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Ácidos e bases

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ÁCIDOS E BASES 
Definições de Arrhenius, Bronsted-Lowry e Lewis. 
 
Medidor de pH por eletrodo 
Ácidos e bases (também chamadas de álcalis) são costumeiramente lembrados como 
substâncias químicas perigosas, corrosivos capazes de dissolver metais como se 
fossem comprimidos efervecentes. Mas a presença dos ácidos e base na nossa vida 
cotidiana é bem mais ampla e menos agressiva do que se imagina. 
 
Eles também são componentes usuais de refrigerantes, alimentos, remédios, 
produtos de higiene ou cosméticos. São ainda matérias primas indispensáveis em um 
vasto universo de aplicações industriais. A tal ponto que a produção de ácido sulfúrico 
e soda cáustica de um país chega a ser considerada um dos indicadores do seu nível de 
atividade econômica. 
Definições de ácidos e bases 
A definição mais tradicional dos ácidos e bases foi dada pelo cientista sueco Svante 
Arrhenius, que estabeleceu os ácidos como substâncias que - em solução aquosa - 
liberam íons positivos de hidrogênio (H+), enquanto as bases, também em solução 
aquosa, liberam hidroxilas, íons negativos OH-. 
 
Assim, quando diluído em água, o cloreto de hidrogênio (HCl) ioniza-se e define-se 
como ácido clorídrico, como segue: 
 
 
 
Já o hidróxido de sódio, a popular soda cáustica, ao se ionizar em água, libera uma 
hidroxila OH-, definindo-se assim como base: 
 
 
 
 
Um desdobramento da definição de Arrhenius é a regra de reação para ácidos e bases 
entre si, segundo a qual: 
 
 
 
Se reagirmos os já citados ácido clorídrico e soda cáustica, teremos: 
 
 
 
 
Sendo o NaCl, o cloreto de sódio, o nosso velho conhecido sal de cozinha. 
Outras definições de ácidos e bases 
Uma outra definição para ácidos e bases foi dada pelo dinamarquês Johannes N. 
Bronsted e pelo inglês Thomas Lowry, independentemente, ficando conhecida como 
definição protônica. Segundo os dois, ácido é uma substância capaz de ceder um 
próton a uma reação, enquanto base é uma substância capaz de receber um próton. 
 
A definição de Bronsted-Lowry é mais abrangente que a de Arrhenius, principalmente 
pelo fato de nem todas as substâncias que se comportam como bases liberarem uma 
hidroxila OH-, como é o caso da amônia (NH3). Além disso, a definição protônica não 
condiciona a definição de ácidos e básicos à dissolução em meio aquoso, como 
propunha a do químico sueco. 
 
Bronsted e Lowry definiram ácidos e bases a partir dos prótons que liberavam e 
recebiam. Já o norte-americano Gilbert Newton Lewis se voltou para os elétrons ao 
desenvolver sua definição. De acordo com ela, ácidos são substâncias que, numa 
ligação química, podem receber pares eletrônicos, enquanto as bases são aquelas que 
cedem estes pares. 
 
A definição de Lewis abrange as de Arrhenius e a definição protônica, que, entretanto, 
continuam válidas dentro de suas próprias abrangências. 
Identificação dos ácidos e bases 
Os ácidos possuem sabor azedo, como o encontrado nas frutas cítricas ricas no ácido 
de mesmo nome. Já as base tem gosto semelhante ao do sabão (sabor adstringente). 
Mas, felizmente, há modos mais eficazes e seguros de identificar ácidos e bases do 
que o paladar. 
 
É possível medir a concentração de hidrogênio iônico em uma solução a partir de uma 
escala logarítmica inversa, que recebeu o nome de potencial hidrogeniônico, ou 
simplesmente, escala de pH. 
 
Esta escala vai de zero a 14, sendo o pH 7 considerado neutro. Os valores menores que 
sete classificam a solução medida como ácida e os maiores que sete, como alcalinos 
(bases). 
 
Escala de pH: 
 
 
 
Para se medir o pH, usam-se combinações de substâncias indicadoras, como a 
fenolftaleína, que mudam de cor conforme a posição da substância testada na escala 
acima. 
 
Também são usados instrumentos como os medidores de pH por eletrodo indicador, 
que mede as diferenças de potencial elétrico produzidas pelas concentrações de 
hidrogênio e indica o resultado dentro da escala de 0 a 14. 
* Carlos Roberto de Lana é engenheiro químico.

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