Buscar

Prolapso Uterino e Gestação Fisiológica em Grandes Animais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O prolapso uterino acontece de forma distinta do prolapso cervico-vaginal (falado na última aula). Com relação ao acometimento, o que diferencia o prolapso uterino do prolapso cervico-vaginal? O prolapso uterino ocorre no pós-parto ou pós aborto (o feto já saiu, já foi expulso); ocorre mais em vacas leiteiras e ovelhas e é menos comum em éguas e cabras; ocorre nas primeiras horas do pós-parto, e está associado a condição uterina de atonia – a vaca tem prolapso uterino e aplica ocitocina; útero vai contrair e não vai everter mais; se tem atonia deve administrar ocitocina sim; essa atonia uterina está associada a hipocalcemia. O prolapso cervico-vaginal ocorre no terço final da gestação (animal com feto no útero, geralmente vivo mas poderia estar morto, ainda dentro do útero). 
A porção forçada do feto, placenta, os partos laboriosos também são fatores predisponentes para prolapso uterino porque parto laborioso causa também atonia uterina – útero contrai e expulsa o feto em casos normais e em partos laboriosos o útero tenta expulsar o feto mas não consegue. 
As vacas geralmente sofrem prolapso completo e consegue-se visualizar as carúnculas e placentomas que estarão expostos; não é desafio diagnóstico. 
Como vamos tratar esse prolapso de útero?
Remover remanescentes placentários que forem facilmente destacáveis. Não fazer tração forçada pois haver laceração uterina que traz hemorragia uterina e ainda pior, hemorragia no pós-parto (choque hipovolêmico e o veterinário não sabe o que aconteceu). Remover com tesoura a parte livre.
Realizar higienização. 
Reparar lacerações existentes: suturar a laceração
Lubrificação da superfície uterina com glicerol. 
Manobra de redução manual: tratamento de eleição – ao se deparar com prolapso essa é a melhor escolha. Geralmente necessita de mais de uma pessoa (duas pessoas para elevar o útero e outra pessoa para reduzir), pressão em punho fechado sobre a região cervical (porção mais externa do útero que vai estar mais interna; introduzir mão na vulva, vagina, vestíbulo da vagina e tentar colocar o útero de forma que ele seja evertido lá dentro; mais fácil de fazer em grandes fêmeas e nunca usar a ponta dos dedos pois pode haver perfuração de vísceras), progredindo gradualmente; solução fisiológica e estéril – desfazer invaginações (útero vai ficar pesado com solução estéril e vai voltar para seu lugar). O útero da égua não adianta essa manobra pois este útero é mais dorsal e a gravidade não ajuda. 
Ocitocina (20 UI; 10 UI em cabras e ovelhas, IV ou 40 UI, IM).
Gluconato de cálcio IV para resolver hipocalcemia; em éguas descer 5-10 ml para recuperar o cálcio.
Não são indicadas cirurgias para o fechamento vulvar. Muitos veterinários realizam fechamento vulvar pois o útero pode querer everter de novo e nós nem saberemos; o útero evertido dentro do canal vaginal pode até mesmo necrosar. Não é comum haver recorrência de prolapso uterino. Totalmente diferente do prolapso cervico-vaginal pois deve fechar senão a vagina volta. 
Prognóstico: 
Depende do tempo de evolução e lesão uterina. Se o prolapso uterino ocorreu e após 24 horas o serviço veterinário chegou a chance de conseguir everter esse útero é pequena; por outro lado, se o veterinário chegar rapidamente ao local a chance de sucesso no procedimento é alta. Prolapso uterino é emergência obstétrica. 
Útero em bom estado – 75% de recuperação. Baixo tempo de evolução e lesão uterina garantem que 75% das vacas estejam prenhas na próxima reprodução. 
Sem tendência a recorrência em gestações posteriores. Diferente do prolapso cervico-vaginal no qual se o animal for de baixo valor zootécnico recomenda-se a venda ou abate do animal. 
Útero desvitalizado realizar amputação. Se for gado de corte é abate; se for gado de leite induz lactação ou aspira (embora animal sem útero tem problema nos ovários). 
Amputação uterina: até 6 horas após início do prolapso, áreas com muito edema, já desvitalizadas, com baixa temperatura. 
Diérese delicada pois a bexiga também pode estar desvitalizada. 
Verificar presença de vesícula urinária e alças intestinais.
Alternativa para tentar salvar a vida do animal. Faz amputação o mais próximo possível da cérvix. Em tese pode-se fazer amputação apenas da área desvitalizada, mas tem-se útero comprometido (infecção de coto uterino, alterações pós-cirúrgicas, etc). 
Antibioticoterapia sistêmica por muito tempo; utilizada em animais que forçou-se eversão para reduzir a chance de retenção de placenta. 
*Éguas com retenção de placenta tem protocolo diferente, passado pelo prof. Flamarion, que são 30 UI de ocitocina em um frasco de 500 ml, desce lento em meia hora. 
GESTAÇÃO FISIOLÓGICA
A organogênese tem suas diferenças entre as espécies; ela ocorre até os primeiros 45 dias na vaca, até os 60 primeiros dias na égua, até os primeiros 35 dias na cadela; é importante saber sobre a organogênese nas diferentes espécies pois existem fármacos que não podem ser usados no início da gestação devido ao seu potencial teratogênico. Evita-se esses fármacos durante toda a gestação, embora por exemplo as avermectinas possam ser administradas durante toda a gestação. 
A implantação também difere entre as espécies. 
O que importa para nós são as membranas fetais: 
Saco vitelínico: localizado próximo a região umbilical do animal. 
Anexo transitório do período embrionário inicial.
Desaparece ou torna-se vestigial após 2 a 4 semanas.
Armazena nutrientes para nutrição do embrião.
Elimina resíduos embrionários.
Cório: 
Membrana fetal externa (trofoblasto). 
Contato entre membranas fetais e endométrio.
Ação erosiva no endométrio: maior ou menor dependendo do tipo de placenta do animal – nos roedores e primatas que tem a placenta do tipo hemocorial a erosão é maior, enquanto que nas grandes fêmeas essa erosão é menor. 
Alantóide: 
Membrana fetal intermediária vascularizada.
Fusão com o cório (corioalantóide).
Saco alantoideano: acúmulo de líquidos fetais. Urina fetal via úraco (ureia, glicose, minerais que dão a cor à esse líquido). 
Líquido amarelo-claro, aspecto transparente. 
Consistência aquosa, pH de 6,5 a 7,5.
Hipomanes: estruturas com aparência fibrinosa. São achados pós-parto ou de necropsia.
Debris celulares, mucoproteínas e minerais.
2,5 a 15 cm de diâmetro, significado desconhecido. 
Ruminantes, éguas, porcas, pequenos animais. 
Líquido amniótico: função importante – proteção mecânica do feto e na hora do parto. Extremamente viscoso – lubrificar o canal para o feto sair. 
Líquido alantoideano: líquido acastanhado, bem líquido mesmo. Lava o canal vaginal.
Volume variável com a fase gestacional.
Terço inicial e final: líquido predominante.
Volume no final da gestação: 
Vacas: 4 a 15 litros (média de 9,5 l). 
Éguas: 8 a 18 l.
Ovelhas e cabras: 500 a 1500 ml.
Porcas: 100 a 200 ml. Produz o líquido alantoideano de acordo com o tamanho da leitegada (leitegada de 12 vai ter de 1200 a 2400 ml). 
Âmnio: membrana fetal interna transparente e firme.
Saco amniótico:
Envolve completamente o feto.
Secreções da membrana, saliva, secreções da nasofaringe, urina fetal, descamação fetal. 
Líquido amarelo âmbar, aspecto transparente, consistência viscosa, ação lubrificante.
Volume regulado pela ingestão fetal.
Placas amnióticas: ocorrem do 3º ao 7º mês.
Rugosas e redondas, com 0,25 a 1,5 cm de diâmetro. 
Rica em glicogênio, significado desconhecido. 
Líquido amniótico:
Volume variável com a fase gestacional.
Terço médio: líquido predominante.
Volume no final da gestação:
Vacas: 2 a 8 litros (média de 5,5 litros). 
Éguas: 3 a 7 litros.
Ovelhas: 350 a 700 ml.
Cabras: 400 a 1200 ml.
Porcas: 40 a 200 ml. 
Funções dos líquidos fetais: 
Justaposição do corioalantóide com o endométrio. 
Armazenar excretas e resíduos do feto. 
Proteger o feto contra traumatismos e desidratação. 
Proteger o feto contra variação de temperatura. 
Permitir o crescimento fetal e seus movimentos. Importante: neonatos que nascem com contratura tendínea não tiveram espaço para se movimentardentro do útero. 
Dilatação da cérvix, vagina e vulva durante o parto. Contratilidade do útero precede a contratilidade abdominal. 
Lubrificação do canal do parto após ruptura.
Inibir o crescimento bacteriano e evitar aderências. Ação tanto mecânica quanto química das excretas presentes no líquido amniótico. 
Permitir o feto adotar posição eutócica para o parto. Bezerro já está na posição para nascer; potro não está insinuado no momento do parto. 
Continuação de membranas fetais:
Cordão umbilical:
Estrutura funicular de ligação do feto à placenta.
Formado pelas membranas do âmnio e alantoide.
Componentes: úraco, remanescente do saco vitelínico, duas artérias (ramos das ilíacas internas), duas veias (comum anastomose), geleia de Wharton (lubrificação). 
Vacas: 30 a 40 cm, rompe ao ultrapassar a pelve.
Éguas: 45 a 90 cm, longo, espiralado, difícil ruptura. Muitas vezes o potro nasce e o cordão não se rompe. 
Porcas: 25 cm, cordão relativamente longo. 
Classificação das placentas: 
Quanto às condições do endométrio: 
Adeciduada ou semiplacenta: 
Nenhuma ou discreta lesão endometrial.
Anexos não são eliminados durante o parto.
Discreta hemorragia no descolamento.
Ruminantes, éguas, jumentas, porcas. 
Deciduada ou placenta verdadeira: 
Dissolução prévia da mucosa uterina.
Anexos eliminados durante o parto. 
Descolamento com hemorragia uterina. 
Cadelas, gatas, coelhas, primatas. 
Quanto ao aspecto anatômico: 
Difusa ou microcotiledonária: éguas e porcas. A placenta da égua sai inteira; difícil ocorrer retenção. 
Cotiledonária: vacas, ovelhas, cabras. 
Distribuição dos cotilédones nos cornos uterinos.
Placentomas: vaca – 80 a 120/ ovelha – 80 a 90. 
Zonária: cadelas e gatas.
Discoidal: roedores, primatas. 
Quanto ao aspecto histológico: tem importante papel na questão imunológica – tanto as fêmeas ruminantes quanto a égua não tem capacidade de transferir imunidade pela placenta; dessa forma a transferência se dá de forma colostral, em quantidade suficiente e de qualidade. 
Epiteliocorial: todas as camadas presentes. Éguas, jumentas, porcas.
Sindesmocorial: perda do epitélio uterino. Vacas, ovelhas, cabras.
Endoteliocorial: perda do epitélio e conjuntivo. Cadelas e gatas.
Hemocorial: perda das camadas maternas. Roedores e primatas.
Funções das placentas: 
Órgão respiratório do feto:
Trocas gasosas: áreas específicas de contato.
Transferência de O2 CO2 por difusão. 
Antes do nascimento: exercícios respiratórios.
Órgão de nutrição do feto:
Difusão de água materno-fetal. 
Substâncias inorgânicas: Ca, P, I, Fe.
Orgânicas: glicose, aminoácidos, ácidos graxos. 
Órgão de filtração:
Forma uma barreira para algumas substâncias.
Impermeável: leucócitos e bactérias. Se a fêmea fica doente o feto está protegido contra grande parte das infecções. 
Anestésicos atravessam a barreira placentária. Por exemplo a xilazina passa a barreira placentária; não é usada em procedimentos obstétricos. 
Órgão de secreção hormonal: 
Estrógenos, progestágenos, gonadotrofinas, relaxina.
Vaca, cabra, porca, cadela: progesterona do CL.
Gata, ovelha, égua: progesterona placentária. 
Órgão de imunoproteção: 
Passagem placentária de imunoglobulinas: variável.
Depende do número de camadas na placenta. 
Ruminantes, éguas e porcas: não há transferência.
Transferência de imunidade colostro. 
Fatores que influenciam o tamanho da gestação:
Idade materna: 
Primíparas: gestação mais curta (1 a 5 dias): tamanho do feto em relação a fêmea dá ideia de que o feto já está a termo. 
Fêmeas idosas: gestação mais longa (2 dias). 
Gênero do feto (em fêmeas uníparas):
Feto macho: gestação prolongada (2 a 3 dias). 
Tamanho do feto: feto grande – tamanho da gestação reduzido porque para mãe está sinalizando que o feto tem tamanho adequado. 
Número de fetos:
Multíparas: muitos fetos – gestação reduzida. Nos suínos deve-se fazer inseminação seriada pois a ovulação é múltipla.
Uníparas: gestação gemelar – gestação curta. 
Nutrição:
Fetos subdesenvolvidos: gestação prolongada. A fêmea não interpreta o tamanho do feto como suficiente. 
Vacas na estação chuvosa: gestação reduzida.
Fatores genéticos:
Hipoplasia hipofisária (gene autossômico recessivo). 
Gestação longa ou ausência de parto.
Cobertura de éguas no cio do potro: atraso na implantação – gestação longa (7 dias). 
Equídeos híbridos: 
Jumento com égua: gestação de 355 dias. Produz burro, mula. 
Cavalo com jumenta: gestação de 350 dias. Produz bardoto (não é animal zootécnico de importância). 
GMV131 – Obstetrícia Veterinária
Aula 20/10/2016 – Prof. Rodrigo Norberto Pereira
Sinais de maturação fetal:
Bovinos: 
Fetos acima de 270 dias de gestação. 
Cobertura abundante de pelos. Relevante na avaliação post-mortem, necropsia. 
Pelos longos na região de umbigo.
Coloração própria da pelagem.
Dentes: pinças e primeiros médios presentes.
Peso: 6 a 8% do peso materno (30 a 60 kg). 
Comprimento vertebral entre 65 e 90 cm.
Idade fetal em dias = 2,5 (CCC – comprimento cabeça-cauda (cm) + 21). Usada em abortos. 
Equinos: 
Fetos acima de 320 dias de gestação. 
Pelagem completa e abundante. 
Crina formada com pelos longos.
Coloração própria da pelagem. 
Dentes: pontas dos molares visíveis. 
7% do peso materno (30 a 60 kg, x=45 kg). 
Comprimento vertebral entre 75 e 145 cm. 
Suínos: 
Fetos acima de 110 dias de gestação. 
Cerdas curtas, finas e esparsas. 
Coloração própria da pelagem e pele. 
Incisivos e caninos visíveis, com pontas finas. 
Peso fetal variando entre 1 a 2 kg.
Comprimento vertebral entre 22 e 25 cm. 
Idade fetal em dias: 3 (CCC + 21).
Formas especiais de gestação: 
Superfecundação: 
Fecundação de vários oócitos da mesma fêmea.
Fetos concebidos no mesmo período estral.
Fecundação por dois ou mais reprodutores: comum na cadela. 
Multíparas com acasalamento promíscuo.
Ninhada com características diferentes (Exemplo: porca). 
Superfetação:
Fêmea gestante apresenta estro fértil.
Ocorre cópula e fecundação durante a gestação. 
Gestação de fetos com diferentes idades. 
Nascimento dos fetos em duas situações: 
Fetos maduros e imaturos no mesmo parto.
Fetos maduros em partos distintos.
Condição rara em multíparas – porcas.
Impedir a cobertura de fêmeas gestantes.

Continue navegando