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Pneumotórax em Pequenos Animais

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI ÁRIDO 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ANIMAIS 
MEDICINA VETERINARIA INTENSIVA DE PEQUENOS 
ANIMAIS 
 
 
 
 
 
 
 
IGOR VALDENIR ARRUDA 
 
 
 
 
 
PNEUMOTÓRAX 
REVISÃO LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO – SP 
2011
 
 
 
IGOR VALDENIR ARRUDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
PNEUMOTÓRAX 
REVISÃO LITERATURA 
 
 
 
 
Monografia apresentada a Universidade Federal 
Rural do Semi Arido (UFERSA) como exigência 
final para obtenção do título de especialização 
em Medicina Veterinária Intensiva de Pequenos 
Animais. 
 
Orientador: James Newton Bizetto Meira de 
Andrade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO – SP 
2011
 
 
 
IGOR VALDENIR ARRUDA 
 
 
 
 
 
 
PNEUMOTÓRAX 
REVISÃO LITERATURA 
 
 
 
Monografia apresentada a Universidade Federal 
Rural do Semi Arido (UFERSA) como exigência 
final para obtenção do título de especialização 
em Medicina Veterinária Intensiva de Pequenos 
Animais. 
 
 
 
APROVADA EM 15/12/2012 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
___________________________________ 
Profa M.Sc. Valeria Natascha Teixeira 
Puc-Pr 
 
___________________________________ 
Profa M.Sc. Andréa Barros 
Equalis 
 
___________________________________ 
Prof M.Sc. Leandro Lima 
UFPR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais, Valdir 
Arruda e Edite Holub Arruda que sempre me 
ensinaram a lutar pelos meus sonhos nunca 
esquecendo a honestidade e simplicidade. 
 
Amo vocês...
 
 
 
 Agradeço... 
A Deus, por me conceder saúde para lutar pelos meus objetivos e ter sempre 
iluminado os meus caminhos. 
Aos meus pais, Valdir e Edite, por toda a dedicação. 
Ao meu anjo, meu amor, minha esposa Marcella que sempre esta por perto para 
me dar apoio, ombro amigo, carinho e muitos conselhos dados nas horas mais 
precisadas. 
Aos meus sogros, Carlos e Rosana que me acolheram em sua casa dando muito 
carinho. 
Aos Médicos Veterinários James e Rodrigo Rabelo pela amizade, incentivo e 
por todo conhecimento repassado a mim. 
A minha amiga e colega Juliana, pela amizade sincera e por ter sido uma 
pessoa a qual eu pudesse contar em qualquer hora. 
Aos colegas e amigos que tive o prazer de conhecer e de trocar grande 
quantidade de conhecimentos. 
 A todos os professores e palestrantes que puderam repassar todos os seus 
conhecimentos a todos os alunos. E a equalis por organizar o curso e nos promover 
grande atualização e aprimorar nossos conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se puder salvar um coração em tormento, 
Não terei vivido em vão; 
Se puder aliviar de uma vida o sofrimento, 
Ou aplacar a dor de uma paixão, 
Ou ajudar quase extinto passarinho a subir ao 
Ninho e ao vento, 
Não terei vivido em vão. 
Emily DickinsonTAL
 
 
 
RESUMO 
 
 
O pneumotórax é definido como o acúmulo de ar entre as pleuras parietal e visceral, 
levando ao aumento da pressão intratorácica, com colapso do tecido pulmonar, levando 
a hipóxia. Sua classificação é feita de acordo com sua etiologia ou fisiopatologia. O 
diagnóstico deve ser feito com base na anamnese e sinais clínicos, além de confirmação 
através de toracocentese e imagens radiográficas. O tratamento depende da etiologia, 
volume e fluxo de ar dentro do espaço pleural, tendo como objetivos a re-expansão 
pulmonar para restabelecer o contato entre as pleuras parietal e visceral. A abordagem 
do paciente com trauma torácico deve obedecer a ordem do ABC emergencial. Os casos 
de pneumotórax traumático têm prognóstico bom a excelente, quando não associado a 
outras alterações sistêmicas. O presente trabalho tem como objetivo demonstrar as 
principais alterações decorrentes do pneumotórax e suas opções de tratamento. 
 
 
Palavras chaves: pneumotórax, toracocentese, colapso pulmonar 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Pneumothorax is defined as the accumulation of free air between visceral and parietal 
pleura, which increases intrathoracic pressure, causes lung collapse and hypoxia. It is 
classified according to its etiology or pathophysiology. Pneumothorax diagnosis is 
based in the anamnesis and clinical signs, in addition to confirmation through 
thoracosentesis and radiographic imaging. The treatment depends on the etiology, 
volume and air flow in the pleural space, and the objective of the treatment is 
reexpansion of the lung to reestablish contact between the visceral and parietal pleura. 
The approach on the patient with thoracic trauma must obey the emergency ABC. 
Traumatic pneumothorax has good to excellent prognosis, when not associated to other 
systemic modification. This work’s goal is to point out the principal changes resulting 
from pneumothorax and its options of treatment. 
 
 
Palavras chaves: pneumothorax, thoracocentesis, lung collapse 
 
 
 
 
 
 
FIGURAS 
 
 
Quadro 1 - Classificação do pneumotórax.................................................................. 12 
Figura 1 - Radiografia de um cão com pneumotórax................................................. 18 
Figura 2 - Tubo torácico adaptado a partir de sonda uretral de PVC......................... 22 
Figura 3 – Implantação do dreno torácico.................................................................. 23 
Figura 4: (A) Pneumotórax; (B) Após toracocentese................................................. 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 11 
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................ 12 
2. 1CLASSIFICAÇÃO, ETILOGIA E FISIOPATOLOGIA............................... 12 
3. EPIDEMIOLOGIA.............................................................................................. 15 
4. SINAIS CLÍNICOS.............................................................................................. 16 
5. DIAGNÓSTICO................................................................................................... 17 
5.1 EXAME RADIOGRÁFICO................................................................................ 17 
5.2 TORACOCENTESE............................................................................................ 18 
5.3 EXAMES LABORATORIAIS............................................................................. 19 
6. TRATAMENTO................................................................................................... 20 
6.1 TORACOCENTESE............................................................................................ 21 
6.2 TUBO TORÁCICO.............................................................................................. 21 
6.3 TORACOTOMIA................................................................................................. 24 
6.4 TORACOSCOPIA................................................................................................ 24 
7. PROGNÓSTICO.................................................................................................. 25 
8. DISCUSSÃO.........................................................................................................26 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 29 
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 O pneumotórax é definido como o acúmulo de ar entre as pleuras parietal e 
visceral, levando ao aumento da pressão intratorácica, com colapso do tecido pulmonar 
ipsilateral, resultando em grave anormalidade da relação ventilação perfusão, redução 
da capacidade vital, do volume minuto e do retorno venoso, levando à hipóxia por 
aumento do shunt pulmonar (HORLOCKER, 2002). Sua classificação é feita de acordo 
com sua etiologia ou fisiopatologia (KRANEK; CAYWOOD, 1987). 
 Dependendo de sua gravidade, associada com o volume de ar e com a perda da 
pressão negativa intrapleural, pode levar a dificuldade respiratória, hipoxemia severa, 
diminuição do retorno venoso, alteração hemodinâmica e óbito (GOODNIGHT; 
BUTLER, 2009). 
 
 
 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
2.1 CLASSIFICAÇÃO, ETILOGIA E FISIOPATOLOGIA 
 
 
 O pneumotórax pode ser classificado em aberto e fechado (ARON; ROBERTS, 
1998), quando referente à fisiopatologia, ou em traumático, espontâneo e iatrogênico, 
quando referente à sua etiologia (RAISER, 1999). Sua classificação pode ser observada 
no quadro 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 1: Classificação do pneumotórax. 
Fonte: Adaptado de Ellison (2009) 
 
 Quando há entrada de ar no espaço pleural ocorre separação da pleura parietal 
e visceral, resultando em colapso pulmonar e expansão do tórax (ELLISON, 2009). 
 O pneumotórax aberto está relacionado a traumas penetrantes no tórax e 
corresponde ao acúmulo progressivo de ar no espaço pleural proveniente de uma 
comunicação com o ambiente externo, o qual gera pressão intrapleural positiva e 
influxo de ar entre as pleuras quando o animal inspira (FOSSUM et al., 2002). Os 
ferimentos torácicos grandes e abertos podem permitir a entrada significativa de ar no 
espaço pleural, colabando os pulmões e provocando redução acentuada na ventilação. O 
defeito permite rápido equilíbrio entre as pressões atmosféricas e intrapleural, 
Infecção 
Neoplasia 
Parasita 
Doença pulmonar 
obstrutiva crônica 
Cistos pulmonares 
Tromboembolismo 
Pneumotór
ax 
Espontâneo Traumático 
P
rimário 
Secundário 
Etiolog
ia desconhecida 
Lesão 
penetrante torácica 
Iatr
ogênico 
 
 
 
interferindo na função mecânica normal do fole torácico, que normalmente fornece o 
gradiente de pressão necessário a troca gasosa (FOSSUM, 2005). 
 Já o pneumotórax fechado é decorrente de trauma contuso, e o acúmulo de ar 
ocorre devido ao extravasamento a partir do parênquima pulmonar, da árvore brônquica, 
da traquéia ou do esôfago lesionado (ORTON, 1998), sendo o tipo mais frequente da 
doença (FOSSUM, 2005). É subdividido ainda em simples e de tensão. No 
pneumotórax simples ocorre acúmulo de ar não progressivo na cavidade pleural, 
decorrente de pequenas lacerações no parênquima e cápsula pulmonar (ARON e 
ROBERTS, 1998). 
 No pneumotórax de tensão, também denominado hipertensivo, observa-se 
acúmulo progressivo de ar em virtude de lesão extensa no pulmão, a qual cria válvula 
(flap de tecido do próprio parênquima pulmonar ou de fragmento de pele ou músculo) 
de direção única com fluxo de ar para o interior da cavidade pleural (RAISER, 1999). O 
flap criado permite a entrada de ar durante a inspiração, mas bloqueia sua saída durante 
a expiração, impedindo a formação da pressão negativa intratorácica, aumentando a 
pressão intrapleural e evitando a expansão pulmonar (GOODNIGHT; BUTLER, 2009). 
Constitui emergência médica na medida em que a elevação da pressão ocasiona a 
compressão dos vasos principais e diminuição do retorno venoso e do débito cardíaco, 
levando ao desenvolvimento de insuficiência respiratória progressiva, síncope e morte 
rápida (ANDRADE FILHO et al., 2006). 
 O pneumotórax traumático é a forma mais comum em cães (FOSSUM, 2002), 
onde cerca de 47% dos animais, que sofrem trauma torácico, apresentam pneumotórax 
(PIGATTO et al., 2008). É uma complicação comum do trauma e é frequentemente a 
causa mais provável de aumento do esforço respiratório. Os pacientes humanos 
descrevem uma sensação de respiração curta em que é necessário um maior esforço para 
respirar, um sintoma definido como dispnéia (RABELO; CROWE, 2005). Pode ocorrer 
ainda devido a forças externas, como ferimentos por armas de fogo ou mordeduras, 
secundário à lacerações ou decorrente de lesão iatrogênica (VASCONCELLOS, 2009). 
 No animal traumatizado, o pneumotórax ocorre quando a glote se mantém 
fechada, assim, as pressões do tórax e abdome tornam-se iguais, causando alteração do 
parênquima pulmonar, como pequenas lacerações, devido à atuação de força aguda 
(RAISER, 1999). Fraturas de costelas podem lesionar o parênquima pulmonar 
resultando em pneumotórax traumático fechado (MARITATO et al., 2009). 
 
 
 
 A forma iatrogênica pode ocorrer secundariamente ao traumatismo, decorrente 
de lesões causadas por toracocentese, deiscência da sutura de toracotomia, fenestração 
de disco intervertebral torácico, manipulação da parede torácica, hérnia diafragmática, 
excessiva inflação do cuff de um tubo endotraqueal ou ventilação mecânica assistida 
(MARITATO et al., 2009). 
 O pneumotórax espontâneo é definido como um pneumotórax fechado, onde a 
origem do escape de ar é do próprio parênquima pulmonar e ocorre na ausência de 
trauma. É classificado em primário, onde não há evidência de doença pulmonar pré-
existente; ou secundário, onde há anormalidade estrutural ou funcional pulmonar 
reconhecida (ELLISON, 2009). 
 O pneumotórax espontâneo primário em cães pode dever-se a ruptura de 
vesículas subpleurais; onde restante do tecido pulmonar pode parecer normal. O 
pneumotórax espontâneo secundário é mais comum em cães do que a forma primária, 
nestes animais as vesículas subpleurais são associadas a enfisema difuso ou outras 
lesões pulmonares. Demontrou-se que o volume deslocado devido à pressão expansiva 
dentro dos pulmões aumenta desproporcionalmente no ápice à medida que a altura da 
vesícula aumenta. 
 Devido à diminuição da pressão negativa intratorácica, ocorrerá colapso 
pulmonar, devido ao colabamento pulmonar, podendo causar perfusão anormal, 
hipoxemia arterial, o que pode resultar em disfunção miocárdica (MARITATO et al., 
2009). 
 Ainda segundo Pigatto et al (2008), a perda da pressão negativa intratorácica 
diminui o retorno venoso, causando diminuição do débito cardíaco e insuficiência 
respiratória progressiva. A hipóxia local causa vasoconstrição dos vasos pulmonares, 
que junto ao colabamento vascular, devido à atelectasia, pode causar hipertensão 
pulmonar e aumento do débito cardíaco direito (MARITATO et al., 2009). 
 
 
 
 
3 EPIDEMIOLOGIA 
 
 
 O pneumotórax espontâneo ocorre em animais sem doença prévia e sem 
histórico de trauma antecedente e pode ser primário ou secundário, neste último caso 
quando há uma doença subjacente, como abscessos pulmonares, neoplasias, infecções 
granulomatosas crônicas, parasitas pulmonares como Paragonimus ou pneumonia. 
Geralmente ocorre em cães grandes e de tórax profundo; contudo, também pode ocorrer 
em cães de pequeno porte. Cães de todas as idades podem desenvolver pneumotórax 
espontâneo; porém, a maioria dos animais acometidos, possui idade mediana. Machos e 
fêmeas são igualmente acometidos (FOSSUM, 2004). 
 O pneumotórax traumático é maiscomum em cães jovens, pois estes estão 
mais propensos a sofrer acidentes com veículos, atropelamento, bem como a receber 
outros traumatismos que podem resultar em lesão pulmonar. Por razões semelhantes, os 
machos podem ser mais comumente acometidos do que as fêmeas. Embora o 
pneumotórax traumático ocorra em gatos, este é menos comum quando comparado aos 
cães (MONNET, 2003). 
 A maior prevalência é de pneumotórax bilateral, pois o ar é facilmente 
difundido através do fino mediastino (MARITATO et al., 2009). 
 O pneumotórax espontâneo em seres humanos parece estar associado à pessoas 
fumantes, o que sugere que a doença pulmonar básica poderia ser o resultado da 
interferência na função normal da alfa1-antitripsina na eliminação da elastase. Acredita-
se que a alfa1-antitripsina seja inativada em pessoas que fumam, permitindo o aumento 
da destruição do parênquima pulmonar induzido pela elastase (FOSSUM, 2004). 
 
 
 
4 SINAIS CLÍNICOS 
 
 
 Quase todos os animais com diagnóstico de pneumotórax apresentam padrão 
respiratório restritivo compensatório, de característica rápida e superficial, porém a 
hipoventilação é mais significativa em pacientes apresentando grandes lesões com 
pneumotórax aberto (ROZANSKI; CHAN, 2005). 
 Se a hipoventilação causar hipoxemia, os animais podem estar cianóticos, e os 
ruídos cardíacos e pulmonares frequentemente estão abafados na região dorsal 
(FOSSUM, 2005). Fadiga da musculatura acessória, abertura exagerada de narinas, 
relutância para deitar, principalmente em decúbito lateral, uso da musculatura 
intercostal na inspiração, tórax em forma de barril e aumento da ressonância a percussão 
torácica são sinais comumente observados em pacientes acometidos por esta doença 
(RABELO; CROWE, 2005). 
 O paciente apresenta dispnéia, taquipnéia e ansiedade. Os sons respiratórios 
estão diminuídos e a ausculta cardíaca abafada (RAISER, 1999). Outras alterações 
podem ocorrer, como cianose, taquicardia, hipotensão ou hipertensão. Pacientes 
traumatizados podem apresentar ainda hemorragia cutânea, enfisema subcutâneo, corpo 
estranho penetrante, lesão com efeito de sucção, abertura na parede costal e fraturas de 
costelas (GOODNIGHT; BUTLER, 2009). 
 Segundo Silva et al (2009) os sinais clínicos no caso de pneumotórax 
hipertensivo são cianose, dispnéia, distensão jugular, agitação e taquicardia. 
 Ocasionalmente pode-se observar tosse crônica e febre. Recorrência da 
dispnéia em pacientes previamente tratados para pneumotórax sugere pneumotórax 
espontâneo (FOSSUM, 2006). 
 De acordo com Elisson (2009) na medida em que aumenta a quantidade de ar 
livre no espaço pleural, desenvolve-se hiperventilação. Ainda segundo o autor, o cão 
pode tolerar um pneumotórax maciço de até duas vezes e meia seu volume residual 
devido ao aumento da expansão torácica, no entanto, com a evolução do pneumotórax, 
estes mecanismos compensatórios falham, causando aumento de CO2 arterial e grave 
acidose, podendo levar ao óbito. Pacientes sem histórico de alteração pulmonar anterior 
ao trauma, podem tolerar pneumotórax com até 50% de colapso pulmonar. 
 
 
 
 
5 DIAGNÓSTICO 
 
 
 O diagnóstico do pneumotórax deve ser feito com base na anamnese e sinais 
clínicos, além de confirmação através de toracocentese e imagens radiográficas 
(VASCONCELLOS, 2009). Em seres humanos, o método diagnóstico mais sensível 
para o diagnóstico do pneumotórax é a tomografia computadorizada, onde é possível a 
detecção de volumes pequenos de ar no espaço pleural, alguns inaccessíveis à punção 
por agulha (COSTA, 2008). 
 
 
5.1 EXAME RADIOGRÁFICO 
 
 
 Quando o paciente traumatizado é encaminhado com dificuldade respiratória 
grave, testes diagnósticos como radiografias, podem ser impossíveis de serem obtidas, 
ou podem promover a descompensação do paciente estável (RABELO; CROWE, 
2005). As radiografias torácicas devem ser proteladas até a realização da toracocentese 
dos animais dispnéicos (FOSSUM, 2005) e devem ser realizadas somente se o animal 
não apresentar dificuldade respiratória. Quando o posicionamento promover 
desconforto respiratório (estresse de posicionamento) deve-se suspender imediatamente 
o procedimento (RABELO; CROWE, 2005). 
 O pneumotórax é facilmente diagnosticado através de exame radiográfico, 
onde poderá ser observado aumento da largura do espaço preenchido por ar na cavidade 
pleural (JOHNSON; WISNER, 2007). A projeção radiográfica torácica mais sensível é 
em decúbito lateral com um feixe horizontal. Em uma radiografia torácica em decúbito 
lateral, os pulmões colapsam afastando-se da parede torácica, e o coração geralmente 
parece estar elevado em relação ao esterno. Poderá ser observado aumento no espaço 
pleural, colabamento parcial dos pulmões e afastamento de suas bordas da parede costal 
(KRANEK; CAYWOOD, 1987), como demonstrado na figura 1. Os lobos pulmonares 
parcialmente colapsados ou atelectásicos parecem radiopacos quando comparados com 
o espaço pleural repleto de ar. Como os pulmões colapsam o padrão vascular não se 
estenderá a parede torácica e isso pode ser particularmente perceptível no tórax caudal 
em uma projeção ventro-dorsal (FOSSUM, 2005). 
 
 
 
 Segundo Thrall (2010) as alterações radiográficas resultantes do pneumotórax 
dependem do volume de ar no espaço pleural e da posição do paciente em relação ao 
feixe de raios X. Os achados radiográficos indicativos de pneumotórax são: retração da 
superfície pleural do pulmão, afastando-se da superfície pleural da parede torácica, 
formando espaço radiotransparente entre pulmão e parede torácica; limites pulmonares 
não se estendem por toda a parede torácica; maior radiopacidade pulmonar; e aparência 
de deslocamento dorsal do coração na projeção lateral. 
 De acordo com Fossum (2006) as imagens radiográficas devem também ser 
avaliadas quanto à presença de doença pulmonar subjacente ou evidência de trauma. 
Lima, et al (2008) relatam que, em traumas, pode ser observado também: fraturas de 
costelas, enfisema subcutâneo, pneumomediastino, contusões pulmonares e, 
ocasionalmente, ruptura de traquéia ou de brônquio principal. 
 
 
Fonte: PIGATTO et al (2008) 
 
 
5.2 TORACOCENTESE 
 
 
 As radiografias torácicas em geral identificam adequadamente a presença de ar 
pleural livre; contudo, se o diagnóstico for duvidoso, a toracocentese diagnóstica deve 
permitir a retirada do ar (RABELO; CROWE, 2005). Ramsey (2000) cita a 
toracocentese como teste diagnóstico de escolha e indica sua realização como medida 
terapêutica antes de outros testes diagnósticos em pacientes com significativa dispnéia. 
 
 
 
 
 
5.3 EXAMES LABORATORIAIS 
 
 
 A pressão venosa central (PVC), pressão de retorno do sangue ao lado direito 
do coração, é um importante parâmetro a ser aferido em numerosas situações clínicas, 
cirúrgicas e experimentais (AGUIAR, et al; 2004). Os valores normais da PVC em cães 
e gatos variam entre –2 e 10 cm H2O (RAISER, 2005). No caso de pneumotórax, efusão 
pleural e hérnia diafragmática, os valores da PVC encontram-se elevados em função da 
pressão intrapleural aumentada, a qual comprime as veias cavas impedindo o retorno 
venoso adequado (RAISER, 2005). 
 Em pacientes traumatizados pode ser encontrado aumento da creatinocinase 
(CK) e alanina aminotransferase (ALT), aumento da densidade urinária, hematúria e 
hemoglobinúria (GOODNIGHT; BUTLER, 2009). 
 Ramsey (2000) relata ainda que o paciente, na gasometria sanguínea, pode 
apresentar hipoxemia, hipocapnia ou hipercapnia, alcalose respiratória e acidose 
metabólica ou respiratória. 
 
 
 
 
6 TRATAMENTO 
 
 
 A escolha do tratamentodo pneumotórax depende de sua etiologia, volume e 
fluxo de ar dentro do espaço pleural (MONNET, 2003). Pacientes com instabilidade 
costal devem primeiro ser tratados quanto à condição cardiovascular e drenagem da 
cavidade torácica (RAISER, 1999). O tratamento tem como objetivos a re-expansão 
pulmonar para restabelecer o contato entre as pleuras parietal e visceral (ELLISON, 
2009). 
 A abordagem do paciente com trauma torácico deve obedecer a ordem do ABC 
emergencial (ar, boa respiração e circulação). O objetivo inicial é o controle e 
prevenção da hipóxia, hipercapnia e acidose, frequentemente vistas. (RABELO; 
CROWE, 2005), consistindo inicialmente em aliviar a dispnéia através de toracocentese 
ou tubo torácico, dependendo do grau de acometimento do paciente (FOSSUM, 2007). 
 Quando o médico veterinário suspeitar de pneumotórax em um animal com 
dificuldade respiratória, deve-se realizar a toracocentese de imediato, mesmo se a 
imagem radiográfica ainda não foi obtida. O procedimento deverá ser realizado com o 
paciente em uma posição o mais confortável possível. A contenção física firme deve ser 
evitada. Oxigênio suplementar pode ser fornecido com alta taxa de fluxo (10L/mim), 
via tubo, máscara, colar elizabetano, sonda nasal, cateter, óculos, câmara, intubação 
orotraqueal, punção cricotireoideana ou traqueostomia (RABELO; CROWE, 2005). 
 Quando se tratar de pneumotórax aberto, pode ser colocado uma bandagem 
quadrangular oclusiva estéril, fixada em apenas três pontos afim de fazer uma válvula 
unidirecional. No momento da expiração a bandagem tende a “grudar” sobre a ferida 
impedindo a entrada de ar, já na inspiração o ar intratorácico empurra a bandagem e é 
facilmente expelido para o exterior (RABELO; CROWE, 2005). 
 Nos casos de extravasamento contínuo de ar na cavidade torácica, o paciente 
deve ser reavaliado e indica-se a toracotomia para correção do problema (RABELO; 
CROWE, 2005). 
 Casos com colapso pulmonar superior a 25% são considerados pneumotórax 
moderado a grave e, frequentemente, necessitam de dreno torácico (PIGATTO et al, 
2008). 
 
 
 
 
 
6.1 TORACOCENTESE 
 
 
 Deve ser realizada bilateralmente no quinto espaço intercostal na junção do 
terço superior e médio. Sugere-se colocar uma gota de solução salina ou lidocaína 1 a 
2% no centro de uma agulha hipodérmica de calibre 18 depois que a agulha estiver 
inserida na pele, quando a agulha transpassar a pleura o fluido será sugado, indicando 
um simples pneumotórax ou pleura normal, ou move-se para o exterior indicando um 
pneumotórax hipertensivo. Deve-se certificar-se que a agulha realmente transpassou a 
pleura e evitar a movimentação do bisel da agulha para evitar pequenas lacerações e 
traumas na superfície pulmonar, que poderá causar extravasamento contínuo. A 
drenagem é realizada com auxílio de seringas de grande volume, agulhas, scalps ou 
cateteres e torneira de três vias (RABELO; CROWE, 2005). 
 A toracocentese deve ser realizada conforme necessidade para prevenir a 
dispnéia enquanto ocorre a cicatrização da lesão pulmonar, normalmente entre três e 
cinco dias (FOSSUM, 2006). 
 Quando a toracocentese falha, muito provavelmente o pneumotórax seja 
causado por um contínuo escape de ar dentro da cavidade pleural, e deve-se levar em 
consideração a colocação de um tubo torácico (BJORLING, 2008). 
 
 
6.2 TUBO TORÁCICO 
 
 
 Rabelo e Crowe (2005) indicam a colocação de dreno torácico (figura 2) 
quando ocorre produção maior que 10mL/kg de ar no espaço pleural em um período de 
12 horas. Ainda segundo Bjorling (2008) pode ser indicada a colocação de dois tubos 
torácicos, um em cada lado torácico, dependendo do volume de ar acumulado. 
 Se for realizada mais de duas a drenagem do ar, sem a presença de sangue, é 
indicada a instalação de um mini tubo torácico, pois permite repetidas aspirações com 
mais facilidade e segurança. O mini tubo torácico pode ser improvisado com um tubo de 
alimentação de PVC calibre 16 e com vários orifícios feitos lateralmente. Pode ser 
colocado com auxílio de uma agulha de calibre 14, que é inserida dentro do espaço 
pleural no quinto espaço intercostal, introduzido de 7 a 12 cm. A aspiração pode ser 
 
 
 
repetida a cada hora, dependendo da condição e resposta do paciente (RABELO; 
CROWE, 2005). 
 Em casos onde não houver melhora do paciente ou muito ar for aspirado, é 
indicada a colocação do tubo torácico. O tubo torácico deverá ter, aproximadamente, o 
mesmo diâmetro do brônquio principal do paciente. Deve ser feita tricotomia e assepsia 
rigorosa do local de inserção do tubo torácico. A incisão de pele é feita dois espaços 
intercostais caudais aos de entrada do tubo no tórax, formando assim um túnel 
subcutâneo, conforme ilustrada na figura 3. A aspiração deve ser realizada 
continuamente, até que se alcance a melhora clínica do paciente e manutenção da 
pressão intratorácica negativa (RABELO; CROWE, 2005). 
 De acordo com Smith e Byers (2009) o tubo torácico deve ser protegido com 
bandagem, que deve ser trocado diariamente. O paciente deve mudar de decúbito a cada 
duas a quatro horas e o tubo deverá ser retirado após 12 a 24 horas de restabelecida a 
pressão intratorácica negativa. Se o pneumotórax persistir por mais de 48 horas, deve-se 
considerar abordagem cirúrgica. 
 
 
Figura 2: Tubo torácico adaptado a partir de sonda uretral de PVC. 
Fonte: Arquivo pessoal (2011) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Implantação de dreno torácico. (A) Incisão de pele no 12º espaço intercostal; (B) 
tunelização no espaço subcutâneo; (C) colocação do tubo torácico; (D) fixação do tubo torácico. 
Fonte: RABELO e CROWE (2005) 
 
 
 
 
Figura 4: (A) Pneumotórax; (B) Após toracocentese. 
Fonte: RABELO e CROWE (2005) 
 
 
 
 
 
 
6.3 TORACOTOMIA 
 
 
 De acordo com Fossum (2007) a intervenção cirúrgica raramente é necessária 
em casos de pneumotórax traumáticos, porém ela pode ser necessária para reparar outro 
dano devido ao trauma. 
 Segundo Elisson (2009) a intervenção cirúrgica em casos de pneumotórax 
espontâneo consiste em toracotomia exploratória e parcial ou completa ressecção do 
tecido pulmonar lesionado. Ainda de acordo com Fossum (2006) a terapia não cirúrgica 
do pneumotórax espontâneo normalmente resulta em efeito insatisfatório. 
 
 
 
 Pleurodese mecânica dos pulmões pode reduzir a recorrência do pneumotórax 
em cães que são tratados cirurgicamente para pneumotórax espontâneo. O acesso 
intercostal permite realização de lobectomia quando a lesão pulmonar é facilmente 
detectada, como abscesso ou neoplasia, sendo restrita à um hemitórax. A esternotomia 
mediana permite visualização de todos os lobos pulmonares e ressecção parcial de 
qualquer um destes lobos (FOSSUM, 2006). 
 
 
6.4 TORACOSCOPIA 
 
 
 A toracoscopia, além de método diagnóstico, pode ser utilizada para a 
colocação do tubo torácico, por se tratar de um método seguro, eficaz e praticamente 
sem complicações (MARITATO et al., 2009). 
 
 
 
 
7 PROGNÓSTICO 
 
 
 Os casos de pneumotórax traumático têm prognóstico bom a excelente, quando 
não associado a outras alterações sistêmicas (MARITATO et al., 2009). 
 Há uma maior taxa de recorrência em cães tratados clinicamente em 
comparação àqueles tratados cirurgicamente. Ainda, conduta médica agressiva e uma 
rápida intervenção cirúrgica tem demonstrado os melhores resultados a longo termo em 
casos de pneumotórax espontâneo (ELLISON, 2009). 
 Casos que implicam negativamente quanto ao prognóstico são: persistência do 
pneumotórax apesar do tratamento, necessidade de colocação do tubo torácico e manejo 
dador, persistência de dificuldade respiratória e outros danos à parede torácica 
(GOODNIGHT; BUTLER, 2009). 
 
 
 
 
 
8 DISCUSSÃO 
 
 
 Aron e Roberts (1998) classificam o pneumotórax em aberto e fechado, já 
Raiser (1999) o classifica quando referente à fisiopatologia, ou em traumático, 
espontâneo e iatrogênico, quando referente à sua etiologia. 
 O pneumotórax aberto está relacionado a traumas penetrantes no tórax e 
corresponde ao acúmulo progressivo de ar no espaço pleural proveniente de uma 
comunicação com o ambiente externo (FOSSUM et al., 2002). Fossum (2005) ainda 
afirma que os ferimentos torácicos grandes e abertos podem permitir a entrada 
significativa de ar no espaço pleural, colabando os pulmões e provocando redução 
acentuada na ventilação. 
 Já o pneumotórax fechado é decorrente de trauma contuso, e o acúmulo de ar 
ocorre devido ao extravasamento a partir do parênquima pulmonar, da árvore brônquica, 
da traquéia ou do esôfago lesionado (ORTON, 1998). Aron e Roberts (1998) 
subdividem-no ainda em simples e de tensão. 
 Segundo Raiser (1999) no pneumotórax de tensão observa-se acúmulo 
progressivo de ar em virtude de lesão extensa no pulmão, a qual cria válvula de direção 
única com fluxo de ar para o interior da cavidade pleural. Goodnight e Butler (2009) 
confirmam que o flap criado permite a entrada de ar durante a inspiração, mas bloqueia 
sua saída durante a expiração, impedindo a formação da pressão negativa intratorácica, 
aumentando a pressão intrapleural e evitando a expansão pulmonar. 
 De acordo com Fossum (2002) o pneumotórax traumático é a forma mais 
comum em cães, dado confirmado também por Pigatto et al (2008), que diz que cerca de 
47% dos animais, que sofrem trauma torácico, apresentam pneumotórax. 
 Devido à diminuição da pressão negativa intratorácica, ocorrerá colapso 
pulmonar, podendo causar perfusão anormal e hipoxemia arterial, o que pode resultar 
em disfunção miocárdica (MARITATO et al., 2009). Também de acordo com Pigatto et 
al (2008), a perda da pressão negativa intratorácica diminui o retorno venoso, causando 
diminuição do débito cardíaco e insuficiência respiratória progressiva. 
 Os principais sinais clínicos apresentados serão dispnéia, taquipnéia e 
ansiedade (RAISER, 1999; RABELO; CROWE, 2005). Outras alterações ainda podem 
ocorrer, como cianose, taquicardia, hipotensão ou hipertensão (GOODNIGHT; 
BUTLER, 2009). De acordo com Fossum (2005) os animais acometidos por 
 
 
 
pneumotórax podem estar cianóticos, e os ruídos cardíacos e pulmonares 
frequentemente estão abafados na região dorsal, dado também observado por Raiser 
(1999). 
 O diagnóstico do pneumotórax em animais é feito com base na anamnese e 
sinais clínicos, além de toracocentese e imagens radiográficas (VASCONCELLOS, 
2009). Costa (2008) relata também que, em humanos, o método mais sensível para o 
diagnóstico do pneumotórax é a tomografia computadorizada. As radiografias torácicas 
devem ser proteladas até a realização da toracocentese dos animais dispnéicos 
(FOSSUM, 2005), conforme também sugere Rabelo e Crowe (2005). 
 Johnson e Wisner (2007), Vasconcellos (2009) e Thrall (2010) relatam como 
sinais radiográficos de pneumotórax o aumento da largura do espaço preenchido por ar 
na cavidade pleural, com colapso pulmonar, afastamento pulmonar da parede torácica, e 
o coração geralmente parece estar elevado em relação ao esterno. 
 Fossum (2006) e Lima et al (2008) relatam ainda a importância da avaliação 
radiográfica quanto a outras alterações, como fraturas de costelas e enfisema 
subcutâneo. 
 Aguiar et al (2004) relata a importância da mensuração da pressão venosa 
central (PVC), a qual Raiser (2005) relata haver aumento quando na presença do 
pneumotórax. 
 Ramsey (2000) e Rabelo e Crowe (2005) citam a toracocentese como teste 
diagnóstico, além de medida terapêutica do pneumotórax. 
 A escolha do tratamento depende da etiologia, volume e fluxo de ar dentro do 
espaço pleural (MONNET, 2003), tendo como objetivos a re-expansão pulmonar para 
restabelecer o contato entre as pleuras parietal e visceral (ELLISON, 2009). O paciente 
deve receber abordagem de acordo com o ABC emergencial conforme relatam Rabelo e 
Crowe (2005) e Fossum (2007). 
 A toracocentese deve ser realizada conforme necessidade para prevenir a 
dispnéia enquanto ocorre a cicatrização da lesão pulmonar, normalmente entre três e 
cinco dias (FOSSUM, 2006). Quando a toracocentese falha deve-se levar em 
consideração a colocação de um tubo torácico (BJORLING, 2008). 
 Rabelo e Crowe (2005) indicam a colocação de dreno torácico quando ocorre 
produção maior que 10mL/kg de ar no espaço pleural em um período de 12 horas. 
Ainda segundo Bjorling (2008) pode ser indicada a colocação de dois tubos torácicos, 
um em cada lado torácico, dependendo do volume de ar acumulado. 
 
 
 
 De acordo com Smith e Byers (2009) se o pneumotórax persistir por mais de 
48 horas, deve-se considerar abordagem cirúrgica. Fossum (2007) relata que a 
intervenção cirúrgica raramente é necessária em casos de pneumotórax traumáticos, 
porém ela pode ser necessária para reparar outro dano devido ao trauma. Segundo 
Elisson (2009) a intervenção cirúrgica consiste em toracotomia exploratória e parcial ou 
completa ressecção do tecido pulmonar lesionado 
 Casos de pneumotórax traumático têm prognóstico bom a excelente 
(MARITATO et al., 2009). Ainda, conduta médica agressiva e uma rápida intervenção 
cirúrgica tem demonstrado os melhores resultados a longo termo em casos de 
pneumotórax espontâneo (ELLISON, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
 O pneumotórax é bastante comum na clínica de pequenos animais, 
independente de sua etiologia, devendo ser prontamente corrigido, pois põe em risco a 
vida do paciente. Vários são os graus do pneumotórax, causando dificuldade 
respiratória, podendo levar à hipoxemia grave, alteração hemodinâmica e óbito. 
 Seu diagnóstico preferencial é a toracocentese, além de ser também uma 
medida de tratamento. Com a evolução positiva do quadro pode-se então realizar outros 
métodos diagnósticos, como exames laboratoriais e exames radiográficos. 
 O tratamento inicial é feito com toracocentese, podendo haver necessidade de 
colocação de tubo torácico e até toracotomia. É importante que o paciente tenha 
monitoração intensiva para detecção precoce de qualquer alteração no quadro e receba o 
tratamento adequado. 
 
 
 
 
 
 
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