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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA – CCEN DEPARTAMENTO DE QUÍMICA EDNA MARIA DOS SANTOS ALVES - 11311745 GABRIEL ARAUJO ROMANIUC - 11411530 JULIANA TEÓFILO DOS SANTOS PEREIRA - 11321812 SIDNEY LUCAS MONTEIRO DE ARAUJO - 11318185 DETERMINAÇÃO DE FERRO EM FÁRMACO UTILIZANDO UV-VIS JOÃO PESSOA 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA – CCEN DEPARTAMENTO DE QUÍMICA DETERMINAÇÃO DE FERRO EM FÁRMACO UTILIZANDO UV-VIS Relatório apresentado ao Curso de Bacharelado em Química Industrial na disciplina Introdução aos Métodos Instrumentais Experimentais como um dos requisitos necessários à aprovação. Docente: Professor Doutor Mário Cesar Ugulino De Araújo. JOÃO PESSOA 2017 SUMÁRIO INTRODUÇÃO A espectrofotometria visível e ultravioleta é um dos métodos analíticos mais usados nas determinações analíticas em diversas áreas. É aplicada para determinações de compostos orgânicos e inorgânicos, como, por exemplo, na identificação do princípio ativo de fármacos. A espectroscopia de absorção molecular é valiosa para a identificação dos grupos funcionais na molécula. Mais importante, entretanto, são as aplicações da espectroscopia de absorção visível/ ultravioleta para a determinação quantitativa de compostos contendo grupos absorventes. A região ultravioleta do espectro é geralmente considerada na faixa de 200 a 400 nm, e a região do visível entre 400 a 800 nm. As energias correspondentes a essas regiões são ao redor de 150 a 72 k.cal.mol-1 na região ultravioleta, e 72 a 36 k.cal.mol-1 para a região visível. Energias dessa magnitude correspondem, muitas vezes, à diferença entre estados eletrônicos de muitas moléculas. Diversas substancias e misturas absorvem luz ultravioleta (UV) ou visível (Vis.). O diagrama embaixo mostra um feixe de radiação monocromática de potência radiante Pinicial, atravessando uma amostra de solução. Ao atravessar a amostra, parte da intensidade é absorvida e o feixe de radiação que deixa a amostra terá então potência Pfinal. Figura 1 – Feixe de radiação monocromática atravessando uma amostra de solução. A quantidade de radiação absorvida pode ser medida de diversas formas: Transmitância, T = P / P0 Transmitância % , %T = 100 T Absorbância, A = log10 P0 / P A = log10 1 / T A = log10 100 / %T A = 2 - log10 %T A determinação de ferro pode ser feita por espectrofotometria, que é um subconjunto da Espectroscopia Molecular, ou ainda mais detalhado, a espectrometria de absorção molecular no Ultravioleta/Visível (UV/Visível), sendo, portanto um importante método analítico e instrumental de grande aplicação. Neste método está envolvido um ligante ou complexante para o ferro (de seletividade para um de seus números de oxidação) formando um complexo de coloração com alta capacidade de absorver a radiação incidida (alta absortividade molar). Há ainda outros métodos e técnicas para a determinação de ferro em amostras diversas oriundas dos mais diferentes locais entre estas estão a Espectrometria de Absorção Atômica (AAS, do inglês), a Voltametria e a Espectrometria de quimioluminescência (ICP-OES, do inglês) (SKOOG et al, 2002). A espectrofotometria é uma técnica muito empregada para análises quantitativas em química analítica. Este fato pode ser explicado pelo baixo custo e pela praticidade da técnica quando comparada a outras. Quando um composto é analisado por espectrofotometria ele absorve luz, essa absorção é o que irá determinar sua concentração, pois a absorbância medida é diretamente proporcional a concentração. No experimento realizado, determinou-se a concentração de ferro (II) na amostra de medicamento contra a anemia o Anemifer com concentração de 125 mg/ml, através da espectrofotometria de absorção molecular na região do visível. Utilizou-se solução de 6 ppm de fenantrolina para formar um complexo colorido estável com o ferro e assim realizar a leitura. Para evitar a interferência do ferro (II) e garantir o pH adequado adicionou-se também a amostra solução tampão de HAc/ Ac. As duas substâncias também foram colocadas no branco. A padronização externa foi o método de calibração adotado para a quantificação de ferro. OBJETIVOS Determinação da concentração de Ferro (II) como sulfato Ferroso no medicamento ANEMIFER; Comparação das leituras entre o espectrofotômetro Micronal e o HP. METODOLOGIA 3.1 MATERIAIS E REAGENTES Pipeta volumétrica; Béquer; Balão Volumétrico 100ml; Agua destilada; Cubeta; FeSO4.7H2O (Sulfato ferroso heptahidratado); CH3COONa (Acetato de sódio 2 mol/L); C12H8N2 (1,10-fenantrolina 0,25%). 3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Primeiramente foi feita uma solução estoque de 125ppm de Fe²+ a partir de FeSO4.7H2O (Sulfato ferroso heptahidratado), 0,0622g foi pesado em balança analítica e transferido para um balão volumétrico de 100ml e completou o volume com agua destilada. Foram preparados 5 padrões com as seguintes concentrações de 2 ppm, 4 ppm, 6 ppm, 8 ppm e 10 ppm a partir da solução estoque. Para 2 ppm: 1,6 mL Para 4 ppm: 3,2 mL Para 6 ppm: 4,8 mL Para 8 ppm: 6,4 mL Para 10 ppm: 8 mL Para cada padrão adicionou-se 300 μL da solução de acetato de sódio, 4 mL da solução de 1,10-fenantrolina e completou o volume com água destilada. A amostra foi diluída para uma concentração de 6ppm em um volume de 100ml. 0,024ml da amostra de fármaco, 300 μL da solução de acetato de sódio e 4 mL da solução de 1,10-fenantrolina foram adicionados ao balão volumétrico onde o volume foi preenchido até a marca de aferição. Para o preparo do branco foram adicionadas ao balão volumétrico todas as substancias menos o analito ou seja, 300 μL da solução de acetato de sódio, 4 mL da solução de 1,10-fenantrolina e completou o volume com agua destilada até a marca de aferição em um balão de 1000 ml. Preparação da curva de calibração: De forma aleatória os padrões preparados previamente foram escolhidos e deles foram retiradas alíquotas e que foram colocadas na cubeta para realização das medidas de absorbância, esse procedimento foi realizado em todos os padrões (2,4, 6, 8 e 10 ppm). As alíquotas foram analisadas em ambos os equipamentos (HP e MICRONAL) Após a curva de calibração feita, teve início a quantificação de Ferro II no medicamento ANEMIFER a partir das medidas de absorbância. Uma alíquota da solução de amostra diluída foi retirada e adicionada na cubeta, a mesma foi analisada no equipamento MICRONAL e no HP. RESULTADOS E DISCURSSÃO Na tabela a seguir são apresentados os valores de absorbância das soluções de Ferro II, medida de todos os padrões e lidos em ambos os equipamentos escolhidos (HP e MICRONAL) que foram necessários para construção da curva de calibração. Tabela 1 - Valores de absorbância dos padrões medidos Soluções Concentração (ppm) Absorbância Coluna1 Micronal HP 1 2 0,19 0,2427 2 4 0,358 0,3728 3 6 0,539 0,564 4 8 0,689 0,799 5 10 0,76 0,8554 As curvas de calibração nos Gráficos 1 e 2 foram obtidas a partir dos dados da Tabela 1 e foram utilizados na quantificação de Ferro II na amostra de medicamento. Gráfico 1 – Curva de calibração dos padrões de Ferro II no equipamento Micronal A curva de Calibração dos padrões analisados no equipamento Micronal teve R² = 0,9798 e equação de inclinação da reta y = 0,0736x + 0,0659. Gráfico 2 – Curva de calibração dos padrões de Ferro II no equipamento HP A curva de Calibração dos padrões analisados no equipamento HP teve R² = 0,9746 e equação de inclinação da reta y = 0,0826x + 0,0713. Na tabela abaixo são apresentados os valores de absorbância medidos em ambos os equipamentos utilizados. Tabela 2 – Valores de absorbância medidos no equipamento Micronal e HP Equipamento Micronal HP Absorbância 0,498 0,5801 A partir dos valores de absorbância medidos nos dois equipamentos que foram exibidosna Tabela 2, foi possível calcular a concentração real de Ferro II na amostra de medicamento, esses valores encontram-se na Tabela 3 a seguir. Tabela 3 – valores em mg/L das amostras medidas. Equipamento Micronal HP Concentração Diluída (mg/ml) 5,87 6,16 Concentração Real (mg/L) 24 462,18 25 666,66 Se baseando nos valores das concentrações obtidas a partir das curvas de calibração de ambos os aparelhos, foi possível calcular o erro relativo para a análise de ambos os equipamentos empregados na análise. Essa informação está presente na Tabela 4. Tabela 4 – Erro relativo para os equipamentos Micronal e HP Aparelho Micronal/HP Erro Relativo 4,69% CONCLUSÃO A partir das informações extraídas dos resultados apresentados, é possível concluir que: - A concentração medida pelos aparelhos teve uma diferença pouco significativa, isso é comprovado também pelo erro relativo calculado que foi igual a aproximadamente 4,69%. - O valor de concentração de Ferro II informado na embalagem no medicamento está próxima as concentrações medidas pelos aparelhos e se aproxima mais da medida feita pelo equipamento da Micronal. - As concentrações obtidas pelas analises não são rigorosamente conclusivas, ou seja, elas não se aproximaram tanto da medida informada na embalagem então, não é possível afirmar que a concentração informada pelo fabricante não é verdadeira. - Essa discrepância entre a concentração informada pelo fabricante e a medida no laboratório possivelmente se deve a erros cometidos pelos analistas quando prepararam as soluções padrão e da amostra diluída, também a erros instrumental dos espectrofotômetros utilizados. ANEXO Cálculos para preparo das soluções: Cálculo para preparar uma solução estoque de 125 ppm de Fe2+ a partir do sal FeSO4.7H2O com pureza de 98% e diluir para um balão de 100 mL. Massa de FeSO4.7H2O que deverá ser pesada para se obter 0,125g de Fe2+ sabendo que MM FeSO4.7H2O = 278,01 g/mol e que a MM Fe = 55,875 g/mol. 278,01 g/mol 55,875 g/mol X 0,125g X = 0,6223 g Massa necessária para preparar 100 mL de uma solução de FeSO4.7H2O 0,6223g 1 L X 0,1 L X = 0.0622 g Assim, 0.0622 g de FeSO4.7H2O foi pesado e diluído com água até 100 mL. As soluções padrões, tiveram concentrações de 2 ppm, 4 ppm, 6 ppm, 8 ppm e 10 ppm. Por diluição, teremos: M1.V1 = M2.V2 onde, M1 é a concentração da soluções estoque (125 ppm), V1 é o volume que será usado, M2 é a concentração relacionada ao padrão que será preparado e V2 é o volume que será preparado daquele padrão. Para 2 ppm: 125. V1 = 2.100 V1 = 1,6 mL; Para 4 ppm: 125. V1 = 4.100 V1 = 3,2 mL; Para 6 ppm: 125. V1 = 6.100 V1 = 4,8 mL; Para 8 ppm: 125. V1 = 8.100 V1 = 6,4 mL; Para 10 ppm: 125. V1 = 10.100 V1 = 8 mL. Cálculo para o preparo da amostra a uma concentração de 6 ppm e um volume de 100 mL: Por diluição temos: M1.V1 = M2.V2 25000 x V1 = 6 x 100 V1 = 0,024 mL Obs: No fármaco a concentração é de 125000 ppm, mas a concentração de ferro (que é o analito de interesse) é de apenas 25000 ppm. Cálculo das concentrações a partir das absorbâncias obtidas pelas curvas de calibração dos dois aparelhos: As equações das retas do tipo: y = a + bx, obtidas para os aparelhos HP e MICRONAL foram: HP: y = 0,0826x + 0,0713 R² = 0,9746 MICRONAL: y = 0,0736x + 0,0659 R² = 0,9798 Onde: y é a absorbância; x é a concentração de Fe (II). Então: HP: 0,5801= 0,0826x + 0,0713→ x = 6,16 MICRONAL: 0,498 = 0,0736x + 0,0659 → x = 5,87 Cálculo da concentração real da amostra em Mg/L: M1.V1 = M2.V2 HP: M1 x 0,024 = 6,16 x 100 → M1 = 25666,66 mg/L MICRONAL: M1 x 0,024 = 5,87 x 100 → M1 = 24462,18 mg/L Cálculo do erro relativo: Erro relativo percentual, Er, é a razão entre o erro absoluto e o valor exato x da variável, multiplicado por 100. Logo, tem-se que: Er = x 100% = 4,69% REFERÊNCIAS LEMOS, Alice Machado; NOBLE, Aline Paiva; SEGAT, Hecson Jesser. ESPECTROSCOPIA VISÍVEL E ULTRAVIOLETA. 2009. 18 f. Tese (Graduação) - Curso de Química, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rs, Brasil, 2009. Disponível em:<http://plato.if.usp.br/1-2004/fap0181d/Lei%20de%20Beer.htm>. Acesso em: 10 de maio de 2017.
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