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Introdução ao trabalho de parto: Fases clínicas. Prof. Marcos Trovão Parto O parto (também chamado nascimento) é a saída do feto do útero materno. Pode ser visto como o oposto da morte, dado que é o início da vida de um indivíduo fora do útero. A idade de um indivíduo é definida em relação a este acontecimento na maior parte das culturas. Primeiro período do parto - período de dilatação Um parto humano típico começa com o início da primeira fase do parto: contrações do útero, inicialmente com frequência de 2 a 3 em cada 10 minutos e com duração aproximada de 40 segundos. Ocasionalmente, o parto é precedido da ruptura do saco amniótico, também chamado de ruptura das águas quando se romper. As contrações aceleram até que ocorram com frequência de 5 a cada 10 minutos e duração clínica de 70 segundos, quando se aproxima a expulsão do feto. Na expulsão, somam-se as contrações uterinas aos esforços expulsivos voluntários da mãe. O trabalho de parto pode se iniciar com colo uterino fechado, abrindo com a força das contrações, ou com dilatação de 2 a 3 centímetros nas primíparas, e de 3 a 4 centímetros nas multíparas. Cada contração dilata a colo uterino até que ele atinge 10 centímetros de diâmetro. A duração do trabalho de parto varia imensamente mas em média dura cerca de 12 horas para mulheres parindo pela primeira vez (primíparas), ou em torno de 8 horas em mulheres que já pariram anteriormente (multíparas). Segunda fase do parto – período expulsivo A segunda fase do parto inicia com a cervix completamente dilatada (10 cm) e termina com a expulsão fetal. Uma nova força começa a atuar, a contração da musculatura do diafragma e da parede abdominal que associados as contrações comprimem o útero de cima para baixo e da frente para trás e assim o bebê é expelido Terceira fase - Terceiro período, secundamento ou dequitadura A terceira fase do parto compreende ao desprendimento, descida e expulsão da placentae membranas. Ocorre entre 5 a 30 minutos após termino do período expulsivo. Ocorre pelas contrações uterinas que diminuem o volume do útero e consequentemente aumentam a espessura da parede muscular, com esta redução a placenta se descola pois não possui elasticidade. Assim ocorre a infiltração de sangue entre a placenta e a decída basal remanescente originando hematoma retro placentário. O bebê usualmente nasce de cabeça, a chamada apresentação cefálica. Em alguns casos ocorre a apresentação dos pés ou nádegas primeiro (apresentação pélvica). Com pessoal devidamente treinado, mesmo bebés nessa apresentação ("breech") podem nascer através da vagina. 95% nascem com apresentação cefálica 4% nascem com apresentação pélvica 1% nascem com apresentação transversa As membranas fetais permanecem no local até que a placenta se desprenda por completo, quando se dirige à vagina e é expulsa através de contrações ou por meio de esforços manuais, ou da mãe, se não estiver sob efeito anestésico, ou do ou da assistente do parto. Quarta fase - período de Greenberg O período de Greenberg imediato corresponde à primeira hora depois da saída da placenta. É de fundamental importância nos processos hemostáticos (impedir o sangramento excessivo). Durante esse período há a possibilidade maior de ocorrerem grandes hemorragias. Os mecanismos que coíbem o sangramento do pós-parto são: Miotamponamento: inicia-se imediatamente depois da saída da placenta e consiste na contração potente da musculatura uterina, tamponando a saída dos vasos sanguíneos que irrigavam a placenta. Se este mecanismo não ocorrer de forma adequada, há a chamada "hipotonia uterina", que pode resultar em sangramentos excessivos e coloca a vida da mulher em risco. Trombotamponamento: depende da formação de pequenos coágulos (trombos)que obliteram vasos uteroplacentários. Após 1ª hora o útero apresenta-se em condições normais, firmemente contraído completando assim o mecanismo de hemostasia. Vantagens do parto Normal A recuperação é rápida Não há dor pós-parto. A rápida recuperação deixa a mãe mais tranqüila, o que favorece a lactação A alta é mais rápida, o que possibilita à mãe retomar seus afazeres prontamente A cada parto normal, o trabalho de parto é mais fácil do que no anterior Se a mulher vir a sofrer de mioma (patologia comum do útero), na eventual necessidade de uma operação, esta será mais fácil O relaxamento da musculatura pélvica não altera em nada o desempenho sexual A mulher participa ativamente do nascimento do filho Desvantagens do parto Normal Possíveis danos à pelve; Possíveis danos ao períneo, uretra e ânus; Incontinência urinária e fecal; Dor no períneo, em casos de episiotomia e laceração A maior parte dos danos ocorridos durante o parto normal é causado pela má condução do mesmo, especialmente quando são utilizadas manobras e intervenções desnecessárias, muitas das quais condenadas pela Organização Mundial de Saúde - como episiotomia ("corte"), manobra de kristeller (quando o médico ou enfermeiro pressiona a barriga para forçar a expulsão do bebê) e uso corriqueiro de ocitocina(hormônio que acelera as contrações). Um parto natural, realizado sem intervenções e preferencialmente em posição que ajude à saída do bebê (cócoras, por exemplo) dificilmente causará qualquer tipo de consequência negativa.
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