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AD2 EDUCAÇÃO INFANTIL 1 CEDERJ

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AD2: 
Assista o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=Hhddjak80C8 (Vaca não dá leite). Em seguida entreviste três pessoas para saber o que elas pensam sobre o consumismo na infância. Contraste as respostas com o conteúdo do vídeo e das aulas, especialmente discutindo sobre a concepção de infância. Importante trazer para a sua discussão uma fundamentação teórica sobre os aspectos apontados por você. Poderá usar o material da disciplina, a legislação e outras fontes acadêmicas. 
Durante o estudo da disciplina Educação Infantil se pode constatar que a concepções e definições de infância sofreram alterações ao longo dos anos. 
Cada uma dessas concepções sofre influências do tempo histórico na qual estão inseridas e de conceitos sócio-políticos históricos sociais e demográficos. 
Houve o tempo em que as crianças eram consideradas “mini adultos”, como nos afirma os estudos de Ariès, com o passar dos anos, a criança passou a ser enxergada como dependente de atenção e cuidado por parte dos adultos. Nos dias atuais, a criança voltou a ser pensada como sujeito dependente. A configuração atual da sociedade, introduziu a mulher no mercado de trabalho e isso fez com que a criança fosse inserida em creches e escolas e também para preparar essa criança para o futuro com uma “garantia” de futuro promissor. 
Devido à rotina exaustiva de trabalho dos pais, a criança passou a ficar exposta aos conteúdos de televisão e internet por mais tempo. Dentre os conteúdos próprios para a faixa etária, estão as propagandas de brinquedos, parques, alimentos e toda uma diversidade de produtos em geral, voltadas para crianças. 
A questão relativa ao consumismo infantil tornou-se alvo de estudo e de preocupação por parte de pais e estudiosos de um modo geral. Ao analisar a mídia, televisiva ou internet, onde grande parte de crianças e adolescentes passam a maior parte do tempo livre, pode-se observar o elevado e crescente número de propagandas voltadas ao público infantil. Em função dessa preocupação, “em 2014, uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, considerou abusiva as campanhas direcionadas a crianças.” 
A preocupação com a temática é tamanha, que existe “um projeto de lei que regula a propaganda dirigida às crianças, porém o mesmo encontra-se há 15 anos em fila de espera para ser votada na Câmara dos Deputados.” Além desse projeto de lei, existe o “Instituto Alana, que há dez anos mantém o projeto Criança e Consumo, voltado à defesa do público infantil.” 
Por serem mais vulneráveis que os adultos, as grandes empresas se dirigem diretamente a elas para as convencer de que precisam de seus produtos e assim continuar girando a roda do consumismo cada vez mais cedo. 
Como observado no vídeo “Vaca não dá leite?” os pais devem ensinar aos filhos como é o processo das coisas, que para conquistar algo que se deseja, seja o leite ou um brinquedo, existe um processo por trás. É necessário retirar a visão imediatista da criança e mostrar que sem esforço não se conquista os objetivos. 
Especialistas orientam sobre a importância de os pais terem diálogo aberto com seus filhos em relação aos desejos de possuírem determinado brinquedo. É necessário que a criança entenda que o brinquedo custa um certo valor monetário e que nem sempre é possível obtê-lo. Além disso, os pais devem ensinar aos filhos a importância de valorizar o que já possuem e questionar os motivos 
pelos quais a criança deseja tal presente. Cabe aos pais, também, a missão de mostrar aos filhos que para se comprar algo, por consequência se deixa de comprar outra coisa. 
Ao ter esse tipo de diálogo em casa, a criança passa a entender e valorizar o processo e não somente valorizar o “possuir”. Por consequência, a criança desenvolve o senso crítico e sua autonomia, diminuindo, dessa forma, a influência que as mídias trazem em seus conteúdos além de aprender a priorizar. 
Apesar da criança que possui esse tipo de diálogo com os pais sentir o desejo de adquirir algo, ela vai reconhecer que existe um valor e que nem tudo se alcança facilmente, além de que nem sempre será possível receber o que deseja no mesmo momento. 
O consumismo se torna negativo quando realizado de maneira desenfreada e quando esse tipo de consumismo tem início na infância, gera consequência ruins para a mesma e para a sociedade na qual a mesma está inserida. 
Uma criança que não valoriza o sacrifício, o esforço que é necessário realizar antes de conquistar um objetivo ou até mesmo um simples bem material, se torna um jovem e um adulto sem limites, que ao enfrentar dificuldades no mercado de trabalho ou receber negativas, por exemplo, não receber uma promoção ou não ser aprovada numa entrevista de emprego, não saberá lidar com a situação. 
Ao entrevistar três pessoas sobre o consumismo infantil, contata-se que as visões sobre o tema são divergentes, o que abre espaço ao debate. 
De acordo com Paula, de 27 anos, “é importante que a criança faça uso desde cedo do dinheiro que ganha, comprando o que deseja, pois assim saberá como calcular o troco, por exemplo. Isso faz com que no futuro ela não tenha dificuldades em realizar compras e ela desenvolve desde pequena uma certa autonomia.” 
Já Priscilla, de 31 anos, afirma que “as crianças vêm sendo manipuladas pelas mídias (internet, televisão, vitrine de loja, outdoors, games...) a terem relações equivocadas de consumo. Esse consumismo infantil tem sido lucrativo apenas para as empresas, uma vez que influenciando a criança fica fácil atingir quem tem o poder de compra, que no caso é o adulto. Além disso tem a questão da culpa dos pais que nos dias atuais não tem tido tempo suficiente para a relação com os filhos, e tentam compensar através do consumo. Enfim, acredito que o consumo desenfreado prejudique o desenvolvimento psicológico saudável das crianças e também prejudique a questão financeira dos pais, uma vez que há aqueles que se endividam para atender aos desejos dos filhos.” 
A opinião de Daniel, 28 anos, em relação ao consumismo infantil é de que “esse consumismo é algo que estimulado de maneira errônea, porque a criança passa a achar que as coisas são conquistadas de maneira fácil e não entende o valor para conquistar as coisas por mais simples que elas podem ser.” 
Em virtude dos fatos mencionados, pode-se concluir que o consumo pode ser realizado pelas crianças, desde que seja de maneira controlada pelos pais e responsáveis. Para tal, é importante que os mesmos conscientizem seus filhos sobre as consequências de uma compra, sobre o valor (monetário ou não) dos produtos que e sobre o esforço que é necessário realizar para se obter aquilo que se deseja. É importante ressalta que o debate sobre o tema está longe de chegar ao fim e que muitas medidas ainda precisam ser tomadas pelas autoridades e pais para que seja possível um equilíbrio em relação ao consumo.

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