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OS LUSÍADAS

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Luís Vaz de Camões 
*1524/1525 a 1580 
OS LUSÍADAS 
Canto I
UFMS/CPAQ
LITERATURA PORTUGUESA I
Profº. MARCOS ROGÉRIO
ACADÊMICOS:
JORGE MANOEL DE HOLANDA 
SILVANA DE LIMA
SIMONE SILVA GOMES
 VÂNIA NOGUEIRA RAMOS.
LUÍS VAZ DE CAMÕES
Biografia.
Poeta português, Luís Vaz de Camões nasceu por volta de 1524/1525 e morreu em 10 de Junho de 1580, em Lisboa.Estudou Literatura e Filosofia em Coimbra, tendo tido como protetor o seu tio paterno, D. Bento de Camões.Em combate perdeu o olho direito - perda referida na Canção Lembrança da Longa Saudade.Os últimos anos de Camões foram amargurados pela doença e pela miséria. Reza a tradição que se não morreu de fome foi devido à solicitude de um escravo Jau, trazido da Índia, que ia de noite, sem o poeta saber, mendigar de porta em porta o pão do dia seguinte. 
Obras.
A produção de Camões divide-se em três gêneros: 
O lírico, épico e o teatral .
Teatro 1587 – El-Rei Seleuco.1587 - Auto de Filodemo.1587 - Anfitriões 
Lírica 1595 - Amor é fogo que arde sem se ver .1595 - Eu cantarei o amor tão docemente .1595 - Verdes são os campos .1595 - Que me quereis, perpétuas saudades? 1595 - Sobôlos rios que vão .1595 - Transforma-se o amador na cousa amada .1595 - Sete anos de pastor Jacob servia .1595 - Alma minha gentil, que te partiste .1595 - Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. 1595 - Quem diz que Amor é falso.
Épico1572- Os Lusíadas
OS LUSÍADAS 
Os Lusíadas (1572) canta a glória (epopeia) de um povo centrada no período histórico dos descobrimentos. Dedicado a D. Sebastião, tem como herói coletivo o povo português “... o peito ilustre lusitano.”
O que é uma epopeia?
Palavra de origem Grega, epopeia significa canto e é uma narrativa, geralmente em verso, que conta (canta) os feitos grandiosos de um herói, que pode ser individual (Ulisses – em Odisseia - e Aquiles – em Ilíada, ambas de Homero) ou colectivo (Os Portugueses – o povo português – em Os Lusíadas). 
Este heróis ficam imortalizados através da narração dos seus sucessos gloriosos.
Estrutura de Os Lusíadas
Estrutura externa
Os Lusíadas estão divididos em dez cantos, cada um deles com um número variável de estrofes, que, no total, somam 1102. 
Essas estrofes são todas oitavas (têm oito versos) decassílabicas (cada verso tem dez sílabas métricas), obedecendo ao esquema rimático “abababcc” (rima cruzada, nos seis primeiros versos, e emparelhada, nos dois últimos).
Estrutura interna
A obra é constituída por quatro partes: 
Proposição — O poeta indica de forma breve sua narrativa; propõe-se, afinal, tornar conhecidos os navegadores que tornaram possível o império português no oriente, os reis que promoveram a expansão da Fé e do Império, bem como todos aqueles que se tornam dignos de admiração pelos seus feitos (Canto I, estâncias 1-3).
Invocação — O poeta dirige-se às Tágides (ninfas do Tejo), para lhes pedir o estilo e eloquência necessários à execução da sua obra; um assunto tão grandioso exigia um estilo elevado, uma eloquência superior; daí o porquê de rogar o auxílio das entidades protetoras dos artistas (Canto I, estâncias 4 e 5).
Dedicatória — É a parte em que o poeta oferece a sua obra ao rei D. Sebastião (Canto I, estâncias 6-18).
Narração — O poeta canta os feitos dos Portugueses, tendo como ação central a viagem de Vasco da Gama à Índia. A par desta, surge a narração da História de Portugal. 
A narração – 1º Plano
A narração desenvolve-se em quatro planos diferentes, mas estreitamente articulados entre si:
1. Plano da viagem — A ação central do poema é a viagem de Vasco da Gama. Luís de Camões percebeu a importância histórica desse acontecimento, devido às alterações que provocou, tanto em Portugal, como na Europa.
A narração – 2º Plano.
2. Plano da História de Portugal 
O objetivo de Camões era enaltecer o povo português e não apenas um ou alguns dos seus representantes mais ilustres. Para isso, introduziu na narrativa todas aquelas figuras e acontecimentos que, no seu conjunto, afirmavam o valor dos Portugueses ao longo dos tempos. 
O poeta utilizou, então, alguns artifícios para contar a História de Portugal:
a)    Narrativa de Vasco da Gama ao rei de Melinde.
b)    Narrativa de Paulo da Gama ao Catual —Em Calecut, uma personalidade hindu (Catual) visita o navio de Paulo da Gama, que se encontra enfeitado com bandeiras alusivas a figuras históricas portuguesas. 
c)    Profecias — Os acontecimentos posteriores à viagem de Vasco da Gama não podiam ser introduzidos na narrativa como fatos históricos. Para isso, Camões recorreu a profecias colocadas na boca de Júpiter, Adamastor e  Tétis, principalmente.
 
A narração – 3º Plano
3. Plano Mitológico, dos Deuses ou Maravilhoso 
Camões imaginou um conflito entre os deuses pagãos: Baco opõe-se à chegada dos Portugueses à Índia, pois receia que o seu prestígio seja colocado em segundo plano pela glória dos Portugueses, enquanto Vênus, apoiada por Marte, os protege.
 O maravilhoso tem uma função simbólica: esta intriga dos deuses reflete indiretamente as dificuldades que os Portugueses tiveram que vencer e inculca a ideia de que os portugueses eram seres predestinados para estas façanhas do destino e que os próprios deuses o desejavam.
A mitologia permite a evolução da ação (os deuses assumem-se como adjuvantes ou como oponentes dos portugueses) e constitui, por isso, a intriga da obra (conflito entre os deuses pagãos).
A narração – Os deuses (intertextualidade).
Júpiter - Deus do Céu e da Terra, pai dos deuses e dos homens. 
Neptuno - Deus do mar.
Vénus - Deusa do amor e da beleza.
Baco - Deus do vinho e do Oriente.
Apolo - Deus do Sol, das artes e das letras.
Marte - Deus da Guerra, velho apaixonado de Vénus.
Mercúrio - Mensageiro dos deuses.
A narração – 4º Plano
4. Plano das considerações do poeta 
 Por vezes, normalmente em final de canto, a narração é interrompida para o poeta apresentar reflexões de caráter pessoal sobre assuntos diversos, a propósito dos fatos narrados.
 O poeta tece considerações e criticas a sociedade de seu tempo. (materialismo, poder, etc)
Discorre sobre a fragilidade da vida humana , face aos grandes perigos enfrentados no mar e na terra.
Canto I – estâncias 1-3
O poeta apresenta o assunto do poema:
 vai cantar as façanhas guerreiras dos homens que se fizeram heróis devassando o mar, dos reis que dilataram a Fé e o Império e de todos aqueles que se tornaram imortais pelas suas obras.
 Afirma também que vai cantar a glória do povo português. 
O poeta acrescenta ainda que os feitos portugueses são mais grandiosos do que aqueles cantados nas epopeias clássicas, logo, merecem ser exaltados.
Canto I – estâncias 1-3
“As armas e os barões assinalados/ 
(...) as memórias gloriosas/ Daqueles Reis (...)/ 
(...) E aqueles (...)/ Se vão da lei da Morte libertando:/ 
Cantando espalharei por toda parte,/ 
(...) Que eu canto o peito ilustre Lusitano/ 
A quem Neptuno e Marte obedeceram.”
Neste episódio, estão presentes vários elementos de engrandecimento da Pátria que o poeta vai cantar.
 Todos eles são sintetizados na força do povo português “...o peito ilustre Lusitano/”, a quem Neptuno (venceram os mares) e Marte (conquistaram as terras através da guerra) obedeceram. O povo português é tão sublime, tão digno que glória, determinado e corajoso, que até os deuses lhe obedecem.
Canto I - (Estrofes)
1	 2	3 4 5 6 7 8 9 10
“As/ ar/mas/ e os/ ba/rões/ as/si/na/lados,
Que, da occidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram;”
(p. 75)
As estrofes obedecem rigorosamente as regras de metrificação decassílabo. 
DIVISÃO DO POEMA
PROPOSIÇÃO: indica o assunto da narrativa, onde o poeta propõe cantar os feitos dos lusitanos (estrofes 1 e 2, p. 75 );
“ENCARECIMENTO: pedido (estrofe 3, p. 76);
INVOCAÇÃO:
o poeta pede inspiração às ninfas (figuras da mitologia grega que habitavam no rio) do Tejo (estrofes 4 e 5, p. 76 – 77);
As Ninfas
DEDICATÓRIA/ESTROFES:
O poeta dedica o poema ao rei D. Sebastião (estrofes 6, 7 e 8, p. 77 – 78)
Estrofe 9: o poeta pede a complacência do rei;
Estrofe 10: exaltação do patriotismo e do valor do rei;
Estrofe 11: façanhas reais dos portugueses;
Continuação...
Estrofe 12: proposta do poeta de trocar qualquer personagem fabuloso por portugueses ilustres;
Estrofe 13: o poeta aponta os portugueses que excedem em valor aos estrangeiros ilustres;
Estrofe 14: o poeta não se esquece os que se tornaram notáveis fora de Portugal;
Estrofe 15: o poeta proclama que o rei celebrará feitos ainda maiores em seu governo;
Estrofe 16: o mouro teme o rei e Tétis o quer (ao rei) para genro;
Continuação...
Estrofe 17: na poesia do rei refletem seus antepassados;
Estrofe 18: o poeta pede o favor do rei para celebrar os navegantes portugueses.
NARRAÇÃO DA VIAGEM DE VASCO DA GAMA (estrofes 19 – 156, p. 84 – 648).
FIGURAS RETÓRICAS OU DE LINGUAGEM 
PERSONIFICAÇÃO: atribuir características humanas a seres inanimados;
	EX: “Os ventos brandamente respiravam,” (estrofe 19, p. 84)
ALITERAÇÃO: repetição de um ou mais sons consonantais para intensificar e aumentar a expressividade;
	EX: “Daqueles de quem sois senhor superno,” (estrofe 10, p. 79)
PERÍFRASE: uma expressão que pode ser substituída por uma palavra;
	EX: “Pelo neto gentil do velho Atlante.” - Mercúrio (estrofe 20, p. 84)
Continua...
PROLEPSE: algo que acontecerá futuramente, profecia;
	EX: “Que tenham longos tempos o governo” (estrofe 28, p. 88)
SINÉDOQUE: consiste em tomar o todo pela parte e a parte pelo todo.
	EX: “Que, da occidental praia lusitana,” 
(referindo-se a Portugal) (estrofe 1, p. 75) 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OS LUSÍADAS. 
 EDIÇÃO COMENTADA. – RIO DE JANEIRO, BIBLIOTECA DO EXÉRCITO, 1980.
 PRESENÇA DA LITERATURA PORTUGUÊSA – ERA MEDIEVAL
 ENSAIOS 50 – GIL VICENTE E CAMÕES
 EDIPE – Enciclopédia Didática de Informação e Pesquisa Educacional

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