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CHO Texto5SAUDE MENTAL E ESTRESSE

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texto 5: Qualidade de vida e Saúde mental no trabalho
Profa. Ms. Hely Aparecida Zavattaro
Valores em mudança, referentes à ética do trabalho, ao devido papel que o trabalho e a família devem desempenhar na vida de uma pessoa, novas formas de organização do trabalho, têm modificado as expectativas dos homens no que tange à sua relação com o trabalho. 
Quando discutimos a trajetória da relação do homem com o trabalho diante da pós-modernidade, encaramos uma de suas consequências: o seu adoecimento. Percebemos que por um lado, o homem tem desenvolvido suas competências, e por outro, tem apresentado problemas de ordem física e psicossomática ligados ao trabalho. 
Este dado parece ser evidenciado nos resultados de pesquisa de Domingos (apud ZAVATTARO, 2003, p. 16), sobre a representação social do conceito de qualidade de vida, onde o autor declara que:
(...) associada às condições de vida ameaçada, a falta ou deterioração dos relacionamentos sociais parece uma realidade presente. As condições de vida dos grandes centros urbanos, associada às consequências de uma vida atribulada, na qual é presente uma ocupação de considerável parcela de tempo dedicada ao trabalho, parece dificultar os relacionamentos sociais e, nesse sentido, trazer consequências negativas à Qualidade de Vida.
Quando nos referimos aos aspectos envolvidos na saúde do trabalhador, existem referenciais teóricos distintos. 
Segundo Jacques (2003, p. 100), 
Seligmann-Silva (1995) distingue três grandes conjuntos de modelos teóricos em saúde mental e trabalho: as teorias sobre estresse, a corrente voltada para o estudo da psicodinâmica do trabalho e o modelo formulado com base no conceito de desgaste mental. Tittoni (1997), entretanto, propõe dois eixos constituídos por abordagens teórico-metodológicas diferentes: o primeiro se refere ao diagnóstico de sintomas de origem “psi” e sua vinculação às situações de trabalho, com forte influência da epidemiologia, especialmente como referência metodológica; o segundo, cuja ênfase não recai no diagnóstico de doenças ocupacionais, mas nas experiências e vivências dos trabalhadores sobre seus cotidianos laborais e suas situações de adoecimento, influenciado pelos conhecimentos produzidos pelas ciências sociais e pela psicanálise. 
	Outro aspecto que não pode ser negligenciado no âmbito da saúde/doença mental e trabalho, de caráter prático, refere-se às determinações legais da legislação previdenciária brasileira. Tal legislação determina a prevalência de modelos diagnósticos, a adequação à Portaria/MS nº 1339 de 1999 (que lista os transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho) e o necessário estabelecimento de relação causal entre o dano e/ou a doença e o trabalho.
	Jacques (2003), em particular, apresenta as diversas abordagens eminentes na relação de saúde e trabalho, conforme evidenciamos a seguir. 
Tomando como critério o referencial teórico, a metodologia proposta e a inter-relação entre trabalho e o processo saúde/doença mental, propõe-se quatro amplas abordagens que se articulam por percursos diversos com a psicologia e com a psicologia social em particular: as teorias sobre estresse, a psicodinâmica do trabalho, as abordagens de base epidemiológica e/ou diagnóstica e os estudos e pesquisa em subjetividade e trabalho. 
	4.3.1 Estresse no trabalho
De acordo com Jacques (2003, p.101):
O termo estresse, de origem na física para definir o desgaste de materiais submetidos a excessos de peso, calor ou radiação, foi empregado pelo fisiologista austríaco Hans Selye, em 1936, para designar uma “síndrome geral de adaptação”, constituída por três fases (reação de alarme, fase de adaptação, fase de exaustão) e com nítida dimensão biológica. 
Figura 16: a síndrome de adaptação geral 
Sem dúvida alguma, como nos reforça Limongi-França (2008), uma das mais importantes contribuições de Hans Selye é a Síndrome Geral de Adaptação, que se caracteriza por três fases:
reação de alarme – fase em que mecanismos são mobilizados para manter a vida, a fim de que a reação não se dissemine; 
fase de resistência – nessa fase a adaptação é obtida por meio do desenvolvimento adequado de canais específicos de defesa. Podem surgir sintomas somáticos específicos. Em muitos casos, essa pode ser a última fase; 
fase de exaustão ou esgotamento – caracterizada por reações de sobrecarga dos canais fisiológicos, falhas dos mecanismos adaptativos.
A fase de alarme corresponde ao indivíduo identificar uma ameaça (física ou psicológica), com consequentes alterações fisiológicas (adrenalina e noradrenalina), as quais retornam ao normal após a fuga ou luta diante do estímulo estressor. A fase de resistência ocorre quando o indivíduo está diante das causas do stress de forma constante ou em ação de algum fator extremo, detonando aumento dos níveis de hormônio secretado pela glândula pituitária e pelo córtex ad renal. Se a pressão do fator estressante ainda continua, a pessoa pode alcançar a fase de esgotamento, com a atividade da glândula pituitária e do córtex ad renal reduzida e dificuldade de se adaptar ao stress contínuo. Então, reaparecem os sintomas da fase de alarme e a pessoa pode chegar ao estado de exaustão, podendo conduzi-la a um dano físico grave, incluindo morte por infarto, câncer ou doença cardíaca (WAGNER III; HOLLENBECK, 1999). 
Entretanto, o stress pode ser positivo, pois pode estar associado a oportunidades ou desafios com consequências positivas ao sujeito. Quem de nós não ficou estressado ao receber uma notícia boa de um nascimento de um filho ou mesmo de estar próximo a alguma festa importante? Este tipo de stress é também chamado de eustress (stress positivo). O maior problema parece estar atrelado ao stress negativo, também chamado de distress, pois pode levar o indivíduo à exaustão, caso não seja realizada alguma ação para minimizar os efeitos dos fatores estressores. 
Pode-se dizer que os estressores advêm tanto do meio externo, como frio, calor e condições de instabilidade, quanto do ambiente social, como trabalho. E do mundo interno, como os pensamentos e as emoções: angústia, medo, alegria, tristeza entre outros. Em relação ao trabalho, o stress é definido como o sintoma que é desenvolvido por uma pessoa frente a uma situação na qual ela percebe seu ambiente de trabalho como ameaçador às suas necessidades de realização pessoal e/ou profissional e/ou à sua saúde física e/ou mental. Essa necessidade prejudica a interação da pessoa com o trabalho e afeta ou é afetada pelo ambiente de trabalho, à medida que esse ambiente contém demandas excessivas a ela, ou quando ela não se sente portadora de recursos adequados para enfrentar tais situações. Limongi-França (2008), citando Rodrigues (1988) e Couto (1987), nos diz que o mesmo evento pode produzir eustress ou estresse positivo em duas pessoas diferentes, dependendo da interpretação que cada uma lhe confere. Eustress significa uma tensão que não leva à doença e distress designa reações psicofisiológicas que podem desencadear situações de doenças.
Entretanto, o processo neuroendocrinológico envolvido foi objeto de estudos e pesquisas, “destacando-se, no Brasil, a sistematização de Vasconcelos (1992) sobre as interconexões entre córtex cerebral, hipotálamo, hipófise, glândulas suprarrenais e as alterações bioquímicas resultantes no organismo” (JACQUES, 2003). 
O estresse herda da biologia, de onde veio, uma concepção de homem claramente homeostática: o melhor dos mundos é aquele em que reina o equilíbrio. Casar-se ou divorciar-se tem o mesmo peso em escalas de estresse, porque ambos rompem a dinâmica da vida, tal como estaria definida (harmoniosamente) (CODO et al, apud ZANELLI, 2008, p. 296). 
O estresse psicológico é uma aplicação do conceito para além da dimensão biológica e é definido por Lazarus e Folkman (1984, apud JACQUES, 2003) como uma relação entre a pessoa e o ambiente que é avaliado como prejudicial ao seu bem-estar. 
Neste caso, segundo JACQUES (2003, p.102),
(...)os autores chamama atenção para a importância da avaliação cognitiva da situação (o fator estressor) que determina por que e quando esta situação é estressora e para o esforço de enfrentamento, ou seja, a mudança cognitiva e comportamental diante do estressor. Introduzem o conceito de coping (sem tradução em português) para se referirem ao conjunto de estratégias cognitivas e comportamentais utilizadas para avaliar e gerenciar as exigências internas e/ou externas, com base nas experiências pessoais e nas especificidades do estímulo (novidade, previsibilidade, intensidade, por exemplo). LIPP (1984, p. 6), uma reconhecida pesquisadora brasileira na temática do estresse, o define como “uma reação psicológica com componentes emocionais físicos, mentais e químicos a determinados estímulos que irritam, amedrontam, excitam e/ou confundem a pessoa”. Tais definições apontam para o referencial teórico cognitivo-comportamental como o referencial que embasa o amplo campo das teorias sobre estresse psicológico e que sustentam os modelos de prevenção, diagnóstico e intervenção propostos.
Considera-se que o estresse não é uma doença, e sim uma tentativa de adaptação, relacionada não somente ao trabalho, mas ao cotidiano experimentado pelo indivíduo. Entretanto, a importância atribuída ao trabalho deve-se a sua relevância em tal cotidiano, o que faz dele um dos principais fatores desencadeantes do stress. 
A perspectiva adaptacionista e a inspiração biológica, características da psicologia social científica, estão presentes nos pressupostos que fundamentam as teorias sobre estresse, bem como seus modelos de ciência e de pesquisa inspirados nos modelos das ciências físicas e naturais. A ênfase recai em métodos e técnicas quantitativas de avaliação dos fatores estressores, coping ou estresse propriamente dito (JACQUES, 2003, p. 102). 
De acordo com Limongi-França (2008), os fatores estressores se apresentam desde questões de personalidade até fatores sociais específicos. A autora ainda cita algumas síndromes associadas ao estresse: 
somatizações – sensações e distúrbios físicos com forte carga emocional e afetiva; 
fadiga – desgaste de energia física ou mental, que pode ser recuperada por meio de repouso, alimentação ou orientação clínica especializada; 
depressão – uma combinação de sintomas em que prevalece a falta de ânimo, a descrença pela vida e uma profunda sensação de abandono e solidão.
Também observamos, no âmbito do trabalho, uma síndrome de esgotamento profissional, chamada por Marlach e Jackson (1981, apud JACQUES, 2003) de síndrome de burnout. Ela é uma reação à tensão emocional crônica e envolve três componentes: a exaustão emocional, a despersonalização e a diminuição do envolvimento pessoal no trabalho. Esta síndrome foi encontrada entre profissionais da área de serviços e cuidadores e, mais recentemente, entre trabalhadores de organizações que estão passando por transformações como a reestruturação produtiva, bem como em profissionais que expressam contato excessivo com outras pessoas. Por exemplo, entre cuidadores ocorre esta síndrome devido ao paradoxo que experimentam, pois têm de estabelecer vínculos afetivos com aqueles a quem prestam seus cuidados e frequentemente rompem tais vínculos por se tratar de uma relação profissional mediada por normas, horários, turnos, transferências e óbitos. Pode-se então interpretar que o trabalho tem função constitutiva na doença e não, simplesmente, apresenta-se como fator desencadeante. No entanto, ainda que se leve em consideração a natureza do trabalho, o enfoque ainda apresente dicotomia entre a dimensão externa e interna, em que a natureza do trabalho se apresenta como fonte de tensão individualmente experimentada pelo trabalhador. 
De acordo com Jacques (2003), esta tese é confirmada pela recomendação da Portaria 1339/99 do Ministério do Trabalho do Brasil que prevê a “síndrome de burnout” como relacionada ao trabalho, mas a inclui no grupo II da classificação proposta, a qual corresponde à qualificação do trabalho como fator contributivo, mas não necessário ao quadro clínico. 
Nas organizações de trabalho em geral, as ações de prevenção e intervenção parecem estar voltadas, preferencialmente, para o gerenciamento individual do stress, por meio de mudanças cognitivas e comportamentais, além de práticas de exercícios físicos e relaxamento. Muitas destas ações apresentam-se em programas de qualidade de vida no trabalho (QVT), focalizadas no gerenciamento dos trabalhadores e, com menor ênfase, na organização do trabalho.
	4.3.2 Saúde mental no trabalho
No referencial de saúde mental no trabalho, a ênfase da proposta dejouriana recai no privilégio concedido ao estudo da normalidade sobre a patologia, o que, inclusive, ensejou a substituição da expressão “psicopatologia do trabalho” por “psicodinâmica do trabalho”, para minimizar a importância aos aspectos psicopatológicos, embora a advertência inicial do autor era de que utilizava a expressão inspirado nos estudos freudianos e não no sentido restritivo do doentio. 
O campo da psicodinâmica do trabalho, conforme Dejours citado por Merlo (2002 apud JACQUES, 2003, p.105),
é o campo do sofrimento e do conteúdo, da significação e das formas desse sofrimento no âmbito do infrapatológico ou do pré-patológico. Tem por referências os conceitos ergonômicos de trabalho prescrito e trabalho real, priorizando aspectos relacionados à organização do trabalho (como ritmo, jornada, hierarquia, responsabilidade, controle...). As intervenções propostas se voltam para a coletividade de trabalho (e não indivíduos isoladamente) e para aspectos da organização do trabalho a que os indivíduos estão submetidos. Introduz o conceito de “sofrimento psíquico (como) uma vivência subjetiva intermediária entre a doença mental descompensada e o conforto (ou bem-estar) psíquico” (DEJOURS; ABDOUCHELY, 1994, p. 124) que suscita a utilização de “estratégias defensivas, construídas, organizadas e gerenciadas coletivamente” (p. 127). Utiliza o conceito de sublimação como um instrumento de compreensão das situações de trabalho. 
	4.3.3 Abordagem epidemiológica e/ou diagnóstica
A abordagem epidemiológica possui suas raízes na lógica da epidemiologia geral, a qual se baseia na produção de conhecimentos sobre o processo saúde/doença, o planejamento de ações de políticas de saúde e a prevenção de doenças. Ela se baseia na premissa de haver a multicausalidade das doenças e busca os seus determinantes. Possui influência da metodologia empregada por Le Guilant e busca sua teoria em Leontiev e Marx (ZANELLI, 2004).
Segundo Codo (2002, p. 184 apud JACQUES, 2003, p. 108): 
a investigação se conduz com a lógica da epidemiologia, cruzando as variáveis advindas do diagnóstico do trabalho com as escalas clínicas, estudando possibilidades de aparecimento de sintomas; (...) depois se recorre à entrevista clínica, buscando identificar a psicodinâmica”. Segundo o autor, a sistemática proposta recebe críticas dos quantitativistas por utilizar estudos de casos clínicos e dos qualitativistas pelo uso da estatística.
Com base na lógica da epidemiologia são reconhecidos e difundidos no Brasil os estudos de Codo e colaboradores, no qual um dos objetivos consiste em identificar quadros psicopatológicos associados a determinadas categorias profissionais. Codo (2002, p.185, apud JACQUES, 2003, p. 107) assim se refere: “este método de investigação, com seus avanços e recuos, foi responsável pela descoberta da síndrome do trabalho vazio entre bancários, paranoia entre digitadores, histeria em trabalhadores de creches e burnout em educadores”. 
As concepções marxistas e, na psicologia, os pressupostos da psicologia social histórico-crítica dão fundamentos à visão ontológica proveniente das pesquisas de Codo e colaboradores em que o trabalho se mostra como um fator formador do psiquismo e do processo saúde/doença mental.
	4.3.4 Pesquisa em subjetividade e trabalho
Os estudos sobre natureza e conteúdo das tarefas, estrutura temporal e densidadedo trabalho, e controle do processo enquanto associados ao desgaste mental se constituem objeto de pesquisa sobre subjetividade e trabalho. Por exemplo, se os estudos privilegiam as experiências e vivências dos trabalhadores frente à estrutura temporal do trabalho, incluem-se no estudo proposto por esta ênfase, enfatizando as pesquisas sobre a subjetividade do trabalhador.
Podemos compreender melhor as diferenças entre estas abordagens de estudo sobre a saúde mental e qualidade de vida do trabalhador, a partir do quadro a seguir.
	Abordagem
	Concepção de Homem
	Concepção de Trabalho
	Concepção da “Doença mental” e Trabalho
	O que é um trabalho “sadio”?
	Estresse
	O homem é um ser que deve estar em equilíbrio com a natureza, adaptado a ela. Qualquer fonte de desequilíbrio deve ser combatida. 
	O homem quer e precisa de paz no trabalho que pode e deve ser um lugar sem conflitos. Quanto mais tranquilidade, concordância e calma no trabalho, melhor. (mais modernamente, as novas teorias sobre estresse falam de um nível ótimo de conflitos e modificações no meio, não de ausência de estímulos.)
	Quando o organismo é submetido ou submete-se a situações de fuga ou luta, durante muito tempo, é o acúmulo das substâncias para estes fins provoca danos ao sujeito, dizemos que ele está estressado e que sofre. Os teóricos de estresse não consideram isto como doença mental, mas um estado intermediário entre a saúde e a doença.
	Quanto menos conflito no trabalho, melhor.
	Psicodinâmica do trabalho
	O homem organiza-se a partir de suas experiências na primeira infância. 
A sexualidade (libido) é a sua maior força motriz. 
	O trabalho é portador de sofrimento e afasta o homem do prazer; o melhor trabalho é o que permite sublimar o sofrimento. Quando há sublimação, não há desprazer no trabalho. 
	Não pode existir doença mental produzida pelo trabalho, este é produto inconsciente de rupturas ocorridas nos afetos primários. Admite-se a descompensação, que depende da estrutura já definida a partir da primeira infância. Todos somos neuróticos, o sofrimento ocorre quando não encontram-se saídas institucionais para as neuroses. 
	O trabalho deve permitir a sublimação. 
	Epidemiologia
	O homem vive e desenvolve-se em e pelo conflito com os outros homens, a natureza e consigo próprio. Sua principal força motriz é o trabalho, seu e dos outros, hoje e na própria história dos homens. O homem é um ser fundamentalmente psicossocial.
	O trabalho é ou deve ser sempre prazeroso, pois é a forma como o homem constrói a si próprio. Se o trabalho não é portador do prazer, então há alguma coisa de errado com ele. O sofrimento no trabalho deve ser combinado, porque é produto de algum tipo de alienação. 
	O indivíduo vive e precisam viver em constante metabolismo com a natureza, fazendo o mundo e sendo feito por ele. Quando este circuito se rompe, por exemplo, quando o trabalho é alienado, a doença mental ocorre. 
	Aquele no qual o sujeito sente e sabe que o autotransforma e no qual pode controlar a direção em que isso ocorre. 
Quadro 1: principais abordagens sobre saúde e trabalho. 
Sem dúvida alguma o tema mais desenvolvido na atualidade pelos pesquisadores e profissionais da área de ciências humanas tem sido o da saúde no trabalho. E você deve estar se perguntando neste momento, qual é a prática profissional que posso desenvolver frente à saúde do trabalhador e à melhoria de sua qualidade de vida?
Em particular, no âmbito do trabalho, o profissional de psicologia tem sido requisitado a atuar como profissionais indispensáveis ao atendimento dos grandes desafios da atualidade brasileira. Ao psicólogo, cabe a atuação estratégica no sentido de identificar ações que promovam a saúde psíquica do trabalhador em todos os níveis hierárquicos, visando ao bem estar biopsicossocial das pessoas envolvidas na organização.
Em particular, este profissional necessita se envolver com a compreensão crítica dos problemas institucionais, sociais e individuais, cabendo o domínio de um conjunto de teorias, métodos e procedimentos para ação nos processos sociais. Quando nos propomos a prática do bem-estar e qualidade de vida do trabalhador, cabe destacar que essa compreensão interessa a todos os profissionais que atuam em equipes de recursos humanos. Por conseguinte, agem de forma interdisciplinar junto ao trabalhador, com o objetivo de fortalecer o processo produtivo e também de colaborar para a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar nas relações de trabalho. 
No que tange à qualidade de vida no trabalho, buscamos a transformação positiva do ambiente e das relações de trabalho, seja com a introdução de uma série de benefícios e incentivos para o trabalhador, tanto como estimulando ou facilitando a maior participação dos colaboradores na busca de sua realização por meio do trabalho, enquanto uma atividade estruturadora da vida psíquica e geradora de encanto e desenvolvimento para o trabalhador. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CODO, W. et al. Capítulo 8: saúde mental e trabalho. In: ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. (Org.). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.
DEJOURS, C. Psicodinâmica do trabalho. São Paulo: Atlas, 2004. 
JACQUES, M. G. C. Abordagens teórico-metodológicas em saúde/doença mental & trabalho. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, v. 15, n. 1, pp. 97-116; jan./jun. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822003000100006>. Acesso em: 5 dez. 2012.
ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. (Org.). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

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