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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SERGIPE DIREÇÃO DE ENSINO GERÊNCIA DE GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ELETRICIDADE PARA A ÁREA DE CONSTRUÇÃO CIVIL Msc. Luiz Alberto Cardoso dos Santos e Msc Rômulo Alves de Oliveira Aracaju (SE) Fevereiro 2019 2 / 120 SUMÁRIO 1 REVISÃO DE POTÊNCIA DE 10 E MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS ............................................... 3 1.1 OPERAÇÕES COM POTENCIAÇÃO NA BASE 10 ...................................................................... 3 1.2 TRANSFORMAÇÕES DE MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS ...................................................... 3 1.3 ARREDONDAMENTO NUMÉRICO (REGRA PRÁTICA) ........................................................... 5 2 ELETROSTÁTICA .................................................................................................................................... 8 2.1 APLICAÇÕES DA ELETROSTÁTICA ........................................................................................... 9 2.2 A ESTRUTURA DO ÁTOMO ....................................................................................................... 10 2.3 CONDUTOR, ISOLANTE, SEMICONDUTOR E SUPERCONDUTORES ................................. 11 2.4 CARGA ELÉTRICA ELEMENTAR .............................................................................................. 12 2.5 FORMAS DE ELETRIZAÇÃO ...................................................................................................... 13 2.6 POTENCIAL ELÉTRICO ............................................................................................................... 16 2.7 CAMPO ELÉTRICO ....................................................................................................................... 16 3 ELETRODINÂMICA (CORRENTE CONTÍNUA) ................................................................................ 21 3.1 DIFERENÇA DE POTENCIAL ..................................................................................................... 21 3.2 CAPACITORES E INDUTORES ................................................................................................... 23 3.3 CORRENTE CONTÍNUA E CORRENTE ALTERNADA ............................................................ 31 3.4 INTENSIDADE E SENTIDO CONVENCIONAL DA CORRENTE ELÉTRICA ........................ 32 3.5 LEIS DE OHM ................................................................................................................................ 35 3.6 CONDUTIVIDADE ........................................................................................................................ 38 3.7 VARIAÇÃO DE RESISTÊNCIA COM A TEMPERATURA ....................................................... 39 3.8 RESISTORES FIXOS E RESISTORES VARIÁVEIS ................................................................... 39 3.9 OHMÍMETRO ................................................................................................................................ 42 3.10 POTÊNCIA ELÉTRICA – LEI DE JOULE ............................................................................... 42 3.11 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES ............................................................................................. 49 3.12 LEIS DE KIRCHHOFF .............................................................................................................. 65 4 TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO ......................................................................................................... 74 4.1 EXEMPLO ...................................................................................................................................... 74 5 MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO ........................................................................................ 76 5.2 ELETROMAGNETISMO ............................................................................................................... 80 5.3 LEI DE FARADAY E LEI DE LENZ ............................................................................................ 81 6 ELETRODINÂMICA (CORRENTE ALTERNADA) ............................................................................ 83 6.1 GERAÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA ................................................................................ 83 6.2 GERADOR ELEMENTAR ............................................................................................................. 84 6.3 FREQUÊNCIA E PERÍODO DA CORRENTE ALTERNADA .................................................... 87 6.4 VALOR MÁXIMO, MÉDIO E EFICAZ (RMS) DE UMA ONDA SENOIDAL .......................... 89 7 CIRCUITOS MONOFÁSICOS RLC ....................................................................................................... 93 7.1 TIPOS DE CIRCUITOS EM C.A. .................................................................................................. 93 7.2 TABELAS RESUMO DE ASSOCIAÇÕES SÉRIE E PARALELA EM CA ................................. 95 8 POTÊNCIA EM C.A. E FATOR DE POTÊNCIA .................................................................................. 97 8.1 POTÊNCIAS ATIVA, REATIVA E APARENTE ......................................................................... 97 8.2 FATOR DE POTÊNCIA ................................................................................................................. 98 9 NÚMEROS COMPLEXOS ................................................................................................................... 100 9.1 DEFINIÇÃO - NÚMEROS COMPLEXOS .................................................................................. 100 9.2 CONJUGADO DOS NÚMEROS COMPLEXOS ........................................................................ 101 9.3 OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS DOS NÚMEROS COMPLEXOS ......................................... 101 9.4 REPRESENTAÇÃO DOS NÚMEROS COMPLEXOS ............................................................... 104 9.5 FORMAS DE UM NÚMERO COMPLEXO ................................................................................ 104 9.6 FASORES...................................................................................................................................... 108 10 SISTEMA TRIFÁSICO ..................................................................................................................... 110 10.1 VANTAGENS DE UM SISTEMA TRIFÁSICO ..................................................................... 110 10.2 SISTEMAS TRIFÁSICOS EM ESTRELA E EM TRIÂNGULO ............................................ 111 3 / 120 1 REVISÃO DE POTÊNCIA DE 10 E MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS Antes de iniciar o assunto de eletricidade, faz-se necessário uma revisão de dois assuntos básicos da matemática. O primeiro é o de potenciação na base 10 e o segundo é a transformação entre múltiplos e submúltiplos. A potenciação na base dez é uma forma de reduzir a apresentação de um determinado número. Por exemplo, no lugar de escrever 1.000.000 pode-se se escrever 106, ou seja, o número que aparece em cima do 10 (expoente) indica o número de zeros que deve ser colocado ao lado da unidade. Se o número em cima do 10 for positivo os zeros devem ser colocados à direita da unidade, se for negativo os zeros são colocados à esquerda da unidade. Por exemplo: 104 = 10 000 10-4 = 0,0001 1.1 OPERAÇÕES COM POTENCIAÇÃO NA BASE 10 Produto: Repete a base e soma os expoentes. Ex.: 102 · 103 = 105 Divisão: Repete a base e tira a diferença dos expoentes. Ex.: 102 : 103 = 10-1 1.2 TRANSFORMAÇÕES DE MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS Praticamente todas as grandezas possuem uma unidade. Essa unidade pode ser trabalhada de três formas. Na unidade padrão (por exemplo, o metro), em forma de múltiplos (quilômetro)ou em forma de submúltiplos (centímetro). Nas grandezas elétricas que se irá trabalhar também é da mesma forma. Por exemplo, para a corrente a unidade padrão é o Ampère (ou Ampere), temos os múltiplos, por exemplo, o quiloampère, e temos os submúltiplos, por exemplo, o miliampère. Para fazer as transformações entre a unidade padrão e os seus múltiplos e submúltiplos sugerimos utilizar a régua da FIG. 1 que pode ser utilizada conforme as observações e os exemplos seguidos: 4 / 120 Figura 1 – Régua de transformações de unidades Fonte: os autores, 2012 Onde: T (tera) 1012 = 1 000 000 000 000 G (giga) 109 = 1 000 000 000 M (mega) 106 = 1 000 000 k (quilo) 103 = 1 000 m (mili) 10-3 = 0,001 (micro) 10-6 = 0,000 001 n (nano) 10-9 = 0,000 000 001 p (pico) 10-12 = 0,000 000 000 001 Observações: − As setas indicam o deslocamento das vírgulas tanto do menor submúltiplo ao maior múltiplo e vice-versa; − Os sinais, negativo (-) e positivo (+), ao final das setas indicam o sinal do expoente; − O centro da régua representa as unidades básicas. Exemplos: 1. Transformar 1 A em mA (miliampère): Solução: o deslocamento da vírgula se processa da esquerda (unidade básica) para a direita (submúltiplo) em 03 (três) casas decimais, logo: 1 A é igual a 1 000 mA. Se pretender utilizar a notação científica (potência de 10) multiplica-se o número a ser transformado por 10 (dez) elevado ao número de deslocamento decimal com sinal de acordo com o sentido da transformação, logo: 1 A é igual a 1 x 10+3 , ou seja, 103 mA. 2. Transformar 1 mV (milivolt) em kV (quilovolt): Solução: 1 mV é igual a 0,000 001 kV, ou seja, desloca-se 06 (seis) casas decimais para a esquerda. 5 / 120 1 mV é igual a 10-6 kV, ou seja, multiplica-se o número a ser transformado por 10 elevado a 06 (seis casas decimais) com sinal negativo (sentido da direita para a esquerda). 1.3 ARREDONDAMENTO NUMÉRICO (REGRA PRÁTICA) Para o arredondamento de dados de acordo com a Resolução 886/66 da Fundação IBGE, seguimos a seguinte regra, muito utilizada em metodologias científicas: 1 - Quando o primeiro algarismo a ser abandonado é 0, 1, 2, 3 ou 4, fica inalterado o último algarismo a permanecer. Ex: 53,24 passa a 53,2; 44,03 passa a 44,0 2 - Quando o primeiro algarismo a ser abandonado é 6, 7, 8, ou 9, aumenta- se de uma unidade o algarismo a permanecer. Ex: 53,87 passa a 53,9; 44,08 passa a 44,1; 44,99 passa a 45,0 3 - Quando o primeiro algarismo a ser abandonado é 5, há duas soluções: a) Se ao 5 seguir em qualquer casa um algarismo diferente de zero, aumenta-se uma unidade ao algarismo a permanecer. Ex: 2,352 passa a 2,4; 25,6501 passa a 25,7; 76,250002 passa a 76,3 b) Se o 5 for o último algarismo ou se ao 5 só se seguirem zeros, o último algarismo a ser conservado só será aumentando de uma unidade se for ímpar. Exemplos: - 24,75 passa a 24,8 - 24,65 passa a 24,6 - 24,75000 passa 24,8 - 24,6500 passa a 24,6 Observações: - Não devemos nunca fazer arredondamentos sucessivos. Exemplo: 17,3452 passa a 17,3 e não para 17,35 e depois para 17,4. - Em operações aritméticas o arredondamento somente deverá ser realizado ao final da operação. Exemplo: 4,35 + 0,868 + 0,6 = 5,818 → 5,8 8,425 x 22,3 = 187,8775 → 187,9 Observação: − Para os exercícios e avaliações da disciplina Eletricidade será utilizado o arredondamento numérico para duas casas decimais. − Quando o resultado de um valor numérico for apresentado com mais de um “zero” isolados, à direta, ou à esquerda, da vírgula, o número deverá ser expresso em potência de base 10. 6 / 120 (1) Exercícios 1. Faça as seguintes operações e depois tire o resultado da forma de potência de 10: a) 101 · 104 b) 102 · 105 c) 101 ˸ 104 d) 102 ˸ 105 e) 1010 · 1012 f) 1030 ˸ 1014 g) 101 · 10-3 h) 10-1 ˸ 104 2. Relacione os múltiplos e submúltiplos abaixo: a) 4,5 A para mA b) 230 000 V para kV c) 1 s para ms d) 10 kA para mA e) 100 k para M f) 3 A para MA g) 380 V para kV h) 100 mA para A i) 13 kV para MV j) 700 mA para A k) 3,5 kC para C l) 5 A para mA m) 13,8 kV para V n) 19 mV para V o) 50 C para kC p) 3 S para mS q) 1 kA para mA r) 1 A para MA 3. Indique qual dos dois elementos é o maior: a) ( ) 10 kV ou ( ) 10 000 V b) ( ) 1 kA ou ( ) 100 A c) ( ) 500 mA ou ( ) 0,5 kA d) ( ) 0,1 kC ou ( ) 1 C e) ( ) 10 s ou ( ) 1 000 000 ms 4. Em um circuito elétrico a fonte de tensão que você deve colocar é de 10 V. Porém, ao chegar no laboratório só existiam as fontes com as especificações abaixo. Marque qual você colocaria no seu circuito. a) ( ) 1kV b) ( ) 100 mV c) ( ) 1 000 V d) ( ) 0,001 kV e) ( ) 0,01 kV 5. Escreva cada um dos seguintes valores nas unidades indicadas (utilize potência de 10 quando for o caso). a) 5 600 000 Ω em MΩ b) 2,2 MΩ em ohms c) 0,013 kV em V d) 20 000 μA em A e) 0,25 mA em μA f) 10 000 V em kV g) 4 000 000 W em MW h) 200 ns em segundos 7 / 120 6. Faça os arredondamentos abaixo para 2 casas decimais. a) 15,4852 __________________ b) 8,3299 ___________________ c) 25,3270 __________________ d) 15,0005 __________________ e) 18,0300 __________________ f) 35,92106 _________________ g) 15,992 ___________________ h) 0,890501 __________________ i) 7,5999 ____________________ 7. Em uma pesquisa sobre o tempo, em minutos, gasto por crianças para resolver um teste psicológico observou-se os seguintes dados. Faça os arredondamentos para 1 decimal. a) 35,94 ____________________ b) 18,09 ____________________ c) 18,009 ___________________ d) 19,55 ____________________ e) 19,93 ____________________ f) 29,97 ____________________ g) 10,05 ____________________ h) 10,55 ____________________ i) 16,66 ____________________ j) 18,88 ____________________ k) 10,00 ____________________ l) 26,06 ____________________ m) 16,04 ____________________ n) 17,65 ____________________ o) 17,75 ____________________ 8 / 120 2 ELETROSTÁTICA Eletrostática é a parte da eletricidade que estuda as cargas elétricas em repouso. É através do estudo da eletrostática que podemos explicar fisicamente determinados acontecimentos como os das experiências abaixo: Experiência 1 Esfregue um bastão de vidro com um pedaço de seda e suspenda-o através de um fio isolante. Em seguida, atrite outro bastão de vidro e aproxime-o do primeiro. Os dois bastões se repelem (FIG. 2(a)). Repita a experiência com duas barras de plástico friccionadas com um tecido de lã. Os dois bastões de plástico repelem-se da mesma maneira que os dois bastões de vidro (FIG. 2(b)). Finalmente, friccione um bastão de vidro com seda e um de plástico com pele. Suspenda um deles e aproxime o outro. Você verificará que eles se atraem (FIG. 2(c)). Figura 2 – Eletrização por atrito – experiência 1 (a) (b) (c) Fonte: os autores, 2018 9 / 120 Experiência 2 Atrite, em suas roupas, um pente ou uma régua de plástico. Observe que se aproximar-nos este pente ou a régua de pequenos pedaços de papel eles serão atraídos (FIG. 3). Figura 3 – Eletrização por atrito – experiência 2 Fonte: os autores, 2016 2.1 APLICAÇÕES DA ELETROSTÁTICA 1º) Gases tóxicos emitidos pelas chaminés de indústrias poluem o ar atmosférico. Esta poluição ambiental poderia ser evitada com a colocação de precipitadores eletrostáticos (FIG.4). As partículas em suspensão da fumaça inicialmente atravessam o precipitador onde, por meio de dispositivos apropriados, são eletrizadas negativamente para, em seguida, serem coletadas por atração em placas eletrizadas positivamente. Figura 4 – Precipitador eletrostático tubular Fonte: Apoio Projetos Engenharia e Comércio EIRELI, 2016 2º) Uma máquina duplicadora (FIG. 5) tem o seu funcionamento baseado no mesmo princípio do precipitador (cargas elétricas de sinais opostos se atraem). O documento a ser copiado é intensamente iluminado fazendo refletir sua imagem numa chapa de material sensível à luz (selênio). Os dizeres contidos no documento 10 / 120 são sensibilizados diferentemente na chapa e eletrizados. Em seguida, aplica-se uma tinta em pó, de sinal oposto, que se deposita, devido à atração, na parte eletrizada da chapa, que, por sua vez, imprime a quente os dizeres no papel. Figura 5 – Sistema de laser de uma máquina duplicadora Fonte: Plantão Virtual, 2012 2.2 A ESTRUTURA DO ÁTOMO Tudo aquilo que forma os corpos e pode ser percebido por qualquer dos nossos sentidos é chamado de matéria. Por exemplo, as cadeiras, o quadro. Enfim, tudo que ocupa algum espaço. Toda matéria é formada por pequenas partículas chamadas de moléculas. Estas partículas apresentam todas as características dessa matéria. As moléculas são constituídas por átomos, que, de modo elementar, podemos considerá-lo como sendo formado de um núcleo, onde se localiza os prótons (carga positiva), circundado por um conjunto de partículas chamadas de elétrons (carga negativa), conforme a FIG. 6. Figura 6 – Estrutura didática do átomo Fonte: Cabreira, 2008 11 / 120 A matéria no seu estado normal (equilibrada) é neutra porque cada átomo apresenta um número de elétrons igual ao de prótons, e a carga de um próton é igual à de um elétron. 2.3 CONDUTOR, ISOLANTE, SEMICONDUTOR E SUPERCONDUTORES Os prótons, que estão no núcleo, e os elétrons, que estão nas órbitas, exercem atrações mútuas e, graças ao movimento de que estão animados, os elétrons se mantêm em suas órbitas. Contudo, em alguns materiais os elétrons das últimas órbitas (ou camadas) sofrem muito pouco a ação do núcleo e normalmente se deslocam de átomo para átomo. Estes elétrons são chamados de elétrons livres. Logo, dizemos que um material é um bom condutor de eletricidade quando o número de elétrons livres nesse material é grande. Da mesma forma, um material é dito isolante quando o número de elétrons livres é pequeno e é dito semicondutor quando o número de elétrons livres nem é grande nem pequeno. − Materiais bons condutores: prata (Ag), cobre (Cu), ouro (Au), alumínio (Al), ferro (Fe) e mercúrio (Hg). − Materiais isolantes: madeira, vidro, porcelana, mica, papel e borracha. − Materiais semicondutores: silício (Si), germânio (Ge), arsenieto de gálio (AsGa), nitreto de gálio (GaN), sulfeto de cádmio (CdS) e arseneto de índio (InAs). É importante observar que esta distinção entre condutores e isolantes não deve ser tão rígida. Pois, não existe nem condutores e nem isolantes perfeitos. Exemplos disso são o ar e a água. Outro tipo de material que vem sendo bastante pesquisado são os supercondutores. Os supercondutores são materiais que transportam energia elétrica praticamente sem dispersão. Como a resistividade de um material condutor aumenta com a temperatura e, por conseguinte, há um aumento da sua resistência elétrica, acarretando uma diminuição da corrente elétrica que nele circula. Assim, abaixando-se a temperatura de alguns materiais condutores para próximo de zero Kelvin, consegue-se obter resistividades quase nulas. Esse fenômeno foi inicialmente observado em alguns metais, dentre eles o mercúrio, o cádmio e o chumbo. Hoje, trabalha-se com uma mistura de óxidos dos metais tálio, cálcio, bário e cobre. 12 / 120 2.4 CARGA ELÉTRICA ELEMENTAR As cargas elétricas elementares são os elétrons e os prótons. Por convenção estabeleceu-se que a carga do elétron seria negativa e a do próton positiva, ou seja, cargas de polaridades opostas. Com certos estudos na área de física pode-se provar que a carga elétrica transportada por um próton é a mesma que a de um elétron, que serão diferenciadas apenas pelas cargas de sinais opostos. Assim pode se determinar a carga elétrica elementar indicada pela letra e, cujo valor é: e = 1,6 . 10-19 Coulomb (C), sendo C no Sistema Internacional de Unidades. Fatos: Se um corpo está com carga elétrica positiva existe uma falta de elétrons, assim o número de prótons é maior que o número de elétrons. Se um corpo está com carga elétrica negativa existe uma falta de prótons, assim o número de prótons é menor que o número de elétrons. Se um corpo está com carga elétrica neutra, o número de prótons é igual ao número de elétrons. O módulo da carga elétrica pode ser definido como: Q = n·e Onde Q é o módulo da carga elétrica, n é a quantidade de elétrons, e é a carga elétrica elementar, e = 1,6 . 10-19 C. Ficou estabelecido, através de experimentos, que ao aproximar cargas de polaridades opostas existia uma força atrativa entre elas e aproximando-se cargas de mesma polaridade verificou-se que existia uma força de repulsão entre elas. Como se sabe, naturalmente, um átomo possui elétrons e prótons em mesma quantidade. Porém, existem determinados processos, que serão trabalhados mais tarde, que fazem com que os átomos de um corpo percam ou adquiram elétrons, transformando-se em íons, isto é, em átomos carregados eletricamente. Se ficar com falta de elétrons, será um íon positivo ou cátion; se ficar com excesso de elétrons, tornar-se-á um íon negativo ou ânion. Estes processos que transformam um átomo em um íon, ou seja, que desequilibram eletricamente um átomo, fazendo com que um corpo adquira uma 13 / 120 carga elétrica são chamados de ionização ou eletrização, e seguem o princípio da conservação da carga elétrica: “Não se pode criar nem destruir cargas elétricas”. Isto quer dizer que sempre que um corpo adquire, por exemplo, carga positiva, simultaneamente um ou mais corpos se eletrizam negativamente, de tal forma que a soma algébrica das cargas elétricas em questão seja sempre zero. Reciprocamente, se desaparecer a eletrização de um corpo, simultaneamente desaparecerá a eletrização de sinal contrário de um ou mais corpos, de tal maneira que a soma algébrica das cargas em questão seja sempre zero. 2.5 FORMAS DE ELETRIZAÇÃO São vários os tipos de processos de eletrização de um corpo: Por atrito, por contato, por indução, por compressão, por aquecimento, etc. Serão estudados aqui, por serem os mais utilizados, os três primeiros processos. 2.5.1 Eletrização por atrito Ao atritarmos dois corpos, pode haver transferência de elétrons de um para o outro. O doador de elétrons adquire carga positiva e o receptor, carga negativa. Tomando as devidas precauções, duas substâncias diferentes se eletrizam, quando atritadas. A espécie de carga adquirida por uma delas depende da natureza da outra substância, do grau de polimento das superfícies atritadas e da temperatura. Por exemplo: A lã adquire carga negativa, quando atritada com vidro, e positiva, quando atritada com a seda, conforme a SÉRIE TRIBOELÉTRICA apresentada na FIG. 7. Na eletrização por atrito, os dois corpos que foram friccionados irão adquirir cargas de valores iguais, porém de sinais diferentes. 14 / 120 Figura 7 – Série Triboelétrica Fonte: Cláudio, 2013 2.5.2 Eletrização por contato Um processo mais simples para eletrizar um corpo neutro é colocá-lo em contatocom outro carregado. Assim que o contato é estabelecido, há o deslocamento de elétrons de um para o outro. Se o corpo carregado estiver com excesso de elétrons, o fluxo de elétrons será no sentido do corpo neutro, e, se o corpo carregado tiver falta de elétrons, o fluxo será dirigido do neutro para ele. Neste tipo de processo os dois corpos terminam com cargas de valores iguais e de mesmo sinal, como mostra a FIG. 8. Figura 8 – Eletrização por contato Fonte: Jeneci, 2011 15 / 120 2.5.3 Eletrização por indução Um corpo eletricamente neutro também pode adquirir carga elétrica pela simples aproximação de um corpo eletrizado, este processo é chamado de eletrização por indução. Neste caso, o corpo adquire carga sem que haja perda ou recebimento de elétrons. Na realidade, a carga adquirida é temporária e só existe enquanto o corpo provocador do fenômeno (chamado de indutor) está próximo daquele que está sendo carregado (chamado de induzido), pois se trata apenas de uma distribuição irregular dos ELÉTRONS LIVRES do corpo. Considere um condutor “B”, neutro e isolado. Aproximemos dele um condutor isolado “A”, carregado positivamente. Devido a presença de “A”, os elétrons livres do condutor “B” são atraídos. Consequentemente a região do condutor mais próxima de “A” fica com excesso de elétrons e, portanto, carregado negativamente, e a região de “B”, oposta a “A”, fica com carga positiva, conforme mostra a FIG. 9. Figura 9 – Eletrização temporária por indução Fonte: Ferraro, 2012 Para que ocorra uma eletrização definitiva pode-se se fazer uma ligação de “B” à terra. Com isso, cargas negativas saem da terra em direção a esfera. Quando for cortada esta ligação e depois for afastado “A”, o condutor “B” ficará com carga negativa, conforme FIG. 10. Figura 10 – Eletrização definitiva por indução Fonte: UFOP, 2007 16 / 120 Se esta experiência for repetida utilizando-se um condutor “B” carregado positivamente, a carga residual de “A” será negativa. 2.6 POTENCIAL ELÉTRICO Sempre que um corpo é capaz de enviar elétrons para outro, ou dele receber estas partículas, dizemos que existe potencial elétrico. Se um corpo “A” manda elétrons para outro corpo “B” diz-se que “A” é negativo em relação a “B”, e, naturalmente, “B” é positivo em relação a “A”. Dois corpos entre os quais pode se estabelecer um fluxo de elétrons apresenta uma diferença de potencial (ddp). Esta ddp é conhecida também como força eletromotriz (fem), tensão ou voltagem. É designada geralmente pelas letras “E” ou “U”. Portanto, entre dois corpos (ou dois pontos quaisquer de um circuito elétrico) que apresentam situações elétricas diferentes há sempre a possibilidade de se estabelecer um fluxo de elétrons, que é chamado de corrente elétrica. 2.7 CAMPO ELÉTRICO Um campo elétrico é o campo de força provocado pela ação de cargas elétricas (elétrons, prótons ou íons) ou por sistemas delas. Cargas elétricas colocadas num campo elétrico estão sujeitas à ação de forças elétricas, de atração e repulsão. O campo elétrico sempre "nasce" nas cargas positivas (vetor) e "morre" nas cargas negativas. Quando duas cargas positivas são colocadas próximas uma da outra, o campo elétrico é de afastamento, gerando uma região entre as duas cargas isenta de campo elétrico. O mesmo ocorre para cargas negativas, com a diferença de o campo elétrico ser de aproximação. Já quando são colocadas próximas uma carga positiva e uma negativa, o campo "nasce" na primeira, e "morre" na segunda. 2.7.1 Eletroscópio O eletroscópio é um dispositivo que serve para verificar a existência de cargas elétricas, podendo ser utilizado também para determinar o tipo de carga (positiva ou negativa) apresentada por um corpo. 17 / 120 Existem vários tipos de eletroscópios, dos quais o mais simples é o pêndulo elétrico. Este dispositivo consiste simplesmente de algum material leve, tal como a cortiça, presa a um fio de material isolante. Quando um corpo é aproximado do material leve e este é atraído, temos uma indicação de que ele está carregado, pois uma das características dos corpos eletrizados é a de atraírem pequenos objetos leves. Outro eletroscópio bastante utilizado é o de folhas de ouro. Ele consiste de duas lâminas de ouro, muito finas, suspensas a uma barra metálica e dentro de um recipiente de vidro (FIG. 11). Quando um corpo eletrizado é aproximado da extremidade livre do eletroscópio, geralmente com a forma de esfera, este se carrega por indução e as lâminas ficam com cargas iguais, repelindo-se mutuamente. Esta repulsão entre as lâminas indica a existência de carga. Figura 11 – Eletroscópio de folhas de ouro Fonte: Cid, 2011 Com um eletroscópio já carregado é possível verificar o tipo de carga apresentada por um corpo. Se um objeto eletrizado é aproximado de um pêndulo elétrico carregado e o atrai significa que a carga do corpo é oposta à do pêndulo. Caso contrário, são de sinais iguais. Se um corpo eletrizado é aproximado de um eletroscópio de folhas de ouro já eletrizado e provoca um aumento no afastamento entre as lâminas, conclui-se que sua carga é de mesmo sinal que a do eletroscópio. Se o afastamento entre as lâminas é diminuído, a carga do corpo é diferente da do eletroscópio. 18 / 120 (2) Exercícios 1. Estabeleça a diferença entre condutores e isolantes. 2. Cite alguns processos de eletrização. 3. Explique a eletrização por indução. 4. Por que após uma eletrização por contato os dois corpos envolvidos são repelidos? 5. Em relação a uma substância eletricamente neutra, é incorreto afirmar que ela: a) ( ) possui cargas elétricas positivas e negativas b) ( ) pode ser eletrizada por atrito c) ( ) é atraída por outra carregada positivamente d) ( ) pode ser eletrizada por indução e) ( ) atrai eletricamente outra descarregada 6. Descreva uma maneira de se determinar o sinal da carga elétrica acumulada em um eletroscópio de folhas. Justifique. 7. Não é possível eletrizar uma barra metálica segurando-a com a mão, por que: a) ( ) a barra metálica é isolante e o corpo humano é um bom condutor. b) ( ) a barra metálica é condutora e o corpo humano é isolante. c) ( ) tanto a barra metálica como o corpo humano são bons condutores. d) ( ) tanto a barra metálica como o corpo humano são isolantes. 8. Um bastão pode ser eletrizado em uma de suas extremidades e permanecer neutro na outra extremidade. Isto será possível quando o bastão for de: a) ( ) metal b) ( ) vidro c) ( ) metal, muito longo d) ( ) metal, mas receber pouca carga e) ( ) n.d.a. 9. Pessoas que têm cabelos secos observam que quanto mais tentam assentar os cabelos, mais os fios ficam ouriçados (em dias secos). Este fato pode ser explicado por: a) ( ) eletrização por atrito b) ( ) eletrização por indução c) ( ) fenômenos magnéticos d) ( ) fenômenos químicos e) ( ) fenômenos biológicos 19 / 120 10. Um eletroscópio de folhas está ligado à terra. Aproxima-se um corpo C, eletrizado positivamente, da esfera do eletroscópio. a) nessa situação, o que ocorre com as lâminas do aparelho? b) se for desfeita a ligação à terra, em presença do corpo C, e este for afastado a seguir, o que acontece com as lâminas? 11. Deixa-se cair no interior de um condutor oco A, eletricamente neutro, uma esfera B eletrizada positivamente. Ocorre, predominantemente, transferência de: a) ( ) prótons de A para B b) ( ) elétrons de B para A c) ( ) prótons de B para A d) ( ) elétrons de A para B 12. Temos quatroesferas metálicas: A, B, C e D. Sabemos que A atrai B, que C está carregada positivamente, que C atrai B, que A e D estão carregados da mesma forma. Podemos afirmar que: a) ( ) B e D se atraem b) ( ) A está carregada positivamente c) ( ) A está carregada negativamente d) ( ) A está neutra e) ( ) n.d.a. 13. Temos quatro esferas metálicas: A, B, C e D. Sabemos que A atrai B, que C está carregada positivamente, que C atrai B e que a carga de D é resultante de uma eletrização por indução com a bola A. Podemos afirmar que: a) ( ) B e D se atraem b) ( ) A está carregada positivamente c) ( ) A está carregada negativamente d) ( ) A está neutra e) ( ) n.d.a. 14. Uma bola I carregada positivamente atrai duas outras bolas, II e III. As bolas II e III também se atraem. A alternativa que melhor explica esses fatos é: a) ( ) as bolas II e III tem cargas negativas b) ( ) as bolas II e III tem cargas positivas c) ( ) a bola II tem carga negativa e a III carga positiva d) ( ) a bola II tem carga positiva e a III carga negativa e) ( ) a bola II estava neutra e a III com carga negativa 20 / 120 15. Uma esfera metálica, positivamente carregada, é aproximada, sem encostar, da esfera do eletroscópio. Em qual das seguintes alternativas melhor se representa a configuração das folhas do eletroscópio (e suas cargas), enquanto a esfera positiva estiver perto de sua esfera? 16. Quando aproximamos, sem encostar, um corpo eletrizado de um corpo neutro, podemos verificar que o corpo neutro: a) ( ) se eletriza com carga de sinal contrário a do eletrizado. b) ( ) se eletriza com carga de mesmo sinal que a do eletrizado. c) ( ) permanece neutro. d) ( ) é repelido pelo eletrizado. e) ( ) não é atraído e nem repelido pelo eletrizado. 17. Três corpos, A, B e C, inicialmente neutros, foram eletrizados. Após a eletrização, verifica-se que A e B têm cargas positivas e C tem carga negativa. Assinale a alternativa que apresenta uma hipótese possível a respeito dos processos utilizados para eletrizar esses corpos. a) ( ) B e C são eletrizados por atrito e, em seguida, A é eletrizado por contato com B. b) ( ) A e B são eletrizados por atrito e, em seguida, C é eletrizado por contato com B. c) ( ) A e B são eletrizados por contato e, em seguida, C é eletrizado por atrito com B. d) ( ) B e C são eletrizados por contato e, em seguida, A é eletrizado por atrito com B. e) ( ) A, B e C são eletrizados por contato. 21 / 120 3 ELETRODINÂMICA (CORRENTE CONTÍNUA) 3.1 DIFERENÇA DE POTENCIAL A diferença de potencial (ddp) ou tensão elétrica é a responsável pela movimentação das cargas elétricas (elétrons) em um circuito elétrico. Sua unidade de medida é o Volt (V). A fonte de alimentação é o nome genérico dos dispositivos ou equipamentos que fornecem tensão a um circuito elétrico. A fonte de alimentação pode ser um gerador de tensão, uma pilha ou uma bateria. Se a fonte de alimentação fornece tensão contínua, isto é, com valor constante, ela possui um terminal positivo e outro terminal negativo (ou terra). De forma simplificada, uma tensão contínua pode ser chamada apenas de tensão CC ou DC (relativos à Corrente Contínua ou Direct Current). Em esquemas de circuitos elétricos as fontes de CC são representadas pelos símbolos indicados na FIG. 12: Figura 12 – Simbologias de uma fonte CC: (a) e (b) → pilhas; (c) e (d) → baterias; (e) → dínamo Fonte: Os autores, 2012 Caso a fonte de alimentação forneça tensão alternada, isto é, com valor variável, seus terminais são, ora positivo, ora negativo, alternadamente. Sendo a tensão alternada mais importante a senoidal. Também de forma simplificada, uma tensão alternada pode ser chamada apenas de tensão CA ou AC (relativos à Corrente Alternada ou Alternate Current). A simbologia das fontes CA senoidal utilizada em esquemas elétricos é a expressa pela FIG. 13: Figura 13 – Simbologia de uma fonte CA Fonte: Os autores, 2012 Como exemplos de fonte de tensão CA têm os geradores das usinas hidrelétrica, termoelétricas ou nucleares, que são os principais geradores da energia elétrica que chega a nossas residências através da rede elétrica. 22 / 120 3.1.1 Associação de Fontes de Tensão 3.1.1.1 Associação série A associação em série de fontes de tensão permite aumentar a diferença de potencial disponibilizada para efeitos de alimentação de um circuito. Um exemplo da associação em série de fontes é a utilização de múltiplas pilhas para alimentar aparelhos eletrodomésticos, lanternas, rádios portáteis, etc. Com efeito, é comum associarem-se em série quatro pilhas de 1.5 V (corretamente associadas) para definir uma fonte de alimentação de 6 V. A tensão disponível aos terminais de uma associação em série de fontes de tensão é dada pela soma das tensões parciais. Como se indica nas FIG. 14(a) e 14(b), a adição dos valores nominais das tensões deve ter em conta a polaridade da ligação: polaridades concordantes adicionam-se (a), e polaridades discordantes subtraem-se (b). Figura 14 – Associação de Fontes de Tensão em Série Fonte: http://www.ufrgs.br/eng04030/Aulas/teoria/cap_04/assocfon.htm, 2016 3.1.1.2 Associação Paralelo A associação em paralelo de fontes de tensão é uma operação cuja realização prática necessita de alguns cuidados. Esta recomendação é particularmente verdadeira nos casos em que as fontes de tensão apresentam valores nominais bastante diferenciados e resistências internas reduzidas. Como se ilustra na FIG. 15(a), no caso particular em que as fontes de tensão são ideais e apresentam valores nominais distintos, a sua ligação em paralelo define uma malha cuja solução é apenas compatível com a circulação de uma corrente de valor infinito. Na realidade, a corrente entre as fontes é sempre limitada pelas respectivas resistências internas (FIG. 15(b)), valor que pode ser bastante elevado se estas não dispuserem de mecanismos de proteção. 23 / 120 Figura 15 – Associação de Fontes de Tensão em Paralelo Fonte: http://www.ufrgs.br/eng04030/Aulas/teoria/cap_04/assocfon.htm, 2016 3.1.2 Voltímetro O voltímetro é o instrumento utilizado para a medida de tensão elétrica. Em geral, utiliza-se um multímetro em uma das escalas de tensão. O mesmo deve ser instalado em paralelo com o componente (ou circuito) que se pretende verificar a mensuração da tensão elétrica. A resistência interna deste é de valor muito superior ao do mensurando (pelo menos 100x maior). O símbolo genérico do voltímetro é apresentado na FIG. 16 juntamente com a imagem de um voltímetro analógico. Figura 16 – Simbologia de um voltímetro e sua imagem Fonte: Os autores, 2012 3.2 CAPACITORES E INDUTORES 3.2.1 Capacitor Também chamado de condensador, ele é um dispositivo de circuito elétrico que tem como função armazenar cargas elétricas e consequente energia eletrostática, ou elétrica. Ele é constituído de duas peças condutoras que são chamadas de armaduras. Entre essas armaduras existe um material que é chamado de dielétrico. 24 / 120 3.2.1.1 Capacitância É denominada capacitância “C” a propriedade que os capacitores têm de armazenar cargas elétricas na forma de campo eletrostático, e ela é medida através do quociente entre a quantidade de carga (Q) e a diferença de potencial (V) existente entre as placas do capacitor, matematicamente fica da seguinte forma: C= Q/V No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de capacitância é o Farad (F), no entanto essa é uma medida muito grande e que para fins práticos sãoutilizados valores expressos em microfarads (μF), nanofarads (nF) e picofarads (pF). 3.2.1.2 Funções Os capacitores são utilizados para armazenar cargas elétricas e consequente energia eletrostática ou elétrica nos mais variados tipos de circuitos elétricos, exemplo: nas máquinas fotográficas armazenando cargas para o flash. 3.2.1.3 Quanto a constituição É formada por duas placas de material condutor (armaduras) e separadas por um dielétrico (isolante). Quanto menor for o espaço entre as placas maior será o valor da capacitância. Os dielétricos, também chamados de isolantes, são os materiais que fazem oposição à passagem da corrente elétrica. Nesses materiais os elétrons estão fortemente ligados ao núcleo dos átomos, ou seja, as substâncias dielétricas não possuem elétrons livres (fator necessário para que haja passagem de corrente elétrica). Dessa forma, não há possibilidade de passagem de corrente elétrica através dos dielétricos, os quais podem ser: borracha, porcelana, vidro, plástico, madeira e muitos outros. 25 / 120 Apesar de conduzirem corrente elétrica, caso um material dielétrico for submetido a um campo elétrico de altíssimas intensidades este poderá se tornar um condutor. Mas os materiais isolantes que são colocados entre as placas dos capacitores, por exemplo, são muito resistentes a esse fator, o que quer dizer que fica praticamente impossível fazer com que o isolante entre suas placas se torne um condutor. Tensão de Isolação é a tensão máxima que pode ser aplicada ao capacitor sem que o mesmo seja danificado. 3.2.1.4 Tipos de Capacitores Existem vários tipos de capacitores os principais são eletrolíticos, tântalo, stryroflex, poliéster, poli carboneto, cerâmico, semifixos, supressor, plate, multicamada, staecap e variáveis, cada um deles tem sua aplicação especifica. 3.2.1.4.1 Capacitor eletrolítico O Capacitor eletrolítico internamente é composto por duas folhas de alumínio, separadas por uma camada de óxido de alumínio, enroladas e embebidas em um eletrólito líquido (composto predominantemente de ácido bórico ou borato de sódio). Por ser composto por folhas enroladas, tem a forma cilíndrica (lembrando que o cilindro não é perfeito, visto que possui uma área de Secção menor na parte de baixo em relação a de cima). Suas dimensões variam de acordo com a capacitância e limite de tensão que suporta. É um tipo de capacitor que possui polaridade, ou seja, não funciona corretamente se for invertido. Se a polaridade for invertida dá-se início à destruição da camada de óxido, Fazendo o capacitor entrar em curto-circuito. Nos capacitores eletrolíticos, uma inversão de polaridade é extremamente perigosa, visto que, a reação interna gera vapores que acabavam por destruir o capacitor através de uma explosão ou, rompimento da carcaça. Os capacitores mais modernos, podem inchar e, por isso, raramente explodem (podendo acontecer somente se a tensão inversa aplicada for elevadíssima). 26 / 120 3.2.1.4.2 Capacitor de cerâmica São capacitores fabricados como isolante interno de cerâmica (dielétrico) é usado para circuitos de alta frequência, e possui baixa capacitância 10nf. 3.2.1.4.3 Capacitor de óxido de tântalo Cada vez mais utilizados em lugar dos capacitores eletrolíticos de alumínio, os capacitores de tântalo possuem a vantagem de fornecer uma capacitância maior por unidade de volume. Os capacitores de tântalo são menores que os eletrolíticos de mesmo valor, sendo importante para aplicações onde o espaço é fundamental. 3.2.1.4.4 Capacitor starcap É um capacitor elétrico de duas camadas com eletrodos de carvão vegetal ativado e eletrólito orgânico. Pela sua altíssima capacitância e é ideal para circuitos de back-up de memória em aplicações como automação industrial, comercial, etc. 3.2.1.5 Associação de capacitores Os capacitores, assim como os resistores, podem ser associados em série, paralelo ou misto. Esses são elementos de circuito elétrico que tem como principal função o armazenamento de cargas elétricas. Essas associações têm como objetivo obter a capacitância desejada. 27 / 120 3.2.1.5.1 Capacitores em série Nesse tipo de associação, os capacitores são ligados da seguinte forma: a armadura positiva de um capacitor é ligada com a armadura negativa do outro capacitor e assim sucessivamente. Para determinar a capacitância equivalente de uma associação de dois ou mais capacitores utilizamos a seguinte relação matemática: 3.2.1.5.2 Capacitores em paralelo Em paralelo, as placas positivas dos capacitores são ligadas entre si, bem como as negativas. Para determinar a capacitância equivalente utiliza-se a seguinte equação matemática, veja: Ceq = C1 + C2 + C3 + ... + Cn 3.2.2 Indutor Um indutor é um dispositivo elétrico passivo que armazena energia na forma de campo magnético, normalmente combinando o efeito de vários loops decorrente indutor pode ser utilizado em circuitos como um filtro passa baixa, rejeitando as altas frequências. Também costumam ser chamados de bobina, choque ou reator. 3.2.2.1 Indutância Indutância é a grandeza física associada aos indutores, é simbolizada pela letra L, medida em Henry (H), e representada graficamente por um fio helicoidal. Em outras palavras é um parâmetro dos circuitos lineares que relaciona a tensão induzida por um campo magnético variável à corrente responsável pelo campo. A tensão entre os terminais de um indutor é proporcional à taxa de variação da corrente que o atravessa. 3.2.2.2 Funções Os indutores são bastante usados em circuitos de rádio frequência (RF), como os usados em receptores de rádio, TV, FM. Na sua forma mais simples 28 / 120 consistem de um pedaço de fio enrolado em uma forma (tubo) de material isolante como plástico, cerâmica ou fenolite ou mesmo sem forma (ar). Esse enrolamento simples e conhecido por bobina. Dependendo do circuito onde ele e usado. Pode produzir sinais de corrente alternada (CA) de rádio e TV, quando usado nos circuitos osciladores. Pode bloquear uma frequência alta (CA) e deixar passar uma frequência baixa, quando usado nos filtros. 3.2.2.3 Quanto a constituição Normalmente, os indutores são constituídos com fios bons condutores (prata, cobre, cobre banhado a prata, etc.) e tem suas espiras enroladas em forma cilíndrica, com várias camadas, uniformes e entrelaçadas. Existem bobinas de uma camada – tipo solenoide ou bobina de varias camadas em forma de panqueca. 3.2.2.4 Tipos de indutores Existem dois tipos de indutores, fixos ou variáveis. Os fixos são constituídos de um fio enrolado ao redor de um núcleo que pode ser ar, ferro ou ferrite. Os ajustáveis possuem núcleo móvel podendo ser ajustado externamente. 3.2.2.4.1 Bobinas com núcleo de ar São indutores que não utilizam núcleo de material ferromagnético. Possuem baixa indutância e são utilizadas em altas frequências, pois não apresentam as perdas de energia causadas pelo núcleo, as quais aumentam consideravelmente com a frequência. 29 / 120 3.2.2.4.2 Bobinas com núcleo ferromagnético Empregam materiais ferromagnéticos no núcleo, aumentando milhares de vezes o valor da impedância, devido ao aumento e concentração do campo magnético. Entretanto, apresentam diversos efeitos colaterais, tais como correntes de Foucault, histerese, saturação etc. 3.2.2.4.3 Bobinas com núcleo bobinado Muito utilizadas em transformadores e outros indutores que operam em baixa frequência. O núcleo dessas bobinas é feito de finas camadas de aço-silício, envolvidas por uma cobertura de verniz isolante. O verniz isolante previne a formação de correntesparasitas (Foucault) e a adição de silício ao aço reduz a histerese do material. 3.2.2.4.4 Bobinas com núcleo de ferrite Feitas de um tipo de cerâmica ferrimagnética não condutora, não apresentando correntes parasitas, além de baixa histerese. São empregas em altas frequências, onde o material apresenta maior rendimento. 3.2.2.4.5 Bobinas toroidais Em indutores em forma de bastão, o campo magnético circula não só pelo núcleo, mas também pelo ar entre uma extremidade e outra da bobina. Isso causa grandes perdas, diminuindo o valor da indutância. Um núcleo toroidal é feito geralmente de ferrite e possui o formato de uma rosca, criando um caminho fechado para a circulação do campo magnético, aumentando, com isso, o valor da indutância. Núcleo de ar Toroidal Ferrite Núcleo de ferro Núcleo Laminado 30 / 120 3.2.2.5 Associação Série de indutores A corrente através de indutores em série permanece a mesma, mas a tensão de cada indutor pode ser diferente. A soma das diferenças de potencial é igual à tensão total. Para encontrar a indutância total: Leq = L1 + L2 + L3 + ... + Ln 3.2.2.6 Associação Paralelo de indutores A Cada indutor de uma configuração em paralelo possui a mesma diferença de potencial (tensão) que os demais. Para encontrar a indutância equivalente total (Leq): (3) Exercícios 1. Dois condensadores de capacidades eletrostáticas C1 = 2µF e C2 = 6µF estão em associação e ligados a uma fonte de tensão. Determinar: a) a capacidade eletrostática do condensador equivalente quando associados em série. b) a capacidade eletrostática do condensador equivalente quando associados em paralelo. 2. Dois indutores de indutância de L1 = 2µH e L2 = 6µH estão em associação e ligados a uma fonte de tensão. Determinar: a) a indutância do indutor equivalente quando associados em série. b) a indutância do indutor equivalente quando associados em paralelo. 31 / 120 3.3 CORRENTE CONTÍNUA E CORRENTE ALTERNADA Há dois tipos gerais de corrente elétricas: corrente contínua (CC) e corrente alternada (CA). Sabemos que uma corrente elétrica num condutor sólido é um fluxo de elétrons. Quando ligamos um aparelho elétrico a uma fonte de eletricidade, e os elétrons que percorrem o aparelho saem sempre do mesmo terminal do gerador, dizemos que a Corrente é Contínua, isto é, tem sempre o mesmo sentido; neste caso, a fonte é um gerador de corrente contínua. Quando esta CC varia sua amplitude de forma sistemática, a denominamos de Corrente Contínua Pulsante. Na FIG. 17 ilustram-se estes tipos de CC. Figura 17 – Corrente contínua e corrente contínua pulsante Fonte: Os autores, 2012 O gerador de corrente alternada é aquele de onde os elétrons saem, ora de um terminal ora do outro. Consequentemente, os elétrons ficam num vai-e-vem no circuito; durante algum tempo, um dos terminais é negativo em relação ao outro e, logo a seguir, as coisas se invertem. Esta mudança de sentido é normalmente periódica, variando, de acordo com o gerador, o número de vezes por segundo em que há mudança no sentido da corrente. Na FIG. 18 ilustra-se algumas formas de tensão alternada, sendo a mais comum a tensão alternada senoidal. Figura 18 – Tipos de corrente alternada Fonte: Os autores, 2012 (adaptado) (a) CA senoidal (b) CA triangular (dente de serra) (c) CA quadrática 32 / 120 Como exemplos mais comuns de fontes de C.C. pode-se citar as pilhas. Os geradores existentes nas grandes usinas (Xingó, Paulo Afonso e Itaipu) são fontes de C.A. 3.4 INTENSIDADE E SENTIDO CONVENCIONAL DA CORRENTE ELÉTRICA Para se ter uma ideia exata da grandeza (intensidade) de uma corrente elétrica, tornou-se necessário estabelecer um padrão, e, deste modo, fala-se do maior ou menor número de elétrons que passam por segundo num determinado ponto de um condutor, quando se quer dizer que a corrente é mais forte ou mais fraca. Falar em elétrons que passam por segundo é, porém, deixar de ser prático, pois as quantidades envolvidas nos problemas correspondem a números muito grandes. A fim de eliminar esse inconveniente, faz-se uso de uma unidade de carga – o Coulomb (C) – que corresponde a 6,28 x 1018 elétrons. Quando se diz que a carga de um corpo é -3 C, isto significa que ele tem um excesso de 3 x 6,28 x 1018 elétrons. Se sua carga fosse indicada por +5,8 C, compreenderíamos que lhe faltavam 5,8 x 6,28 x 1018 elétrons. Uma intensidade de corrente de 1 Coulomb por segundo (1C/s) é o que chamamos de 1 Ampère (A). Se, por exemplo, tivessem passado 30 Coulombs por um certo ponto, no tempo de 10 segundos, diríamos que a intensidade da corrente era de 3 ampères (3 coulombs por segundo). Naturalmente, foi considerada uma corrente uniforme. Logo, temos que a intensidade de uma corrente elétrica é a quantidade de eletricidade (ou carga elétrica) que passa num determinado ponto, na unidade de tempo. Representando por “Q” a quantidade de eletricidade, por “t” o tempo e por “I” a intensidade de corrente, temos: Q I t = ou Q I t= ou Q t I = Sendo: I = em Ampère (A) Q = em Coulombs (C) t = em Segundos (s) 33 / 120 Existem determinados fenômenos que caracterizam a corrente elétrica são eles: 1. Efeitos Térmicos: Um condutor se aquece ao ser percorrido por uma corrente elétrica. Por exemplo, a resistência do chuveiro. 2. Efeitos luminosos: Um gás rarefeito emite luz quando atravessado por uma corrente elétrica. É o caso, por exemplo, dos anúncios luminosos (tubos de néon). Observação: A luz emitida por uma lâmpada de incandescência não é um efeito luminoso da corrente elétrica, mas uma consequência do seu efeito térmico. A corrente aquece o filamento da lâmpada e este, por incandescência, emite luz. 3. Efeitos Magnéticos: Uma agulha imantada sofre um desvio ao ser colocada nas proximidades de um condutor percorrido por uma corrente elétrica. O motor elétrico possui uma relação com o efeito magnético da corrente elétrica. Exemplos: a. Pelo filamento de uma lâmpada incandescente passaram 5 C. Sabendo que ela esteve ligada durante 10 segundos, determinar a intensidade da corrente elétrica. Solução: 5 10Q C t s= = Q I t = 5 10 I = 0,5I A= b. Durante quanto tempo esteve ligado um aparelho elétrico, para que pudesse ter sido percorrido por 50 C? A intensidade da corrente era de 2,5 A. Solução: 50 2,5Q C I A= = Q t I = 50 2,5 t = 20t s= Sabe-se que corrente elétrica é o movimento de elétrons e, portanto, consideraremos sempre o sentido do fluxo de elétrons como sendo o sentido da corrente elétrica. Entretanto, este é um assunto que, em virtude de uma simples questão de denominação, traz dificuldades ao estudante, apesar de nada ter de difícil ou complexo. Isto porque, antes de adquirir os conhecimentos atuais sobre a constituição da matéria, o homem já fazia uso da eletricidade e dizia que “algo” 34 / 120 percorria os condutores, tendo chamado este fenômeno de corrente elétrica e arbitrado um sentido para a mesma. Com o conhecimento dos elétrons, verificou que eram eles que se movimentavam nos condutores e produziam os efeitos atribuídos àquele “algo”. Havia, porém, um imprevisto: o sentido do movimento dos elétrons não era o mesmo que havia sido convencionado para a chamada corrente elétrica. Teria sido muito simples (em nossa opinião) mudar o sentido da corrente até então adotado, e considerar a corrente elétrica e o fluxo de elétrons como uma única coisa.Contudo, dois grupos se constituíram: um deles de acordo com o ponto de vista que abraçamos e o outro considerando corrente elétrica e fluxo de elétrons duas coisas distintas e de sentido opostos. Quando o sentido da corrente elétrica é considerado igual ao dos elétrons, fala-se em Sentido Eletrônico. Quando se admite que o sentido da corrente é oposto ao do movimento dos elétrons, fala-se em Sentido Convencional. Mas, em que consiste essa corrente de sentido oposto ao do fluxo de elétrons? Na realidade, nada está se movimentando no condutor ao contrário dos elétrons: o sentido convencional, hoje em dia, exprime apenas o sentido que teria uma corrente elétrica, se fosse constituída por cargas positivas em movimento no condutor. Os terminais de certos geradores de eletricidade recebem os sinais (-) e (+) para que se saiba de onde saem os elétrons (polo -) e para onde se dirigem (polo +), conforme FIG. 19. Figura 19 – Representação dos sentidos da corrente elétrica Fonte: Os autores, 2012 (adaptado) 3.4.1 Amperímetro O amperímetro é um instrumento utilizado para medir a corrente elétrica. Em geral, utiliza-se um multímetro numa das escalas de corrente. 35 / 120 O mesmo deve ser instalado em série com o componente (ou circuito) que se pretende verificar a mensuração de corrente elétrica. A resistência interna deste é de valor muito inferior ao do mensurando (pelo menos 100x menor). O símbolo genérico do amperímetro é representado pela FIG. 20 juntamente com a imagem de um amperímetro analógico. Figura 20 – Simbologia de um amperímetro e sua imagem Fonte: Os autores, 2012 (adaptado) 3.5 LEIS DE OHM Nós já sabemos que se houver uma d.d.p. entre dois pontos e eles forem postos em contato, haverá a produção de uma corrente elétrica. É evidente que o meio (o material usado para ligar os dois pontos) irá oferecer certa dificuldade ao deslocamento dos elétrons. Resistência Elétrica (R) é a oposição que um material oferece à passagem de uma corrente elétrica. A unidade de resistência é chamada de Ohm e é indicada pela letra grega (ômega). Quando unimos dois pontos por meio de um fio, cuja resistência sabemos que é de 1 ohm, e nele se estabelece uma corrente de intensidade igual a 1 Ampère, dizemos que entre os pontos considerados existe uma unidade de diferença de potencial, chamada Volt (V). Nos circuitos elétricos geralmente é expressa de acordo com a FIG. 21: Figura 21 – Simbologias para resistência elétrica Fonte: Os autores, 2012 (adaptado) Este símbolo representa um condutor de resistência apreciável; usa-se uma linha contínua quando o condutor possui resistência desprezível. 36 / 120 Na resistência elétrica, o sentido da corrente que a atravessa é contrário à polaridade da tensão nela aplicada, pois a corrente caminha do potencial maior para o menor (FIG. 22): Figura 22 – Sentido da corrente e da tensão em uma resistência Fonte: Os autores, 2012 Georg Simon Ohm estudou as relações entre tensão (E), a intensidade de corrente (I) e a resistência elétrica (R), e chegou à seguinte conclusão conhecida como Lei de Ohm: A intensidade da corrente elétrica num condutor é diretamente proporcional à força eletromotriz e inversamente proporcional à sua resistência elétrica. Em outras palavras: se mantivermos constante a resistência elétrica, a intensidade da corrente aumentará se a tensão aumentar, e diminuirá se a tensão diminuir. Se a tensão for mantida constante, a intensidade da corrente decrescerá se a resistência aumentar, e crescerá se a resistência for reduzida. Em forma de equação a lei de ohm é assim: E I R = Onde: I = Intensidade de Corrente em Ampère (A) E = Tensão em volts (V) R = Resistência Elétrica em ohm () Nunca se deve concluir que a resistência elétrica é diretamente proporcional à tensão e inversamente proporcional à corrente. Como veremos mais adiante, a resistência elétrica de um corpo depende apenas de características físicas por ele apresentadas. Uma técnica para facilitar a lembrança da fórmula da Lei de Ohm é a utilização do Triângulo da Lei de Ohm (FIG. 23). 37 / 120 Figura 23 – Uso do Triângulo da Lei de Ohm Fonte: Bruno, 2012 Exemplos: 1. Que corrente passará pelo filamento de uma lâmpada, se ela for ligada aos terminais de um gerador de 100 V? Seu filamento tem uma resistência de 20 Ω. Solução: E = 100 V e R = 20 Ω 100 5 20 E I A R = = = 2. Que resistência tem um pedaço de fio que, ligando dois pontos entre os quais há uma d.d.p. de 1.5 V, é percorrido por uma corrente de 2 A? Solução: E= 1.5 V e I = 2 A 1,5 0,75 2 E R I = = = Uma grandeza que pode causar dúvidas com a resistência é a resistividade. O conceito de resistividade diz que é uma grandeza característica do material de que é feito o resistor e também da sua temperatura. Tendo-se um resistor em forma de fio, o alemão Ohm verificou experimentalmente que sua resistência elétrica R é diretamente proporcional ao comprimento l é inversamente proporcional à área S de seção transversal do fio, ou seja: R S = 38 / 120 Essa expressão representa a 2a lei de Ohm, onde (letra grega rô) é a constante de proporcionalidade denominada resistividade, grandeza que depende do material e da temperatura do resistor. 3.6 CONDUTIVIDADE Denomina-se condutividade elétrica (letra grega sigma) de um material o inverso de sua resistividade: 1 = Unidades: Resistividade: m ou 2mm m Onde: 6 21 10m mm m = Condutividade: S m Onde: S = Siemens 3.6.1 Condutância Condutância é o inverso da resistência elétrica; refere-se, portanto, à facilidade encontrada pelos elétrons ao se deslocarem em um corpo qualquer. A unidade de condutância é o Siemens (S). De acordo com a definição de condutância, 1 G R = I G E = Onde: G = em Siemens (S) I = em Ampères (A) E = em Volts (V) R = em Ohms () Exemplos: 1. Que condutância apresenta o filamento de uma válvula, cuja resistência é de 20 ohms? 39 / 120 Solução: 1 1 0,05 20 G G G S R = = = 2. Qual a condutância de um aparelho elétrico que, ao ser ligado a uma fonte de 20 V, permite a passagem de uma corrente de 4 A? Solução: 4 0,2 20 I G G G S E = = = 3.7 VARIAÇÃO DE RESISTÊNCIA COM A TEMPERATURA A resistividade de um material varia com a temperatura, pois, aumentando a temperatura ocorre um aumento na agitação dos átomos do resistor. Isso faz com que os elétrons livres da corrente tenham maior número de colisões, ocasionando um aumento na resistividade. Sendo 0 a resistividade do resistor na temperatura 0 (ambiente), o seu valor na temperatura (letra grega thêta) – de até 4000C, é expresso por: ( )0 01 = + − Onde (letra grega alpha) é uma constante que depende da natureza do material, denominado coeficiente de temperatura (unidade: 0C-1). Desprezando-se a dilatação térmica do resistor, sua resistência elétrica, como depende da resistividade, também varia com a temperatura, de acordo com a seguinte expressão: ( )0 01R R = + − Sob d.d.p. constante, um resistor metálico, ao ser aquecido, aumenta sua resistividade e, portanto, a sua resistência elétrica também aumenta. Assim, de acordo com a 1a lei de Ohm, há uma diminuição da corrente elétrica. 3.8 RESISTORES FIXOS E RESISTORES VARIÁVEIS Resistores fixos são aqueles que são construídos com um único valor, ou seja, ele não oferece condiçõespara que seu valor seja alterado. Denomina-se reostato a qualquer resistor de resistência variável. Os reostatos podem ser de dois tipos: Reostato de cursor e o conhecido como “caixa de resistência”. O primeiro é usado quando não é necessário conhecer o valor da 40 / 120 resistência que está se usando no momento. Já o segundo permite fixar a resistência elétrica em um valor numérico conhecido. Nos circuitos elétricos os reostatos são representados pelos símbolos da FIG. 24: Figura 24 – Símbolos de um reostato Fonte: Os autores, 2012 3.8.1 Código de cores Alguns resistores (normalmente os de alta potência) possuem as especificações escritas diretamente em seus encapsulamentos. Porém, a maioria possui as especificações dadas em forma de código de cores, conforme a FIG. 25. Normalmente, eles possuem quatro ou cinco faixas coloridas. Se forem quadros faixas, a primeira e a segunda corresponde a um número de dois algarismos, a terceira, ao expoente da potência de 10, pela qual se deve multiplicar esse número e a quarta faixa corresponde a precisão do resistor, isto é, à tolerância em porcentagem dada pelo fabricante, ao valor numérico lido. Se forem cinco faixas, a primeira, a segunda e a terceira correspondem a um número de três algarismos, a quarta, ao expoente da potência de 10, pela qual se deve multiplicar esse número e a quinta faixa corresponde a tolerância. Figura 25 – Significado das faixas coloridas existentes nos resistores 41 / 120 Fonte: Os autores, 2012 A TAB. 1 mostra o valor de cada cor conforme a sua função. Esta tabela serve para resistores de quatro e cinco faixas, sendo que para os resistores de quatro faixas, deve-se ignorar a coluna referente ao 3º algarismo significativo. Tabela 1 – Valores das cores de acordo com a posição impressa COR 1º Alg. Sign. 2º Alg. Sign. 3º Alg. Sign. Múltiplo Tolerância PRETO 0 0 X1 MARROM 1 1 1 X10 1% VERMELHO 2 2 2 X102 2% LARANJA 3 3 3 X103 AMARELO 4 4 4 X104 VERDE 5 5 5 X105 AZUL 6 6 6 X106 VIOLETA 7 7 7 CINZA 8 8 8 BRANCO 9 9 9 OURO X10-1 5% PRATA X10-2 10% AUSÊNCIA 20% Fonte: Os autores, 2012 (adaptado) Exemplo: 1. Um resistor se apresenta com: 1a faixa: Vermelho 2a faixa: Verde 3a faixa: Laranja 4a faixa: Prata Solução: 325 10 25.000R = = com uma tolerância de +/- 10%. Assim, o valor da resistência está compreendido entre 22.500 e 27.500 42 / 120 3.9 OHMÍMETRO O ohmímetro FIG. 26 é o instrumento utilizado para a medida da resistência elétrica. Em geral, utiliza-se um multímetro em uma escala de resistência. Figura 26 – Simbologia de um ohmímetro e a imagem de sua escala Fonte: Os autores, 2012 (adaptado) 3.10 POTÊNCIA ELÉTRICA – LEI DE JOULE Sempre que um corpo se movimenta, sabemos que está sendo realizado um trabalho. Então, quando unimos com um condutor dois pontos entre os quais existe uma d.d.p., e nele se estabelece uma corrente elétrica, que é constituída por elétrons em movimento, estamos evidentemente realizando um trabalho que, pela sua natureza, é denominado Trabalho Elétrico. O trabalho elétrico produzido depende da carga elétrica conduzida; quanto maior o número de Coulombs que percorrem o condutor, devido a uma d.d.p. aplicada aos seus extremos, maior o trabalho realizado. Também é fácil observar que, quanto maior a tensão aplicada aos extremos do mesmo condutor, maior a intensidade da corrente e, portanto, maior o trabalho elétrico. Uma grandeza que depende diretamente de duas outras depende também do produto delas, o que nos permite escrever que W EQ= Onde: W = trabalho elétrico E = tensão Q = carga elétrica A unidade do trabalho elétrico é o Joule (J). Da equação anterior podemos tirar outras equações úteis no cálculo do trabalho elétrico. 43 / 120 Vimos que: Q It= Portanto, W EIt= Onde: W = em Joule (J) E = em Volts (V) I = em Ampères (A) T = em segundos (s) Pela Lei de Ohm, temos que: E I R = e I E R = Assim, E W EIt E t R = = 2 tW E R = e também ( )W EIt IR It= = 2W I Rt= Qualquer dessas equações pode ser usada para calcular o valor do trabalho elétrico, desde que sejam conhecidos os dados necessários à sua utilização. Dizemos que energia é a capacidade de realizar trabalho. Quando dizemos que uma pilha elétrica tem energia, isto significa que ela é capaz de realizar trabalho elétrico num condutor ligado aos seus terminais. Se a pilha, depois de algum tempo de uso, não pode produzir uma corrente no condutor, dizemos que ela não tem mais energia, ou seja, não é capaz de realizar trabalho. Portanto, o trabalho que é realizado sempre corresponde a certa quantidade de energia gasta. Daí designa a energia gasta com as mesmas unidades de trabalho e utilizamos as mesmas equações para calcular o trabalho realizado e a energia consumida. Finalmente, podemos definir o que é Potência Elétrica. Potência é a rapidez com que se gasta energia, ou a rapidez com que se produz trabalho. Podemos dizer também que é a energia gasta na unidade de tempo. Sob forma de equação: W P t = onde: W = energia em Joule (J) t = tempo em segundos (s) P = potência em Joule/segundo (J/s) 44 / 120 O Joule/segundo é conhecido também por Watt (W). A partir da equação acima podemos determinar outras equações para o cálculo da potência. Como: 2 tW E R = Teremos que: P EI= 2P I R= 2E P R = Onde: P = em Watts(W) E = em Volts(V) I = em Ampères(A) R = em Ohms() As equações de Potência, Tensão, Resistência e Corrente em circuitos de CC podem ser deduzidas com o auxílio da tábua indicada na FIG. 27. Figura 27 – Dedução das fórmulas da Lei de Ohm e Lei de Joule Fonte: Os autores, 2012 3.10.1 Outras unidades de Energia, Trabalho e Potência Elétrica ✓ Trabalho e energia Watt-hora (Wh) = 3600 Joule Quilowatt-hora(kWh) = 3.600.000 Joule ✓ Potência Horse-Power (hp) = 746 Watts Cavalo-Vapor (cv) = 736 Watts 45 / 120 A Lei de Joule refere-se ao calor produzido por uma corrente elétrica num condutor, ou seja, calcula a energia elétrica convertida em energia térmica num intervalo de tempo, e o seu enunciado é o seguinte: “A quantidade de calor produzida num condutor por uma corrente elétrica é diretamente proporcional... a) ao quadrado da Intensidade da Corrente Elétrica; b) à Resistência Elétrica do condutor; c) ao tempo durante o qual os elétrons percorrem o condutor.” Sob a forma de equação: 2 CQ I Rt= Onde: Qc = Quantidade de calor em Joule (J) I = Intensidade de corrente em Ampère (A) R = Resistência do condutor em Ohms () t = Tempo em segundos (s) Podemos observar que qualquer equação usada no cálculo da energia elétrica pode ser usada para se calcular a quantidade de calor produzida por uma corrente elétrica. Exemplos: 1. Uma torneira elétrica tem as seguintes especificações: 1.100 W – 110 V. Determine: a) a intensidade de corrente que deve circular pela sua resistência, quando corretamente utilizada; b) o valor da sua resistência. Solução: P = 1.100 W E = 110 V a) Da expressão P EI= , tem-se: P I E = 1100 10 110 I I A= = b) Da expressão 2E P R = , tem-se: 2E R P = ( ) 2 110 11 1100 R R= = 46 / 120 2. Um resistor, sob d.d.p. de 220 V, dissipa uma potência de 1.000 W. Calcule: a) A suaresistência elétrica; b) A potência dissipada, ao ser ligado a uma d.d.p. de 110 V. Solução: E=220V P=1000W a) Pela expressão da potência 2E P R = , tem-se: 2E R P = ( ) 2 200 48,4 1000 R R= = b) '2 ' EP R = ( )2' 110 250 48,4 P W= (4) Exercícios 3. Um determinado equipamento elétrico possui uma resistência de 240 Ω. Determine a intensidade da corrente que se desloca por ele, sabendo que a ddp entre os terminais do circuito é de 120 V. 4. A resistência de um condutor depende do seu comprimento? Justifique. 5. Identifique, através do código de cores, os valores das seguintes resistências: a) azul, preto, marrom e ouro ( ) b) violeta, vermelho, ouro e ouro ( ) c) vermelho, branco, laranja e prata ( ) d) violeta, cinza, azul e marrom ( ) e) laranja, preto, marrom e ouro ( ) f) vermelho, marrom, ouro e ouro ( ) g) vermelho, branco, azul e marrom ( ) h) violeta, cinza, verde e marrom ( ) 6. Em um equipamento elétrico são encontradas as seguintes especificações do fabricante: 120 W; 120 V. a) explique o significado destas especificações b) supondo que esse equipamento esteja ligado à voltagem correta, qual é a corrente que passa através dele? c) qual a resistência elétrica deste equipamento? 47 / 120 7. Em uma residência, a lâmpada da sala é de 100 W e a lâmpada da cozinha é de 60 W, ambas para 120 V. Analise as afirmativas seguintes e assinale aquela(s) que esta(ão) correta(s): a) ( ) a voltagem na lâmpada da sala é maior do que a lâmpada da cozinha. b) ( ) a corrente na lâmpada da sala é igual à corrente na lâmpada da cozinha. c) ( ) a resistência da lâmpada da sala é menor do que a da lâmpada da cozinha. 8. Diferencie Resistência de Resistividade e Condutância de Condutividade. 9. Em uma residência, na qual a voltagem é de 120 V, a corrente máxima é de 25 A (caso esta corrente seja maior o fusível que protege a instalação se queima). Nesta residência são utilizados eventualmente diversos aparelhos eletrodomésticos, nos quais encontra-se especificada a potência de cada um: − Chuveiro: 2.400 W − Televisor: 120 W − Liquidificador: 240 W − Ebulidor: 840 W − Lâmpadas: 60 W (cada uma) O fusível dessa instalação “queimará” se forem ligados simultaneamente: a) ( ) o chuveiro, o televisor e o liquidificador b) ( ) o chuveiro e o ebulidor c) ( ) o ebulidor, o liquidificador e o televisor d) ( ) 10 lâmpadas, o televisor e o chuveiro e) ( ) o ebulidor, o televisor, o liquidificador e 5 lâmpadas 10. Qual deve ser o comprimento do fio que constitui a resistência de um chuveiro, cujo material é o nicromo ( )mmmNiCr /10110 22 = − , de modo que quando submetido a uma tensão de 220 V, sua potência seja de 4.800 W? Dados: Área da Seção transversal do fio → 4 mm2 11. Existem, no mercado, dois tipos de lâmpadas elétricas incandescentes, cujas especificações são: − Lâmpada tipo 1 → 100 W - 127 V − Lâmpada tipo 2 → 100 W - 110 V 48 / 120 a) Calcule, em percentagem, quanto de potência uma Lâmpada 2 consome a mais que uma Lâmpada 1, quando ambas são submetidas à tensão de 127 V. b) Determine o valor, em R$ (reais), correspondente ao excesso de consumo mensal (30 dias) com o emprego exclusivo da Lâmpada 2, supondo que: − existem 169.586 domicílios particulares permanentes em Aracaju (SE) atendidos pela tensão 127 V; − cada domicílio emprega em média 5 lâmpadas do tipo 2; − as lâmpadas permanecem acesas em média durante 25% do tempo diário; − a tarifa é única e de R$ 0,30191 / kWh; − o gasto adicional da perda de vida útil da Lâmpada do tipo 2, quando submetida à tensão de 127 V, não precisa ser aqui considerado. 12. Caso você não tenha resolvido o item “a”, considere 35 W como sendo o excedente de potência consumido pela Lâmpada do tipo 2, em relação à potência consumida pela Lâmpada do tipo 1 ao operar em 127 V. 13. Um fio de manganina possui um diâmetro de 1,5 mm. Calcule o comprimento desse fio, sabendo que ao aplicarmos uma tensão de 9 V, circula uma corrente de 400 mA. Dado: mmmmanganina /1043 22 = − 14. Ao abrir seu jornal, você se deparou com a propaganda de um fabricante de lâmpadas incandescentes que apregoava a superioridade das Lâmpadas 2 de sua linha de produção. Ele ressaltava apenas um aspecto: que o nível de iluminação de suas lâmpadas era maior que o das Lâmpadas 1, quando ligadas em 127 V. Analise esta propaganda quanto a potência, consumo e vida útil. − Lâmpada 1 → 100 W - 127 V − Lâmpada 2 → 100 W - 110 V 15. Uma alternativa para reduzir o consumo de energia elétrica de alguns equipamentos é reduzir os valores da tensão aplicada ao mesmo. Suponha uma torradeira cujos dados nominais são 120 V e 1200 W e que seja utilizada em determinado mês (30 dias) na tensão de 108 V. Sabendo-se que a torradeira é utilizada diariamente por 10 minutos, qual será a sua economia mensal (em kWh)? 49 / 120 16. Suponha que todas as tomadas de sua casa sejam de 110 V. Se você ligar uma lâmpada de incandescência e um aquecedor elétrico em duas dessas tomadas e verificar que o aquecedor dissipa maior potência, então é correto afirmar que: a) ( ) a tensão elétrica do aquecedor é maior que a da lâmpada, pois ele dissipa maior potência. b) ( ) a lâmpada e o aquecedor ficam ligados em série e, portanto, a intensidade de corrente elétrica na lâmpada é menor que no aquecedor. c) ( ) a intensidade de corrente na lâmpada é maior do que a que circula no aquecedor. d) ( ) a resistência elétrica da lâmpada é maior que a do aquecedor. e) ( ) se você ligar o aquecedor numa tomada de 220 V, disponível em uma outra cidade, para que ele dissipe a mesma potência que em sua casa, você deverá substituir o resistor interno do aparelho por um outro de resistência duas vezes maior. 17. Um chuveiro elétrico possui três posições para o controle da temperatura da água, sabe-se que este chuveiro está ligado em uma rede de 220 V e que cada posição tem uma resistência: Inverno = 5 verão = 20 outono = 10 . De posse desses dados calcule a corrente de cada posição, a potência máxima e mínima. 18. A resistência elétrica de um pedaço de fio metálico é 4,0 Ω. Qual será a resistência de outro pedaço, constituído pelo mesmo metal e na mesma temperatura do pedaço inicial, porém com o dobro do comprimento e o dobro do diâmetro? 3.11 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES Uma associação de resistores consiste de vários resistores eletricamente ligados entre si. Numa residência, as lâmpadas e os diversos aparelhos elétricos formam uma associação de resistores. Os resistores, dependendo de como são ligados, podem formar uma associação em série, em paralelo e mista. Qualquer que seja o tipo de associação existe sempre um único resistor, chamado de resistor equivalente (Req), que pode substituir todos os resistores da associação. 50 / 120 3.11.1 Associação Série Neste tipo de associação, todos os resistores são percorridos pela mesma corrente. Entretanto, as d.d.p. aplicadas em todos os resistores são diferentes, desde que os resistores associados não sejam iguais. Na FIG. 28 a seguir, tem-se n resistores de resistências, respectivamente, R1,R2,...,Rn associados em série: Figura 28 – Associação em série de resistores e o seu circuito equivalente Fonte: Os autores, 2012 Verifica-se que a d.d.p. total da associação é a soma das d.d.p.’s parciais devido a cada resistor: 1 2 nE U U U= + + + E a resistência equivalente deve ser
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