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Responsabilidade Civil do Estado e Licitação

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Prévia do material em texto

Direito Administrativo 
Profa. Ana Cláudia Campos 
 
 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. 
Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
www.cursoenfase.com.br 1 
 
Sumário 
1. Responsabilidade Civil do Estado (continuação) ............................................ 2 
1.1 Excludentes ...................................................................................................... 9 
1.1.1 Culpa exclusiva da vítima .......................................................................... 9 
1.1.2 Força maior e caso fortuito .....................................................................10 
1.1.3 Culpa de terceiro .....................................................................................10 
1.2 Danos por omissão ........................................................................................11 
1.3 Súmulas..........................................................................................................13 
1.4 Questões ........................................................................................................13 
2. Licitação (Lei 8.666/93) .................................................................................15 
2.1 Conceito .........................................................................................................15 
2.2 Finalidades .....................................................................................................16 
2.3 Princípios .......................................................................................................18 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Administrativo 
Profa. Ana Cláudia Campos 
 
 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. 
Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
www.cursoenfase.com.br 2 
1. Responsabilidade Civil do Estado (continuação) 
A responsabilidade civil do Estado vai poder ser de dois tipos: eu tenho a 
responsabilidade objetiva do Estado e eu tenho também a responsabilidade do tipo subjetiva. 
Na responsabilidade subjetiva, o Estado atua por meio de seus agentes e esse agente, 
às vezes, acaba causando um dano a um particular. O particular prejudicado vai processar, 
mas ele não processa o agente, ele processa o próprio Estado e o Estado paga indenização a 
esse particular. 
Assim, o raciocínio é que, quando a responsabilidade é subjetiva, esse particular, para 
ter direito a uma indenização, tem que provar que esse agente praticou um ato, que esse ato 
acabou por lhe causar um dano e que entre ato e dano existe nexo causal. Ainda tem que 
existir a comprovação de que aquela conduta foi dolosa ou foi, ao menos, culposa (dolo/culpa 
– dolo: vontade; culpa: negligência, imprudência, imperícia.) 
Na responsabilidade subjetiva, então, eu tenho que provar quatro coisas: ato, dano, 
nexo causal, conduta dolosa/conduta culposa do poder público. Provando essas quatro coisas 
o particular vai ter direito a receber uma indenização por parte do Estado. 
Agora, quando a responsabilidade for do tipo objetiva teremos: o Estado, que atua por 
meio de seus agentes, e o agente atua e acaba atingindo um particular. O particular, para ter 
direito a uma indenização, aqui, não vai precisar comprovar quarto coisas. Ele só precisa 
provar que existe um ato, que esse ato lhe causou um dano e que entre ato e dano existe o 
nexo causal. 
Não vai precisar, na responsabilidade objetiva, existir a comprovação de conduta 
dolosa ou culposa. A responsabilidade objetiva prescinde, dispensa dolo/culpa. Basta o 
particular provar: ato, dano e nexo causal. 
Perceba que na responsabilidade subjetiva, além de comprovar que existiu uma 
conduta, que essa conduta causou um dano ao particular e que existe nexo causal, ou seja, 
que o dano foi fruto daquele ato, o particular ainda vai ter que provar que existiu dolo ou 
culpa por parte do poder público. 
Já na responsabilidade objetiva, independentemente de conduta dolosa ou culposa, o 
Estado vai responder se existiu um ato, um dano e um nexo causal. 
Qual dessas responsabilidades é adotada o Brasil? Se perguntar seco qual a 
responsabilidade civil do Estado, você vai dizer que é a responsabilidade do tipo objetiva. 
Porque a regra é essa: que a responsabilidade objetiva é quando o dano foi causado por uma 
ação do Estado. 
Quando o dano for causado por ação, eu uso a responsabilidade objetiva. 
Mas você sabe que eu posso causar um dano por ação ou por omissão. Então, se o 
dano foi causado por uma omissão, a responsabilidade vai ser do tipo subjetiva. 
Responsabilidade objetiva quando o dano for causado por ação. Responsabilidade 
Direito Administrativo 
Profa. Ana Cláudia Campos 
 
 
 
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subjetiva quando o dano for causado por omissão. 
Imagina que chegou um policial, deu um tiro que, em vez de acetar no bandido, acertou 
em um particular. Esse particular tem direito à indenização? Sim. Nesse caso foi uma ação do 
Estado. O que o particular terá que provar: que existiu um ato (o tiro), o dano (que acertou 
ele) e o nexo causal. Precisa o particular ficar perdendo tempo dizendo que o policial agiu de 
maneira culposa ou dolosa? Não, porque na responsabilidade objetiva prescinde de conduta 
dolosa ou culposa. 
Agora se, por exemplo, deu uma chuva e essa chuva alagou a casa da pessoa porque 
os bueiros estavam entupidos. O que a pessoa terá direito a receber? Uma indenização, se 
provar que existiu um ato omissivo do poder público doloso ou culposo em relação àquilo, ou 
seja, o poder público foi solicitado para desentupir os bueiros, desentupir o canal e nada fez. 
Nada fez por dolo ou nada fez por culpa. 
A omissão do Estado gerou o alagamento na minha casa. Eu posso vir a ter direito a 
receber uma indenização não por uma ação do Estado, mas por uma omissão. 
Resumo da responsabilidade objetiva e da responsabilidade subjetiva do poder 
público: 
 
 Se perguntar seco, diga que a responsabilidade do Estado vai ser do tipo objetiva 
porque, de regra, os danos são causados por ação. 
 Para poder fundamentar, teremos que analisar o texto da Constituição – artigo 37, §6º: 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a 
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou 
culpa. 
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
Direito Administrativo 
Profa. Ana Cláudia Campos 
 
 
 
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O artigo 37, §6º diz quem vai ser considerado Estado para fins da responsabilidade 
objetiva. Quem é considerado Estado? As pessoas de direito público e as pessoas de direito 
privado. Mas não é qualquer pessoa de direito privado: é pessoa de direito privado que preste 
serviços públicos. 
Quem são as pessoas de direito público? Entra todo mundo da administração direta, 
ou seja, União, Estados, Distrito Federal, Municípios, entram também as autarquias e as 
fundações públicas que adotarem o regime de direito público (lembre-se que fundação 
pública pode ser de direito público ou de direito privado). 
Todas essas pessoas são consideradas Estado para fins da responsabilidade objetiva. 
E quem são as pessoas de direito privado que podem vir a prestar serviços públicos? 
Algumas fundações públicas, algumas empresas públicas, algumas sociedades de economia 
mista, as concessionárias e as permissionárias de serviço público. 
Se disser na sua prova que todas as pessoas da administração direta e indireta 
respondem de maneira objetiva pelos danos que vieram a causar seus agentes a questão está 
errada. Porque não são todas as pessoas da administração indireta que respondem de 
maneira objetiva. Empresa pública e sociedade de economia mista podem tanto prestar 
serviço público quanto podem desempenhar atividade econômica. 
Perceba, se a empresa pública, por exemplo, presta serviço público, vai ser 
considerada Estado e a responsabilidade vai ser objetiva. Mas, se a empresa pública, se a 
sociedade de economia mista, desempenha atividade econômica, naquele momento ela não 
vai ser considerada Estado. Não sendo considerada Estado, a responsabilidade dela não segue 
o Direito Administrativo, segue o Direito Civil e a responsabilidade vai ser do tipo subjetiva. 
E quem são as permissionárias e as concessionárias de serviço público? Nós não vimos 
esses termos porque no último edital não caiu serviço público para agente/escrivão. 
Em uma linguagem simples, concessionária e permissionária nada mais é do que uma 
pessoa do setor privado que, mediante uma delegação do poder público passou a executar 
serviços públicos. Por exemplo: uma empresa de ônibus assinou um contrato com o poder 
público para prestar um serviço de transporte, ela virou uma concessionária do serviço 
público, ela virou uma permissionária do serviço público. Se ela causa um dano a alguém, ela 
vai responder de maneira objetiva pois vai ser considerada Estado. 
No final das contas, quem é Estado? Todas as pessoas de direito público e as pessoas 
de direito privado desde que sejam prestadoras de serviço público. 
Imagina uma concessionária de transporte que causou um dano. Quando o particular 
for processar, vai processar quem: o Estado ou a concessionária? A concessionária. Você 
sempre processa quem te causa o dano. Você vai processar diretamente quem te causa o 
dano. Se foi a concessionária, se foi a empresa de ônibus que veio a te causar um dano, ainda 
que tenha sido, por exemplo, o Estado de São Paulo, o Município de Recife, que tenha 
assinado contrato com elas, você não chama o Município, você não chama o Estado, você 
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chama diretamente quem te causou o dano. 
Assim, quando concessionária ou permissionária te causam um dano, você as processa 
de maneira direta. Nesse caso, a administração vai ter uma responsabilidade meramente 
subsidiária. 
 
 Exemplo: o Estado de Pernambuco assinou um contrato com a empresa X. A empresa 
X passou a executar o serviço de transporte e, com isso, ela virou concessionária do serviço 
público. Assinou um contrato, recebeu a possibilidade de executar um serviço. 
 Essa empresa de ônibus causou um dano a alguém. Você processa diretamente a 
concessionária. Você vai processar Estado de Pernambuco e concessionária? Não. Você 
processa só a concessionária: a responsabilidade dela é direta e é do tipo objetiva (já que ela 
é considerada Estado). Você tem que provar ato, dano, nexo causal, mas não precisa provar 
conduta dolosa e nem conduta culposa. 
 A empresa X não conseguiu te indenizar porque decretou falência. Em caso de 
impossibilidade dela arcar com aquela indenização você chama o Estado. Já que a 
concessionária decretou falência, você chama quem assinou o contrato com ela. 
 Perceba que a responsabilidade do Estado é uma responsabilidade subsidiária, ou seja, 
o Estado se encontra na reserva. 
 Cuidado que responsabilidade subsidiária vai ser diferente da responsabilidade 
solidária. A responsabilidade do Estado não é solidária (ela é subsidiária) porque, se a 
responsabilidade do Estado com a concessionária fosse solidária, desde o início você poderia 
processar os dois. 
 Se o Estado fosse responsável solidário, a partir do momento que ele assinou um 
contrato com a empresa X, qualquer coisa que a empresa X viesse a fazer que causasse danos 
a particular, o particular poderia processar a concessionária e o Estado. Mas não é isso que 
acontece. Aqui, a responsabilidade do Estado sendo subsidiária, o particular prejudicado 
processa só a concessionária, que foi quem lhe causou o dano. Se ela não tiver condições de 
arcar com o dano, por exemplo, decretou falência, eu chamo quem assinou o contrato que, 
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nesse caso, foi o Estado de Pernambuco (que é “reserva”, a responsabilidade dele é do tipo 
subsidiária). 
 Lembre-se que a responsabilidade do Estado é tanto em relação ao usuário do serviço 
público quanto em relação a não usuário. Tanto faz se eu estou dentro do ônibus ou se eu 
estava passando na rua. Se aquele dano foi causado eu posso processar e a responsabilidade 
da concessionária, já que ela é pessoa de direito privado que presta serviço público, vai ser do 
tipo objetiva. 
 
 A Constituição Federal ainda diz que o Estado vai responder pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Atente-se para o “nessa qualidade”. 
 Questão de prova já apareceu assim: basta a qualidade de agente público para gerar a 
responsabilidade do Estado. Basta uma pessoa ser agente público para o Estado vir a ser 
considerado responsável pelo dano que foi causado? Jamais. 
 Imagina que sou servidora e estou assistindo à aula. No meio da aula, do nada, eu brigo 
com uma menina e dou um soco nela. O Estado é responsável por isso? Claro que não. Apesar 
de seu ser servidora, eu não estava agindo na qualidade de servidora naquele momento. 
 “Nessa qualidade” é: não basta você ser agente público, você tem que estar atuando 
em nome do Estado (Estado em sentindo amplo). 
 Ainda que eu não esteja em horário de expediente, mas eu causei um dano a uma 
pessoa agindo como agente público. Por exemplo: sou policial, ainda estou fardada, com a 
arma da corporação. Vi algum ato irregular e agi como policial. Teoria da aparência. Para quem 
está olhando para mim eu ainda sou policial. O Estado responde por eventuais danos porque, 
em uma situação como essa daí o Estado foi representado por meio do seu agente. 
 Cuidado, então, com o “nessaqualidade”. Não basta ser só servidor, eu tenho que 
estar agindo na qualidade de agente público, independentemente de eu estar na qualidade 
de serviço ou não. Tem que existir a teoria da aparência. 
 E, no caso, o Estado arca com o dano que o agente causou. Mas o Estado fica, 
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necessariamente, com o prejuízo? Não. O Estado não fica necessariamente no prejuízo porque 
vai ser assegurado o direito de regresso contra o responsável. 
 Quem é o responsável? É o agente que causou o dano. 
 Por exemplo: tenho um particular. Se esse particular sofrer um prejuízo, ele não 
processa o agente público, ele processa diretamente o Estado. Quando o particular processa 
o Estado, ele quer dinheiro. Essa ação do particular contra o Estado será chamada de ação de 
indenização. 
 Nesse caso, o particular terá que comprovar que existiu o ato, que ele sofreu um dano 
e que entre o ato e dano existe um nexo causal. Precisa ele provar conduta dolosa ou culposa 
do poder público? Não, porque a responsabilidade civil do Estado é uma responsabilidade do 
tipo objetiva. 
 Quando o Estado pagar o particular, para o particular o problema está resolvido: ele 
queria indenização e foi indenizado. Mas agora o problema existe para o Estado, que quer ser 
ressarcido daquele dinheiro que gastou. 
 Como o Estado poderá ser ressarcido? Ingressando com ação contra o seu agente. 
Nessa ação contra o agente o Estado quer o dinheiro de volta, quer recuperar o dinheiro que 
ele gastou. Por isso, essa ação do Estado contra o agente será chamada de ação regressiva. 
 Atenção: só existe ação regressiva se o Estado for condenado na ação de indenização. 
Se o Estado não foi condenado na ação de indenização, ele não gastou dinheiro. Se ele não 
gastou dinheiro, ele não tem nada para pegar de volta. 
 Então, na ação regressiva, o Estado quer ser ressarcido de um dinheiro que ele gastou. 
Se ele foi condenado é porque já está provado que teve ato, que teve dano, que teve nexo 
causal. 
 É automático o Estado ter o direito de receber esse dinheiro de volta? Não. Nessa ação 
regressiva o Estado vai ter que comprovar que o seu agente atuou com dolo ou, pelo menos, 
com culpa, porque a responsabilidade do agente é uma responsabilidade do tipo subjetiva. A 
responsabilidade do agente é do tipo subjetiva; a responsabilidade do Estado vai ser do tipo 
objetiva. 
 Imagina que eu sou policial e, por imprudência, dei um tiro na pessoa errada, causei 
um dano a um particular. O particular vai processar o Estado (sou policial federal – vai 
processar a União). A União indeniza o particular porque teve o ato (o tiro), o dano e o nexo 
causal. O particular não precisa provar que o tiro ocorreu por dolo ou por culpa. Ele vai receber 
indenização independente de conduta dolosa ou culposa. 
 Depois que o Estado pagar a indenização ao particular, o Estado vai entrar com ação 
regressiva contra mim, policial, e eu terei que ressarcir o Estado porque eu agi com 
imprudência, ou seja, eu tive culpa. Eu farei o ressarcimento ao erário. 
 Agora uma outra situação: sou servidora, estou a serviço da Administração, dirigindo 
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Profa. Ana Cláudia Campos 
 
 
 
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um carro da Administração. Por um defeito de fábrica, faltou freio. Eu tentei fazer tudo que 
eu pude, mas, ainda assim, atropelei uma pessoa. 
 A pessoa atropelada tem direito a receber indenização do Estado? Sim. Porque teve 
ato, teve dano e teve nexo causal. Mas se o Estado tentar entrar com ação regressiva contra 
mim, eu tive culpa? Não. Eu tive dolo? Não. Então eu não sou obrigada a fazer o ressarcimento 
ao erário. 
 O Estado, independentemente de dolo ou de culpa, indeniza o particular. Já o agente 
público só vai fazer o ressarcimento se a conduta dele naquela ação foi dolosa ou, pelo menos, 
culposa. 
 Em relação aos prazos, perceba: o particular não vai ter a vida toda para poder 
processar o Estado, ele vai ter um prazo para processar. Qual será esse prazo? No caso da ação 
de indenização, o prazo é de 5 anos. Até aqui tudo bem. 
 A novidade vem agora, com a mudança do posicionamento do STF e 2016: 
antigamente, a ação regressiva era imprescritível, em razão de um artigo da Constituição 
Federal que diz que a ação de ressarcimento ao erário vai ser imprescritível. Mas, o STF, em 
2016, decidiu que não é toda ação de ressarcimento ao erário que vai ser imprescritível: o que 
é imprescritível são as ações de ressarcimento ao erário decorrentes de atos de improbidade 
administrativa. Quando é ilícito civil (que é o caso), tem que existir um prazo de prescrição. 
 Assim, a ação regressiva vai ser prescritível. Em qual prazo ela prescreve? Nessa 
decisão do ano passado o STF não mencionou qual seria o prazo. Existe uma decisão bem 
antiga do STF que fala em 3 anos e existe uma decisão mais nova do STJ que fala em 5 anos. 
 Então essa ação regressiva, na visão do STF, é prescritível. Para o STF, prescreveria em 
3 anos essa ação regressiva. O Estado foi condenado e teria 3 anos para poder interpor a ação 
regressiva contra o seu agente. Já no STJ ele diz que é prescritível, mas que teria o prazo de 5 
anos. 
 E na minha prova, o que eu respondo? Vai depender do que a banca pedir. Já 
aconteceu da banca pedir entendimento do STF e já aconteceu da banca pedir o entendimento 
do STJ. Se pedir segundo o STF: 3 anos; se pedir segundo o STJ: 5 anos. 
 Observe o quadro com a diferenciação e o caminho histórico da ação de 
responsabilidade civil do particular contra o Estado e depois do Estado contra o seu agente. 
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Profa. Ana Cláudia Campos 
 
 
 
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1.1 Excludentes 
Não é sempre que o particular processa o Estado que o Estado vai ser obrigado a 
indenizar o particular. Isso porque o Estado tem direito de defesa. 
 Às vezes o particular processa o Estado, mas o Estado consegue alegar alguma 
excludente. Excludente de que? Excludente da responsabilidade do Estado. 
Se o Estado excluir a sua responsabilidade, ele será ou não obrigado a indenizar o 
particular? Não é obrigado, porque se o Estado conseguir excluir a sua responsabilidade, ele 
não será obrigado a indenizar. 
Em quais situações vai existir essa excludente? 
 
1.1.1 Culpa exclusiva da vítima 
Aqui foi a própria vítima que veio a se colocar naquela situação. 
Um exemplo que o STJ já disse se tratar de culpa exclusiva da vítima: todo mundo 
esperando o metrô e, quando o metrô vem chegando, a pessoa se joga e comete suicídio. A 
família da pessoa que morreu tem direito a processar a concessionária e receber uma 
indenização? Não, porque foi culpa exclusiva da vítima. É um fato imprevisível, incontrolável, 
simplesmente aconteceu. Então, a culpa exclusiva davítima excluiu a responsabilidade do 
Estado. 
 Cuidado: culpa exclusiva da vítima é diferente da culpa concorrente. A culpa 
concorrente não exclui a responsabilidade do Estado. Quando a culpa é concorrente ela só 
atenua a responsabilidade do Estado. 
Exemplo: em um cruzamento de ruas, os semáforos estavam piscando em alerta. Os 
motoristas tinham que ter parado, olhado e, se desse, seguido. O carro da Administração veio 
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de um lado e o carro do particular de outro. Ninguém parou. Os dois seguiram e colidiram. O 
Estado teve culpa? Sim. O particular teve culpa? Sim. Foi culpa dos dois. É culpa do tipo 
concorrente. 
A culpa concorrente não exclui a responsabilidade do Estado, ela só atenua, diminui, 
ou seja, o Estado paga a indenização, mas paga um valor menor. 
O que exclui por completo a responsabilidade do Estado é a culpa exclusiva e não a 
culpa concorrente. 
 
1.1.2 Força maior e caso fortuito 
Na sua prova, se cair força maior, o exemplo será eventos da natureza. 
A pessoa estava andando na rua e foi atingida por um raio e morreu. Tem como 
processar o Estado por essa morte? Não. 
Eventos da natureza, incontroláveis, imprevisíveis, vão excluir a responsabilidade do 
Estado. Um terremoto, um tsunami, um raio, tudo isso exclui a responsabilidade do Estado. E 
chuva? Falaremos depois. 
Como excludentes, temos que pensar em evento incontrolável. Não dava para 
controlar, não tinha o que fazer. O Estado, ainda que tivesse feito alguma coisa, não 
conseguiria evitar. 
 
1.1.3 Culpa de terceiro 
Se a culpa foi de terceiro, não é culpa do agente público. Não sendo culpa do agente 
público ele não pode ser responsabilizado por aquele ato. 
Exemplo: uma pessoa empurrou a outra no metrô. A família da pessoa que foi 
empurrada no metrô vai processar a concessionária ou quem empurrou? Quem empurrou. Se 
a culpa é do terceiro, então processe o terceiro. 
Essas são as três excludentes da irresponsabilidade do Estado: culpa exclusiva da 
vítima, caso fortuito e força maior e culpa de terceiro. 
Observe: quando eu falo em responsabilidade objetiva do Estado, essa 
responsabilidade pode ser que venha usar a teoria do risco administrativo ou pode ser que ela 
venha usar a teoria do risco integral. 
A regra é que se use a teoria do risco administrativo. E o que é essa teoria? Quer dizer 
que o Estado pode alegar excludentes de responsabilidade. Quais excludentes? Culpa 
exclusiva da vítima, caso fortuito e força maior e culpa de terceiro. 
Então a regra é: quando alguém processa o Estado, o Estado, na sua defesa, pode 
alegar algum excludente de responsabilidade. Um particular processou o Estado e este se 
defendeu alegando que foi culpa exclusiva da própria vítima. Um outro particular processa o 
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Estado e este alega que foi um caso fortuito ou força maior, que foi um raio que caiu na cabeça 
da pessoa. 
Já a teoria do risco integral, se é risco integral, o Estado, aconteça o que acontecer, 
será obrigado a indenizar porque nessa teoria o Estado não pode alegar excludente. Sendo 
assim, ele sempre, independentemente do que aconteça, vai ser obrigado a indenizar. Quais 
são as situações? Três: dano nuclear, atentado terrorista em aeronave e dano ambiental. 
 
Imagina que um terrorista explodiu um avião. A explosão foi culpa de terceiro. Mas, 
mesmo sendo culpa de terceiro, a Administração pode alegar essa excludente para se livrar 
do dever de indenizar? Não, porque se existe um atentado terrorista em aeronave, o risco é 
integral. Sendo o risco integral, aconteça o que acontecer, o Estado sempre será obrigado a 
indenizar. O Estado não se livra do dever de indenizar. 
Dano nuclear: por exemplo, imagine que quando tinha usina nucelar no Brasil deu 
tsunami, um terremoto (igual aconteceu no Japão) e começou a vazar radiação. A 
Administração tem que reparar os danos? Tem, porque nessas situações, aconteça o que 
acontecer, o Estado é obrigado a reparar o dano que foi causado. 
Dano ambiental: por exemplo, o desastre ambiental que aconteceu em Mariana. 
Aquele dano ambiental tem que ser reparado, aconteça o que acontecer. Tem que ser 
reparado também as populações que viviam ribeirinhas naquela área. 
Dessa forma, nessas três situações, pouco importa se foi culpa exclusiva da vítima, se 
foi culpa de terceiros, se foi caso fortuito e força maior. Aconteça o que acontecer, nessas três 
situações o Estado sempre será obrigado a indenizar. 
Contudo, perceba que isso é exceção pois, como regra, quando o Estado causa um 
dano, ele pode alegar excludente de responsabilidade. 
 
1.2 Danos por omissão 
Nos últimos concursos da Polícia Federal nem caiu isso, mas o entendimento novo é: 
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existe omissão genérica e existe omissão específica. Estamos apostando que vai aparecer na 
sua prova. 
Um dano pode ser causado por omissão. E quando é que a omissão é relevante? 
Quando o Estado tinha o dever e o poder de agir mas não agiu. 
Perceba que, nesse caso, não existiu um ato comissivo, ou seja, por ação do poder 
público. Foi um ato omissivo do poder público e esse ato omissivo pode ter causado um dano. 
Se o dano tem a ver com a omissão do Estado existe um nexo causal. 
A regra é que o particular prejudicado tem que provar que essa omissão do Estado foi 
omissão dolosa ou, ao menos, culposa. 
Se o particular prejudicado pela omissão do Estado tem que provar ato omissivo, dano, 
nexo causal e omissão dolosa ou culposa, a responsabilidade do Estado por omissão é uma 
responsabilidade do tipo subjetiva. É assim que você responde seco na sua prova. 
Perceba: todo ano se sabe que vai chover em um determinado período – junho, julho, 
vai chover. Algumas pessoas têm casa em área de encosta, que é perigoso. O que o poder 
público tinha que fazer? Pelo menos colocar uma lona protegendo aquele morro das chuvas. 
A lona foi solicitada, os moradores pediram para colocar uma proteção porque está chegando 
a época de chuva e o poder público nada fez. Deu a chuva, deslizou o morro e destruiu várias 
casas. 
Os particulares têm direito de receber uma indenização do Estado? Sim. Pela ação ou 
pela omissão do Estado? Pela omissão. A omissão do Estado causou um dano e esse dano foi 
fruto da omissão pois o Estado poderia ter evitado (existe nexo causal). 
Como o particular solicitou aquela proteção para barreira e nada foi feito, no mínimo, 
teve culpa do Estado na forma de negligência. Provando isso, o Estado vai responder de 
maneira subjetiva. 
Cuidado com uma coisa: hoje se fala muito na diferença entre uma omissão genérica 
e a omissão específica.Na omissão genérica você simplesmente vai dizer que o Estado tem responsabilidade 
subjetiva. Omissão genérica vai ser a regra. Já na omissão específica o Estado responde de 
maneira objetiva porque, nesse caso, o Estado era garantidor, existia uma relação de custódia. 
O que é custodiar? Custodiar é cuidar. 
Imagina a seguinte situação: o Estado não limpou um canal, não limpou um bueiro, 
que entupiu e alagou várias casas. O Estado, de maneira genérica, deveria ter feito isso. A 
responsabilidade do Estado é do tipo subjetiva. 
Outro exemplo: a Administração tem um presídio, com presos. O Estado é garantidor 
da vida e da integridade física daqueles presos. Um preso resolveu matar o outro e o agente 
penitenciário não fez nada, foi omisso. 
O Estado responde? Sim. A família do morto vai ter que provar o que? Que existiu um 
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Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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ato, um dano e um nexo causal. Precisa provar que a omissão do agente foi dolosa ou culposa? 
Não, porque se eu era garantidora eu tinha o dever de agir. A partir do momento que eu não 
agi eu sou culpada. 
No caso de o Estado ser um garantidor (presídio, escola pública, manicômio judiciário), 
quando acontece algo de errado, o prejudicado basta provar ato, dano e nexo causal. Não 
precisa perder tempo provando dolo e culpa do poder público, porque, a partir do momento 
que o poder público foi omisso ele já é culpado porque ele era garantidor. 
Caiu uma questão da FCC: um interno no manicômio judiciário. A pessoa (servidor) que 
tinha que fiscalizá-lo saiu para ver um jogo de futebol. Nisso, essa pessoa pulou da janela e 
morreu. O Estado responde? Sim, pois naquele momento ele era garantidor da vida e 
integridade física daquela pessoa. Existia uma relação de custódia e, nesse caso, a 
responsabilidade do Estado é do tipo objetiva. 
Lembre-se disso para efeito da sua prova: 
➢ No caso de dano por omissão, diga que a responsabilidade é do tipo subjetiva. 
➢ Se a questão falar em Estado garantidor, presídio, escola pública, manicômio 
judiciário, onde exista relação de custódia, a omissão do Estado vai gerar 
responsabilidade do tipo objetiva. 
 
 
1.3 Súmulas 
As súmulas do STF e STJ relacionadas ao assunto estão em seu material complementar, 
na área do aluno. 
 
1.4 Questões 
1) (CESPE/PERITO-PF/2004) Durante a condução de um criminoso em uma viatura 
policial, ocorreu uma colisão automobilística que causou lesões corporais a todos 
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os ocupantes da viatura. Nessa situação hipotética, para ter direito a receber do 
Estado indenização por danos materiais decorrentes do acidente, o criminoso não 
precisa comprovar que a colisão foi causada culposamente pelo agente público que 
dirigia a viatura. 
( X ) certo ( ) errado 
 
Se teve colisão, foi omissão ou ação? Ação. Se é uma ação, o Estado tem 
responsabilidade do tipo objetiva. Sendo a responsabilidade do tipo objetiva, eu preciso 
comprovar que a conduta foi culposa? Não. Questão correta! 
Perceba que o examinador falou mil coisas para dizer algo simples: que quando a 
Administração causa algum dano por ação não se precisa provar culpa porque ela já está 
provada. 
 
2) (CESPE/DELEGADO-PF/2004) A responsabilidade civil do Estado por conduta 
omissiva não exige caracterização da culpa estatal pelo não cumprimento de dever 
legal, uma vez que a Constituição brasileira adota para a matéria a teoria da 
responsabilidade civil objetiva. 
( ) certo ( X ) errado 
 
 É uma conduta omissiva. Se é uma conduta omissiva, eu adotei a responsabilidade do 
tipo objetiva? Ele falou em garantidor? Não. Ele falou em relação de custódia? Não. Então não 
é uma responsabilidade do tipo objetiva. A responsabilidade por danos causados por omissão 
é responsabilidade do tipo subjetiva. 
 Se ele quisesse omissão do tipo objetiva, estaria falando em relação de custódia e não 
foi o que falou a questão. Questão errada. 
 
3) (CESPE/ANVISA/2016) Um ato, ainda que lícito, praticado por agente público e que 
gere ônus exorbitante a um cidadão pode resultar em responsabilidade civil do 
Estado. 
( X ) certo ( ) errado 
 
É um tipo de questão bem recorrente. 
A responsabilidade civil do Estado acontece tanto pela prática de ato ilícito quanto pela 
prática de um ato ilícito. O fundamento da responsabilidade do Estado por ato ilícito é que o 
Estado feriu o princípio da legalidade, já o fundamento da responsabilidade por ato lícito é 
porque o Estado feriu o princípio da isonomia. 
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Lembre-se que ato ilícito não necessariamente é crime. 
Um motorista de um carro da Administração acelerou demais, avançou o sinal, foi 
negligente, foi imprudente e bateu no carro da frente. Não existe crime de dano culposo, mas, 
o que ele fez foi um ato ilícito. Avançou o sinal vermelho e bateu no carro – ele feriu o princípio 
da legalidade. 
Um ato lícito que pode gerar o dever de indenizar: a Administração foi fazer uma obra 
em uma rua que eu tenho um mercado. Durante todo o tempo da obra eu tive que fechar meu 
mercado porque ninguém conseguia chegar nele. Eu parei por mais de um mês o 
funcionamento do meu mercado. O Estado vai ter que me indenizar porque está existindo 
uma ofensa ao princípio da isonomia. A obra atrapalha a vida de todos, mas, para o dono do 
mercadinho, atrapalhou muito mais. 
Ainda que a obra seja lícita, gera sim o dever do Estado indenizar. Questão correta, 
pois, se gera um ônus exorbitante, está ferindo o princípio da isonomia. 
Com isso, encerramos os principais tópicos sobre responsabilidade civil do Estado. 
 
2. Licitação (Lei 8.666/93) 
O último edital não pediu tudo de licitação, pediu pontos específicos como princípios, 
dispensa, inexigibilidade, modalidades. Em relação a isso que falaremos. 
 
2.1 Conceito 
Qual seria o conceito, para que a licitação é feita? Vamos focar na lei 8.666/93 porque 
também não foi pedida a lei do pregão. 
A licitação é um procedimento administrativo, ou seja, exercício da função 
administrativa. Não é função judicial (eu não estou julgando), não é função legislativa (porque 
eu não estou criando normas), é um procedimento administrativo. 
Que existe em qual dos três poderes? Nos três poderes. Os três poderes licitam na 
função administrativa. 
➢ “É o procedimento administrativo mediante o qual a administração pública 
seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato do seu interesse”. (Hely 
Lopes) 
Esse procedimento administrativo serve para garantir o princípio da impessoalidade, 
para garantir o princípio da moralidade, para que a Administração assine um futuro contrato. 
Entãolicitação é um procedimento instrumental. A Administração usa aquela licitação 
como um instrumento para que garanta a impessoalidade e moralidade na assinatura do 
futuro contrato. Se não existisse a licitação, se a Administração pudesse contratar com quem 
ela quer de maneira livre, ela sairia contratando apenas com os “amigos” dela. 
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Com essa licitação eu tenho um instrumento para poder selecionar a melhor proposta 
para assinar o meu contrato. 
 
2.2 Finalidades 
Quais são as finalidades da licitação? O que a licitação busca garantir? 
Primeiramente a licitação busca garantir a isonomia, que é a igualdade de 
oportunidade. Busca selecionar a proposta mais vantajosa e garantir o desenvolvimento 
nacional sustentável. 
A Administração quando, por exemplo, quer assinar um contrato, tem que fazer uma 
licitação. Essa licitação vai ser um procedimento administrativo e instrumental. Por que 
instrumental? Porque a licitação serve de instrumento para que eu assine um futuro contrato. 
Com a licitação aberta, o que vai acontecer? Os interessados vão se inscrever para 
poder participar. A Administração abre oportunidade para as pessoas se inscreverem para 
participar da licitação. Assim, primeiramente a licitação quer garantir a isonomia, a igualdade 
de oportunidade. 
Se não houvesse licitação, todas as pessoas teriam as mesmas chances de assinar o 
contrato? Claro que não. Todo mundo que é “importante” passaria na frente do resto. Com a 
licitação eu dou a chance de qualquer pessoa vir a tentar a assinar um futuro contrato com a 
Administração. Essa é a primeira finalidade. 
A segunda finalidade da licitação: todo mundo que se inscreveu vai dar uma proposta. 
A Administração analisa cada proposta e faz a seleção da proposta mais vantajosa. Proposta 
mais vantajosa para que? Para a futura assinatura de um contrato. 
Cuidado: a proposta mais vantajosa, necessariamente, é a mais barata? Não, porque 
isso vai depender do tipo de licitação adotado. 
Em uma linguagem simples, tipo de licitação é o tipo de escolha que a Administração 
vai fazer para selecionar a proposta mais vantajosa. Quais são os tipos de licitação? São 
quatro: menor preço, melhor técnica, técnica e preço e maior lance ou maior oferta. 
Tipo é tipo de escolha. Ou a Administração escolhe o mais barato, ou escolhe o melhor, 
ou escolhe o custo/benefício, ou ela escolhe o que pagar mais. Maior lance ou oferta é, 
necessariamente, para quando a Administração desejar alienar seus bens: ela vai vender para 
quem pagar mais – aí eu uso maior lance ou maior oferta. 
Quando ela quer adquirir algo, uma obra, um serviço, ela quer comprar: ou ela compra 
o mais barato, ou o melhor, ou o custo/benefício. 
Ela só usa melhor técnica e técnica e preço quando envolver uma atividade de natureza 
intelectual. 
Por exemplo, a Administração quer comprar material de limpeza. Com certeza vai 
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comprar pelo menor preço. Quer vender carros usados: vai usar o maior lance. Quer construir 
uma nova ponte: ou usa melhor técnica ou técnica e preço. 
Cuidado que a lei expressa que é vedada a utilização de outro tipo ou a combinação 
dos já existentes, ou seja, quando a Administração vai licitar, ela só pode usar um desses 
quatro tipos para poder escolher a proposta mais vantajosa. Não pode o administrador, 
simplesmente, escolher pelo jeito que ele desejar, pelo jeito que ele quiser. 
Resumindo até agora: licitação é um procedimento administrativo e instrumental. A 
primeira finalidade é garantir a isonomia, a igualdade de oportunidades. A segunda finalidade 
é selecionar a proposta mais vantajosa e lembre-se que o mais vantajoso depende do tipo de 
licitação que está sendo adotada. 
A terceira finalidade da licitação é garantir o desenvolvimento nacional sustentável. O 
que é isso? 
Para a Administração, para o país, é melhor contratos assinados e celebrados com 
empresas de fora ou de dentro do país? De dentro. Então, a partir do momento em que eu 
tenho licitação, eu faço uma proteção ao produto nacional (porque eu dou a chance das 
empresas que aqui estão produzindo participarem) e esse “sustentável” também pode ser 
relacionado ao meio ambiente. 
Assim, desenvolvimento nacional sustentável seria tanto da proteção a um produto 
produzido aqui porque, se não existisse licitação, poderia chegar um administrador meio louco 
que só desejasse assinar contrato com empresas de fora (daqueles brasileiros que tem mania 
de achar que tudo que é de fora é melhor). Então eu protejo o produto nacional: brasileiro, 
você pode participar. 
Uma segunda situação é ainda proteger o meio ambiente, porque eu quero que o país 
se desenvolva de maneira sustentável. 
Observe o quadro resumo do conceito, finalidades da licitação e tipos de licitação. 
 
 
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2.3 Princípios 
Um outro ponto que foi pedido no edital de maneira expressa em relação à licitação 
foi a parte de princípios que se encontram na lei 8.666/93. 
Quando você pega a lei geral da licitação você tem esses princípios: legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade, igualdade, probidade, vinculação ao instrumento 
convocatório, julgamento objetivo, adjudicação compulsória. 
Todos eles são expressos na lei 8.666/93. Perceba que parte deles nós já estudamos: 
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. 
Quando você olhou os princípios já pensou logo na Constituição Federal, porém, há um 
princípio da Constituição que não está aqui: eficiência. Por que? Porque o princípio da 
eficiência só foi incluso com a Emenda Constitucional 19/98 e a lei geral de licitação é de 1993. 
É por isso que o princípio da eficiência não aparece aqui, porque nessa época ele não 
estava nem positivado no texto constitucional. Aqui na lei geral da licitação ele é meramente 
um princípio implícito. 
Também não preciso explicar os princípios de igualdade e probidade. Igualdade você 
já pode incluir na própria impessoalidade. Se eu estou agindo com igualdade, eu estou agindo 
com impessoalidade. E probidade é ética e, se é ética, é moralidade. 
Até aqui não tem nenhuma novidade. A novidade vem nos três últimos princípios: da 
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e da adjudicação 
compulsória. Veremos na próxima aula.

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