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RESUMO DAS AULAS ONLINES COMPLETO

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AULA 2
Um cromossomo é uma longa sequência de DNA. Cada molécula de DNA (ácido desoxirribonucleico) associada a proteínas (histonas) constitui um cromossomo que contém vários genes e outras sequências de nucleotídeos com funções específicas nas células dos seres vivos.
A observação dos cromossomos e do seu comportamento, durante a meiose, confirmou-os como portadores dos fatores hereditários referidos por Mendel. Sutton e Boveri lançaram as bases da Teoria Cromossômica da Hereditariedade, mais tarde confirmada e ampliada por Morgan, que conseguiu estabelecer a relação entre os cromossomos e a hereditariedade.
A teoria cromossômica da hereditariedade defendeu que nem todos os caracteres são herdados, segundo as leis de Mendel, e afirmou que os genes estão dispostos em fila sobre os cromossomos. Desse modo, os genes que estão mais próximos tendem a ser herdados em conjunto. No entanto, na reprodução sexuada, existe a possibilidade de esses genes serem herdados em separado, o que aumenta a variabilidade genética da descendência e, portanto, a garantia da sobrevivência.
Cromossomo X Cromatina
A cromatina é um filamento de DNA muito longo e muito fino, localizado no núcleo da célula interfásica (não em divisão). Quando a célula se prepara para se dividir, tanto na mitose como na meiose (veremos mais adiante), as cromatinas se enrolam sobre si mesmas e se condensam, transformando-se no que conhecemos como cromossomos. 
ATENÇÃO: Cromossomo e cromatina são praticamente a mesma coisa, pois o material de ambos é o mesmo, porém com estruturas diferentes. A diferença entre eles é apenas uma questão de momento. Na célula humana, contam-se 23 pares desses filamentos, sendo 22 pares de autossomos e um par de cromossomos sexuais (XX ou XY).
GAMETOGENESE HUMANA E FERTILIZAÇÃO
Gametogênese é o processo pelo qual os gametas são produzidos nos organismos dotados de reprodução sexuada. As células germinativas primordiais humanas são reconhecíveis na quarta semana de desenvolvimento, fora do embrião propriamente, no endoderma do saco vitelino. 
Tanto a espermatogênese (gametogênese masculina) como a ovocitogênese ou ovogenese (gametogênese feminina) exige a meiose, mas possuem diferenças importantes nos detalhes e no tempo despendido, o que pode ter consequências clínicas e genéticas para a progênie.
MEIOSE FEMININA É iniciada antes, durante a vida fetal, em um número limitado de células.
MEIOSE MASCULINA: Ao contrário da feminina, a meiose masculina é iniciada continuamente em muitas células a partir da população celular, em divisão por toda a vida adulta do homem.
RELEVÂNCIA MEDICA DA MITOSE E MEIOSE
Tanto a mitose quanto a meiose são importantes para que seja garantida a constância do número de cromossomos da espécie a partir de uma célula para sua progênie e de uma geração para a próxima. Muitos erros podem ocorrer durante o processo da mitose ou da meiose, processos bastante complexos. Como veremos em outra aula, os erros que por ventura ocorram em um ou outro mecanismo de divisão celular à formação de um individuo com numero anormal de cromossomos e, consequentemente, quantidade anormal de material genônico.
ATENÇÃO Os erros mencionados acima são os causadores de aproximadamente um terço de todos os defeitos de nascimento e de quase 85% das anomalias com causas conhecidas. As aberrações numéricas dos cromossomos geralmente resultam da não-disjunção, erro da divisão celular na qual um par de cromossomos, ou duas cromátides de um cromossomo, não se separa durante a mitose ou a meiose.
Consequentemente, o par de cromossomos ou de cromátides vai para uma célula-filha, enquanto a outra não recebe nenhum. Mudanças no número de cromossomos representam aneuploidia ou poliploidia.
No homem, alterações cromossômicas de adição ou deleção dos cromossomos quase sempre são letais. Alguns recém- nascidos como cromossomos extras sobrevivem, mas apresentam múltiplas anormalidades físicas e mentais. Essas adições provocam doenças como Sindrome de Down.
Além disso, a segregação cromossômica anormal em tecidos que se dividem rapidamente é frequentemente uma etapa do desenvolvimento de tumores cromossomicamente anormais; portanto, a avaliação cromossômica e do equilíbrio genômico é um exame diagnóstico e prognóstico importante em muitos cânceres.
AULA 3 O genoma Humano
Nesta aula você verá que não existe nenhuma substância tão importante quanto o DNA. Por carregar em sua estrutura a informação hereditária que determina as estruturas de proteínas, o DNA é a principal molécula da vida. O papel essencial do DNA na genética foi estabelecido somente em meados do século XX, mas nossa fascinação pela hereditariedade remonta há vários séculos. Tudo isto porque sua forma molecular permite um número infinito de variações estruturais refletido nas variações da informação hereditária que ele transmite.
O GENOMA HUMANO
A natureza hereditária de todo o organismo vivo é definida por seu genoma que consiste em uma longa sequência de ácido nucleico que fornece a informação necessária para construir o organismo. Utilizamos o termo “informação”, porque o genoma por si só não desempenha qualquer papel ativo na construção do organismo: na realidade, é a sequência das subunidades individuais (bases) do ácido nucleico que determina as características hereditárias. Por meio de uma complexa série de interações, essa sequência é utilizada para produzir todas as proteínas do organismo no momento e local apropriados. 
COMPOSIÇÃO DO GENOMA HUMANO
Contém o conjunto completo da informação hereditária para qualquer organismo.
Fisicamente, o genoma pode ser dividido em algumas moléculas diferentes de ácidos nucleicos.
Funcionalmente, pode ser dividido em genes.
O DNA
Primeiramente, é importante que você entenda que do DNA partem todos os comandos que regulam a natureza e o número de praticamente todas as moléculas celulares. Daí, a sua importância.
GENES
A primeira definição de gene como uma unidade funcional se seguiu à descoberta de que genes individuais eram responsáveis pela produção de proteínas específicas. A diferença na natureza química entre o DNA do gene e o seu produto proteico levou ao conceito de que um gene codifica uma proteína. Isso, por sua vez, levou à descoberta de um aparato complexo que permite à sequência de DNA de um gene originar a sequência de aminoácidos de uma proteína.
CONCEITO DE GENE: A biologia celular define os genes da seguinte forma: “A sequência de DNA que contém as informações necessárias para produzir uma molécula de RNA e, se esta corresponder a um RNA mensageiro a partir dele, elaborar uma proteína”.
Um gene consiste em uma sequência de DNA que é responsável pela codificação de uma determinada proteína.  Os genes estão localizados no cromossomo que consiste em um longo segmento de DNA representando muitos genes.
DIFERENÇAS ENTRE DNA E RNA
	O DNA se diferencia do RNA nos seguintes aspectos:
O açúcar do DNA é a desoxiribose enquanto que o do RNA é a ribose.
O DNA contém a Timina e o RNA a uracila
O DNA é um filamento duplo e o RNA é um monofilamento.
O DNA apresenta uma molécula longa e o RNA uma molécula curta.
Duplicação ou replicação do DNA 
	A duplicação ou replicação é o processo pelo qual uma molécula de DNA se duplica dando origem a duas moléculas idênticas à molécula inicial e envolve um conjunto de proteínas.
	Este processo acontece porque ao final da divisão celular, as células-filhas herdam as mesmas informações genéticas contidas na célula progenitora e, como essa informação se encontra no DNA, essas moléculas de DNA devem se replicar.
Moléculas de RNA e processamento do RNA
	O RNA ou ácido ribonucleico é uma molécula importante que, diferente do DNA, apresenta o açúcar ribose e a uracila em vez de timina.
Os principais tipos de RNA são:
RNA MENSAGEIRO( RNAm) => São aqueles que codificam as proteínas e que devem ter seus códons lidos durante o processo de tradução.
RNA TRANSPORTADOR(RNAt) => São aqueles que fazem a conexão códon-aminoácido, pois carregam um aminoácidoespecífico de acordo com seu anticódon.
RNARIBOSSOMAL(RNAr)=> São aqueles que fazem parte da estrutura do ribossomo, junto com diversas outras proteínas, e catalisam a ligação entre dois aminoácidos na síntese de proteínas.
O código genético e o processo de tradução
Código genético é o conjunto de todos os códons (trinca de nucleotídeos) que podem ser formados através das combinações entre os nucleotídeos U, A, C e G (64 códons no total), além de definir quais são os respectivos aminoácidos adicionados pelos códons formados.
O CÓDIGO GENÉTICO É:
UNIVERSAL
 Contém o conjunto completo da informação hereditária para qualquer organismo.
Fisicamente, o genoma pode ser dividido em algumas moléculas diferentes de ácidos nucleicos.
Funcionalmente, pode ser dividido em genes.
DEGENERADO:
Existem aminoácidos que podem ser adicionados por mais de um tipo de códon (no total são apenas 20 tipos de aminoácidos para 64 códons).
O CÓDIGO GENÉTICO NÃO É...
AMBIQUO: Existem aminoácidos definidos por diferentes códons, mas cada códon só define um tipo de aminoácido.
Tradução: é o processo que converte a informação na forma de trincas de nucleotídeos (códons) em aminoácidos, que darão origem a uma proteína. A tradução ocorre no ribossomo que é dividido em duas subunidades, uma menor e uma maior.
Mutação e mecanismos de reparo
A mutação é definida como qualquer alteração permanente na sequência do DNA genômico que seja transmitida para as próximas gerações, que não pode ser explicada por processos de recombinação e que pode resultar em perda ou ganho de funções pela célula.
As mutações podem ser classificadas em três categorias. Veja abaixo:
MUTAÇÕES GENÔMICAS => Causadas pela má segregação de um par cromossômico durante a meiose, resultando em uma alteração no número de cromossomos na célula. São as mais frequentes em seres humanos.
MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS =>Ocorrem com bem menos frequência do que as genômicas. Comumente são vistas nas células tumorais. Alteram a estrutura de cromossomos individuais. As translocações e as inversões são exemplos desse tipo de mutação.
MUTAÇÕES GÊNICAS=> Podem se originar por um de dois mecanismos básicos: erros introduzidos durante o processo normal de replicação do DNA ou mutações que surgiram por falha no reparo de danos ao DNA.
ATENÇÃO: Tanto as mutações genômicas como as cromossômicas raramente são perpetuadas de uma geração para a seguinte, pois, em geral, são incompatíveis com a sobrevida ou com a reprodução normal. Já as mutações gênicas resultam em alterações em genes individuais. Variam de apenas um único nucleotídeo a mudanças que podem afetar milhares de pares de bases.
Mutação e mecanismos de reparo 
Apesar de mutações genéticas serem de extrema importância para a evolução de uma espécie, a sobrevivência do indivíduo depende da estabilidade do seu genoma. A estabilidade resulta não só de um acurado mecanismo de replicação, mas também de mecanismos que reparem os danos que ocorrem continuadamente no DNA.
MECANISMO DE REPARO
É a capacidade da maquinaria celular corrigir os erros causados por mutações.
Muitos danos sofridos pelo DNA podem ser reparados porque a informação genética é preservada em ambas as fitas da dupla-hélice, de tal forma que a informação perdida em uma fita pode ser recuperada a partir da fita complementar.
ATENÇÃO
Os mecanismos existentes e conhecidos de reparação do DNA lesado são provavelmente universais e uma célula pode ter vários sistemas capazes de atuar ao mesmo tempo no DNA lesado. Existem vários mecanismos de reparo do DNA, mas os mais bem estudados e entendidos são os que acontecem em bactérias, principalmente em Escherichia coli.
AULA 4 PADRÕES DE HERANÇA MONOGÊNICA PARTE 1
Muitas doenças genéticas importantes e bem compreendidas são o resultado de uma mutação em um único gene (monogênicas). A versão on-line da Mendelian Inheritance in Man (OMIM), disponível na Internet por meio da National Library of Medicine, atualmente lista mais de 3917 doenças, ou cerca de 84%, que são provocadas por mutações em 1990 genes.  Os restantes 16% das doenças na OMIM são patologias com claros padrões de herança mendeliana, mas os genes mutantes responsáveis ainda são desconhecicos. Características monogênicas, também conhecidas como características mendelianas em alusão a Gregor Mendel,  têm sido o foco de boa parte do progresso feito até hoje na genética médica.
Herança monogênica 
O ritmo com o qual os geneticistas estão identificando novos genes com alelos causadores de doenças é alto.  Normalmente, os distúrbios de um único gene são frequentemente considerados como sendo primariamente, mas de modo algum exclusivamente, distúrbios da faixa de idade pediátrica. Assim, menos de 10% se manifestam após a puberdade e somente 1% ocorre após o término do período reprodutivo.
DISTÚRBIOS MONOGÊNICOS
São caracterizados por seu padrão de transmissão nas famílias.
Para estabelecer o padrão de transmissão, em geral a primeira etapa é obter informações sobre a história familiar do paciente e resumir os detalhes sob a forma de um heredograma.
ATENÇÃO: Os padrões apresentados pelos distúrbios monogênicos nos heredogramas dependem principalmente de dois fatores:
1) o local cromossômico do gene, que pode ser autossômico ou ligado ao X e 
2) se o fenótipo é dominante ou recessivo. 
símbolos utilizados nos heredogramas:
Estudo das doenças monogênicas:
Quando estudamos uma doença que segue os padrões de herança genética descritos por Mendel, dizemos que a doença é mendeliana quanto à sua herança genética. 
As doenças mendelianas, por serem monogênicas, podem ter seu padrão de herança definido pela análise do heredograma de famílias afetadas ou pela avaliação de várias famílias em estudos de segregação.
Para estudo dessas doenças, são aplicados métodos de pesquisa denominados paramétricos que são exemplificados pelos estudos da ligação. 
Após a construção dos mapas nos estudos da ligação, procura-se por determinada região dos mesmos que estejam segregando junto com a doença estudada. Em outras palavras, procura-se por uma região que esteja presente apenas nos indivíduos afetados dessa família e ausente nos não-afetados. É nessa região cromossômica que o gene mutante causador da doença deverá se localizar.
PRINCIPIOS DE MENDEL
Dois princípios centrais surgiram do trabalho de Mendel.  O primeiro é o princípio de segregação e o outro é o princípio da distribuição independente. Vamos conhecê-los?
PRINCIPIO DE SEGREGAÇÃO
Estabelece que organismos que se reproduzem sexualmente possuem genes que ocorrem em pares e que apenas um membro desse par é transmitido à prole.
Estabelece também que os genes permanecem intactos e distintos.
EXEMPLO: Um determinado alelo “liso” pode ser transmitido a uma prole na segregação seguinte que pode, por sua vez, transmitir o mesmo alelo para a sua própria descendência.
PRINCÍPIO DA DISTRIBUIÇÃO INDEPENDENTE
Estabelece que genes em diferentes loci são transmitidos independentemente. 
Em um processo reprodutivo sxualmente, um genitor transmite um alelo de cada locus para sua prole.  Este princípio impõe que o alelo transmitido de um locus (“liso” ou “rugoso”) não tem efeito sobre qual alelo é transmitido no outro locus (“alto” ou “baixo”).
EXEMPLO Um locus pode ter, por exemplo, ou o alelo “liso” ou o “rugoso” e o outro pode ter tanto o alelo “alto” quanto o alelo “baixo”.
PRINCIPIOS DE MENDEL
ATENÇÃO
O princípio da segregação descreve o comportamento dos cromossomos que se segregam durante a meiose e que são transmitidos como entidades distintas de uma geração para a seguinte.
As contribuições fundamentais de Mendel foram os princípios da segregação e da distribuição independente e as definições de dominância e recessividade.
(Lynn B., Jorde et al., 2004 – Genética Médica)
DISTURBIOS GENÉTICOS COM HERANÇA MENDELIANA CLÁSSICA.
Os distúrbios genéticos com herança mendeliana podem ser classificados em dois padrões. Conheça-os agora:
PADRÃO DE HERANÇA AUTOSSÔMICA DOMINANTE
As doenças autossômicasdominantes são vistas aproximadamente em 1 a cada 200 indivíduos.
Individualmente, cada doença autossômica dominante é um tanto rara em populações; as mais comuns delas possuem frequências gênicas de cerca de 0,001.
Por essa razão, casamentos entre dois indivíduos em que são ambos afetados pela mesma doença autossômica dominante são incomuns.
PADRÃO DE HERANÇA AUTOSSÔMICA RECESSIVA
As doenças autossômicas recessivas ocorrem somente em homozigotos ou heterozigotos compostos.
Isso acontece porque nesses casos uma cópia normal do gene é capaz de compensar o alelo mutante e prevenir a ocorrência da enfermidade.
Os genitores são ambos portadores, heterozigotos, tendo uma cópia mutada e uma não mutada.
AULA 5 
Nas células da espécie humana, existem 23 pares de cromossomos, chamados de autossomos,  dos quais 22 pares não apresentam diferenças entre machos e fêmeas. Os dois outros cromossomos, chamados de heterossomos ou cromossomos sexuais, apresentam diferenças: enquanto as mulheres apresentam dois cromossomos sexuais perfeitamente homólogos, que foram denominados XX, os homens possuem um cromossomo X e um outro, não totalmente homólogo a X, que foi denominado Y.
Todos os gametas (óvulos) formados por meiose em uma mulher possuem o cromossomo X, enquanto os homens podem formar gametas (espermatozoides) que apresentam o cromossomo X e outros que apresentam o cromossomo Y. Por isso, dizemos que as mulheres são o sexo homogamético e os homens são o sexo heterogamético.
Nesta aula estudaremos os genes de doenças localizados nos cromossomos sexuais e nas mitocôndrias. Vamos lá?
PADRÕES DE HERANÇA LIGADA AO X
O cromossomo X humano é um cromossomo grande, contendo cerca de 5% do DNA genômico, localizado no núcleo da célula (aproximadamente 160 milhões de pares de bases). As doenças relacionadas com genes do cromossomo X são classificadas como doenças ligadas ao X. A grande maioria das doenças ligadas ao X é recessiva, contudo existem algumas poucas que são dominantes.
INATIVAÇÃO do X=> Hipótese de Mary Lyon que estabelece que um cromossomo X em cada célula é inativado ao acaso no início do desenvolvimento embrionário das fêmeas.
Herança recessiva ligada ao X => Uma mutação recessiva ligada ao X é tipicamente expressa no fenótipo de todos os homens que a receberam, mas só em mulheres homozigotas.
Herança dominante ligada ao X => Exibem padrões característicos de herança e são cerca de duas vezes mais comuns nas mulheres do que nos homens. Nessas doenças, salto de gerações são incomuns e não é vista transmissão pai-filho.
PADRÕES DE HERANÇA PSEUDOAUTOSSÔMICA.
O termo herança pseudoautossômica descreve o padrão de herança observado em genes na região pseudoautossômica dos cromossos X e Y que podem ser permutados regularmente entre os dois cromossomos sexuais.
DOENÇAS PSEUDOAUTOSSÔMICAS
Os alelos para genes localizados na região pseudoautossômica podem ser transmitidos homem a homem e, dessa forma mimetizam a herança autossômica, porque podem fazer crossing-over do X para o Y.
PADRÕES ATÍPICOS DE HERANÇA
Os padrões atípicos de herança podem ser classificados da seguinte forma:
HERANÇA MITOCONDRIAL=> Herança que acarreta doenças genéticas causadas por defeitos no genoma nuclear, ou seja, distúrbios provocados por mutações do genoma mitocondrial e por manifestarem uma herança materna.
SEGREGAÇÃO REPLICATIVA=>Processo pelo qual, na divisão celular, as múltiplas cópias do mtDNA em cada uma das mitocôndrias de uma célula se replicam e se distribuem aleatoriamente entre as mitocôndrias  novas que, por sua vez, segregam-se aleatoriamente nas células filhas.
HOMOPLASMIA E HETEROPLASMIA => As várias moléculas de DNA dentro da mitocôndria podem estar em homoplasmia (cópias iguais) ou em Heteroplasmia (quando há cópias mutadas de DNA mitocondrial e outras de DNA mitocondrial normal), podendo originar doenças degenerativas.
HERANÇA MATERNA DO mtDNA=> Herança que é quase exclusivamente materna. O mtDNA não está sujeito a mudanças atribuídas à recombinação genética e as únicas mudanças que carrega são as de mutações ocorridas nos indivíduos.
Aula 6: Citogenética clínica e citogenética molecular
Os cromossomos são os veículos de herança que estão localizados no núcleo da célula, nos humanos encontramos no núcleo 23 pares de cromossomos. A citogenética clínica estuda a relação entre alterações cromossômicas e doenças genéticas em seres humanos, enquanto que a citogenética molecular estuda as doenças genéticas através de novas tecnologias que combinam técnicas de citogenética e de biologia molecular.
DISTÚRBIOS CROMOSSOMICOS:
Os distúrbios cromossômicos constituem uma categoria importante de doenças genéticas, respondendo por uma grande proporção dos abortos, malformações congênitas e retardos do desenvolvimento. A maioria dessas anomalias é baseada em mudanças do número de genes ou da posição dos mesmos.
MUTAÇÕES CROMOSSOMICAS NEMÉRICAS: São alterações na quantidade de cromossomos. São as responsáveis pelas alterações encontradas em 3,4 de cada 1000 recém – nascidos e são as causas, também, de 96% dos abortos espontâneos ocorridos no primeiro trimestre e de 60% das alterações encontradas em nativivos.
MUTAÇÕES CROMOSSOMICAS ESTRUTURAIS: São alterações na estrutura dos cromossomos. São as responsáveis pelas alterações encontradas em 2,6 de cada 1000 recém-nascidos e são as causas, também, de 4% dos abortos espontâneos ocorridos no primeiro trimestre e 15% das alterações encontradas em fetos de mães com idade superior a 35 anos.
Distúrbios cromossômicos: 
O conhecimento da relação entre a mutação cromossômica e as resultantes disfunções no desenvolvimento, através de análises moleculares e genéticas, pode nos trazer dados da identidade de genes específicos responsáveis pelo fenótipo anormal, para que se possa realizar um aconselhamento genético nas famílias de pacientes sindrômicos, dado que algumas síndromes apresentam recorrência e podem estar ligadas inclusive à idade materna. 
Sendo assim, a citogenética clínica é uma área que se dedica ao estudo cromossômico (exame de cariótipo) associado à descrição clínica de anomalias genéticas que leva à descrição de síndromes causadas por anomalias numéricas e estruturais dos cromossomos autossomos e sexuais. A citogenética convencional tem uma capacidade muito poderosa para fazer a análise do genoma quanto às aberrações que envolvem tanto os ganhos e perdas de partes do genoma como os rearranjos dentro e entre os cromossomos.
Indicações clínicas para a análise cromossômica. 
A análise do cariótipo é indicada como um procedimento diagnóstico de rotina para uma série de fenótipos específicos encontrados em medicina clínica, além de outras situações em que se faz necessário o estudo do cromossomo, tais como:
 Problemas precoces de crescimento e desenvolvimento.
Natimortos e morte Neonatal.
Problemas de fertilidade.
História familiar de doenças cromossômicas.
Neoplasia e gestação em uma mulher em idade avançada.
A análise molecular do genoma pode ser realizada em qualquer material clínico adequado, desde que um DNA de boa qualidade possa ser obtido.
Conheça agora os processos de análise cromossômica:
Identificação cromossômica: Os cromossomos humanos podem ser identificados citologicamente por uma variedade de procedimentos específicos de coloração. Contudo o método mais comum utilizado em laboratórios clínicos é a análise dos cromossomos corados pelo padrão de bandas Giemsa (padrão de bandas G).  
Hibridização in situ por fluorescência: Sondas específicas de DNA para cromossomos individuais, regiões cromossômicas ou genes podem ser utilizadas para identificar rearranjos cromossômicos particulares ou para diagnosticar rapidamente a existência de um número anormal de cromossomos no material clínico.
Analises cromossômicas e genômicas em uso de microarranjos: Uma amostra de DNA do indivíduo a ser testado e uma amostra de DNA de controle são dispostos em uma determinada ordem (matriz) em uma lâmina de vidro e corantes fluorescentessão associadas às amostras de DNA. Essas lâminas são então colocadas em um scanner especial que mede o brilho de cada área fluorescente. 
DISTURBIOS DOS AUTOSSOMOS
Os distúrbios mais graves são causados pela perda ou ganho de cromossomas inteiros, pois isso pode afetar o número de cópias de centenas ou mesmo Cada um dos nossos cromossomos tem uma estrutura característica e apresenta um padrão específico de bandas escuras e claras quando corados com produtos químicos. Essas características são conservadas em todos os seres humanos, tornando os cromossomos diferentes, fáceis de identificar e distinguir um do outro sob um microscópio. Eles definem o que é conhecido como um cariótipo normal - um conjunto normal de cromossomos:
ANOMALIAS CROMOSSOMICAS:
Qualquer desvio do cariótipo normal, em termos de número de cromossomos ou de estrutura, é conhecido como uma anomalia cromossômica.
Metade de todos os abortos espontâneos é devido a anomalias cromossômicas, mas a incidência de nascimentos cai para menos de 1 por cento.
Os distúrbios mais graves são causados pela perda ou ganho de cromossomas inteiros, pois isso pode afetar o número de cópias de centenas ou mesmo milhares de genes.  Poucas dessas anormalidades numéricas são compatíveis com o desenvolvimento a termo, uma vez que existe um desequilíbrio bruto dos produtos do gene. A perda de um cromossomo de um par (monossomia), ou o ganho de um cromossomo extra (trissomia) geralmente resulta em aborto espontâneo.
As anomalias cromossômicas numéricas mais comuns estão listadas na tabela abaixo: 
Conheça agora alguns distúrbios dos autossomos, bem como suas principais características.
TRISSOMIA DO 21: Conhecida também como Síndrome de Down, é a mais comum e mais bem conhecido distúrbio cromossômico cuja característica mais comum é o retardo mental.
TRISSOMIA DO 18: Foi descrita pela primeira vez em 1960 por Edward e colaboradores em recém-nascidos com malformações congênitas múltiplas e retardamento mental. Foi a segunda trissomia autossômica identificada no homem (a primeira foi a trissomia do 21) e é também conhecida como síndrome de Edwards.
TRISSOMIA DO 13: Conhecida também com síndrome de Patau, foi descrita pela primeira vez em 1657 por Bartholin e descrita em 1960 por Patau e colaboradores que a denominaram trissomia do cromossomo 13. Pode-se observar retardo mental acompanhado de graves malformações do sistema nervoso central.  
Anomalias Cromossômicas
Vamos entender melhor as anomalias referentes ao número de cromossomos, a partir dos conceitos a seguir:
 a) Euploidia: é uma célula que contém o número normal de cromossomos, ou seja, uma célula 2n. 
b) Poliploidia: é a presença de mais de um conjunto de genoma em uma célula. As condições poliploideo que foram observadas em humanos são triploidia (69 cromossomos no núcleo de cada célula, chamada então de 3n) e a tetraploidia (92 cromossomos no núcleo de cada célula, chamada então de 4n).
 c) Aneuploidia: são células que não contêm um múltiplo de 23 cromossomos, ou seja, a célula não tem 46 cromossomos e sim 47 (caso tenha um cromossomo à mais em um par, condicão chamada de trissomia) ou 45 (caso tenha um cromossomo à menos em um par, condição chamada de monossomia.
Distúrbios dos autossomos
Trissomia do 21 
O cariótipo da Trissomia 21 ou Sindrome de Down é 47, XY, +21 ou 47, XX, +21, é visto em aproximadamente um de cada 800 a 1000 nascidos vivos. Cerca 95% de todos os pacientes com síndrome de Down possuem trissomia do 21, resultado da não-disjunção meiótica do par de cromossomos 21. Tem sido observado que o risco de ter uma criança com trissomia do 21 aumenta com a idade materna, especialmente após os 30 anos. O erro meiótico responsável pela trissomiado 21 geralmente ocorre durante a meiose materna (90% dos casos), predominantemente na primeira divisão meiótica, os 10% dos casos restantes ocorrem na meiose paterna, normalmente na segunda divisão meiótica. A síndrome de Down pode geralmente ser diagnosticada ao nascimento ou logo após, por suas características dismórficas que variam entre os pacientes, produzindo, contudo, um fenótipo distinto que pode ser observado nas figuras abaixo: Fenótipo de uma criança com a de Sindrome de Down 47,XX, +21.
Trissomia do 18 
O cariótipo da trissomia do 18 ou Síndrome de Edwards é 47, XY, +18 e cuja frequência é de l para 8.000 nascimentos, sendo que nascem mais meninas afetadas do que meninos. Características comumente observadas em recémnascidos são: peso de nascimento diminuído; choro fraco; hipotonia seguida de hipertonia, hipoplasia da musculatura esquelética e do tecido adiposo subcutâneo; 3/4 diminuição de resposta a estímulos sonoros, algumas características relacionada a trissomia do 18
Trissomia do 13 
A síndrome determinada por essa aneuploidia foi minuciosamente estudada por diversos autores, de sorte que, em pouco tempo, ela pôde ser caracterizada clinicamente com bastante precisão. Estudos autorradiográficos e de fluorescência forneceram evidências de que o cromossomo trissômico nessa síndrome é o 13. O cariótipo característico da síndrome é 47, XY,+13 e ocorre na variação de 1/4.000– 10.000 crianças que nascem, sendo letal, geralmente, no primeiro mês da doença. Há a probabilidade de risco agravado por uma possível gravidez tardia (>37 anos). A taxa de sobrevida é muito similar àquela da trissomia do 18, com 95% dos bebês nativivos morrendo durante o primeiro ano de vida
OS CROMOSSOMOS SEXUAIS E SUAS ANOMALIAS
As anomalias dos cromossomos sexuais resultam principalmente em aneuploidias que são classificadas como monossomias e trissomias, observadas em diversas anormalidades como nos cariótipos 47, XXX, 47, XXY, 47, XYY ou 45, X.
Estas são originadas principalmente a partir de erros da não disjunção durante a gametogênese, onde um espermatozoide ou um óvulo leva um cromossomo sexual extra.
Conheça agora algumas síndromes geradas por estas anomalias:
Síndrome de Turner ou Monossomia do cromossomo X
Síndrome de Klinefelter.
Trissomia do X
Síndrome 47, XYY
Aula 7: Fundamentos das tecnologias do DNA Recombinante
É importante que você saiba que até a década de 70, o DNA era o componente celular mais difícil de ser analisado. Sua sequência de nucleotídeos de enorme tamanho e monotonia química era geralmente analisada por meios indiretos como a sequência de proteínas e análise genética. A partir da década de 70, novas tecnologias foram desenvolvidas permitindo o isolamento e a purificação de genes específicos num processo chamado de clonagem gênica. Na verdade, muitas dessas técnicas são provenientes da Microbiologia, Bioquímica, Imunologia e Genética Microbiana e permitiram que a análise do DNA ganhasse um novo enfoque. O DNA tornou-se, então, a molécula mais fácil de ser analisada sendo possível isolar regiões específicas, obtê-las em grande quantidade e determinar a sua sequência numa velocidade de milhares de nucleotídeos por dia.
A tecnologia do DNA recombinante
Em 1972, quando a possibilidade da manipulação genética foi pela primeira vez demonstrada, novas técnicas foram desenvolvidas e permitiram avanços na análise do DNA que era o componente mais difícil de ser analisado. Sua sequência de nucleotídeos de enorme tamanho e monotonia química eram geralmente analisadas por meios indiretos como a sequencia de proteínas. 
Esse novo conjunto de técnicas é o que chamamos de Tecnologia do DNA Recombinante.
TECNOLOGIA DO DNA RECOMBINANTE
Conjunto de técnicas de clonagem de DNA que pavimentaram o caminho para as áreas modernas da genômica e da proteômica, o estudo dos genes e das proteínas em escala das células e dos organismos inteiros.
Está transformando a pesquisa básica, a agricultura, a medicina, a ecologia, a medicina forense e muitas outras áreas, embora trazendo ocasionalmente à sociedade escolhas difíceis e dilemas éticos.
A Tecnologia do DNA Recombinante ou Engenharia Genética pode ser usada para estudar mecanismos de replicação e expressão gênica, na determinação da sequência de um gene e consequentementeda proteína que ele codifica, ou no desenvolvimento de culturas microbianas capazes de produzir substâncias úteis, tais como a insulina humana, hormônio de crescimento, vacinas e enzimas industriais em grandes quantidades.
CAMPOS DE APLICAÇÃO
Comercial
Biotecnológica
Investigação de paternidade
Diagnóstico de doenças genéticas e infecciosas
Clonagem do DNA
Envolve a separação de um gene ou um segmento de DNA específico de um cromossomo maior, ligando-o a uma pequena molécula de DNA-transportados e depois replicando esse DNA modificado milhares ou milhões de vezes por meio de um aumento no número de células ou da criação de cópias múltiplas do DNA clonado em cada célula.
O resultado é a amplificação seletiva de um gene ou segmento particular de DNA.
A clonagem do DNA de qualquer organismo envolve cinco etapas gerais:
Cortar o DNA em localizações especificas.
Selecionar uma molécula de DNA capaz de autorreplicação
Unir os dois fragmentos de DNA de maneira covalente
Transferir o DNA recombinante para uma célula hospedeira.
Selecionar ou identificar as células hospedeiras que contenham o DNA recombinante.
Ferramentas da tecnologia do DNA recombinante
Para a realização da Tecnologia do DNA Recombinante podemos contar com diversas ferramentas que nos auxiliam em cada uma das etapas do processo.  Entre essas ferramentas temos:
Aula 8 tópicos especiais em genética
Até agora, estudamos várias anomalias congênitas e sabemos que o nascimento de uma criança com uma anomalia pode ter um importante impacto em toda a família. O diagnóstico de uma criança com anomalias congênitas é importante para a informação genética da família, como, principalmente, para problemas médicos que podem ser antecipados. O diagnóstico tem sido, até bem pouco tempo, baseado apenas em critérios clínicos, contudo os avanços da genética molecular estão desvendando rapidamente a base genética dessas síndromes congênitas, permitindo, assim, que diagnósticos possam ser mais precisos, podendo prever, em alguns casos, complicações específicas e permitindo que sejam oferecidos diagnósticos pré-natais. Também tem revelado os mecanismos relacionados a essas anomalias congênitas. Assim, esclarecido o desenvolvimento anormal, espera-se que em breve possamos contar com esse diagnóstico precoce para a prevenção e tratamento.
GENÉTICA DO DESENVOLVIMENTO
O conhecimento da genética do desenvolvimento que inclui os mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento humano normal no útero é essencial para médicos realizarem uma avaliação diagnóstica de um paciente com defeito congênito.
Portanto, vamos entender o que é a Genética do Desenvolvimento, partindo do conceito de desenvolvimento.
DESENVOLVIMENTO
Compreende uma sequência de acontecimentos muito complexos que se encontram inter-relacionados, obtendo finalmente um organismo formado por várias capas de células diferentes.
GENÉTICA DO DESENVOLVIMENTO
É a parte da genética que estuda a caracterização das causas pelas quais os organismos se desenvolvem de um modo particular, devido ao impacto que exerce a expressão de seus genes.
	As anomalias do desenvolvimento certamente possuem o maior impacto na saúde pública. A consulta genética e o disgnóstico pré-natal são importantes para auxiliar indivíduos que se deparam com o risco de sérios defeitos em sua prole, aumentando suas chances de terem crianças saudáveis.
ATENÇÃO
Graças à genética do desenvolvimento, pôde-se conhecer melhor grande parte dos processos que têm lugar no desenvolvimento de um zigoto até o estado adulto. Conseguiu-se isso mediante o estudo de genes de organismos modelos em seus estádios iniciais de seu desenvolvimento, pois, devido a motivos técnicos e éticos, é difícil estudar os eventos iniciais do desenvolvimento em embriões humanos.
Genética do Desenvolvimento
 O conhecimento da genética do desenvolvimento que inclui os mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento humano normal no útero é essencial para médicos realizarem uma avaliação diagnóstica de um paciente com defeito congênito.
 Nos últimos 10 anos, houve um grande aceleramento nas descobertas que estão ajudando a entender as causas das malformações humanas e das síndromes genéticas. Com os avanços obtidos nesse campo, conhece-se a grande importância que tem os genes e daí ocorre quando alguns deles falham devido a alguma mutação. 
O desenvolvimento embrionário envolve os processos de formação do padrão, especificação do eixo e organogenese. Cada um desses processos é controlado por uma série de proteínas que fornecem sinais e formam estruturas necessárias para o desenvolvimento normal do embrião (Bamshad et al. 2º ed. Rio de Janeiro: Elsevier, Ed, 2004). 
Como já é sabido, o desenvolvimento resulta da ação dos genes que interagem com as células e os fatores ambientais. Os produtos gênicos envolvidos incluem reguladores transcricionais, fatores difusíveis que interagem com as células e direcionam estas para uma via de desenvolvimento específica, os receptores para tais fatores, proteínas estruturais, moléculas sinalizadoras intracelulares e várias outras. Esses produtos são considerados mediadores genéticos e são expressos em combinações de padrões sobrepostos que controlam espacial e temporalmente processos diferentes do desenvolvimento. 
O processo no qual o arranjo espacial ordenado das células diferenciadas cria tecidos e órgão é conhecido como formação padrão. O padrão geral do plano corpóreo do indivíduo é projetado durante a embriogênese. Isso leva à formação de regiões semiautônomas no embrião nas quais o processo de formação de padrão é repetido para formar órgão e apêndice.
Imunogenética
O estudo da genética do sistema imunológico é conhecido como imunogenética e tem se beneficiado pelos novos desenvolvimentos em mapeamento genético e clonagem para o estudo de vários genes.
As investigações atuais de imunogenética utilizam duas categorias principais de substâncias antigênicas, presentes em fluidos corporais, principalmente no soro ou plasma e daqueles expressos nas superfícies de células diferentes. Na categoria antígenos dos fluidos corporais, uma posição de destaque é ocupada pelas imunoglobulinas. Embora os anticorpos sejam geralmente usados para detectar antígenos, eles próprios também podem servir como antígenos e anticorpos podem ser produzidos contra eles. As principais categorias de superfície celular de moléculas estudadas por métodos imunogenéticos são antígenos do grupo sanguíneo, os antígenos de histocompatibilidade, antígenos restritos ao tecido e aos receptores.
A imunogenética Contribui para a compreensão da patogênese da inflamação crônica, doenças autoimunes e infecciosas. Abrange também a relação entre inflamação crônica e malignidade.   
Genética do câncer
O câncer é uma das doenças mais comuns e mais graves vistas na medicina clínica. As estatísticas mostram que o câncer acomete um terço da população, sendo responsável por 20% de todas as mortes e por mais de 10% do custo total em cuidados médicos.  O câncer não tratado, sem dúvida, é fatal. O diagnóstico precoce e o tratamento imediato são vitais.
O câncer é uma doença genética, independentemente de ocorrer de forma esporádica ou hereditária, pois a carcinogênese sempre inicia com danos no DNA. 
Estudos abrangendo inúmeras áreas possibilitaram uma compreensão fundamental das bases genéticas do câncer.
“Embora fatores ambientais e dietários (dietas) sem dúvida contribuam para o câncer, aceita-se que os cânceres se originam através de um processo de passos múltiplos conduzidos por alterações de genes celulares e seleção clonal da progênie variante que vai adquirindo um comportamento progressivamente mais agressivo.
 Essas mutações ocorrem em três classes de genes celulares: oncogenes, genes supressores de tumor e genes de reparo de DNA. A grande maioria das mutações em câncer é somática e presente apenas nas células tumorais. A neoplasia é um acúmulo anormal de células que ocorre devido a um desequilíbrio entre a proliferação celular e o desgastecelular. As células proliferam à medida que passam pelo ciclo celular e sofrem mitose. A formação das neoplasias se dá pelo desequilíbrio entre a proliferação celular (ciclo celular) e a apoptose (morte celular programada). 
Esses eventos são regulados por uma grande quantidade de genes que, ao sofrerem mutações, podem ter seus produtos expressos de maneira alterada, iniciando a formação de um tumor. Assim, o desenvolvimento do câncer (oncogênese) resulta de mutações em um ou mais genes que regulam o crescimento celular e a morte celular programada (apoptose). Considerações genéticas: 
Alterações genéticas nos sistemas regulatórios da célula são a base da maioria dos cânceres. A maioria dos eventos genéticos que causam câncer ocorre ao longo da vida do indivíduo, nos seus tecidos somáticos. Como esses eventos ocorrem em células somáticas, eles não são transmitidos para gerações futuras. Entretanto, é possível que ocorram tais mutações em células de linhagem germinativa. Caso isso ocorra, pode resultar na transmissão dos genes mutantes de uma geração para outra, produzindo famílias que têm alta incidência de cânceres. A extensão de como cada um desses mecanismos (mutações em células somáticas X células germinativas) contribui para o câncer humano é uma questão importante, pois o rastreamento mais intenso das populações de alto risco poderá resultar em 2/3 detecção preventiva e intervenção, levando a prognósticos melhores para indivíduos e, consequentemente, diminuição da morbidade e da mortalidade na população. 
Considerações ambientais: 
Os tumores celulares surgem quando determinadas mudanças ou mutações ocorrem em genes responsáveis pela regulação do crescimento da célula. Mas sabe-se que a frequência e as consequências dessas mutações podem ser alteradas por um grande número de fatores ambientais De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Esses fatores podem ser agentes químicos, físicos ou virais e são conhecidos como carcinogênicos ou oncogênicos. 
O fator ambiental carcinogênico mais conhecido é o cigarro: o hábito de fumar cigarro é responsável por 90% dos tumores malignos de pulmão e 30% dos tumores malignos em geral, incluindo uma das formas mais letais de câncer: o câncer de pâncreas, considerado pela oncologia como uma das formas mais mortais da doença que, atualmente, é fatal em 99% dos casos quando este é diagnosticado tardiamente. Outro fator ambiental carcinogênico o amianto. O amianto é extraído de rochas sobre formas de fibras quase invisíveis aos olhos humanos; essas fibras, por serem finas, soltam-se facilmente de materiais de uso popular feitos com esse mineral, como é o caso de telhas e caixas d’águas. Essas fibras finas inaladas pela respiração entram em contato com o pulmão, onde permanecem alojadas durante décadas, desencadeando ocultamente um processo inflamatório no órgão que pode desenvolver-se em um tumor maligno. Atualmente, o amianto é proibido em mais de 100 países; no Brasil, em alguns estados, já existem leis que proíbem a utilização e comercialização do amianto pela indústria.
 Outros fatores ambientais, como a exposição excessiva ao sol, podem causar câncer de pele e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, tais como alguns componentes dos alimentos que ingerimos e muitos são ainda completamente desconhecidos. Além de diversos tipos de radiações que também 3/3 podem levar ao câncer. 
O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna. Qualquer célula normal pode ser sítio de origem de um processo neoplásico, mas para que este aconteça é necessária uma série de eventos, acumulados com o passar dos anos.”
AULA 9 DIAGNÓSTICO MOLECULAR
A prática de diagnóstico de doenças genéticas através da análise de DNA tem se tornado frequente nos últimos 15 anos, graças aos avanços na pesquisa molecular. A transferência das técnicas desenvolvidas dentro do ambiente do laboratório de pesquisa para o consultório médico tem progredido substancialmente e hoje muitas doenças genéticas, tanto as hereditárias como fibrose cística, quanto as não hereditárias, como leucemia mieloide crônica, podem ser diagnosticadas através da análise molecular.
	O diagnóstico molecular é uma poderosa ferramenta capaz de proporcionar informações fundamentais sobre a condição do paciente e seu prognóstico, podendo também, em muitos casos, auxiliar o médico na escolha do melhor tratamento para o paciente. Além disso, em muitos casos, o diagnóstico molecular pode indicar quais indivíduos são portadores de um determinado alelo mutante, mesmo que o indivíduo em questão não apresente qualquer sintoma.
ANALISE MOLECULAR
Pode ser realizada através de diferentes técnicas, que são definidas a partir de características moleculares específicas da doença em questão, tais como:
Ocorrência e frequência de mutações em determinadas populações
Localização da mutação;
Características específicas do gene em questão;
Tipo de mutação (mutação pontual, grandes deleções, inserções, etc.), entre outras.
Técnicas moleculares 
Os diagnósticos moleculares estão rapidamente sendo incorporados à prática médica, à medida que os genes responsáveis por doenças estão cada vez mais sendo identificados. Os testes diretos de mutação devem ser desenvolvidos e validados para cada gene.
 Uma ampla variação de técnicas é utilizada para a identificação de doenças genéticas. Todos os métodos têm vantagens e desvantagens e requerem considerável habilidade e experiência para serem realizados. Não existe uma padronização ou preferência geral por um método, mas os laboratórios devem ser conhecedores das limitações e sensibilidade dos métodos por eles usados. Para a realização do diagnóstico molecular é essencial que se conheça que gene, ou genes, são responsáveis pela ocorrência da doença. 
Técnicas Moleculares
 • Amplificação enzimática do DNA (PCR).
 • Digestão da fita de DNA genômico ou produto de PCR com enzimas de restrição. 
• Separação eletroforética do DNA ou do produto de PCR. 
• Hibridação do DNA ou fragmentos de PCR com sondas oligonucleotídicas.
REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR)
A técnica de PCR tem provocado grande impacto nas principais áreas da biotecnologia: mapeamento gênico, diagnóstico molecular, clonagem, sequenciamento de DNA e detecção da expressão gênica. Atualmente, a PCR é utilizada para o diagnóstico de doenças genéticas, bem como na detecção de material genético presente em pequenas quantidades na amostra em análise.
PCR
Seu princípio básico está na capacidade de, a partir de quantidades mínimas de DNA, multiplicar uma determinada sequência, de modo que esta se torne majoritária na amostra.
ATENÇÃO
	Como exemplo de aplicação da PCR, temos a detecção e identificação de material genético de vírus como o HIV (vírus da AIDS) e HPV (Papiloma vírus), assim como a detecção de organismos geneticamente modificados em produtos alimentícios.
A técnica de PCR se baseia em três etapas. Conheça-as agora:
ANÁLISE COM ENZIMAS DE RESTRIÇÃO
Endonucleases, também chamadas enzimas de restrição, são proteínas bacterianas que cortam em fragmentos a longa molécula linear de DNA. As enzimas de restrição são as principais ferramentas da tecnologia do DNA recombinante, usadas pelos biólogos moleculares na manipulação do DNA.
A análise com enzimas de restrição é indispensável nas seguintes tarefas:
Análise da estrutura dos cromossomos
Sequenciamento de DNA
Isolamento de genes
Criação de moléculas novas de DNA que podem ser clonadas
Técnicas como RFLP.
TECNICAS DE ELETROFORESE
Os fragmentos gerados através da digestão por enzimas de restrição podem ser analisados através da técnica de eletroforese de agarose.
Para compreender melhor esta técnica, observe a figura abaixo:
Na técnica de eletroforese, agarose gels permite:
Separação de DNA digerido com enzima de restrição, incluindo DNA genômico, antes da transferência de Southern Blot.
Analise dos produtos de PCR após a reação em cadeiada polimerase para aliviar a amplificação do DNA alvo.
A estimativa do tamanho de moléculas de DNA com um marcador de DNA ou a escada que contém fragmentos de DNA de vários tamanhos conhecidos.
A estimativa aproximada da quantidade e qualidade do DNA.
Outras técnicas dependem de eletroforese em gel de agarose para separação deDNA, incluindo impressões digitais de DNA.  
Aula 10: Farmacogenética, Farmacogenômica e Terapia Gênica
	Todos já ouvimos que determinado medicamento foi eficaz para uma determinada pessoa e para outra não fez efeito ou o efeito esperado. Sabemos também que o mesmo medicamento para uns não causa efeitos adversos e para outros é capaz de causar até mesmo alergias, não é verdade?
Nesta aula, vamos refletir sobre o fato de  pacientes tratados com as mais diversas drogas apresentarem variabilidade de resposta e de susceptibilidade e toxicidade a medicamentos.
A farmacogenética e a farmacogenômica tratam da influência dos fatores genéticos na resposta aos medicamentos. Como muitos outros ramos das ciências biomédicas, foram impulsionadas pelos avanços recentes da genômica que conduziram às expectativas de que a segurança e a eficácia dos medicamentos seriam melhoradas notavelmente pela personalização da terapêutica, com base nos dados genéticos dos pacientes.
Farmacogenética
	Consiste no estudo das variações interindividuais na sequência de DNA, relacionadas com a resposta a fármacos, eficácia e segurança dos mesmos.
	Tem suas origens na década de 1950, com a demonstração de associações entre alterações genéticas e a metabolização de medicamentos pelo organismo.
FARMACOGENÔMICA
Definida como o estudo da expressão de genes individuais relevantes na susceptibilidade a doenças, bem como resposta a fármacos em nível celular, tecidual, individual ou populacional, procurando também uma relação entre o metabolismo de drogas e os estudos moleculares de DNA ou RNA.
Surgiu em 1995, a partir da união da farmacogenética com a genômica, da tecnologia do DNA recombinante e da biotecnologia.
Tanto a farmacogenética como a farmacogenômica buscam identificar genes que:
Predisponham às doenças.
Modulam respostas aos medicamentos
Afetem a farmacocinética e farmacodinâmica de medicamentos.
Estejam associados a reações adversas à medicação.
TERAPIA GÊNICA
	Durante muitos anos, o diagnóstico genético foi baseado apenas em critérios clínicos e em testes bioquímicos de produtos genéticos ou da ausência de determinados genes. Porém, os critérios clínicos são ambíguos e muita das vezes demora anos para que sejam desenvolvidos. Já os testes bioquímicos são geralmente estudos caros que requerem procedimentos invasivos, podendo ter resultados equívocos.
Os métodos moleculares utilizados atualmente evitam esse grau de incerteza.
É a introdução de um gene em tecido somático cujo produto pode aliviar o defeito causado pela perda ou mau funcionamento de um gene vital ou de seu respectivo produto.
Para o sucesso da Terapia Gênica, são necessários dois importantes fatores:
• que não ocorra efeitos indesejáveis e
• que se mantenha a produção, em níveis desejáveis, do produto do gene introduzido.
Existem principalmente dois tipos de estratégias na terapia gênica:
Ex vivo=> As células alvo são geneticamente modificadas fora do organismo e, só depois, transplantadas para o indivíduo.
In vivo => Os genes são introduzidos diretamente nas células alvo, ou seja, no tecido do indivíduo a ser tratado. Dessa forma, a terapia gênica deve resultar na introdução de um gene que possibilite a produção no tempo, no local e na quantidade desejada de uma proteína terapêutica que alivie ou cure a doença em causa.

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