Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
�PAGE � Estudo de Movimentos e Tempos II Confecção Têxtil Blumenau, Julho de 2003 Edilson A. Bordignon � Índice Introdução – Pag 03 Leiaute de Produção – Pag 04 Definição Tipos de Postos de Trabalho Tipos de Leiaute Eficiência e Produtividade – Pag 07 O que é Eficiência O que é Produtividade Tempos padrões das Operações – Pag 08 Definição Métodos Utilizados Estudo de Elementos Estudo de Tempo dos Equipamentos Montagem de Operações Roteiros de Produção – Pag 12 Definição Elaboração do Roteiro de Produção Balanceamento de Linha – Pag 13 Definição Informações Necessárias Cálculos Utilizados para Elaborar o Balanceamento de Linha O Balanceamento de Linha Dimensionamento de Pessoal – Pag 14 Forma de Dimensionar a Necessidade de Pessoal Cálculos Necessários Determinação das Áreas e Setores da Empresa – Pag 14 Metodologia para Obter Á Área Total da Empresa Metodologia para Dividir a Área da Empresa em Setores Distribuição dos postos nos setores da empresa – Pag 15 Metodologia para Distribuir os postos de trabalho nos setores da empresa Cálculo de iluminação dos Setores da Empresa – Pag 16 Introdução Níveis de Iluminação Quantidade de Pontos de Luz Emprego da Cor na Confecção Conclusão – Pag 19 Referências Bibliográficas – Pag 19 � Introdução Manter o processo produtivo organizado a fim de cumprir os prazos e as quantidades vendidas, por si só já é um desafio. Conseguir manter prazos e quantidades de forma produtiva é um desafio ainda maior, quando temos uma infinidade de variáveis para verificar e controlar, como: Lotes cada vez menores; Diversificação de produtos acelerada; Diferentes plantas fabris; Pouca disponibilidade de recursos financeiros; Falta de mão de obra especializada; Encolhimento dos prazos de entrega; E outros fatores incontroláveis. A indústria de confecção passou por vários estágios de evolução, mas com certeza um dos fatores que mais tiveram influência nos últimos anos sem dúvida foi a terceirização dos processos de costura (facção). Com o advento da terceirização dos processos de costura as empresas viram a oportunidade de diminuir os custos fixos. Mas muitas deixaram de levar em consideração as mudanças que este processo provocou na cadeia produtiva. Podemos citar as seguintes alterações: Necessidade de transportar o material até a empresa terceirizada, aguardar a produção e transportar o material processado para a empresa de origem; Diferença de produtividade das várias empresas terceirizadas, fazendo com que as mesmas quantidades tenham prazos de entrega diferentes; Perda de qualidade no produto acabado devido à falta de qualificação da empresa que se dispõe a fazer o trabalho; Falta de uma política eficaz de formação do custo de mão de obra para pagar as empresas terceirizadas um valor coerente com os custos calculados e com justiça; Falta de pessoal qualificado no mercado para atender esta nova demanda de profissionais; Falta de qualificação profissional para o proprietário da empresa que terceiriza o serviço. Diante destes desafios o Técnico em Vestuário tem como desfio minimizar os fatores negativos que afetam o desempenho da empresa de confecção têxtil. O Técnico em Vestuário de posse do conhecimento adquirido no decorrer de seu curso de qualificação tem acesso a várias técnicas de auxílio à melhoria da produtividade dos processos da confecção têxtil. Diante das várias técnicas estudadas, podemos afirmar que uma das ferramentas mais eficazes para auxiliar no tratamento da baixa produtividade das empresas de confecção, com certeza é a técnica de Estudo de Movimentos e de Tempos. O Estudo de Movimentos e de Tempos, tem como principal característica documentar a quantificar através do tempo padrão os processos necessários para elaborar um produto de forma correta e dentro dos prazos ideais de entrega. Esta apostila tem como objetivo fornecer subsídios para o profissional que irá atuar como Técnico em Confecção Têxtil. As técnicas oferecidas nesta apostila, não serão capazes de resolver todos os problemas existentes em um processo produtivo de confecção têxtil, mas com certeza irão contribuir de forma bastante positiva para este fim. A coleta sistemática dos dados gerados pela empresa e a organização destes dados a fim de serem transformados em informações de qualidade para a tomada de decisão com maior probabilidade de êxito, é o que fará diferença para as empresas se tornarem competitivas no mercado de confecção têxtil. O Técnico em Vestuário de posse destas técnicas e de sua criatividade poderá fazer a grande diferença para si e para a empresa que tiver atuando! Leiaute de Produção Organizar de maneira racional homens, máquinas, matéria prima e acessórios; representa um desafio que nasceu com as primeiras fábricas. Se considerarmos que as primeiras fábricas nasceram por volta de 1750 com a Revolução Industrial, é possível ter uma idéia da importância deste assunto, ainda em nossos dias. Definição Leiaute ou “Layout”, é a maneira como os homens, as máquinas e os equipamentos estão dispostos em uma fábrica. É a melhor utilização do espaço disponível que resulte em um processamento mais racional, através da menor distância, no menor tempo possível e conseqüentemente no menor custo. Tipos de Postos de Trabalho Quando observamos a organização dos postos de trabalho nas fábricas, o que notamos é uma diversidade de pessoas e máquinas distribuídas em todos os locais da planta da fábrica. Esta diversidade de pessoas e máquinas tem influência direta sobre a produtividade, gerando variações que devem ser estudadas e entendidas para que se consiga determinar a quantidade ideal de máquinas e homens necessários para cumprir a quantidade de produção desejada. Para entender melhor o posto de trabalho, podemos dividi-los em 4, grandes grupos. Um Homem e Várias Máquinas As máquinas são automáticas e responsáveis pela produção, o homem alimenta as máquinas, retira o material processado e faz o monitoramento da qualidade e da produção. Podemos encontrar exemplos deste tipo de posto de trabalho nas malharias em teares circulares e retilíneos, onde o homem cuida de várias máquinas e tem a função de alimentar, limpar e monitorar as máquinas. Um Homem e Uma Máquina As máquinas são semi-automáticas, a produção depende da melhor combinação entre o homem e a máquina, o tamanho do lote tem grande influência na produtividade deste tipo de posto de trabalho. Podemos encontrar exemplos deste tipo de posto de trabalho nas áreas de corte nas máquinas de enfesto, e no beneficiamento têxtil, nas calandras. Tanto o homem quanto à máquina tem influência direta na produção. Vários Homens e Uma Máquina A produção depende da máquina, mas é indispensável à distribuição correta dos homens, este tipo de posto normalmente é encontrado em locais de produção contínua. Podemos encontrar exemplo deste tipo de posto de trabalho em fiação nas salas de abertura nos Batedores e Abridores. O homem basicamente monitora a produção, alimenta e realiza limpeza nas máquinas, não exercendo grande influência sobre a produção, pois a máquina é totalmente automática. Somente Homens A produção depende somente do homem. Este tipo de posto de trabalho está ficando cada vez mais raro devido à modernização do parque fabril. Este tipo de posto de trabalho é encontrado nos setores de embalagem e revisão. Mesmo assim hoje em dia já é comum encontrar alguns postos de embalagem com máquinas automáticas. � Tipos de Leiaute Linear – por produto Como o nome já diz, “linear”, em linha, os equipamentos estão dispostos de acordo com a seqüência de realização dasoperações necessárias para elaborar o produto. O material segue enquanto as máquinas permanecem fixas. Ex.: Montagem de automóveis, Beneficiamento de malha. Funcional – por processo As máquinas que realizam as mesmas funções estão agrupadas em um mesmo local. O material se movimenta para o local onde as máquinas estão. O mesmo material pode retornar várias vezes ao mesmo local. Ex.: Fábrica de sapatos, Confecção de Jeans. Fixo - posicional O produto fica parado enquanto os operadores e máquinas se movimentam ao redor do produto que está sendo fabricado. O produto permanece sempre fixo no local até o final de sua produção. Ex.: Fabricação de Navios, Construção de Prédio. � Eficiência e Produtividade O que é Eficiência É a relação entre a produção real e a produção prevista, transformadas em minutos, desconsiderando os tempos improdutivos. Normalmente é apresentada em percentual (%). Eficiência = (Tempo Padrão x Produção) x 100 (Min.Trabalhados x Quantidade de Pessoas) - Min. Improdutivos Eficiência Ex.: = (3,50 x 1000) x 100 (480 x 10) - 500 Eficiência Ex.: = 3500,00 x 100 4300,00 Eficiência Ex.: = 81,40 O que é Produtividade É a relação entre a produção real e a produção prevista transformadas em minutos. Também é apresentada em percentual (%). Produtividade = (Tempo Padrão x Produção) x 100 Min.Trabalhados x Quantidade de Pessoas Produtividade Ex.: = (3,50 x 1000) x 100 480 x 10 Produtividade Ex.: = 3500,00 x100 4800,00 Produtividade Ex.: = 72,92 � Tempos padrões das Operações Definição Operação - É um ou mais elementos agrupados juntamente com um ou mais equipamentos em uma seqüência lógica de execução. Métodos Utilizados Existem vários métodos para determinar o tempo padrão de uma operação, nesta apostila faremos comentários apenas de dois métodos: Cronometragem do Tempo Total da Operação Montagem de Tempos Através de Micro Movimentos Cronometragem do Tempo Total da Operação. É o método mais utilizado devido à facilidade de aplicação. A grande desvantagem deste método é a baixa precisão devido a grande variação dos métodos de trabalho. Outra desvantagem deste método é o grande trabalho para obter o tempo, pois o cronometrsita tem que estar constantemente cronometrando cada nova operação que surge. Sempre “correndo”, atrás do tempo a cada nova coleção. Montagem de Tempos Este método, apesar de ser pouco utilizado ainda, é o que está se tornando tendência, pela facilidade de obter o tempo padrão. Outra justificativa para este método se tornar tendência é a grande variedade e velocidade de modelos que estão sendo lançados a cada nova coleção, além da necessidade de saber o custo de produção de um produto antes mesmo de fazer o protótipo (peça piloto). � Para obter o tempo das operações neste método é necessário elaborar duas tabelas: Tabela com os tempos padrões dos elementos de costura. Cod. Descr. Tempo 1 Abrir Pacote 0,2500 2 Afirmar 0,0360 3 Agitar peça 0,0230 4 Ajeitar 0,0477 5 Ajustar Pontas 0,0520 6 Amarrar um nó 0,1252 7 Apanhar Aviamento 0,0350 8 Apanhar Peça 0,0260 9 Apontar/Marcar 0,0259 10 Conferir Qualidade 0,0354 11 Cortar fio com tesoura 0,0089 12 Cortar tecido com tesoura 0,0415 13 Descartar 0,0175 14 Deslocamento 0,0125 15 Desmanchar 0,0450 16 Dobrar 0,0420 17 Embutir 0,0200 18 Estender 0,0053 19 Fechar Pacote 0,1483 20 Fixar Alfinete 0,0195 21 Frisar 0,0250 22 Girar 0,0224 23 Girar no calcador 0,0197 24 Girar polia com a mão 0,0343 25 Medir Centro 0,0378 26 Passar com ferro 0,1200 27 Posicionar Aviamento 0,0210 28 Posicionar Peça 0,0230 29 Pregar botão Manual 0,7015 30 Retirar Alfinete 0,0222 31 Retomada de mãos 0,0150 32 Retrocesso com máquina 0,0169 33 Separar Partes do pacote 0,0950 34 Unir partes 0,0717 35 Virar peça do direito/avesso grande 0,3685 36 Virar tiras do direito/avesso pequena 0,1500 � Tabela com os tempos padrões dos equipamentos utilizados na costura. Tempos Padrões dos Equipamentos de Costura – Tempo Por Centímetro Cód. Descrição Pt/Cm Rpm %Interf Tp/Cm Padrão 1 Catraca 5 3500 16,00 0,00223 2 Cobertura 1 ag. 5 3500 9,00 0,00213 3 Cobertura 2 ag. 6 3500 10,00 0,00257 4 Cobertura 1 ag. - Friso 5 3500 15,00 0,00221 5 Cobertura 2 ag. - Friso 6 3500 16,00 0,00267 6 Interlock 6 5000 9,00 0,00167 7 Overlock 4 7000 9,00 0,00079 8 Overlock Friso 4 7000 13,00 0,00082 9 Reta 3 5200 11,00 0,00093 10 Reta Franzido 3 5200 12,00 0,00088 11 Reta Elastano 3 5200 18,00 0,00091 12 Overlock Ponto Unido 15 5200 12,00 0,00410 13 Reta Friso 3 5200 13,00 0,00094 Tempos Padrões dos Equipamentos de Costura – Tempo Por Ciclo Cód. Descrição %Interf Tp/Ciclo Padrão 14 Botão 9,00 0,01600 15 Botão Pressão 7,00 0,03000 16 Caseado 10,00 0,06100 17 Termofixar 2,00 0,08497 18 Travete 9,00 0,02100 A partir das tabelas acima o técnico observa o método de trabalho praticado e verifica qual equipamento utilizado na operação, quais elementos ocorrem e qual a freqüência de cada elemento. A partir desta montagem obtemos o tempo padrão da operação. � Montagem de Operações Definição É um ou mais elementos agrupados juntamente com um ou mais equipamentos em uma seqüência lógica de execução. Montagem de Operações A partir da tabela de elementos de costura e das tabelas de equipamentos de costura, o técnico faz a montagem da operação observando o método de trabalho executado pela costureira e encontrando os movimentos na tabela de elementos. A montagem é feita utilizando-se de um formulário específico conforme mostrado abaixo. Montagem de Operações Código 02 Operação Fechar lados Medida 60 cm Equip. Overlock Tp.Cm 0,00079 Cod.El Descr.Elemento Tp.El. Multiplicador Divisor Medida Tempo 1 Abrir pacote 0,19000 1 30 0,0063 8 Apanhar peça 0,02600 1 1 0,0260 4 Ajeitar 0,04770 2 1 0,0954 34 Unir partes 0,07170 1 1 0,0717 Costura 0,00079 30 0,0237 22 Girar 0,02240 1 1 0,0224 4 Ajeitar 0,04770 2 1 0,0954 34 Unir partes 0,07170 1 1 0,0717 Costura 0,00079 30 0,0237 11 Cortar fio 0,00890 2 1 0,0178 13 Descartar 0,01750 1 1 0,0175 19 Fechar pacote 0,14830 1 30 0,0049 Tempo Total 0,4765 Concessões 15% Tempo Padrão 0,5480 � Roteiros de Produção Definição É uma ou mais operações agrupadas em uma seqüência lógica de produção (fluxo). Elaboração do Roteiro de Produção A partir das montagens de todas as operações da peça elaboramoso Roteiro de produção que e composto do código da referência e de todas as operações necessárias para elaborar a peça. Montagem de Roteiros Coleção Verão 2003 Referência 1515 – Camiseta Tamanho M Cod.Op Descr. Medida Equip. Tempo Padrão 01 Unir ombros 20 Overlock 0,2580 02 Fechar lados 60 Overlock 0,5480 03 Fazer bainha nas mangas 40 Cobertura 0,7825 04 Fechar mangas 30 Overlock 0,6581 05 Pregar mangas 100 Overlock 0,9875 06 Fazer Bainha na barra 90 Cobertura 0,9975 07 Revisar Manual 0,8590 08 Dobrar e Embalar Manual 1,1857 Tempo Total 6,2763 � Balanceamento de Linha Definição É a correta distribuição de homens e máquinas em uma linha de produção, proporcionando a mesma carga de trabalho para cada posto de trabalho no grupo. Informações Necessárias Para elaborar os cálculos é necessária a seguinte informação: Roteiro de Produção com os tempos de cada operação e equipamento necessário Eficiência média do grupo Quantidade de pessoas Cálculos Utilizados para Elaborar o Balanceamento de Linha Tempo Corrigido da peça = ((Tempo padrão da peça / Eficiência) * 100) Tempo Corrigido da Operação = ((Tempo padrão da Operação / Eficiência) * 100) Minutos por Hora = (60 * Quantidade de Pessoas) Peças por Hora = (60 / Tempo Corrigido) Minutos por Operação = Peças por Hora * TpOpCorr Necessidade de Pessoas por Operação = (Minutos por Operação / 60) Necessidade de Máquinas = Somatório das Operações com os Mesmos Equipamentos / 60 O Balanceamento de Linha Cód. Ref. 1515 Nr Cost. 10 Descrição Camiseta Tp Pad 6,2763 Min./ Hora 600 Aprov 80,00 Tp Corr 7,8454 Pçs/Hora 76,48 Seq CodOper Eqp Descr TpOpPad TpOpCorr Min/Oper. Nec. Pess. 01 01 Overlock Unir ombros 0,2580 0,3225 25 0,41 02 02 Overlock Fechar lados 0,5480 0,6850 52 0,87 03 03 Cobertura Fazer bainha nas mangas 0,7825 0,9781 75 1,25 04 04 Overlock Fechar mangas 0,6581 0,8226 63 1,05 05 05 Overlock Pregar mangas 0,9875 1,2344 94 1,57 06 06 Cobertura Fazer Bainha na barra 0,9975 1,2469 95 1,59 07 07 Manual Revisar 0,8590 1,0738 82 1,37 08 08 Manual Dobrar e Embalar 1,1857 1,4821 113 1,89 0 Necessidade de Máquina Overlock 3,90 4 Cobertura 2,84 3 Manual 3,26 4 Total de Máquinas 10,00 11 � Dimensionamento de Pessoal Forma de Dimensionar a Necessidade de Pessoal Para dimensionar a quantidade de pessoas para um determinado volume de produção com maior precisão na definição das metas, deve-se entender que o tempo padrão é um valor que não leva em considerações as deficiências do processo produtivo, como: Nível de qualificação dos funcionários Máquinas desreguladas Falta de estrutura ideal E outras deficiências Desta forma é necessário realizar uma correção no tempo padrão. Existem duas maneiras de corrigir o tempo padrão: Através de um acompanhamento de produtividade contínuo em que a empresa verifica os níveis de produtividade e repassa aos produtos; Através da classificação das peças conforme a complexidade de ser produzida e considerando um nível de produtividade aceitável conforme abaixo: Muito Fácil – nível de produtividade aceitável 90% Fácil – nível de produtividade aceitável 85% Média – nível de produtividade aceitável 80% Difícil – nível de produtividade aceitável 75% Muito difícil – nível de produtividade aceitável 70% A partir do tempo corrigido pela produtividade calculamos a necessidade de pessoas para produzir uma quantidade determinada de peças. Tempo corrigido = tempo padrão : produtividade x 100 Ex.: Tempo corrigido = 3,50 : 85 x 100 = 4,12 Neste exemplo calcularemos a quantidade de pessoas para produzir 22000 peças mês em 22 dias úteis de produção, sendo 1000 peças por dia, dividido pelos minutos trabalhados por dia. Qt. Pessoas = (1000 * 4,12) / 480 Qt. Pessoas = 4120,00 / 480 Qt. Pessoas = 8,58 ou 9 pessoas. Determinação das Áreas e Setores da Empresa Metodologia para Obter Á Área Total da Empresa Para obter a área total a ser construída utiliza-se uma quantidade de metros quadrados (m2) necessários por posto de trabalho. Para calcular a área de confecção normalmente se utiliza entre 18 m2 e 25 m2. Neste exemplo utilizaremos 18 m2 por posto, calculando da seguinte forma: Área total = Nr. Pessoas * Área de Metros por Posto Área total = 9 pessoas * 18 m2 Área total = 162 m2 Metodologia para Dividir a Área da Empresa em Setores A melhor forma de distribuir os setores na área total é determinando uma quantidade em percentual ou em metros quadrados por posto distribuindo da seguinte forma: Setores Área em m2 e % Área em % Costura e Embalagem 6,30 35 Talharia ou Corte 4,50 25 Serviços Gerais 1,80 10 Depósito de Matéria Prima 2,70 15 Depósito de Produto Acabado 2,70 15 Área total 18,00 100 Formulas para o dimensionamento da área á ser construída Normalmente adota-se a forma retangular para dimensionar a área da empresa. Se a área a ser construída permitir, devemos sempre optar em fazer uma área retangular de apenas um pavimento de preferência sem colunas e paredes. As paredes e colunas tiram a flexibilidade de distribuir as várias seções de forma racional. A partir destas premissas adota-se uma relação ideal entre o comprimento (maior dimensão) e a largura (menor dimensão) do galpão a ser construído. Esta relação varia de 1,2 metros a 2 metros, ou seja, a cada metro da largura 1,2 metro de comprimento ou a cada 1 metro da largura 2,0 metros do comprimento. Abaixo descreveremos as fórmulas necessárias para elaborar estes cálculos. Peças muito pequenas 15 a 17 Peças pequenas 18 a 19 Peças médias 20 a 21 Peças grandes 22 a 24 Peças muito grandes 25 Formulas: Largura = Área total / Relação comprimento Largura Largura = 162 m2 / 1,2 Largura = 135 Largura = 11,62 m2 Comprimento = Área total / Largura Comprimento = 162 / 11,62 Comprimento = 13,94 Portanto a dimensão desta fábrica ficará com: Largura de 11,62 metros e Comprimento de 13,94 metros totalizando os 162 metros quadrados. Para distribuir os setores dentro da área total utilizamos o mesmo cálculo só que devemos utilizar a área destinada para cada setor no lugar da área total. Distribuição dos postos nos setores da empresa Para distribuir os postos de trabalho em cada setor, devemos levar em consideração os seguintes itens: Superfície Estática (SE) – Área que o posto de trabalho projeta sobre o chão; Superfície de Utilização (SU) – Área necessária ao posto de trabalho para alimentação, execução e retirada do material processado; Superfície de Circulação (SC) – Área necessária para o transporte do material processado para outros setores e para circulação do pessoal; Superfície Total (ST) – Área total ao posto de trabalho para o bom desempenho da função. A Superfície Total é o somatório da Superfície Estática, Superfície de Utilização e Superfície de Circulação. Portanto: SE = ((0,75 x 1,20) + (0,50 x 1,20) + (0,80 x 1,25)) = 2,50 SU = (0,50 x 2,00) = 1,00 SC = ((0,80 x 1,75) + (0,50 x 2,80)) = 2,80 ST = SE + SU + SC ST = (2,50 + 1,00 + 2,80) ST = 6,30 m2 Cálculo de iluminação dos Setores da EmpresaIntrodução De acordo com o trabalho á ser realizado é necessário um diferente grau de iluminação na planta fabril, devemos primeiramente determinar o propósito e a finalidade da área a ser utilizada. Um escritório requer um grau de iluminação diferente da uma área produtiva, da mesma forma que um local destinado a depósito requer um grau diferente de iluminação de uma área destinada a revisão da qualidade de um produto. Além da conveniência de dispor de um local bem iluminado, o cálculo da quantidade de luz ideal, contribui para minimizar a fadiga visual, provocada por um esforço excessivo por parte do operador para visualizar de forma correta os objetos em seu posto de trabalho. A fim de minimizar o esforço visual devemos observar os seguintes fatores: Focalização – É o movimento realizado pelos olhos de uma pessoa ao tentar focalizar um objeto, quanto menor o nível de iluminação maior o esforço para focalizar o objeto. Intensidade de luz – Quando existe uma quantidade inadequada de luz no ambiente a íris (orifício central dos olhos ou pupilas), abrem-se e fecham-se rapidamente a fim de adaptar-se ao grau de intensidade de luz. Ofuscamento – É uma perda de visão provocada pelo excesso de luz ou pelo reflexo da luz projetada sobre um outro objeto brilhante. Luz Natural – Este tipo de iluminação tem efeito positivo sobre as pessoas, portanto sempre que possível os ambientes devem se projetados para que o operador possa ter janelas a sua disposição. Posição das Janelas – Devem ser projetadas de maneira que sua posição fique virada para o norte, este tipo de luz é mais regular e sem sombras. Superfície da janela – As janelas devem ser proporcionais à área de trabalho, a proporção indicada de janelas deve ser em torno de 25% da área total. Pintura – As paredes devem ser pintadas de cores claras e suaves, evitando as cores vivas, pois estas possuem um efeito psicológico negativo para as pessoas quando expostas a grandes períodos no mesmo ambiente. Tipos de Lâmpadas – Sempre utiliza luzes fluorescentes, além de mais econômicas emitem um tipo de luz mais regular. Distribuição dos pontos de luz – A distribuição dos pontos de luz deve ser feito de maneira que não formem sombras ou locais poucos iluminados. Medição do Nível de Iluminação – Para dimensionar com maior precisão o grau de iluminação em um ambiente, utilizamos uma unidade de medida padrão “Lux”. Um Lux é a quantidade de luz produzida por uma vela padrão caindo sobre uma superfície de um metro quadrado m2 a uma distância de um metro. Uma unidade de medida de luz é o lúmen. O luxímetro é o apararelho utilizado para medir o grau de iluminação de um ambiente. � Níveis de Iluminação Para calcular o nível de iluminação em um ambiente, utilizaremos sempre como referência uma lâmpada fluorescente de 40 wats. Esta lâmpada tem um fluxo luminoso de 2950 lúmen. Este fator é fornecido pelo fabricante das lâmpadas. O nível de iluminação recomendado para cada ambiente Seção Iluminação em Luxes Forma de Medida Corte ou talharia 1000 Medir à 80 cm do sólo Costura e Acabamento 800 a 1000 Medir à 80 cm do sólo Armazenagem e Depósito 100 a 150 Medir no sólo Área de Inspeção 1200 a 1600 Medir sobre a superfície de trabalho Escritórios 500 a 1000 Medir sobre a superfície de trabalho Vestiários 75 a 100 Medir no sólo Oficina Mecânica e Serviços Gerais 200 a 400 Medir no sólo Refeitório 100 a 125 Medir no sólo Mecânica Fina 1000 Medir sobre a superfície de trabalho Observações: 1 – Quando temos todos os setores em uma única área sem paredes e divisórias, é recomendado um único cálculo considerando o setor com maior necessidade de iluminação. 2 – Além do nível de iluminação devemos observar outros dois fatores: O nível de reflexão – Se a parede e as luminárias estiverem pintadas com cores claras que conseguem refletir a luz de maneira satisfatória, devemos utilizar um fator de reflexão de 0,80, se por ventura as condições forem piores, este fator deve ser de 0,70 ou 0,60 a fim de compensar a perda de luminosidade. O coeficiente de Manutenção – Se além das cores as paredes estiverem pintadas de maneira uniforme e a manutenção da pintura for boa devemos utilizar um fator de 0,70, se estas condições forem piores, devemos utilizar 0,60, 0,50, a fim de compensar a perda. � Quantidade de Pontos de Luz Para calcular os pontos de luz em uma área devemos utilizar as seguintes fórmulas: Nr. De Lâmpadas = (luxes x superfície em m2) (Lumens por Lâmpada * Reflexão * Manutenção) Nr. De Luminárias = Nr. De Lâmpadas Quantidade de lâmpadas por luminária Nr. Filas de luminárias = (Total de luminárias * largura da sala) Comprimento da Sala Nr. De Luminárias por fila = Nr. De luminárias Nr. De Filas de luminárias Distância entre filas = Largura da sala Nr. De Filas de Luminária Distância de pontos de luz na mesma fila = Comprimento da sala Nr. De Luminárias por fila Emprego da Cor na Confecção Nível de refletância das cores em percentual % Cores Nível de Refletância Cores Nível de Refletância Branco 80 a 85 Azul claro 30 a 50 Creme 55 a 70 Vermelho claro 25 a 40 Amarelo palha 55 a 70 Marrom 25 a 35 Rosa claro 55 a 65 Madeira claro 25 a 30 Amarelo 45 a 60 Cinza pombo 25 a 30 Rosa 45 a 55 Cinza escuro 15 a 25 Cinza claro 40 a 50 Verde escuro 10 a 25 Bege 40 a 45 Azul 10 a 25 Verde claro 35 a 45 Vermelho escuro 10 a 25 Ouro velho 35 a 40 Azul escuro 05 a 15 Havana claro 35 a 40 Preto 05 a 10 Efeito da cor no ambiente Cores Efeito Distância Efeito Temperatura Efeito Psíquico Vermelho Aproximação Quente Excitante, exaltação Laranja Muita aproximação Muito quente Atividade, inquietude Amarelo Aproximação Muito quente Atividade Verde Afastamento Muito frio a muito neutro Calma, repouso, descanso Azul Afastamento Frio Calma, lentidão Violeta Muito afastamento Frio Apatia, lassidão, abandono � Conclusão Este material didático, foi produzido a partir do estudo de técnicas de melhoria de produtividade que mais se mostraram adequadas para as empresas de confecção. Não podemos deixar de ressaltar que a metodologia de aplicação e a utilização das informações foram obtidas através de exemplos práticos observados no dia a dia da confecção têxtil. A correta aplicação das teorias através de pessoas qualificadas será o grande diferencial competitivo das empresas indiferente da época, do ramo de atividade e do tamanho. Após a produção e o repasse deste conteúdo aos futuros técnicos de vestuário temos a certeza de que estas ferramentas se aplicadas de forma correta e continuada poderão ser de grande valia principalmente para pequenas e médias empresas. Referências Bibliográficas Planejamento e Controle da Sala de Costura – Iran Mendes de Oliveira – Senai, 1992. Estudos de Movimentos e de Tempos: Projeto e Medida do Trabalho – Ralph M. Barnes – Ed. Edgard Blücher Ltda, 1977. � EMBED MSDraw ��� 0,75 x 1,20 1,25 x 0,80 0,5 Superfície de Circulação - SC Superfície de Utilização - SU Superfície Estática - SE 2,00 x 0,50 1,75 x 0,80 2,80 x 0,50 �PAGE � Pag.�PAGE �19�
Compartilhar