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DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL 
 
Conceitos Básicos 
 
Como ponto de partida para esta jornada 
de estudos em formação ambiental, é 
necessário estabelecer o cenário onde 
estarão estruturados os conhecimentos 
oferecidos ao longo do curso. Assim, 
nesta disciplina de introdução serão 
abordados conceitos e marcos de 
referência internacional e nacional. 
- históricos e ambientais 
- como apoio ao desenvolvimento de 
nossas atividades nos próximos meses 
de estudo. 
 
O primeiro conceito que trazemos à 
reflexão é Ambiente ou Meio Ambiente. 
 
Um pouco de história... 
Uma discussão recorrente a respeito do 
termo meio ambiente é a suposta 
redundância que existe entre ambos os 
termos: a palavra meio significa o 
mesmo que ambiente. 
 
O motivo desta reiteração obedece a 
razões históricas, já que, durante a 
Conferência das Nações Unidas sobre o 
Meio Ambiente Humano (Estocolmo, 
1972), a imprecisão semântica das 
traduções do inglês acabou por gerar o 
termo meio ambiente como de uso 
comum, em vez de se utilizar somente 
um deles (ou meio ou ambiente). 
 
Mas, o que é ambiente? 
Todos nós, certamente, possuímos uma 
definição de ambiente (ou meio 
ambiente) que vem sendo construída a 
partir de leituras, conversas, vivências ou 
mesmo no exercício de nossas atividades 
profissionais. 
 
Será que existe um conceito certo ou um 
conceito errado de ambiente? Com essa 
questão iniciaremos nosso processo de 
reflexão conjunta nesta disciplina. 
 
Iniciamos esse caminho a partir da 
construção de relações conceituais entre 
cinco elementos com alto grau de 
interdependência:- Ambiente; 
- Ambiente e Abordagem Sistêmica; 
- Ambiente e Desenvolvimento 
Sustentável; 
- Ambiente e Educação Ambiental; 
- Ambiente e Participação. 
Neste momento inicial, mantenha 
atenção redobrada sobre esses primeiros 
conceitos, pois cada um irá requisitar e 
complementar o entendimento dos 
outros conceitos estudados. 
 
O importante será exercitar a capacidade 
de compreender e analisar as questões 
ambientais de maneira integrada e 
relacional permitindo que, na hora de 
atuar sobre elas com os 
conhecimentos técnicos trazidos pelo 
Curso, esteja amadurecida uma forma 
renovada de realizar essa aplicação. 
 
Ambiente 
 
O conceito de ambiente, ou meio 
ambiente, está em constante processo 
de construção. É possível encontrarmos 
diferentes definições para esse termo 
que, de acordo com o momento de 
sua elaboração, ora o restringe, ora o 
amplia. 
 
Segundo a FEEMA (1990) e o IBAMA 
(1994), existem diversas definições de 
meio ambiente. Estas estão apresentadas 
no quadro a seguir, organizadas 
cronologicamente, para que você possa 
perceber como esse conceito vem se 
desenvolvendo ao longo do tempo. 
 
 
 
 
 
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Observando este quadro de construção 
conceitual, percebe-se que a inclusão 
das relações entre os efeitos das ações 
humanas e a degradação da natureza é 
relativamente recente. Antes dos anos 
1960, a definição de ambiente ou estava 
mais próxima das observações das 
ciências biológicas ou físicas 
(ecossistemas, ambiente natural etc.), ou 
então das ciências humanas (ambiente 
cultural, social etc.). Não estava 
estabelecida a relação entre ambos! 
 
Foi somente a partir de meados da 
década de 60 do século XX que se 
iniciaram, oficialmente, discussões mais 
amplas que buscavam integrar os 
"ambientes" físicos aos sociais. Esse 
movimento foi potencializado pela 
tomada de consciência e pela 
consequente tentativa de reversão dos 
graves efeitos que as ações da 
sociedade contemporânea imprimiram 
sobre o planeta. 
 
Compreende-se, desta forma, por que 
refletir sobre o conceito de ambiente é 
importante, uma vez que está por trás 
dessa definição a forma na qual se 
propõem as ações ou se verificam seus 
impactos ou resultados concretos. 
 
Da mesma forma que o conceito se 
constrói teoricamente, também influencia 
as ações formais da sociedade. Um 
exemplo claro disto pode ser observado 
na inserção paulatina da definição de 
ambiente nos textos de Leis Federais, 
Estaduais e Municipais, conforme 
apresentados pela FEEMA (1990) e pelo 
IBAMA (1994). 
 
• Decreto-Lei nº 134, de 16/06/1975 - 
Estado do Rio de Janeiro: "considera-se 
meio ambiente todas as águas interiores 
ou costeiras, superficiais e subterrâneas, 
o ar e o solo". 
 
• Art. 3º, Lei 6938, de 31/08/1981 - Brasil: 
"Meio ambiente - o conjunto de 
condições, leis, influências e interações 
de ordem física, química e biológica que 
permitam proteger e normalizar a vida em 
todas suas formas". 
 
 
 
 
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• Art. 2º, Lei nº 33, de 12/02/1981 - 
República de Cuba: "É o sistema de 
elementos abióticos e socioeconômicos 
com os quaiso homem interage à 
medida que ele se adapta, 
transformando-o e utilizando-o para 
satisfazer suas necessidades". 
 
• Environmental Quality Act, 1981 - 
Estado da Califórnia (USA): "as 
condições físicas existentes em uma 
área, incluindo o solo, a água, o ar, os 
minerais, a flora, a fauna, o ruído e os 
elementos de significado histórico e 
estético". 
 
• Decreto-Lei nº 28.687 de 11/02/1982 - 
Estado da Bahia: "Considera-se 
ambiente tudo o que envolve e 
condiciona o homem, constituindo seu 
mundo e dando suporte material a sua 
vida biopsicossocial [...] São 
considerados sob esta denominação, 
para efeito deste regulamento, o ar, a 
atmosfera, o clima, o solo e o subsolo, as 
águas interiores e costeiras, superficiais 
e subterrâneas e o mar territorial, bem 
como a paisagem, a fauna, a flora e 
outros fatores condicionantes da 
salubridade física e social da 
população". 
 
Destaca-se ainda o art. 225, capítulo VI 
da Constituição Brasileira de 1988, que 
trata do estabelecimento de direitos e 
deveres do Estado e dos cidadãos no 
que tange ao meio ambiente: "Todos 
têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à saudável 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações". 
 
Começamos a perceber que o 
amadurecimento do tema tornou mais 
complexa a definição de ambiente. A 
razão disso é que esse é um processo 
que articula, simultaneamente, estudos 
teóricos e aprendizados práticos que 
renovam os conhecimentos e produzem 
novas possibilidades de entendimento 
do tema. 
 
Alguns autores contemporâneos 
oferecem abordagens complexas de 
ambiente, incluindo variáveis que 
contemplam não só seus elementos, 
mas também os processos gerados a 
partir de seus relacionamentos. Por 
exemplo: para Medina (1985), o ambiente 
é gerado e construído ao longo do 
processo histórico de ocupação de um 
território, por uma determinada 
sociedade, em um espaço de tempo 
concreto. Surge como a síntese histórica 
das relações entre a sociedade e a 
natureza. Para Sauvé (1997), a 
complexidade das inter-relações se 
expressa através da explicitação de 
diferentes ambientes: 
 
- ambiente-natureza - refere-se ao 
entorno original, puro, do qual a espécie 
humana se afastou ao privilegiar as 
atividades antrópicas que têm provocadosua deterioração; 
- ambiente-recurso - refere-se ao 
ambiente como base material dos 
processos de desenvolvimento; 
- ambiente-problema - refere-se ao 
ambiente ameaçado, deteriorado pela 
contaminação, pela erosão ou pelo seu 
uso excessivo; 
- ambiente-meio de vida - refere-se ao 
ambiente da vida cotidiana, na escola, no 
lar, no trabalho. Incorpora, portanto, 
elementos socioculturais, tecnológicos e 
históricos; 
- ambiente-biosfera - refere-se ao 
ambiente como uma nave espacial - 
Planeta Terra, assim como ao conceito 
de Gaia (Lovelock), que partem da 
tomada de consciência quanto à finitude 
do ecossistema planetário como lugar de 
 
 
 
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origem no qual encontram unidade os 
seres e as coisas; 
- ambiente comunitário - refere-se ao 
ambiente como entorno de uma 
coletividade humana; meio de vida 
compartilhado com seus componentes 
naturais e antrópicos. Já para Leff 
(2001), o ambiente é conceituado como 
uma "visão das relações complexas e 
sinérgicas gerada pela articulação dos 
processos de ordem física, biológica, 
termodinâmica, econômica, política e 
cultural". 
 
Embora atualmente haja grande 
possibilidade de variação, em 
quantidade e qualidade, de definições 
para meio ambiente, elas estão 
diretamente relacionadas ao processo de 
transformação do pensamento na 
sociedade contemporânea. Destacamos 
que, mesmo com grande variedade, há 
em todos os conceitos a presença inter-
relacionada de três elementos comuns: 
 
- a natureza (com sua diversidade física e 
biológica); 
- a sociedade (com sua diversidade 
social, cultural, econômica e política); 
- suas dinâmicas de articulação (tanto as 
relações entre os elementos da natureza 
entre si e os da sociedade, como também 
as relações entre natureza e sociedade). 
 
 
Esses devem ser os principais elementos 
a serem observados e compreendidos 
nas considerações que fizermos sobre o 
ambiente. Deverão estar sempre em 
evidência, durante todos os momentos 
do nosso estudo e de nossa ação 
profissional, para que seja possível 
elaborar um conceito dinâmico de 
AMBIENTE, em que devemos perguntar: 
Qual a natureza, qual a sociedade e 
quais são os inter-relacionamentos que 
validam os processos que estamos 
analisando? 
 
 
 
Nos próximos tópicos iremos enriquecer 
esse conceito de ambiente a partir de 
uma perspectiva complexa, em que 
estaremos relacionando o ambiente com 
diferentes conceitos complementares. 
 
Ambiente e Abordagem Sistêmica 
 
A inserção de elementos da abordagem 
sistêmica é responsável por grande 
parte das alterações conceituais 
apresentadas para meio ambiente, nos 
últimos 50 anos. Assim, os conceitos 
sobre meio ambiente, trabalhados no 
item anterior, podem ser 
melhorentendidos quando 
compreendemos o meio ambiente como 
um sistema. Para isso, é necessário, 
primeiro, estabelecer o que é sistema. 
 
O termo sistema é utilizado por todos nós, 
quase que intuitivamente, quando 
buscamos nos referir às várias 
categorias de organizações ou grupos de 
elementos inter-relacionados: sistema 
solar, sistema nervoso, sistema 
organizacional, ecossistema, sistema 
econômico, sistema de comunicação 
etc., ou seja, sempre que pretendemos 
enfatizar inter-relacionamento, 
 
 
 
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organização e interdependência, entre 
vários elementos que compõem um 
grupo ou conjunto avaliado. 
 
A base conceitual de sistemas foi 
formulada inicialmente por Bertalanffy, 
ainda na década de 30, precisamente em 
1937, para oferecer um conjunto de 
novas explicações e metodologias que 
pudessem dar conta dos problemas 
ligados à dinâmica dos sistemas vivos na 
natureza. 
 
Um pouco de história... 
"Essa idéia [a Teoria Geral dos 
Sistemas], remonta há muito tempo. 
Apresentei-a pela primeira vez em 1937 
[...] entretanto, nessa ocasião, a teoria 
tinha má reputação em biologia e tive 
medo [...] Por isso, deixei 
meusrascunhos na gaveta e foi somente 
depois da guerra que apareceram minhas 
primeiras publicações sobre oassunto 
[surpreendentemente] verificou-se ter 
havido uma mudança no clima intelectual 
[...] Mais ainda, umgrande número de 
cientistas tinha seguido linhas 
semelhantes de pensamento [...] Assim, a 
Teoria Geral dosSistemas não estava 
isolada [...] mas correspondia a uma 
tendência do pensamento moderno". 
(BERTALANFFY, 1973) 
 
Segundo Bertalanffy (1973), os motivos 
que o levaram a desenvolver a Teoria 
Geral dos Sistemas estabeleceram-se a 
partir da observação da inadequação do 
postulado do reducionismo da física 
teórica (o princípio segundo o qual a 
biologia e as ciências sociais e do 
comportamento deviam ser tratadas de 
acordo com o paradigma da física e, 
finalmente, reduzidas a conceitos de 
entidades do nível físico), para tratar os 
novos problemas específicos das outras 
ciências. 
 
"A inclusão das ciências biológicas, 
sociais e do comportamento junto à 
moderna tecnologia exige generalizações 
de conceitos básicos da ciência. Isto 
implica novas categorias do pensamento 
científico, em comparação com as 
exigências da física tradicional, e os 
modelos introduzidos com esta finalidade 
são de natureza 
interdisciplinar."(BERTALANFFY, 1973). 
 
Mas o que é um sistema? 
"Por definição, um sistema compõe-se de 
partes, ou elementos, inter- relacionados. 
Isso acontece com todos os sistemas 
mecânicos, biológicos e sociais. Todos os 
sistemas têm, pelo menos, dois 
elementos em inter-relação. Num 
sistema, o todo não é apenas a soma 
das partes; o próprio sistema pode ser 
explicado apenas como totalidade." 
(KAST & ROSENWEIG, 1976). 
Na concepção de Bertalanffy (1973), um 
sistema apresenta as seguintes 
características gerais: 
 
• um todo sinergético, maior que a soma 
de suas partes - assim, para 
compreender um sistema não basta 
considerar as partes "funcionando" 
isoladamente. Estas devem ser 
observadas a partir de suas relações 
(umas com as outras e com o próprio 
sistema); 
 
• um modelo de transformação - 
considera-se, assim, que um sistema é 
uma estrutura dinâmica que está em 
constante processo de transformação; 
 
• um conjunto de partes em constante 
interação, com ênfase na 
interdependência - considera-se, assim, 
que um sistema possui interação entre 
suas partes constituintes e estas têm 
características de interdependência; 
 
 
 
 
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• uma permanente relação de 
interdependência com o ambiente 
externo, influenciando e sendo 
influenciado, com capacidade de 
crescimento, mudança e adaptação ao 
ambiente externo - considera-se, assim, 
que um sistema também não pode ser 
observado de forma isolada, sem 
compreender suas relações com seu 
ambiente externo. 
Essa capacidade de interação entre 
Ambientes Externo e Interno representa 
uma das principais características dos 
sistemas. Segundo Gondolo (1999), 
eles podem ser fechados, quando não 
há troca com o meio externo ou 
abertos, quando existem fluxos 
contínuos de energia, matéria e 
informação com o ambiente externo. 
 
O sistema fechado é aquele dentro do 
qual circula energia, mas que por si só 
não mantém trocas de energia ou 
matéria com o meio. Por exemplo, 
poderíamos imaginaruma reação 
química que se passa dentro de um 
contêiner totalmente vedado. Também 
poderíamos citar como outro sistema, 
não tão fechado assim, um motor de um 
carro que, para funcionar, precisa de 
combustível, mas que não é por si 
capaz de extraí-lo do meio. Uma vez 
abastecido e bem articuladas as partes, 
o carro tem certo grau de autonomia de 
funcionamento; porém, não havendo 
input de combustível, acabará o output 
de energia e o motor "morrerá". 
 
Os sistemas abertos são, portanto, 
sistemas que dependem do ambiente 
externo. Dele, recebem elementos, os 
transformam mediante seus processos 
internos e devolvem novos elementos 
ao meio externo. Os sistemas abertos 
necessitam de entradas (ou inputs) para 
se manterem em funcionamento, uma 
vez que recebe deste ambiente "matéria-
prima" (matéria, energia e informação), 
para desenvolver seu processo interno. 
 
 
 
Relacionando esses conceitos iniciais, 
podemos caracterizar o Meio Ambiente 
como um sistema aberto, que 
desenvolve seus processos internos em 
constante interação e interdependência 
com o ambiente externo.Destaca-se, 
porém, que as bases conceituais sobre 
sistemas estão apoiadas sobre modelos 
teóricos que vêm se desenvolvendo ao 
longo dos últimos 50 anos. Neste 
sentido, as teorias sobre a 
complexidade, presentes em diversos 
campos da ciência, têm enriquecido o 
enfoque sistêmico para muito além do 
que Bertalanffy formulou inicialmente 
(NOVO, 1996). 
 
O que chamamos de sistemas 
complexos ampliam e agregam novos 
conhecimentos sobre a dinâmica dos 
sistemas, incluindose questões ligadas 
aos processos de irreversibilidade, de 
incertezas, do caos e da ordem e 
desordem. Nessa perspectiva, Garcia 
(1986) aponta que "o sistema não está 
definido, mas é possível ser definido. 
Uma definição adequada só pode surgir 
em cada caso particular ou durante o 
transcurso da própria 
pesquisa/investigação". 
 
Pergunta-se então: quais são os 
elementos da teoria dos sistemas que 
permitem estabelecermos uma postura 
sistêmica em nossos estudos, análises e 
trabalhos práticos? 
 
Novo (1996) apresenta alguns elementos 
que irão nos auxiliar a estabelecer esta 
postura: 
 
 
 
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• As relações entre o todo e as partes: 
sabendo-se que um sistema compõe-se 
de partes, podemos pensar em 
desmembrá- lo para analisá-las em 
separado. Porém, devemos lembrar que 
estas partes só adquirem seu verdadeiro 
sentido quando integradas ao TODO do 
sistema, que se configura, justamente, 
pelo conjunto criado pelas inter-relações 
de suas partes. 
 
 
 
Esse princípio estabelece o caráter de 
interdependência entre as PARTES e o 
TODO. A compreensão deste caráter 
nos ajuda a observar que os problemas 
que afetam os sistemas naturais 
(poluição da água, do ar e do solo, 
escassez de recursos etc.) não podem 
ser interpretados sem a devida conexão 
com o que acontece nos sistemas 
sociais, econômicos, entre outros. Os 
ambientes interno e externo de um 
sistema aberto possuem forte grau de 
interação e interdependência. 
 
• Emergência e restrições do sistema: 
compreender qualquer conjunto como 
um sistema pressupõe considerar que 
ele pode ser maior e menor que as 
partes que o constituem. Maior que as 
partes, por causa da emergência, ou 
seja, os resultados das interações das 
partes que permitem o estabelecimento 
de um "produto novo", que não pode 
ser observado em separado na análise 
das partes. E menor que as partes, 
quando o sistema impõe limites ou 
restrições às partes, que passam a não 
poder realizar "plenamente" suas 
potencialidades. Como exemplo, Novo 
(1996) cita o dizer popular "A liberdade 
de cada um termina onde começa a 
liberdade do outro". Neste caso, o 
"sistema social", em sua totalidade, 
impõe limites a cada pessoa como parte 
ou componente dele mesmo, de forma 
que o indivíduo isolado nem sempre 
pode pôr em prática toda sua 
potencialidade. 
 
• Relações entre sistema e entorno 
(sistemas abertos): como já abordado 
anteriormente, os sistemas abertos estão 
em constante processo de intercâmbio 
(matéria, energia e informação) com o 
entorno, além de necessitarem dele para 
se manterem em funcionamento. Essa 
característica de interdependência com o 
entorno não possibilita aos sistemas 
abertos um estado de estabilidade e de 
permanência estático, sendo necessário 
incorporar noções de ordem e desordem 
para explicar a realidade sistêmica como 
um processo dinâmico. 
 
• Equilíbrio dos sistemas: um sistema 
aberto é uma unidade dinâmica, que se 
transforma ao longo do tempo. Para 
compreender esse processo, é 
necessário que conheçamos quais são 
os mecanismos internos utilizados pelo 
sistema para manter seu equilíbrio 
dinâmico através dos constantes 
intercâmbios de matéria, energia e 
informação com seu entorno. O conceito 
de equilíbrio dinâmico incorpora a ideia 
de mudança: uma mudança temporária 
que, por sua vez, incorpora os conceitos 
de evolução e de mudança espacial, que 
têm a ver com a ideia de estrutura. 
 
Segundo Garcia (1986), para estudarmos 
os sistemas complexos, devemos 
observar os seguintes componentes: 
 
 
 
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Limites: estabelecem a definição das 
"fronteiras" físicas dos sistemas que 
vamos estudar ou observar (o interno e o 
externo). Destaca-se que esta definição 
não restringe somente o limite físico do 
sistema, mas também as relações que 
estarão sendo analisadas. 
Elementos: para determinar os 
subsistemas (elementos) de um sistema 
complexo, é fundamental definir as 
escalas espaciais e temporárias que 
serão consideradas. 
 
Estrutura: um grande número de 
propriedades de um sistema é 
determinado por sua estrutura, e não 
por seus elementos, em que as 
propriedades dos elementos determinam 
as suas relações, e estas, sua estrutura. 
 
Observa-se que os mesmos elementos 
podem, sob determinadas circunstâncias, 
estabelecer diferentes estruturas. 
 
• Retroalimentação: os mecanismos de 
retroalimentação (feed- back) são 
aqueles que permitem ao sistema ser 
realimentado pela informação gerada por 
ele mesmo. Podem ser de três tipos: 
- Positiva: são considerados sistemas 
explosivos, pois os efeitos das causas 
iniciais aumentam a variação do sistema 
em relação 
ao seu ponto de equilíbrio; 
 
- Negativa: em que a informação gerada 
permite ao sistema alterar-se para 
restabelecer seu equilíbrio; e- Regulação 
antecipatória: são informações que, 
embora atuem de acordo com o 
comportamento presente do sistema, 
apresentam um sentido de futuro. 
 
 
 
"Quando trabalhamos com sistemas 
submetidos a flutuações, como os 
sistemas vivos, os experimentos 
queplanejamos e as possíveis soluções 
que traçamos, ante os problemas, não 
podem estar estabelecidos comocertezas 
absolutas, mas sim em termos de 
probabilidades, de modo que a incerteza, 
o acaso, sejamreconhecidos como 
elementos da própria vida". (NOVO, 
1996) 
 
• Adaptação e inovação: um dos 
objetivos dos sistemas vivos é manter-se 
em estado de estabilidade. Para atingir 
tal objetivo, os sistemas desenvolvem 
processos de adaptação, que buscam 
conduzi-lo de novo à estabilidade inicial. 
Nos sistemas abertos, esses processos 
são muito importantes para a 
manutenção da integridade do sistema, 
em virtude do alto grau de 
interdependência com as alterações de 
seu entorno. Em alguns casos,quando 
as alterações são muito intensas, 
provocam mudanças que podem alterar 
o próprio sistema. Neste caso, há a 
inovação no sistema. 
 
Ambiente e Desenvolvimento 
 
A preocupação com a deterioração 
ambiental, que se manifestou aos finais 
da década de 1970, trouxe implícita uma 
violenta crítica ao conceito de 
desenvolvimento dominante, no qual 
prevaleciam aspectos econômicos, em 
 
 
 
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particular a idéia de crescimento. Nesta 
perspectiva, o 
crescimento/desenvolvimento era 
negativo, havia adquirido um caráter 
cancerígeno, e a sobrevivência da 
espécie humana e do planeta requeria 
que os crescimentos explosivos, tanto o 
populacional como o da economia, 
deviam terminar. Difundiu-se, assim, a 
expressão "crescimento zero", de claro 
caráter malthusiano (1).O malthusianismo 
sustenta que a população aumenta em 
proporção geométrica, enquanto os 
recursos disponíveis para a 
subsistência crescem apenas em 
proporção aritmética. A população 
aumenta, portanto, até mais além do 
limite de subsistência, fenômeno que 
apenas o próprio ser humano, a guerra e 
as enfermidades podem conter. Então, 
para o malthusianismo, a possibilidade 
de aumento sustentado da população 
encontra um limite no caráter finito dos 
recursos disponíveis. 
 
Ante esta teoria, outras propuseram uma 
visão do conceito de desenvolvimento 
que explicitasse explícitas suas múltiplas 
dimensões, entre elas a ambiental. 
 
A polêmica do desenvolvimento 
Conforme mencionado, os anos 
sessenta e setenta foram testemunhas 
de uma crítica cruel ao desenvolvimento 
(crescimento) visto por alguns como 
primeira causa da deterioração 
ambiental. No entanto, a década de 1980 
presenciou o esgotamento e o retrocesso 
do bem-estar de uma grande parte da 
Humanidade. A falta de crescimento 
econômico impediu o desenvolvimento e 
se traduziu em maior pobreza, causando, 
além disso, uma maior pressão sobre o 
sistema natural, última fonte de 
subsistência, assim como de recursos 
para o desenvolvimento. 
 
Em meados dos anos 80, promoveu-se o 
conceito de desenvolvimento em escala 
humana, construído sobre uma 
interessante proposta de Max-Neef, 
Elizalde e outros (1986). Esse 
desenvolvimento se sustenta "na 
satisfação das necessidades humanas 
fundamentais, na geração de níveis 
crescentes de autodependência e na 
articulação orgânica dos seres humanos 
com a natureza e com a tecnologia, dos 
processos globais com os 
comportamentos locais, do pessoal com 
o social, do planejamento com a 
autonomia, e da sociedade civil com o 
Estado". Junto a esse conceito, 
trabalhou-se também o de pobreza, 
passando da noção clássica e 
estritamente econômica (que se refere à 
situação das pessoas que se encontram 
abaixo de determinado nível de renda) a 
uma noção ampla que abrange a 
ausência de satisfação de necessidades 
humanas fundamentais: pobreza de 
subsistência (por alimentação e abrigo 
insuficientes); de proteção (por sistemas 
de saúde ineficientes, por violência, 
carreira armamentista, etc.); de afeto 
(devido ao autoritarismo, à opressão, às 
relações de exploração do ambiente 
natural, etc.); de entendimento (pela 
baixa qualidade da educação); de 
participação (pela marginalização e pela 
discriminação das mulheres, das 
crianças e das minorias); de identidade 
(pela imposição de valores alheios a 
culturas locais e nacionais, pela 
emigração forçada, pelo exílio político, 
etc.); e assim sucessivamente. 
 
Posteriormente, o Programa das Nações 
Unidas para o Desenvolvimento, PNUD, 
difundiu o conceito de desenvolvimento 
humano, definido como o processo de 
ampliação da gama de opções para as 
pessoas, oferecendo-lhes maiores 
oportunidades de educação, atenção 
médica, rendas e emprego, e 
 
 
 
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abrangendo o espectro total de opções 
humanas, do entorno físico em boas 
condições a liberdades econômicas e 
políticas. O "índice de desenvolvimento 
humano" - IDH - combina indicadores de 
esperança de vida, educação, e rendas. 
O PNUD sugeriu um índice de liberdade 
humana e política (ILH) para avaliar a 
situação em matéria de direitos 
humanos, índice que foi posteriormente 
revogado por desacordo de alguns 
países. 
 
Em todo caso, estamos de acordo com 
Bifani (1997), quando afirma que hoje, em 
função das diversas perspectivas sob as 
quais pode ser analisado o conceito de 
desenvolvimento é difícil de definir. No 
entanto, poder-se-ia afirmar que sempre 
está associado ao aumento do bem-estar 
individual e coletivo. Embora esse 
aspecto tenda a ser medido 
exclusivamente pelas magnitudes 
econômicas, é cada vez mais evidente a 
importância que se atribui às outras 
dimensões, como o acesso à educação 
e ao emprego, à saúde e à segurança 
social ou a uma série de valores tais 
como a justiça social, a equidade 
econômica, a ausência de discriminação 
racial, religiosa ou de outra natureza, a 
liberdade política e ideológica, a 
democracia, a segurança e o respeito 
aos direitos humanos, e a qualidade e a 
preservação do meio ambiente. 
 
No entanto, a problemática do 
desenvolvimento geralmente é 
considerada como econômica e política e 
a tarefa de alcançado tem sido 
responsabilidade de economistas e 
políticos. Entre estes tem sido frequente 
considerar que a industrialização é o 
meio através do qual é possível obter 
níveis superiores de desenvolvimento ou, 
em outros termos, aceita-se comumente 
que as sociedades desenvolvidas são 
aquelas que têm experimentado 
mudanças estruturais que as têm levado 
de uma economia predominantemente 
agrária a outra na qual as atividades 
dinâmicas e dominantes são as fabris e 
de serviços. Então, a partir dos finais da 
década de sessenta é enfatizada a 
dimensão social do desenvolvimento e 
fala-se de desenvolvimento econômico e 
social. 
 
Contudo, é um fato evidente que a 
maioria das interpretações tende a 
privilegiar um conceito de 
desenvolvimento no qual se destaca a 
idéia de crescimento econômico, medido 
pela expansão do produto nacional bruto. 
Esse enfoque, que tem dominado a ação 
política e a gestão econômica, parecia 
não haver permitido alcançar 
plenamente seus objetivos. A frustração, 
a impaciência e o desespero 
manifestam-se abertamente, 
aumentando a inquietação social, 
embora por motivos diferentes, em 
países desenvolvidos e em 
desenvolvimento. 
 
Os primeiros parecem não alcançar 
nunca o horizonte denominado 
"qualidade de vida", em favor do qual 
sacrificam muitas vezes sua própria 
liberdade como pessoas, quando não 
sua saúde, agredida constante e 
sutilmente através dos numerosos e 
excessivamente processados alimentos 
que consomem. Quanto aos países em 
desenvolvimento, tampouco alcançam 
seu horizonte, neste caso o de uma 
existência digna, pois veem como as 
cifras macroeconômicas deixam-lhes 
sempre em uma posição marginal. 
 
Neste contexto de desenvolvimento, 
situa-se o conceito de sustentabilidade, 
que reconhece as condições ecológicas, 
sociais e culturais para manter um 
crescimento econômico, que não se dá 
sozinho. 
 
 
 
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Não se pode, portanto, dissociar a 
sustentabilidade físico-natural da 
socioeconômica,já que os dois tipos de 
ambiente estariam no mesmo sistema 
global. 
 
O conceito de sustentabilidade tem 
duas vertentes principais: a referente 
ao ambiente físico-natural e a referente 
ao ambiente socioeconômico. 
Sustentabilidade e recursos 
 
Os recursos a serem realmente 
considerados quando se aplica o 
conceito de sustentabilidade são aqueles 
que, sendo renováveis, podem-se 
esgotar caso sejam explorados num 
ritmo superior ao de sua renovação. 
Seu uso sustentado é regido pelas leis 
da ecologia, e quando esses recursos 
são explorados num ritmo excessivo, 
sofrem perturbações que impedem sua 
renovação (por exemplo, a 
impossibilidade de recarga de um 
aquífero) e os convertem em recursos 
não renováveis. 
Os recursos não renováveis, tanto para 
prover materiais quanto como fonte de 
energia, por existirem em quantidades 
finitas, estabelecem problemas 
relacionados com o esgotamento dos 
próprios recursos, a eliminação direta de 
comunidades e ecossistemas, a perda de 
recursos culturais (por exemplo, as 
jazidas arqueológicas) no processo de 
extração, e os efeitos indiretos da 
exploração, como a contaminação 
produzida nos trabalhos de transporte e 
na transformação do produto base em 
produto útil. Em todo caso, a 
sustentabilidade não é aplicável a esses 
recursos. 
 
Se combinamos os aspectos teóricos da 
sustentabilidade ecológica com as 
conclusões da Conferência do Rio de 
Janeiro em 1992, é possível fazer uma 
síntese dos principais problemas que 
apresenta a gestão sustentável em nível 
mundial. Porém, em todo caso, a raiz do 
problema não é outra senão a 
capacidade de carga da biosfera, em 
relação ao aumento da população, 
tanto em número como em taxa de 
consumo per capita. 
 
O cálculo dos limites de pressão que 
pode suportar o planeta é um problema 
de ecologia, difícil de resolver, tal como 
evidencia o Relatório sobre os Limites do 
Crescimento do Clube de Roma, que 
destaca o caráter sociológico, econômico, 
político, cultural, ético, e até religioso da 
questão. Com efeito, enquanto o controle 
do crescimento das populações animais 
e vegetais se faz por mecanismos 
puramente biológicos, na população 
humana atual esses mecanismos atuam 
apenas em casos extremos, tendo sido 
substituídos por mecanismos 
socioculturais. 
 
Em resposta ao documento do Clube 
de Roma, a Fundação Bariloche, com 
um grupo de especialistas, elaborou o 
estudo "Catástrofe ou Nova Sociedade? 
Um Modelo Mundial Latino-americano", 
no qual se estabelece um conjunto de 
políticas que, se aplicadas, poderiam 
permitir à Humanidade alcançar níveis 
adequados de bem-estar em um prazo 
de um pouco mais de uma geração. E 
sublinha que os obstáculos que se 
opõem ao desenvolvimento harmônico da 
humanidade não são físicos ou 
econômicos, em sentido estrito, mas 
essencialmente sociopolíticos. 
 
Os problemas mais estritamente 
ecológicos da sustentabilidade estariam 
para alguns representados pelo 
desflorestamento e suas sequelas, como 
a seca, a erosão e a desertificação, o 
perigo de degradação dos ecossistemas 
mais frágeis (áreas úmidas e 
 
 
 
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montanhosas, costeiras, ilhas) e a 
diminuição da diversidade biológica. 
 
Enfim, hoje todo o mundo, 
aparentemente, está de acordo em que 
o atual modelo econômico não se pode 
manter de forma indefinida, sendo 
necessário estabelecer um novo modelo 
que não esteja baseado exclusivamente 
na expansão e no crescimento 
econômico e que respeite as margens 
de tolerância do sistema planetário. 
 
Chegamos, assim, ao conceito de 
desenvolvimento sustentável, cujo uso e 
significado foi consolidado pela Comissão 
Mundial sobre o Meio Ambiente e o 
Desenvolvimento como a "capacidade de 
atender necessidades atuais sem 
comprometer as das gerações futuras", 
explicitando seu conteúdo e pondo-o em 
conexão com políticas socioeconômicas 
de caráter internacional, cristalizadas 
nos debates e nos acordos da 
Conferência do Rio, em 1992. 
 
Outras definições, mais atuais, 
aprofundam o conceito ao referirem-se a 
ele como "um tipo de desenvolvimento 
orientado a garantir a satisfação das 
necessidades fundamentais da população 
e elevar sua qualidade de vida, através 
do controle racional dos recursos 
naturais, propiciando sua conservação, 
recuperação, melhoria e usos adequados, 
por meio de processos participativos e de 
esforços locais e regionais, de modo que 
tanto esta geração como as futuras 
tenham a possibilidade de desfrutá- los 
com equilíbrio físico e psicológico, sobre 
bases éticas e de equidade, garantindo a 
vida em todas suas manifestações e a 
sobrevivência da espécie 
humana".Estamos de acordo, contudo, de 
que o desenvolvimento sustentável e a 
sustentabilidade não são, propriamente, 
um conceito, mas um metaconceito, ou 
seja, um conceito que, por sua, vez 
gera todo um campo de reflexão e 
conhecimento (em permanente evolução) 
sobre si mesmo, cuja principal 
característica é o aparente consenso que 
provoca em todo o mundo, embora não 
isento de uma visão crítica. 
 
O ambiente social 
 
O ambiente social compreende os seres 
humanos e suas atividades, as quais têm 
como ponto de partida o aproveitamento 
dos recursos naturais. Considera-se aqui 
todo tipo de infraestruturas (edificações, 
maquinaria e equipamentos) e, 
geralmente, tudo o que seja resultado da 
invenção da humanidade (ciência, 
tecnologia). Compreende também o 
comportamento dos seres humanos 
para com seus semelhantes e com a 
natureza, incluindo aspectos positivos 
(criatividade, preservação do ambiente) 
e negativos (destruição, poluição 
ambiental). 
 
"O homem é ao mesmo tempo obra e 
operário do meio que o rodeia, o qual 
lhe proporciona sustento material e lhe 
oferece a oportunidade de se 
desenvolver intelectual, moral, social e 
espiritualmente. Na longa e tortuosa 
evolução da raça humana neste 
planeta, tem-se chegado a uma etapa 
em que, graças à rápida aceleração da 
ciência e da tecnologia, o homem tem 
adquirido o poder de transformar, de 
inumeráveis formas e em uma escala 
sem precedentes, tudo que o rodeia. Os 
dois aspectos do meio ambiente, o 
natural e o social, são essenciais para 
o bem-estar do homem e para a 
satisfação dos direitos humanos, 
inclusive o direito à vida" (Declaração 
sobre o Meio Humano, Item 1, 
Conferência das Nações Unidas sobre o 
Meio Humano, Estocolmo, 1972). 
 
 
 
 
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Ante essa afirmação, há que se 
considerar também outro aspecto 
importante: o aumento da população 
mundial, que crescerá 40% nos próximos 
vinte e cinco anos, até alcançar os 8.300 
milhões em 2025, dos quais grande parte 
viverá nos países em desenvolvimento. 
Em dezembro de 2005, a população 
mundial alcançou a cifra de.6500 
milhões de pessoas. 
 
Toda essa população se encontra numa 
terça parte da superfície do planeta, 
concentrada nos continentes onde se 
utiliza cada vez menos cuidadosamente 
os recursos oferecidos pelo meio 
natural. O mau uso dos recursos 
naturais se traduz em uma crescente 
deterioração que se apresenta sob 
forma de contaminação da atmosfera por 
emanações gasosas, de destruição 
progressiva da camada de ozônio que 
protege a Terra da influência 
prejudicial das radiações ultravioletas, de 
poluição sonora provocada por todo tipo 
de ruídos desagradáveis, de 
contaminação da água doce e marinha 
por dejetos tanto industriaisquanto 
domésticos, de contaminação dos solos 
por lixos, produtos agroquímicos e 
resíduos industriais e, finalmente, de 
destruição progressiva da natureza em 
desacordo com a ecologia, por 
atividades tais como o desflorestamento 
massivo, a exploração dos lençóis 
freáticos (cuja consequência é a má 
drenagem e a salinização dos solos), a 
caça indiscriminada e a superpesca (que 
provoca a extinção de espécies valiosas 
e a ruptura de ciclos ecológicos), o mau 
manejo dos solos (cuja consequência é 
a erosão), bem como o uso de terras 
agrícolas para outros fins, tais como a 
fabricação de materiais de construção e 
a urbanização. 
 
São problemas também do meio 
ambiente os de ordem social, que se 
encontram relacionados com a falta de 
um planejamento no uso dos espaços e 
na construção de moradias inadequadas, 
a falta de educação em todo âmbito 
(que se traduz em ignorância) e os 
problemas de saúde e salubridade. 
 
1 Thomas Robert Malthus. (Inglaterra, 
1766-1834). Economista. Em 1798, 
publicou de forma anônima sua primeira 
contribuição destacada no campo da 
economia política com o título "Ensaio 
sobre o princípio da população" que, na 
edição de 1803, já convertido em um 
verdadeiro tratado sobre os limites do 
crescimento demográfico, titulou-se 
"Resumos sobre os efeitos passados e 
presente relativos à felicidade da 
humanidade". Outras obras suas são, 
"Princípios de economia política" (1820) e 
"A medida do valor" (1823). Malthus 
escrevia principalmentetendo em vista os 
problemas do desemprego e aos apuros 
econômicos na Inglaterra da primeira 
Revolução Industrial. No século XIX, o 
colonialismo e a abertura de novas áreas 
de terra cultivável impediram o 
agravamento dessa situação. 
 
Ambiente e Educação Ambiental 
 
Até este momento, estudamos os 
conceitos de Meio Ambiente, Sistemas 
e Desenvolvimento Sustentável. 
Tratamos de reformas conceituais que 
se processaram ao longo da última 
metade do século XX. Tais reformas se 
produziram a partir de transformações 
ambientais, sociais, tecnológicas, 
econômicas, políticas e culturais, que, 
por estarem inter-relacionadas, 
demandam novas necessidades 
instrumentais em cada uma dessas 
dimensões da sociedade humana. 
 
É dentro deste contexto de intensa 
transformação que é imputada à 
Educação Ambiental um grande desafio, 
 
 
 
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consolidado a partir da Conferência de 
Estocolmo (1972), quando a educação 
ambiental converte-se numa 
recomendação imprescindível para 
execução de projetos na área. Nesse 
mesmo ano de 1972 é criado o Plano 
das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (PNUMA), entre cujas tarefas 
figuram a informação, a educação e a 
capacitação orientadas com preferência 
a pessoas com responsabilidades de 
gestão sobre o meio ambiente. 
 
"É indispensável o trabalho de educação 
em questões ambientais, dirigido tanto às 
gerações jovens quanto aos adultos, e 
que preste a devida atenção ao setor da 
população menos privilegiado, para 
ampliar as bases de uma opinião bem 
informada e de uma conduta de 
indivíduos, de empresas e de 
coletividade, inspirada no sentido de sua 
responsabilidade em relação à proteção 
e à melhoria do meio em todas as 
dimensões humanas." (Estocolmo, 1972) 
Vale ressaltar, ainda, que antes desse 
movimento, em 1971, a UNESCO havia 
iniciado o Programa Homem e Biosfera 
(MAB) com o fim de prover os 
conhecimentos científicos e pessoal 
qualificado com vistas a um manejo 
racional dos recursos. O programa 
representou um novo enfoque de 
pesquisa e ação, dirigido a melhorar as 
relações do ser humano com seu 
ambiente, sublinhando a conveniência de 
se "desenvolver um programa 
interdisciplinar de pesquisa que atribua 
especial importância ao método ecológico 
no estudo das relações entre o homem e 
o meio" (UNESCO, 1971).Para Medina 
(1997), esse novo compromisso 
colocado para a educação não desafia 
somente o desenvolvimento 
metodológico das teorias pedagógicas. 
Diz respeito também ao estabelecimento 
e à inclusão de novas abordagens éticas 
e conceituais à base estrutural das 
metodologias. Ou seja, não compromete 
somente as atividades de professores 
(em escolas ou cursos), ou de 
currículos acadêmicos, mas envolve 
também os cidadãos e os seus 
cotidianos, estejam eles desenvolvendo 
atividades pedagógicas, técnicas, 
sociais, comunitárias etc., em um projeto 
coletivo para criar um Ambiente mais 
equilibrado dentro da perspectiva do 
Desenvolvimento Sustentável. 
 
Compreender a Educação Ambiental, 
dentro de um quadro conceitual mais 
amplo, não exclui a necessidade de se 
envolver profissionais e metodologias 
para ações nas escolas e outras 
atividades de educação formal. Ao 
contrário, deixa claro a importância e a 
necessidade de se investir nesta área do 
conhecimento, a partir do 
desenvolvimento de novos processos de 
ensino-aprendizagem que integrem 
disciplinas e saberes dentro de uma nova 
ótica solidária. 
 
"...para assegurar a efetividade desse 
direito (meio ambiente ecologicamente 
equilibrado) cabe ao Poder Público: 
promover a Educação Ambiental em 
todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para preservação 
do meio ambiente". (Constituição 
Federal, Artigo 225 1º) "Entende-se por 
educação ambiental os processos por 
meio dos quais o indivíduo e a 
coletividade constroem valores sociais, 
conhecimentos, habilidades, atitudes e 
competências, voltados para a 
conservação do meio ambiente, bem de 
uso comum do povo, essencial à sadia 
qualidade de vida e sustentabilidade." (Lei 
Federal Nº9795 de 27/04/99 - Dispõe 
sobre educação ambiental e institui a 
Política Nacional de Educação Ambiental. 
CAPÍTULO I, ART.1º) 
 
 
 
 
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Por outro lado, abre-se o campo da 
educação não formal, em que os desafios 
se estendem aos programas de 
educação ambiental que são realizados 
em diversas atividades que possuem 
como foco a temática ambiental 
(trabalhos técnicos e sociais, auditorias, 
programas dentro de empresas etc.). 
Também nesses casos, há necessidade 
de desenvolvimento metodológico 
específico e de formação de pessoas 
para qualificar os resultados, uma vez 
que em tais programas estão envolvidas 
pessoas que difundem informações e 
conhecimentos e estabelecem novas 
perspectivas de ação. 
 
No quadro a seguir, Medina (1997) 
procura sintetizar um conjunto de 
suporte que poderá nos auxiliar na 
compreensão desse conceito em uma 
dimensão mais complexa. 
 
 
 
 
 
Nos processos de gestão ambiental 
(urbana ou rural) há, também, uma 
enorme possibilidade de relacionar ações 
de melhoria da qualidade ambiental com 
as de condições de vida da população, 
com a aplicação de ações ligadas ao 
desenvolvimento sustentável. Aqui, ações 
de Educação Ambiental podem ser 
diretamente inseridas no planejamento e 
na gestão ambiental local, não apenas 
como um elemento de melhoria da 
qualidade do ambiente, mas também 
como um processo de qualificação social 
que amplia processos ambientais 
envolvidos na região e ainda intensifica a 
consciência da sociedade para gerir com 
mais prudência seus recursos naturais, 
econômicos e sociais. A implantação de 
qualquer forma de gestão ambiental 
apoia-se necessariamente na educação 
ambiental, que deve ser dirigida a todos 
os setores, a todas as pessoas de todas 
as idades. Essa participação requer o 
apoiode processos formativos que não 
apenas tornem viável a participação 
popular nas atividades, mas que 
proporcionem elementos para o 
aperfeiçoamento das possibilidades 
 
 
 
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dessa participação, ao fornecerem novos 
elementos qualitativos a pessoas e 
grupos. 
 
Uma boa formação ambiental pode ser a 
base para entender e intervir em âmbito 
municipal, de modo que se consiga 
tomar parte ativa e que se possa 
apresentar opiniões quanto aos conflitos 
ambientais e participar nas diversas 
tarefas necessárias à modificação das 
situações. 
 
Ambiente e Participação 
 
A participação na temática ambiental 
pode ser abordada dentro de diferentes 
dimensões. Sob a ótica do ambiente 
como sistema, a participação pode ser 
entendida como a contribuição que cada 
segmento da sociedade (social, 
econômico, político, organizacional, 
científico etc.) pode oferecer, ou ter 
capacidade de oferecer, para o 
estabelecimento do equilíbrio ambiental 
do planeta - equilíbrio este entendido a 
partir da interdependência de equilíbrio 
de cada um de seus próprios 
componentes. 
 
Para percebermos a importância 
potencial dos processos participativos 
associados à temática ambiental, 
devemos observar, com atenção, os 
resultados destas contribuições e seus 
avanços na reversão do quadro de 
degradação global. Essa observação 
será melhor referenciada através da 
análise das atividades práticas (locais ou 
globais), e não apenas pelo 
desenvolvimento das concepções 
teóricas sobre o tema. 
 
A seguir exemplificamos: 
 
"O relatório Geo 2000, que acaba de ser 
divulgado em Genebra pelo programa 
Ambiental da ONU, traça um futuro 
sombrio para o novo milênio. Prevê a 
destruição das florestas tropicais, a 
contaminação do ar [...], o esgotamento 
das fontes de água potável [...] O 
documento adverte: até agora nenhum 
programa de defesa ambiental, em 
escala global, foi levado a sério pela 
comunidade internacional." (Jornal Diário 
Catarinense, 21/09/2000). 
"O livro "Caminhos e aprendizagens: 
educação ambiental, conservação e 
desenvolvimento" apresenta 14 projetos 
desenvolvidos pela WWF, nas cinco 
regiões do Brasil, espalhados por oito 
estados, que utilizaram metodologias de 
educação ambiental, com o apoio de 
parceiros locais. Os projetos capacitaram 
25 educadores na implantação e/ou 
aprimoramento da educação ambiental. A 
implantação da metodologia levou dois 
anos e contou com a participação de 
pequenas comunidades". 
(http://www.wwf.org.br, [Lido: 
20/11/2000]). 
"O secretário do Meio Ambiente e 
Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, e o 
presidente da Tetra Pak no Brasil, Paulo 
Nigro, apresentaram nesta quarta-feira 
(25) um Plano de Ação inédito no Paraná 
- que será realizado nos próximos dois 
anos, inicialmente em 22 municípios 
pólos, e representam 90% da população 
paranaense - com o objetivo de garantir o 
escoamento sustentável para a 
reciclagem das embalagens longa vida no 
Estado". (Fonte: 
http://www.bonde.com.br, [Lido: 
25/07/2007]). 
 
Para integrar nossa análise sobre a 
dimensão participativa presente no 
conceito de Meio Ambiente, utilizaremos 
como critérios os elementos conceituais 
já apresentados no item Meio ambiente 
como Sistema (SIERVI, 2000b). São 
eles: 
• As relações entre o todo e as partes: a 
participação possui característica de 
 
 
 
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interdependência entre a parte (os 
participantes) e o TODO (o ambiente 
natureza-sociedade), podendo-se admitir 
os subsistemas - indivíduos ou 
organizações - como parte, e os 
processos participativos resultantes das 
interações como TODO; 
 
• Emergências e limites: por ser uma 
atividade essencialmente prática-
reflexiva, a participação possui 
importantes características de 
emergências, geradas a partir das 
articulações entre os diferentes 
participantes (as partes); e também de 
limites, impostos pela necessidade de 
respeitar as características particulares 
dos participantes envolvidos 
(organizações ou indivíduos); 
 
• Relação com o entorno: 
compreendendo o meio ambiente como 
um sistema aberto, ou seja, em 
constante processo de intercâmbio com o 
meio externo, podemos perceber que as 
atividades participativas desenvolvidas 
entre organizações e indivíduos geram as 
transformações que o sistema passa a 
oferecer como novo produto à sociedade 
(novas formas de conceber ou resolver 
os problemas); 
 
• Equilíbrio: o conceito de equilíbrio 
dinâmico empresta aos processos 
participativos um caráter de aprendizado, 
havendo constantes fluxos de matéria, 
energia e informação que provocam 
mudanças temporárias (evolução) e 
espaciais (estrutura) nas organizações, 
nos indivíduos e nas concepções e 
resoluções de problemas; 
 
• Retroalimentação: diz respeito aos 
mecanismos de recarga do sistema. 
São as informações que permitem ao 
sistema aprender a partir de sua própria 
prática ou operação; 
 
 
 
 
 
 
• Adaptação e inovação: os processos 
participativos, como atividades 
eminentemente práticas-reflexivas, estão 
constantemente sujeitos aos processos 
de adaptação e inovação para 
garantirem sua estabilidade (dinâmica). 
 
Tem-se assistido a um importante 
movimento em toda sociedade para 
viabilizar os processos participativos em 
todos os subsistemas do Meio Ambiente 
(social, cultural, político, tecnológico, 
econômico, institucional, entre outros). 
Esse movimento coletivo - formal e 
 
 
 
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informal - tem resultado no 
desenvolvimento de um grande número 
de novas metodologias, instrumentos e 
mecanismos legais que contribuem para 
a efetivação da dimensão participativa na 
dinâmica social contemporânea. Na 
perspectiva do conceito de 
Desenvolvimento Sustentável, a 
participação é o elemento fundamental 
para garantir a inclusão social, a 
diversidade de abordagens, o respeito à 
diversidade cultural, a inclusão de 
perspectivas sobre relações de gênero, a 
reflexão entre a geração atual e a 
futura, entre outros aspectos. As 
experiências de construção de Agendas 
21 locais têm explicitado os limites e as 
oportunidades que o exercício da prática 
participativa oferece para o conceito e 
para que, enfim, sejam atingidos os 
novos objetivos do Desenvolvimento 
Sustentável. 
 
Em 1992, realizou-se no Rio de Janeiro a 
Conferência Mundial sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, a Cúpula 
da Terra, convocada pelas Nações 
Unidas. Nesta reunião adotou-se o 
Programa de Ação 21, conhecido como 
Agenda 21 que, entre outras coisas, 
promove a realização de diversas 
Agendas 21 nacionais e locais, 
expressas nos programas de ação 
pública em favor de um desenvolvimento 
sustentável no século XXI. O Capítulo 28 
da Agenda 21 assinala: "devido ao fato 
de que muitos dos problemas e soluções 
tratados na Agenda 21 têm suas raízes 
em atividades locais, a participação e 
cooperação de autoridades locais será 
um fator determinante na realização de 
seus objetivos". 
A Agenda 21 Local é, então, um projeto 
político de desenvolvimento local para o 
Século XXI e um programa de ações que 
correspondem a um conjunto de 
objetivos, princípios e características 
relacionadas como desenvolvimento 
sustentável. Esta Agenda está 
estreitamente relacionada ao 
estabelecimento de um sistema de 
gestão ambiental municipal e aos planos 
integrais de gestão ambiental no 
município, porém amplia e reforça 
diversos elementos de caráter 
econômico, social e cultural, visando um 
município sustentável. 
Este processo corresponde a um 
mandato acordado pelas Nações Unidas 
e pelos governos do mundo, no qual se 
reconhece o papel- chave das 
autoridades locais e das comunidades no 
caminho para o desenvolvimento 
sustentável. Além disso, com esta 
proposta pretende-se fortalecer a 
responsabilidade de todos na redução 
dos impactos ambientais gerados pelas 
próprias atividades humanas e pelos 
efeitos que podem ser produzidos por 
outras comunidades, de modo que se 
compartilhem experiências entre os 
diversos governos locais.Quando 
dirigimos nosso foco de atenção para a 
base conceitual da Educação Ambiental 
encontramos uma dupla possibilidade de 
abordagem para os processos 
participativos: 
 
• em primeiro lugar, podemos perceber 
que os processos participativos podem 
oferecer uma grande contribuição dentro 
de uma perspectiva ética, metodológica 
e conceitual, através da potencialização 
dos trabalhos realizados junto à 
estrutura formal de educação (a 
escola), bem como à informal 
(associações de moradores, empresas, 
grupos de jovens, entre outros); 
 
• por outro lado, destaca-se a importância 
da Educação 
Ambiental como geradora de processos 
participativos. 
 
 
 
 
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Meio Ambiente Físico ou Natural 
O estudo do Meio Ambiente Físico ou 
Natural, de suas dinâmicas próprias e das 
inter-relações com os demais 
subsistemas do Meio Ambiente ajuda-
nos a compreender a natureza e as 
dimensões dos impactos sofridos pelo 
conjunto de seus elementos. 
 
No documento preparatório para a Rio 92, 
"Nossa própria Agenda sobre 
Desenvolvimento e Meio Ambiente" 
(BID/PNUD, 1991), foi apresentado um 
quadro sobre a situação ambiental da 
América Latina. Os critérios utilizados 
para levantamento do quadro incluíam os 
seguintes elementos: 
 
• amplitude geográfica dos processos 
ambientais considerados; 
• volume da população afetada; 
• volume das atividades econômicas 
diretamente afetadas; 
• gravidade dos efeitos sobre a 
população e atividades econômicas; 
• a capacidade, atual e potencial, de 
enfrentar os processos ambientais 
implicados. 
 
 
 
 
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Tabela 1.3. Principais temas ambientais 
para discussão na América Latina e 
Caribe.Fonte: Adaptado a partir de: Nossa 
Própria Agenda sobre Desenvolvimento e 
Meio Ambiente BIP/PNUD (1991). 
 
Pode-se observar que os principais temas 
apresentados na Tabela 1.3 possuem 
íntima relação com as ações antrópicas 
sobre os ecossistemas internacionais (da 
América Latina) e Globais (generalizados 
para todo planeta). 
 
ANTRÓPICO 
Relativo à humanidade, à sociedade 
humana, à ação humana. Termo 
empregado para qualificar: um dos 
setores do meio ambiente, o meio 
antrópico, compreendendo os fatores 
sociais, econômicos e culturais; um dos 
subsistemas do sistema ambiental, o 
subsistema antrópico. (FEEMA, 1990) 
 
Para construir um painel de 
relacionamento entre a Tabela 1.3 e o 
Meio Ambiente Físico, faremos uma 
abordagem panorâmica sobre os 
seguintes assuntos: Clima; Solos; Água; 
Flora e Fauna; Minerais; Energia e 
 
 
 
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Resíduos. Muitos dos temas ambientais 
apontados poderão ser identificados em 
diferentes momentos do texto, 
explicitando seu interrelacionamento e 
sua interdependência sistêmica. Fique 
atento a essas relações durante a leitura. 
 
 
 
 
Atmosfera 
Ao falar do clima, nos referiremos 
fundamentalmente a um de seus 
componentes: a atmosfera. 
 
A atmosfera é a camada gasosa que 
envolve a Terra, com altitude estimada 
superior aos 1.000 km. É composta de 
grande variedade de gases, dos quais os 
mais importantes são o oxigênio e o 
nitrogênio, que, conjuntamente, 
constituem 91% de seu volume, formando 
o que conhecemos por "ar".
 
 
 
 
 
As características físicas e químicas da 
atmosfera (densidade, pressão e 
temperatura), tal como hoje a 
conhecemos, variam em relação à 
altitude, de modo que se possa 
subdividi-la em alguns estratos ou 
camadas bem diferenciadas: troposfera, 
estratosfera, mesosfera e termosfera 
(figura 1.8).
 
 
 
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A poluição atmosférica é um dos 
problemas ambientais e de saúde 
humana mais típicos das cidades e das 
áreas industrializadas. A qualidade do ar 
depende exclusivamente da quantidade e 
da natureza das substâncias geradas 
pela atividade humana, que são os 
gases tóxicos e as partículas orgânicas 
e inorgânicas em suspensão (pó e 
alguns metais, como o chumbo). 
 
Grande parte dos problemas ambientais 
globais que serão tratados 
posteriormente, tais como o efeito estufa, 
o esgotamento da camada de ozônio ou 
a chuva ácida, devem-se na maioria às 
emissões antropogênicas na atmosfera, 
derivadas das atividades industriais. 
 
Em outubro de 1997, cientistas 
espanhóis do Instituto Nacional de 
Técnica Aeroespacial (INTA), em 
colaboração com cientistas de outros 
países europeus, publicaram os dados de 
um recorde histórico no buraco da 
camada de ozônio do Pólo Norte. 
Segundo esse estudo, durante o inverno 
europeu de 1995-96, a destruição da 
camada de ozônio nas regiões árticas 
alcançou 
64% do total em alguns níveis, o que 
constitui uma cifra realmente alarmante. 
O nível de destruição da camada de 
ozônio depende do clima existente, 
sendo acelerado pela grande quantidade 
de compostos de cloro e bromo na 
estratosfera, gerados pela atividade 
humana. 
 
 
 
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O efeito estufa, causa do aquecimento 
da Terra e da modificação do clima, é 
outro dos grandes problemas 
atmosféricos, tornando- se um tema 
prioritário a respeito do qual já estão 
sendo tomadas providências. Os Estados 
Unidos emitem 25% dos gases 
causadores de efeito estufa, motivo 
pelo qual, em 1993, lançou um plano 
para que no ano 2000 a emissão de 
"gases estufa" (CO2 principalmente) 
fosse similar à do ano de 1990. O 
departamento de Energia dos Estados 
Unidos anunciou, no entanto, em outubro 
de 1997, que os "gases estufa" 
produzidos nesse país simplesmente não 
haviam diminuído, mas aumentaram 8% 
desde 1990. 
 
A chuva ácida, produzida pela atividade 
industrial, também inclui- se como uma 
das ameaças ao meio aéreo. Trata-se 
da emissão de compostos de enxofre 
na atmosfera, os quais podem diluir-se 
no vapor da água, formando pequenas 
gotas de ácido sulfúrico (H2SO4), 
provocando a chuva ácida. Esse 
fenômeno não é um problema localizado,já que essas gotas podem depositar-se 
sobre solos a muitos quilômetros de 
distância do ponto em que são 
originadas. 
 
A contaminação dos espaços interiores é 
um tema específico no estudo da 
poluição atmosférica. A maior parte da 
atividade profissional, familiar, social e 
recreativa que exercemos ocorre dentro 
de espaços fechados, onde a 
concentração de substâncias poluentes 
torna-se maior que em espaços abertos. 
Neste caso, aos contaminadores 
clássicos somam-se outros, como os 
óxidos de nitrogênio e CO2, emitidos pelo 
gás de cozinha, pelos escapamentos dos 
automóveis nas garagens, pelas 
partículas de fuligens provenientes dos 
veículos automotores, e que se 
introduzem dentro das casas, pela 
fumaça dos cigarros, e outras 
substâncias voláteis que aparecem em 
produtos de uso doméstico, como tintas e 
aerossóis. A contaminação por amianto é 
uma das mais conhecidas, pois esse 
material era amplamente utilizado na 
construção até que se comprovou, na 
década de 60, que as emanações de 
suas fibras podiam provocar câncer. 
 
Solo 
O solo nos faz pensar imediatamente na 
cobertura da superfície terrestre. De 
acordo com o critério científico ou 
pedológico (do grego pedós = solo), é 
uma coleção de corpos naturais, que 
ocupa posições na superfície terrestre, 
os quais suportam as plantas, e cujas 
características são decorrentes da ação 
integrada do clima e da matéria viva 
sobre o material originário, condicionado 
pelo relevo, em períodos de tempo. Isto 
é, o clima e a matéria orgânica (raízes, 
minhocas e outros organismos, vivos ou 
em decomposição) atuam modificando 
os solos através do tempo, decompondo 
as rochas e transformando a topografia. 
Não esqueçamos que a superfície do 
solo não é plana, porém, possui uma 
série de acidentes que favorece o 
escoamento ou a retenção da água. 
 
Seguindo um critério prático ou 
edafológico (do grego edafós = solo 
ou terra como suporte de plantas), o 
solo é concebido como o meio natural 
onde se desenvolvem as plantas. 
 
Os seres humanos podem fazer variados 
usos do solo. A atividade agrícola é em si 
benéfica para o solo; contudo, o prejuízo 
surge quando práticas inadequadas são 
realizadas, como o manejo inadequado 
de água para irrigação, que gera uma má 
drenagem e processos de salinização 
(quando os sais se acumulam, chegam 
 
 
 
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a alcançar níveis tóxicos para as 
plantas). 
 
Ainda assim, a falta de manejo 
adequado dos solos (como as práticas 
da pecuária ou a eliminação de árvores 
e arbustos, que se desenvolvem em 
solos com encostas pronunciadas ou nas 
margens de um rio) tem como 
consequência a ocorrência de processos 
erosivos. O aparecimento de fendas em 
lugares com declividade acentuada, 
assim como de aluviões, que são 
produzidos com a ocorrência de chuvas 
intensas e o assoreamento das margens 
dos rios são formas radicais de erosão. 
 
Finalmente, o uso de terras agrícolas 
para outros fins, tais como a fabricação 
de materiais de construção (tijolos e 
acabamentos cerâmicos) e a edificação 
de infraestrutura (residências, fábricas, 
edifícios diversos, pavimentação de vias 
de transporte), é uma das formas mais 
nocivas de utilização dos solos 
cultiváveis. 
 
O uso inadequado dos solos leva ao 
surgimento do fenômeno conhecido pelo 
nome de desertificação. Segundo dados 
das Nações Unidas, estima-se que a 
cada ano desertificam-se entre 6 e 7 
milhões de hectares, ou seja, uma 
superfície equivalente ao triplo da 
ocupada pelo estado de Sergipe /Brasil. 
Do mesmo modo, uma extensão 
adicional de 20 milhões de hectares 
(área equivalente ao Estado do Paraná, 
Brasil) se empobrece anualmente, até o 
ponto de se tornar improdutiva para a 
agricultura e para a pecuária. 
 
Água 
A definição de água é mais difícil do que 
geralmente se supõe. Aparentemente 
simples, a água é um dos corpos mais 
complexos do ponto de vista físico e 
químico, pois é muito difícil obtê-la em 
estado puro, além de apresentar um 
maior número de anomalias em suas 
constantes físicas. 
 
A água é a fonte de toda a vida. Sem 
água não há vida. Os seres vivos não 
podem sobreviver sem água. A água é 
parte integrante dos tecidos animais e 
vegetais. Existe na biosfera em seus 
estados líquido (mares, rios, lagos e 
lagoas), sólido (gelo, neve) e gasoso 
(vapor de água, nuvens, umidade). É uma 
bebida elementar, uma fonte de energia, 
uma necessidade para a agricultura e 
para a indústria. Todas as grandes 
civilizações nasceram ao redor da água. 
Não se conhece nenhuma civilização 
que tenha se desenvolvido em uma 
região desprovida de água. 
 
Não se conhece nenhuma grande 
civilização que tenha nascido em uma 
região desprovida de água. E é por 
isso que, há milhares de anos, desde 
que a humanidade foi capaz de 
representar seus conceitos por 
símbolos gráficos, tem-se valorizado a 
água. 
 
A água renova-se no mundo dentro de 
um ciclo, conhecido como ciclo 
hidrológico. Com o calor produzido pela 
insolação, a água evapora-se dos mares 
e das águas continentais, chegando à 
atmosfera, onde forma nuvens que logo 
se precipitam (chuva, neve, granizo). 
Uma vez sobre o continente, parte 
dessa água escorre superficialmente 
(rios), enquanto o restante, em maior 
proporção, infiltra-se (águas 
subterrâneas) chegando desta forma 
novamente aos lagos, lagoas e oceanos, 
nos quais volta a evaporar-se. (figura 
1.9) 
 
A água exerce uma influência decisiva 
sobre os seres humanos e os recursos 
naturais renováveis. Sua dinâmica 
 
 
 
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natural influi sobre solos, plantas e 
animais, podendo causar deslizamentos 
e inundações como processos naturais. 
Porém, a água também tem sua dinâmica 
afetada pelas atividades humanas, que 
muitas vezes aceleram esses processos 
naturais (desmatamento em encostas e 
nas margens dos rios, processos de 
urbanização intensa, entre outros). 
 
 
 
 
Outro tipo de influência exercida pelas 
atividades humanas sobre a água é a 
sua contaminação. Assim, antes de 
chegar ao solo como chuva, pode ser 
contaminada com emissões gasosas, 
procedentes da indústria ou da 
combustão de veículos automotores; ou, 
já no solo, pelo lançamento de 
substâncias tóxicas ou resíduos líquidos 
ou sólidos, da indústria, da agricultura ou 
domésticos. 
 
A contaminação das águas afeta tanto os 
animais como as plantas, implicando em 
grave problema ambiental. Até poucos 
anos, a água era vista como um bem 
barato (ou praticamente gratuito) e 
inesgotável. 
 
Atualmente, esta visão teve que ser 
revista, pois compreendeu-se que, para 
recuperar a água contaminada, o 
processo é difícil e oneroso. Uma 
porcentagem demasiadamente elevada 
da população mundial não dispõe de 
água suficiente em quantidade e na 
qualidade desejada, afetando as 
necessidades hídricas dos cultivos, a 
capacidade de sobrevivência e 
permitindo a proliferação de doenças 
 
 
 
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causadas pelo consumo, por animais e 
pessoas, de águas não tratadas. 
 
Aproximadamente 71% da superfície de 
nosso planeta é coberta pelos oceanos, 
os quais estão sofrendo uma constante 
degradação. A cada ano, são despejadosneles mais de 8 milhões de toneladas de 
petróleo, sendo que, segundo cifras da 
FAO, 44% dos locais de pesca sofrem 
processos de exploração intensiva, 16% 
são explorados em excesso, 10% dos 
arrecifes de corais se encontram em 
estado irrecuperável e 30% estão em 
processo de degradação. A ONU 
estabeleceu que 1998 seria o Ano 
Internacional dos Oceanos, visando fazer 
com que as ações realizadas durante 
aquele ano sensibilizassem os Governos 
e os cidadãos para essa problemática. 
 
Para diminuir o impacto sobre o meio 
aquático, deve-se reduzir o despejo de 
resíduos, tratar as águas contaminadas 
antes de lançá-las nos cursos dos rios e 
antes de serem consumidas, além de 
potencializar as técnicas de captação e 
armazenamento de água, assim como 
reduzir o desperdício. 
 
Flora e Fauna 
A flora e a fauna incluem todos os 
organismos vivos que se desenvolvem na 
biosfera. A flora é constituída pelo 
conjunto de espécies ou indivíduos 
vegetais, silvestres ou cultivados, que 
vivem ou povoam uma determinada 
região ou área. 
 
Os vegetais ou plantas, como 
habitualmente são chamados, são formas 
de vida que se podem agrupar, a 
princípio, em doisgrandes grupos: plantas 
que têm flores visíveis, ou Fanerógamas 
(árvores, arbustos, ervas), e plantas sem 
flores visíveis, ou Criptógamas 
(samambaias, musgos, fungos, algas e 
bactérias). Este grupo inclui a totalidade 
da microflora. 
 
Quanto ao meio em que habitam, às 
dimensões e às formas de vida, os 
organismos são classificados como 
integrantes da: flora bacteriana, flora 
fluvial, flora intestinal, flora nativa ou 
autóctone, flora silvestre, flora marinha, 
flora invasora, microflora e macroflora. 
 
A flora inclui muitas espécies de valor 
econômico utilizadas para diversos fins: 
obtenção de madeira (florestas), 
pastagens (pastos naturais), medicina 
(plantas medicinais) etc. 
 
A extinção ameaça atualmente 
aproximadamente 25.000 espécies de 
plantas. 
 
Quanto às florestas, no mundo há dois 
tipos principais que possuem valor 
econômico: as florestas homogêneas, 
compostas por um número limitado e 
uniforme de espécies, que se 
desenvolvem nas zonas temperadas dos 
hemisférios Norte e Sul (por exemplo, os 
bosques de pinheiros que caracterizam o 
Canadá, a Argentina e o Chile); e as 
florestas heterogêneas ou tropicais 
úmidas, compostas por uma variedade 
de espécies de todo tipo e tamanho 
(árvores, arbustos, plantas herbáceas 
etc.), que caracterizam a região 
equatorial do mundo (por exemplo, a 
Floresta Amazônica).Estas últimas são 
as florestas mais vulneráveis por estarem 
continuamente submetidas a um 
processo de desmatamento. 
 
Esse processo é tão intenso que, 
segundo estimativas, só na América 
Latina ocorre a metade do desmatamento 
realizado em todo o planeta. Sabe-se 
que, a cada ano, o mundo perde 11,3 
milhões de hectares de florestas 
tropicais. As florestas homogêneas ou 
 
 
 
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temperadas não se livram da 
degradação, principalmente pelo efeito da 
chuva ácida. 
 
Por outro lado, o desequilíbrio entre a 
produção e o consumo dos recursos 
naturais é evidente: um quinto da 
população mundial (América do Norte, 
Europa Ocidental, Japão, Austrália, Hong 
Kong, Cingapura e os Emirados 
petroleiros do Oriente Médio) consome 
80% dos recursos naturais. Entretanto, é 
nos 14 dos 17 países mais endividados 
do mundo que se encontram asflorestas 
tropicais. O resultado é um comércio de 
recursos naturais (sobretudo madeira) 
que são utilizados para pagar essa 
dívida. De fato, calcula-se que a 
subsistência de 300 milhões de pessoas 
está relacionada com as florestas. 
 
As pastagens naturais constituem a mais 
extensa prática do mundo no 
aproveitamento dos solos, pois ocupam 
30 milhões de km2, ou seja, 23% da 
superfície de solo da Terra. Mesmo 
que sua produtividade seja geralmente 
baixa, mantém, no entanto, a maioria das 
3 bilhões de cabeças de gado do mundo 
e, consequentemente, a maior parte da 
produção mundial de carne e leite. 
 
Infelizmente, em numerosos lugares, o 
manejo dos campos não é adequado. 
Extensas pastagens localizadas no norte 
da África, no Mediterrâneo e no Oriente 
Próximo foram degradadas. A pecuária é 
também um problema nos ecossistemas 
de montanhas, tais como no Himalaia e 
nos Andes. A deficiente gestão da 
atividade de criação de gado e os 
excessos nos níveis de capacidade de 
uso permitem que a cobertura herbácea 
- geralmente pobre, tanto como forragem 
quanto na qualidade de proteção do solo 
- seja atacada pelos processos erosivos. 
 
Do mesmo modo, muitas espécies de 
plantas nativas constituem uma fonte de 
recursos para a saúde. São as 
denominadas plantas medicinais, 
utilizadas primordialmente nas zonas 
rurais através de sistemas médicos 
tradicionais e que apresentam uma 
eficácia ou valor terapêutico real ou 
potencial e, consequentemente, um valor 
econômico indeterminado. 
 
A fauna é formada pelo conjunto de 
animais que povoam ou vivem em 
uma determinada zona ou região. Em 
nível global, podemos falar da fauna 
do planeta Terra e esse conceito, 
então, abrange todos os animais que 
existem desde que apareceu a vida na 
Terra. 
 
Pode-se dividir a fauna, a princípio, em 
dois grandes grupos: os invertebrados, a 
forma mais primitiva, e os vertebrados, 
de evolução mais tardia. A principal 
diferença entre ambos é a presença de 
um eixo ósseo ou coluna vertebral, que 
suporta o corpo do animal, nos 
vertebrados, e que não existe nos 
invertebrados. Entre os vertebrados, são 
classificados os peixes, anfíbios, répteis, 
aves e mamíferos. Este último grupo 
inclui a espécie humana. Entre os 
invertebrados, distinguem-se aqueles 
com membros articulados ou artrópodes 
(insetos, aracnídeos, crustáceos, 
miriápodes), os moluscos, equinodermos, 
cnidários e esponjas. 
 
De acordo com o meio onde habitam, a 
sua dimensão e a forma de vida, temos 
a fauna silvestre, epifauna, infauna, 
macrofauna, megafauna, mesofauna, 
microfauna e pedofauna. 
 
A utilidade das espécies de fauna é 
múltipla, mas principalmente podemos 
mencionar a domesticação de animais 
selvagens como fonte de alimentos 
 
 
 
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(carne, ovos, gorduras), de produtos 
industriais (fibras, lãs, couros, peles, 
pêlos, corantes) e de produtos úteis para 
a agricultura (adubos, como o guano 
produzido por aves marinhas). 
 
A extinção ameaça, atualmente, mais 
de 1.000 espécies de vertebrados. 
Estas cifras não englobam o inevitável 
desaparecimento de animais menores 
- em particular os invertebrados, como 
os moluscos, os insetos e os corais - 
cujo ambiente está sendo destruído. 
 
A ameaça mais grave para fauna e flora 
é a degradação do meio ambiente físico 
através de sua substituição gradual por 
assentamentos humanos, portos e outras 
construções; da contaminação com 
produtos químicos e resíduos sólidos 
(domésticos, agrícolas e industriais); da 
extração descontrolada de águas e de 
recursos naturais; além da pecuária, de 
atividades pesqueiras e da caça 
indiscriminada. 
 
Devido à superexploração da pesca, 
atualmente encontram-se 
consideravelmente esgotadas pelo 
menos 25 das mais valiosas zonas 
pesqueiras do mundo. Cinco das oito 
regiões com maior número de reservas 
pesqueiras esgotadas são regiões 
desenvolvidas (Atlântico do Noroeste, 
Atlântico do Nordeste, Mediterrâneo, 
Pacíficodo Noroeste e Pacífico do 
Nordeste). No mar peruano, a pesca da 
anchoveta ocasionou seu colapso entre 
1971 e 1978. Seu habitat foi ocupado 
pela sardinha, pela cavala, pelo bonito e 
pela merluza. A alteração ecológica 
trouxe como conseqüência um grave 
prejuízo econômico e ambiental (a 
pescapredatória da anchoveta provocou 
a diminuição da população de aves 
guanadeiras - aves marinhas). 
 
Quanto aos animais terrestres, estes são 
caçados principalmente para a obtenção 
de carne e peles. O comércio 
internacional converteu-se em uma 
ameaça para muitas espécies, dada a 
exigência cada vez maior do mercado 
internacional pelas espécies raras da 
fauna. Esse abuso ameaça 40% de todas 
as espécies de vertebrados em vias de 
extinção, representando o maior perigo 
que pesa sobre os répteis. 
 
Minerais 
Os minerais são corpos inorgânicos 
naturais, de composição química e 
estrutura cristalina definidas. Sua 
importância é grande por seus diversos 
usos na indústria. Constituem as 
matérias- primas ou recursos mais 
importantes para fabricar as ferramentas 
da civilização. No total, há na crosta 
terrestre mais de 2.000 minerais 
distintos, que apresentam uma 
deslumbrante variedade de cores, 
formas e texturas. 
 
Os minerais têm sua origem nas 
rochas, que não são mais que uma 
mistura complexa de minerais ou que, às 
vezes, são formadas por um só tipo de 
mineral. 
 
Há minerais metálicos (que são muito 
consistentes e possuem brilho) e não 
metálicos (de menor consistência 
apresentam-se em estado sólido, líquido 
ou gasoso e não brilham). 
 
Uma característica dos minerais é que 
são esgotáveis, ou seja, uma vez que 
são explorados não se renovam. O 
petróleo, o cobre, o ferro, o carvão 
natural etc., um dia irão esgotar-se. 
Por este motivo, é necessário utilizá-los 
com prudência, evitando seu 
desperdício. 
 
 
 
 
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Desde os tempos pré-históricos, os seres 
humanos souberam utilizar os minerais. 
Já na Idade da Pedra usava-se o sílex; 
mais tarde, o bronze e o ferro. O carvão 
natural serviu para o grande avanço 
industrial do século passado, 
alimentando as usinas e as máquinas a 
vapor. O urânio, atualmente, alimenta os 
reatores atômicos. Mas em todos os 
tempos os minerais mais "explorados" 
foram os diamantes e o ouro.A 
exploração e o uso irracional dos 
minerais encontram-se associados à 
poluição. Por exemplo, a eliminação de 
resíduos das minas resulta em 
contaminação dos recursos hídricos; e o 
uso do carvão natural está associado à 
poluição atmosférica. 
 
Entre os principais minerais 
encontram-se: o carbono (fundamento 
dos compostos químicos orgânicos, 
por exemplo o petróleo), o ferro, o 
cobre, o urânio, o chumbo, o zinco, o 
alumínio, o ouro e a prata. 
 
Energia 
Constitui o recurso mais misterioso da 
natureza e está associado ao 
movimento. Em conjunto com a 
matéria, forma o mundo, o cosmo. A 
matéria é a substância; a energia, o 
móvel da substância, do universo. A 
matéria pesa, ocupa um lugar, pode 
ser vista, ouvida, apalpada; a energia 
não é vista, somente são vistos seus 
efeitos. Podemos ver cair uma pedra, 
mas não podemos ver a energia liberada 
para dar movimento a essa pedra. 
Podemos ver a lua e comprovar seus 
movimentos; entretanto, não podemos 
ver a energia, ou força, que faz com 
que a lua se mova. Portanto, a energia 
só pode ser definida em função de seus 
efeitos, como a capacidade de efetuar um 
trabalho. 
 
A energia manifesta-se de muitas 
formas em nossa vida diária. Assim 
temos: 
 
- a energia mecânica, que corresponde a 
de qualquer objeto em movimento; 
- a energia térmica ou do calor; 
- a energia radiante, que é a gerada pelo 
Sol e pelas estrelas, pelas ondas de rádio 
e por todo tipo de radiações; 
- a energia química, contida nos alimentos 
e nos combustíveis, como o petróleo; 
- a energia elétrica, que corresponde à 
eletricidade e aos imãs; e 
- a energia nuclear, que mantém unidas 
as partículas dos átomos. 
Uma particularidade da energia é que se 
pode transformar. Qualquer forma de 
energia pode ser convertida em outra. 
Um exemplo é o ciclo hidrológico: a 
água dos mares ou dos lagosevapora-
se e passa para a atmosfera graças ao 
calor produzido pela energia radiante 
proveniente do sol. O vapor condensa-
se em forma de nuvens e cai como 
chuva, neve ou granizo nas montanhas. 
Ao escoar, a água move as turbinas 
de uma usina hidrelétrica, transformando 
a energia mecânica em corrente elétrica 
que, ao ser conduzida pelos fios, 
aciona equipamentos eletrodomésticos. 
 
Porém, a fonte fundamental de energia 
é o Sol, do qual se diz ser o "motor do 
mundo energético". Essa pode ser a 
razão pela qual muitas das civilizações 
antigas adoravam esse astro. 
 
No estudo sobre Meio Ambiente, 
interessa-nos principalmente o modo 
como a luz se relaciona com o 
conjunto de seres vivos e como a 
energia é transformada dentro da 
comunidade desses seres (animais e 
plantas), seja nas relações entre plantas 
(produtoras de alimentos) e animais 
consumidores (herbívoros); entre os 
animais carnívoros e suas presas; ou 
 
 
 
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entre o número de animais e plantas e os 
alimentos disponíveis em uma 
determinada área. 
 
As plantas produzem alimentos pela 
ação da luz sobre a clorofila das folhas. 
Mas somente uma pequena porção da 
luz absorvida pelas plantas verdes é 
transformada em alimento; a maior 
parte dela transforma-se em calor, que 
logo é irradiado pela planta. Todos os 
demais seres vivos obtêm energia 
através dos alimentos, convertendo 
grande parte dela em calor e 
acumulando uma pequena parte da 
energia em compostos como proteínas, 
gordura e outros produtos. 
 
Existem energias renováveis e energias 
não renováveis. Por exemplo, a energia 
radiante produzida pelo Sol, e que 
logo se transforma, é uma energia 
renovável. Mas a energia química 
produzida pela combustão do petróleo é 
uma energia não renovável, porque o 
petróleo pode se esgotar. 
 
É por isso que a tendência moderna é 
pela utilização mais ampla das energias 
renováveis, fundamentando o 
desenvolvimento sustentável.
 
 
 
Tabela 1.5. Brasil: Oferta de energia por 
fonte - dados em tep (tonelada 
equivalente de petróleo), apresentados 
no Balanço Energético Brasileiro 1998. 
Fonte: Adaptado de Castro (1999) e 
Ben 
2006 (2006). 
 
A oferta interna de energia total no Brasil, 
em 2005, atingiu 218,6 milhões de TEP 
(1), sendo que, desse total, 97,7 
milhões de tep ou 44,7% correspondem 
à oferta interna de energia renovável. 
 
Essa proporção é das mais altas do 
mundo, contrastando significativamente 
com a média mundial, de 13,3%, e mais 
ainda com a média dos países que 
compõem a Organização de Cooperação 
e de Desenvolvimento Econômicos - 
 
 
 
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OCDE (2), em sua grande maioria países 
desenvolvidos, de apenas 6%. 
 
 
 
1 (TEP) Toneladas Equivalentes de 
Petróleo. 
2 São os seguintes os 30 países 
membros da Organisation de 
Coopération et de Développement 
Économiques: Alemanha, Austrália, 
Áustria, Bélgica, Canadá, Coréia do Sul, 
Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, 
Finlândia, França,Grécia, Holanda, 
Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, 
Luxemburgo, México, Noruega, Nova 
Zelândia, Polônia, Portugal, Reino Unido, 
República Eslovaca, República Tcheca, 
Suíça, Suécia e Turquia. Além desses 
países, também integra a OCDE a União 
Européia. 
 
O Desenvolvimento Sustentável que é 
o desenvolvimento sustentável? 
 
O termo desenvolvimento sustentável foi 
estabelecido pela International Union for 
The Conservation of Nature (IUCN), 
embora sua popularidade tenha origem 
no relatório "Nosso futuro comum" ou 
relatório Bruntland (WCED, 1987), 
preparado pela Comissão Bruntland das 
Nações Unidas, no qual se lê: 
"O desenvolvimento sustentável satisfaz 
as necessidades atuais sem 
comprometer a capacidade de futuras 
gerações de satisfazer suas próprias 
necessidades". 
 
Os componentes substantivos nesta 
definição são as questões de eqüidade, 
tanto entre uma mesma geração como 
entre as diferentes gerações, a fim de 
que todas as gerações, presentes e 
futuras, aproveitem ao máximo sua 
capacidade potencial.Porém, a maneira 
como as atuais oportunidades estão 
distribuídas não é, na realidade, 
indiferente. Seria estranho que 
estivéssemos preocupados 
profundamente com o bem-estar das 
futuras gerações e deixássemos de lado 
a triste sorte dos pobres de hoje. No 
entanto, atualmente, nenhum desses 
dois objetivos tem assegurada a 
prioridade que merece. 
 
Consequentemente, talvez uma 
reestruturação das pautas concernentes 
à distribuição da renda, à produção e 
ao consumo em escala mundial seria 
uma condição prévia necessária a toda 
estratégia viável de desenvolvimento 
sustentável. 
 
O conceito de desenvolvimento 
sustentável surgiu em um contexto de 
crise econômica e da revisão dos 
paradigmas de desenvolvimento. A crise 
econômica na maior parte do mundo, a 
instabilidade, o aumento da pobreza 
etc., punham em dúvida a viabilidade 
dos modelos convencionais, inclusive, 
a própria ideia de "desenvolvimento" 
havia sido sustada das políticas ante a 
urgente necessidade de estabilizar as 
economias e recuperar o crescimento 
econômico. 
 
O surgimento da ideia do 
desenvolvimento sustentável teve 
repercussões importantes em todos os 
meios - graças aos esforços da Comissão 
das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento 
(CNUMAD) - devido à necessidade de 
renovar concepções e estratégias, 
 
 
 
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buscando o desenvolvimento das nações 
pobres e reorientando o processo de 
industrialização dos países mais 
avançados. 
 
O conceito convencional de 
desenvolvimento se referia ao processo 
de melhoria das condições econômicas e 
sociais de uma nação. O enfoque da 
Comissão buscou ir além da dimensão 
econômica e social, tratando de incluir a 
questão ambiental como um dos 
elementos centrais da concepção e da 
estratégia do desenvolvimento. 
 
Ao qualificar o desenvolvimento com o 
adjetivo "sustentável", incorpora-se um 
conceito de capacidade de subsistir ou 
continuar. A sustentabilidade expressa 
uma preocupação com o meio ambiente 
para que as gerações futuras o utilizem e 
o desfrutem da mesma forma que a 
presente.Neste caso, "desenvolvimento" 
não é sinônimo de "crescimento". 
Crescimento econômico é entendido 
como aumentos na renda nacional. Em 
contra partida, o desenvolvimento implica 
algo mais amplo, uma noção de bem-
estar econômico que reconhece 
componentes não monetários. Estes 
podem incluir a qualidade do meio 
ambiente. 
 
O desenvolvimento sustentável busca 
resolver os velhos problemas do 
desenvolvimento, com novos 
condicionantes que tornam mais 
complexa tal tarefa como, por exemplo, 
a superação da pobreza e distribuição 
equitativa na sociedade. Este conceito 
agrega a necessidade de que esses 
propósitos se cumpram sem acelerar a 
deterioração ambiental, inclusive 
recuperando, na medida do possível, os 
entornos ambientais degradados. 
 
Em consequência, o desenvolvimento 
sustentável exige que se definam 
prazos, com qual ordem de prioridades, a 
que níveis e escalas e quais recursos 
econômicos utilizar para obter a 
sustentabilidade. Essa tarefa é muito 
complexa, dado os aspectos sociais, 
políticos e elementos técnicos 
implicados, por exemplo, na superação 
da pobreza, em que a sustentabilidade 
pode ser inalcançável, mesmo em 
prazos relativamente longos. 
 
Outro problema a ser considerado é o da 
interpretação. Na bibliografia sobre o 
tema excedem as definições de 
desenvolvimento sustentável incorretas 
ou distorcidas que, frequentemente, 
alteram a ideia original. Por exemplo, 
uma grande parte da literatura disponível 
tende a reduzir o conceito a uma mera 
sustentabilidade ecológica ou a um 
desenvolvimento ecologicamente 
sustentável, preocupando-se apenas 
com as condições ecológicas 
necessárias para manter a vida humana 
ao longo das gerações futuras (Bifani, 
1997). Esse enfoque, embora útil, é 
claramente reducionista, por não 
considerar as dimensões social, 
econômica e política do termo. 
Uma forma de medir o desenvolvimento é 
através de indicadores, os quais 
normalmente estão relacionados apenas 
com questões econômicas. Contudo, 
quando se busca um caminho para o 
desenvolvimento sustentável, os 
indicadores devem ter de considerar as 
dimensões: econômica, social e 
ambiental. 
 
 
 
 
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O desenvolvimento sustentável como 
conceito básico 
Pode-se analisar desenvolvimento 
sustentável como um conceito 
(metaconceito) incompleto e aberto, uma 
nova maneira de expressar nossa 
relação com a biosfera e seus 
processos, assinalando um horizonte no 
qual se situa uma cidadania mais 
preocupada e conscientizada, alguns 
governos expectantes, e alguns 
cientistas que busquem recuperar o 
sentido da ciência. 
 
Como assinala Jiménez Herrero (1992), o 
conceito (metaconceito) de 
desenvolvimento sustentável tem quatro 
vantagens: 
 
1. baseia-se em um acordo geral em 
torno de uma definição que engloba toda 
uma série de problemas inter-
relacionados e em referência ao contexto 
no qual se deve buscar as soluções; 
2. trata-se de um conceito de 
aplicabilidade universal; 
3. representa uma unificação de 
interesses tradicionalmente contrários; 
4. abre um caminho de reconciliação 
entre economia e ecologia, 
reforçando a estratégia de crescimento 
econômico tendo como base as 
transformações em sua estrutura. 
Com efeito, se consideramos que os 
fatores de produção são os recursos 
naturais, a mão de obra e o capital, 
torna-se possível o emprego de menos 
recursos naturais, empregando uma 
maior quantidade de outros dos fatores 
como, por exemplo, empregando mais 
pessoas nos processos de transformação 
ao estilo tradicional (embora em 
condições mais adequadas), ou 
reinvestindo parte dos benefícios em 
conservação e melhoria ambiental. 
 
Por um lado, Daly (citado por RIVAS, 
1997), nos diz que para que uma 
sociedade seja fisicamente sustentável, 
seus insumos globais materiais e 
energéticos devem cumprir três 
condições: que suas taxas de utilização 
de recursos não renováveis não 
excedam suas taxas de regeneração; 
que tampouco excedam a taxa na qual 
os substitutivos renováveis se 
desenvolvem; e que suas taxas de 
emissão de agentes poluentes sejam de 
acordo com a capacidade de assimilação 
do meio ambiente. 
 
Sustentabilidade e modificação de 
estruturas 
 
Para os autoresde "Mais Além dos 
Limites do Crescimento" (citados por 
RIVAS, 1997), ante os preocupantes 
sinais de crescimento insustentável da 
sociedade, as respostas possíveis são 
três: 
 
- uma primeira resposta mais ou menos 
convencional: disfarçar, negar ou 
confundir esses sinais; isto se consegue 
escondendo e exportando os resíduos, 
controlando preços, trasladando os 
custos ao meio ambiente, buscando 
novos recursos etc.; 
 
- uma segunda resposta consiste em 
aliviar a pressão do planeta mediante 
artifícios de tipo tecnológico 
(tecnosfera), porém, sem abordar as 
causas profundas que subjazem aos 
problemas (sociosfera). Trata-se de uma 
 
 
 
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posição ambientalista de caráter 
reformista, que embora seja necessária, 
nunca pode ser definitiva; 
 
- a terceira resposta está na direção de 
restabelecer as coisas, a partir de uma 
análise profunda das causas, mudando 
as estruturas. É evidente que essa 
posição tem um sentido moral mais 
profundo, razão pela qual é também mais 
sustentável. 
 
Estamos de acordo com esse panorama 
e com sua visão de um mundo mais 
sustentável, representado pela terceira 
resposta, com alguns traços bem 
definidos, a saber: 
 
- valores sociais como a eficiência, a 
justiça e a eqüidade; 
- regeneração dos valores (e da prática) 
política; 
- suficiência material e segurança para 
todos; 
- estabilidade populacional em seu mais 
amplo sentido; 
- trabalho como forma de realização e 
dignidade pessoal; 
- economia como um meio e não como 
um fim; 
- sistemas de energia eficientes e 
renováveis; 
- sistemas de materiais cíclicos e 
eficientes; 
- agricultura regenerativa de solos; 
- acordo social sobre certos impactos 
que a natureza não pode assumir; 
- preservação da diversidade biológica e 
cultural; 
- estruturas políticas que permitam um 
equilíbrio a curto e longo prazos; 
- resolução dialogada dos conflitos. 
Os traços anteriores podem também 
ser interpretados sob três condições 
para que o desenvolvimento sustentável 
seja uma alternativa viável: progresso 
científico, tecnologia social e nova 
estrutura de tomada de decisões. O 
progresso científico continua sendo 
necessário em diferentes frentes, como 
o da pesquisa na busca de métodos 
mais eficientes no uso da energia ou dos 
materiais. A tecnologia social, em forma 
de instrumentos mais adequados para o 
estudo das sociedades, suas dinâmicas 
e estruturas, é imprescindível para sair 
do círculo vicioso de nosso 
comportamento como espécie, tanto em 
nível individual quanto no dos estados-
nação. Uma nova estrutura na tomada de 
decisões pode favorecer a integração dos 
fatores socioeconômicos e ambientais na 
definição das políticas a serem seguidas 
e nos esquemas de planejamento e 
gestão. 
 
Para David Malin, um dos autores de 
"Estado do mundo 1999", do World 
Watch Institute, deverá ser dos governos 
a responsabilidade por grande parte da 
pressão necessária para avançar em 
direção a uma sociedade moderna por 
um caminho sustentável. O paradoxo é 
que, embora devam introduzir mudanças 
estruturais importantes nas economias, 
não podem planejar essas mudanças, 
precisamente pela magnitude e 
complexidade destas. 
 
Malin cita como exemplo o problema da 
mudança climática global: o Painel 
Intergovernamental sobre Mudança 
Climática tem calculado de forma 
conservadora que a atmosfera não pode 
sustentar mais de 2.000 milhões de 
toneladas por ano de emissões de 
carbono sem sofrer uma grave 
alteração.Distribuindo esse número de 
maneira uniforme entre as 10.000 
milhões de pessoas que, como se prevê, 
irão compartilhar o Planeta em 2100, 
obtém-se uma cota de meio kg por dia 
por pessoa. Um automóvel poderia 
circular 4 quilômetros com essa 
quantidade. Os EUA, o Japão e outros 
países emitem carbono entre 12 e 27 
 
 
 
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vezes essa cifra atualmente, e o ritmo 
continua aumentando. 
 
Caso aumentem gradualmente os 
impostos sobre o carbono em todo o 
mundo, durante 50 anos, chegando a 
250 dólares por tonelada em 2050, as 
emissões globais poderiam estabilizar-
se nessa data, à medida que as 
pessoas e as empresas utilizassem os 
combustíveis fósseis de maneira mais 
eficiente e passassem a usar a energia 
solar ou outras fontes de energia.Se o 
imposto continuasse subindo depois de 
2050, as emissões quase poderiam 
deter-se em 2100. 
 
No entanto, tal como se verá, há sérias 
dificuldades a serem vencidas, pelo 
menos quanto às previsões do Protocolo 
de Quioto, aprovado em 1997, que fixa 
uma redução de 5,2%, com relação aos 
níveis de 1990, até 2008-2010, dos 
gases de efeito estufa emitidos na 
atmosfera pelos países desenvolvidos. O 
problema, na realidade, é a resistência 
de certos países, como EUA, que 
preveem inclusive a compra de 
emissões de países com "excedentes", 
como Rússia, mecanismo "legal" 
introduzido em Quioto pelos 
interessados. 
 
Por isso, impulsionar os países para a 
sustentabilidade representa para muitos 
uma modificação de caráter social só 
comparável à revolução agrícola do 
neolítico tardio e à revolução industrial. 
A diferença a favor do desenvolvimento 
sustentável é que as anteriores 
revoluções foram graduais e 
espontâneas, enquanto a da 
sustentabilidade deve ser uma opção 
totalmente consciente, início da era 
planetária e do verdadeiro exercício da 
liberdade compartilhada. 
 
Críticas ao conceito do 
desenvolvimento sustentável 
Evidentemente, há uma crítica nessa 
tendência ao desenvolvimento 
sustentável. A recepção universal do 
desenvolvimento sustentável não deixa 
de levantar desconfianças, especialmente 
em torno do movimento da defesa do 
meio ambiente. Ao vincular a proteção 
ambiental com o desenvolvimento 
econômico, o "desenvolvimento 
sustentável" parece suavizar os conflitos 
entre esses fins. 
 
Durante muitos anos, tem-se lutado para 
demonstrar como a expansão industrial 
causa dano ao meio ambiente e, agora, 
justo quando o nível de deterioração 
ameaça dar razão a essa luta, aparece 
o termo "desenvolvimento sustentável" 
como uma varinha mágica para fazer 
desaparecer tais conflitos com uma só 
meta unificadora. 
 
No entanto, é evidente que os conflitos 
permaneçam. A proteção do meio 
ambiente significa restrições à atividade 
econômica. Embora o crescimento 
econômico e a conservação não sejam 
incompatíveis, continuam sendo maus 
companheiros. 
 
Há o perigo de que o desenvolvimento 
sustentável se constitua em um sinal 
verde para seguir como sempre. Ao não 
especificar exatamente que grau de 
proteção ambiental se requer, o termo 
oferece aos governos e à indústria um 
meio para associar-se à defesa do meio 
ambiente sem se comprometer. 
 
Convênios, tratados e políticas de 
alcance internacional realizados em 
torno do desenvolvimento sustentável 
 
A preocupação com o meio ambiente tem 
sido especialmente intensa nesses 
últimos trinta anos, gerando uma série de 
 
 
 
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documentos/ações, conferências e 
acordos de âmbito internacional. 
 
Estas ações constituem marcos 
referenciais e o estudo de seu 
desenvolvimento nos oferece a 
possibilidade de estabelecer um 
diagnósticodinâmico da situação do meio 
ambiente no âmbito global, além de 
auxiliar na compreensão do processo de 
formulação de medidas para enfrentar os 
problemas que ameaçam o equilíbrio do 
ambiente no planeta. 
 
Embora as principais referências sobre 
as atuações mundiais em matéria de 
meio ambiente estejam lançadas na 
década de 1970, é importante observar 
que elas não surgem isoladas dos 
crescentes problemas de degradação e 
contaminação que se estabeleceram, 
com maior impacto, a partir do século 
XX.Neste contexto, as questões 
econômicas, tecnológicas, políticas e 
sociais se entrelaçam e definem um 
cenário particular em que essas 
atuações se desenvolvem, na prática. 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 2.1: Esquema cronológico das 
atuações internacionais de maior 
destaque na área ambiental. 
 
Ao longo deste capítulo será possível 
verificar que as alternativas para tratar os 
problemas ambientais não são 
construídas de forma simplificada ou 
instantânea. Elas se estabelecem de 
maneira gradual, e indicam um caminho 
de amadurecimento e aprendizado 
específico que resulta do processo de 
buscar soluções coletivamente.Por essa 
razão, embora se tenha levado quase 70 
anos para que esse movimento global 
emergisse, nos últimos trinta anos ele se 
potencializou de forma espetacular, 
atingindo proporções que ultrapassam o 
controle das grandes ações mundiais 
promovidas por instituições de caráter 
global ou governos nacionais, 
encontrando eco também nas ações 
não-governamentais e nos espaços 
locais ou regionais. 
 
O primeiro relatório do Clube de Roma 
(1972) 
O Primeiro Relatório do Clube de Roma, 
de 1972, intitulado 
"Limites do Crescimento", reconhece 
que: 
 
Não pode haver crescimento infinito com 
recursos finitos. 
Esse relatório expõe uma versão 
certamente pessimista quanto ao 
esgotamento dos recursos naturais no 
planeta. A importância desse relatório 
consiste no fato de que, pela primeira 
vez., questiona-se o desenvolvimento 
infinito. Até esse momento, as reflexões 
sobre limites, embora existissem, não 
faziam parte de um pensamento 
majoritário. Geralmente a sensação era 
que se operava no inalcançável infinito 
(OLIVA, 2004). 
 
Neste relatório são expostos cinco 
fatores básicos que determinam e 
limitam o crescimento no planeta. 
 
- a população; 
- a produção agrícola; 
- os recursos naturais; 
- a produção industrial; 
- a poluição. 
Como medidas paliativas, propõe-se 
deter o crescimento demográfico, limitar 
a produção industrial, o consumo de 
alimentos e matérias-primas e cessar a 
poluição. 
 
Apesar de as previsões contidas no 
relatório não serem cumpridas, este 
representou um ponto de inflexão na 
visão do desenvolvimento. 
 
Se repassarmos atentamente a definição 
de desenvolvimento sustentável 
proporcionada pelo Relatório Bruntland, 
observaremos que é estritamente física, 
ou seja, baseada exclusivamente na 
capacidade de carga do planeta, 
podendoconsiderá-la, em certa medida, 
como um legado das advertências 
coletadas no documento "Os limites do 
crescimento" (OLIVA, 
2004). 
 
A conferência de Estocolmo (1972) 
 
Em 1972, celebrou-se a Conferência de 
Estocolmo sobre o Meio Ambiente 
(também denominada Conferência 
Internacional sobre o Meio Humano), da 
Organização das Nações Unidas (ONU), 
com a participação de representantes de 
113 nações. 
Nessa Conferência, a atenção 
internacional esteve centrada, pela 
primeira vez, na temática ambiental, 
trazendo como foco a degradação do 
ambiente e o conceito de "contaminação 
transfronteiriça". Reconhecia-se, assim, 
o fato de que a contaminação ambiental 
 
 
 
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ultrapassava os limites políticos ou 
geográficos, podendo afetar países, 
regiões e outros povos, mesmo que não 
estivessem atuando diretamente no 
processo de degradação de seu próprio 
ambiente. 
 
Nos anos que se seguiram, esse conceito 
ganhou força, consolidando o caráter 
transnacional que as questões 
ambientais implicavam. Abriram-se 
espaços importantes para o 
desenvolvimento de propostas de ações 
conjuntas (científicas, técnicas, 
econômicas, políticas e sociais) entre 
todos os países e regiões com objetivo 
de construir alternativas para enfrentar 
esse problema de forma mais efetiva. 
 
Essa Conferência marca o início de uma 
série de encontros posteriores, com a 
intenção de refletir sobre a problemática 
ambiental e sugerir propostas de 
soluções alternativas com alcance 
planetário. Em resposta à Conferência de 
Estocolmo, forma-se o Programa das 
Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA) que, junto à União 
Internacional para a Conservação da 
Natureza (UICN) e a World W ildlife Fund 
(WWF), elaboram e apresentam em 1980 
sua "Estratégia Mundial de Conservação 
da Natureza" (EMC). 
 
A EMC define a conservação como:"A 
gestão pelo homem da utilização da 
biosfera de forma que produza um melhor 
e mais sustentado benefício para as 
gerações atuais, porém, que mantenha 
sua potencialidade para satisfazer as 
necessidades e aspirações das gerações 
futuras". 
Portanto, é um conceito que abrange a 
preservação, a 
manutenção e a utilização sustentável, a 
restauração e a melhoria do entorno 
natural, podendo-se afirmar que a 
conservação é a garantia de um 
desenvolvimento a longo prazo. 
 
Os delineamentos da EMC estabelecem 
três finalidades fundamentais: 
 
1. manutenção dos processos 
ecológicos e dos sistemas vitais 
essenciais (por exemplo, regeneração de 
solos, reciclagem de substâncias, 
purificação das águas); 
2. preservação da diversidade genética, o 
que exige a conservação das espécies e 
da diversidade genética de uma própria 
espécie; 
 
3. utilização sustentada das espécies e 
dos ecossistemas, sem superar em 
nenhum caso a capacidade do 
ecossistema. 
 
Convênio sobre o Comércio 
Internacional de Espécies 
Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestre 
(CITES) 
 
Esse Convênio foi adotado, em 
Washington, em 1973, e está vigente 
desde 1975, sendo ratificado por 111 
Estados. Tem por finalidade estabelecer 
listas de espécies ameaçadas, cujo 
comércio internacional está proibido ou 
regulado através de licenças ou cotas, de 
forma que se possa combater o 
comércio ilegal e a superexploração 
desses recursos vivos. 
O Convênio inclui as espécies divididas 
em três categorias, com níveis 
progressivos de restrição em seu 
comércio. Além disso, financia estudos 
de populações com o objetivo de diminuir 
seu grau de ameaça. 
 
O relatório da comissão Brandt - 
Programa para a sobrevivência e crise 
comumO Relatório da Comissão 
Brandt foi publicado em 1980, a partir 
de uma comissão independente, formada 
 
 
 
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em 1977, e da ação do então presidente 
do Banco Mundial, Robert MacNamara, 
e do ex- chanceler alemão Willi Brandt. 
Esse relatório destaca que a sociedade 
contemporânea apresenta-se como um 
sistema frágil com interdependências; 
conseqüentemente, os problemas locais 
(especialmente os relacionados com 
meio ambiente, energia, ecologia e 
setores econômicos e comerciais) 
somente poderão ser resolvidos em 
nível internacional. 
 
O relatório do Instituto WorldwatchO Relatório do Instituto Worldwatch sobre 
o estado do mundo é apresentado 
anualmente desde 1984. No relatório 
"Estado do Mundo 1997", denunciava-se 
que, cinco anos após a realização da 
Cúpula da Terra do Rio de Janeiro, a 
maioria dos governos do mundo não 
estava cumprindo suas recomendações. 
Desde a cúpula do Rio, "a população 
mundial cresceu em 450 milhões de 
habitantes, vastas áreas de florestas 
têm perdido suas árvores e as emissões 
anuais de dióxido de carbono 
procedentes de combustíveis fósseis, a 
principal causa do efeito estufa, tem 
alcançado sua cota mais alta". Esse 
relatório culpa oito países pela falta de 
cumprimento dos compromissos 
(Estados Unidos, Indonésia, China, 
Brasil, Rússia, Japão, Alemanha e Índia), 
que representam 56% da população 
mundial, 53% da superfície florestal da 
Terra e 58% das emissões de CO2. 
Em 2005, em sua 24ª edição, o Relatório 
"Estado do Mundo 2005" centra-se na 
redefinição do conceito de segurança, 
dedicando-se aos temas do 
desenvolvimento sustentável e da 
utilização dos recursos naturais. O 
documento estabelece relações entre 
segurança e mudanças no perfil da 
população (grande contingente de 
jovens desempregados, por exemplo), 
falta de acesso à água e aos alimentos, 
dependência crescente de petróleo nos 
países desenvolvidos e também 
questões de desarmamento em 
sociedades que saíram recentemente de 
conflitos armados. 
 
O relatório Brundtland 
O Relatório Brundtland (1987) foi 
apresentado pela Comissão Mundial do 
Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(UNCED) da ONU, sob o título de 
"Nosso Futuro Comum", mais conhecido 
como Relatório Brundtland, em 
homenagem a sua presidenta, Gro 
Harlem Brundtland, primeira-ministra da 
Noruega. 
Esse relatório assinalava que a economia 
mundial deveria satisfazer as legítimas 
necessidades e aspirações da 
população, devendo o crescimento, no 
entanto, estar em consonância com o 
caráter esgotável dos recursos do 
planeta. Com esse relatório, introduz-se 
a noção de Desenvolvimento Sustentável, 
definido como "um desenvolvimento que 
satisfaça as necessidades presentes, 
sem pôr em risco a possibilidade das 
futuras gerações satisfazerem às suas". 
 
Perceba que, em 1987, o Relatório 
Brutland introduziu o conceito de 
"Desenvolvimento Sustentável". 
 
O protocolo de Montreal 
Em 16 de setembro de 1987, 46 países 
firmaram o Protocolo de Montreal, 
relacionado às substâncias que esgotam 
a camada de ozônio. Posteriormente (em 
1995), essa data foi proclamada pela 
Assembléia Geral da ONU como Dia 
Internacional de Preservação da Camada 
de Ozônio. 
 
O Protocolo de Montreal fixou as 
seguintes metas: 
 
 
 
 
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- redução de 50% do consumo de cinco 
tipos de CFC para finais do século; e 
- congelamento do consumo de três 
tipos de halons (agentes de extintores 
de incêndio). 
Para os países em processo de 
desenvolvimento, o período de 
tempo determinado para alcançar essas 
metas foi fixado em dez anos. Esse 
Protocolo é caracterizado por sua 
flexibilidade, sendo que as reuniões 
posteriormente celebradas (Londres, 
1990; Copenhague, 1992; Viena, 1995; e 
Montreal, 1997) serviram para reajustar 
os objetivos a serem cumpridos, em 
decorrência das inovações tecnológicas e 
científicas, já que estas permitiriam a 
redução das datas limites fixadas. 
A primeira Cúpula da Terra (1992): uma 
estratégia para o futuro 
A primeira Cúpula da Terra foi 
celebrada em junho de 1992, no Rio de 
Janeiro (Brasil), organizada 
simultaneamente à Conferência das 
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (UNCED), como 
conseqüência da decisão tomada pela 
Assembléia Geral das Nações Unidas 
em 22 de Dezembro de 1989. 
 
Essa Cúpula reuniu os mais altos 
representantes de 179 países, centenas 
de funcionários de organismos da ONU, 
representantes de governos municipais, 
grupos de pesquisadores, empresários, 
ONGs e outros grupos, ficando marcada 
como a mais ampla reunião de dirigentes 
mundiais já organizada. 
 
De forma paralela, organizou-se o 
Fórum Mundial 92, no qual efetuaram-se 
reuniões, palestras, seminários e 
exposições sobre temas ambientais. 
 
No Rio de Janeiro, foram criados cinco 
documentos: dois acordos internacionais, 
duas declarações de princípios e um 
programa de ação sobre 
desenvolvimento mundial sustentável. 
 
As declarações e o programa de ação 
gerados pela Cúpula da 
Terra foram os seguintes: 
 
- Declaração do Rio sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento 
Sustentável; 
- Agenda 21; 
- Declaração de Princípios Relativos às 
Florestas. 
Os acordos internacionais, materializados 
em dois convênios (que possuem maior 
força jurídica que uma declaração) 
subscritos pela maioria dos 179 
governos reunidos no Rio foram os 
seguintes: 
 
- Convênio Marco das Nações Unidas 
sobre Mudança Climática; 
- Convênio sobre Biodiversidade. 
 
A Declaração do Rio 
 
A Declaração do Rio sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimentocontempla 
27 princípios que pretendem estabelecer 
as bases para um desenvolvimento 
sustentável. 
 
Declaração do Rio 
Princípio 1: Os seres humanos 
constituem o centro das preocupações 
relacionadas ao desenvolvimento 
sustentável. Todos têm direito a viver 
saudável e produtivamente em harmonia 
com seu entorno. 
 
Princípio 2: De acordo com a Carta das 
Nações Unidas e com os princípios do 
direito internacional, os Estados possuem 
o soberano direito de utilizar de melhor 
modo seus próprios recursos, conforme 
suas próprias políticas ambientais e de 
desenvolvimento; e a responsabilidade 
de velar para que as atividades 
 
 
 
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realizadas dentro de sua jurisdição, ou 
sob seu controle, não originem danos 
ao meio ambiente de outros países ou 
de zonas situadas fora dos limites de toda 
a jurisdição nacional. 
 
Princípio 3: O direito ao 
desenvolvimento deve ser exercido de 
maneira que responda equitativamente às 
necessidades ambientais e de 
desenvolvimento das gerações presentes 
e futuras. 
 
Princípio 4: Para o desenvolvimento 
sustentável, a proteção do meio 
constitui parte integrante de todo 
processo produtivo, não podendo ser 
considerado de forma isolada. 
 
Princípio 5: Todos os Estados e todas as 
pessoas deverão cooperar no trabalho 
essencial de erradicar a pobreza como 
exigência indispensável ao 
desenvolvimento sustentável, a fim de 
reduzir as disparidades nos níveis de vida 
e de responder melhor às necessidades 
da imensa maioria de cada povo. 
 
Princípio 6: A situação e as 
necessidades especiais dos países em 
desenvolvimento, em particular dos 
países menos avançados e mais 
vulneráveis sob o ponto de vista 
ambiental, hão de ser objeto de atenção 
prioritária. Nas medidas internacionais a 
serem adotadas com respeito ao meio 
ambiente e ao desenvolvimento, deve-se 
ter em conta os interesses e as 
necessidades de todos os 
países.Princípio 7: Os Estados devem 
cooperar com espírito de solidariedade 
mundial, para conservar, proteger e 
restabelecer a saúde e a integridade do 
ecossistema Terra. Dado que 
contribuíram sob diferentes formas para 
a degradação do meio ambiente 
mundial, os Estados possuem 
responsabilidades comuns, porém 
diferenciadas. Os países desenvolvidos 
reconhecem a responsabilidade que lhes 
corresponde na consecução 
internacional do desenvolvimento 
sustentável, considerando aspressões 
que suas sociedades exercem sobre o 
meio ambiente mundial e as 
tecnologias e recursos financeiros 
disponíveis. 
 
Princípio 8: Com objetivo de alcançar o 
desenvolvimento sustentável e uma 
melhor qualidade de vida para todas as 
pessoas, os Estados devem reduzir e 
eliminar os sistemas de produção e 
consumo insustentáveis, assim como 
fomentar as políticas demográficas que 
sejam mais apropriadas. 
 
Princípio 9: Os Estados devem cooperar 
para que as capacidades endógenas que 
subjazem às pessoas emerjam para 
alcançar o desenvolvimento sustentável, 
aumentar o saber científico por meio do 
intercâmbio de conhecimentos científicos 
e tecnológicos, e intensificar o 
desenvolvimento, a adaptação, a difusão 
e a transferência de tecnologias, entre 
estas, de tecnologias novas e 
inovadoras. 
 
Princípio 10: O modo mais conveniente 
de tratar as questões ambientais inclui a 
participação de todos os cidadãos 
envolvidos. Na esfera nacional, toda 
pessoa deverá ter acesso adequado à 
informação sobre o meio ambiente, 
disponibilizada pelas autoridades 
públicas, incluindo-se a informação 
sobre materiais e atividades que 
comportem perigo para suas 
comunidades, devendo ter também a 
oportunidade de participar nos processos 
de tomada de decisões. Os Estados 
devem facilitar e fomentar a 
sensibilização e a participação do 
público, pondo a informação à disposição 
de todos. Terá que ser proporcionado um 
 
 
 
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acesso efetivo aos procedimentos 
judiciais e administrativos e, entre estes, 
a compensação por danos aos recursos 
pertinentes. 
 
Princípio 11: Os Estados devem 
promulgar leis eficientes sobre meio 
ambiente. As normas ambientais, os 
objetivos e as prioridades em matéria de 
ordenamento ambiental devem refletiro 
contexto ambiental e de desenvolvimento 
ao qual são aplicados. As normas 
aplicadas por alguns países podem ser 
inadequadas e representar um custo 
social e econômico injustificado para 
outros países, em particular para os 
países em desenvolvimento. 
 
Princípio 12: Os Estados devem 
cooperar para a promoção de um 
sistema econômico internacional 
favorável e aberto, que conduza ao 
crescimento econômico e ao 
desenvolvimento sustentável de todos os 
países, mantendo a finalidade de abordar, 
da melhor maneira, os problemas da 
degradação ambiental. As medidas de 
política comercial com fins ambientais 
não devem implicar em discriminações 
arbitrárias ou injustificáveis, nem em 
restrições ao comércio internacional. 
Não deve haver medidas unilaterais para 
solução dos problemas ambientais 
produzidos fora da jurisdição do país 
importador. As medidas destinadas ao 
tratamento dos problemas ambientais 
transfronteiriços ou mundiais devem 
estar baseadas, na medida do possível, 
num consenso internacional. 
 
Princípio 13: Os Estados devem 
desenvolver a legislação nacional relativa 
à responsabilidade legal e à 
indenização das vítimas da poluição e 
de outros danos ambientais. Os 
Estados devem cooperar também, de 
forma desembaraçada e decisiva, na 
elaboração de novas leis internacionais 
sobre responsabilidade e indenização 
por danos ambientais, causados por 
atividades realizadas dentro de sua 
jurisdição, ou sob seu controle, em 
regiões situadas fora dela. 
 
Princípio 14: Os Estados devem 
cooperar efetivamente para inibir ou 
evitar a relocação e transferência para 
outros países de quaisquer atividades e 
substâncias que sejam origem de 
degradação ambiental grave, ou 
consideradas nocivas para a saúde 
humana. 
 
Princípio 15: Para proteção do meio 
ambiente os Estados devem aplicar 
amplamente o critério de precaução, de 
acordo com suas capacidades. Quando 
há perigo de dano grave ou irreversível, 
a falta de certeza científica absoluta não 
poderá servir de base para postergação, 
em função de custos da adoção de 
medidas eficazes, para impedir a 
degradação do meio ambiente.Princípio 
16: Os poderes públicos devem fomentar 
a internalização dos custos ambientais e 
o uso de instrumentos econômicos, 
considerando o critério de que quem 
contamina deve, a princípio, assumir os 
custos da poluição, e defender o 
interesse público, sem distorcer o 
comércio e os investimentos 
internacionais. 
 
Princípio 17: Deve-se efetuar a 
avaliação do impacto ambiental, na 
qualidade de instrumento nacional, de 
qualquer atividade suscetível de produzir 
um considerável impacto negativo sobre 
o meio ambiente, estando esta sujeita à 
decisão de uma autoridade nacional 
competente. 
 
Princípio 18: Os Estados são obrigados 
a internotificarem-se, de modo imediato, 
quanto aos desastres naturais ou a outras 
situações de emergência que possam 
 
 
 
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produzir efeitos nocivos sobre o meio 
ambiente destes Estados. A comunidade 
internacional deve fazer todo o possível 
para ajudar os Estados afetados. 
 
Princípio 19: Qualquer nação há de 
proporcionar as informações pertinentes 
- notificando-as previamente de maneira 
oportuna - aos demais Estados que 
possam ser afetados por atividades com 
possíveis e consideráveis efeitos 
ambientais nocivos transfronteiriços, 
devendo-se efetuar consultas a estes 
Estados com suficiente antecipação e de 
boa fé. 
 
Princípio 20: As mulheres possuem um 
papel fundamental na ordenação do 
meio ambiente e no desenvolvimento. É 
indispensável contar com a plena 
incorporação das mulheres para alcançar 
o desenvolvimento sustentável. 
 
Princípio 21: A criatividade, os ideais e 
o valor dos jovens do mundo devem ser 
mobilizados para forjar uma aliança 
orientada para alcançar o 
desenvolvimento sustentável, de modo a 
garantir um melhor futuro para todos. 
 
Princípio 22: Os povos indígenas e suas 
comunidades, e também outras 
comunidades locais, têm um papel 
fundamental no ordenamento do meio 
ambiente e no desenvolvimento, em 
função de seus conhecimentos e práticas 
tradicionais. Os Estados devem apoiar os 
povos indígenas, no intuito de preservar 
suas identidades, suas culturas e seus 
interesses,velando para que participem 
efetivamente na consecução do 
desenvolvimento sustentável. 
 
Princípio 23: O meio ambiente e recursos 
naturais dos povos submetidos à 
opressão, dominação e ocupação devem 
ser definitivo e plenamente preservados. 
 
Princípio 24: A guerra é, por definição, 
inimiga do desenvolvimento sustentável. 
Consequentemente, os Estados devem 
respeitar as medidas do direito 
internacional que garantam a proteção 
do meio ambiente, em épocas de 
conflito armado, cooperando na posterior 
melhoria, conforme a conveniência. 
 
Princípio 25: A paz, o desenvolvimento e 
a proteção ao meio ambiente são 
interdependentes e inseparáveis. 
 
Princípio 26: Os Estados devem resolver 
suas controvérsias sobre meio ambiente 
de forma pacífica, consoante à Carta das 
Nações Unidas. 
 
Princípio 27: Os Estados e povos devem 
cooperar de boa fé, com espírito de 
solidariedade, na aplicação dos princípios 
consagrados nesta Declaração e no 
ulterior desenvolvimento do direito 
internacional, na esfera do 
desenvolvimento sustentável. 
 
A Agenda 21 
O Programa 21, ou, como é mais 
conhecido, Agenda 21, foi elaborado 
pelo Comitê preparatório da UNCED e 
aprovado por todos os países 
participantes da Cúpula da Terra. Esse 
Programa desenvolvia um plano de ação 
para a década de 90, e iníciosdo século 
XXI, como base para o 
desenvolvimento sustentável e a 
proteção ambiental cada vez mais 
interdependentes. 
 
Tal como mencionado no preâmbulo da 
seção I do documento, "aborda os 
problemas cruciantes de hoje e trata de 
preparar o mundo para os desafios do 
próximo século". Trata-se de um 
documento dinâmico que pode evoluir 
com o tempo em função das mudanças 
das necessidades e das circunstâncias. 
 
 
 
 
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A Agenda 21 é um programa global de 
ação dirigido a governos, agências, 
organizações e programas do sistema 
das Nações Unidas, ONGs, grupos de 
eleitores e público em geral.Como parte 
de uma estratégia geral, são propostos 
meios essenciais e sete temas, ou ações 
prioritárias, para aplicação do Programa 
21 pelas nações. 
 
No Programa 21, descrevem-se as 
bases para a ação, os objetivos, as 
atividades e os meios de execução 
para alcançar os objetivos do 
desenvolvimento sustentável, ou seja, 
desenvolvimento social, econômico e 
proteção do meio ambiente. 
 
Os meios essenciais para aplicar o 
Programa 21 são: 
 
- informação para a tomada de decisões; 
- mecanismos nacionais e de 
cooperação internacional para o 
crescimento sustentável; 
- uma tecnologia ambiental racional; 
- instrumentos legais e mecanismos 
internacionais; 
- acordos institucionais internacionais. 
 
Os sete temas ou ações prioritárias, 
apresentam-se abaixo: 
 
AS SETE BASES DE ATUAÇÃO DO 
PROGRAMA 21 
1. O Mundo Próspero: revitalização do 
crescimento com critérios sustentáveis. 
Revitalização do crescimento 
internacional para acelerar o 
desenvolvimento sustentável nos países 
em desenvolvimento e políticas nacionais 
relacionadas. Integração do meio 
ambiente e o desenvolvimento no 
processo de tomada de decisões. 
 
2. O Mundo Justo: uma vida sustentável 
Luta contra a pobreza. Mudanças nos 
modelos de consumo. Dinâmica 
demográfica e sustentabilidade. 
Sanidade. 
 
3. O Mundo Habitável: núcleos de 
população Desenvolvimento sustentável 
dos núcleos de população. 
Abastecimento de água nas cidades. 
Gestão ambiental limpa de resíduos. 
Contaminação e sanidade urbana.4. O 
Mundo Fértil Planejamento e gestão dos 
recursos da Terra. Recursos de água 
doce. Recursos energéticos. Agricultura 
e desenvolvimento rural sustentáveis. 
Desenvolvimento florestal sustentável. 
Gestão de ecossistemas frágeis: Luta 
contra a desertificação e a seca. 
Desenvolvimento sustentável das zonas 
montanhosas. Desenvolvimento 
sustentável das áreas costeiras. 
Desenvolvimento sustentável das ilhas. 
Conservação da diversidade biológica. 
Gestão ambiental racional da 
biotecnologia. 
 
5. O Mundo das pessoas: participação e 
responsabilidade das pessoas Educação, 
consciência pública e formação prática. 
Fortalecimento do papel dos grupos 
principais: As mulheres. As crianças e 
os jovens. As povoações indígenas e 
suas comunidades. As organizações não 
governamentais. Os agricultores. As 
iniciativas das autoridades locais. Os 
sindicatos. O mundo dos negócios e da 
indústria. A comunidade científica e 
tecnológica. 
 
6. O mundo compartilhado: recursos 
globais e regionais. Proteção da 
atmosfera. Proteção de oceanos e 
mares. Utilização sustentável dos 
recursos marinhos vivos. 
 
7. O mundo limpo: gestão de produtos 
químicos e de resíduos. Gestão 
ambientalmente limpa dos produtos 
químicos tóxicos. Gestão ambientalmente 
limpa de resíduos perigosos. Gestão 
 
 
 
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segura e ambientalmente limpa dos 
resíduos radioativos. 
 
Como proposta, a Agenda 21 procura 
orientar meios para alcançar o 
Desenvolvimento Sustentável, baseada 
no planejamento do futuro, com ações de 
curto, médio e longo prazos. É um roteiro 
de ações concretas com metas, recursos 
e responsabilidades definidas. Esse 
documento está organizado sob a forma 
de livro, contendo 40 capítulos, divididos 
em quatro seções: 
 
- Dimensões sociais e econômicas; 
- Conservação e Gerenciamento dos 
Recursos para o 
Desenvolvimento;- Fortalecimento do 
papel dos grupos principais; 
- Meios de Implementação. 
 
O Programa 21 executará diversas 
ações em consonância com as 
diferentes situações, capacidades e 
prioridades dos países e das regiões, 
com plena observância de todos os 
princípios que figuram na Declaração de 
Rio sobre o Meio Ambiente e o 
Desenvolvimento. 
 
Avalia-se a eficácia dessas ações 
mediante indicadores de sustentabilidade 
internacionais. Para tanto, cada país 
seleciona os indicadores que se ajustam 
a sua realidade. 
 
A declaração de princípios relativos às 
florestas 
A Declaração sobre as florestas 
pretende apresentar uma série de 
medidas que previnam o problema do 
desmatamento. 
 
Essa Declaração parte do princípio que 
todos os tipos de florestas contêm 
processos ecológicos complexos e 
singulares que constituem a base da 
capacidade, atual e potencial, das 
florestas para proporcionar recursos para 
satisfazer as necessidades humanas e 
os valores ambientais, razão pela qual 
sua ordenação e conservação racionais 
têm que preocupar os governos dos 
países onde se encontram e a 
comunidade mundial, pois são 
importantes para as comunidades locais 
e para o meio ambiente em sua 
totalidade. 
 
Essa é uma Declaração autorizada de 
princípios sem força jurídica obrigatória 
para um consenso mundial com relação 
à ordenação, à conservação e ao 
desenvolvimento sustentável das 
florestas de todo tipo. 
 
Assim, as florestas são indispensáveis 
para o desenvolvimento econômico e a 
manutenção de todas as formas de vida. 
 
O Governo brasileiro sugeriu que se 
adotasse um documento que protegesse 
a riqueza florestal da selva amazônica, 
pois é certo que essa Declaração não 
possui força jurídica obrigatória, motivo 
pelo qual, legalmente, não se pode evitar 
que os países desenvolvidos continuem 
explorando os recursos florestais. 
Essa Declaração consta de 15 princípios 
que podem ser resumidos como se 
segue: 
RESUMO DA DECLARAÇÃO DAS 
FLORESTAS 
Princípio 1: Os Estados têm o direito de 
explorar seus recursos sempre e quando 
não prejudiquem o meio de outros 
Estados. O custo derivado da não 
exploração das florestas deveria ser 
sufragado pela comunidade 
internacional. 
 
Princípio 2: Os Estados têm o direito 
de explorar suas florestas de acordo 
com uma política nacional compatível 
com o desenvolvimento sustentável. 
Devem tomar medidas para a proteção 
 
 
 
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das florestas, fornecer informação sobre 
estas e os ecossistemas florestais e 
promover a participação da comunidade 
em sua conservação. 
 
Princípio 3: A política nacional deve 
esforçar-se para o estabelecimento de 
um marco de atuação para a proteção 
das florestas. Em nível internacional, 
deve promover disposições de caráter 
institucional. Todas as atuações de 
proteção florestal devem estar integradas 
e ser consideradas conjuntamente. 
 
Princípio 4: Deve-se reconhecer a função 
ecológica vital das florestas e sua grande 
riqueza biológica. 
 
Princípio 5: A política florestal deve 
respeitar a cultura e o interesse dos 
povos indígenas e considerar a 
participação da mulher.Princípio 6: As florestas são uma fonte 
renovável de energia, tendo-se que 
realizar o ordenamento sustentável do 
fornecimento de lenha, o controle de seu 
uso e sua reciclagem, a promoção do 
reflorestamento e a avaliação do valor 
dos bens florestais. 
 
Princípio 7: Deve-se potencializar um 
ambiente econômico internacional 
propício ao desenvolvimento sustentável 
das florestas, proporcionando recursos 
financeiros àqueles países pobres que 
possuam grandes zonas florestais, de 
modo que se estimulem atividades 
substitutivas das explorações florestais. 
 
Princípio 8: Há que se potencializar o 
reflorestamento, aumentar a superfície 
florestal, potencializar economicamente 
os planos de ordenação e conservação 
florestal, integrar na política nacional 
aproteção das florestas, proteger as 
espécies em perigo de extinção e 
realizar avaliações do impacto 
ambiental. Os Estados têm o direito de 
participar dos benefícios da exploração 
de seus recursos biológicos, incluído o 
material genético. 
 
Princípio 9: A comunidade internacional 
deve compensar os países em 
desenvolvimento que pretendam 
conservar seus recursos florestais, 
contribuindo na redução de sua dívida 
externa, facilitando seu acesso ao 
mercado de produtos florestais e 
oferecendo alternativas à população que 
depende da exploração das florestas. 
 
Princípio 10: Devem ser facilitados novos 
recursos financeiros aos países em 
desenvolvimento para que possam 
efetuar a ordenação, a conservação e o 
desenvolvimento sustentável de seus 
recursos florestais (florestamento, 
reflorestamento, luta contra o 
desmatamento e degradação das 
florestas e terras). 
 
Princípio 11: Deve-se fomentar, facilitar 
e financiar o acesso dos países em 
desenvolvimento às tecnologias 
ecológicas. 
 
Princípio 12: Há que se potencializar as 
investigações científicas, os inventários 
e as avaliações florestais por parte de 
instituições nacionais. Também há que 
se potencializar as atuações na ciência, 
no ensino, na tecnologia, na economia, 
na antropologia, na capacitação e nos 
aspectos sociais, assim como no 
intercâmbio de informação florestal. Os 
habitantes autóctones devem utilizar sua 
capacidade e seus conhecimentos para 
o desenvolvimento sustentável das 
florestas, pelo que também devem 
participar dos benefícios delas obtidos. 
 
Princípio 13: O comércio aberto e livre 
dos produtos florestais deve ser 
facilitado, assim como a redução ou 
 
 
 
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eliminação de barreiras alfandegárias 
para acesso ao mercado de produtos 
florestais, a incorporação dos custos e 
benefícios para o meio ambiente nas 
forças e nos mecanismos do mercado. 
Deve-se integrar a conservação florestal 
nas demais políticas evitando as práticas 
que a degradem. 
 
Princípio 14: Devem ser eliminadas ou 
evitadas as medidas unilaterais, 
incompatíveis com os acordos 
internacionais, que proíbem ou 
restringem o comércio internacional de 
madeira e deprodutos florestais, com o 
objetivo de alcançar a ordenação 
sustentável a longo prazo. 
 
Princípio 15: Deve ser regulada a 
quantidade de poluentes atmosféricos, 
em particular os causadores da chuva 
ácida. 
 
O convênio marco das Nações Unidas 
sobre a 
Mudança Climática 
O Convênio sobre a Mudança Climática 
foi firmado em 9 de maio de 1992 por 
todos os países participantes da 
Cúpula da Terra. Esse acordo foi 
estruturado em 26 artigos, tendo como 
objetivo "a estabilização da concentração 
de gases de efeito estufa na atmosfera 
em um nível que impedisse interferências 
antropogênicas perigosas no sistema 
climático". Neste sentido, pretendia-se 
controlar, especialmente, as emissões 
de dióxido de carbono (CO2), 
clorofluorcarbonos (CFCs) e metano 
(CH4). 
 
Nesse Convênio fala-se de conservação 
da natureza como uma forma de 
prevenir a mudança climática. Assim, o 
artigo 4, item 
1.d, refere-se ao compromisso de todas 
as partes firmadas do 
Convênio. Estas deverão: 
 
Promover a gestão sustentável e 
promover e dar suporte, com sua 
cooperação, à conservação e ao reforço, 
se preciso, dos receptores e depósitos de 
todos os gases de efeito estufa não 
controlados pelo Protocolo de Montreal, 
incluídos a biomassa, as florestas e os 
oceanos, e também os de outros 
ecossistemas terrestres, costeiros e 
marinhos. 
O Brasil foi o primeiro país que 
assinou a Convenção - Quadro 
das Nações Unidas para a Mudança do 
Clima -, em 4 de junho de 
1992. O Congresso Nacional ratificou-a 
em 28 de fevereiro de 
1994, entrando em vigor, para o Brasil, 
em 29 de maio de 1994, no nonagésimo 
dia após a ratificação pelo Congresso 
Nacional. 
 
As discussões sobre mudanças 
climáticas foram organizadas pela ONU 
na forma de Conferências das partes. 
No período de 
28 de março a 7 de abril de 1995, foi 
realizada, em Berlim, Alemanha, a 1ª 
Conferência; entre 9 e 19 de julho de 
1996, em Genebra, Suíça, a 2ª 
Conferência; de 2 a 13 de novembro 
de 
1998, em Buenos Aires, Argentina, a 4ª 
Conferência; e a 5ª foi realizada em 
Bonn, Alemanha, no período de 25 de 
outubro a 5 de novembro de 1999.Sem 
dúvida, a inoperância do convênio 
firmado durante a "Cúpula da Terra", em 
1992 ficou evidente durante a 3ª 
Conferência da ONU sobre Mudança 
Climática, realizada no ano de 1997, 
em Quioto, no Japão. Nessa 
Conferência, verificou-se que somente 
poucos países - basicamente os de 
economia precária, como a ex-URSS e 
outros países do antigo bloco comunista 
- haviam reduzido suas emissões, 
diferentemente de países como Estados 
 
 
 
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Unidos, Japão, China, Índia, Brasil e 
Indonésia, que, longe de diminuir suas 
emissões, haviam-nas aumentado em 
grande proporção. 
 
Os Estados Unidos, com apenas 5% 
da população mundial, produzem mais 
de 25% das emissões totais de CO2 do 
planeta. 
Na Conferência de Quioto, foram fixados 
os conteúdos do 
"Protocolo de Quioto", através do qual 
os países industrializados se 
comprometiam a reduzir suas emissões 
de gases tóxicos em 
5,2%, entre os anos de 2008 e 2012, 
mantendo os níveis de 
1990. Para que esse protocolo fosse 
"juridicamente vinculante", deveria ser 
ratificado por 55 países, entre eles 
Estados Unidos e outras potências. 
Porém, não se conseguiu que os Estados 
Unidos ou a China o fizessem. 
 
No Protocolo de Quioto, foram traçados 
os objetivos gerais, que deveriam ser 
cumpridos pelos países industrializados, 
quanto à redução das emissões de 
gases de efeito estufa, mas sem a 
obrigatoriedade do cumprimento das 
datas específicas. 
 
O relatório "O Estado do Mundo - 2005" 
do Instituto Worldwatch indica que o 
aumento de emissões na Espanha, em 
comparação com os números de 1990, é 
de 52,88%, mais de 37 pontos superior 
ao que permite o tratado internacional de 
Quioto. Em um ano esse quadro se 
agravou em 3,39% devido à escassez 
de chuvas (o que diminuiu o consumo de 
energia hidráulica), ao crescimento da 
atividade econômica apoiada na 
construção civil, ao aumento da 
população e à ausência de planos oficiais 
para atuar sobre o tema. 
 
Convênio sobre diversidade biológica - 
CDB 
O Convênio sobre Diversidade Biológica 
- CDB também é resultado da 
Conferência das Nações Unidas para o 
Meio Ambiente e o Desenvolvimento - 
CNUMAD. No CDB está o principal fórum 
mundial na definição do marco legal e 
políticopara assuntos relacionadosà 
biodiversidade (168 países assinaram o 
CDB e 188 países já o ratificaram, tendo 
estes últimos se tornado Parte da 
Convenção). 
 
O Convênio sobre a biodiversidade tem 
como objetivo: "a conservação da 
biodiversidade, o aproveitamento 
sustentável de seus componentes e a 
distribuição justa e eqüitativa dos 
benefícios procedentes da utilização dos 
recursos genéticos através, dentre outras 
coisas, do acesso adequado aos 
recursos genéticos e da transferência 
adequada de tecnologias pertinentes, 
tendo em conta todos os direitos sobre 
estes recursos e tecnologias, e também 
através de um financiamento 
adequado". 
 
Esse Convênio obriga os países 
desenvolvidos a pagarem aos países em 
desenvolvimento por utilizar seu material 
genético, razão pela qual os Estados 
Unidos, que contam com um forte 
comércio em bioengenharia, decidiram 
não firmá-lo. 
 
Esse é um Convênio fundamental para 
entender o caminho que segue e seguirá 
a conservação. Seus objetivos 
(especificados no artigo 1) são: 
 
- a conservação da biodiversidade; 
- o aproveitamento sustentável de seus 
componentes; 
- a distribuição justa e eqüitativa dos 
benefícios procedentes da utilização de 
recursos genéticos mediante, entre 
 
 
 
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outras coisas, o acesso adequado aos 
recursos genéticos e a transferência 
adequada de tecnologias pertinentes, 
considerando todos os direitos sobre 
estes recursos e tecnologias e, também, 
mediante um financiamento adequado. 
A figura 2.4 apresenta um resumo dos 
principais temas desenvolvidos pelo 
Convênio sobre a biodiversidade como 
pontos-chave para a conservação e 
preservação desta. 
 
 
 
Figura 2.4: Pontos-chave para a 
conservação e preservação da 
biodiversidade, segundo o convênio sobre 
esse tema. 
 
O Brasil foi o primeiro país a assinar o 
Convênio sobre Diversidade Biológica e 
vem criando instrumentos específicos, 
dos quais se destacam: 
 
- Projeto Estratégia Nacional da 
Diversidade Biológica: objetivo de 
formalizar a Política Nacional da 
Biodiversidade; 
 
- Programa Nacional da Diversidade 
Biológica - PRONABIO: 
objetivo de viabilizar as ações propostas 
pela Política Nacional; e 
 
–Projeto de Conservação e Utilização 
Sustentável da Diversidade Biológica 
Brasileira - PROBIO: objetivo de apoiar 
iniciativas que ofereçam informações e 
subsídios básicos sobre a biodiversidade 
brasileira. 
 
A conferência Habitat II (1996) 
 
O Centro das Nações Unidas para os 
Assentamentos Humanos (The United 
Nations Centre for Human Settlements - 
UNCHS) - Habitat -, foi criado em 1978, 
dois anos antes da Conferência das 
Nações Unidas para Assentamentos 
Humanos, realizada em Vancouver, 
Canadá. 
 
A Conferência Habitat II, celebrada em 
Istambul em 1996, adotou o Programa 
Habitat. Esse Programa pretende 
melhorar as condições de vida da 
humanidade, tendo como base o 
desenvolvimento sustentável. 
 
As atividades operacionais do Programa 
Habitat focam a promoção de moradias 
para todos, o desenvolvimento da 
governabilidade urbana, a redução da 
pobreza urbana, a oferta de meio 
ambiente limpo, o controle de desastres 
e a reabilitação após conflitos. Durante o 
biênio 2000 - 2001, o Programa Habitat 
coordenou duas campanhas globais, 
uma para garantir a posse segura da 
terra e a outra relacionada à 
governabilidade urbana. O foco dessas 
campanhas foi a redução da pobreza 
urbana através de políticas que 
enfatizassem a eqüidade, a 
sustentabilidade e a justiça social. Outra 
grande atividade para esse biênio foi a 
preparação da Conferência Istambul +5, 
uma sessão especial da Assembléia 
Geral das Nações Unidas, planejada para 
junho de 2001, a fim de revisar e avaliar 
a implementação no mundo da Agenda 
Habitat. 
 
A 2ª Cupula da Terra + 5 (1997) 
A 2ª Cúpula da Terra foi celebrada, em 
New York, entre 23 e 27 de junho de 
 
 
 
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1997, na 19ª Assembléia Geral da ONU, 
para revisar os compromissos firmados 
no Rio, em particular a Agenda 21. 
 
Essa Cúpula ficou marcada pela 
escassez de acordos e, mais que uma 
reunião para revisar resultados, 
converteu-se no reconhecimento do 
baixo grau de cumprimento dos 
compromissos firmados cinco anos 
antes. 
 
Apesar da avaliação geral negativa que 
se fez nessa Cúpula, adotaram-se 
alguns acordos, como o "Plano para a 
posterior execução da Agenda 21", que 
evitava a renegociação desse programa 
e estabelecia um plano de trabalho para 
os próximos cinco anos, marcando-se 
uma data para novo exame no ano 
2002. Marcou-se também esse ano como 
data limite para que os países 
acabassem de formular suas estratégias 
nacionais para o desenvolvimento 
sustentável. 
 
Esse exame teve como resultado um 
relatório do Conselho Econômico e 
Social, no qual transcorridos dez anos 
desde a Cúpula da Terra, fazia-se 
constar que os objetivos fixados não 
estavam sendo cumpridos tal como se 
esperava e que a situação do meio 
ambiente continuava sendo frágil, o que 
resultava, por exemplo, nos países em 
desenvolvimento, em escassos 
progressos para reduzir a pobreza e no 
agravamento dos problemas de saúde. 
 
Segundo esse relatório, o atraso na 
execução se deve a: 
 
- insuficiente integração dos objetivos 
sociais, econômicos e ambientais nas 
políticas nacionais e internacionais; 
- não ter havido uma mudança 
significativa nas pautas de consumo e 
produção; 
- políticas aplicadas não coerentes nos 
âmbitos de finanças, comércio, 
investimentos, tecnologia e 
desenvolvimento sustentável; 
- não terem sido proporcionados os 
recursos financeiros necessários para 
executar o Programa 21. 
 
Outros Protocolos, Conferências e 
Cúpulas 
Protocolo de proteção da Antártida 
(1998) 
 
Considerando a importância estratégica 
dessa região, em 1959 vários países 
assinaram o tratado da Antártida, no qual 
se firma o compromisso da utilização da 
Antártida somente para fins pacíficos e 
sob cooperação internacional, para o 
desenvolvimento de pesquisas 
científicas. O Brasil aderiu a esse 
tratado em 1975, e em 12 de janeiro de 
1982 foi criado o programa Antártico 
Brasileiro - PROANTAR - através do 
Decreto nº 86.830. 
 
O Protocolo de Proteção da Antártida 
surgiu com o objetivo de controlar a 
degradação ambiental desse continente, 
causada pela exploração de seus 
recursos naturais, o incipiente turismo e 
evitar o perigo de extinção das espécies 
que ali habitam. 
 
Trata-se de um acordo firmado por 27 
nações, inclusive o Brasil, segundo o 
qual comprometem-se a não explorar 
os recursos naturais que ali se 
encontram. Por ser um acordo de caráter 
voluntário, o problema real alicerça-se no 
fato de que, se um país não signatário 
decide explorar essas reservas, os 
demais países não possuem força legal 
para impedi-lo. 
 
A conferência de Haia (2000) 
 
 
 
 
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Em 13 de novembro de 2000, 
representantes de 160 governos 
debateram, na cidade holandesa de 
Haia, os mecanismos para obter a 
ratificação dos compromissos derivados 
do Protocolo de Quioto com vistas a 
reduzir as emissões dos gases de efeito 
estufa para o período 2008-2012 em pelo 
menos 5%, emrelação aos níveis de 
1990. 
 
A reunião de Haia devia obter a 
ratificação do Protocolo de Quioto por 
parte da maioria dos governos, com o fim 
de que este entrasse em vigor, dentro do 
possível, em 2002. Do mesmo modo, na 
reunião se deveriam estabelecer as 
condições para alcançar uma relação de 
compromisso entre as medidas adotadas 
do ponto de vista econômico e a 
credibilidade das atuações ambientais. 
 
O êxito da Conferência de Haia 
baseava-se na entrada em vigor do 
Protocolo de Quioto em 2002, dez anos 
depois de realizada a Cúpula da Terra, 
na cidade do Rio de Janeiro. 
 
Entretanto, a conferência falhou pela 
impossibilidade de se chegar a algum 
tipo de acordo. Com efeito, os 
representantes dos 160 países reunidos 
decidiram suspender as negociações 
ante a incapacidade destes de fazer com 
que o protocolo se tornasse operante. 
 
Por outro lado, alguns peritos 
asseguraram que os pressupostos em 
que estavam apoiados os compromissos 
de redução das emissões tinham ficado 
defasados, sendo necessária uma 
atualização. Seja como for, entre os 
pontos de desencontro é possível 
enumerar os mesmos problemas de 
sempre: 
 
- os quatro blocos negociadores com 
interesses conflitantes: a União Européia, 
o denominado grupo "guarda-chuva" 
(Estados Unidos, Japão, Nova Zelândia e 
Austrália), o grupo "Oásis", formado por 
pequenos Estados insulares do Pacífico 
e, finalmente, os Países em Via de 
Desenvolvimento (PVD); 
- o estabelecimento de limites aos 
mecanismos flexíveis propostos para 
garantir o cumprimento do "Protocolo de 
Quioto" (problema de 
suplementariedade); 
- o uso de comércio de direitos de 
emissões; 
- a utilização de "sumidouros de 
carbono", que levam em consideração as 
florestas para estabelecer o grau de 
contribuição na contabilidade das 
emissões de 
causadores do Efeito Estufa (GEE); 
- projetos que devem cumprir os 
mecanismos de Gases desenvolvimento 
limpo - MDL, que possibilitam a 
participação de países em 
desenvolvimento em projetos de 
redução da poluição (polêmica sobre a 
energia nuclear); 
- vias para que os PVD cumpram os 
objetivos do protocolo e mecanismos 
para garantir sua adesão. 
Apesar do fracasso da cúpula, deixou-se 
uma abertura para alcançar um acordo 
em 2001, com a esperança de que o 
tempo extra permitisse chegar a um 
consenso global para que o Protocolo do 
Quioto pudesse ser ratificado. 
 
A este respeito, em março de 2001, 
durante a cúpula de ministros de Meio 
ambiente do G-8, celebrada em Trieste 
(Itália), chegou- se a um compromisso 
para a redução da emissão de gases 
estufa. Os países envolvidos acordaram 
esforçar-se para 
 
"...assegurar de uma maneira efetiva a 
integridade ambiental proposta no 
Protocolo de Quioto". 
 
 
 
 
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A cúpula do clima de Bonn (2001) 
 
Apesar da oposição dos Estados 
Unidos, no dia 23 de julho de 
2001, 178 países aprovaram um 
protocolo para a redução da emissão de 
gases na atmosfera e recuperar, desta 
forma, o Protocolo de Quioto. O acordo 
alcançado excluiu os EUA, mas permitiu 
que o Protocolo de Quioto sobre 
redução de emissões de gases estufa 
entrasse em vigor no ano de 2002, 
noventa dias depois de ratificado por 
um mínimo de 55 países (já havia 
sido por 36) cujas emissões 
representavam 55% do total mundial. 
O processo foi muito difícil, pois temia-se 
que a negativa dos EUA 
em ratificar o tratado provocasse um 
efeito cascata. 
 
Finalmente, os Estados Unidos ficaram 
sozinhos na defesa de sua tese e a 
União Européia (UE) pôde conseguir o 
apoio da Rússia, do Canadá e do 
Japão, significando um grande avanço 
da Cúpula de Bonn. 
 
A cúpula de Marrakech (2001) 
 
Em novembro de 2001 celebrou-se a 
cúpula de Marrakech, que constituiu a VII 
Conferência das Partes da Convenção 
Marco das Nações Unidas sobre a 
Mudança Climática (UNFCCC). O 
encontro, chamado oficialmente de COP-
7, contou com representantes de 180 
países. 
 
Seu objetivo foi finalizar uma série de 
acordos adotados para impulsionar a 
ratificação do Protocolo de Quioto. 
Foram acrescentados aos instrumentos 
criados pelo Protocolo de Quioto um 
mecanismo para o desenvolvimento 
limpo. Esse mecanismo permite aos 
países do hemisfério Sul aplicar em seu 
território projetos provenientes de países 
industrializados que visem à redução das 
emissões de gases de efeito estufa. 
 
Os países industrializados signatários 
devem implementar medidas nacionais e 
apresentar, em 2005, a prova de seus 
progressos em matéria de redução ou 
limitação de suas emissões de gás de 
efeito estufa. Além disso, um Fundo de 
Adaptação do Protocolo, instaurado em 
2001, ajudará os países em 
desenvolvimento a enfrentar os efeitos 
negativos das mudanças climáticas. 
 
A cúpula de Johannesburgo (2002) 
 
De 26 de agosto a 4 de setembro de 
2002, celebrou-se na cidade de 
Johannesburgo (Sul da África) a 2ª 
Cúpula Mundial da Terra, também 
conhecida como Rio+10. Essa cúpula 
tinha por objetivo, tal como em Quioto, a 
redução das emissões de CO2 e de 
outros gases de efeito estufa a uma 
média de 5,2% para o período de 
2008/2012. Depois de dez dias de 
intensas negociações, os principais 
êxitos da Cúpula foram: 
- o compromisso na redução à metade 
do número de pessoas que carecem de 
acesso à água potável 
(aproximadamente 2,2 bilhões de 
pessoas). Ressalta-se que, entretanto, 
não existem as mesmas garantias para 
oferecer serviços adequados de energia 
aos 2,0 bilhões de pessoas que carecem 
dela; 
- a adesão de mais países ao Protocolo 
de Quioto. Com efeito, os anúncios da 
China, do Canadá, da Rússia e da 
Estônia de ratificação desse tratado 
pressupôs a consecução do objetivo de 
seu cumprimento obrigatório, mesmo 
tendo em vista este estarassinado por 
um número de países que geram 
pouco mais de 55% das emissões totais 
do planeta. 
 
 
 
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Os Estados Unidos, maiores poluidores 
do mundo (25%), reiteravam em 
Johannesburgo sua negativa em aceitar o 
protocolo. 
 
E os temas pendentes são: 
 
- a redução dos subsídios à exportação, 
com os quais se beneficiam os 
agricultores das nações ricas; 
 
- a decisão de implantar fortemente as 
energias renováveis. Neste contexto, a 
União Européia (UE) se viu freada em 
sua estratégia de propor que, para o ano 
de 2015, o total de energia primária 
consumida no mundo tivesse uma 
origem renovável, já que não se 
estabeleceram metas, objetivos nem 
prazos: tão somente se insiste aos 
governantes seguir um "significativo 
incremento" das energias verdes, mas 
sem concretização alguma. (Esta 
proposta fracassou devido ao bloqueio 
imposto pelos Estados Unidos, pela 
OPEP e por diversas multinacionais - 
basicamente petrolíferas, que temem 
perder sua cota de negócio e poder ante 
o aumento no uso das energias 
renováveis); 
 
- a abertura de mercados aos produtos 
procedentes dos países em via de 
desenvolvimento. 
 
A princípio, o Plano de Ação estava 
estruturado em um documento de 69 
páginas e 152 recomendações e 
objetivos. 
 
Entretanto, na última hora, as páginas 
foram reduzidas para 32, com objetivo 
de eliminar aqueles aspectos um tanto 
espinhosos. Por exemplo, 
desapareceram o objetivo de aumentar 
para 0,7% do PIB a ajuda ao 
desenvolvimento, a recomendação ao 
setor privado de operar com 
transparência, e as menções sobre as 
dívidasdos países pobres. 
 
SÍNTESE DO PLANO DE AÇÃO DA 
CÚPULA DE JOHANNESBURGO 2002 
Biodiversidade: há que se "reduzir 
consideravelmente" a taxa atual de 
extinção de espécies animais e vegetais, 
o que deverá significar a adoção de 
novas fontes financeiras e técnicas por 
parte dos países pobres. 
Substâncias químicas: os efeitos 
nocivos sobre o homem e o meio 
ambiente desses compostos deverão ser 
"minimizados" antes do ano de 2020. 
Contudo, não se concretizam as medidas 
para alcançar essa finalidade. 
Ajuda ao desenvolvimento: apressar 
os países desenvolvidos a realizarem 
esforços para incrementar as ajudas ao 
desenvolvimento em até 0,7% do PIB 
(eliminado na última hora). Esse ponto 
fica, assim, totalmente em mãos 
privadas. 
Energia: há que se diversificar o 
fornecimento energético, desenvolvendo-
se novas tecnologias menos poluentes 
no campo das energias fósseis e fontes 
renováveis, incluindo a elétrica. 
Paradoxalmente, os Estados Unidos e a 
OPEP bloquearam o acordo sobre 
objetivos e prazos concretos para o 
incremento no uso das energias 
renováveis. 
Pesca: os recursos pesqueiros deverão 
ter uma exploração sustentável no 
máximo até o ano de 2015. Do mesmo 
modo, deverão ser criadas novas zonas 
marítimas protegidas. 
Comércio e globalização: recomenda-se 
"uma redução das subvenções" 
prejudiciais ao meio ambiente, 
especialmente na exploração do carvão. 
Protocolo de Quioto: os Estados que 
ratificaram o protocolo de Quioto contra 
a mudança climática realizam uma 
chamada para aqueles países que ainda 
não o fizeram. Neste contexto, aderem- 
 
 
 
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se a tal protocolo nesta Cúpula países 
como a China, a Rússia, o Canadá e a 
Estônia. 
Água e instalações sanitárias: antes 
do ano de 2015 deverá ser reduzido à 
metade o número de habitantes do 
planeta sem acesso à água potável ou a 
redes de esgoto; entretanto, desconhece-
se a fórmula para que isto seja uma 
realidade. Consumo: todos os países 
deveriam promover modos de produção 
limpa e viável, tendo em conta que 
tanto os países industrializados como as 
nações pobres têm a mesma 
responsabilidade, embora diferenciada. 
Responsabilidade empresarial: futuro 
desenvolvimento de normas que exijam 
melhores práticas às empresas 
transnacionais. 
Como resultado da Cúpula, os 143 
países em desenvolvimento não 
obtiveram mais que uma mera ratificação 
dos compromissos já afirmados em 
outros eventos anteriores pelos EUA e 
pela UE para sustar a queda da ajuda 
ao desenvolvimento do Terceiro Mundo 
e a promessa de reduzir as 
subvenções agrícolas dos países ricos 
nos próximos três anos. 
 
Esta conferência caracterizou-se pela 
falta de objetivos concretos e marcantes, 
que representa uma profunda decepção 
e outra postergação de resultados. 
 
Segundo sugere o relatório "O Estado do 
Mundo - 2005" do Instituto Worldwatch, 
para assentar as bases da paz e da 
estabilidade mundial e para estabelecer 
as bases para um mundo sustentável, 
devemos superar a dependência do 
petróleo, investir na segurança 
alimentar, administrar os conflitos pela 
água, conter as enfermidades 
infecciosas, avançar para o 
desarmamento e colaborar além das 
fronteiras . 
 
Atuações das ONGs 
 
As Organizações Não-Governamentais 
exercem um papel crucial na proteção do 
Meio Ambiente. Algumas das mais 
conhecidas são: o World Wildlife Fund 
(WWF), a União Internacional para 
Conservação da Natureza (UICN), a 
Federação de Amigos da Terra e o 
Greenpeace. 
 
O termo ONG (Organização Não-
Governamental) vem dos países do Norte 
(NGOs - Non-Governmental 
Organizations), referindo-se às 
entidades ou agências de cooperação 
financeira e, também, a projetos de 
desenvolvimento ou assistencialistas, 
em favor das populações desprivilegiadas 
do Primeiro e do Terceiro Mundo. Para 
Warren (1995), a partir da Primeira 
Cúpula da Terra, em 1992 (ECO 92), no 
Rio de Janeiro, Brasil, as ONGs passam 
também a simbolizar um espaço de 
participação da sociedade civil 
organizada, que estruturam o chamado 
terceiro setor (diferente do Estado e do 
Mercado). 
 
O único levantamento nacional de 
organizações sociais, intitulado "As 
Fundações Privadas e Associações 
Sem Fins Lucrativos no Brasil - 2002", 
foi realizado pelo IBGE em parceria 
com o IPEA - Instituto de Pesquisa 
Econômica Aplicada, com a GIFE - 
Grupo de Institutos Fundações e 
Empresas e a ABONG - Associação 
Brasileira de Organizações Não 
Governamentais. 
Esse levantamento identificou 275.895 
organizações que empregam 1.541.290 
assalariados. Nesse mesmo 
levantamento, 
4.200 organizações responderam 
sobre fontes de recursos. 
Osnúmeros indicam que apenas 21% 
recebem recurso público, ao passo 
 
 
 
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que 46% trabalha com a geração de 
recurso próprio e 33% conta com 
investimento privado. Fonte: Revista 
Integração (2005). 
Mas, embora a atuação das ONGs 
esteja muitas vezes associada 
às atividades de proteção ambiental, 
Warren (1995) aponta que, no Brasil, as 
ONGs têm se caracterizado como 
entidades de assessoria, apoio, 
promoção, educação e defesa de direitos 
humanos e ambientalistas, com objetivo 
de transformar aspectos negativos da 
realidade econômica, social e ambiental, 
manifestando-se através de movimentos 
sociais e/ou comunidades, atuando na 
defesa da cidadania e na construção 
de uma sociedade mais participativa e 
justa. Neste sentido, para Warren, o 
conceito e a atuação das ONGs 
ultrapassam as fronteiras estritamente 
ambientais, articulando-se no espaço 
conceitual do desenvolvimento 
sustentável. 
 
Algumas das ONGs de atuação mundial, 
com representação no Brasil, são: o 
Fundo Mundial da Natureza, a União 
Mundial para Conservação da Natureza 
(UINC) e o Greenpeace. Essas entidades 
recebem aporte financeiro para 
subsidiar suas ações de diversas 
entidades e agências nacionais (no 
Brasil) e internacionais (no Brasil e no 
Mundo). 
 
Os desafios do Desenvolvimento 
Sustentável 
O conceito de desenvolvimento 
sustentável tem estado sujeito a toda 
sorte de controvérsias, associadas à 
posição que se assume ante os 
problemas e suas dificuldades de 
instrumentação. Em geral, os países 
desenvolvidos enfatizam a importância 
das ações dirigidas à conservação; por 
sua vez, os países em desenvolvimento 
priorizam os aspectos vinculados ao 
crescimento. Outras críticas apontam 
para a assimétrica situação Norte-Sul no 
sentido de destacar que mais que 
intergeracional, a satisfação das 
necessidades do Norte não deve 
comprometer as necessidades presentes 
e futuras do Sul. 
 
O desenvolvimento sustentável é um 
modelo incompleto que retorna aos 
princípios do ecodesenvolvimento 
fortalecendo-os com novos elementos da 
economia que, ao mesmo tempo que 
validam a necessidade de estratégias 
produtivas que não degradem o 
ambiente, empenham-se na necessidade 
de elevar o nível de vida dos grupos e 
setores de população maisvulneráveis, 
identificando melhor as 
responsabilidades de cada parte ante a 
pobreza e a crise ambiental. Seus 
fundamentos são: 
 
1. Modificar hábitos de consumo, 
sobretudo em países industrializados, 
para manter e aumentar a base dos 
recursos e reverter a deterioração para 
as gerações presentes e futuras, a 
partir das seguintes ações: 
 
a) estimular uma melhor compreensão da importância da 
diversidade dos ecossistemas; 
b)instrumentar medidas localmente 
adaptadas a problemas 
ambientais; 
c) melhorar o monitoramento do impacto 
ambiental provocado pelas atividades do 
desenvolvimento; d) respeitar as pautas 
socioculturais próprias, sobretudo das 
povoações indígenas, e focar a questão 
de gênero no desenvolvimento dos 
projetos. 
 
2. Empreender ações em torno das 
seguintes linhas estratégicas: a) 
erradicar a pobreza e distribuir mais 
eqüitativamente os recursos; 
 
 
 
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b) aproveitar de modo sustentável os 
recursos naturais e ordenar 
ambientalmente o território; c) 
compatibilizar a realidade social, 
econômica e natural; d) promover a 
organização e a participação social 
efetiva; e) impulsionar a reforma do 
Estado e gerar uma estratégia 
socioeconômica própria; f) reduzir o 
crescimento demográfico e aumentar os 
níveis de saúde e educação; g) 
estabelecer sistemas comerciais mais 
eqüitativos e abertos, tanto internos 
quanto externos, incluindo aumentos da 
produção para consumo local. 
A busca do desenvolvimento sustentável 
requer: 
 
- um sistema político que assegure uma 
participação cidadã efetiva na tomada de 
decisões; 
- um sistema econômico que seja capaz 
de gerar excedentes e conhecimento 
técnico sustentado e confiável; 
- um sistema social que provê soluções 
às tensões originadas em um 
desenvolvimento desarmônico; 
- um sistema de produção que respeite a 
obrigação de preservar a base ecológica 
para o desenvolvimento;- um sistema 
tecnológico que possa buscar 
continuamente novas soluções; 
- um sistema internacional que fomente 
padrões sustentáveis de comércio e 
finanças; 
- um sistema administrativo que seja 
flexível e tenha a capacidade de corrigir 
a si mesmo. 
 
O Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento (1992) oferece três 
princípios orientadores para tender ao 
desenvolvimento sustentável: 
1. o desenvolvimento sustentável deve 
conceder prioridade aos seres humanos. 
A proteção ambiental é vital para 
promover o desenvolvimento humano. 
Isso implica assegurar a viabilidade dos 
ecossistemas do mundo a longo prazo, 
incluída sua biodiversidade, visto que 
toda a vida depende deles; 
 
2. os países em desenvolvimento não 
podem escolher entre crescimento 
econômico e proteção ambiental. O 
crescimento não é uma opção. É um 
imperativo. A questão não é quanto 
crescimento econômico faz falta, mas 
que tipo de crescimento; 
3. cada país deverá fixar suas próprias 
prioridades ambientais, as quais diferirão 
com frequência nos países 
industrializados e em desenvolvimento. 
Considera-se que, ainda que 
prevaleçam os indicadores econômicos 
como medida do desenvolvimento, é 
crescente a importância que se atribui a 
outras dimensões, tais como o acesso à 
educação e ao emprego, à saúde e à 
segurança social, ou a uma série de 
valores tais como a justiça social, a 
equidade econômica, a igualdade racial, 
étnica e religiosa, a liberdade política e 
ideológica, a democracia, a segurança, o 
respeito aos direitos humanos e à 
qualidade do meio ambiente. 
 
O desenvolvimento sustentável é um 
processo em busca da eqüidade e de 
uma melhor qualidade de vida com 
proteção do ambiente, que inclui 
transformações econômicas, culturais e 
políticas; que requer modificação de 
linhas produtivas, de distribuição e de 
consumo, e superação do déficit social. 
 
O desenvolvimento sustentável implica 
um crescer distinto, a partir de uma 
mudança tecnológica; de um 
ordenamento territorial; de um contexto 
social democrático que assegure 
aparticipação pública na tomada de 
decisões; de uma reconfiguração de 
políticas, instituições, leis e normas, e 
de um sistema internacional mais justo. 
 
 
 
 
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Deve-se conceber o desenvolvimento 
sustentável como processo, não como 
meta, para ir dando conta de suas 
principais restrições associadas às 
formas de exploração dos recursos 
naturais, à orientação dominante da 
evolução tecnológica e às características 
do âmbito institucional. 
 
Sob esta perspectiva, as soluções não se 
encontram apenas nas mãos do governo, 
nem nas dos grupos de acadêmicos 
especializados. A solução implica o 
projeto de estratégias que incluam todos, 
com uma corresponsabilidade 
diferenciada e objetivos estabelecidos 
coletivamente. Também implica 
mensagens inequívocas claramente 
enunciadas de acordo com cada grupo, 
assegurando-nos que são 
compreendidos para auspiciar novas 
atitudes e aptidões, para pressionar por 
uma mudança e acelerar o processo. 
Essa deve ser uma mudança de amplo 
alcance, não uma moda ambientalista, 
que ofereça novas motivações e 
compromissos de longo prazo. Em suma, 
por desenvolvimento sustentável 
entende-se um novo e melhor modo de 
vida. 
 
No entanto, e dado o exposto, as 
implicações econômicas da 
sustentabilidade não são completamente 
claras para a formulação de políticas, 
visto que não se trata de tomar decisões 
para obter benefícios de curto prazo. 
Requer que sejam criadas as devidas 
condições de mercado para ir 
consolidando um controle sustentável 
dos recursos ambientais, considerando a 
história mais recente da globalização 
dos processos econômicos. 
 
Não se pode alcançar a sustentabilidade 
caso não exista um crescimento 
econômico que enfatize seus aspectos 
qualitativos relacionados à equidade e ao 
alívio da pobreza. Deve-se atuar sobre 
as causas, e não somente sobre seus 
sintomas e efeitos mais aparentes. 
 
Como se pode inferir, o desenvolvimento 
sustentável não é questão de transações 
temporárias ou de transferências de uma 
geração a outra. Antes de começar a 
atuar sobre o problema das futuras 
gerações, é imperativo atender às que 
hoje se encontram em condições de 
sobrevivência, porque as dificuldades 
dodesenvolvimento sustentável se 
incrementam em virtude atraso social 
existente e da magnitude das 
necessidades básicas que estão ainda 
por se atender. O problema será cada 
vez mais complexo caso continuem 
reproduzindo os padrões de produção e 
consumo, os valores culturais, a 
desigual distribuição da renda e os 
esquemas tecnológicos que propiciam a 
deterioração. 
 
Em suma, transitar para o 
desenvolvimento sustentável implica uma 
nova visão do mundo, uma 
reestruturação das relações Estado-
Sociedade, uma intervenção protagônica 
da sociedade civil nas decisões e nas 
mudanças institucionais e culturais para 
a geração de novos valores sociais. 
Também implica uma ênfase por uma 
modificação de padrões, tanto de 
produção quanto de consumo, 
sobretudo nos países desenvolvidos e 
nos segmentos mais acomodados dos 
países pobres; uma reorientação 
tecnológica para atenuar impactos e 
reduzir riscos; uma reconfiguração das 
políticas, das instituições e da 
normatização. 
 
Esses aspectos não se podem abordar 
de maneira fragmentada, e nisso reside 
a complexidade de operacionalizar o 
desenvolvimento sustentável. 
 
 
 
 
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Desafios Integrados do 
Desenvolvimento Sustentável 
Dimensão Humana 
 
- Padrões Culturais. 
- Educação. 
- Formação. 
- Coexistência de interesses. 
Operacionalização do desenvolvimento 
- Ciência e tecnologia. 
- Sistemasde informação. 
- Política econômica (instrumentos). 
- Ferramentas. 
- Custo/Benefício. 
- Taxa de desconto futuro. 
Institucionalidade 
 
- Horizontalidade. 
- Subsidiariedade. 
- Co-responsabilidade.Perspectivas e 
Condições 
 
Considerando o exposto, algumas 
tarefas urgentes que podem nos ajudar 
a empreender um melhor caminho são: 
1. depender menos das fontes de 
energia fósseis, principalmente do 
petróleo, e cada vez mais das fontes 
renováveis e menos poluentes, bem 
como favorecer a eficiência energética; 
2. desenvolver processos de tecnologia 
limpa com uso mais intensivo de mão-de-
obra, partindo de um enfoque 
eminentemente preventivo; 
3. buscar soluções para os resíduos, seja 
diminuindo sua produção, seja 
aperfeiçoando e incentivando a 
reciclagem e o reaproveitamento, 
evitando desperdícios, seja confinando-
os adequadamente; 
4. impulsionar uma gestão dos recursos 
naturais com conhecimentos e 
tecnologias baseados em uma nova 
racionalidade ambiental e com eqüidade 
social; 
5. fortalecer o enfoque regional 
canalizando esforços para as áreas 
prioritárias; 
6. instituir formas administrativas e 
políticas muito mais descentralizadas e 
que se apóiem, na maior parte, nas 
comunidades locais, a partir de suas 
características socioculturais e com um 
enfoque de gênero; 
7. deter o crescimento urbano 
desordenado e concentrador, bem como 
os padrões de consumo excessivo, 
favorecendo maiores oportunidades de 
desenvolvimento regional; 
8. fortalecer as bases normativas e o 
estabelecimento de instrumentos 
econômicos; voltados para o 
desenvolvimento sustentado; 
9. instituir o direito a uma informação 
oportuna e com veracidade; 
10. educar a população e auspiciar, por 
todos os meios possíveis, a formação de 
novos valores culturais de acordo com a 
sustentabilidade. 
Todas estas são condições 
indispensáveis para o futuro. Não se trata 
em absoluto de propostas regressivas; o 
progresso tecnológico não é um mal em 
si mesmo; o objetivo não é renunciar a 
seus avanços, mas saber utilizá-los em 
uma dimensão humana. 
 
Problemática ambiental global 
Introdução 
 
A sociedade moderna está cada vez 
mais consciente do impacto ambiental 
associado ao desenvolvimento. O uso 
intensivo dos recursos naturais e a cada 
vez maior geração de resíduos 
representam, paradoxalmente, um limite 
para o próprio desenvolvimento. 
Os problemas ambientais que afetam o 
planeta são as mudanças atmosféricas, a 
perda de biodiversidade e a 
contaminação dos mares, por serem 
recursos comuns de todos os países. Os 
problemas ambientais que afetam mais 
diretamente os países são o 
desflorestamento, a erosão e a 
contaminação; no entanto, a 
 
 
 
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interconexão dos elementos afetados, 
água, solo, atmosfera e espécies 
animais e vegetais, faz com que, apesar 
de os impactos serem produzidos em 
uma área local, seus efeitos 
repercutam em âmbito global 
(CARABIAS & ARIZPE, 1994). 
 
A crise ambiental que atinge o planeta 
não pode ser entendida nem analisada 
à margem de políticas econômicas, 
sociais e culturais em âmbitos nacional e 
global. 
 
A busca de soluções é muito complexa, 
dado o caráter global do problema e a 
necessidade de estabelecer acordos 
internacionais. Neste sentido, 
evidenciam-se as desavenças entre os 
países na hora de chegar a 
compromissos reais e acordos efetivos. 
 
Antes de aprofundar o tema, será útil 
definir alguns conceitos fundamentais, 
como a poluição atmosférica, a emissão 
de gases ou a noção de fonte poluente. 
 
- Define-se poluição atmosférica como a 
existência, na atmosfera, de fumaça, 
gases e vapores tóxicos, bem como de 
pó, de germes microbianos e de 
substâncias radioativas, em níveis 
superiores aos naturais como resultado 
dos resíduos gerados pela atividade 
humana. 
 
- A emissão de gases é a produção de 
substâncias em estado gasoso como 
consequência de qualquer processo 
industrial, natural ou doméstico que, ao 
se dispersar pela atmosfera, provocam 
mudanças nas características anteriores 
do ar. Por imissão entende-se a 
assimilação desses gases por pessoas, 
animais ou plantas.- Uma fonte poluente é 
qualquer dispositivo ou instalação, 
estática ou dinâmica, que verte de forma 
contínua ou descontínua substâncias 
sólidas, líquidas ou gasosas que geram 
uma modificação do meio natural. 
 
A maioria dos problemas ambientais 
são gerados pelo emprego de 
combustíveis fósseis. 
 
Aqui serão tratados em profundidade os 
principais problemas globais ambientais 
que nos afetam e serão estabelecidas 
algumas das medidas preventivas e 
corretivas realizadas atualmente. 
 
Mudança Climática e Efeito Estufa 
Aspectos gerais 
 
Um dos principais problemas ambientais 
associados à exploração, ao uso e à 
transformação da energia é o 
"aquecimento global do planeta", devido 
ao aumento gradual da temperatura 
média global do ar na superfície da 
Terra. 
 
Atualmente, a maioria dos cientistas 
concorda em assinalar a atividade 
humana como a causadora do 
aquecimento global terrestre por 
contribuir, com suas emissões, com o 
incremento da concentração na 
atmosfera dos denominados "gases de 
efeito estufa", como o dióxido de carbono 
(CO2), o metano (CH4), os óxidos de 
nitrogênio (N2O) e os halocarbonos 
(compostos de carbono que contêm 
flúor, cloro, bromo ou iodo). 
 
O CO2 resultante dos processos de 
queima dos combustíveis fósseis é o 
principal responsável pelo efeito estufa. 
No entanto, outros estudiosos apontam 
que as mudanças que estão ocorrendo 
no planeta (furacões, épocas de seca 
seguidas de chuvas torrenciais, expansão 
térmica dos oceanos, etc.) devem-se a 
variações naturais periódicas do clima, 
cuja origem não é claramente 
antropogênica. Estes cientistas baseiam 
 
 
 
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seus argumentos no fato de que, ao 
longo de sua história, a Terra foi sofrendo 
flutuações climáticas, como a acontecida 
entre 1550 e 1850, conhecida como 
Pequena Glaciação, durante a qual se 
produziram grandes mudanças, tanto 
econômicas como sociais, como 
consequência de um declínio de 2°C na 
temperatura média 
global do planeta.Alguns cientistas 
afirmam que estamos ao final de um 
período interglacial prévio a uma 
glaciação. 
 
Seja qual for a posição adotada, o 
certo é que a temperatura da Terra 
aumentou meio grau centígrado ao longo 
do século XX. 
 
Os dados publicados na atualidade sobre 
o efeito estufa se evidenciaram graças a 
um estudo preparado pela Organização 
Mundial da Meteorologia, no qual se fez 
uma subdivisão da contribuição para o 
efeito estufa de cada um dos gases, 
como veremos mais adiante. 
 
Conforme mencionado, depreende-se 
que as atividades do homem a partir da 
revolução industrial estão tendo um efeito 
direto no aumento das emissões e, 
portanto, da concentração na atmosfera 
dos gases que provocam o efeito estufa. 
Após vários anos de estudo sobre as 
conseqüências desse fenômeno, os 
cientistas do IPCC1 concluíram que, nos 
últimos 100 anos, há um aumento real, 
porém irregular, da temperatura média da 
superfície terrestre na ordem de 0,3 a 
0,6°C; uma redução da superfície de 
glaciares; e um aumento médio do nível 
do mar na ordem de 1 a 2 mm por ano. 
 
Graças ao uso de complexos modelos 
matemáticos para a simulação do clima 
através do computador, e assumindo a 
hipótese de que, casose mantenham os 
índices de emissão atuais, a 
concentração de CO2 pode dobrar por 
volta do ano 2050, o Terceiro Relatório 
de Avaliação do IPCC, apresentado em 
2001, prevê um aquecimento global 
médio entre 1,5°C e 4,5°C. Isso 
provocaria um deslocamento das zonas 
áridas do planeta para latitudes mais 
altas, o que teria um impacto direto 
sobre a agricultura, ao mesmo tempo 
que produziria uma redução da superfície 
polar e um considerável aumento do do 
mar. 
 
A figura 3.1 apresenta a contribuição de 
diferentes setores para o efeito estufa. 
Nota-se como as atividades ligadas à 
produção de energia representam 
praticamente a metade das causas da 
mudança climática global. 
 
 
 
Balanço e fluxos de radiação 
 
A energia procedente do sol constitui o 
motor que origina os principais 
fenômenos que afetam diretamente o 
clima. Tal energia é transmitida sob 
forma de radiação, que, ao ser absorvida 
pela atmosfera e pela superfície 
terrestre, converte-se sob forma de 
energia calorífica. Da mesma forma, os 
corpos que absorvem radiação podem, 
por sua vez, emiti-la em outros níveis de 
freqüência diferente do que a têm 
recebido, tal como veremos 
posteriormente. 
 
Há um equilíbrio entre o fluxo de 
radiação emitida pelo sol e a radiação 
refletida pela Terra, equilíbrio este que 
 
 
 
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condiciona em grande parte o clima do 
planeta. 
 
Se, por alguma razão, a concentração 
de gases de efeito estufa na atmosfera 
aumentar, haverá um desequilíbrio no 
balanço, provocando uma maior 
absorção da radiação emitida pela 
Terra e, portanto, um aumento da 
temperatura do ar na superfície do 
planeta.
 
 
 
Os gases do efeito estufa 
No item anterior foi observado como o 
efeito estufa tem algumas conotações 
positivas, contrariamente ao que se 
poderia pensar a princípio. Graças a tal 
efeito, a temperatura média superficial 
da Terra se mantém entre limites que 
tornam possível a vida. De fato, caso 
não existisse, a Terra seria, em certa 
medida, um planeta gélido como Marte. 
 
No entanto, a proporção natural dos 
gases que favorecem esse fenômeno 
tem-se multiplicado desde os inícios da 
era industrial, devido fundamentalmente 
à atividade humana. Isto significa um 
sério perigo em virtude das repercussões 
que possa ter a mudança climática 
sobre as espécies que povoam o 
planeta, inclusive o homem. 
 
O principal gás causador do efeito estufa 
natural é o vapor de água; enquanto, os 
mais prejudiciais são os produzidos pelo 
homem, como o dióxido de carbono 
(CO2) e, em menor quantidade, mas 
nem por isso menos significativos, o 
metano(CH4), os óxidos de nitrogênio 
(N2O) e os halocarbonos. Outros gases 
que favorecem esse fenômeno são o 
ozônio nas camadas baixas da 
 
 
 
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atmosfera e alguns gases substitutivos 
dos CFCs (1). 
 
A Tabela 3.1, apresenta os seis gases de 
efeito estufa contemplados no Protocolo 
de Quioto, suas fontes de emissão, 
seu potencial de aquecimento global (2) 
e tempo de permanência das moléculas 
desses gases na atmosfera. 
 
 
 
Deve-se esclarecer que a importância do 
CO2 na mudança climática deve-se ao 
fato de que este gás se produz em 
quantidades muito consideráveis como 
consequência da queima de 
combustíveis fósseis. De todas as 
formas, deve-se controlar também a 
emissão dos demais gases, mesmo 
quando produzidos em menor proporção, 
dado seu maior poder de aquecimento 
global. 
 
1 Em 1996 foi proibida sua produção e 
importação - exceto em casos 
excepcionais - por parte dos países 
industrializados. Foram substituídos 
temporariamente pelos 
hidroclorofluorocarbonos (HCFC), cuja 
produção deve ser erradicada para o ano 
2030.2 Este índice assinala a capacidade 
de absorver a radiação infravermelha, 
considerando-se como referência o CO2, 
com um PCG (CO2) =1. Assim, por 
exemplo, uma molécula de metano 
absorve em média 23 vezes mais energia 
que uma de CO2. Esses valores se 
alteram conforme avança o 
conhecimento científico que se tem dos 
gases, razão pela qual, aparecem em 
dois períodos de tempo diferentes. 
 
O dióxido de carbono (CO2) 
 
Também denominado anidrido 
carbônico, a importância do CO2 está 
em sua contribuição para o efeito estufa, 
cifrada em 60%. 
 
Esse gás é produzido na respiração dos 
seres vivos, na oxidação da matéria 
orgânica e na queima de combustíveis 
fósseis, constituindo os oceanos e a 
vegetação os principais sumidouros de 
CO2. 
 
O aumento de CO2 na composição da 
atmosfera durante o SÉC. XX foi devido 
a uma combinação entre um aumento de 
80% na queima de combustíveis fósseis 
e de 30% no desflorestamento. 
Graças às medições realizadas na 
Antártida, pôde-se demonstrar as 
correlações diretas existentes entre as 
concentrações dos gases causadores do 
efeito estufa e a temperatura média da 
superfície da Terra. 
 
A concentração de CO2 passou de 280 
ppm (partes por milhão) 
na era pré-industrial (ano 1800) aos 358 
ppm da atualidade. 
 
Aproximadamente a metade desse 
aumento foi gerado desde 
1960, em virtude majoritariamente das 
emissões dos países industrializados. 
Atualmente, o ritmo de crescimento da 
 
 
 
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concentração de CO2 aumenta em 1,5 
ppm por ano. 
 
A figura 3.3 ilustra o aumento das 
emissões de CO2 como conseqüência da 
queima de combustíveis fósseis em dois 
períodos de tempo diferentes.
 
 
 
 
 
Cada um dos tipos de combustíveis 
fósseis gera uma quantidade diferente 
de dióxido de carbono por unidade de 
energia liberada. Por exemplo, o carvão 
é majoritariamente constituído pelo 
carbono, de modo que quase todo o 
subproduto da combustão será CO2. 
Por outro lado, a combustão do gás 
natural, que é constituído por metano, 
produzirá vapor de água e dióxido de 
carbono e, portanto, sua emissão de 
CO2 por unidade de energia será menor 
que a gerada pelo carvão. 
 
O petróleo está em um termo médio entre 
o carvão e o gás natural em relação à 
emissão de dióxido de carbono. Por essa 
razão, apesar da maior abundância do 
carvão, intenta-se que haja uma 
tendência ao emprego do gás natural nas 
centrais térmicas. 
 
Na figura 3.4 ilustram-se as emissões 
de CO2 por regiões em dois períodos 
de tempo diferentes. 
 
 
 
 
 
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As razões das emissões 
antropogênicas de dióxido de carbono 
são variáveis segundo o país: por 
exemplo, nos Estados Unidos devem-se 
fundamentalmente ao transporte; nos 
países da OPEP, às centrais de 
petróleo; na China, às indústrias e as 
térmicas e, nos países mais pobres, à 
queima de lenha para obter calor. 
 
O metano (CH4) 
 
Depois do dióxido de carbono, o gás 
metano está em segundo lugar entre os 
causadores do efeito estufa, com uma 
contribuição de 16%. 
Esse gás constitui um subproduto gerado 
a partir da combustão da biomassa ou do 
carvão. Também se libera da ventilação 
do gás natural e na putrefação da matériaorgânica nas zonas úmidas e pobres em 
oxigênio, razão pela qual sua emissão 
está fortemente relacionada a atividades 
agropecuárias. Os principais produtores 
de metano são os aterros, determinados 
cultivos como os arrozais e, sobretudo, 
os gases expelidos pelos animais 
durante seu ciclo digestivo. Outras fontes 
de metano são, em menor grau, os 
incêndios florestais e a atividade de 
certos insetos como os cupins. 
 
Considera-se factível a redução do 
metano na atmosfera por ser um 
combustível que pode ser aproveitado 
como fonte energética alternativa. Assim, 
a curta sobrevivência do metano (12 
anos), provocada pela oxidação deste 
por radicais OH presentes na atmosfera, 
contribui para sua minimização. No 
entanto, o aumento da presença de 
outros poluentes - como o CO - tende a 
aumentar estes radicais. 
 
O metano, devido a sua estrutura 
molecular, tem muito mais eficiência que 
 
 
 
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o dióxido de carbono (23 vezes mais) 
no processo de absorção da radiação de 
onda longa emitida pela terra, embora 
sua contribuição total para efeito estufa 
seja menor, já que sua concentração na 
atmosfera é também menor. 
 
A concentração atual de metano na 
atmosfera é de apenas 1,7 ppm. No 
entanto, este valor representa mais do 
dobro obtido durante a época pré-
industrial, cifrado em 0,7 ppm. 
 
O leste e o sudeste asiático constituem 
as principais áreas produtoras de 
metano. 
 
Os óxidos de nitrogênio (N2O) 
 
Os óxidos de nitrogênio contribuem em 
torno de 6% para o efeito estufa e são 
liberados na degradação dos fertilizantes 
nitrogenados e de outros resíduos 
animais. Apesar de sua baixa 
concentração na atmosfera, a 
capacidade de absorção de uma 
molécula destes gases é 300 vezes 
superior a outra de dióxido de carbono. 
 
Halocarbonos 
 
Diferentemente dos anteriores, a 
origem dos halocabornos sedeve 
exclusivamente à atividade humana, já 
que durante o período pré-industrial sua 
concentração era inexistente na 
atmosfera. 
Os halocarbonos contribuem em 15% 
para o efeito estufa e englobam os 
compostos de carbono que contêm flúor, 
cloro, bromo ou iodo. 
 
Têm um grande poder de absorção de 
calor - muito superior ao CO2 - e uma 
sobrevivência muito longa na atmosfera. 
Sua concentração na atmosfera é 
pequeníssima (0,5 ppmmv) (1), e são 
mais conhecidos por sua capacidade de 
destruição da camada de ozônio que por 
sua contribuição para o efeito estufa. 
 
Os halocarbonos que contêm cloro e 
bromo são também os principais 
responsáveis pelo esgotamento da 
camada de ozônio. 
 
Os halocarbonos contemplados no 
Protocolo de Quioto são os 
hidrofluorocarbonos (HFCs) e os 
perfluorocarbonos (PFCs). Os primeiros 
são empregados para substituir as 
substâncias esgotadoras da camada de 
ozônio, enquanto os PFCs são utilizados 
como produtos intermediários na 
fundição de alumínio e na fabricação de 
semicondutores. 
 
1 Parte por mil milhões de volume. 
 
Hexafluoreto de enxofre (SF6) 
 
Esse é o gás com um maior potencial 
de aquecimento global. Gera-se durante 
a produção de certos tipos de alumínio, 
em fundições desse metal ou do 
magnésio, e pode-se emitir à atmosfera 
devido a fugas ou acidentes com o 
equipamento elétrico de alta voltagem 
que emprega este elemento químico 
como isolante. 
 
Consequências do aquecimento global 
no planeta 
A consequência mais imediata e 
catastrófica do aquecimento global na 
superfície terrestre é a elevação no nível 
do mar como resultado da expansão 
térmica dos oceanos e do desgelo dos 
glaciares.Desde o princípio do século 
XX, o nível do mar tem subido 18 cm 
aproximadamente e se prevê que para o 
ano 2100 se alcance os 50 cm. 
A elevação do nível do mar provocaria, 
entre outras, a inundação das zonas 
costeiras (Egito, Vietnã e Bangladesh 
são as mais vulneráveis), o 
 
 
 
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desaparecimento de ilhas (de fato, 
algumas ilhas do Pacífico Sul já têm 
ficado submersas pelas águas), a 
erosão das praias, o surgimento de 
tormentas e um aumento na salinidade 
dos estuários. 
 
Assim, o aumento da temperatura 
representará mudanças no ciclo 
hidrológico do planeta e na circulação 
geral das correntes de ar (Fenômeno El 
Niño), com o que se acentuarão as 
perdas dos glaciares de montanha, as 
secas, as inundações, os incêndios, 
etc. 
 
Por outro lado, muitas espécies de 
animais serão obrigadas a mudar seu 
habitat, o que redundará no rompimento 
da cadeia alimentícia e em uma perda 
da biodiversidade, que pode levar na 
diminuição da população de algumas 
espécies. 
 
Não se pode quantificar a magnitude das 
repercussões políticas, econômicas e 
sociais, proliferação de pragas que 
arrasarão as colheitas, surgimento de 
doenças próprias de zonas tórridas em 
regiões setentrionais, maior incidência de 
doenças cardiorrespiratórias, etc. 
 
A ciência não sabe ao certo o grau de 
influência que possa ter a atividade 
humana em todas essas catástrofes e se 
estas ocorrerão ou não. De qualquer 
forma, impõe-se que os países mais 
implicados adotem políticas e medidas - 
tanto preventivas como corretivas - para 
evitar essa alarmante situação. 
 
Acordos e compromissos 
Do dia 28 de novembro até 9 de 
dezembro de 2005 ocorreu, em Montreal 
(Canadá) a primeira conferência dos 157 
países firmantes do Protocolo de Quioto, 
o grande pacto mundial - que entrou em 
vigor em fevereiro de 2005 - para frear a 
emissão dos gases de efeito estufa e 
combater a mudança climática.Segundo 
os organizadores, a conferência foi um 
êxito, pois se colocaram as bases para o 
funcionamento do registro internacional 
de compra e venda de certificados de 
direitos de emissão dos mecanismos de 
desenvolvimento limpo; os países em 
vias de desenvolvimento aceitaram pela 
primeira vez ações voluntárias para 
reduzir o CO2; formou-se um comitê de 
conformidade que garantirá que os 
países participantes de Quioto contem 
com um regime claro de 
responsabilidades na hora de cumprir 
com seus objetivos; impulsionou um 
programa de cinco anos de adaptação às 
mudanças climáticas; acordou em 
continuar estudando o "sequestro" e o 
armazenamento do carbono na terra e 
no mar para coletar e guardar o CO2 
que certas plantas expulsam ao ar; e, 
finalmente, os EUA deram início às 
conversações sobre "ações de 
cooperação a longo prazo para enfrentar 
a mudança climática". 
 
Anteriormente à Cúpula do Clima de 
Montreal de 2005, celebraram-se outras 
com o tema do efeito estufa como pano 
de fundo: o convênio sobre a mudança 
climática, enquadrado na Declaração do 
Rio de maio de 1992; o Protocolo de 
Quioto (Japão) em dezembro de 1997, a 
Cúpula de Buenos Aires (Argentina), em 
novembro de 1998, as Cúpulas de Bonn 
(Alemanha) de outubro de 1999 e julho 
de 2001, a de Haia (Holanda) em 
novembro de 2000, a de Marrakech 
nos finais de 2001 e a de 
Johannesburgo de 2002. 
 
No Convênio marco das Nações Unidas 
sobre a Mudança Climática, firmado no 
Rio de Janeiro em 1992, durante a 
Conferência das Nações Unidas sobre o 
Meio Ambiente e o Desenvolvimento 
(CNUMAD), estabeleceu-se que os 
 
 
 
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países desenvolvidos deviam tentaralcançar para o ano 2000 as mesmas 
cotas de emissão que em 1990. No 
entanto, a inoperância desse convênio 
evidenciou-se durante o Protocolo de 
Quioto, quando ficou claro que apenas 
uns poucos países - curiosamente os de 
economia precária como a ex-URSS e 
outros do antigo bloco comunista - 
haviam reduzido suas emissões, 
diferentemente de outros países como 
Estados Unidos, Japão, China, Índia, 
Brasil e Indonésia que, distantes de 
diminuir suas emissões, haviam-nas 
aumentado em grande 
proporção.Segundo um relatório do 
World Watch Institute, as emissões 
mundiais de CO2 ascenderam a 26.400 
milhões de toneladas durante 1997. 
 
No Protocolo de Quioto de dezembro de 
1997 foram traçados os objetivos gerais 
que os países industrializados deveriam 
cumprir quanto à redução das emissões 
de gases de efeito estufa, porém, sem 
especificar quantidades nem data de 
cumprimento obrigatório. 
 
Seu objetivo básico era reduzir em 
5,2% as emissões de gases de efeito 
estufa globais sobre os níveis de 1990 
para o período 2008-2012. Foi o único 
mecanismo internacional com o fim de 
começar a enfrentar a mudança climática 
e minimizar seus impactos. Para isso, 
contem objetivos legalmente obrigatórios 
para que os países industrializados 
reduzam as emissões dos seis gases de 
efeito estufa de origem humana: dióxido 
de carbono (CO2), metano (CH4) e 
óxido nitroso (NO2), além dos três 
gases industriais fluorados: 
hidrofluorocarbonos (HFC), 
perfluorocarbonos (PFC) e hexafluoreto 
de enxofre (SF6). 
 
PRINCIPAIS ASPECTOS DEBATIDOS 
DURANTE O PROTOCOLO DE Quioto 
 
Acordou-se que os países 
industrializados deviam reduzir suas 
emissões de CO2 e CH4 na atmosfera 
em 5,2% com relação aos níveis de 
1990, durante o período 2008-2012. 
Assim, os Estados Unidos se 
comprometeram a diminuir em 7% suas 
emissões, a UE em 8% e o Japão, em 
6%. 
Os países em vias de desenvolvimento 
ficam excluídos do cumprimento de 
reduzir a emissão de gases de efeito 
estufa. 
 
Para o ano 2005, esses países deveriam 
demonstrar avanços em seus 
compromissos. A este respeito, 
podemos dizer que, em novembro 
desse mesmo ano, as estatísticas 
mostram que será muito complicado 
alcançar as primeiras metas 
estabelecidas em 1997. 
 
Com o fim de alcançar tal objetivo, 
estabeleceram-se três mecanismos:- um 
comércio de direitos de emissão 
transferíveis: baseia-se na compra e 
venda de certificados de dióxido de 
carbono. As empresas receberão 
certificados de contaminação, 
dependendo da área à qual pertencem. 
Esses certificados determinarão quanto 
dióxido de carbono as empresas podem 
emitir; 
- mecanismos de desenvolvimento limpo: 
define-se como as ajudas que os países 
industrializados ofereceriam mediante 
apoio e investimentos tecnológicos em 
troca de quantidades de emissões, aos 
países em desenvolvimento. Isto 
possibilitaria a seus governos a 
transferência de tecnologias limpas aos 
países não industrializados, mediante 
investimentos em projetos de redução de 
emissões e, em troca, receber 
certificados de emissão que servirão 
 
 
 
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como suplemento a suas emissões 
internas; 
- aplicação conjunta: investimento de um 
país industrializado em outro país 
industrializado para que este reduza as 
emissões de gases de efeito estufa em 
seu processo produtivo. O país investidor 
recebe em troca uma redução das 
emissões a um custo inferior do de seu 
âmbito nacional, e ao mesmo tempo o 
país receptor sai beneficiado com o 
investimento e com a tecnologia. 
 
O Protocolo está inspirado no princípio 
de justiça, pois permite aos países em 
vias de desenvolvimento contaminar 
mais e aos países desenvolvidos 
contaminar menos, porque as cotas de 
emissão consideram as contaminações 
passadas e futuras. 
 
EXTRATO DO PLANO DE AÇÃO DA 
CÚPULA DE JOANESBURGO 
2002 EM RELAÇÃO À MUDANÇA 
CLIMÁTICA 
Protocolo de Quioto: os Estados que têm 
ratificado o Protocolo de Quioto contra a 
mudança climática realizam uma 
chamada àqueles países que ainda não o 
fizeram. Neste contexto, aderem- se a tal 
Protocolo países como a China, a 
Rússia, o Canadá e a Estônia. 
 
A Cúpula de Buenos Aires (Argentina) de 
novembro de 1998 tentou materializar 
esses compromissos em algo concreto; 
no entanto, após onze dias de 
discussões, o resultado mais relevante foi 
a elaboração de um programa de 
trabalho denominado Agenda 2000, que 
apresentava a política que se deveria 
seguir para que, no ano 2000, pusesse 
em ação osmecanismos do Protocolo 
de Quioto, a fim de se cumprir os 
compromissos assumidos. 
 
A Cúpula de Buenos Aires, distante de 
desenvolver o Protocolo de Quioto, 
caracterizou-se por um certo 
conformismo e uma prorrogação das 
principais medidas de redução de gases 
para mais adiante. 
 
Outros acordos importantes realizados 
nesta conferência foram: 
 
- a possibilidade de que as ONGs 
tivessem presença nos órgãos de 
negociação das conferências; 
- a constituição de uma plataforma para 
reunir os Protocolos de Montreal 
(enfocado à conservação da camada de 
ozônio) e o de Quioto (focado nos efeitos 
dos gases estufas); 
- o compromisso de reforçar e ampliar 
a rede internacional de vigilância da 
concentração de gases na atmosfera; 
- a prorrogação das decisões sobre as 
repercussões da absorção de CO2 na 
vegetação e nos oceanos (sumidouros) 
até a Cúpula de Haia em 2000; 
- a possibilidade de proporcionar um novo 
impulso aos mecanismos financeiros da 
Convenção do Clima e do Fundo Mundial 
para o Meio Ambiente; 
- a promoção e a participação de 
especialistas para a denominada 
"tecnologia limpa"; 
- a assinatura, na última hora, dos 
Estados Unidos comprometendo-se a 
reduzir a emissão de gases poluentes 
na condição de que se envolvam mais 
ativamente os países em 
desenvolvimento. 
Os Estados Unidos, com apenas 5% da 
população, produzem mais de 25% das 
emissões totais de CO2 do planeta. 
 
E os temas que ficaram pendentes 
continuam sendo os mesmos que em 
Quioto: 
 
- como e em que momento os países 
desenvolvidos devem pôr em 
funcionamento um plano de redução das 
emissões de gases estufa; 
 
 
 
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- o detalhamento da política a ser 
seguida no denominado "comércio de 
emissões", que permite vender e 
comprar poluição entre as nações 
desenvolvidas; 
- um plano de ação com relação à 
"tecnologia limpa", que consiste no 
financiamento de tecnologia inócua 
(energias 
renováveis) nos países mais desfavorecidos em troca de 
"créditos" de poluição; 
- a finalização de um tipo de acordo 
com relação à limitação dos 
"créditos" de emissão. Em relação a esse 
tema, a UE respalda o estabelecimento 
de uma cota que limite tais "créditos", 
diferentemente dos Estados Unidos, que 
defendem um comércio totalmente livre; 
- a conclusão da definição do conceito 
de sumidouro de CO2, sobretudo no 
concernente às florestas. A questão 
que se coloca é de que forma e o quanto 
se pode contar com estes grandes 
absorvedores de dióxido de carbono - 
muito difícil de quantificar -, com o 
objetivo de não mascarar os resultados 
na hora de avaliar uma possível redução 
dos gases estufa por parte da 
atividade humana. 
No dia 26 de outubro de 1999, iniciou-se, 
em Bonn (Alemanha), uma conferência 
para se pôr em prática os compromissos 
sobre redução de gases estufa 
estabelecidos no Protocolo de Quioto dedezembro de 1997. Não se esperava 
(e de fato foi assim) que desta 
conferência saíssem importantes 
acordos, já que foi considerada como um 
"passo intermediário" entre a celebrada 
em Buenos Aires, em novembro de 
1998, e a que ocorreria em Haia aos 
finais de 2000. 
 
Neste contexto, em 13 de novembro de 
2000, representantes de 160 governos 
debateram, na cidade holandesa da 
Haia, os mecanismos para obter a 
ratificação dos compromissos derivados 
do Protocolo de Quioto com vistas à 
redução da emissões dos gases estufa 
em pelo menos 5% para o período 
2008-2012, em relação aos níveis de 
1990. 
 
Na reunião da Haia, a maioria dos 
governos deveria ratificar o Protocolo de 
Quioto, com o objetivo de que este 
entrasse em vigor, se possível, no ano 
2002. Assim, a reunião devia estabelecer 
as condições para alcançar uma relação 
de compromisso para com as medidas 
adotadas sob o ponto de vista 
econômico e dar credibilidade às 
atuações ambientais. 
 
O êxito da conferência dependia da 
entrada em vigor do Protocolo de Quioto 
em 2002, dez anos após a Cúpula da 
Terra no Rio de Janeiro.No entanto, a 
conferência fracassou ante a 
impossibilidade de chegar a algum tipo 
de acordo. Efetivamente, os 
representantes dos 160 países reunidos 
decidiram suspender as negociações 
ante a incapacidade destes para tornar 
operativo o protocolo. 
 
Por outro lado, alguns especialistas 
asseguravam que os pressupostos nos 
quais se baseavam os compromissos de 
redução das emissões três anos atrás 
haviam ficado defasados, tornando 
necessária uma atualização. Seja como 
for, entre os pontos de desencontro 
enumeraram-se os mesmos problemas 
de sempre: 
 
- os quatro blocos negociadores com 
interesses conflitantes: a União Européia, 
o denominado grupo "Paraguas" 
(Estados Unidos, Japão, Nova Zelândia e 
Austrália), o grupo "Oásis", formado por 
pequenos Estados insulares do Pacífico 
e, finalmente, os Países em Vias de 
Desenvolvimento (PVD); 
 
 
 
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- o estabelecimento de limites aos 
mecanismos flexíveis propostos para 
garantir o cumprimento do "Protocolo de 
Quioto" (problema de 
suplementariedade); 
 
- o uso de comércio de direitos de 
emissões; 
 
- a utilização de sumidouros: 
consideração das florestas para 
estabelecer o grau de contribuição para a 
contaminação e, portanto, os objetivos a 
serem cumpridos; 
 
- projetos que se devem cumprir nos 
mecanismos de desenvolvimento limpo 
(polêmica sobre a energia nuclear); 
 
- vias para que os PVD cumpram os 
objetivos do protocolo e mecanismos 
para garantir sua adesão. 
 
Apesar do fracasso da Cúpula, deixou-se 
uma abertura para se chegar a um 
acordo em 2001 - seguramente em 
meados do ano, em Bonn -, com a 
esperança de que o tempo extra 
permitisse chegar a um consenso global 
para que o Protocolo de Quioto pudesse 
ser ratificado. 
 
A esse respeito, em março de 2001, 
durante a Cúpula de Ministros do Meio 
Ambiente do G-8 celebrada em Trieste 
(Itália), chegou-se a um compromisso 
para a redução da emissão dosgases 
estufa. Os países envolvidos acordaram 
em se esforçar para "...assegurar de 
uma maneira efetiva a integridade 
ambiental do Protocolo de Quioto". 
 
Apesar da oposição dos Estados 
Unidos, no dia 23 de julho de 
2001, 178 países reunidos novamente 
em Bonn (Alemanha) aprovaram um 
protocolo para a redução dos gases na 
atmosfera e recuperar, desta forma, o 
Protocolo de Quioto. 
 
O acordo alcançado excluiu os EUA, mas 
permitiu solicitar mais apoios para a 
entrada em vigor do Protocolo de 
Quioto sobre redução de emissões de 
gases estufa. O processo foi muito difícil, 
pois se temeu que a negativa dos EUA 
em ratificar o tratado provocasse um 
efeito em cascata. Por fim, os Estados 
Unidos ficaram sozinhos na defesa de 
suas teses e a UE pôde obter o apoio 
da Rússia, do Canadá e do Japão, o 
que foi o grande avanço da Cúpula de 
Bonn. 
 
Aos finais do ano 2001 foi celebrada a 
Cúpula de Marrakech, que constitui a VII 
Conferência das Partes da Convenção 
Marco das Nações Unidas sobre a 
Mudança Climática (UNFCCC). 
 
O objetivo da reunião de Marrakech foi 
acabar de perfilar os mecanismos e 
procedimentos com que se concretizará a 
luta contra a mudança climática. Além 
das florestas (sumidouros que captam e 
neutralizam o CO2), as nações poderão 
dispor de outros instrumentos que lhes 
permitirão fazer descontos de emissões. 
Entre estes, está a compra e venda das 
cotas de emissões poluentes não 
atingidas por outros países (o problema 
é que a não participação dos Estados 
Unidos desvirtua e reduz o volume desse 
mercado mundial). Outra fórmula são os 
investimentos em tecnologia limpa no 
Terceiro Mundo, que também permitem 
reduções nos inventários nacionais. 
 
A UE, por outro lado, necessita fazer um 
esforço real para reduzir as emissões 
poluentes e centralizar os esforços em 
políticas internas mediante o fomento de 
energias renováveis, o transporte 
coletivo, a economia de energia ou 
tecnologias limpas. 
 
 
 
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Os pontos-chave na Agenda da 
Mudança Climática (Marrakech, 2001) 
são: 
 
- Financiamento:– são necessários 
recursos adicionais para financiar 
projetos contra a mudança climática. 
Esses recursos devem proceder dos 
países ricos (Estados Unidos são 
reticentes em participar com o 
financiamento do processo). 
 
- Mecanismos flexíveis: 
– as nações desenvolvidas reduzirão 
suas emissões com "medidas internas": 
energias renováveis, economia 
energética e transporte público; 
– só atenderão "de maneira 
suplementar" a "medidas externas": 
compra de direitos de emissões e 
investimentos em tecnologia limpa no 
Terceiro Mundo; 
– não serão válidos os investimentos em 
tecnologia nuclear. 
- Sumidouros: 
– em Bonn foi reconhecido o papel das 
florestas como "sumidouros" que captam 
dióxido de carbono; 
– a Rússia, o Canadá, a Austrália e 
outros países querem sublinhar ainda 
mais este papel. No entanto, ainda é 
difícil contabilizar seu impacto real no 
efeito estufa. 
 
- Sanções: 
– o descumprimento na redução de 
emissões implica uma redução de 30% 
superior no seguinte período; 
– os países menos desenvolvidos 
querem ter mais peso no "tribunal 
sancionador". 
 
Na Cúpula de Marrakech obteve-se um 
acordo quanto aos aspectos técnicos do 
Protocolo de Quioto. 
Em novembro de 2004, com o apoio 
da Rússia, superou-se a famosa cifra de 
55% e noventa dias depois entrou em 
vigor o Protocolo de Quioto. A partir 
desse momento, os países firmantes 
deverão reduzir suas emissões em 
5,2% entre os anos 2008 e 2012 com 
relação aos valores de 1990. No caso de 
não consegui-lo, o país descumpridor 
deverá multiplicar essa quantidade por 
1,3 no período seguinte. 
 
O esgotamento da camada de ozônio 
Generalidades 
 
Constitui outro dos problemas 
atmosféricos globais, também produto da 
poluição antropogênica. Trata-se da 
dissipação dacamada de ozônio, situada 
a aproximadamente 20-50 km da 
superfície da Terra, e que é a 
responsável por proteger o planeta das 
radiações solares ultravioleta. 
 
Tal como se verá a seguir, a emissão de 
compostos clorados na atmosfera, 
produto das atividades industriais, terão 
muito a ver com a problemática. 
 
O gás ozônio 
O ozônio - do grego ozein (oler) - é um 
gás aromático, incolor em pequenas 
quantidades, mas com uma tonalidadeazulada quando em grandes 
concentrações. É um composto de 
oxigênio cuja molécula tem três átomos 
(O3). Por ser diferente dos dois do 
oxigênio comum, é quimicamente 
instável e muito vulnerável a 
componentes que contenham nitrogênio, 
hidrogênio ou cloro, os quais o podem 
destruir. 
 
Esse gás pode ser encontrado tanto 
na estratosfera (entre 20 e 50 km a 
partir da superfície terrestre), em uma 
proporção de 0,0001%, onde as 
radiações ultravioletas do sol (UV) 
decompõem as moléculas de oxigênio 
em átomos, os quais, por sua vez, 
combinam-se com outras moléculas de 
 
 
 
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oxigênio para formar o ozônio; quanto na 
camada inferior da atmosfera ou da 
troposfera (entre a superfície terrestre e 
os 10 km de altura), onde constitui um 
perigoso veneno que pode afetar o 
sistema respiratório e a vegetação. 
 
As moléculas de ozônio se criam e se 
destroem continuamente de forma 
natural na atmosfera. 
 
Durante o processo de decomposição 
das moléculas de oxigênio em átomos 
livres e posterior formação do ozônio, 
libera-se calor e destroem-se os raios 
ultravioletas UVC, os quais são, muito 
prejudiciais aos seres vivos. Esta 
produção de energia é a causa da 
inversão térmica que se produz nos 
primeiros níveis da estratosfera, 
chegando-se a alcançar temperaturas de 
até 30°C. 
 
Definitivamente, o ozônio estratosférico 
atua como um manto protetor da Terra ao 
absorver as radiações ultravioletas UVB 
e UVC (radiações solares de alta energia 
e baixo comprimento de onda), 
prejudiciais aos seres vivos.No início da 
década de 1970 foi dado sinal de alarme 
quanto ao emprego massivo de diversos 
gases constituintes de cloro (CFCs), que 
chegavam inalterados à estratosfera e 
que, catalisados pelas radiações solares, 
eram decompostos em átomos livres, 
provocando reações em cadeia que 
destruíam o ozônio. No entanto, apenas 
em 1985 a comunidade internacional 
tomou senso da seriedade do problema, 
à luz de alguns estudos que 
demonstravam a perda de até 50% do 
ozônio estratosférico situado acima da 
Antártida. 
 
Além dos clorofluorocarbonos, há outros 
gases que deterioram a camada de 
ozônio, como os óxidos nitrosos, 
liberados pelos aviões supersônicos nos 
níveis superiores da estratosfera ou pelos 
pesticidas à base de brometo de metilo. 
 
Os efeitos imediatos de uma redução 
da camada de ozônio são uma maior 
incidência do câncer de pele ou 
cegueira, alterações nas colheitas e 
sobretudo no fitoplâncton, base da 
cadeia trófica dos oceanos. 
 
O problema do buraco na camada de 
ozônio na Antártida 
 
Apesar de se entrechocarem diferentes 
teorias, tudo aponta o emprego dos 
CFCs (clorofluorocarbonos), ou seus 
substitutivos, como os principais 
responsáveis pela destruição do manto 
protetor que cobre a Terra. 
 
Os clorofluorocarbonos foram criados no 
final dos anos 20. Sua descoberta 
representou toda uma revelação, já que 
reuniam tudo o que se pode exigir de um 
produto químico: estável, não corrosivo, 
atóxico e não inflamável. Assim, iniciou-
se sua comercialização massiva como 
espumantes, refrigerantes e solventes. 
 
O caráter inerte desses compostos - uma 
boa característica em camadas baixas da 
atmosfera - permite-lhes alcançar a 
estratosfera inalteráveis, onde podem 
perdurar entre 70 e 180 anos. Uma vez 
ali, e graças à radiação ultravioleta 
(UVC), rompem suas ligações químicas, 
liberando o átomo de cloro. Este pode 
roubar um átomo de oxigênio do ozônio 
para formar uma molécula de monóxido 
de cloro (ClO), que ao reagir com o 
oxigênio monoatômico, proporciona 
oxigênio diatômico e cloro livre para 
começar novamente o ciclo destrutivo 
(figura 3.5). 
 
 
 
 
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Apenas um átomo de cloro pode destruir 
até 100.000 moléculas de ozônio. 
Em 1974, Molina e Rowland - 
premiados, em 1995, com o Nobel de 
Química - informaram sobre os 
possíveis efeitos destrutivos dos CFCs 
sobre a camada de ozônio. Essas 
suspeitas foram confirmadas, em 1982, 
quando o cientista japonês Sigeru 
Chuchabi detectou pela primeira vez uma 
concentração anormalmente baixa deste 
gás durante sua estadia na estação 
antártica de Syowa. 
 
Em 1985, cientistas britânicos 
constataram que se havia produzido uma 
perda média de 50% do ozônio sobre o 
Pólo Sul durante as longas noites da 
primavera austral (de setembro a 
dezembro). Este fato desconcertava os 
estudiosos sobre o tema, pois a 
diminuição drástica do ozônio somente 
ocorria nessa parte do planeta e nessa 
época do ano. 
 
A figura 3.6 apresenta um desenho 
ilustrativo das magnitudes e das áreas 
que o buraco da camada de ozônio pode 
alcançar.
 
 
Por outro lado, dava-se a circunstância 
de que se os poluentes eram emitidos 
majoritariamente no hemisfério norte 
(Europa, Rússia, China, Japão e EUA) e 
seus efeitos se evidenciavam nas zonas 
meridionais, era porque as correntes de 
vento haviam arrastado os CFCs aos 
pólos; assim, a estratosfera continha 
uma divisão aproximadamente 
homogênea do conteúdo de cloro em 
todas suas latitudes e, em 
 
 
 
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conseqüência, todas as zonas eram 
potencialmente vulneráveis a sofrer os 
efeitos dos poluentes. 
 
Deve-se buscar a explicação para o fato 
de na zona antártica o esgotamento da 
camada de ozônio ser mais evidente que 
em outras latitudes nas propícias 
condições orográficas e climatológicas 
apresentada por essa região para a 
destruição desse gás: 
 
- o frio intenso e as peculiaridades 
terrestres do Pólo Sul (grandes extensões 
de terra rodeadas de mar) favorecem a 
formação das denominadas nuvens 
polares estratosféricas (NPE), que 
constituem o substrato sobre o qual se 
produzem as reações químicas que 
liberam os átomos de cloro; 
 
- na Antártida, os ventos giram ao redor 
do "vórtice polar", favorecendo o 
isolamento das massas de ar detido do 
vórtice, oque faz com que a temperatura 
desse ar diminuiu continuamente ao 
longo do inverno. 
 
Apesar de na zona ártica o efeito 
destruidor da camada de ozônio também 
se produzir, as conseqüências não são 
tão graves. 
 
Com efeito, nessa região a circulação 
dos ventos fortes e quentes permite o 
contato com a massa de ar estancada no 
vórtice, elevando as temperaturas. Este 
fato, unido à diferente distribuição do 
relevo terrestre em relação à Antártida, 
fazem com que a presença das NPEs 
não seja tão acentuada. 
 
O tamanho do buraco na camada de 
ozônio na Antártida tem sofrido 
importantes variações ao longo da última 
década. Desta forma, em 1989, abrangia 
toda a superfície do continente antártico, 
constatando-se reduções da 
concentração de O3 de até 20% nas 
latitudes próximas a Nova Zelândia. No 
entanto, o buraco nos anos 2000 e 2003 
foram os mais extensos registrados até 
agora (tabela 3.2). 
 
 
 
Em nível mundial, também se produz um 
esgotamento da camada de ozônio, 
porém, sem a relevância que alcança 
na Antártida. Por exemplo, em algumas 
regiões do hemisfério norte, registram-se 
diminuições de até 8% por década 
conforme a época do ano. De forma 
semelhante, no hemisfério sul algumas 
reduções da camada de ozônio 
ultrapassaram 6%por década, sobretudo 
em países como Nova Zelândia. 
Regeneração da camada de ozônio 
 
A regeneração da camada de ozônio 
acontece de maneira natural durante o 
verão. Nessa estação do ano, o ar fresco 
procedente de outras latitudes permite 
a recuperação dos níveis de ozônio. No 
entanto, com a chegada da primavera 
austral, o buraco volta a se formar. 
A Unidade Dobson (UD) é uma 
espessura teórica da camada de ozônio 
e é utilizada como uma medida da 
quantidade de moléculas de ozônio na 
estratosfera. Os valores normais de 
ozônio na estratosfera sobre a 
Antártida são da ordem das 350 UD. 
Quando a quantidade de ozônio diminui 
a valores de 220 UD, considera-se 
crítica a situação em função dos 
conseqüentes aumentos de radiação 
UV-B, implicando sérios riscos à saúde 
 
 
 
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humana. Essa área com valores de 
ozônio inferiores a 220 UD é a que se 
denomina "buraco de ozônio". 
 
Os níveis da camada de ozônio se 
medem em unidades Dobson, de forma 
que 100 unidades Dobson 
correspondem a 1 mm de ozônio 
comprimido. 
 
Embora sejam eliminadas drasticamente 
as emissões de cloretos e brometos à 
atmosfera, o problema persistiria na 
estratosfera durante muitos anos. 
Considera-se que os CFCs ou seus 
substitutivos demoram até dez anos para 
alcançar a baixa estratosfera, onde está 
a maior concentração de ozônio. Por 
outro lado, dado o ritmo atual de 
emissões, é provável que o esgotamento 
da camada de ozônio se estenda a 
outras zonas além da do continente 
antártico. 
 
Têm-se buscado substitutos para os 
CFCs empregados nos sistemas de 
climatização e refrigeração, como os 
hidrofluorocarbonos (HFC) e os 
hidroclorofluorocarbonos (HCFCs). Estes 
últimos compostos destroem menos 
moléculas de ozônio que os CFCs, no 
entanto, sua velocidade de destruição é 
superior. Além disso, ambos contribuem 
em grande parte para o efeito estufa. 
Outras medidas substitutivas estão 
baseadas no emprego de GLPs, que são 
prejudiciais à camada de ozônio ao 
necessitar de cloro, de amoníaco e 
hidrocarbonetos, como o butano ou o 
propano, os quais apesar de serem 
tóxicos e inflamáveis, utilizam-se nos 
frigoríficos Greenfreeze.Os compostos 
halogenados (halon) contidos nos 
extintores podem ser substituídos por 
água sem perder eficácia na utilização. 
 
Essas substâncias são usadas, na 
maioria das ocasiões, como soluções 
temporárias para poder cumprir as 
exigências atuais do Protocolo de 
Montreal e outras diretrizes ambientais, 
até que se descubram outros compostos 
que não sejam prejudiciais à camada de 
ozônio e atendam melhor aos demais 
requisitos técnicos necessários. 
 
Seguindo esta linha, as indústrias 
trabalham sobre como influir nos 
processos de fabricação, com o objetivo 
de buscar métodos alternativos que 
reduzam a emissão destes produtos. 
 
Da mesma forma que nas questões 
relacionadas à mudança climática, não 
se sabe exatamente até que ponto se 
pode produzir a regeneração da camada 
de ozônio. No entanto, pelos graves 
efeitos que pode provocar o 
desaparecimento do ozônio 
estratosférico sobre a vida na terra, cabe 
adotar as medidas que sejam oportunas 
para pôr fim a estas emissões. 
 
Situação atual do tamanho do buraco 
da camada de ozônio 
 
Segundo observações da Organização 
Meteorológica Mundial das Nações 
Unidas de 1 de setembro de 2005, "o 
buraco de ozônio" já tem alcançado uma 
superfície de 22 milhões de km2, e as 
previsões indicam que alcançará uma 
superfície de 26 milhões de km2, sendo 
sua evolução similar à dos maiores 
"buracos" da história, acontecida nos 
anos 2000 e 2003. (Para se ter uma idéia 
comparativa, a superfície dos Estados 
Unidos é de aproximadamente 10 
milhões de km2 e a da Antártida, de 14 
milhões de km2). 
 
Acordos e compromissos 
 
O alarme social gerado a partir da 
descoberta do buraco da camada de 
ozônio na Antártida desencadeou a 
 
 
 
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conscientização do problema pela e 
comunidade internacional e adoção de 
uma série de medidas tendentes à 
redução dos CFCs, e outros gases 
prejudiciais constituintes de bromo, como 
os halons.Em 1987, firmou-se o 
Protocolo de Montreal, que contou com o 
apoio do programa ambiental das 
Nações Unidas. Esse acordo foi firmado 
por 24 países e pela UE, sendo 
posteriormente ratificado por 150 países. 
 
O objetivo fundamental do Protocolo era 
reduzir as emissões de CFCs dos países 
industrializados a 50% para o ano 
2000 e o congelamento da produção e 
do emprego dos halons antes de 
1992. 
 
Por causa do crescente aumento da 
radiação ultravioleta no nível da 
superfície terrestre, tal acordo foi 
modificado em 1990, em Londres, com o 
objetivo de obter a eliminação total dos 
halons e dos CFCs para o ano 2000, e, 
posteriormente, em 1992, em 
Copenhague, para adiantar a agenda 
de eliminação dos halons em 1994 e a 
dos CFCs aos finais de 1995 (data que 
o Conselho de Ministros de meio 
ambiente da UE adiantou em 31 de 
dezembro de 1994). Neste último acordo 
foram impostas cotas de emprego do 
brometo de metilo, utilizado de forma 
massiva como praguicida. 
 
Em dezembro de 1993, a reunião do 
Conselho de Ministros de meio 
ambiente da UE adotou as seguintes 
disposições: 
 
1. interrupção da produção dos HCFCs 
para finais do ano 2014; 
 
2. a primeira escala de redução na 
produção dos HCFCs estaria fixada para 
o ano 2004 e representaria 35% menos 
que em 1989; 
 
3. a proibição do emprego dos HCFCs 
na refrigeração doméstica e na 
climatização do automóvel a partir de 
1/1/1996. 
4. a proibição do emprego dos HCFCs 
nas novas instalações de climatização e 
refrigeração que superem os 150 kW de 
potência, a partir do 1 de janeiro de 2000. 
 
O Acordo de Viena de 1995 significou a 
obrigatoriedade de erradicar do mundo 
industrializado a produção de brometo de 
metilo para o ano 2010, bem como a 
necessidade de envolver os países em 
desenvolvimento na eliminação total dos 
CFCs para essa mesma data. Este pode 
ser um tema difícil para as nações menos 
industrializadas, já que podem sofrer 
um retrocesso emsua economia caso 
não se forneçam ou se produzam, com 
lentidão, outro tipo de soluções 
substitutivas. 
Como resultado das medidas 
aprovadas, em 1995, a produção 
mundial de CFCs diminuiu em 76% com 
relação ao máximo registrado em 1988. 
No entanto, países como a China ou a 
Índia continuam aumentando suas cotas 
de emissão apesar de haverem firmado 
os tratados. 
 
Um problema pendente é o atual 
mercado negro de CFCs, do qual 
participam vários países de economia 
precária, como os da antiga União 
Soviética, e possivelmente China, Índia 
e Tailândia. No comércio ilegal destes 
produtos - estima-se que correspondem a 
1/5 das emissões - movimentam-se 
valores na ordem dos milhões de 
dólares. 
 
Durante o Dia Internacional da 
Preservação da Camada de Ozônio 
celebrado em 16 de setembro de 1999, 
Kofi Annam, então secretário geral da 
ONU, alertou para esse crescente 
 
 
 
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mercado ilícito de gases clorados e aos 
20 países que não têm ratificado os 
tratados internacionais relativos ao 
ozônio, apontando para o perigo de se 
cairem um certo conformismo ou 
complacência após os resultados obtidos 
na redução da emissão deste tipo de 
gases. 
 
As estimativas atuais apontam que se 
todos os países do mundo acatassem o 
Protocolo de Montreal, a camada 
protetora de ozônio começaria a se 
recuperar aos finais dos anos noventa, 
podendo alcançar a recuperação total 
em 2045.
 
 
Perda da Biodiversidade 
Uma das preocupações mais estendidas 
em todo o mundo científico e 
conservacionista é a progressiva perda 
de áreas naturais e de espécies, tanto da 
flora quanto de fauna. Esta perda, 
produzida em escala global, contrasta 
com o aumento das explorações 
desenfreadas dos recursos naturais da 
Terra. 
 
A transformação, alteração ou destruição 
dos ecossistemas naturais tem 
provocado o desaparecimento de 
habitats, sua fragmentação, a invasão de 
espécies introduzidas, a superexploração 
dos recursos e a contaminação, o que 
tem posto em perigo de extinção 
numerosas espécies e eliminado do 
planeta um bom número delas 
(CARABIAS & ARIZPE, 1994). 
 
A perda de biodiversidade, sobretudo 
nos ecossistemas ameaçados (por 
exemplo, ilhas e áreas úmidas), é 
irreversível na maior parte das vezes. 
Atualmente, não existe nenhuma 
tecnologia que permita criar novamente, 
ou pelo menos imitar, os ecossistemas, 
as espécies ou a grande maioria dos 
genes que estão desaparecendo. Se 
possível no futuro, seria exorbitante o 
custo de duplicar ecossistemas tão 
complexos e auto-regulados como os que 
se encontram na natureza (figura 3.8). 
 
 
Figura 3.8: Vida em um recife de coral no 
Panamá. Seria impossível chegar a imitar 
com exatidão todos os processos 
ecológicos que se desenvolvem neste 
ecossistema. A complexidade dos 
organismos que o compõem e sua 
elevada produtividade são únicos na 
natureza. 
A perda de biodiversidade envolve 
muito mais que a redução do número 
total de espécies que povoam o planeta. 
A conservação dessas espécies não 
responde somente a argumentos éticos, 
mas representa a salvaguarda de 
múltiplos recursos: alimentos, 
 
 
 
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medicamentos e matérias-primas 
atualmente utilizadas para a indústria, e, 
sobretudo, de outros desconhecidas. 
 
Acordos e compromissos 
 
Entre os convênios mais interessantes 
cabe destacar os seguintes: o Programa 
MAB (Homem e Biosfera) que, a partir 
de 1974 cria as chamadas Reservas da 
Biosfera; a convenção relativa às áreas 
úmidas de importância internacional 
como habitat de espécies aquáticas 
(RAMSAR), cuja entrada em vigor data 
de dezembro de 1975; o convênio sobre 
o comércio internacional de espécies 
ameaçadas de fauna e flora silvestre 
(1975); o convênio sobre a conservação 
de espécies migratórias (1983); o 
convênio sobre biodiversidade, no marco 
da 1ª Cúpula da Terra (1992); o 
protocolo de proteção da Antártida (1991) 
e outros convênios de caráter latino-
americano. 
 
Degradação do solo e 
desflorestamento 
A degradação do solo se define como a 
perda parcial ou total de sua 
produtividade, seja qualitativa e/ou 
quantitativa, como conseqüência de 
processos tais como a erosão e a 
desertificação. 
 
Esse processo repercute diretamente 
sobre a agricultura, diminuindo o 
rendimento dos cultivos e dos recursos 
hídricos, e afetando gravemente outros 
setores econômicos e ambientais. 
 
As causas da degradação do solo são o 
resultado de uma interação complexa de 
um grande número de fatores 
associados quase sempre à atividade 
humana, como a má gestão dos recursos 
do solo, a mudança climática, fatores 
políticos e socioeconômicos, etc. 
 
A erosão é a principal forma de 
degradação de um solo. Define- se 
como a perda gradual de terra, ao serem 
arrastadas as partículas superficiais que 
constituem o solo pela ação de diversos 
agentes erosivos (água, vento, 
temperatura, atividade biológica e 
humana). 
 
Em condições normais, a coberta 
vegetal protege o solo da ação da chuva 
e do vento, propiciando um equilíbrio 
entre a erosão e a formação do solo. No 
entanto, a substituição da vegetação 
natural de amplas zonas por explorações 
agrícolas intensivas tem rompido esse 
equilíbrio, especialmente quando as 
variações climáticas têm acompanhado 
esta circunstância. 
 
A desertificação constitui a última etapa 
no processo de degradação de um solo. 
Define-se como a perda progressiva dos 
ecossistemas, devido a agentes 
antrópicos e naturais, consistente em 
uma diminuição qualitativa e quantitativa 
dos sistemas vitais (solo, água e 
floresta), que leva a uma aridização e 
diminuição da produtividade biológica até 
a destruição do potencial biosférico. 
 
A desertificação, em última instância, 
pode converter o ecossistema em um 
deserto. 
 
Esse processo ocorre com mais 
freqüência nas regiões áridas, 
caracterizadas por uma permanente 
seca (1), escassa vegetação e com 
grandes contrastes de 
temperatura.Segundo alguns autores, 
anualmente perdem-se 6 milhões de 
hectares de terreno cultivável, seja como 
conseqüência da desertização ou por 
outros usos do solo. 
 
PRINCIPAIS FATORES 
ANTROPOGÊNICOS QUE 
 
 
 
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INFLUENCIAM NO FENÔMENO DA 
EROSÃO E DESERTIFICAÇÃO 
o Conversão do solo florestal no solo 
agrário. Nestas 
situações, aumenta em grande parte a 
erosão por escoamento e se produz a 
degradação e a substituição do 
ecossistema natural em equilíbrio com 
outro ecossistema artificial agrário muito 
mais simples e instável. 
 
o Excessiva tendência ao monocultivo 
ou à agricultura intensiva. 
 
o Mineralização e contaminação do solo. 
O uso de fertilizantes químicos, pesticidas 
e herbicidas rompe a estrutura do solo em 
dois sentidos: por um lado, mineralizam-
no e empobrecem em matéria orgânica e, 
por outro lado, contaminam, aumentando 
o nível de produtos prejudiciais à vida 
vegetal. 
 
o Empobrecimento seletivo do solo, 
produzido pelo apetite seletivo de 
algumas espécies vegetais, plantadas 
pelo homem, de alguns nutrientes 
específicos do solo. 
 
o Aumento de população humana. 
 
o Desvastamentos massivos de montes e 
desflorestamento. 
o Trabalho excessivo. Em época de 
chuvas frequentes, aumentam-se os 
cultivos e se estende a exploração dos 
solos, ultrapassando os níveis normais; 
desta forma, contribui para potencializar a 
aridez em posteriores períodos de seca. 
o Inadequadas técnicas florestais.o 
Inadequado ordenamento do território. 
o Grandes obras públicas. 
o Incêndios florestais provocados. 
 
Outros fatores naturais, além dos 
puramente antropogênicos, que 
fomentam a degradação dos solos são: 
 
- as margens do deserto; 
- as zonas de forte lixiviação; 
- as catástrofes naturais; 
- as chuvas torrenciais ou ciclones. 
 
O deflorestamento é um problema 
ocasionado pela derrubada abusiva das 
florestas a uma velocidade maior que a 
própria regeneração ou reflorestamento. 
As repercussões climáticas dessa prática 
são evidentes: um aumento dos períodos 
de seca e uma diminuição das 
precipitações. 
 
Diferentemente do que acontece nas 
nações industrializadas, o problema do 
deflorestamento é bem mais problemático 
nos países em vias de desenvolvimento, 
pois nestes a madeira ainda constitui 
uma fonte de energia muito utilizada. 
Como exemplo, um dado: dos 460 
metros de madeiras empregadas como 
combustível em 1990, 80% foram 
consumidas nos países em vias de 
desenvolvimento.Cerca de 2.000 milhões de pessoas em 
todo o mundo dependem da lenha como 
única fonte de energia. Os países em 
vias de desenvolvimento obtêm da 
madeira 17% do suprimento de suas 
necessidades totais de energia primária, 
enquanto essa quantidade pode chegar 
70% nos países mais pobres; ao 
contrário, a contribuição da madeira para 
atender às necessidades de energia 
primária nos países desenvolvidos é de 
apenas 2%. 90% da madeira utilizada 
como combustível em todo o mundo é 
para combustão direta (2), enquanto os 
10% restantes empregam-se 
majoritariamente para a obtenção de 
carvão vegetal. 
 
Anualmente, desmatam-se no mundo 13 
milhões de hectares de floresta._ _ _ _ 
 
 
 
 
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1 Os anticiclones quentes com seus céus 
despejados e seus ventos descendentes 
são os responsáveis pelos períodos de 
seca, ao atuar como "bloqueadores" dos 
fluxos de ar úmido que comportam as 
nuvens e chuvas. 
2 O rendimento é muito baixo, já que 
só se aproveita 10% da energia que 
contêm. 
 
Chuva Ácida 
Grande parte do dióxido de enxofre e dos 
óxidos de nitrogênio lançados na 
atmosfera, produto das atividades 
industriais, retornam à superfície da 
Terra em estado gasoso, principalmente 
sobre as zonas próximas às fontes de 
emissão ou sob forma de ácidos 
dissolvidos nas gotas da chuva. 
 
Origem e efeitos da chuva ácida 
 
Embora possa ter origens naturais 
diversas (erupções vulcânicas, 
putrefação de vegetais e plâncton, 
orvalho do mar, etc.), a chuva ácida se 
deve majoritariamente a causas 
antropogênicas, ou seja, a processos 
resultantes da exploração e do uso da 
energia, mais especificamente, à queima 
de combustíveis fósseis. 
Alguns dos gases que se desprendem 
da combustão do petróleo e do carvão, 
em particular o dióxido de enxofre (SO2) 
e os óxidos de nitrogênio (NOx), podem-
se depositar a seco e serem absorvidos 
diretamente pela terra, lagos ou 
vegetação (deposição seca), ou 
permanecer na atmosfera e oxidar-se 
graças à ação de agentes oxidantes 
(catalisadores), como o ozônio (O3), o 
peróxido de hidrogênio (OH-) ou o 
amônio (NH4 +). Desta maneira, o 
dióxido de enxofre se converte em ácido 
sulfúrico (H2SO4) e os óxidos de 
nitrogênio em ácido nítrico (HNO3). 
 
Geralmente, os ácidos formados se 
dissolvem nas gotas de nuvens e névoas, 
podendo percorrer grandes distâncias 
antes de precipitar sob forma de chuva, 
neve, névoa ou granizo (deposição 
úmida). 
 
Na figura 3.10, ilustra-se o processo de 
formação da chuva ácida.
 
 
Os ácidos dissolvidos na água aparecem 
principalmente sob forma de íons (SO4=, 
NO3 - e H+). O ácido nítrico libera um 
íon hidrogênio, enquanto da reação do 
sulfúrico resultam dois íons; assim, a 
acidez das precipitações será 
diretamente proporcional à concentração 
de íons hidrogênio presentes. 
 
O amoníaco (NH3) gerado a partir de 
processos naturais e da atividade 
humana é o protagonista do seguinte 
paradoxo: por um lado, neutraliza alguns 
íons hidrogênio e, por outro, da reação 
resulta o íon amônio (NH4 +), que 
catalisa a formação de ácidos. Pode-se 
considerar a chuva limpa naturalmente 
ácida, já que seu pH é próximo a 5,6.Ao 
precipitar, a chuva ácida libera metais 
pesados (Pb, Al, Hg, V, Cd...) e íons (H+, 
NH4 +, NO3, SO4=), acidificando (1) os 
 
 
 
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lagos e favorecendo a proliferação de 
algas verdes que acabam com a vida 
lacustre. Assim, as florestas se danificam 
seriamente pelos efeitos sobre as folhas 
das plantas (folhagem desigual e 
escassa, incapaz de realizar a 
fotossíntese com eficácia), pelas perdas 
de nutrientes essenciais e pelo aumento 
de metais tóxicos que danificam as 
raízes e os microorganismos do solo. 
 
Os efeitos da chuva ácida também 
podem ser observados sobre as 
estruturas metálicas dos edifícios sob 
forma de corrosão, e, inclusive, sobre a 
saúde das pessoas. Com efeito, os 
hidrocarbonetos emitidos pelos tubos de 
escape dos automóveis reagem com os 
óxidos de nitrogênio e produzem ozônio, 
que, embora tenha um valor incalculável 
na estratosfera, em níveis superficiais 
provoca problemas respiratórios e 
acelera a formação da chuva ácida. 
 
A deposição seca é uma variante do 
fenômeno da chuva ácida, e consiste na 
precipitação dos óxidos como gases ou 
pequenas partículas diretamente sobre o 
solo, lagos ou florestas. Sua ação 
costuma ser de curto alcance, afetando 
principalmente as zonas próximas ao 
ponto emissor, embora, conforme as 
condições meteorológicas favoráveis, 
possam se depositar a grandes 
distâncias. 
 
São constrastantes os efeitos da chuva 
ácida em diversas localizações. Por 
exemplo, tem-se evidenciado o aumento 
de acidez dos lagos da Escandinávia, do 
nordeste dos Estados Unidos e do 
sudeste do Canadá, bem como as 
repercussões sobre o tamanho e a 
diversidade da população de peixes. O 
fenômeno da chuva ácida também tem-
se relacionado com os danos surgidos 
nas florestas do norte da Europa e 
nordeste dos Estados Unidos. 
 
1 O pH da chuva ácida oscila entre 
4,5 e 5,6, no entanto, em algumas 
ocasiões pode diminuir até 3. 
 
O enxofre como poluente 
Conforme mencionado anteriormente, a 
principal origem da chuva ácida é de 
natureza antropogênica, e deve em sua 
maiorparte à combustão do carvão e do 
petróleo cru que, em função de sua 
origem, contém uma concentração de 
enxofre que varia entre 0,5% e 5%. No 
carvão, as concentrações deste 
poluente variam em uma categoria mais 
ampla. Por outro lado, o gás natural 
contém uma proporção muito pequena 
de enxofre, de forma que geralmente 
não intervem no fenômeno da chuva 
ácida. 
 
Os compostos de enxofre são 
responsáveis por 2/3 do total da chuva 
ácida, sendo as emissões mundiais totais 
(naturais e artificiais) de dióxido de 
enxofre à atmosfera de 
aproximadamente 170 milhões de 
toneladas por ano. 
 
Atualmente, na Europa são emitidas 
cerca de 30 milhões de toneladas anuais 
de dióxido de enxofre, das quais 80% 
provêm da combustão de petróleo bruto 
e carvão, enquanto 20% restante se 
associam a outros processos industriais. 
 
Os maiores poluentes mundiais são Grã-
Bretanha, EUA e a antiga União 
Soviética, sendo os problemas 
associados à chuva ácida especialmente 
graves na Europa do Leste, por causa 
da emissão de grandes quantidades de 
SO2 procedentes do emprego de lignitos 
-conteúdos de enxofre de até 14%- nas 
centrais termoelétricas. 
 
O nitrogênio como poluente 
 
 
 
 
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Os principais compostos nitrogenados 
que contaminam a atmosfera são o 
monóxido de nitrogênio (NO) e o dióxido 
de nitrogênio (NO2), que costumam se 
agrupar sob a denominação NOx. 
A origem desse tipo de emissões pode 
ser natural (decomposição química de 
nitratos, relâmpagos, etc.) ou 
antropogênica (combustão de 
carburantes fósseis). Conjuntamente, 
essas emissões que são liberadas 
anualmente no mundo representam 86 t 
de poluentes à atmosfera. 
 
Esses óxidos, responsáveis por 1/3 do 
total da chuva ácida, formam-se em todo 
tipo de combustões a alta temperatura, 
em parte pelo conteúdo em nitrogênio do 
próprio combustível (carvão ou madeira) 
ou pela oxidação do nitrogênio doar de 
combustão. Os principais causadores das 
emissões de óxidos de nitrogênio 
àatmosfera são os motores dos veículos 
destinados ao transporte rodoviário. 
 
Nos países escandinavos, as duas 
terças partes das emissões totais de 
NOx procedem dos veículos de 
transporte. 
Do mesmo modo, certos tipos de 
fertilizantes constituem uma fonte de 
compostos nitrogenados contaminantes 
que podem levar a uma superfertilização 
do solo, acarretando danos na 
vegetação e na eutrofização das águas 
subterrâneas. 
 
Conseqüências da acidificação sobre o 
meio ambiente 
A acidificação pode afetar as águas 
subterrâneas, os solos, a flora, a fauna e 
a saúde humana, entre outros. 
 
Acidificação das águas subterrâneas 
 
A origem da acidificação das águas 
provém em 90% da infiltração e da 
lixiviação da água da chuva no solo, o 
que afeta as camadas freáticas e, desta 
forma, os rios e lagos. Apenas 10% 
restante estão diretamente relacionados 
à chuva ou à neve. 
As águas dos lagos afetados pela 
acidificação são claras e pouco turvas, 
em virtude da precipitação do plâncton 
no fundo. 
 
Assim, a diminuição do pH favorece a 
presença de metais como o mercúrio 
ou o alumínio livre (1), causador do 
envenenamento da fauna aquática. 
 
1 O alumínio unido a diversos minerais 
constitui um dos elementos mais 
abundantes da crosta terrestre. No 
entanto, torna-se extremamente solúvel 
em meios ácidos. 
 
Acidificação dos solos 
 
Uma vez produzida a deposição dos 
contaminantes no solo, estes podem ser 
absorvidos pela terra ou pelos vegetais, 
deslocar-se ou incorporar-se às águas 
continentais. 
 
A acidificação do solo é um processo 
mais lento que o descrito anteriormente. 
No entanto, é mais difícil seu 
tratamento que na contaminação das 
águas. 
 
Por exemplo, o SO2 pode se 
transformar em H2SO4 de duas 
maneiras diferentes: nas folhas das 
plantas, após absorver a água da chuva 
ou diretamente no solo. Da mesma 
forma, pode constituir compostos 
orgânicos ao reagir com a matéria desta 
mesma natureza presente no solo. 
 
Tanto o ácido sulfúrico quanto a 
decomposição dos sais amoniacais 
(NH4)2 SO4 acidificam o solo, 
provocando uma diminuição nos níveis 
 
 
 
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de potássio, cálcio e magnésio, 
constituintes dos nutrientes do solo. 
 
Em uma zona muito castigada pela 
chuva ácida, como no caso do sul da 
Escandinávia, chega-se a valores de 
pH de entre 1 e 0,3. 
 
A acidificação não apenas ocorre nos 
estratos superficiais do solo, mas pode-
se estender a profundidades de até 1 m. 
 
Nesse tipo de solo, os fungos substituem 
as bactérias e demais organismos 
decompositores presentes no solo, com o 
que se produz uma desaceleração na 
mineralização (1) da matéria orgânica. 
 
A solubilidade dos nutrientes é 
favorecida na medida em que o solo é 
mais ácido, condição na qual não podem 
ser aproveitados pelas plantas: por isso, 
não é conveniente agregar resíduos 
orgânicos a um solo ácido, já que desta 
forma se contribui ainda mais para a 
solubilização desses metais. 
 
1 Consiste na liberação gradual dos 
elementos nutritivos do solo em 
diferentes formas inorgânicas como 
cálcio, sódio, magnésio, potássio e 
fósforo. 
 
Efeitos sobre a flora, a fauna e a saúde 
humana 
Embora seja muito difícil estabelecer 
uma relação entre o tipo de dano e a 
causa que o tem provocado, é certo que 
a corrosão do depósito seco de dióxido 
de enxofre exerce efeitos diretos sobre 
a gordura protetora das folhas das 
árvores. Por exemplo, os abetos e os 
pinos afetados pela chuva ácida 
apresentam uma descoloração e perda 
de suas folhas, bem como uma 
deterioração de suas raízes. 
 
Os musgos e os líquens também são 
gravemente afetados, já que absorvem a 
água diretamente através de suas folhas. 
Essas espécies são alguns indicadores 
diretos da contaminação atmosférica. 
 
Há outros efeitos indiretos sobre as 
árvores, resultado da acidificação do 
solo, como a redução de nutrientes e 
liberação de outros compostos 
prejudiciais. 
 
As mudanças na composição e na 
estrutura da vegetação incidirão 
diretamente sobre a fauna. Efetivamente, 
o efeito da chuva ácida se manifesta no 
ciclo reprodutivo dos pequenos pássaros 
que habitam nas proximidades das águas 
acidificadas, bem como nos herbívoros, 
que acumulam grande quantidade de 
metais pesados ao ingerir as plantas 
afetadas. 
 
Por exemplo, em algumas zonas da 
Holanda, os pássaros botam cada vez 
mais ovos com cascas mais finas por que 
a chuva ácida reduz a quantidade de 
caracóis, que são sua principal fonte de 
cálcio. 
 
Embora não esteja provado que as 
águas subterrâneas ácidas sejam por si 
mesmas prejudiciais à saúde, o certo é 
que a concentração de metais pesados, 
como o alumínio e o cádmio, reduz 
notadamente o pH a valores inferiores a 
5. Esses elementos podem provocar 
graves danos nos sistemas cerebral, 
renal e ósseo. 
 
Medidas preventivas e corretivas a 
adotar para reduzir os efeitos da chuva 
ácida 
 
costuma-se adicionar uma base, que 
provoca um aumento do pH e origina a 
precipitação e uma posterior 
sedimentação do alumínio e outros 
 
 
 
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metais no fundo do lago. Essa medida 
permite restituir as condições da flora e 
da fauna do lago. No entanto, a 
acumulação de metais tóxicos nos leitos 
dos cursos dos rios provoca o surgimento 
de numerosos problemas. 
Em relação às águas subterrâneas, 
pode-se combater a acidez mediante a 
colocação de um filtro, próximo do 
fundo do poço escavado para tal fim, 
com o objetivo de atuar como 
neutralizante. 
 
Estas medidas são efetivas para um 
curto período de tempo e, geralmente, 
têm um caráter corretivo mais que 
preventivo. 
 
A maioria das soluções tendentes a 
minimizar o problema da chuva ácida 
tem um elevado custo econômico que, 
a princípio, não é coberto pelo agente 
poluente. 
 
Atualmente, a solução para esse 
problema passa pela limitação das 
emissões de gases poluentes à 
atmosfera, sendo necessário empregar 
uma tecnologia desenvolvida na queima 
de combustíveis fósseis e na limpeza 
dos gases desprendidos. 
 
Há diversas técnicas para reduzir as 
emissões de SO2 nos processos de 
combustão do carvão. Nas centrais 
térmicas de carvão convencionais, o 
fluxo de gases procedente da combustão 
circula através de um filtro de 
carbonato de cálcio para, desta forma, 
absorver o enxofre e produzir sulfato de 
cálcio ou GYPSUM. Esse processo tem a 
desvantagem de diminuir a eficiência 
termodinâmica global na geração de 
eletricidade, ocasionando um leve 
aumento das emissões de CO2 
produzidas por unidade de energia. 
 
Outras tecnologias mais desenvolvidas 
se fundamentam na combustão 
pressurizada de carvão com baixo 
conteúdo em enxofre no leito fluido, bem 
como na realização de mudanças nos 
métodos de combustão; por exemplo, 
a utilização de queimadores de baixa 
produção de NOx requer um menor 
excesso de oxigênio, tempos mais curtos 
de combustão e menores temperaturas. 
 
Outras alternativas se baseiam na 
purificação das fumaça mediante 
métodos catalíticos, que permitem a 
reação dos óxidosde nitrogênio com 
amoníaco para proporcionar nitrogênio, 
gás e água. 
 
Uma alta porcentagem dos óxidos de 
nitrogênio emitidos à atmosfera provém 
das combustões dos veículos a motor. 
Neste caso, impõem-se medidas tais 
como umdesenho adequado do motor, 
que permita uma combustão mais 
completa possível; a redução do trânsito 
por rodovia, o estabelecimento de 
limites de velocidade ou o emprego 
obrigatório de catalisadores (1). 
1 Dispositivo que permite transformar 
mais de 90% dos óxidos de nitrogênio, 
hidrocarbonetos e monóxido de carbono 
em nitrogênio, dióxido de carbono e 
água. 
 
Acordos e compromissos 
 
O primeiro passo para reduzir de forma 
progressiva a contaminação atmosférica 
ocorreu em novembro de 1979 quando 
se firmou a Convenção sobre 
Contaminação Transfronteriça em 
Genebra, que entrou em vigor em 16 
de março de 1983 e foi ratificada por 
24 países. 
Posteriormente, em julho de 1985, 21 
países firmaram o Protocolo para o 
Controle das Emissões de Dióxido de 
Enxofre, que entrou em vigor em 2 de 
 
 
 
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setembro de 1987. Seu objetivo era 
reduzir em 30% as emissões de SO2 
para o ano de 1993. Assim, constituía-se 
o denominado Clube dos 30%. 
Semelhantemente, em outubro de 1985, 
25 países acordavam em congelar suas 
emissões de NO2 para que estas 
atingissem, em1994, o mesmo nível que 
tinham em 1987. 
 
Com o objetivo de cumprir os 
compromissos firmados no Protocolo de 
Quioto de 1987, a União Européia 
elaborou um programa de ação 
denominado "Estratégia de 
Acidificação", a qual tratava de limitar o 
conteúdo em enxofre de alguns 
combustíveis líquidos derivados do 
petróleo. 
 
A falta de cumprimento determinou que 
o V Programa da União Européia 
contemplasse, como um de seus 
objetivos, a reduçãoem 30% dos níveis 
de NOx e de 35% nos de SO2 para o 
ano 2000. 
 
Atualmente, este é o campo de atuação 
da Comunidade Européia em matéria de 
meio ambiente para o qual há mais 
legislação e no qual tem-se avançado 
mais. No entanto, os resultados não são 
ainda suficientes, dado que os problemas 
de saúde e meio ambiente ainda 
persistem ou pioram. 
 
A névoa fotoquímica 
A combustão imperfeita dos combustíveis 
fósseis gera, além do dióxido de carbono, 
outros compostos como monóxido de 
carbono (CO), constituintes de nitrogênio 
e enxofre e hidrocarbonetos 
inqueimáveis. 
 
Esta situação é especialmente grave 
quando os poluentes são liberados na 
denominada zona de inversão térmica, na 
troposfera. Essa região - em zonas 
próximas à superfície terrestre costuma-
se situar entre 30 m e 40 m - caracteriza-
se por apresentar uma mudança no 
padrão de comportamento da 
temperatura conforme a altitude, de forma 
que se inverta a tendência normal de 
declínio da temperatura com a altura. 
 
 
 
A zona de inversão térmica se produz 
quando uma massa de ar quente fica 
acima de outra massa de ar frio, de 
forma que esta não tem a possibilidade 
de se elevar. Com isso, impede-se a 
circulação vertical do ar, com o 
consequente estancamento dos 
contaminantes em tal camada fria ou de 
mistura (1). 
 
As razões pelas quais uma massa de ar 
quente se sobrepõe a outra de ar frio 
estão estreitamente relacionadas com as 
condições meteorológicas e orográficas 
do lugar. Desta forma,podem-se 
produzir inversões durante as noites 
claras de inverno e sem vento (inversão 
térmica ou de radiação), em situações 
anticiclônicas (inversão de subsidência) 
ou por deslocamentos de ar paralelos à 
superfície da Terra (inversão advectiva). 
 
Assim, as condições do terreno podem 
propiciar a formação de tal fenômeno, 
como, por exemplo, no caso de um 
vale ou em depressões de terreno 
rodeadas de montanhas. 
 
 
 
 
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As inversões térmicas ou de radiação 
contribuem para o surgimento da névoa 
fotoquímica ou "smog" que aparece 
sobre as cidades e áreas industriais na 
primeira hora da manhã. Com efeito, o 
início diário da atividade humana 
(trânsito, indústrias, calefações, etc.) faz 
com que grandes quantidades de 
poluentes fiquem retidos na camada de 
mistura, abaixo da zona de inversão 
térmica. 
 
Quando a Terra se aquece por causa da 
radiação solar, a inversão térmica se 
anula ao aquecer-se a camada de ar 
mais próxima da superfície. No entanto, 
as condições de forte insolação 
provocam a reação dos 
hidrocarbonetos e dos óxidos de 
nitrogênio, com a consequente formação 
de oxidantes como o ozônio ou os 
nitroperóxidos de acilo (NPA). 
 
No nível do solo, o efeito dos oxidantes 
provoca problemas respiratórios e efeitos 
negativos sobre a fotossíntese dos 
vegetais. 
 
As cidades -sobretudo quando cercadas 
de montanhas- são especialmente 
suscetíveis de sofrer o "smog" 
fotoquímico, pois a intensa atividade 
humana propicia o aparecimento das 
denominadas ilhas de calor, onde se 
criam algumas condições adequadas 
para a formação de nuvens e névoas. 
 
O fim de uma situação de névoa 
fotoquímica ocorre graças à ação do 
vento, ao dispersar todo o manto de 
poluição para o exterior. 
 
Na hora de implantar uma área industrial 
nos arredores de uma cidade, é 
conveniente realizar um estudo prévio 
da orografia e das correntes de vento do 
lugar.Atualmente, em algumas das 
maiores cidades do mundo onde o 
fenômeno do "smog" tornou-se cotidiano, 
tem-se começado a tomar as primeiras 
iniciativas com o fim de tentar resolver 
esta situação. Por exemplo, em alguns 
lugares, é habitual a limitação e o 
controle do tráfico rodoviário com 
revesamento de veículos conforme a 
matrícula. 
 
1 A camada de mistura é a que se 
encontra imediatamente abaixo da zona 
de inversão térmica. Diferentemente 
desta última, nela podem ocorrer 
movimentos verticais de ar. 
 
Produção e consumo 
Novas pautas de produção e consumo 
 
Muitos dos problemas ambientais atuais 
são o resultado das pautas de produção 
e consumo das pessoas que não são 
pobres e que vivem, geralmente, nos 
países ricos. Os países ricos utilizam uma 
grande quantidade de combustíveis 
fósseis e esgotam muitas das reservas 
pesqueiras do planeta, danificando o 
meio ambiente. Além disso, registram 
altos níveis de demanda de madeiras 
exóticas e produtos derivados de 
espécies em perigo de extinção. 
Para garantir a sustentabilidade da terra 
e dos recursos, bem como as 
perspectivas de desenvolvimento dos 
países pobres, essas pautas de produção 
e consumo tão prejudiciais devem mudar. 
É necessário que os sistemas de energia 
reduzam consideravelmente suas 
emissões de gás de efeito estufa. 
 
A superexpansão do consumo danifica o 
meio ambiente através das emissões de 
resíduos poluentes gerados pela 
produção desses bens. O esgotamento e 
a degradação crescente dos recursos 
renováveis também debilitam os meios 
de vida. Nos últimos 50 anos, as 
emissões de dióxido de carbono têm-se 
quadruplicado e a maior parte de tal 
 
 
 
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aumento tem-se produzido nos países 
ricos. 
 
Os países ricos, por contribuir em maior 
medida para a degradação ambiental e 
por possuir maiores recursos financeiros 
e tecnológicos, devem assumir a maior 
parte da responsabilidadedos problemas 
ambientais. Esses países também 
devem ajudar os pobres a buscar um 
desenvolvimento ambientalmente 
sustentável. 
 
Produção limpa 
 
Com o crescimento industrial 
experimentado no século XX e no atual, 
a proliferaçãodo uso de fontes de 
energia não renováveis e poluentes e 
os danos sobre o ecossistema global 
e sobre a saúde humana como 
conseqüência da contaminação têm 
crescido dramaticamente. 
Esse modelo industrial não é 
ecologicamente sustentável no tempo e 
não pode atender as necessidades 
básicas de toda a humanidade. São 
amostras disso a depredação de recursos 
naturais não renováveis para satisfazer o 
superconsumo de produtos descartáveis 
e desnecessários; a produção de bens 
gerando volumes exorbitantes de 
resíduos tóxicos e a consequente 
poluição dos rios, do ar e do solo; a 
irreversível extinção de espécies; o 
aumento da incidência de enfermidades 
por causas ambientais e o 
desaparecimento de solos férteis e 
produtivos ocasionando enormes 
desertos e maior pobreza. O modelo 
industrial tal como o conhecemos tem 
servido para satisfazer algumas 
necessidades humanas, mas também 
tem deixado uma enorme dívida com as 
gerações futuras e não tem mostrado ser 
capaz de satisfazer as necessidades de 
todos. 
 
É tempo para um novo paradigma, uma 
nova revolução nos sistemas de 
produção, que permita satisfazer as 
necessidades vitais de todos, sem pôr 
em perigo a sobrevivência dos 
ecossistemas do planeta: a produção 
limpa é um dos desafios do século XXI. 
 
Os sistemas de produção limpa têm as 
seguintes características: 
 
- são não-contaminantes ao longo de todo 
o processo; 
- preservam a diversidade natural e 
cultural; e 
- não comprometem a capacidade das 
futuras gerações de satisfazer suas 
necessidades. 
As tecnologias atualmente disponíveis 
ainda estão muito distantes de 
representar uma solução rentável aos 
complexosdesafios ambientais. É preciso 
encontrar o modo de fornecer essas 
tecnologias às pessoas que mais 
necessitam, mas, além disso devem ser 
compatíveis com a natureza, ou seja, 
não poluentes de ar, solo e água, 
independentes dos grandes consórcios 
tecnológicos, e que sejam de fácil 
manejo e aplicação. Para melhorar as 
tecnologias contra os problemas 
ambientais, é necessário reorientar 
drasticamente as políticas de pesquisa e 
desenvolvimento. 
 
Consumo sustentável 
 
O consumo é um ato essencial e 
inevitável da vida humana e apresenta 
características particulares que 
ultrapassam as necessidades da vida 
biológica ou material. A satisfação das 
necessidades humanas tem três 
componentes: o utilitário, o de 
comunicação e o psicológico. 
O componente utilitário nem sempre 
determina a escolha; às vezes o ato de 
consumo está motivado pelo propósito 
 
 
 
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de se comunicar com os outros, de 
demonstrar que se respeitam as 
convenções sociais, que se está na 
moda ou que se é completamente 
diferente. O componente psicológico 
impulsiona a consumir para se provar 
algo a si mesmo, para se assemelhar à 
imagem que se tem de si e se sentir 
bem consigo mesmo. 
 
O consumo desmedido das sociedades 
modernas implica o uso de elevadas 
quantidades de recursos naturais. Ao 
mesmo tempo, os atos de consumo 
comprometem todas as esferas da vida 
humana: a material, a social e a 
psicológica. Modificar os hábitos de 
compra da população é um objetivo 
indispensável para coadjuvar a proteção 
do meio ambiente, diminuir a 
contaminação e a geração de resíduos e 
promover um eficiente controle de 
energia, entre outras coisas. A aquisição 
de novos hábitos implica a modificação 
da cultura que faz consumir bens e 
serviços supérfluos, limitando-se apenas 
à satisfação das necessidades básicas e 
gerando novas formas de relação entre a 
população e o meio natural. Torna-se 
evidente que a educação é um 
instrumento catalisador através do qual 
se pode impulsionar e fomentar uma 
cultura da responsabilidade 
ambiental.Tem-se esforçado muito para 
mudar os padrões de consumo 
desmedido; por exemplo, têm-se 
projetado tecnologias inovadoras para 
conseguir uma maior eficiência no uso da 
energia e dos materiais e na reciclagem 
de muitas matérias- primas. 
 
Na indústria, promovem-se tecnologias 
mais limpas. Em muitos países têm-se 
realizado programas para compartilhar 
os veículos, para o consumo de 
alimentos frescos e para a compra de 
produtos de limpeza que não danifiquem 
o ambiente. Na fabricação de papel, têm-
se produzido novos processos de 
alvejamento sem cloro. Com a execução 
desses processos, minimiza-se o uso 
dos recursos e diminui a quantidade de 
desperdícios. No entanto, é muito 
importante a participação dos 
consumidores, de forma sustentável, ou 
seja, antepondo-se ao ato de consumo - 
de ideias, produtos, bens, serviços - 
juízos de valores relativos ao impacto 
social, econômico, cultural e ambiental. 
Esses consumidores se sentem 
responsáveis pelas consequências de 
suas decisões e têm claro qual é 
precisamente o espaço de poder a partir 
do qual podem gerar uma mudança 
política, econômica e social. 
 
O consumo sustentável trata de 
encontrar soluções viáveis aos 
desequilíbrios - social e ambiental - por 
meio de uma conduta mais responsável 
por parte de todos. Em particular, está 
relacionado com a produção, 
distribuição, uso e disposição de 
produtos e serviços. Proporciona os 
meios para repensar a respeito de seus 
ciclos de vida. O objetivo é certificar 
que se cubram as necessidades básicas 
da comunidade global em sua totalidade, 
que se reduzam os excessos e se evite o 
dano ambiental. 
 
Ambiente no Brasil 
A caracterização ambiental do Brasil não 
se restringe à descrição de seu espaço 
físico ou de sua distribuição populacional 
e política. Como vimos anteriormente, o 
conceito de meio ambiente deve incluir 
observações que levam em consideração 
a interação resultante entre a dinâmica 
dos processos naturais e humanos. 
 
Biomas brasileiros - Natureza e 
impactos antrópicos 
 
O Brasil tem uma área de 8,5 milhões de 
km2, ocupando quase a metade da 
 
 
 
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América do Sul. Possui várias zonas 
climáticas, que incluem o trópico úmido 
no norte, o semi-árido no nordeste e 
áreas temperadas no sul. Essas 
diferenças climáticas contribuem para a 
diversificação ecológica, formando zonas 
biogeográficas distintas chamadas 
biomas. 
A maior floresta tropical úmida 
(Floresta Amazônica) e a maior planície 
inundável (Pantanal) do mundo, além de 
savanas e bosques (Cerrado), das 
florestas semi-áridas (Caatinga), da 
floresta tropical pluvial (Mata Atlântica) e 
das florestas estacionais (Pampas), 
configuram biomas continentais 
brasileiros. 
 
 
 
 
 
O bioma continental brasileiro de maior 
extensão é o Amazônico, e o de menor 
extensão, o Pantanal. Esses dois 
ocupam juntos mais de metade do 
Brasil: o Bioma Amazônia, com 49,29%, 
e o Bioma Pantanal, com 1,76% do 
território brasileiro. 
 
Bioma é conceituado pelo IBGE (2005) 
como um conjunto de vida (vegetal e 
animal) constituído pelo agrupamento de 
tipos de vegetação contíguos e 
identificáveis em escala regional, com 
condições geoclimáticas similares e 
história compartilhada de mudanças, o 
que resulta em uma diversidade biológica 
 
 
 
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própria.
 
 
Além destes biomas continentais, 
também a costa marinha brasileira, com3,5 milhões de km2 (7.367 km de linha 
costeira), caracteriza-se como importante 
conjunto de ecossistemas que incluem 
recifes de corais, dunas, manguezais, 
lagoas, estuários e pântanos. A Zona 
Costeira abriga um mosaico de 
ecossistemas de alta relevância 
ambiental, cuja diversidade é marcada 
pela transição de ambientes terrestres e 
marinhos, com interações que lhe 
conferem um caráter de fragilidade e que 
requerem, por isso, atenção especial do 
poder público, conforme demonstra sua 
inserção na Constituição Brasileira, de 
1988, como área de patrimônio nacional. 
 
Essa variedade de biomas reflete a 
riqueza da flora e da fauna brasileiras, 
tornando-as as mais diversas do mundo. 
O Brasil, neste sentido, é o país com a 
maior biodiversidade do planeta, 
contando com um número estimado de 
mais de 20% do total de espécies 
reconhecidas, sendo que muitas dessas 
são exclusivas no mundo (endêmicas). 
 
A flora brasileira contribui com 50 a 56 
mil espécies descritas de plantas 
superiores, o que corresponde a cerca de 
20% do total deespécies conhecidas no 
mundo. Presume-se que haja no país 
algo entre 22 a 24% das espécies de 
árvores angiospermas (plantas com 
flores) do mundo. Possui, por exemplo, a 
maior riqueza de espécies de palmeiras 
(390 espécies) e de orquídeas (2.300 
espécies). 
 
Diversas espécies de plantas de 
importância econômica mundial são 
originárias do Brasil, destacando-se 
dentre elas o abacaxi, o amendoim, a 
castanha do Brasil (também conhecida 
como castanha do Pará), a mandioca, o 
caju e a carnaúba. 
 
Você já ouviu falar do "Banco de 
Germoplasma", desenvolvido pela 
EMBRAPA - Empresa Brasileira de 
Pesquisa Agropecuária - que tem como 
objetivo recolher nas florestas brasileiras 
e catalogar as plantas com potencial para 
originarem outros produtos? Reflita sobre 
a importância desta iniciativa para 
manutenção da biodiversidade presente 
no Brasil. 
 
Quanto à diversidade de fauna, o Brasil 
também abriga o maior número de 
primatas com 55 espécies, o que 
corresponde a 24% do total mundial; de 
anfíbios, com 516 espécies; e de 
animais vertebrados, com 3.010 
espécies de vertebrados vulneráveis, 
ou em perigo de extinção. Possui, 
também, 3.000 espécies de peixes de 
água doce, totalizando três vezes mais 
que qualquer outro país do mundo. 
 
Por outro lado, apresenta-se, no Brasil, 
não só a maior riqueza de espécies, 
mas, também, a mais alta taxa de 
endemismo. 
 
 
 
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Uma em cada onze espécies de 
mamíferos existentes no mundo é 
encontrada no Brasil (522 espécies), 
juntamente com uma em cada seis 
espécies de aves (1.622 espécies), uma 
em cada quinze espécies de répteis (468 
espécies), e uma em cada oito espécies 
de anfíbios (516 espécies). 
 
Muitas dessas espécies existem 
exclusivamente para o Brasil, com 68 
espécies endêmicas de mamíferos, 191 
espécies endêmicas de aves, 172 
espécies endêmicas de répteis e 294 
espécies endêmicas de anfíbios. Esta 
riqueza de espécies corresponde a, pelo 
menos, 10% dos anfíbios e mamíferos e 
17% das aves descritas em todo o 
planeta. 
 
Os biomas encontrados no Brasil são: 
• Amazônia, 
• Floresta Atlântica (Mata Atlântica), 
• Cerrado, 
• Caatinga, 
• Pantanal, 
• Pampas, e 
• Zona Costeira (Restingas e 
Manguezais). 
 
A localização desses biomas está 
representada na próxima figura. 
 
Amazônia 
A Floresta Amazônica ocupa a Região 
Norte do Brasil, abrangendo cerca de 
47% do território nacional. É a maior 
formação florestal do planeta, 
condicionada pelo clima equatorial úmido. 
 
Esse bioma possui uma grande variedade 
de fisionomias vegetais, desde florestas 
densas até campos. As florestas densas 
são representadas pelas florestas de 
terra firme, pelas florestas de várzea, 
periodicamente alagadas pelos rios de 
água branca, e as florestas de igapó, 
periodicamente alagadas pelos rios de 
água preta, e ocorrem por quase toda a 
Amazônia central. Os campos desse 
bioma ocorrem em Roraima, sobre 
solos pobres no extremo setentrional da 
bacia do Rio Branco. As campinaranas 
desenvolvem-se sobre solos arenosos, 
espalhando-se em manchas ao longo da 
bacia do Rio Negro. 
 
Ocorrem ainda áreas de cerrado isoladas 
do ecossistema do Cerrado do planalto 
central brasileiro. 
 
Em seu conjunto, é a maior reserva de 
biodiversidade do planeta, sendo fonte 
de recursos genéticos muito valiosos, e 
contém quase 10% da água doce 
disponível no mundo. 
 
O principal problema no bioma da 
Amazônia é o desmatamento, o qual 
ocorre a uma taxa anual de 0,51% 
(dados de 1996), e a área 
desflorestada corresponde a 13% da 
área total original. Isto é consequência 
de uma dinâmica de avanço da fronteira 
agropecuária, com abertura de novas 
áreas para pastagens e para a lavoura, 
conjugada com a atividade das 
empresas madeireiras. 
 
 
 
 
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Segundo dados do Banco Mundial, em 
2003, foram derrubadas na Amazônia 
24,5 milhões de metros cúbicos de 
árvores. Esse processo é resultado do 
impacto da pecuária sobre o 
desmatamento que alcança cifras de 
12% da Amazônia legal, perfazendo um 
total aproximado de 60 milhões de 
hectares. 
 
Além dos impactos causados pelo 
intenso processo de desmatamento, 
esse bioma também sofre problemas 
ambientais decorrente do processo de 
urbanização. Os núcleos urbanos da 
Amazônia apresentam deficiências de 
estruturas de saneamento ambiental e 
uma gestão urbana similares aos 
encontrados nas regiões mais 
urbanizadas do Brasil. 
 
Mata Atlântica (Floresta Atlântica) 
É composta pelas seguintes formações 
florestais e ecossistemas associados: 
Floresta Ombrófila Densa Atlântica, 
Floresta Ombrófila Mista, Floresta 
Ombrófila Aberta, Floresta Estacional 
Semidecidual, Floresta Estacional 
Decidual, manguezais, restingas, campos 
de altitude, brejos interioranos e 
encraves florestais do Nordeste. 
 
A variabilidade climática ao longo de sua 
distribuição é grande, indo desde climas 
temperados superúmidos no extremo 
sul atropical úmido e semi-árido no 
nordeste. O relevo acidentado da zona 
costeira adiciona ainda mais 
variabilidade a esse bioma. 
 
Nos vales, geralmente, as árvores se 
desenvolvem muito, formando uma 
floresta densa. Nas encostas, essa 
floresta é menos densa, devido à 
freqüente queda de árvores. Nos topos 
dos morros, geralmente, aparecem 
áreas de campos rupestres. 
 
Os impactos ambientais sofridos pelos 
biomas brasileiros decorrem do processo 
de ocupação dos espaços nacionais. 
Esses impactos podem ser avaliados 
pelo que ocorreu na Mata Atlântica, hoje 
reduzida a menos de 10% de 
fragmentos ao longo da costa brasileira. 
 
Os remanescentes florestais da Mata 
Atlântica estão localizados, 
principalmente, em áreas de difícil 
acesso. A preservação desses 
remanescentes vem garantindo a 
contenção de encostas, e o 
desenvolvimento de atividades voltadas 
ao ecoturismo. 
 
Também neste contexto estão a 
manutenção de várias populações 
tradicionais, nas quais incluem-se 
nações indígenas. 
 
Destaca-se como aspecto fundamental 
que neste bioma estão localizados 
mananciais hídricos essenciais para 
abastecimento de cerca de 70% da 
população brasileira. 
 
Nas Florestas Atlântica e Meridional e 
nos Campos Meridionais, os principais 
problemas ambientais enfrentados são a 
depleção das florestas e da diversidadede espécies; empobrecimento e erosão 
dos solos, com assoreamento dos cursos 
de água; eutroficação das águas e perda 
da biodiversidade aquática; poluição 
difusa, por adubos químicos e agrotóxicos 
no solo e água. Além disso, nesse bioma 
estão as maiores concentrações urbanas 
e industriais do país, com sérias 
consequências para o meio ambiente 
(poluição do ar, geração de resíduos 
sólidos perigosos, poluição sonora, 
problemas socioeconômicos, escassez de 
espaço, entre outros). 
 
Cerrado 
 
 
 
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O Cerrado ocupa a região do Planalto 
Central brasileiro. A área nuclear, 
contínua do Cerrado, corresponde a 
cerca de 22% doterritório nacional, 
sendo que há grandes manchas dessa 
fisionomia na Amazônia e algumas 
menores, na Caatinga e na Mata 
Atlântica. 
 
Seu clima é particularmente marcante, 
apresentando duas estações bem 
definidas. O Cerrado apresenta 
fisionomias variadas, indo desde 
campos limpos desprovidos de 
vegetação lenhosa ao cerradão, uma 
formação arbórea densa. Essa região é 
permeada por matas ciliares e veredas, 
que acompanham os cursos da água. 
 
O regime hídrico do Cerrado é fortemente 
caracterizado pela rígida divisão entre 
estação chuvosa e estação seca. Esse 
fato determina a estratégia adaptativa 
das plantas nativas, que desenvolvem 
um sistema radicular apto a buscar água 
em profundidades maiores, tornando a 
vegetação no Cerrado mais volumosa 
sob o solo do que acima da superfície. 
 
Apesar da enorme riqueza natural, o 
Cerrado brasileiro tem sido visto, por 
políticas públicas e pelos agentes 
privados que investem na área, como 
fronteira agropecuária. Nessa ótica, o 
Cerrado representa uma área a ser 
ocupada, onde as dificuldades naturais 
impostas pelos ecossistemas devem ser 
vencidas para adaptá-los às exigências 
da produção agropecuária. Esse fato 
constitui-se como principal agente 
causador dos impactos ambientais 
detectados no bioma, por causarem: 
desmatamento de áreas nativas; 
desequilíbrio ecológico por monocultura 
extensiva; uso de grandes quantidades 
de agrotóxicos, e a conseqüente poluição 
das águas; compactação dos solos pela 
mecanização extensiva. 
 
Outros impactos ambientais nesse 
bioma, segundo a EMBRAPA (1996), 
são: a extração não sustentável de 
madeira para produção de carvão 
vegetal; invasão de reservas indígenas; 
erosão; assoreamento e contaminação 
dos cursos da água por atividades de 
garimpo; e a expansão urbana 
desordenada. 
 
Caatinga 
 
A Caatinga é uma extensa região do 
Nordeste brasileiro, que ocupa mais de 
70% da sua área, ou 11% do território 
brasileiro.Sua vegetação se utiliza da 
queda das folhas como estratégia 
fundamental para sobreviver às épocas 
de estiagem. 
 
A região nordeste do Brasil, que abrange 
a Caatinga, apresenta grande 
diversidade de agroecossistemas. Em 
1993, um estudo desenvolvido pela 
EMBRAPA caracterizou um total de 172 
unidades geoambientais em 20 unidades 
de paisagem. 
 
As características da ocupação desse 
bioma são os grandes latifúndios e a 
prospecção e exploração de lençóis de 
água subterrâneos e de combustíveis 
fósseis. Na Caatinga brasileira vivem 
aproximadamente 15 milhões de 
pessoas, sendo a maior parte em 
estado de miséria, perfazendo mais de 
dois terços dos pobres rurais do país. 
 
Esse quadro socioeconômico aprofunda 
os impactos ambientais desse bioma, 
caracterizados por: 
 
- desmatamento da vegetação nativa; 
- controle dos recursos naturais por 
grandes grupos econômicos; 
- êxodo rural; e 
- contaminação da água por agrotóxicos. 
 
 
 
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Também nesse bioma estão localizadas 
as áreas de risco de desertificação, tendo 
como principais causas o uso 
inadequado do solo e o desmatamento. 
 
Pantanal 
O Pantanal mato-grossense é a maior 
planície de inundação contínua do 
planeta, com 138.183 km2, coberta por 
vegetação predominantemente aberta, 
ocupando 1,8% do território nacional. 
 
Esse ecossistema é formado por 
terrenos em grande parte arenosos, 
cobertos por diferentes fisionomias 
devido à variedade de micro-relevos e 
regimes de inundação. Como área de 
transição entre o Cerrado e a Amazônia, 
o Pantanal ostenta um mosaico de 
ecossistemas terrestres, com afinidades, 
sobretudo, com o Cerrado. 
 
Segundo a EMBRAPA (1996), os 
principais problemas ambientais 
enfrentados por esse bioma são 
decorrentes das seguintes atividades:- 
pecuária extensiva; 
- pesca predatória e caça ao jacaré; 
- garimpo; 
- turismo e migração desordenados e 
predatórios; 
- aproveitamento agropecuário 
inadequado do Cerrado (bioma 
adjacente ao Pantanal). 
 
Pampas 
Os Campos do Sul, ou pampas, 
desenvolvem-se no clima temperado do 
extremo sul do país. Os terrenos planos 
das planícies e planaltos gaúchos, e as 
coxilhas, de relevo suave- ondulado, são 
colonizados por espécies pioneiras 
campestres, que formam uma 
vegetação tipo savana aberta. Há 
ainda áreas de florestas estacionais e de 
campos de cobertura gramíneolenhosa. 
 
As regiões de Campos do Sul sofrem 
grande impacto ambiental principalmente 
com a monocultura de soja, arroz, trigo e 
as queimadas. 
 
Zona costeira e marinha 
 
Os ecossistemas costeiros geralmente 
estão associados à Mata Atlântica, 
devido à sua proximidade. Nos solos 
arenosos dos cordões litorâneos e 
dunas, desenvolvem-se as restingas, 
onde pode ocorrer desde formas 
rastejantes até formas arbóreas. 
Os manguezais e os campos salinos, de 
origem flúvio-marinha, desenvolvem-se 
sobre solos salinos. 
 
Principais problemas ambientais no 
Brasil 
Impacto sobre a biodiversidade 
 
Sendo o Brasil um dos países de maior 
biodiversidade do mundo, as intervenções 
sobre seus biomas acabam por gerar 
importantes impactos também na sua 
biodiversidade. 
O intenso desmatamento que ocorre nas 
florestas tropicais úmidas - segundo a 
EMBRAPA (1996), são aproximadamente 
180.000 km2/ano -, a expansão 
desordenada das áreas urbanas, 
a contaminação das águas, do solo e 
do ar, ocasionada pordiferentes práticas 
industriais e agrícolas, contribuem 
negativamente sobre a biodiversidade, já 
que os impactos da ocupação humana 
se fazem sentir na perda de habitats 
naturais e no desaparecimento de 
muitas espécies e formas genéticas. 
Estima-se que 107 espécies de 
angiospermas estejam ameaçadas de 
extinção. A lista oficial da fauna 
ameaçada de extinção inclui 228 
espécies (destas, são 60 mamíferos e 
103 aves). As tabelas a seguir 
apresentam alguns animais ameaçados 
de extinção no Brasil. 
 
 
 
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Impacto sobre os recursos hídricos 
 
A poluição da zona costeira é grave, visto 
que menos de 20% dos municípios 
costeiros são beneficiados por serviços 
de saneamento básico, ressaltando que 
cinco das nove regiões metropolitanas 
brasileiras encontram-se à beira-mar. 
Não há acompanhamento sistemático 
das condições de poluição dos sistemas 
hídricos. De modo geral, os problemas 
mais graves na área podem ser assim 
sintetizados: 
 
- poluição por esgotos domésticos; 
- poluição industrial; 
- deposição de resíduos sólidos; 
- poluição difusa de origemagrícola; 
- poluição acidental; 
- eutroficação de lagos e represas; 
- salinização de rios e açudes; 
- poluição por mineração; 
- falta de proteção aos mananciais 
superficiais e subterrâneos. 
O Documento "Subsídio à elaboração 
da agenda 21 brasileira - Gestão dos 
recursos naturais" (IBAMA/2000), oferece 
um panorama sobre os problemas na 
 
 
 
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gestão que contribuem para o 
agravamento desse quadro: 
 
- dados e informações insuficientes ou 
não acessíveis para adequada avaliação 
dos recursos hídricos; 
- inexistência de práticas efetivas de 
gestão de usos múltiplos e integrados 
dos recursos hídricos; 
- base legal insuficiente para assegurar 
a gestão descentralizada; 
- manejo inadequado do solo na 
agricultura; 
- distribuição injusta dos custos sociais 
associados ao uso intensivo da água; 
- participação incipiente da sociedade na 
gestão, com excessiva 
dependência nas ações de governos; 
- escassez de água, natural ou causada 
pelo uso intensivo do recurso hídrico; 
- ocorrência de enchentes periódicas nos 
grandes centros urbanos brasileiros. 
Esse quadro evidencia que os impactos 
ambientais sobre os recursos hídricos 
podem ser caracterizados, não só pela 
inadequação do seu uso direto pela 
sociedade, em diferentes setores, ou da 
aplicação insuficiente de tecnologias 
adequadas,mas também pela falta de 
instrumentos adequados para sua 
gestão. 
 
Impacto sobre o solo 
 
No Brasil, o uso predominante do recurso 
solo é na agropecuária. Entretanto, mais 
de um terço (35,3%) do território nacional 
é totalmente inadequado para qualquer 
tipo de atividade agrícola. Apenas 4,2% 
são solos com boas características para a 
agricultura. Esse percentual representa 
cerca de 35 milhões de hectares, que se 
distribuem irregularmente no território 
nacional (IBGE, 1993). 
O modelo agrícola predominante (em que 
a principal preocupação é a 
produtividade, em sua dimensão 
econômica) calcado no uso de energia 
fóssil, de agroquímicos e na mecanização 
intensiva, tem causado erosão e 
degradação do solo. Estima-se que as 
perdas ambientais causadas por erosão 
associadas ao uso agrícola e florestal 
do recurso solo alcançam 1,4% do PIB 
brasileiro (IPEA, 1997). 
 
A manutenção desses desequilíbrios 
estimula os processos de desertificação. 
A salinização do solo é frequente na 
região nordeste por causa do manejo 
inadequado da irrigação. 
 
Impacto da urbanização 
 
Dados de 1996 indicam que 79% dos 
brasileiros vivem nas cidades (Agenda 21 
Nacional, 2000). São taxas elevadas e 
crescentes de urbanização observadas 
nas duas últimas décadas e que 
promoveram o agravamento dos 
problemas urbanos no país. 
 
Esse quadro é resultado da inter-relação 
de diversos fatores, dentre os quais 
podemos citar: 
 
- crescimento desordenado e 
concentrado; 
- ausência ou deficiência do planejamento 
municipal; 
- obsolescência da estrutura física 
existente; 
- demanda não atendida por recursos e 
serviços de toda ordem; 
- agressões ao ambiente urbano.A 
questão dos resíduos sólidos, por 
exemplo, apresenta-se como uma das 
questões básicas das zonas urbanas 
brasileiras. A Pesquisa Nacional de 
Saneamento Básico, elaborada pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística - IBGE, em 1991, já registrava 
uma produção de 241 mil toneladas 
diárias de lixo, sendo 130 mil toneladas 
de resíduos domiciliares e as restantes 
111 mil toneladas constituídas por 
 
 
 
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resíduos industriais, de saúde, 
comerciais e públicos. O mesmo estudo 
demonstra que, desse total, apenas 24% 
recebia tratamento adequado. 
 
Políticas ambientais, programas e 
legislação 
 
A partir da década de 70, o Brasil volta-
se para o estudo do mar e do 
aproveitamento sustentável de seus 
recursos, com a implantação da Política 
Nacional de Recursos do Mar, e da 
Política Nacional de Meio Ambiente, em 
1981. 
 
A Lei n ×6.938/81, além de dispor 
sobre a Política Nacional de Meio 
Ambiente, dispõe sobre o Sistema 
Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, 
composto pelo CONAMA (Conselho 
Nacional de Meio Ambiente), Órgão 
Superior, com função de assistir o 
Presidente da República na formulação 
de diretrizes da Política Nacional de Meio 
Ambiente, pelo Órgão Central, a 
Secretaria Especial do Meio Ambiente 
(SEMA) - atualmente o Ministério do 
Meio Ambiente -, pelos Órgãos Setoriais, 
órgãos ou entidades da Administração 
Pública Federal, pelos Órgãos 
Seccionais, órgãos ou entidades da 
Administração Pública Estadual, e pelos 
Órgãos Locais, órgãos ou entidades da 
Administração Pública Municipal. 
 
Os municípios brasileiros, embora 
tenham autonomia político- 
administrativa e interesse preponderante, 
deverão agir de acordo com os princípios 
e normas constitucionais, e a par com a 
legislação federal, estadual e municipal. 
A seguir são apresentadas informações 
sobre algumas políticas, programas e leis 
na área ambiental no país. 
 
Sistema de Licenciamento Ambiental – 
SLA 
 
O Sistema de Licenciamento Ambiental 
(SLA) foi estabelecido em nível nacional 
a partir da implementação da Política 
Nacional do Meio Ambiente, em 1981. 
 
A aplicação do licenciamento ambiental 
estende-se a todas as atividades 
utilizadoras/degradadoras dos recursos 
naturais. O SLA consiste em um conjunto 
de leis e normas técnicas e 
administrativas que estabelecem as 
obrigações e responsabilidades dos 
empresários e do Poder Público, com 
vistas a autorizar a implantação e 
operação de empreendimentos, potencial 
ou efetivamente capazes de alterar as 
condições do meio ambiente. 
 
Plano Nacional de Gerenciamento 
Costeiro - PNGC 
A Zona Costeira recebeu atenção 
especial do poder público, conforme 
demonstra sua inserção na Constituição 
brasileira como área de patrimônio 
nacional. O Plano Nacional de 
Gerenciamento Costeiro - PNGC, foi 
instituído pela Lei 7.661, de 16/05/88, 
cujos detalhamentos e 
operacionalização foram objeto da 
Resolução no 01/90 da Comissão 
Interministerial para os Recursos do Mar 
(CIRM), de 21/11/90, aprovada após 
audiência do Conselho Nacional de 
Meio Ambiente (CONAMA). A própria 
Lei já previa mecanismos de atualização 
do PNGC, por meio do Grupo de 
Coordenação do Gerenciamento Costeiro 
(COGERCO). 
 
O Plano Nacional de Gerenciamento 
Costeiro (PNGC) tem sido 
implementado pelo GERCO, cujo objetivo 
preponderante é "planejar e gerenciar, de 
forma integrada, descentralizada e 
participativa, as atividades 
socioeconômicas na Zona Costeira, de 
modo a garantir sua utilização 
 
 
 
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sustentável, por meio de medidas de 
controle, proteção, preservação e 
recuperação dos recursos naturais e 
ecossistemas costeiros". 
 
Programa de Avaliação do Potencial 
Sustentável de Recursos 
Vivos na Zona Econômica Exclusiva – 
REVIZEE 
 
O Programa de Avaliação do Potencial 
Sustentável de Recursos Vivos na Zona 
Econômica Exclusiva (REVIZEE), 
aprovado pela Comissão Interministerial 
para os Recursos do Mar (CIRM),através 
de resolução específica, em julho de 
1994, resulta do compromisso, assumido 
pelo Brasil, ao ratificar a CNUDM 
(Convenção das Nações Unidas sobre o 
Direitodo Mar) e ao incorporar os seus 
conceitos à legislação interna, através da 
Constituição de 1988, e da Lei Nº 
8.617, de 04 de janeiro de 1993. 
 
O REVIZEE, coordenado pelo Ministério 
do Meio Ambiente, dos Recursos 
Hídricos e da Amazônia Legal (MMA), 
através da Secretaria de Coordenação 
dos Assuntos do Meio Ambiente (SMA) / 
Departamento de Gestão Ambiental 
(DEGAM), destina- se a proceder ao 
levantamento dos potenciais 
sustentáveis de captura dos recursos 
vivos na ZEE. 
 
Política Nacional de Recursos Hídricos 
A Constituição de 1988 estabelece que 
praticamente todas as águas são 
públicas. Em função da localização do 
manancial, são consideradas bens de 
domínio da União ou dos Estados. 
Estabelece, no entanto, em seu art. 21, 
parágrafo XIX, como competência da 
União, a instituição do Sistema Nacional 
de Gerenciamento de Recursos 
Hídricos. 
 
Em 1997, a Lei 9433, de 8 de janeiro, 
institui a Política Nacional de Recursos 
Hídricos, e cria o Sistema Nacional de 
Gerenciamento de Recursos Hídricos (a 
ser implementada pela Agência Nacional 
de Águas - ANA, criada somente em 17 
de julho de 2000, pela Lei nº 9984). 
 
Compete à Secretaria de Recursos 
Hídricos (Portaria número 
253, de 09 de julho de 1999) implementar 
a Política Nacional de Recursos Hídricos, 
propor normas, definir estratégias e 
implementar programas e projetos. 
 
São estabelecidos, através da Lei 9433, 
os seguintes princípios gerais básicos 
para a gestão dos recursos hídricos: 
 
- a gestão por bacia hidrográfica; 
- a observância aos usos múltiplos; 
- o reconhecimento da água como valor 
econômico; 
- a gestão descentralizada e participativa; 
e 
- o reconhecimento da água como bem 
finito e vulnerável. Os seguintes 
organismos compõem o Sistema 
Nacional de Gerenciamento de Recursos 
Hídricos: O Conselho Nacional de 
Recursos Hídricos, os Comitês de bacias 
hidrográficas, as Agências de Águas, e 
os órgãos e entidades do serviço público 
federal, estaduais e municipais. 
 
Programa Nacional de Diversidade 
Biológica – PRONABIO 
 
Foi instituído, no âmbito do Ministério do 
Meio Ambiente - MMA, o "Programa 
Nacional da Diversidade Biológica - 
PRONABIO". 
 
O objetivo principal do PRONABIO é 
promover parceria entre o Poder 
Público e a sociedade civil, na 
conservação da diversidade biológica, 
utilização sustentável dos seus 
 
 
 
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componentes e repartição justa e 
eqüitativa dos benefícios decorrentes 
dessa utilização. Desse modo, o 
PRONABIO se torna o principal 
instrumento para a implementação da 
Convenção sobre Diversidade Biológica 
no país. 
 
O Decreto Presidencial nº 1.354/94, que 
criou o PRONABIO, criou também sua 
Comissão Coordenadora, com a 
finalidade de coordenar, acompanhar e 
avaliar as ações do Programa. 
 
Em fevereiro de 1999, o Decreto Nº. 
2.972 informa que "à Secretaria de 
Biodiversidade e Florestas compete 
propor políticas e normas, definir 
estratégias, e implementar programas e 
projetos". 
 
Sistema Nacional de Unidade de 
Conservação 
O Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação (SNUC) e o Sistema de 
Licenciamento Ambiental (SLA) 
destacam-se como instrumentos na 
gestão dos recursos naturais. 
 
Segundo WEGNER (2000), o Projeto de 
Lei nº 27/99 regulamenta o Artigo 225 § 
1, incisos I, II, III, e VII da Constituição 
Federal, instituindo o SNUC (Lei nº 
9.985/2000). A importância da instituição 
do SNUC, através de projeto de lei, 
está na definição oficial do conceito de 
Unidades de Conservação e seus 
objetivos. 
 
Conceitua-se Unidade de Conservação 
como:"... espaço territorial e seus 
recursos ambientais, incluindo as águas 
jurisdicionais, com características 
naturais relevantes, legalmente instituído 
pelo Poder Público, com objetivos de 
conservação e limites definidos, sob 
regime especial de administração ao qual 
se aplicam garantias adequadas de 
proteção". 
 
As categorias de manejo das Unidades 
de Conservação (UC) são diferenciadas 
na Lei em duas classes distintas: 
 
Unidades de Proteção Integral, "cujo 
objetivo básico é preservar a natureza, 
sendo admitido apenas o uso indireto de 
seus recursos naturais, com exceção 
dos casos previstos na Lei". 
 
Unidades de Uso Sustentável, "com 
objetivo básico de compatibilizar a 
conservação da natureza com o uso 
sustentável de uma parcela dos seus 
recursos naturais". 
 
Lei 9985/2000 
 
Política Nacional de Desenvolvimento 
Sustentável e Agenda 21 
 
O Brasil, como país signatário da 
Conferência das Nações Unidas sobre 
Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio-
92, assumiu o compromisso e o desafio 
de internalizar, nas políticas públicas do 
país, as noções de sustentabilidade e de 
desenvolvimento sustentável. 
 
Através de decreto editado em 1999, é 
definida a competência da Secretaria de 
Políticas para o Desenvolvimento 
Sustentável para propor políticas, 
normas e estratégias, e implementar 
estudos, visando a melhoria da relação 
entre o setor produtivo e o meio 
ambiente, de maneira a contribuir para a 
formulação da Política Nacional de 
Desenvolvimento Sustentável. 
 
A Comissão de Políticas de 
Desenvolvimento Sustentável, e da 
Agenda 21 Nacional - CPDS, foi criada, 
então, com a atribuição de coordenar o 
processo de elaboração e 
 
 
 
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implementação da Agenda 21 Brasileira, 
adotando uma metodologia de seleção 
de áreas temáticas. Como temas centrais 
foram escolhidos:- agricultura 
sustentável; 
- cidades sustentáveis; 
- infra-estrutura e integração regional; 
- gestão dos recursos naturais; 
- redução das desigualdades sociais; 
- ciência e tecnologia para o 
desenvolvimento sustentável. 
A partir da segunda metade do ano 
2000, iniciou-se um processo de 
discussão nos estados brasileiros sobre 
os documentos elaborados e 
organizados pela CPDS. 
 
Programa Nacional de Educação 
Ambiental 
 
O Programa Nacional de Educação 
Ambiental foi criado em abril de 1999, 
com o objetivo de promover a 
sensibilização, a mobilização, a 
conscientização e a capacitação dos 
diversos segmentos da sociedade para 
o enfrentamento dos problemas 
ambientais, visando a construção de um 
futuro sustentável. O Programa vem 
cumprir a Lei nº 9.795/99 , que 
estabeleceu a Política Nacional de 
Educação Ambiental. 
Existe uma íntima relação entre 
políticas, programas, planos e legislação. 
Esse relacionamento não está dissociado 
das pressões nacionais e internacionais 
sobre a temática ambiental, bem como 
do processo de seu desenvolvimento ao 
longo do tempo. 
 
Na Tabela a seguir, relacionamos 
algumas importantes leis que 
viabilizaram a efetivação de uma 
política brasileira mais voltada para as 
questões ambientais no país.
 
 
 
 
 
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Atribuições e competências 
Ministério do Meio Ambiente - MMA 
Após a realização da Rio-92, a 
sociedade, que vinha organizando-se nas 
últimas décadas, pressionava as 
autoridades brasileiras pela proteção ao 
meio ambiente. Estas, preocupadas com 
a repercussão internacional das teses 
discutidas na Conferência Mundial sobre 
o Meio Ambiente, determinaram, em 16 
outubro de 1992, a criaçãodo Ministério 
do Meio Ambiente 
MMA, órgão de hierarquia superior, com o 
objetivo de estruturar a política ambiental 
no Brasil. 
 
O Ministério do Meio Ambiente (MMA), 
em função de sua área de competência, é 
o órgão central do Sistema Nacional do 
Meio Ambiente (SISNAMA). 
 
Sistema Nacional do Meio Ambiente - 
SISNAMA 
 
O Sistema Nacional do Meio Ambiente - 
SISNAMA, instituído pela Lei nº 6.938, 
de 31 de agosto de 1981, e 
regulamentada pelo Decreto nº 99.274, 
de 06 de junho de 1990, é constituído 
pelos órgãos e entidades da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios e pelas Fundações instituídas 
pelo Poder Público, responsáveis pela 
 
 
 
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proteção e melhoria da qualidade 
ambiental, e tem a seguinte estrutura: 
I. Órgão Superior: O Conselho de 
Governo. II. Órgão Consultivo e 
Deliberativo: O Conselho Nacional do 
Meio Ambiente - CONAMA. III. Órgão 
Central: O Ministério do Meio Ambiente, 
dos Recursos Hídricos e da Amazônia 
Legal - MMA. IV. Órgão Executor: O 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
dos Recursos Naturais Renováveis - 
IBAMA. V. Órgãos Seccionais: Os órgãos 
ou entidades da Administração Pública 
Federal, direta ou indireta, as fundações 
instituídas pelo Poder Público, cujas 
atividades estejam associadas às de 
proteção da qualidade ambiental, ou 
àquelas de disciplinamento do uso dos 
recursos ambientais, assim como os 
órgãos e entidades estaduais, 
responsáveis pela execução de 
programas e projetos, e pelo controle e 
fiscalização de atividades capazes de 
provocar a degradação ambiental. VI. 
Órgãos Locais: os órgãos ou entidades 
municipais, responsáveis pelo controle e 
fiscalização das atividades referidas no 
inciso anterior, nas suas respectivas 
jurisdições. 
A atuação do SISNAMA efetivar-se-á 
através da articulação coordenada dos 
Órgãos e entidades que o constituem, 
observado o seguinte: 
 
I. o acesso da opinião pública às 
informações relativas às agressões ao 
meio ambiente, e às ações de proteção 
ambiental, na forma estabelecida pelo 
CONAMA; e II. caberá aos estados, ao 
Distrito Federal e aos municípios a 
regionalização das medidas emanadas 
do SISNAMA, elaborando normas e 
padrões supletivos e complementares. 
 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente 
e dos Recursos Naturais Renováveis 
– IBAMA 
 
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
dos Recursos Naturais Renováveis 
(IBAMA), de acordo com sua área de 
competência, é o órgão executor federal 
das políticas e diretrizes governamentais 
fixadas para o meio ambiente. 
 
O IBAMA, entidade autárquica de regime 
especial, com autonomia administrativa e 
financeira, dotada de personalidade 
jurídica de direito público, com sede 
em Brasília, criada pela Lei nº 7.735, de 
22 de fevereiro de 1989, vincula-se ao 
Ministério do Meio Ambiente. 
 
O IBAMA foi formado pela fusão de 
quatro entidades brasileiras, que 
trabalhavam na área ambiental: 
Secretaria do Meio Ambiente 
- SEMA; Superintendência da Borracha - 
SUDHEVEA; Superintendência da Pesca 
- SUDEPE, e o Instituto Brasileiro de 
Desenvolvimento Florestal - IBDF. 
 
Conselho Nacional do Meio Ambiente – 
CONAMA 
 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente 
- CONAMA, instituído pela Lei 6.938/81, 
que dispõe sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente, e regulamentada pelo 
Decreto no 99.274/90, alterado pelo 
Decreto nº 2.120/97, é o órgão consultivo 
e deliberativo do Sistema Nacional do 
Meio Ambiente - SISNAMA. 
 
O CONAMA é composto de Plenário e 
Câmaras Técnicas, sendo presidido pelo 
Ministro do Meio Ambiente, dos 
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. 
A Secretaria Executiva do CONAMA é 
exercida pelo Secretário de Formulação 
de Políticas e Normas Ambientais do 
MMA. O Conselho é um colegiado 
representativo dos mais diversos 
setores do governo e da sociedade 
civil, que lida direta ou indiretamente 
com o meio ambiente. 
 
 
 
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É da competência do CONAMA: 
 
a) estabelecer diretrizes de políticas 
governamentais para o meio ambiente e 
recursos naturais; b) baixar normas 
necessárias à execução e à 
implementação da Política Nacional do 
Meio Ambiente; c) estabelecer normas e 
critérios para o licenciamento de 
atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras; d) determinar, quando julgar 
necessário, a realização de estudos 
sobre as alternativas e possíveis 
consequências ambientais de projetos 
públicos ou privados, requisitando aos 
órgãos federais, estaduais ou municipais, 
bem como às entidades privadas, as 
informações indispensáveis à apreciação 
dos estudos de impacto ambiental e 
respectivos relatórios, no caso de obras 
ou atividades de significativa degradação 
ambiental; e) decidir, como última 
instância administrativa, em grau de 
recurso, mediante depósito prévio, sobre 
multas e outras penalidades impostas 
pelo IBAMA; f) homologar acordos 
visando a transformação de penalidades 
pecuniárias em obrigação de executar 
medidas de interesse para a proteção 
ambiental; g) estabelecer normas e 
padrões nacionais de controle de 
poluição causada por veículos 
automotores terrestres, aeronaves e 
embarcações; h) estabelecer normas, 
critérios e padrões relativos ao controle e 
manutenção da qualidade do meio 
ambiente com vistas ao uso racional 
dos recursos ambientais, principalmente 
os hídricos; i) estabelecer normas gerais 
relativas às Unidades de Conservação, e 
às atividades que podem ser 
desenvolvidas em suas áreas 
circundantes; j) estabelecer os critérios 
para a declaração de áreas críticas, 
saturadas ou em vias de saturação. 
 
O CONAMA legisla por meio de 
Resoluções, quando a matéria se tratar 
de deliberação vinculada à competência 
legal, e através de Moções, quando 
versar sobre matéria, de qualquer 
natureza, relacionada com a temática 
ambiental. Abaixo relacionamos, a título 
de exemplo, algumas importantes 
resoluções desse conselho. 
 
 
 
 
Relação de entidades ambientalistas 
Endereços selecionados 
 
o Ministério do Meio Ambiente 
(Esplanada dos Ministérios. Bloco "B" do 
5° ao 8º andar) CEP:70068-900 - 
BRASÍLIA/DF - BRASIL. 
 
 
 
 
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o IBAMA (SAIN 1 - 4 Bl. B. Térreo. Ed. 
Sede do IBAMA). CEP.: 70.800-900. 
Brasília - DF. 
 
A seguir são apresentados os endereços 
de algumas entidades ambientalistas 
atuantes no Brasil. 
 
o Associação de Preservação do Meio 
Ambiente do Alto Vale do Itajaí – 
APREMAVI Caixa postal 218 - Rio do Sul 
- 89.160-000 - SC. 
 
o Assessorias em Serviços de Projetos 
de Agricultura Alternativa - AS-PTA Rua 
da Candelária, 9, 6° andar - Rio de 
Janeiro - 20.020-020 - RJ. 
 
o Conservation International do Brasil - 
CI do Brasil Av. Antônio Abrahão Caram, 
820 , CJ. 301 - Belo Horizonte - 31.275-
000 - MG. 
 
o Fundação Brasileira para a 
Conservação da Natureza 
– FBCN Rua Miranda Valverde, 103 - Rio 
de Janeiro - 22.281-000 - RJ. 
 
o Fundação SOS Mata Atlântica Rua 
Manoel da Nóbrega, 456 - São Paulo - 
04.001-001 - SP. 
 
o Instituto Socioambiental – ISA Rua 
Higienópolis, 901 - São Paulo - 01.238-
001 - SP. 
 
o Sociedade Nordestina de Ecologia – 
SNE Rua Barãode Itapissuma, s/n - 
Itapissuma - 53.700-000 – 
 
 
 
 
 
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AVALIAÇÃO 
 
01 - O sistema fechado é aquele dentro 
do qual circula energia, mas que por si só 
não mantém trocas de energia ou matéria 
com o meio. 
 
a) CERTO 
b) ERRADO 
 
02 - Os sistemas abertos são sistemas 
que não dependem do ambiente externo. 
 
a) CERTO 
b) ERRADO 
 
03 - Os mecanismos de retroalimentação 
(feedback) são aqueles que permitem ao 
sistema ser realimentado pela informação 
gerada por ele mesmo. 
 
a) CERTO 
b) ERRADO 
 
04 - Entende-se por educação ambiental 
os processos por meio dos quais o 
indivíduo e a coletividade constroem 
valores sociais, conhecimentos, 
habilidades, atitudes e competências, 
voltados para a conservação do meio 
ambiente, bem de uso comum do povo, 
essencial à sadia qualidade de vida e 
sustentabilidade. 
 
a) CERTO 
b) ERRADO 
 
05 - No Programa 21, descrevem-se as 
bases para a ação, os objetivos, as 
atividades e os meios de execução para 
alcançar os objetivos do desenvolvimento 
sustentável, ou seja, desenvolvimento 
social, econômico e proteção do meio 
ambiente. 
 
a) CERTO 
b) ERRADO 
 
06 - Os problemas ambientais que afetam 
o planeta são as mudanças atmosféricas, 
a perda de biodiversidade e a 
contaminação dos mares, por serem 
recursos comuns de todos os países. 
 
a) CERTO 
b) ERRADO 
 
07 - A crise ambiental que atinge o 
planeta pode ser entendida e analisada à 
margem de políticas econômicas, sociais 
e culturais em âmbitos nacional e global. 
 
a) CERTO 
b) ERRADO 
 
08 - O CO2 resultante dos processos de 
queima dos combustíveis fósseis é o 
principal responsável pelo efeito estufa. 
 
a) CERTO 
b) ERRADO 
 
09 - A consequência mais imediata e 
catastrófica do aquecimento global na 
superfície terrestre é a elevação no nível 
do mar como resultado da expansão 
térmica dos oceanos e do desgelo dos 
glaciares. 
 
a) CERTO 
b) ERRADO 
 
10 - O emprego dos CFCs 
(clorofluorocarbonos), ou seus 
substitutivos, não são responsáveis pela 
destruição do manto protetor que cobre a 
Terra. 
 
a) CERTO 
b) ERRADO 
 
 
 
 
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Bibliografia/Links Recomendados 
Portais de Interesse 
 
• Base de Dados Tropical - 
www.bdt.org.br/bdt/portugues 
• Companhia de Saneamento e 
Tecnologias Ambientais – 
CETESB - www.cetesb.br 
• Conselho Nacional do Meio Ambiente – 
CONAMA - 
www.ibama.gov.br/~sconama 
• Fundo Brasileiro para a 
Biodiversidade – FUNBIO - 
www.funbio.org 
• Fundo Mundial para a Natureza – WWF 
- www.wwf.org.br 
• Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – 
IBAMA - www.ibama.gov.br 
• Instituto Nacional de Pesquisas da 
Amazônia – INPA - www.inpa.br 
• Ministério do Meio Ambiente – MMA - 
www.mma.gov.br 
• Programa Piloto de Proteção para as 
Florestas Tropicais do Brasil. PPG7. - 
www.gtz.de/pp-g7/portugues/ 
• Biodiversity – Hotspots - 
http://www.biodiversityhotspots.org/xp/H
otspots/hotspots_by_regi 
on/Pages/default.aspx 
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Consumo - http://www.consumo-
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http://www.comadrid.es/cmadrid/medam
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Ambiente de la Generalitat de Cataluña 
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ex.htm 
• EUSKADI. Departamento de 
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http://www.euskadi.net/infogv/governo_c.
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• COGO. La Comision Gubernamental 
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Medioambiente de Chile - 
http://www.conama.cl/ 
• OEA. Organização dos Estados 
Americanos - 
http://www.idrc.ca/industry/mesas.html 
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NICARÁGUA - http://www.sdnnic.org.ni/ 
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Development – WBCSD 
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• Centro de Información para la 
Ecoeficiencia en los Negocios - CIEN 
América Latina - 
http://www.bcsdla.org/texto/interaccion/s
ervinf.htm 
• División Tecnología de Industria y 
Economía del UNEP – 
PNUMA - 
http://www.unepie.org/home.html 
• Eco-Efficiency Case Study Collection – 
WBCSD - 
http://www.wbcsd.ch/eedata/eecshome.h
tm 
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Ambiente – Colombia - 
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Meteorología e Estudios Ambientales – 
Colombia - http://www.ideam.gov.co 
• DAMA. Departamento Administrativo del 
Medio Ambiente 
(Bogotá) – Colombia - 
http://www.dama.gov.co/ 
• RDS. Red de Desarrollo Sostenible en 
Colombia - http://rds.org.co/ 
• CAR. Corporación Autónoma Regional 
de Cundinamarca – 
Colombia - http://www.car.gov.co/ 
• CVC. Corporación Autónoma Regional 
del Valle del Cauca – 
Colombia - http://www.cvc.gov.co/ 
• Corporinoquia. Corporación Autónoma 
Regional de La 
Orinoquía – Colômbia - 
http://www.corporinoquia.gov.co/ 
• CORNARE. Corporación Autónoma 
Regional de Ríonegro – 
Colombia - http://www.cornare.gov.co/ 
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http://www.foroambiental.org.co/ 
 
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