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��� �� 1ª Prova diagnóstica – 2014 – 9º Ano SEDUC-GO – Lingua Portuguesa � ESCOLA: ________________________ Prof.:____________________________ Nome: ___________________________ Leia o texto abaixo e, a seguir, responda as questões 1, 2, 3 e 4. No restaurante Carlos Drummond de Andrade ” – Quero lasanha. Aquele anteprojeto de mulher – quatro anos, no máximo, desabrochando na ultraminissaia – entrou decidido no restaurante. Não precisava de menu, não precisava de mesa, não precisava de nada. Sabia perfeitamente o que queria. Queria lasanha. O pai, que mal acabara de estacionar o carro em uma vaga de milagre, apareceu para dirigir a operação-jantar, que é, ou era, da competência dos senhores pais. - Meu bem, venha cá. - Quero lasanha. - Escute aqui, querida. Primeiro, escolhe-se a mesa. - Não, já escolhi. Lasanha. Que parada – lia-se na cara do pai. Relutante, a garotinha condescendeu em sentar-se primeiro, e depois encomendar o prato: - Vou querer lasanha. - Filhinha, por que não pedimos camarão? Você gosta tanto de camarão. - Gosto, mas quero lasanha. - Eu sei, eu sei que você adora camarão. A gente pede uma fritada bem bacana de camarão. Tá? - Quero lasanha, papai. Não quero camarão. - Vamos fazer uma coisa. Depois do camarão a gente traça uma lasanha. Que tal? - Você come camarão e eu como lasanha. O garçom aproximou-se, e ela foi logo instruindo: - Quero uma lasanha. O pai corrigiu: - Traga uma fritada de camarão pra dois. Caprichada. A coisinha amuou. Então não podia querer? Queriam querer em nome dela? Por que é proibido comer lasanha? Essas interrogações também se liam no seu rosto, pois os lábios mantinham reserva. Quando o garçom voltou com os pratos e o serviço, ela atacou: - Moço, tem lasanha? - Perfeitamente, senhorita. O pai, no contra-ataque: - O senhor providenciou a fritada? - Já, sim, doutor. - De camarões bem grandes? - Daqueles legais, doutor. - Bem, então me vê um chinite, e pra ela… O que é que você quer, meu anjo? - Uma lasanha. - Traz um suco de laranja pra ela. Com o chopinho e o suco de laranja, veio a famosa fritada de camarão, que, para surpresa do restaurante inteiro, interessado no desenrolar dos acontecimentos, não foi recusada pela senhorita. Ao contrário, papou-a, e bem. A silenciosa manducação atestava, ainda uma vez, no mundo, a vitória do mais forte. - Estava uma coisa, heim? – comentou o pai, com um sorriso bem alimentado. – Sábado que vem, a gente repete… Combinado? - Agora a lasanha, não é, papai? - Eu estou satisfeito. Uns camarões tão geniais! Mas você vai comer mesmo? - Eu e você, tá? - Meu amor, eu… - Tem de me acompanhar, ouviu? Pede a lasanha. O pai baixou a cabeça, chamou o garçom, pediu. Aí, um casal, na mesa vizinha, bateu palmas. O resto da sala acompanhou. O pai não sabia onde se meter. A garotinha, impassível. Se, na conjuntura, o poder jovem cambaleia, vem aí, com força total, o poder ultra-jovem.” Fonte:O Poder Ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso, 1972. D15 –––––––– QUESTÃO 01 ––––––––––– No trecho “Gosto, mas quero lasanha.”, a palavra sublinhada estabelece uma relação de (A) adição. (B) oposição. (C) condição. (D) explicação. D3 ––––––––– QUESTÃO 02 –––––––––– No trecho “A coisinha amuou.”, a palavra sublinhada sugere que a menina ficou (A) acanhada. (B) aborrecida. (C) encabulada. (D) envergonhada. D13 –––––––––– QUESTÃO 03 –––––––––– Nos trechos “Que parada – lia-se na cara do pai.,” A gente pede uma fritada bem bacana de camarão. Tá?” e “Vamos fazer uma coisa. Depois do camarão a gente traça uma lasanha. Que tal?”, as palavras sublinhadas são exemplos da linguagem (A) formal (B) Jurídica (C) coloquial (D) acadêmica. D12 –––––––––– QUESTÃO 04 –––––––––– A finalidade do texto é (A) opinar. (B) instruir. (C) entreter. (D) informar. Leia o texto abaixo e, a seguir, responda as questões 5 e 6. Homem não chora Freja/Alvin L. Homem não chora Nem por dor Nem por amor E antes que eu me esqueça Nunca me passou pela cabeça Lhe pedir perdão E só porque eu estou aqui Ajoelhado no chão Com o coração na mão Não quer dizer Que tudo mudou Que o tempo parou Que você ganhou Meu rosto vermelho e molhado É só dos olhos pra fora Todo mundo sabe Que homem não chora Esse meu rosto vermelho e molhado É só dos olhos pra fora Todo mundo sabe Que homem não chora Homem não chora Nem por ter Nem por perder Lágrimas são água Caem do meu queixo E secam sem tocar o chão E só porque você me viu Cair em contradição Dormindo em sua mão Não vai fazer A chuva passar O mundo ficar No mesmo lugar Meu rosto vermelho e molhado... D4 –––––––––– QUESTÃO 05 –––––––––– Podemos dizer que o eu do texto é um homem: (A) solitário. (B) desiludido. (C) rancoroso. (D) apaixonada. D6 –––––––––– QUESTÃO 06 –––––––––– Podemos afirmar que o tema do texto é: (A) A angústia que o amor pode causar nos apaixonados. (B) A superioridade do amor sobre os demais sentimentos. (C) A negação do sofrimento por amor por parte dos homens. (D) A sensibilidade das mulheres frente ao sofrimento dos homens. D16 –––––––––– QUESTÃO 07 –––––––––– Leia o texto abaixo e, a seguir, responda: http://www.obidense.com.br/images/charges%2029.jpg O humor do texto está no fato de (A) os pacientes terem esperado tanto para serem atendidos e morrerem. (B) os pacientes serem comparados a esqueletos por estarem magros demais. (C) o médio conversar com os esqueletos como se fossem pacientes de verdade. (D) o médio ter se atrasado e demorado muito tempo para atender os pacientes. Leia o texto abaixo e, a seguir, responda as questões 8, 9 e 10. Transplante de menina Tatiana Belinky [...] Na Avenida Rio Branco, reta, larga e imponente, embicando no cais do porto [...] tivemos a nossa primeira impressão - e que impressão! - do carnaval brasileiro. [...] O que nós vimos, no Rio de Janeiro, não se parecia com nada que eu pudesse sequer imaginar nos meus sonhos mais desvairados. Aquelas multidões enchendo toda a avenida, aquele corso - desfile interminável e lento de carros, pára-choque com pára-choque, capotas arriadas, apinhados de gente fantasiada e animadíssima. Todo aquele mundaréu de homens, mulheres, crianças de todos os tipos, de todas as cores, de todos os trajes - todos dançando e cantando, pulando e saracoteando, jogando confetes e serpentinas que chegavam literalmente a entupir a rua e se enroscar nas rodas dos carros... E os lança-perfumes, que que é isso minha gente! E os "cordões", os "ranchos", os "blocos de sujos" - e todo o mundo se comunicando, como se fossem velhos conhecidos, se tocando, brincando, flertando - era assim que se chamavam os namoricos fortuitos,. a paquera da época -, tudo numa liberdade e descontração incríveis, especialmente para aqueles tempos tão recatados e comportados... [...] Vi muitos carnavais daquele, participei mesmo de vários, e curti-os muito. Mas nada, nunca mais, se comparou com aquele primeiro carnaval no Rio de Janeiro, um banho de Brasil, inesquecível... Transplante de menina, São Paulo, Moderna, 2003 D17 –––––––––– QUESTÃO 08 –––––––––– No trecho “... tivemos a nossa primeira impressão — e que impressão! — do carnaval brasileiro.”, o uso do ponto de exclamação expressa (A) ironia (B) ênfase (C) exagero (D) cuidado D14 –––––––––– QUESTÃO 09 –––––––––– Em qual das alternativas a seguir está expresso um fato? (A) “Na Avenida Rio Branco, reta, larga e imponente, embicando no cais do porto.” (B) “[...] tivemos a nossa primeira impressão — e que impressão! — do carnaval brasileiro. (C) “... tudo numa liberdade e descontração incríveis, especialmente para aqueles tempos...” (D) “Vi muitos carnavaisdepois daquele, participei mesmo de vários...” D1 –––––––––– QUESTÃO 10 –––––––––– Para o narrador-personagem, o primeiro carnaval no Rio de Janeiro foi (A) imponente. (B) animadíssimo. (C) descontraído. (D) imcompatível. PRODUÇÃO DE TEXTO Transplante de menina é um livro de memórias literárias da autora Tatiana Belinky (que faleceu em junho de 2013 aos 94 anos). Nesse livro, Tatiana narra desde a sua infância na Rússia até a sua vinda para o Brasil aos 10 anos de idade. Os primeiros contatos com a nova terra: impressões, sensações, as dificuldades de se adaptar ao novo são retratados. No trecho selecionado para esta prova (itens 8, 9 e 10), Tatiana descreve o primeiro carnaval que participou na cidade do Rio de Janeiro. Assim como Tatiana, você se reportará a um momento de sua infância e narrar um acontecimento que o tenha marcado ou que o tenha deixado triste ou feliz. Você será, portanto, um autor de memórias literárias. Mesmo sendo ainda muito jovem, você deve ter algo para contar sobre alguma brincadeira com os amigos, de um passeio diferente com seus familiares, de uma aula interessante na escola etc. Veja, a seguir, as principais características do gênero memórias literárias. Leve em consideração essas características para a produção de seu texto e não se esqueça de dar a ele um título interessante. Sucesso! Memórias literárias (adaptado a partir do texto: O gênero memórias literárias. Memórias e escola de Anna Helena Altenfelder e Regina Andrade Clara) Memórias literárias são textos em que o autor revive uma época por meio de suas lembranças pessoais. Mais do que lembrar o passado o memorialista narra sua história, desdobrando-se em autor e narrador-personagem. À medida que escreve seu texto, o escritor-autor-narrador: Organiza as vivências rememoradas e as interpreta. Conta a realidade exata, mas com uma certa dose de imaginação. Descreve suas sensações e emoções narrando fatos dos quais ele é o centro, mas que envolvem outros personagens das memórias. Faz um jogo do "agora" com o "ontem", do "aqui" com o "lá", em uma contínua comparação do passado com o presente. Emprega verbos que expressam o ato de lembrar para mostrar esse vai-e-vem da memória, como "rememorar", "reviver", "rever". Usa expressões que ajudam a localizar o leitor no momento em que os fatos ocorreram, como, por exemplo, “naquele tempo”. Traz para o texto falas, vozes de outras personagens ("D. Mariquinha dizia que moça de família não devia se pintar"). Muitas vezes emprega diálogos que movimentam e animam o texto. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ � PAGE �4�
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