Buscar

MICOSES SUPERFICIAIS, DERMATOFITOSES E MICOSES SUBCUTÂNEAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Jéssica N. Monte Turma 106 P1 Micologia 
Micoses Superficiais 
 
1. Piedra Negra: 
 
Agente etiológico: Piedraia hortai. 
Forma nódulos escuros ao longo dos pelos, 
especialmente nos fios de cabelo da cabeça. 
Não prejudica os pelos, mas estes podem quebrar 
caso haja um crescimento fúngico muito acentuado. 
É uma micose assintomática. 
Sua área endêmica no Brasil é a região amazônica. 
O contágio com o fungo se dá a partir do solo. 
Seu nódulo é duro, negro e firmemente aderido ao 
pelo. 
O nódulo é formado por um emaranhado de hifas 
que protegem os ascos presentes em seu interior. 
Cada asco é formado por oito ascósporos longos e 
afilados nas extremidades e que tem a forma de uma 
curva sigmoide. 
Os ascósporos podem ser visualizados no exame 
laboratorial de KOH (potassa). 
O tratamento para piedra negra consiste em cortar o 
cabelo o mais curto possível, usar solução com formalina 
ou shampoo com imidazólicos. 
Deve ser realizado um diagnóstico diferencial entre 
piedra negra e lêndeas de piolhos. 
No diagnóstico laboratorial, no exame KOH é 
possível se verificar nódulos escuros formados por hifas 
ramificadas e septadas, unidas por um cimento negro. 
Em meio de cultura, o fungo cresce em colônia 
negra no Mycosel ou no Ágar Sabouraud, e é 
identificado pela sua micromorfologia. 
Entretanto, o exame de cultura não é necessário 
para o diagnóstico. 
 
2. Piedra Branca: 
 
Agente etiológico: fungos do gênero Trichosporon. 
Ocorre a formação de nódulos claros ao longo e na 
extremidade dos pelos, especialmente da cabeça (como 
barba, cílios e sobrancelha), da axila e de áreas crurais. 
Ocorre mais frequentemente na extremidade dos 
fios, e mais raramente ao longo deles. 
Os fios do couro cabeludo raramente são atingidos. 
Ocorre mais na América do Sul e no Oriente, sendo 
raro nos Estados Unidos. 
O nódulo é visível a olho nu com coloração branco-
amarelada. 
Não é uma doença infecciosa. 
Pode apresentar recidivas. 
O diagnóstico laboratorial em KOH permite a 
observação de uma massa de leveduras retangulares ou 
ovoides. 
A cultura ocorre bem em Ágar Sabouraud, na qual 
se evidencia as hifas, os artroconídios e os 
blastoconídios. 
Na cultura apresentam colônias de rápido 
crescimento, entre três e cinco dias, com pregas radiais. 
Para identificação fenotípica definitiva é requerido 
estudo micromorfológico e bioquimismo nas provas de 
assimilação a fontes de carbono e de nitrogênio. 
Deve haver diagnóstico diferencial com lêndeas, 
além da piedra negra, tricomicose nodular de Castelani e 
da tricorrexis nodosa. 
Tratamento: a melhora da higiene e a depilação dos 
pelos infectados são eficazes e podem refutar a 
necessidade de tratamento clínico, que consiste na 
utilização de azóis tópicos. 
 
3. Tinea Nigra: 
 
Causada pelos fungos Hortaea wernecki no Brasil 
e Stenella araguata na Venezuela. 
 O significado do seu nome é “podridão negra”. 
 É uma doença assintomática. 
É caracterizada por máculas marrons ou negras 
no estrato córneo (camada mais externa e superior da 
epiderme). 
Uma mácula consiste em uma lesão superficial, 
circunscrita (com bordas definidas), sem sinais 
inflamatórios, não descamativa. 
Sua pigmentação fica mais escura próximo às 
bordas. 
O local mais comumente afetado é a palma das 
mãos, mas lesões plantares também podem acontecer. 
A maioria dos casos ocorre em pessoas com 
menos de 19 anos, podendo ocorrer a qualquer idade. 
Pode haver auto-cura. 
No diagnóstico laboratorial de KOH, observam-
se hifas septadas, fuliginosas (sujas), e células 
leveduriformes. 
Seu meio de cultura é o Ágar Sabouraud, com 
crescimento lento. 
O microcultivo é fundamental para a observação 
de células conidiogênicas em forma de anelídeo. 
Deve haver diagnóstico diferencial entre tinea 
nigra e melanoma maligno, dermatite de contato, nevus 
(pintas), melanose pós-inflamatória, pigmentação de 
Addison e pigmentação por produtos químicos. 
 O tratamento deve ser feito por agente 
queratinolíticos. 
 
4. Ptiríase Versicolor: 
 
Agente etiológico: leveduras lipofílicas do gênero 
Malassezia, da família Cryptococcaceae, da classe 
Blastomycetes da divisão Deuteromycotina. 
São fungos lipofílicos que fazem parte da microbiota 
do couro cabeludo. 
A Malassezia pachidermatis acomete animais, 
causando otite, e não causa ptiríase. 
Pode ser chamada de Tinea Flava. 
Jéssica N. Monte Turma 106 P1 Micologia 
É uma infecção superficial branda que é 
frequentemente recorrente na pele. 
Ocorre o desenvolvimento de máculas furfuráceas, 
assimétricas, indolores, hiper ou hipopigmentadas em 
relação a cor da pele, que descamam com facilidade. 
O termo ptiríase significa descamação e o termo 
versicolor remete a apresentar duas tonalidades. 
Ocorre mundialmente, especialmente em regiões de 
clima tropical. 
Predomina no sexo masculino (proporção de três 
homens para duas mulheres), em indivíduos de pele 
branca e principalmente em adultos jovens, entre 20 e 
30 anos (devido a maior produção de gordura pelas 
glândulas sebáceas). 
O agente etiológico da ptiríase versicolor é pouco 
presente em crianças e idosos, devido à presença de 
poucos lipídios na pele. 
Acontece mais comumente nas costas, no pescoço e 
no tórax. 
Geralmente as máculas hiperpigmentadas 
acontecem em pessoas de pele mais clara, e as 
hipopigmentadas em pessoas de pele mais escura, 
entretanto, essa não é uma regra. Além disso, os dois 
tipos da lesão podem ocorrer na mesma pessoa. 
Em indivíduos claros, as lesões hipopigmentadas são 
recentes, enquanto as hiperpigmentada são crônicas. 
A hipopigmentação, típica da ptiríase versicolor, 
ocorre devido ao fato de os fungos produzirem ácidos 
dicarboxílicos que, ao serem absorvidos pela pele, 
determinam a parada do funcionamento dos 
melanócitos. 
Após o tratamento, as máculas apenas irão 
desaparecer sob novo estímulo dos melanócitos, 
podendo demorar de seis meses a um ano para 
acontecer. 
Fatores como a má higiene, a desnutrição, a 
gravidez e o uso de corticoides podem favorecer o 
crescimento do fungo. 
A transmissão do fungo é possível, embora não 
ocorra. 
O diagnóstico clínico pode ocorrer por meio da 
Lâmpada de Wood, que consiste em luz negra, sob a 
qual as lesões fúngicas ficam fluorescentes. No entanto, 
caso o fungo não fluoresça, não se deve destacar 
totalmente a hipótese de uma infecção fúngica, pois os 
pigmentos dos fungos são hidrossolúveis e, portanto, 
podem sair no banho. A partir disso, deve-se seguir para 
o exame micológico. 
Para o diagnóstico laboratorial, faz-se um raspado 
das lesões, por meio de um swab (algodão) com éter 
(elimina a gordura natural da pele e a descama). 
No exame de KOH, verificam-se hifas grossas, curtas 
e ramificadas ao lado de esporos que se dispõem em 
cadeias. 
Sua forma ideal de cultivo (que não é útil para o 
diagnóstico diferencial, uma vez que a Malassezia sp está 
presente na microbiota normal da pele) consiste em 
Mycosel somado a óleo de oliva à 37ºC, ou ainda no 
meio de Dixon e suas fórmulas modificadas. 
O tratamento da ptiríase versicolor deve ser feito 
apenas por meio de medicamentos tópicos com enxofre 
presente (pois esse é um elemento descamativo que 
retira os microorganismos), como o sulfato de selênio. 
Deve ser feito o diagnóstico diferencial de ptiríase 
versicolor com outras doenças como a tinha circinada 
(lesão causada pela tinea unguium), a ptiríase rósea (que 
não tem aparência semelhante à ptiríase versicolor), o 
eritrasma (que é uma infecção bacteriana), a sífilissecundária (que é uma infecção bacteriana que pode 
causar erupções cutâneas), pintas (oriunda de bactérias 
do gênero Treponema), o vitiligo (que é uma doença 
genética) e a ptiríase alba. 
OBS: A ptiríase rósea começa com um medalhão, ou 
seja, com uma lesão única, que dá origem a uma série 
de pápulas eritematosas (lesões elevadas e 
avermelhadas). Tem etiologia viral, ocorrendo somente 
uma vez, devido à formação de anticorpos. Ocorre no 
tronco, principalmente em mulheres, e dura de duas a 
três semanas, sumindo espontaneamente. Já a ptiríase 
alba consiste em uma manifestação transitória que 
acontece em crianças durante o estirão do crescimento, 
quando ocorre algum desequilíbrio nutricional, e gera 
manchas brancas no rosto. 
 
Além da ptiríase versicolor, existem outras 
importantes manifestações clínicas causadas pela 
Malassezia: 
 
4.1. Foliculite Ptirospórica: 
 
Consiste em leveduras que crescem nos folículos 
pilosos e nas glândulas sebáceas. 
São lesões eritematosas (avermelhadas) com a 
presença de pústulas (bolinhas elevadas na pele 
contendo pus) ou pápulas (caroço pequeno, elevado e 
mole na pele). 
As lesões estão distribuídas nas costas, nos 
ombros, no tórax e no membro superior. 
Seu agente mais frequente é a bactéria 
Staphylococcus aureus. Entretanto, em pacientes 
imunocomprometidos, pode ser causada pela 
Malassezia. 
Sua condição predisponente é o uso prolongado 
de antimicrobianos ou de corticoides. 
Sua evolução pode levar a uma cura espontânea 
ou à formação de um abcesso (coleção de pus na 
intimidade do tecido). 
Um dos tratamentos é o uso de pomadas que 
contenham bacitracina e neomicina, como o Nebacetin. 
 
 
 
Jéssica N. Monte Turma 106 P1 Micologia 
4.2. Dacriocistite Obstrutiva: 
 
É a colonização do saco lacrimal causando seu 
aumento de tamanho, e consequente obstrução. 
 
4.3. Dermatite Seborreica: 
 
Ocorre em indivíduos com superprodução de 
lipídios, a qual causa um aumento da carga fúngica. 
A Malassezia produz lipases que geram ácidos 
graxos livres, os quais são irritantes para a pele. 
O organismo, então, reconhece os fungos como 
antígenos, ativando a via alternativa do sistema 
complemento para que ocorra o processo inflamatório. 
Aos serem mortos pelo sistema imune, a pele 
descama de forma acentuada, provocando o que 
conhecemos por caspa. 
Portanto, a Malassezia age como mecanismo de 
sensibilização. 
É importante lembrar que a Malassezia não é o 
único agente determinante da dermatite seborreica. 
 
4.4. Infecções sistêmicas causadas por 
Malassezia: 
 
Essas infecções são chamadas de fungemias. 
São relatadas principalmente em pacientes com 
cateteres que recebem alimentação parental rica em 
lipídios por tempo prolongado. 
O exame requer hemocultura de sangue 
coletado diretamente do cateter. 
O exame do cateter geralmente mostra 
colonização por Malassezia furfur, que tem origem da 
pele do próprio paciente ou de seus cuidadores. 
 
Além disso, reiterando, a espécie Malassezia 
pachidermatis acomete animais, causando otites. 
Entretanto, essa espécie de Malassezia não causa ptiríase 
em humanos. 
 
Dermatofitoses 
 
As dermatofitoses são tipos de infecções 
fúngicas que se enquadram nas micoses superficiais. 
 
As dermatofitoses são causadas por fungos 
dermatofíticos queratinofílicos. 
Esses fungos são especializados em decompor a 
queratina, atacando a pele, os pelos e as unhas. 
Nas infecções de pele, os dermatófitos atacam 
somente o estrato córneo, que é a camada superior e 
mais externa da epiderme. 
 
As doenças causadas por dermatófitos que 
atacam a pele são chamadas de dermatofitoses 
propriamente ditas. 
As que atacam os pelos são chamadas de 
tricofitoses. 
Por fim, as que atacam as unhas são chamadas 
de onicomicoses. 
As várias formas de dermatofitoses são 
chamadas de “Tineas” e são nomeadas de acordo com o 
local do corpo que atacam. 
 
Os agentes etiológicos das dermatofitoses são: 
Microsporum (atacam pele e pelo), Tricophyton (atacam 
pele, pelo e unhas) e Epidermophyton (atacam pele e 
unhas). 
Existem 40 espécies de dermatófitos conhecidos, 
sendo 27 deles patogênicos, 15 encontrados no Brasil, e 
7 comuns no Rio Grande do Sul. 
A evolução dos dermatófitos se iniciou a partir 
do solo (geofílicos), depois passaram a atacar animais 
(zoofílicos), e posteriormente começaram a atacar os 
seres humanos (antropofílicos). 
Os fungos zoofílicos são os que mais produzem 
conídios, enquanto que os antropofílicos são os que 
menos os produzem. 
Muitos dermatófitos vivem em situação de 
equilíbrio com seu hospedeiro, o que é chamado de 
saprofitismo, e, devido a isso, não causam doenças no 
hospedeiro. 
Entretanto, quando esse equilíbrio é alterado, 
como em um novo hospedeiro, episódio de quebra de 
barreira ou alguma situação de fragilidade, os fungos 
podem causar infecções. 
Nos homens, os dermatófitos antropofílicos 
causam infecções brandas (uma vez que já estão 
adaptados ao estrato córneo). Já os dermatófitos 
zoofílicos e geofílicos determinam respostas 
inflamatórias agudas, uma vez que são interpretados 
pelo sistema imune como antígenos nunca antes 
reconhecidos. 
 
Lesões causadas por dermatóficos antropofílicos 
geram lesões descamativas, quase sem prurido (coceira), 
hiperqueratósicas (com excesso de queratina) e com 
curso crônico. 
Já as lesões causadas por dermatófitos geofílicos 
ou zoofílicos determinam inflamações com pústulas, 
vesículas e infiltrações inflamatórias. 
O fungo Tricophyton rubrum é a espécia 
queratinófila mais comum em humanos. 
 
Os dermatófitos antropofílicos mais comuns são: 
E. floccosum, T. rubrum, T. mentagrophytes var. 
interdigitale, T. schoenleinii, T. tonsurans e T. violaceum. 
Os dermatófitos zoofílicos mais comuns são: M. 
canis, T. mentagrophytes var. mentagrophytes, T. 
verrucosum, T. equinum, M. galinae e T. simii. 
Jéssica N. Monte Turma 106 P1 Micologia 
Os dermatófitos geofílicos mais comuns são: M. 
gypseum, M. nanum, M. cookei, T. ajelloi, T. terrestre e M. 
persicolor. 
 
A espécie mais comum no Brasil é a Tricophyton 
rubrun. 
Acima de São Paulo, as espécies mais comuns 
são a Tricophyton tonsurans e a Tricophyton violaceum, 
sendo ambas raras na região sul. 
Em regiões com muita relação com bovinos e 
produção leiteira, a espécie mais comum é a Tricophyton 
verrucosum. 
Já a espécie Tricophyton concentricum ataca 
somente indígenas do Brasil central e aborígenes. 
Além disso, em focos isolados, também se pode 
encontrar o Tricophyton schoenleinii e o Tricophyton 
megnini. 
 
O conjunto de espécies de dermatófitos é 
chamado de espectro dermatofítico. 
“As dermatofitoses ocorrem porque os 
hospedeiros têm diferentes padrões de queratina e os 
dermatófitos têm diferentes queratinases, que 
determinam infecções, acionam o tecido linfoide e 
geram resposta inflamatória ativando linfócito T, que 
resulta em hipersensibilidade, causando a descamação.” 
Uma mesma espécie pode causar vários tipos 
clínicos e a mesma forma clínica pode ser causa por 
diferentes tipos de fungos. 
 
Tipos de dermatofitoses: 
 
1. Tinea Capitis: 
 
É a “tinha do couro cabeludo”. 
Acontece somente em crianças, pois elas não 
possuem lipídios protetores no couro cabeludo. 
Pacientes com HIV podem apresentar esse tipo de 
dermatofitose devido à imunossupressão. 
As lesões da tinea capitis podem se apresentar de 
três formas distintas: 
 
1.1. Forma tonsurante: 
É causada pelo Microsporum canis, peloTricophyton tonsurans e pelo Tricophyton 
violaceum. 
É o tipo mais comum de tinea capitis. 
Consistem em lesões descamativas e secas com 
cotos pilosos, pois o cabelo cresce somente até 2mm e 
se quebra. 
Pode se diferenciar em dois tipos: 
a) Tipo Microspórica: apresenta uma lesão 
única e geralmente grande. 
b) Tipo Tricofícia: apresenta várias placas 
de lesão. 
 
1.2. Forma de Kérion ou supurativa: 
É causada por fungos geofílicos e zoofílicos, 
como o Microsporum gypseum, o Tricophyton 
mentagrophytes e o Tricophyton verrucosum. 
Gera intensa reação inflamatória de aspecto 
esponjoso, que possui crosta, é fluida, e causa dor. 
 
1.3. Forma fávica: 
É causada pelo fungo Tricophyton schoenleinii. 
Ocorre tanto em adultos quanto em crianças. 
Acomete o folículo piloso, causando alopecia 
permanente (o pelo não volta a crescer no local 
atingido). 
Sua lesão é chamada de escútula fávica. 
 
Nos cabelos, os dermatófitos se evidenciam como 
hifas ou cadeias de artroconídios, podendo se aderir aos 
fios de três formas diferentes: 
1. Ectotrix: quando se dispõe fora do pelo, 
lado a lado ou ao redor dele. 
Os ectotrix pequenos são chamados de 
ectotrix micróide, como o Microsporum 
canis e o Tricophyton mentagrophytes. 
2. Endotrix: quando se localizam no 
interior do fio. 
São de tamanho médio, como o 
Tricophyton tonsurans e o Tricophyton 
violaceum. 
3. Fávico: quando são hifas intracapilares. 
É o caso do Tricophyton schoenleinii. 
 
2. Tinea Corporis: 
 
O agente etiológico principal é o Tricophyton 
rubrum. 
As lesões reaparecem em intervalos regulares. 
Ocorre em áreas desprovidas de pelos, como o 
tórax e as costas. 
É a “tinha da pele glabra”. 
Suas lesões podem ser de quatro tipos: eritemato-
vesico-crostosas, foliculite, placas de quérion ou 
granulomatosa profunda. 
Pode se curar sozinha. 
Pode haver reinfecção. 
As lesões eritemato-vesico-crostosas com bordas 
avermelhadas e bem definidas, com formato 
arredondado e que podem coalescer são chamadas de 
herpes cincinado. Seu possível causador é o 
Microsporum canis. 
OBS: herpes cincinado não tem nada a ver com os 
outros tipos de herpes, que tem origem viral. 
Quando o dermatófito adentra o tecido 
subcutâneo, forma-se o granuloma de Majocchi. 
Na AIDS, as lesões da tinea corporis são muito 
grandes, com extensa área. Além disso pode haver 
infecções de vários tipos de tineas ao mesmo tempo. 
Jéssica N. Monte Turma 106 P1 Micologia 
O tratamento da tinea corporis é tópico, com 
produtos derivados de imidazólicos, haloprogrina e 
griseofulvina. 
 
3. Tinea Umbricata: 
 
É causada pelo Tricophyton concentricum. 
É um tipo de tinea corporis. 
Acomete somente indígenas específicos do Brasil 
central e da América Latina. 
Tem baixa infectividade, mas sua cura é difícil. 
Suas lesões são concêntricas e espiraladas. 
 
4. Tinea Cruris ou Inguinal: 
 
Os agentes etiológicos mais comuns são o 
Tricophyton rubrum, o Epidermophyton floccosum e o 
Tricophyton mentagrophytes. 
Acomete a região crural (virilha, períneo e região 
genital). 
É mais comum em homens e raramente ocorre em 
mulheres. 
Ocorre com maior frequência nos trópicos, pois as 
condições de umidade levam à maceração da pele da 
região inguinal. 
É uma infecção que pode ser aguda ou crônica, 
com apresentação intensa de prurido. 
Pode tomar proporções epidêmicas, uma vez que 
pode ser transmitida por roupas de cama e toalhas de 
banho, por exemplo. 
As lesões são do tipo arciformes com bordos 
eritemato-vésico-crostosos, chamadas de Eczema 
Marginado de Hebra. 
As lesões podem se manifestar também sob a 
forma de foliculite, placas infiltradas ou área eritematosa 
úmida de bordos descolados. 
As lesões tendem a se espalhar para a região 
abdominal e glútea. 
Os fatores predisponentes para o desenvolvimento 
da tinea cruris são a umidade, a transpiração, a 
maceração da pele por irritação com as roupas, 
obesidade e diabetes. 
 
5. Tinea Unguium: 
 
O agente etiológico mais comum é o Tricophyton 
rubrum. 
Nas unhas dos pés, a infecção pode acontecer 
devido (além do Tricophyton rubrum) ao Trycophiton 
mentagrophytes e ao Epidermophyton floccosum. 
É um tipo de onicomicose (infecção fúngica das 
unhas). 
Toda tinea unguium é uma onicomicose, mas nem 
toda onicomicose é uma tinea unguium. 
É a “tinha das unhas”. 
Essa dermatofitose acontece quando a lesão vai da 
borda livre da unha para o seu interior. 
Pode ser dividida em dois tipos clínicos: 
 
5.1. Dermatofitose sub-ungueal invasiva: 
 A lesão se inicia com a destruição do bordo 
livre da lâmina ungueal. 
Essa destruição provoca o espessamento e a 
deposição de uma substância branca, 
semelhante ao requeijão, entre a unha e o leito 
ungueal. 
Com a evolução da doença ocorre 
destruição total da lâmina ungueal. 
Nesse tipo de tinea unguium ocorre o 
deslocamento da região sub-ungueal, e a unha 
se descola do leito. 
Acontece mais em idosos e pode ser porta 
de entrada para outras doenças bacterianas. 
Em pessoas com estase venosa ela se torna 
ainda mais grave, pois as bactérias se instalam e 
se espalham mais facilmente, podendo levar a 
uma bacteremia. 
 
5.2. Leuconiquia micótica: 
A lesão se inicia com uma área opaca, 
esbranquiçada e circunscrita. 
Pode se estender por toda a unha ou 
permanecer restrita. 
Geralmente é assintomática, pois como é 
superficial, não entra em contato com os tecidos 
e, consequentemente, não desencadeia resposta 
inflamatória. 
 
6. Tinea Barbae: 
 
Os agentes etiológicos mais envolvidos são os 
dermatófitos zoofílicos Tricophyton mentagrophytes e o 
Tricophyton verrucosum. 
Além disso, pode ser causada também por 
dermatófitos antropofílicos como o Tricophyton rubrum 
e o Tricophyton schoenleinii. 
A infecção ocorre na região da barba, da face e do 
pescoço. 
É a “tinha da barba”. 
É restrita a homens adultos. 
Ocorre mais frequentemente em zonas rurais. 
As lesões podem ser de três tipos: eczema anular 
ou tinea circinada, foliculite, e placa de quérion. 
 
7. Tinea Manum: 
 
Os principais agentes etiológicos são o Tricophyton 
rubrum, o Tricophyton mentagrophytes e o 
Epidermophytos floccosum. 
Possui os mesmos agentes etiológicos que a tinea 
pedis. 
Jéssica N. Monte Turma 106 P1 Micologia 
É um dos tipos de dermatofitoses mais comuns. 
Acomete a palma das mãos e as áreas interdigitais. 
É a “tinha das mãos”. 
É necessário um diagnóstico diferencial entre a 
tinea manum e a psoríase, a dermatite de contato, a 
neurodermatite, a sífilis secundária, a dermatocandidíase 
e as mícides ou dermatofítides. 
As mícedes ou dermatofítides são erupções 
secundárias que acontecem em pacientes os quais já 
estão sensibilizados pela circulação de alergênicos 
oriundos de um foco primário de infecção. Por exemplo, 
pacientes com tinea pedis comumente apresentam 
lesões nos dedos das mãos. Entretanto, na mão são 
observadas apenas as lesões (papulares, vesiculares e 
raramente pustulosas), mas é nos pés que se encontra o 
fungo. 
 
8. Tinea Pedis: 
 
Os agentes etiológicos mais comuns são o 
Tricophyton mentagrophytes, o Tricophyton rubrum e o 
Epidermophytos floccosum. 
Acomete os pés, incluindo os dedos e a sola. 
Ocorre com maior frequência em homens. 
Também é chamada de pé de atleta. 
É a “tinha dos pés”. 
O prognóstico e o tratamento da tinea pedis, em 
geral, regride com terapêutica local. Além disso, devem 
ser considerados cuidados de higiene e controle de 
infecçõesbacterianas secundárias. 
Apresenta três formas clínicas: 
 
8.1. Forma Intertriginosa Crônica: 
É a forma mais comum da tinea pedis. 
Ocorre maceração e fissura entre o terceiro 
e o quarto espaço interpodálicos. 
 
8.2. Forma Crônica Escamosa: 
São lesões descamativas, róseas e bilaterais. 
São semelhantes à dermatite esfoliativa. 
 
8.3. Forma Vesiculosa ou Disidrosiforme: 
É uma forma inflamatória e pruriginosa. 
Apresenta reagudização periódica. 
Possui vesículas drenando um líquido claro. 
 
Diagnóstico laboratorial de dermatofitoses: 
 
No exame direto, em KOH (que clarifica o 
fungo), o material deve ser extraído preferencialmente 
da borda da lesão, no limite entre o tecido saudável e o 
tecido doente. 
Nesse exame são verificadas as hifas hialinas, 
septadas e ramificadas. 
Quando as hifas estão desarticuladas, verificam-
se as cadeias de artroconídios. 
Quando se trata de fios de cabelo, são 
verificadas as hifas e as cadeias de artroconídeos de 
acordo com suas formas três formas possíveis de 
parasitismo: ecotrix, endotrix e fávico. 
 
No exame cultural, o meio de cultivo padrão é o 
Mycobiotics (Ágar Sabouraud + cloranfenicol + 
ciclohexemide), pois esse meio impede o crescimento de 
saprófitas (organismos que se alimentam de matéria 
orgânica em decomposição) sem prejudicar os 
dermatófitos. 
Para o crescimento da cultura são necessários 
em média 14 dias (de dez dias a três semanas), sob a 
temperatura de 25ºC. 
 
Características Macroscópicas e Microscópicas dos 
Dermatófitos: 
 
1. Microsporum canis: 
 
Sua colônia é de crescimento rápido (de 4 a 5 dias). 
Macroscopicamente tem reverso amarela/laranja, 
superfície branca aveludada e periferia amarela 
brilhante. 
Microscopicamente se observa macroconídios em 
forma de fuso, septados (15 septos), paredes espessas e 
rugosas, protuberâncias nas extremidades e poucos 
microconídios. 
 
2. Microsporum gypseum: 
 
Sua colônia é de crescimento rápido (uma semana). 
Macroscopicamente a colônia é pulvurulenta (“cheia 
de pó”), de cor café-com-leite/camurça/bege. 
O reverso tem coloração creme. 
Microscopicamente se observa macroconídios 
elipsoides mais curtos e mais largos que os 
macroconídios observados no Microsporum canis. 
 
3. Microsporum nanum: 
 
Macroscopicamente apresenta colônia camurça, 
semelhante à observada no Microsporum gypseum. 
Microscopicamente se observa microconídios 
clavados em forma de pêra. 
É semelhante ao Chrisosporium sp., mas difere dele 
por crescer em ágar e em cabelo. 
Também pode ser confundido com o 
Epidermophyton floccosum. 
 
4. Epidermophyton floccosum: 
 
Sua colônia é de crescimento rápido. 
Macroscopicamente possui superfície que varia de 
cor entre amarelo-esverdeado e oliváceo. 
Jéssica N. Monte Turma 106 P1 Micologia 
Microscopicamente são macroconídios em forma de 
clava dispostos em forma de leque. 
Nunca há microconídios nessa cultura. 
 
5. Tricophyton rubrum: 
 
Macroscopicamente é uma colônia de superfície 
branca e reverso vinho. 
Microscopicamente é uma colônia com muitos 
microconídios dispostos alternadamente em torno da 
hifa, parecendo um ramo com folhas, além de 
macroconídios finos e claviformes. 
 
6. Tricophyton mentagrophytes: 
 
Macroscopicamente a variedade antropofílica é 
semelhante ao Tricophyton rubrum, com colônia 
algodonosa, mas sem a cor vinho. 
Já a variedade zoofílica apresenta colônia granular e 
esbranquiçada. 
Microscopicamente apresenta hifas em espiral, com 
microconídios isolados em gota ou agrupados em pinha. 
 
Micoses Subcutâneas 
 
1. Esporotricose: 
 
Agente etiológico: Sporothrix schenckii. 
É uma infecção crônica. 
Caracteriza-se por lesões no tecido cutâneo e, mais 
comumente, no tecido subcutâneo. 
Pode ocorrer na forma pulmonar sistêmica. 
O Sporothrix schenckii está presente no solo, em 
vegetais em decomposição e em espinhos de plantas. 
O Sporothrix schenckii é um fungo termodismórfico. 
Em temperatura ambiente esse fungo é 
filamentoso. Já no tecido humano (a 37ºC) é uma 
levedura pleomórfica. 
Determina uma resposta muito eosinofílica. 
As lesões são nodulares e ulcerativas e se 
desenvolvem ao longo dos vasos linfáticos que drenam 
o sítio primário de inoculação. 
A maioria dos pacientes acometidos por 
esporotricoses são adultos jovens, de 10 a 29 anos, e do 
sexo masculino. 
A contaminação ocorre na maioria das vezes por 
inoculação traumática na pele, ou ainda por inalação, 
quando na forma pulmonar. 
Essa doença está muito relacionada à caça de tatu 
no Uruguai e no Rio Grande do Sul. 
Acomete trabalhadores de soja e de cana. 
É uma doença relacionada a hábitos culturais. 
Gatos e tatus apresentam o Sporothrix schenckii em 
suas unhas. 
No Rio de Janeiro há uma epidemia zoonótica de 
esporotricose devido aos gatos. 
Evolução da inoculação: trauma → nódulo ulcerado 
(cinco dias) → cancro esporotricótico (nódulo pequeno e 
descorado – forma necrótica) → lesão cutânea fixa ou 
nódulos linfocutâneos. 
 
Formas clínicas da esporotricose: 
 
1.1. Esporotricose linfocutânea: 
 
É a forma mais comum de esporotricose, 
abrangendo 75% dos casos. 
O fungo penetra por uma lesão na pele. 
No começo determina uma lesão inicial de pápula. 
Os primeiros sinais começam a aparecer cerca de 
cinco dias depois da infecção. 
Os sinais são: nódulo pequeno e descorado, 
cranco esporotricótico (forma necrótica) e, semanas após 
a lesão primária, surgem múltiplos nódulos ao longo dos 
vasos linfáticos. 
A esporotricose linfocutânea é caracterizada pelo 
fato de o fungo realizar sua trajetória na pele. Além 
disso, há associação com o estado de baixa imunidade. 
A presença de úlceras nos dedos ou no punho, 
mais a tumefação e o edema na cadeia ascendente de 
vasos linfáticos são os patognomônicos da esporotricose 
linfocutânea, ou seja, são os sinais particulares cuja 
presença significa que uma determinada doença está 
presente além de qualquer dúvida. 
 
1.2. Esporotricose cutânea fixa: 
 
Ocorre em indivíduos com certa imunidade à 
infecção. 
Apresenta apenas a lesão. 
O sistema imune possui anticorpos para a espécie, 
assim o fungo não consegue fazer a sua trajetória na 
pele. 
As lesões podem apresentar crostas ou serem 
ulcerativas, verrucosas, acneiformes, placas eritematosas 
ou somente escamosas. 
Pode ser semelhante às micobacterioses cutâneas. 
 
1.3. Esporotricose mucocutânea: 
 
Recebe esse nome quando há envolvimento da 
boca, faringe, nariz, ânus, entre outros. 
A infecção primária é rara. 
Ocorre mais comumente na boca. 
A contaminação pelo ânus ocorre quando se faz 
a limpeza após evacuações com folhas, determinando o 
contato com o fungo. 
 
 
 
 
 
Jéssica N. Monte Turma 106 P1 Micologia 
1.4. Esporotricose extracutânea disseminada: 
 
É uma forma rara da esporotricose. 
Ocorre em consequência da disseminação 
hematogênica de outras formas da esporotricose, ou 
seja, transmitida por vias sanguíneas, independente de 
sua causa inicial ou do seu surgimento. 
A disseminação pode ocorrer a partir de uma 
lesão cutânea ou pulmonar. 
Pode ocorrer também por meio de inoculação 
direta em um dos órgãos atingidos. 
Os casos mais comuns da esporotricose 
extracutânea disseminada acontecem no tecido ósseo e 
sinovial, contemplando 80% dos casos, e sendo descrito 
como artrite destrutiva com lesão óssea. 
As doenças sistêmicas são raras, mas podem 
ocorrer em pacientes imunocomprometidos. 
Alterações nos olhos, sinusóidese meninges são 
ainda mais raras. 
 
1.5. Esporotricose pulmonar: 
 
Resulta da inalação de propágulos fúngicos com 
desenvolvimento de lesão primária no lobo superior dos 
pulmões. 
Raramente é diagnosticada. 
Predomina em alcoólatras. 
Pode ser de dois tipos: 
a) Crônica: determina cavitação e se 
localiza nos ápices pulmonares, 
sugerindo tuberculose. 
b) Aguda: envolve linfonodos hilares, 
podendo causar obstrução dos 
brônquios devido à magnitude da 
linfadenopatia. 
Deve ser realizado diagnóstico diferencial da 
esporotricose pulmonar com cromoblastomicose, 
micetomas, leishmaniose e nocardiose. 
 
Histopatologia da esporotricose 
 
A histopatologia da esporotricose envolve a 
combinação entre granuloma e reação piogênica 
(neoplasia/tumor vascular aparente em mucosas ou na 
pele). 
Difere do granuloma da tuberculose porque não 
evidencia fibroblastos. 
 
Diagnóstico laboratorial da esporotricose 
 
1. Exame direto: 
 
a) KOH: 
Aplicasse potassa no pus das lesões. 
 Como o pus é pobre em elementos, o resultado 
será negativo. 
 Esse exame é utilizado para descartar outras 
infecções, como a cromoblastose. 
 Quando realizado no homem, os elementos 
fúngicos são raros. Já quando realizado nos gatos, os 
elementos fúngicos estão presentes. 
b) Gram: 
Permite a observação da forma leveduriforme 
com brotamento do fungo Sporothrix schenckii. 
A forma leveduriforme com brotamento consiste 
em elementos naviculares gram positivos. 
c) Giemsa: 
Cora somente o citoplasma, permitindo ver a 
forma leveduriforme com brotamento polar, mas não 
permite a visualização do corpo asteroide. 
São observados elementos extracelulares em 
formas de navete ou charuto. 
d) Cortes histológicos: 
Em coloração por hematoxilina e eosina se tem 
uma difícil visualização dos elementos fúngicos. 
 
2. Exame cultural: 
 
É obrigatório para a esporotricose. 
Os meios de cultivo são o Ágar Sabouraud e o 
Ágar Mycobiotic. 
As colônias são inicialmente brancas e 
membranosas, tornando-se sulcadas e mais escurecidas 
com o tempo. 
A micromorfologia do Sporothrix schenckii é de 
hifas hialinas, septadas, muito finas e delicadas. Em suas 
extremidades os conídios se dispõem em pétalas de flor 
(simpoduloconídios). 
A reversão acontece em ágar-sangue ou em BHI 
sangue, incubados de 35ºC e 37ºC. 
A 25ºC o fungo cresce em saprofitismo (se 
alimenta de matéria orgânica), determinando a fase M 
(mould), que significa bolor. São os simpoduloconídios e 
as hifas. A 37ºC o fungo cresce em parasitismo, se 
transformando na fase Y (yeast), na qual se caracteriza 
pela forma navicular com brotamento. Esse processo 
caracteriza o seu dimorfismo térmico. 
 
O diagnóstico histopatológico para a 
esporotricose é corado pelo PAS, apresentando células 
redondas e naviculares. 
O tratamento da esporotricose é feito por meio 
de azólicos (como o itraconazol), de iodetos (como o IK 
via oral ou intravenosa, que não permitem o 
desenvolvimento de resistência, mas apresentam efeitos 
colaterais desagradáveis) e de anfotericina B endovenosa 
ou intralesão nas formas graves. 
 
 
 
 
 
Jéssica N. Monte Turma 106 P1 Micologia 
 
2. Doença de Jorge Lobo: 
 
Agente etiológico: fungos do gênero loboi como 
Loboa loboi, Laccazia loboi e Paracoccidioides loboi. 
Ocorre inoculação direta do fungo na pele, 
gerando uma reação granulomatosa com fibrose. 
É uma micose subcutânea caracterizada por 
lesões cutâneas, infiltradas, nodulares e verrucosas. 
As lesões são indolores e podem ser nodulares, 
ulcerosas, cicatriciais, tumorais, queloidianas, gomosas e 
verrucosas. 
Em 86% dos casos o fungo acomete homens. 
O fungo vive na água, no solo e nos vegetais de 
regiões de clima quente e úmido. 
Tem sido registrada no Brasil, na Venezuela, na 
Colômbia, nas Guianas, no México, no Panamá e na 
Costa Rica. 
Possui evolução crônica e lenta, que pode durar 
de um a dois anos. 
Não possui disseminação visceral, não atingindo 
cadeias ganglionares ou vísceras. 
Predomina nas áreas expostas do corpo e 
costuma acometer o pavilhão auricular. 
Deve ser realizado diagnóstico diferencial com 
hanseníase, esporotricose, cromomicose, tuberculose 
ganglionar e dermatofibrossarcoma. 
Na histopatologia se observa um granuloma 
histiocitário caracterizado pela abundância de células 
gigantes, histiócitos e células do fungo. Não se observa 
necrose ou supuração, mas sim fibrose. 
Não há tratamento específico para a Doença de 
Jorge Lobo, pois os antifúngicos disponíveis não são 
resolutivos. Por isso, o mais recomendado é a excisão 
cirúrgica. 
No diagnóstico laboratorial com KOH são 
observadas células arredondadas de paredes duplas, 
isoladas ou dispostas em cadeias, ligadas umas as outras 
por tubos interconectantes com aspecto de 8. 
Nos cortes histopatológicos observam-se longas 
cadeias ao lado de macrófagos. Além disso, também 
pode ser visualizado o fenômeno Splendore-Hoeppli 
(bainha eosinofílica em volta das hifas). 
 
3. Rinosporidiose: 
 
Agente etiológico: Rhinosporidium seeberi 
(fungo ainda não isolado e classificado). 
É uma infecção granulomatosa crônica nos 
tecidos subcutâneos. 
Linfonodos regionais não costumam ser 
atingidos. 
Caracteriza-se pelo aparecimento de pólipos 
hiperplásicos, altamente vascularizados, friáveis, sésseis 
ou pedunculados. 
Em quase todos os casos o fungo está limitado 
ao pólipo. 
Essa doença pode ser chamada também de 
“micose de Seeber” ou de “granuloma rinosporidiótico”. 
Em 88% dos casos ocorre em zonas endêmicas 
como a Índia e o Sri Lanka. No Brasil acontece no 
Maranhão e no Piauí. Esporadicamente ocorre em todo 
o mundo. 
O Rhinosporidium seeberi ataca seres humanos, 
cavalos, mulas e bovinos. 
O local mais frequente da infecção, em 70% dos 
casos, é o nariz (daí o nome rinosporidiose). 
Em 25% dos casos há envolvimento dos olhos e 
em 5% a doença envolve outros sítios. 
a) Doença nasal: 
O trauma inicial pode predispor a infecção. 
O local mais comum de infecção é a membrana 
mucosa do septo. 
Inicialmente as lesões são sésseis e depois se 
tornam pedunculadas. Com o crescimento do pólipo há 
obstrução da passagem de ar. 
Sangramentos e epistaxes são frequentes e 
graves. 
O pólipo passa de róseo para vermelho devido à 
grande vascularização. Além disso, ele apresenta pontos 
brancos, que são as esférulas do fungo. 
b) Doença ocular: 
Acredita-se que o pó seja o principal 
responsável pela infecção nos olhos, além de funcionar 
como vetor para o fungo. 
Ocorre em regiões mais específicas como o Irã e 
a Índia. 
c) Lesões em outras áreas: 
Podem ocorrer em outras áreas como a laringe, 
a vagina, a úvula, a vulva e o ânus. 
 
 Deve ser realizado diagnóstico diferencial entre 
a rinosporidiose e hemangiomas, condilomas e 
neoplasias. 
 O tratamento se dá por remoção cirúrgica e 
injeção local de anfotericina B. O uso de Dapsona ajuda 
a evitar recidivas. 
 Na histopatologia em HE, observam-se 
elementos esféricos em vários estágios de maturação. Os 
elementos menores são unicelulares e os elementos 
maduros são chamados de esférulas e têm parede 
espessa com milhares de endósporos nos seus 
interiores. 
 O exame direto em KOH a partir do raspado ou 
macerado da lesão mostra esporângios e esporos. 
 O exame de cultura não é realizado. 
 
 
 
 
Jéssica N. Monte Turma 106 P1 Micologia 
4. Entomoftoromicose ou Zigomicose 
Subcutânea: 
 
Agentes etiológicos: Basidiobolus ranarum, 
Basidiobolus haptosporum,Conidiobolus coronatus e 
Conodiobolus incongruus. 
É uma micose granulomatosa crônica restrita aos 
tecidos subcutâneos da mucosa nasal ou aos tecidos 
subcutâneos em geral. 
Raramente ocorre na forma sistêmica. 
A resistência natural a essa infecção é alta, portanto a 
doença é rara. Não há procedimentos sorológicos 
satisfatórios para o diagnóstico. 
Os agentes da forma subcutânea são zigomicetos da 
ordem Entomophtorales. 
Os agentes da forma sistêmica são zigomicetos da 
ordem Mucorales. 
Os fungos causadores vivem na matéria vegetal em 
decomposição e são muito sensíveis ao frio. 
A doença ocorre na Nigéria, na Uganda e no norte 
equatorial do Brasil. 
O Basidiobolus ranarum acomete mais crianças, 
enquanto o Conidiobolus coronatus acomete mais 
adultos. 
 
Formas clínicas da Entomoftoromicose: 
 
4.1. Basidiobolomicose: 
 
A infecção se inicia como um nódulo subcutâneo 
que aumenta de tamanho. A pele tende a mudar sua 
pigmentação, mas sem ulcerações. 
Caracteriza-se por massas subcutâneas 
palpáveis, endurecidas, bem delimitadas, móveis e 
cobertas por pele normal. 
As regiões mais atingidas são o tronco, as 
nádegas e os membros. 
Acredita-se que o fungo entre por picada de 
insetos ou por via intestinal. 
 
4.2. Micose causada pelo Conidiobolus 
coronatus ou Rinoentomoftoromicose: 
 
Tumefação subcutânea na mucosa nasal que se 
estende aos tecidos subjacentes. 
É recoberta por pele eritematosa e tem 
consistência dura. 
Pode haver obstrução nasal ao fluxo de ar. 
Há pouca dor. 
 
 
 
 
 
 
4.3. Entoftoromicose sistêmica: 
 
É causada pelo Basidiobolus haptosporus e pelo 
Conidiobolus incongruus. 
As lesões do Basidiobolus podem se estender 
aos pulmões e órgãos abdominais. 
O Conidiobolus é causador de mediastinite 
granulomatosa e de manifestações sistêmicas 
generalizadas. 
 
 Deve haver diagnóstico diferencial entre a 
basidiobolomicose e neoplasias e elefantíase. 
 Deve haver diagnóstico diferencial entre a 
rinoentomoftoromicose e mucormicose rino-cerebral, 
neoplasias, abcesso piogênico, dracunculíase e 
oncocercose. 
 O diagnóstico correto é estabelecido por exame 
histopatológico e cultura do tecido infectado. 
 No exame histopatológico, as características 
histopatológicas da entomoftoromicose e da 
mucormicose são muito semelhantes. 
 No entanto, o fenômeno Splendore-Hoeppli 
(bainha eosinofílica encontrada em volta das hifas) 
acontece na entomoftoromicose e não acontece na 
mucormicose. 
A invasão vascular está presente na 
mucormicose e ausente na entomoftoromicose. 
As hifas septadas estão presentes na 
mucormicose, enquanto na entomoftoromicose a 
septação é esparsa. 
 
No exame laboratorial direto em KOH se 
observam hifas largas, de paredes finas, septadas e 
ramificadas. 
Antes da cultura o material deve ser macerado 
em solução que contenha penicilina e estreptomicina. 
Semeia-se em Ágar Sabouraud 2% e incuba-se à 
temperatura de 25ºC a 30ºC. Não se pode utilizar meios 
que contenham ciclohexemide. 
Na cultura, o Basidiobolus ranarum apresenta 
colônias planas ou rugosas, cinzentas e de consistência 
pegajosa. Cresce entre 48 e 72 horas. 
Já o Conidiobolus coronatus apresenta colônia 
plana, marrom clara e com numerosos esporangíolos. 
O que diferencia as duas espécies na cultura é a 
papila proeminente do Conidiobolus coronatus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jéssica N. Monte Turma 106 P1 Micologia 
5. Cromoblastomicose: 
 
Agentes etiológicos: Phialophora verruosa, 
Fonsecaea pedrosoi, Fonsecaea compacta, 
Cladosporium carrionii e Rhinochladiella 
acquaspersa. 
São fungos da família Dematiaceae que se 
caracterizam por apresentarem hifas acastanhadas. 
São infecções micóticas causadas por fungos 
adaptados à temperatura corporal. 
Inicia-se a partir de um ferimento na pele que 
evolui para doença no tecido subcutâneo. 
Também é conhecida como cromomicose, 
micose de Lane Pedroso ou dermatite verrucosa. 
Os fungos são encontrados no solo e nos restos 
vegetais, no mundo todo. 
Ocorre com maior frequência em regiões 
intertropicais. 
Acomete principalmente homens, e no meio 
rural. 
No Brasil a doença ocorre de forma endêmica e 
tem como principal agente a Fonsecaea pedrosoi. 
As áreas do corpo mais atingidas são os pés, as 
pernas e locais desprotegidos como as mãos e braços, 
além de eventualmente ocorrer nas nádegas, no tronco 
e no abdome. 
As lesões se desenvolvem no sítio de inoculação 
e são limitadas ao tecido cutâneo e subcutâneo. 
Duram de meses a anos. 
As lesões tem aspecto verrucoide com 
hiperplasia do tecido. 
Podem ser ou não pedunculadas, com aspecto 
de couve-flor. 
As lesões geralmente são unilaterais e nos 
membros inferiores. 
As lesões podem ser únicas ou se disseminar 
para outras áreas da pele. 
A lesão inicial é uma pápula que ulcera e assume 
dois tipos clínicos: 
a) Tipo tumoral: ocorre quando a pessoa tem a 
doença há anos. É uma lesão grande, que cobre 
grandes áreas, com nódulos duros e secos e 
com superfície verrucosa. Ao comprimir as 
lesões, ocorre a exsudação de secreção 
purulenta. Pequenos microabcessos podem ser 
vistos nos bordos de crescimento das lesões. 
b) Tipo placa: ocorre quando a lesão inicial tem 
crescimento excêntrico. É uma lesão achatada 
que se estende, deixando uma placa central 
cicatricial coberta por pele lisa e brilhante. Os 
bordos são pouco elevados, pouco escamosos e 
finamente verrucosos. 
Além desses dois tipos clínicos, as lesões 
também podem ser psoriformes, tuberculoides, sifiloides 
e micetomatoides. 
Podem ocorrer infecções secundárias 
provocando linfadenite com linfoestase, que geram um 
quadro semelhante à elefantíase. 
Existe uma alta resistência natural à infecção, 
mas a doença ocorre quando há repetidas exposições ao 
agente. 
Deve haver diagnóstico diferencial entre a 
cromoblastomicose e a esporotricose cutânea fixa. 
Além dela, o diagnóstico diferencial deve ser 
estabelecido com lobomicose, blastomicose, 
paracoccidioidomicose, feohifomicose, rinosporidiose, 
prototecose, hanseníase, sífilis terciária, tuberculose 
verrucosa, micetomas, leishmaniose, esporotricose e 
bouba. 
Por isso, o exame micológico é fundamental 
para estabelecer o diagnóstico. 
 A histopatologia é de um granuloma de corpo 
estranho com microabcessos. 
O fungo é facilmente visualizado por HE. 
No exame direto com KOH a 10% examina-se o 
pus. Os agentes apresentam-se como estruturas 
globosas com paredes acastanhadas espessas. Há 
elementos não septados, unisseptados e septados em 
dois planos, os quais são chamados de corpo 
esclerótico, demáceo ou talo muriforme. 
Somente a presença de hifas não estabelece o 
diagnóstico. 
Nos cortes histológicos corados em HE visualiza-
se a mesma estrutura de talo muriforme. 
O exame de cultura deve ser realizado para 
confirmar os achados do exame direto e determinar o 
agente etiológico. Semeia-se em Mycosel, a 25ºC, com 
crescimento lento. As colônias apresentam hifas e 
conidióforos e têm aspecto marrom-escuro, negro ou 
oliváceo. 
A diferenciação entre os cinco agentes 
etiológicos possíveis se dá com base nas características 
do aparelho conidiano, que pode ser fiálide (quando 
parece um vaso de flor), rinocladiela (quando parece um 
cacto) ou cladósporo (quando é muito segmentado). O 
Fonsecaea predosoi possui as três formas de aparelho 
conidiano. 
Não existe um tratamento ideal para a 
cromoblastomicose. Pode ser realizada excisão cirúrgica, 
utilização de laser ou nitrogênio,amputação (rara), 
aplicação de antifúngicos como o itraconazol e a 
flucitosina, e uso de anfoterecina B associado à 
flucitosina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jéssica N. Monte Turma 106 P1 Micologia 
6. Micetomas: 
 
Os agentes etiológicos podem ser fungos 
verdadeiros (eumicóticos) ou bactérias do grupo dos 
actinomicetos (actinomicóticos). 
Entre os micetomas actinomicóticos se destaca o 
Nocardia brasiliensis e o Nocardia caviae. 
Já entre os micetomas eumicóticos se destaca o 
Acremonium falciforme e o Acremonium recifei. 
É uma micose subcutânea, deformante, 
supurativa, que envolve o tecido cutâneo, subcutâneo, a 
fáscia e os ossos. 
 
As características clínicas dos micetomas são: 
a) Tumefação: responsável pelo caráter 
deformante. 
b) Fistulização: a massa tumoral se abre para o 
exterior em fístulas, drenando exsudato 
sanguinolento. O pus faz pressão nos nervos e 
gera dor. 
c) Grãos: são macrocolônias fúngicas nas quais as 
hifas são enoveladas e compactas formando 
grãos. 
 
Todos os agentes estão isolados do solo, exceto 
o Actinimyces israelli. 
A tolerância à temperatura os torna patogênicos 
ao homem. 
A maior endemia de micetomas ocorre na África 
equatorial e em segundo lugar no México. 
No Brasil o agente mais frequente é o Nocardia 
brasiliensis (bactéria). 
A doença predomina em homens. 
O agente se implanta por traumatismo, e em 
80% dos casos a lesão é no pé. 
Há sempre um longe período entre o trauma e o 
aparecimento das lesões. 
A lesão primária é localizada e com pouca dor. 
A presença de tumefação evolui para severa 
tumefação subcutânea, com muita dor, 
comprometendo o tecido subcutâneo, fáscia e 
ossos. 
Não atinge tendões e músculos. 
Externamente formam-se fístulas e abcessos que 
drenam exsudato serossanguinolento rico em grãos. 
O diagnóstico diferencial deve ser estabelecido 
entre micetomas e cromoblastomicose, 
esporotricose, elefantíase e doenças tumorais. 
A doença é rara, a resistência natural dos 
indivíduos é alta e a patogenicidade da doença é 
baixa. 
Os micetomas actinomicóticos são mais 
sensíveis ao tratamento, e este é feito com 
sulfametoxazol + trimetropirn. Já os micetomas 
eumicóticos são mais refratários, e o tratamento é 
feito com anfotericina B ou azólicos. 
Na histopatologia em HE, observa-se um grão 
no centro de um abcesso agudo rodeado por 
neutrófilos em decomposição. Externamente há uma 
grande área de fibrose. 
No diagnóstico laboratorial o grão é o 
determinante do diagnóstico. 
Os grãos podem ser encontrados no pus, no 
exsudato, no material de biópsia e na bandagem 
que recobre os abcessos. 
O exame microscópico pode ser preparado com 
KOH, Gram e coloração Kinyoum. 
Para a cultura, os grãos são obtidos 
preferencialmente de partes profundas da biópsia. 
Eles devem ser lavados, esmagados e semeados em 
Ágar Sabouraud com extrato de levedura e isento de 
ciclohexemide. Cada grão deve ser semeado em dois 
tubos, entre 30ºC e 37ºC. 
 
Bactérias Nocardia sp. apresentam grãos 
pequenos, brancos, branco-amarelados e colônia 
laranja-cenoura. São gram-positivas e ácido-álcool 
resistentes. 
A Actinomadura pelletieri tem grãos vermelho-
coral. 
O Pseudallescheria boydii tem grãos brancos 
com o centro do grão vazio e com a periferia com 
trama de hifas hilinas. 
Os micetomas eumicóticos têm grãos pretos ou 
brancos.

Continue navegando