes das orquídeas estão entre as menores do reino vegetal. O tamanho reduzido e a leveza facilitam a dispersão pelo vento, em muitos casos a grandes distâncias.
Ao contrário das sementes das outras plantas, elas são desprovidas de tecidos nutritivos, endosperma e cotilédone, responsáveis pela energia utilizada na fase inicial da germinação. Na falta de tecido nutritivo, essa energia é fornecida por certos fungos que vivem em simbiose com as orquídeas.
Algumas orquídeas são comercializadas não por sua beleza, mas devido ao uso na alimentação humana. A mais importante para a indústria é a baunilha, como são conhecidas algumas espécies do gênero Vanilla, largamente utilizadas na aromatização de bolos, sorvetes, balas e doces.
Sophronitis cernua
Miltonia clowesii
Propagação
Sementes, divisão de rizomas e micropropagação
Função
Vasos, placas de xaxim ou fibra de côco e ainda em madeira ou mesmo em árvores, terra ou pedra, dependendo da espécie. Em jardim elas vão crescer sadias sob as árvores ou até fixadas nos troncos.
Laelia harpophylla
Cuidados
A exposição direta à luz solar causa queimaduras nas folhas da maioria das orquídeas.
A condição de iluminação mais recomendada é a de 50 a 70% de sombra, que é obtida ao cultivar as orquídeas sob árvores, telados ou ripados. Toleram variações de temperatura entre 10 a 40 ºC, mas a temperatura ideal fica em torno de 25 ºC. Recomenda-se evitar o uso de vasos muito grandes. Pode-se usar tanto os vasos de barro como os de plástico, mas as fibras de xaxim (não confundir com pó de xaxim) são ainda o substrato que dão melhores resultados.
Atualmente também há a opção da fibra de coco, igualmente eficiente e mais ecológica. A adubação pode ser suspensa nos meses do outono e inverno. Uma boa opção de adubação orgânica é a torta de mamona (1 colher de sobremesa por vaso), que pode ser fornecida uma vez ao ano, depois que o sistema radicular estiver bem desenvolvido.
Por serem plantas epífitas – possuem raízes aéreas -, as orquídeas suportam bem uma brisa suave e contínua, mas deve-se evitar ventos fortes e canalizados. As regas devem ser feitas apenas quando o substrato estiver seco. Ao regar, uma boa medida é deixar a água escorrer pelo fundo do vaso.
Outro detalhe: as orquídeas são plantas adaptadas à condições de umidade do ar relativamente elevadas.
Em regiões mais secas, recomenda-se borrifá-las com água periodicamente. Apesar de gostar de umidade, ventilação e claridade, as orquídeas não suportam ficar expostas diretamente ao vento, sol e chuva.
Ameaças
Infelizmente, no Brasil e outras partes do mundo, o cultivo e comércio de orquídeas nativas teve como prática o extrativismo. Aliado à destruição de seus habitats naturais, muitas espécies desapareceram ou foram levadas à beira da extinção. Para mudar este cenário, é urgente o estabelecimento de uma conduta conservacionista que seja seguida por indivíduos e instituições.
Hoje, as orquídeas são facilmente reproduzidas artificialmente em laboratório a partir de sementes, geralmente atingindo a maturidade em dois a quatro anos.
Espécies raras e ameaçadas vêm sendo reproduzidas com sucesso por alguns estabelecimentos.
Fonte: www.vivaterra.org.br
Cultivo de Orquídeas
ORQUÍDEAS BRASILEIRAS E ABELHAS
ORQUÍDEAS: DIVERSIDADE E MORFOLOGIA GERAL
As orquídeas (família Orchidaceae) constituem um dos maiores (ca. 19.500 spp.) e mais diversos agrupamentos de angiospermas. Hoje são aceitas cinco subfamílias dentro de Orchidaceae (Cameron et al. 1999, Judd et al. 1999) (Figura 1). Como um todo, a família Orchidaceae é notável pela sua diversificada morfologia floral e vegetativa. No entanto, o estereótipo (flores grandes e muito ornamentais, presença de “pseudobulbos”, etc.) que a maioria das pessoas têm em relação à Orchidaceae diz respeito apenas a caracteres morfológicos próprios de uma das cinco subfamílias (Epidendroideae).
No entanto, há caracteres comuns a todas as orquídeas: o ovário é ínfero, sincárpico (carpelos fusionados). O perianto consta de dois verticilos trímeros (3 sépalas e 3 pétalas) (Figura 2), sendo que a pétala mediana com freqüência é maior e apresenta glândulas (nectários, glândulas de óleo, osmóforos, etc.) ou ornamentações (calos) com funções relacionadas ao processo de polinização. Por ser morfologicamente diferenciada, a pétala mediana é denominada de “labelo” (lábio, em latim). A posição original do labelo (para cima) é modificada durante a ontogênese da flor. O pedicelo floral, o ovário ou ambos sofrem uma torção (ressupinação) que faz com que o labelo seja apresentado para baixo por ocasião da abertura da flor.
Assim, o labelo pode atuar como plataforma de pouso ou guia mecânica para os polinizadores. Androceu e gineceu encontram-se fusionados em maior ou menor grau, formando uma estrutura única denominada coluna (Figuras 2 e 3). O número de anteras férteis em geral é muito reduzido (normalmente uma, mas raramente duas ou – muito mais raramente – três) (Figura 1). As sementes são em geral muito reduzidas e carecem de endosperma. Durante o processo de germinação estabelece-se uma simbiose entre fungos e a semente. O fungo providencia ao embrião nutrientes, sem os quais os processo de germinação não seria possível na natureza.
Figura 1: legenda na própria figura
Figura 2: morfologia geral da flor de Orchidaceae (Epidendroideae). A) Flor – Acacallis cyanea(Epidendroideae:Zygopetalinae). B) Coluna – Oncidium sp. (Epidendroideae: Oncidiinae). Sd: sépala dorsal. Sl: sépalas laterais. Pl: pétalas laterais.
Em duas subfamílias (Orchidoideae e Epidendroideae) o pólen encontra-se empacotado na forma de políneas (Figuras 2 e 3). Por sua vez, as políneas podem estar unidas a outras estruturas originadas na coluna, que coadjuvam na retirada das políneas durante o processo de polinização. O conjunto formado pelas políneas e as antes citadas estruturas adicionais, denomina-se polinário (Figura 3). Na subfamília Orchidoideae as políneas são de textura quebradiça ou compostas por grande número de subunidades menores (Figura 3). Em ambos os casos, o conteúdo polínico das políneas é gradativamente depositado na superfície estigmática das flores durante o processo de polinização. Na subfamília Epidendroideae, as políneas apresentam-se como estruturas globosas de consistência cerosa ou cartilaginosa, que não se fragmentam (Figura 3). Vale salientar que nas outras três subfamílias de Orchidaceae o pólen apresenta-se solto (Apostasioideae) ou aglutinado (Cypripedioideae, Vanilloideae), mas sem formar verdadeiras políneas (Figuras 1 e 3). Devemos ainda salientar que existem exemplos de orquídeas que formam políneas que não apresentam estruturas que coadjuvem na sua remoção da coluna. Estas políneas aderem nos polinizadores graças a secreções originadas no gineceu.
Figura 3: aspecto geral e coluna em três subfamílias de Orchidaceae. A-B) Phragmipedium vittatum (Cypripedioideae). C-D) Sarcoglottis ventricosa (Orchidoideae). E-F) Oncidium sp (Epidendroideae). E) Flor de Oncidium cognauxianum. F) Coluna de Oncidium flexuosum.
A subfamília Epidendroideae é a mais numerosa e, certamente, a melhor representada no Brasil. Talvez por isto, a maior parte das pessoas associam Orchidaceae com caracteres morfológicos próprios desta subfamília.
A marcante morfologia floral das Orchidaceae faz com que seja relativamente fácil acompanhar o processo de polinização. Por sua vez, numerosas estratégias de atração aos polinizadores surgiram nesta família tornando o estudo da biologia floral destas plantas um fascinante exercício de biologia integradora.
Nas orquídeas da subfamília Apoistasioideae, o pólen (solto) atua como recompensa aos polinizadores (Kocyan & Endress 2001). Nos grupos que formam políneas, o empacotamento do pólen dificulta ou impossibilita seu uso por parte dos potenciais polinizadores.
Numerosas orquídeas oferecem néctar aos polinizadores. Este néctar, com freqüência é oferecido em longas estruturas (geralmente prolongamentos do labelo) com forma de nectários ou esporões.
Outras orquídeas oferecem óleos florais secretados em glândulas complexas denominadas elaióforos (Figura 4). Há ainda recompensas florais menos comuns, tais como tricomas, resinas (Figura 4) ou até compostos aromáticos.
Ainda, numerosas orquídeas não oferecem recompensa nenhuma aos polinizadores. São as assim chamadas “orquídeas de engodo”. Muitas destas orquídeas apresentam conjuntos de caracteres (cores, fragrâncias florais, etc.) que atraem animais a procura de comida. Outras orquídeas “de engodo” apresentam estratégias mais sofisticadas. Este é o caso das orquídeaspolinizadas por “pseudocópula”. Estas orquídeas produzem fragrâncias florais que mimetizam os feromônios sexuais de fêmeas de insetos (em geral, Hymenoptera).
Ainda, há caracteres que reforçam a semelhança das flores com a das fêmeas de insetos mimetizadas. O labelo se apresenta piloso e superficialmente semelhante a um inseto. Insetos machos atraídos pela fragrância floral tentam copular com as flores e as polinizam ao longo de sucessivas visitas.
Estima-se que um 60 % das espécies de orquídeas sejam polinizadas por diferentes tipos de Hymenoptera. Há também orquídeas polinizadas por aves, lepidópteros (diurnos e noturnos), dípteros e besouros. Existem também espécies que se autopolinizam espontaneamente (autógamas). Em geral, espécies autógamas apresentam flores de cores pálidas e estruturas secretoras (ex: nectários) reduzidas ou ausentes. Com freqüência, modificações morfológicas da coluna facilitam a autopolinização.
Figura 4: exemplos de adaptações para atrair polinizadores. A) Nectários em Pelexia oestrifera (Orchidoideae: Spiranthinae). B) Elaióforo (glândulas de óleo) em Oncidium hookerii (Epidendroideae). C) Coxins de tricomas em Maxillaria brasiliensis (Epidendroideae: Maxillariinae). D) Secreção de consistência cerosa em Maxillaria cerifera (Epidendroideae: Maxillariinae).
GRUPOS DE ABELHAS IMPORTANTES NA POLINIZAÇÃO DE ORQUÍDEAS NATIVAS
ABELHAS HALICTIDAE
As abelhas da família Halictidae são importantes na polinização de numerosas orquídeas brasileiras, embora sua importância tenha vindo à tona apenas recentemente (Singer & Cocucci 1999a, Singer & Sazima 2001a, Singer 2003).
A seguir, os agrupamentos taxonômicos de orquídeas polinizados por estas abelhas de que temos conhecimento até o presente:
Subfamília Orchidoideae, subtribo Spiranthinae: vários gêneros de abelhas Halictidae (Augochloropsis, Pseudoaugochlora, etc.) tem sido documentados como polinizadores das flores de orquídeas terrestres do gênero Cyclopogon (Singer & Cocucci 1999a, Singer & Sazima 1999) (Figura 5). Estas orquídeasapresentam flores modestas, tubulosas e branco- esverdeadas, que oferecem néctar. O polinário destas orquídeas se adere na superfície ventral do labrum destas abelhas enquanto estas tentam sugar o néctar secretado por nectários presentes no labelo, logo embaixo da coluna (Figura 5).
Subfamília Orchidoideae, subtribo Prescottinae: abelhas do gênero Augochloropsis foram encontradas polinizando as minúsculas flores de Prescottia densiflora Lindl. (Singer & Cocucci 1999a, Singer & Sazima 2001a). Estas flores apresentam uma coloração branca ou branco-rosada e também produzem néctar. As flores depositam os polinários na superfície ventral da probóscide das abelhas.
Subfamília Epidendroideae, subtribo Angraeciinae: abelhas do gênero Pseudoaugochlora (P. gramínea) polinizam as flores de Campylocentrum aromaticum, uma orquídea monopodial bastante freqüente nas florestas com Araucaria (Singer & Cocucci 1999a). As flores desta orquídea são muito perfumadas e oferecem néctar em estruturas de tipo “esporão”. Os diminutos polinários se fixam na superfície ventral da probóscide das abelhas. Vale salientar que as orquídeas Angraeciinae são muito diversificadas no Madagascar e na África, onde são polinizadas principalmente por mariposas da família Sphingidae (Van der Cingel 2001).
Figura 5: Exemplo de orquídea polinizada por abelhas Halictidae. A) Cyclopogon congestus, aspecto da flor. B) Abelha Pseudoaugochlora com polinário aderido na face ventral do labrum.
ABELHAS APIDAE: ABELHAS COLETORAS DE LEOS
Vários gêneros de abelhas Neotropicais coletam óleos florais em diversas famílias de angiospermas (Malpighiaceae, algumas Iridaceae, Krameriaceae, algumas Orchidaceae). Estas plantas secretam os óleos em estruturas glandulares complexas denominadas elaióforos. Os elaióforos podem ser epidermais (os óleos são secretados por tecidos epidermais) ou tricomáceos (formados por grande quantidade de tricomas secretores) (Figura 6). As fêmeas (e mais raramente, os machos) destas abelhas apresentam adaptações morfológicas que lhes permitem coletar estes óleos. Os óleos, misturados com pólen são oferecidos como alimento às larvas e, ao que parece, servem também como material isolante para os ninhos. A química destes óleos florais de orquídeasestá sendo estudada por pesquisadores do Instituto de Química, na Unicamp (Reis et al., 2000). As abelhas coletoras de óleos eram antes incluídas em uma família própria, denominada Antophoridae. Hoje, estas abelhas estão inseridas em várias subtribos da família Apidae. A seguir, alguns exemplos de orquídeasbrasileiras polinizadas por estas abelhas. Todas estas orquídeas pertencem a subfamília Epidendroideae.
Subtribo Oncidiinae: Um macho de Tetrapedia diversipes foi capturado enquanto polinizava flores de Oncidium paranaense(Singer & Cocucci 1999b). Ainda precisa ser esclarecido qual seria o uso que os machos destas abelhas dão aos óleos. Uma fêmea de Tetrapedia sp. foi capturada na Unicamp enquanto polinizava as flores de Oncidium pubes (Singer 2003) (Figura 6). Esta abelha estava claramente coletando leos secretados em um complexo elaióforo epidermal.
Recentemente (janeiro de 2004), foi observada uma grande fêmea de Epicharis sp visitando e polinizando (a abelha claramente levava um polinário embaixo das antenas) flores de Oncidium jonessianum (Singer & Farias-Singer, inédito) na região de Sidrolândia, Mato Grosso do Sul. A visita foi muito rápida e não foi possível estabelecer se a abelha tinha coletado alguma substância nas flores.
Figura 6: polinização de orquídeas por abelhas coletoras de óleos. A) Flor de Oncidium pubes (Epidendroideae: Oncidiinae). B) Elaióforo de O. pubes. C) Fêmea de Tetrapedia sp com polinário de Oncidium pubes. D) Elaióforo de Ornitophora radicans (Oncidiinae). E) Possível elaióforo tricomáceo em Oncidium pulvinatum.
ABELHAS DO GÊNERO BOMBUS
As mamangavas sociais do gênero Bombus são importantes polinizadores de orquídeas no Velho Mundo (Van der Cingel 1995). Por enquanto, há poucos registros de polinização de orquídeas brasileiras por estas abelhas, mas esta situação deverá certamente mudar uma vez que mais estudos sejam feitos.
Subfamília Orchidoideae, subtribo Spiranthinae: operárias de Bombus (Fervidobombus) atratus polinizam as flores de Pelexia oestrifera (Singer & Sazima 1999) (Figura 4A, Figura 7), uma orquídea terrestre relativamente abundante em ambientes rupícolas de altitude na região sudeste. Estas orquídeas secretam néctar que se acumula em um esporão encurvado. As mamangavas visitam as flores a procura de néctar. Os polinários se aderem na superfície ventral do labrum (Figura 7).
Subfamília Vanilloideae: Pansarin (2003), documentou a polinização de Cleistes machrantha (= C. libonii?) por operárias de Bombus atratus que procuram néctar nas flores. Rainhas e operárias de Bombus morio foram observadas visitando e polinizando as flores de Vanilla chamissonis, em Picinguaba (Ubatuba, São Paulo).
Vale salientar que as orquídeas Vanilloideae não formam políneas. Durante suas visitas nas flores, as abelhas deslocam pequenas porções de pólen que se adere na região dorsal (escuto e/ou escutelo).
Subfamília Epidendroideae: rainhas de Bombus brasiliensis foram capturadas carregando polinários de Bifrenaria harrisoniaeae (subtribo Maxillariinae) (Singer & Koehler 2004).
Rainhas de Bombus morio foram observadas carregando políneas de Cattleya forbesii (subtribo Laeliinae), na Ilha do Mel, Paraná (Singer, inédito). Operárias de Bombus atratus foram observadas visitando flores de Miltonia flavescens (subtribo Oncidiinae) no Parque Estadual Grota Funda (Atibaia, SP). No entanto, não foi possível esclarecer se estas abelhas eram de fato polinizadoras.
Figura 7: exemplo de polinização por mamangavas Bombus. A-B) Operárias de Bombus (Fervidobombus) atratus com polinários de Pelexia oestrifera (Orchidoideae: Spiranthinae).
ABELHAS EUGLOSSINI
Com pouco mais de 200 espécies, e apenas cinco gêneros (Aglae, Eufriesea, Euglossa, Eulaema e Exaerete), as abelhas Euglossini são de grande importância na polinização de orquídeas neotropicais. Algumas subtribos de orquídeasneotropicais (Catasetiinae, Stanhopeinae) são exclusivamente polinizadas por machos destas abelhas. Os machos de abelhas Euglossini visitam as flores para coletar compostos aromáticos, terpenos e sesquiterpenos que são secretados por regiões especializadas do labelo. Estas abelhas apresentam adaptações morfológicas para a coleta destas substâncias. As substâncias são raspadas com estruturas como esponjas no primeiro par de patas e transferidas em vôo para estruturas esponjosas no segundo e terceiro par. No terceiro par de patas observa-se uma grande dilatação das tíbias, onde os compostos são estocados pelas abelhas. A função destes compostos é motivo de debate e ainda não foi esclarecida, mas é possível que intervenham no processo de acasalamento, como fator de reconhecimento específico e/ ou de seleção sexual (Lunau 1992, Singer & Koehler 2003). Nos anos 60, a síntese de muitos dos compostos atrativos para machos de Euglossini permitiu utilizar estes compostos como ferramentas para o estudo da polinização de orquídeas. Pedaços de papel são embebidos nestes compostos químicos e a seguir são colocados em locais bem expostos ao vento.
Machos de Euglossini atraídos nas iscas são capturados e verifica-se se eles estão ou não carregando polinários de orquídeas. Quando já existe um levantamento florístico das orquídeas do local, com freqüência é possível determinar os polinários a nível de gênero e espécie. Esta metodologia permitiu estudar as interações entre comunidades de orquídeas e suas abelhas polinizadoras. Existem completos censos de abelhas Euglossini (e dos polinários de orquídeasque elas eventualmente carregam) para algumas regiões da América Central (Ackerman 1982, Roubik & Ackerman 1986) e, mais recentemente, para a região de Picinguaba (Município de Ubatuba, São Paulo) (Singer & Sazima 2004, no prelo).
Em geral, todos estes trabalhos apresentam alguns pontos em comum: nem todas as espécies de Euglossini de uma localidade estão envolvidas em polinização de orquídeas. Entre 22 e 30 % das espécies de uma determinada comunidade de Euglossini, não apresentaram quaisquer inter-relação evidente com espécies de orquídeas. Isto pode parecer paradoxal, mas acontece que as abelhas Euglossini podem conseguir os compostos aromáticos não apenas em orquídeas, mas também em flores de outras famílias de angiospermas (algumas Araceae, Apocynaceae, Bignoniaceae, Euphorbiaceae, etc.), bem como em outras fontes não florais (seiva de árvores, madeira podre, fungos, etc.). A seguir, alguns grupos de orquídeas representativas da Flora Brasileira e que são polinizadas por machos de abelhas Euglossini.
Subfamília Epidendroideae, subtribo Catasetiinae: todas as espécies desta subtribo são polinizadas por machos de abelhas Euglossini. Nos gêneros Catasetum e Cycnoches verifica-se a produção de flores unissexuais (flores masculinas e femininas em plantas diferentes) (Figuras 8 e 9). As flores femininas em geral são esverdeadas, mais duradouras e coriáceas. As flores masculinas são mais coloridas e efêmeras.
Ao que parece, o que determina o sexo das flores que vão ser produzidas é a quantidade de luz solar recebida pela planta: plantas expostas a sol pleno produzem flores femininas; aquelas crescendo em locais mais sombrios, produzem flores masculinas. As flores masculinas do gênero Catasetum são famosas pelo modo de aderir o polinário nos polinizadores. O polinário encontra-se em tensão, rodeado por dois apêndices da coluna denominados “antenas”.
Quando as abelhas raspam o labelo procurando os compostos aromáticos e contatam as antenas, o polinário é ejetado no dorso das abelhas. Em geral, o polinário se adere no escuto (Figura 8), mas pode acontecer que ele se fixe acidentalmente em alguma pata ou até nas asas (e, neste caso, impossibilitando o vôo da abelha).
Figura 8: Polinização de Catasetum spp (Epidendroideae: Catasetiinae) por abelhas Euglossini. Flores masculinas. A-B) Flores masculinas de Catasetum barbatum. C) Eufriesea violascens visitando flor de Catasetum fimbriatum. D) Eufriesea violascens com dois polinários de C. barbatum aderidos no dorso.
Figura 9: Polinização de Catasetum spp (Epidendroideae: Catasetiinae) por abelhas Euglossini. Flores femininas. A) Seção longitudinal de flor feminina de Catasetum trulla. B-C) Abelhas Euglossa visitando flores femininas de Catasetum barbatum.
Figura 10: Polinização de Promenaea stapelioides (Epidendroideae: Zygopetaliinae) por abelhas Euglossini. A) flor de P. stapelioides. B) Coluna de P. stapelioides, mostrando o polinário. C) Euglossa cf. ignita com polinário aderido na região occipital.
Subfamília Epidendroideae, subtribo Stanhopeinae: esta subtribo de orquídeas é tambémpolinizada na sua totalidade por machos de abelhas Euglossini a procura de compostos aromáticos. Estas flores apresentam amiúde complexas morfologias florais e mecanismos de polinização envolvendo flores armadilha (gênero Coryanthes) onde o polinizador é temporariamente retido na cavidade do labelo ou flores pendentes, onde o polinizador escorrega e cai sobre a coluna, deslocando o polinário (Stanhopea, Gongora) (Figura 11).
Há também mecanismos de polinização menos complexos, onde a flor toda atua como plataforma de pouso e os polinários se aderem na região ventral ou nas patas dos polinizadores (gênero Cirrhaea) (Figura 11). Nesta subtribo de orquídeas são freqüentes mecanismos prevenindo a autopolinização. Em muitas espécies, a cavidade estigmática é muito reduzida e é preciso que o polinário se desidrate consideravelmente para poder ser inserido nela. Este mecanismo dificulta que uma abelha deposite um polinário na mesma inflorescência onde o adquiriu (pelo menos, durante a mesma visita) e, portanto, aumenta as chances de polinização cruzada.
Figura 11: Euglossini e orquídeas da subtribo Stanhopeinae. A) Eufriesea violacea polinizando Gongora bufonia (note-se que o animal tem um polinário aderido no escutelo). B) Coluna de G. bufonia. C) Eufriesea violacea com dois polinários de G. bufonia no escutelo. D) Eufriesea violacea visitando Cirrhaea saccata. E) Coluna de C. saccata. F) Euglossa chalybeata iopoecila com polinário de Cirrhaea aderido em uma pata.
Subfamília Epidendroideae, subtribo Zygopetaliinae: a literatura antiga (van der Pijl & Dodson 1966 e obras ali citadas) sugere que a polinização por machos de abelhas Euglossini seja importante nesta subtribo de orquídeas. De fato, um grande número de orquídeas desta subtribo do Norte da América do Sul e América Central são polinizadas por machos destas abelhas. Na região sudeste do Brasil, no entanto, outras mamangavas (abelhas Bombus?) devem também ser importantes polinizadores. Embora a literatura antiga sugira que Zygopetalum seja polinizado por machos de Euglossini (van der Pijl & Dodson 1966), nossas observações de campo ao longo de muitos anos não trouxeram qualquer evidência sustentando esta idéia (Singer & Gerlach 2002). Pudemos, no entanto, constatar que Promenaea stapelioides (epífita mais ou menos comum no litoral de São Paulo) é polinizada por machos de Euglossa cf. ignita, que carregam os polinários na nuca (Figura 10).
Subfamília Epidendroideae, subtribo Oncidiinae: esta subtribo de orquídeasapresenta diferentes estratégias e polinização e, como vimos antes, muitas espécies são polinizadas por abelhas Apidae coletoras de leos. Há, no entanto, alguns gêneros de orquídeas Oncidiinae que oferecem compostos aromáticos no labelo e são, portanto, polinizados por machos de abelhas Euglossini. Todas as espécies do gênero Notylia (incluindo Macroclinium) são polinizadas enquanto machos Euglossini raspam o labelo para obter compostos aromáticos (Singer & Koehler 2003a, Singer & Sazima 2004, em prensa) (Figura 12). Em Notylia, verifica-se a ocorrência de 1) protandria e 2) auto- incompatibilidade (impossibilidade de se formar frutos através de autopolinização, por aborto das flores autopolinizadas).
As flores recém abertas apresentam a cavidade estigmática fechada e podem apenas atuar como doadoras de pólen. Após uns 2 ou 3 dias, a cavidade estigmática se abre e a flor pode agora atuar como receptora de pólen e ser polinizada.
As abelhas tendem a visitar todas as flores disponíveis em toda a planta e, visto que ambas fases florais podem coexistir na mesma planta ou inflorescência, ocorrem algumas autopolinizações e abortos induzidos pelos polinizadores (Singer & Koehler 2003a). Recentemente (Singer & Gerlach 2002) pudemos verificar a presença de polinários de uma orquídea Oncidiinae (provisoriamente identificados como Rodrigueziopsis) no primeiro par de patas de machos de Euglossa iophyrra. Através da análise de mais polinários, bem como pela sua comparação com polinários de flores vivas, hoje se pode afirmar que esses polinários pertencem na verdade a Warminga eugenii, uma pequena Oncidiinae epífita, filogeneticamente muito próxima de Notylia. Ainda, pudemos verificar a visita de machos de abelhas Euglossini em flores cultivadas de Macradenia paraense. Macradenia é também filogeneticamente próximo de Notylia e, como ela, apresenta protandria (Figura 12). Estes fatos sugerem que a polinização por machos de Euglossini seja um fato generalizado em um clado de Oncidiinae composto por estes gêneros (Singer & Koehler 2003a).
Figura 12: A-B) Polinização de Notylia nemorosa (Epidendroideae: Oncidiinae) por abelhas Euglossini. A) Abelhas vistando inflorescência. B) Abelha com dois polinários aderidos no labrum. C) Macho de Euglossa visitando flor de Macradenia rubescens (Oncidiinae). D-E) Protandria em Macradenia (Oncidiinae). D) Fase masculina (estigma fechado). E) Fase feminina (estigma aberto).
ORQUÍDEAS NECTARÍFERAS POLINIZADAS POR EUGLOSSINI
Os machos de abelhas Euglossini são tão famosos pela sua conduta de coleta de fragrâncias em flores de orquídeas que muitas pessoas esquecem que (como qualquer outra abelha), machos e fêmeas visitam outras flores a procura de néctar. Ainda, as fêmeas (exceto em Aglae e Exaerete) visitam flores de diversas famílias de angiospermas para obter pólen, como o resto das abelhas não parasíticas. Em anos recentes, pudemos constatar que machos e fêmeas de Euglossini visitam e polinizam algumas espécies de orquídeas terrestres (subfamília Orchidoideae) (Singer & Sazima 1999, Singer & Sazima 2001b).
Estas orquídeas apresentam longas cavidades nectaríferas onde as abelhas inserem suas peças bucais. Fêmeas de Euglossa foram documentadas como polinizadoras de Sarcoglottis fasciculata (Subtribo Spiranthinae) (Figura 13), uma orquídea freqüente em matas mesófilas da região Sudeste do Brasil. O polinário se adere na superfície ventral do labrum, dificultando sua remoção por parte da abelha. Fêmeas de Euglossa chalybeata iopoecila e Euglossa cf. ignita foram documentadas como polinizadoras das flores de Aspidogyne longicornu (subtribo Goodyeriinae). Aqui também o polinário se adere na face ventral do labrum (Figura 13). Recentemente, (Singer, inédito) foi capturado um macho de E. cf. ignita carregando um polinário desta orquídea na Ilha do Cardoso (município de Cananéia, São Paulo). É chamativo que ambas as espécies de orquídea, embora pertençam a subtribos diferentes, apresentam uma estratégia de polinização semelhante.
A fixação do polinário na face ventral do labrum nos parece um fato ecologicamente significativo: 1) torna difícil a remoção do polinário por parte da abelha e 2) o labrum é uma peça bucal versátil. Quando a abelha retrai a proboscis e fecha as peças bucais, o labrum fica retraído abaixo da cabeça. Se houver um polinário aderido na face ventral do labrum, este ficará protegido abaixo da cabeça da abelha durante o vôo. Estes fatores antes citados propiciam não apenas a permanência do polinário na abelha, mas também a polinização cruzada e a distribuição do pólen ao longo de longas distâncias (vale lembrar que os polinários de Orchidoideae são quebradiços e seu conteúdo polínico pode ser distribuído através de muitas visitas florais).
Figura 13: Euglossini e orquídeas nectaríferas. A) Euglossa visitando flores de Sarcoglottis fasciculata (Orchidoideae: Spiranthinae). B) Euglossa com polinário de S. fasciculata aderido na face ventral do labrum. C) Euglossa cf. ignita visitando inflorescência de Aspidogyne longicornu (Orchidoideae: Goodyerinae). D) Euglossa chalybeata iopoecila com polinário de A. longicornu aderido na face ventral do labrum.
ABELHAS MELIPONINI E ORQUÍDEAS
As abelhas Meliponini são eusociais, isto é, há nestas abelhas determinação de castas e divisão do trabalho nas colméias. As colméias podem abrigar milhares de indivíduos e as operárias precisam não apenas coletar néctar e pólen, mas também substâncias (principalmente resinas) que são utilizadas como material de construçãono ninho. Numerosas orquídeas brasileiras são polinizadas por estas abelhas.
Subfamília Epidendroideae, subtribo Maxillariinae: numerosas espécies do gênero Maxillaria não oferecem quaisquer recompensas aos polinizadores, mas apresentam fragrâncias e colorações que atraem operárias dos gêneros Trigona (freqüentemente, T. spinipes). Isto parece ser um fato freqüente em Maxillaria picta e espécies próximas (Singer 2003, Singer & Koehler 2004) (Figura 14). Estas abelhas aderem os polinários na região do escutelo (Figura 14). Em geral, as abelhas visitam as flores apenas nos primeiros dias de florada, sugerindo que são capazes de reconhecer que estas flores não apresentam recompensas após um curto período de interação com elas (Singer & Cocucci 1999b, Singer & Koehler 2004). Há também numerosas espécies de Maxillaria que oferecem secreções cerosas /resinosas ou tufos de tricomas aos polinizadores (Flach et al., 2004, Singer & Koehler 2004). Já foi documentada a polinização de Maxillaria brasiliensis (Singer & Koehler 2004) e, mais recentemente, M. discolor (Singer & Koehler, inédito) por operárias de Trigona que coletam tricomas no labelo destas orquídeas. Em ambos os casos, as abelhas aderem os polinários no escutelo (Singer & Koehler 2004). Operárias de Plebeia sp. foram observadas visitando as flores de M. parviflora, mas ainda não pode ser constatado se são de fato polinizadoras. Operárias de Partamona hellerii já foram encontradas carregando polinários de orquídeas Maxillariinae na Estrada da Graciosa, Paraná (Singer, inédito). Não foi possível ainda esclarecer a identidade destes polinários.
Subfamília Epidendroideae, subtribo Polystachiinae. Esta Subtribo de orquídeasé pantropical e deve apresentar diversos tipos de polinizadores ao longo da sua distribuição. Durante numerosas visitas no Orquidário do Instituto de Botânica, em São Paulo, São Paulo, pudemos constatar que as plantas cultivadas de Polystachya concreta eram sistematicamente visitadas e polinizadas por operárias de Trigona spinipes. As abelhas coletavam os tricomas esbranquiçados da superfície do labelo. Durante o processo, deslocavam numerosos polinários que se aderiam na face das abelhas (Figura 15).
Subfamília Epidendroideae, subtribo Angraeciinae: operárias de Trigona spinipes e Plebeia sp foram observadas visitando e polinizando as minúsculas flores nectaríferas de Campylocentrum burchellii (uma orquídea notável por ser totalmente áfila e acaule). As abelhas aderiam os polinários na face ventral da proboscis (Singer & Cocucci 1999a).
Figura 14: Abelhas Meliponini e orquídeas da subtribo Maxillariinae. A) Operária de Trigona spinipes visitando Maxillaria picta. B) Trigona sp. com polinário de Maxillaria marginata aderido no escutelo. C) Operária de Trigona sp. vistando flor de Maxillaria brasiliensis (note-se que a abelha já carrega um polinário desta orquídea no escutelo). D) Trigona sp. com polinário de Maxillaria brasiliensis aderido no escutelo.
Figura 15: Abelhas Meliponini e Polystachya concreta (Epidendroideae: Polystachiinae). A-B) Operárias de Trigona sp. coletando os tricomas do labelo das flores. C) Operária de Trigona sp. com alguns polinários aderidos na face.
MIMETISMO SEXUAL OU “PSEUDOCÓPULA”
Dentre as estratégias de atração de polinizadores por engodo, talvez a mais espetacular seja a assim denominada polinização por “pseudocópula”. Nestas orquídeas, as fragrâncias florais mimetizam os feromônios sexuais de fêmeas de insetos (normalmente Hymenoptera). Ainda, há um conjunto de caracteres florais que reforçam a semelhança das flores com as fêmeas dos insetos mimetizados. Assim, as flores normalmente apresentam colorações escuras ou apagadas e o labelo apresenta-se piloso, superficialmente semelhante com um inseto. Insetos machos atraídos pela fragrância floral pousam nas flores e tentam copular com elas, levando ao processo de polinização e fertilização ao longo de sucessivas visitas florais (van der Pijl & Dodson 1996, Dressler 1993). Esta estratégia de polinização foi particularmente bem documentada em orquídeas européias e australianas (Van der Cingel 1995 e 2001). Nestas orquídeas, as flores normalmente são polinizadas por um breve período de tempo que coincide com a emergência de machos de insetos sazonais.
Neste período não há fêmeas disponíveis no ambiente e os machos destes insetos tentam copular com as flores, polinizando-as. Quando as fêmeas finalmente emergem, os machos se tornam capazes de discernir entre as flores e as “fêmeas verdadeiras”, ignorando as primeiras (Van der Pijl & Dodson 1966). Evidências recentes, no entanto, sugerem que ao menos em alguns casos, as flores podem continuar sendo atrativas para os machos após a emergência das fêmeas (Ayasse et al., 2003).
Estudos recentes demonstraram que o fenômeno de “pseudocópula” ocorre pelo menos em dois gêneros de orquídeas neotropicais da subtribo Maxillariinae (Singer 2002, Singer et. al., 2004).
Curiosamente, ambas as orquídeas apresentam atributos que parecem conflitar com o que se sabia sobre pseudocópula em orquídeas do Velho Mundo: ambas as espécies apresentam longos períodos de florada, ou seja, flores são produzidas em pequeno número, mais praticamente na maior parte do ano.
Como se explica isto?
A explicação é muito interessante: nas espécies até agora estudadas no Brasil, a polinização depende não de abelhas solitárias e sazonais, mas de abelhas eusociais (concretamente, Meliponini). As abelhas Meliponini vivem em colméias perenes onde machos, rainhas e operárias são produzidos várias vezes, ao longo do ano. Portanto, na maior parte do ano, haverá machos disponíveis que poderão ser atraídos pelas flores (Singer 2002, Singer et.al., 2004). Ainda, a diferença das rainhas, que são produzidas em números moderados, os machos são produzidos em grandes quantidades. Portanto, há sempre uma grande probabilidade que um número significativo de zangões não contatem nunca uma rainha verdadeira, aumentando as chances destas abelhas serem enganadas pelas flores.
A seguir são descritos brevemente os dois casos de “pseudocópula” que puderam ser documentados até o momento. Análises das fragrâncias florais destas orquídeas, bem como testes de eletroantenograma estão sendo feitos em colaboração com a equipe da Dra. Anita J. Marsaioli (Instituto de Química, UNICAMP).
Trigonidium obtusum
Já em 1962, Kerr e López perceberam que zangões de Plebeia droryana (Figura 16) tentavam copular com as flores de Trigonidium obtusum, mas sugeriram que as abelhas deviam ser pequenas demais para serem os polinizadores efetivos das flores. Em 2002, Singer consegue acompanhar todo o processo da polinização.
As flores são afuniladas e eretas e não apresentam qualquer parte do perianto semelhante a um inseto. Zangões tentam copular ora com as sépalas ou com as pétalas e escorregam na cavidade floral onde são temporariamente retidos. Tentando sair da flor, alguns machos acessam a cavidade entre o labelo e a coluna e aderem o polinário no escutelo (Figura 16), como acontece em muitas outras orquídeas Maxillariinae. As políneas são muito grossas no momento de serem deslocadas da coluna e precisam passar por uma desidratação para poder encaixar na cavidade estigmática. As políneas só estão em condições de entrar no estigma uns 40 minutos após a remoção do polinário. Este mecanismo aumenta as chances de polinização cruzada (Singer 2002). Esta combinação de atração sexual e flores armadilha e até hoje apenas conhecida para T. obtusum (Singer 2002). A fragrância floral de T. obtusum é relativamente simples e primariamente composta por pentadecano (Flach et al., 2004).
Mormolyca ringens
Mormolyca ringens não é nativa do Brasil. No entanto, seus polinizadores apresentam uma ampla distribuição nos Neotrópicos, o que permitiu que o processo de polinização fosse acompanhado em plantas cultivados no Orquidário da ESALQ (USP-Piracicaba) (Singer et. al., 2004). Os polinizadores são zangões de Nannotrigona testaceicornis e Scaptotrigona sp (ambos Meliponini) (Figura 17).As flores de Mormolyca apresentam um forte paralelismo com as do gênero Ophrys (Subfamília Orchidoideae), onde o fenômeno de pseudocópula foi originalmente descrito. As flores são de cor amarronzada, com estrias cor de vinho. O labelo é piloso e superficialmente semelhante com um inseto. Os zangões tentam copular com o labelo das flores e aderem o polinário no escutelo durante o processo (Figura 17).
Diferente de Trigonidium, não há qualquer mecanismo morfológico favorecendo a polinização cruzada e flores que sejam autopolinizadas pelos zangões abortarão em 7-10 dias, já que as flores de M. ringens são autoincompatíveis. A fragrância floral de M. ringens apresenta 31 componentes principais (Singer et al, 2004).
Figura 16: polinização por “pseudocópula” em Trigonidium obtusum (Epidendroideae: Maxillariinae). A-B) Zangões de Plebeia droryana tentando copular com as sépalas da flor. C) Zangão retido na cavidade floral (note-se que ele já aderiu um polinário no escutelo). D) Zangão de Plebeia droryana com um polinário aderido no escutelo.
Figura 17: polinização por “pseudocópula” em Mormolyca ringens (Epidendroideae: Maxillariinae). A) Zangão de Nannotrigona testaceicornis tentando copular com a flor. B) Zangão de Scaptotrigona sp tentando copular com flor. C) Zangão de Nannotrigona com polinário aderido no escutelo.
Rodrigo B. Singer
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Fonte: www.webbee.org.br
Cultivo de Orquídeas
Dicas para cuidar bem delas
Orquídea
Conta-se que há cerca de 3.000 anos, a Rainha de Sabá estava indecisa sobre como presentear o Rei Salomão. Afinal, o que poderia encantar um rei tão poderoso?
Uma escrava lhe trouxe a decisão: “ao maior dos reis, leve um feixe de orquídeas”. Passado tanto tempo, o fascínio ainda persiste e as orquídeas continuam a aumentar sua legião de fãs e apaixonados. E hoje, é possível adquirir lindos exemplares desta planta por preços bem acessíveis, até em supermercados! Bem tratadas, as orquídeas produzem belas floradas anualmente.
Luz
A exposição direta à luz solar causa queimaduras nas folhas da maioria das orquídeas. A condição de iluminação mais recomendada é a de 50 a 70% de sombra, que é obtida ao cultivar as orquídeas sob árvores, telados ou ripados. Varandas ou áreas de serviço de apartamentos também são bons locais, mas é preciso cuidado, nesses casos, para que as orquídeas recebam o sol da manhã.
Alguns especialistas afirmam que em apartamentos, os melhores lugares para as orquídeas são atrás da janela do banheiro ou um terraço envidraçado, onde há luz filtrada.
Para saber se as condições de iluminação estão adequadas, é só observar a planta: folhas amareladas indicam excesso de luz; já as folhas estreitas, longas e de cor verde bem escura indicam iluminação deficiente.
Plantas como Vanda, Dendrobium, Cymbidium e várias espécies de Oncidium suportam luminosidade mais intensa, enquanto que Phalaenopsis, Miltonia, Laelia e Pumilan preferem baixa luminosidade.
Temperatura
A maioria das orquídeas toleram variações de temperatura entre 10 a 400 C, mas a temperatura ideal fica em torno de 25 graus.
Orquídeas como Phalaenopsis e Vanda preferem temperaturas mais altas, enquanto que as Miltonias, Cymbidiums, e Paphilopedilum se dão melhor com temperaturas mais amenas.
Vasos e substratos
Recomenda-se evitar o uso de vasos muito grandes. Pode-se usar tanto os vasos de barro como osde plástico, mas as fibras de xaxim (não confundir com pó de xaxim) são ainda o substrato que dão melhores resultados. Atualmente também há a opção da fibra de coco, igualmente eficiente e mais ecológica.
Certas espécies de orquídeas, como Cattleya walkeriana, C. Nobillor, C. Schilleriana, C. Acladiae e a maioria das espécies de Oncidium desenvolvem-se melhor sobre placas xaxim ou pedaços de casca de madeira do que em xaxim desfibrado.
Adubação
A fórmula NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) deve ser aplicada a cada duas semanas, na proporção de 1 colher (café) por litro de água, durante a primavera e o verão. A adubação pode ser suspensa nos meses do outono e inverno. Uma boa opção de adubação orgânica é a torta de mamona (1 colher de sobremesa por vaso), que pode ser fornecida uma vez ao ano, depois que o sistema radicular estiver bem desenvolvido.
Orquídea
Ventilação e umidade
Por serem plantas epífitas – possuem raízes aéreas -, as orquídeas suportam bem uma brisa suave e contínua, mas deve-se evitar ventos fortes e canalizados. Se as plantas estivem num orquidário, recomenda-se protegê-lo do vento sul, usando um plástico transparente.
Ainda por sua característica epífita, as orquídeas preferem mais a falta do que o excesso de água junto às raízes. As regas devem ser feitas apenas quando o substrato estiver seco. Ao regar, uma boa medida é deixar a água escorrer pelo fundo do vaso.
Outro detalhe: as orquídeas são plantas adaptadas à condições de umidade do ar relativamente elevadas. Em regiões mais secas, recomenda-se borrifá-las com água periodicamente.
Mais uma vez, o que deve prevalecer é sempre o bom senso: para ter sucesso no cultivo de orquídeas, os excessos devem ser evitados. Apesar de gostar de umidade, ventilação e claridade, as orquídeas não suportam ficar expostas diretamente ao vento, sol e chuva. Em jardim elas vão crescer sadias sob as árvores ou até fixadas nos troncos.
Fonte: www.soorquideas.com
Cultivo de Orquídeas
Orquídea
Orquídea Phaius Tanhervilleae
As orquídeas são das flores mais apreciadas no mundo todo e muitas pessoas fazem de seu cultivo um hobby.
Estamos assim trazendo informações para que todos possam ter em seu jardim estas belas plantas.
O que são orquídeas?
São plantas herbáceas perenes pertencentes à família Orchidaceae e de variadas origens, existem mais de 1800 gêneros, sendo que em cada um há centenas de espécies.
No mundo todo há gêneros exclusivos de determinada localidade.
No Brasil temos muitos tipos de orquídeas grandes e pequeninas, oriundas de matas ou cultivadas, todas belas.
Erroneamente chamadas de parasitas, na verdade são plantas que se desenvolvem sobre outras plantas, sem causar dano nenhum à hospedeira.
Registros existentes sobre as orquídeas cultivadas fornecem um dado impreciso de 35 000 espécies conhecidas.
As formas da flor
A orquídea apresenta-se com sépalas e pétalas em número de 3 ou múltiplo de 3.
Algumas têm forma bem diferente que iremos vendo em artigos que colocaremos periodicamente.
Inicialmente, para podermos entender, estamos colocando o desenho de uma Cattleya, com os nomes de cada parte.
A flor da Cattleya é composta de 3 sépalas e 3 pétalas.
As sépalas são de formato mais simples e tem a função de proteger a flor quando em botão.
Após o desabrochar são tão bonitas e coloridas quanto as pétalas.
Uma das pétalas, chamada labelo, é mais desenvolvida e diferente das outras, podendo ter coloração mais viva, listras, pontuações e manchas.
Esta forma diferente por vêzes mimetiza o corpo de um inseto, para atraí-los para o néctar contido no fundo da flor.
Ao entrar para buscá-lo acabam por carregar o polen e ajudar assim na polinização.
Esta é necessária e o objetivo maior das plantas, para a produção de frutos contendo sementes para a perpetuação da espécie.
As Formas da Orquídea
As orquídeas têm muitas formas, partindo de duas básicas: simpodial e monopodial.
Suas estruturas vegetais diferem em forma, mas seu cultivo não é muito diferente, apenas o modo de realizar a propagação vegetativa não é a mesma.
A orquídea simpodial:
Refere-se ao um tipo de orquídea que tem os rizomas com crescimento linear.
É necessário plantá-la de um lado do vaso para que vá crescendo em direção à borda oposta.
Colocada no meio, logo atingirá esta parte do vaso, acabando por descer pela parede externa do mesmo. Exemplo: Cattleya, Laelias
A orquídea monopodial:
Esta orquídea tem o caule com crescimento contínuo como nas Phalenopsis, Vanda e Dendrobium.
No caso do Dendrobium, ao longo da haste floral, numa época de estado vegetativo da planta costumam surgir rebentos que podem ser utilizados para propagação vegetativa.
Reprodução de orquídeas por sementes
Os órgãos reprodutores da planta é formado por coluna, anteras, estigma e ovário.
A coluna é um órgão mais desenvolvido que está situado no centro da flor, contendo os órgãos masculino (estames) e feminino (carpelo).
As anteras contêm os grãos de pólen em grande número agrupados numa estrutura chamada de polínia.
O estigma contém uma substância viscosa capaz de grudar os grãos de pólen quando o inseto carregado com eles passar em busca do néctar no fundo da flor.
Abaixo do estigma fica o ovário com o óvulo que recebendo o grão de pólen será fecundado.
O produto disto é o fruto carregado de sementes com a carga genética obtida pelo cruzamento.
Após a fecundação da flor, as pétalas secam, o estigma se fecha e o processo todo se inicia para formar o fruto que contém as sementes. Algumas orquídeas levam até um ano para amadurecerem.
A polinização também pode ser feita pela mão humana, como os cultivadores fazem para obter os híbridos.
Nem sempre a planta resultante deste tipo de cruzamento é bonita, algumas não produzem flores e são estéreis.
É preciso estudar para fazer este tipo de trabalho e pesquisar, longos anos de paciência e espera.
Orquídea Chuva de ouro – Oncidium Flexuosum
Os nomes latinos e populares das plantas
Os nomes das plantas são dados em latim ou grego clássico, antigas línguas usadas hoje para nomear plantas e para termos jurídicos e médicos.
Uma planta nomeada assim poderá ser reconhecida no mundo inteiro, facilitando aquisições e trocas.
A cada nova descoberta os taxonomistas registram a planta e fornecem um nome, de acordo com o gênero, com detalhes de sua anatomia e para homenagem a alguma pessoa relevante.
Os nomes populares são dados pelas pessoas, muitas vêzes por causa da anatomia, cor de flores,etc. e tem função regional, variando de um lugar para o outro.
A forma de dizer o nome em latim pode ser complicado em função da grafia. Por exemplo, a orquídea Laelia, pronuncia-se Lélia.
Os Recipientes de cultivo das Orquídeas
Para orquídeas monopodiais, um vaso comum de plástico é o suficiente por anos.
Seu crescimento não “caminha” como nas simpodiais.
Para estas o vaso melhor é o que tem a boca mais larga.
Colocando-se a planta bem na borda com o ponto de crescimento virado para o meio poderá usar por longo tempo o mesmo vaso.
Orquídea em placa
Mas dada a enorme oferta de recipientes do mercado, como escolher?
Os antigos vasos de cerâmica queimada usados para orquídeas ainda continuam sendo manufaturados e oferecidos e podem ser usados.
São mais pesados e ajudam a reter mais a água de chuvas ou regas, nem sempre interessante em climas úmidos, por favorecer desenvolvimento de fungos.
Vasos plásticos tem longa duração, são leves e baratos.
Opções como garrafas PET cortadas, penduradas com arames ou fios de nylon de pesca, podem ser boas opções.
As orquídeas também aderem a placas de coco, madeira, troncos, telhas, etc., aumentando as possibilidades e a criatividade do cultivador.
Ramos grossos apanhados no chão pelas trilhas no meio do mato, para quem dispuser deste tipo de local, são dádivas da natureza. Forma ecológica e sem custo e a planta irá se desenvolver muito bem a um tipo de apoio a que está acostumado por centenas de anos.
Substrato de cultivo para suas orquídeas
Como foi dito, o substratonatural é uma mistura de folhas decompostas e matéria orgânica. Poderemos usar isto? Dificilmente conseguiremos reproduzir.
Mas temos algumas boas opções que têm dado certo, usando criatividade com coisas que estão ao nosso alcance.
Característica de um bom substrato:
O substrato ideal para as orquídeas devem ter boa densidade, pode ser em pedaços para propiciar boa aeração e ótima drenagem.
Não tem necessidade de realizar trocas nutricionais com a planta, portanto poderá ser oriundo de materiais descartados pela indústria. A indústria madeireira e moveleira descarta madeira que poderia ser reciclada e aproveitada.
Pedaços de madeira ou cascas de árvores tem lignina, tanino e outros compostos que podem ser tóxicos para o cultivo de plantas, principalmente orquídeas.
É preciso colocar em água, trocando muitas vezes, por vários dias para lavar estes componentes. São materiais naturais e com o tempo irão se decompor por ação dos microorganismos do solo, virando composto orgânico. A utilização de argila expandida também tem sido feita com sucesso.
Para quem não conhece, são pequenas bolotas de argila cozida, muito usada para preenchimento de vasos para esconder a terra. Podem ser quebradas para melhor preenchimento do recipiente. Guardam alguma umidade e são ótimas para locais onde há problemas de baixa umidade do ar, como no centro do país. O uso de pedaços de coco reciclado tem ganho o mercado pela sua leveza e facilidade de encontrar.
Oriunda da indústria do coco seu descarte era até bem pouco tempo um problema ecológico.
É poroso e leve, mas armazena boa quantidade de água, nem sempre desejável. E é necessário deixar de molho em água, trocando todos os dias para diminuir a quantidade de compostos tóxicos, como taninos e outros elementos.
A vermiculita é um mineral micáceo vendido na forma expandida, não é solúvel em água, é leve e resistente a mofos, mas muito dispendiosa.
É muito usada em mistura com pó de coco, com ótimos resultados. O substrato mais fino em textura não é bom para as raízes das orquídeas, por sufocá-las, melhor usar materiais mais grosseiros de tamanho maior.
Para locais onde a indústria tem materiais descartáveis, como sisal, piaçava, tijolos quebrados, o uso deles pode ser barato e ajudaria também o meio ambiente, diminuindo os lixões urbanos.
Quando adquirimos aparelhos eletro-eletrônicos as embalagens de isopor acabam indo para o lixo. Se cortarmos este isopor em pedaços pequenos poderemos preencher fundos de vasos grandes para outras plantas mas também para o cultivo de orquídeas.
Onde cultivar suas orquídeas?
Estas plantas são oriundas de matas, sob árvores ou troncos é o seu lugar melhor.
Na falta destes, poderemos construir um espaço com bancadas de madeira ou bambu, poderemos pendurar em ripados feitos de madeira, ferro de construção e tela para sombreamento.
Um muro onde haja luz e sol pela manhã, na sacada do apartamento, dentro de casa junto a janelas com boa iluminação.
O lugar não é o problema nem precisa ser sofisticado.
Basta que tenha luz, água e nutrientes adequados à sua espécie e o seu carinho por elas. E florescerão, para sua alegria e orgulho.
Como envasar sua orquídea
Retirada de muda de orquídea monopodial
Materiais necessários para cuidar de suas orquídeas
1. Tesoura de poda para cortar as raízes mortas. É uma tesoura com lâminas finas, não é o podão de jardim. 
2. Etiquetas de identificação, de PVC, adquiridas em lojas que vendem materiais para jardim ou agropecuárias.
3. Estacas para sustentar sua muda, que poderá ser de arame ou bambu cortado. 
4. Cordão de algodão ou arame fino revestido de plástico, que podem ser adquiridos em lojas de embalagens. 
5. Isqueiro à gás. Parece estranho, mas com a chama você irá esterilizar as lâminas da tesoura, evitando contaminar uma planta com outra que poderá estar doente sem sintomas aparentes. Para grandes cultivos é usado um pequeno maçarico na bancada de trabalho. 6. Regador, aspersor
Como retirar uma muda e plantar a orquídea no vaso
Verificando a sanidade da muda
1 – Lavar bem o vaso para retirar poeira. No caso de vasos de cerâmica queimada, encharcá-lo de água antes de colocar o substrato. Não usar vasos grandes para mudas pequenas, a proporção de substrato excessiva poderá reter mais umidade e propiciar surgimento de fungos. 
2 – Escolha uma muda bem saudável e retire-a com a tesoura conforme ilustração maior de topo da página 
3 – Verifique a existência de raízes secas ou doentes, e também insetos presos à planta
4 – Separe os materiais necessários para o tranplante 
5 – No fundo do vaso colocar uma camada de brita, cacos de vasos ou isopor para garantir a drenagem das regas e da chuva. Se o vaso é de cerâmica, é costume o fabricante fazer grandes furos nas laterais. Cubra com cacos de vaso, irá impedir a entrada de lesmas e outros insetos que poderão atacar as raízes. 
6 – Coloque o substrato escolhido em pedaços e cubra com pedaços de coco que foram deixados de molho em água, conforme ensinamos
7 – Colocar a planta delicadamente, fixando-a com pedaços de arame curvos.
8 – Colocar um tutor preso firmemente no substrato, de arame ou bambu cortado. Amarre delicadamente a orquídea nele. Também servirá posteriormente para amarrar a haste floral.
Se optar por colocar em placas de coco ou madeira, será necessário amarrar a planta até que suas raízes se fixem no material.
Use cordão de algodão e não aperte demasiadamente, é só para que ela não caia da placa.
As plantas que foram colocadas em novo recipiente deverão receber atenção especial, de regas e sanidade.
Depois desta etapa são colocados os arames para pendurar a planta no ripado.
Não coloque junto com as outras plantas, estabeleça uma parte do seu ripado de cultivo para as mudas novas, irá facilitar sua vigilância.
Não esquecer de identificar sua planta, com seu nome latino e época de floração, principalmente se for muda oriunda de outra já identificada, quando então poderá colocar um número significando a quantidade de mudas já retiradas desta matriz.
Miriam Stumpf
Fonte: www.fazfacil.com.br
Cultivo de Orquídeas
Nutrição e fertilização de orquídeas
Estudo de caso – Cattleya walkeriana
1. Introdução
A produção e o cultivo de orquídeas, visando atender o mercado e a preservação destas espécies, requerem inúmeros cuidados, tais como irrigação, adubação, recultivo, controle de pragas e doenças, escolha do vaso e substrato, desinfestação de ferramentas, toalete, entre outras (Rosa et al., 2009).
Dentre estes fatores a adubação tem grande importância, visto a essencialidade dos nutrientes às plantas, e tem gerado grande preocupação entre os orquidófilos, visto que a fertilização das orquídeas tem sido feita de forma empírica pelos colecionadores e produtores, já que existem poucas informações a respeito da demanda nutricional destas plantas e que a maioria dos fertilizantes existentes no mercado não foi desenvolvida especificamente para as orquídeas.
Apesar das orquídeas serem conhecidas e cultivadas há tanto tempo, os estudos relacionados à nutrição e fertilização dessas são escassos, localizados e com poucas espécies, excluindo-se um grande número de outras espécies, o que acaba gerando limitada informação com base científica. Assim, as recomendações de adubação ficam a cargo da experiência dos orquidófilos e dos fabricantes de fertilizantes.
Portanto, o objetivo, com este trabalho, é apresentar conhecimentos básicos em nutrição e avanços em fertilização de orquídeas para que, assim, os orquidófilos aprimorem as técnicas de cultivo e fertilização de suas orquídeas e a capacidade de diagnosticar problemas nutricionais em suas plantas, facilitando o caminho entre o surgimento do problema e a sua resolução.
2. Nutrição
2.1. Conceitos básicos
Existem dois grupos de seres vivos em relação à obtenção de seu alimento, os heterotróficos e os autotróficos. Os seres vivos heterotróficos são aqueles que não conseguem produzir seu próprio alimento, como por exemplo, nós, que dependemos de uma fonte externa

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