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Nutrição Materno Infantil

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Material Complementar - Nutrição Materno Infantil
ASPECTOS FISIOMETABÓLICOS DA GESTAÇÃO 
O período gestacional ideal é de 38 a 40 semanas, o feto nascido dentro dessa faixa 
de tempo é chamado a termo, os nascidos antes desse período, são chamados pré-
termo. E para uma melhor análise das alterações metabólicas que ocorrem no corpo da 
mulher, bem como suas necessidades para essa fase, é feita uma apreciação através 
dos trimestres da gestação. 
No primeiro trimestre da gestação é um período de intensa proliferação celular, tanto 
dos tecidos da mãe, quanto dos tecidos fetais, e ele pesa em média 300g. Já no segundo 
trimestre, o feto chega a 1000g, e há presença de hipertrofia e hiperplasia celulares da 
mulher, no terceiro e último trimestre, há hipertrofia celular, o feto chega a um peso médio 
de 3000g, podendo nascer acima, ou abaixo dessa faixa de peso. É importante ressaltar, 
que a influência do meio externo nos dois últimos trimestres é intensa e decisiva até 
para a fase adulta desse indivíduo.
1º trimestre
300 mg
2º trimestre
1000 mg
3º trimestre
3000 mg
Existem anexos embrionários que possuem função própria e auxiliar para o feto, um 
deles é a placenta, responsável pela obtenção de oxigênio e nutrientes para o bebê, bem 
como serve para eliminação dos produtos da excreção dele. Para, além disso, a placenta 
é responsável pela produção de hormônios responsáveis pelo desenvolvimento do feto 
e manutenção da gestação. 
Para que ocorram alterações fisiológicas no corpo da mulher, bem como o desenvolvimento 
ideal do feto, uma série de hormônios são produzidos, e agem diretamente nesses 
processos metabólicos. Um deles é a gonadotrofina coriônica humana (HCG), este evita 
a involução do corpo lúteo no final do ciclo menstrual feminino mensal, além de estimular 
o corpo lúteo a secretar progesterona e estrogênio nos meses seguintes. O corpo lúteo 
é responsável pela produção destes hormônios, enquanto a placenta não assume esse 
papel. 
Como já citado anteriormente, a progesterona é produzida pelo corpo lúteo, essa 
produção é feita até a 8ª semana, a partir daí a placenta passa a produzir esse hormônio. 
A principal função é promover o relaxamento da musculatura lisa do útero, tem como 
consequências a obstipação intestinal. Como o próprio nome já diz, a progesterona, é 
pró gestação, ou seja, favorece a manutenção da gestação, aumentando a absorção 
de nutrientes, favorecendo o acúmulo de gordura, além de participar da mamogênese. 
Assim como a progesterona, o estrogênio também começa sendo produzido pelo corpo 
lúteo e em seguida a placenta passa a assumir o processo de produção. Sua principal 
função é o aumento da elasticidade do útero e do canal cervical. Esse hormônio também 
NUTRIÇÃO MATERNO INFANTIL
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Material Complementar - Nutrição Materno Infantil
contribui para o aumento do útero materno, das mamas e genitália externa da mulher, e 
estimula a retenção de sódio, acentuando o volume intravascular. 
IMPORTANTE: Níveis elevados de estrogênio → principal responsável pelas náuseas 
e vômitos do período gestacional.
A somatomamotropina coriônica, também conhecido como hormônio lactogênio (HLP), 
participa do metabolismo da glicose e das gorduras maternas, diminui a sensibilidade à 
insulina, consequentemente disponibiliza mais glicose para o feto.
Outros hormônios, que não são produzidos pela placenta, também interferem diretamente 
na fisiologia gestacional, como a insulina e os hormônios tireoidianos. Durante a 
gestação, o organismo entra num estado hiperinsulinemico, o que pode ocasionar numa 
hipoglicemia de jejum e hiperglicemia pós-prandial, e esta por sua vez, quando em níveis 
elevados, resulta no diabetes gestacional. Os níveis elevados de estrogênio aumentam 
consideravelmente os níveis da proteína transportadora de T4, além nos níveis elevados 
de HCG estimularem a glândula tireoide. 
Assim, ocorrem diversas mudanças fisiológicas no corpo da mulher durante a gestação, 
para que todas as condições sejam propícias para o crescimento e desenvolvimento 
fetal. 
↑ da hemoglobina e da 
formação de eritrócito
↑ 40 a 50% do
volume sanguineo
↑ 15 a 20% da TMB
↑ na absorção dos 
micronutrientes
↑ tecidos
mamários e uterinos
É importante ressaltar que o aumento das reservas dos nutrientes no organismo da 
mulher, é feito com o intuito de serem utilizados no parto e na lactação. 
Referente ao metabolismo dos macronutrientes, a gestante passa a ficar num estado 
similar ao jejum, há uma maior produção endógena de glicose, maior sensibilidade 
periférica à insulina e aumento da resistência hepática a ela, podendo gerar diabetes 
gestacional. Há aumento da lipólise para suprir o gasto energético com formação de 
corpos cetônicos, processo necessário até certo ponto. É importante ressaltar que há um 
aumento do anabolismo, intimamente relacionado com a formação fetal. 
Durante o período gestacional, há a mudança dos parâmetros bioquímicos plasmáticos e 
urinários. Algumas alterações fisiológicas como redução em aproximadamente 20% da 
hemoglobina plasmática, e 14% da hemoglobina corpuscular médica (HCM), possuem 
relação direta com o aparecimento de uma patologia denominada anemia fisiológica. 
↓ 20% da Hb plasmática ↓ 14% do HCM Anemia fisiológica
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Material Complementar - Nutrição Materno Infantil
Outras alterações como aumento do débito cardíaco, redução da pressão arterial durante 
os 2 primeiros trimestres devido à vasodilatação periférica, aumento da pressão venosa 
nos MMII devido à compressão uterina ocasionando o surgimento de varizes e edema 
também são características deste período. Há aumento das necessidades de oxigênio, 
a redução do limiar de gás carbônico e pressão que o útero causa nos pulmões, resulta 
em dispneia, principalmente nos meses finais da gestação.
Os níveis elevados de estrogênio resultam no aumento de enjoo e ocorrência de vômitos, 
bem como, altos níveis de progesterona, ocasiona pirose, refluxo, obstipação, aumento 
de enfermidades na vesícula biliar por conta da diminuição do esvaziamento dela. É 
possível observar o aumento da taxa de filtração glomerular, o que facilita o aumento da 
excreção de resíduos nitrogenados da mulher e do feto, além de glicosúria, decorrente 
do aumento da excreção das vitaminas hidrossolúveis.
↑Estrogênio
• Náusea
• Vômito
↑Progesterona
• Pirose
• Refluxo
• Obstipação
COMPLICAÇÕES NA GESTAÇÃO
Como já citado anteriormente, existem complicações que podem ocorrer durante o período 
gestacional, consequências de alterações fisiometabólicas comuns nas gestações. 
As complicações mais comuns são, anemia fisiológica, diabetes gestacional, doença 
hipertensiva na gestação e síndrome Hellp. É necessário estar atento às recomendações 
nutricionais em cada uma dessas patologias. 
Existem sinais e sintomas da anemia fisiológica, que se manifestam na mãe e outras 
no feto. Os principais maternos são, comprometimento do desempenho físico e mental, 
pré-eclâmpsia e alterações cardiovasculares, diminuição da função imunológica; 
alterações da função da tireoide, queda de cabelos e enfraquecimento das unhas, menor 
tolerância às perdas sanguíneas do parto, resultando em maior risco de anemia pós-
parto e hemotransfusão. Já os sintomas fetais são, possível morte (abortamento e óbito 
intrauterino), hipoxemia fetal prematuridade, quadro séptico por ruptura prematura 
de membranas, restrição de crescimento intrauterino, muitas vezes com alterações 
irreversíveis do desenvolvimento neurológico da criança. A conduta nutricional ideal 
para mulheres com anemia fisiológica é ingestão de alimentos ricos em ferro e com alta 
absorção, distribuição adequada de macros e micronutrientes e ingestão de substâncias 
ativadoras da absorção de ferro.
É possível identificar fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes gestacional 
como, idade igual ou superior a 35 anos,índice de massa corporal (IMC) >25kg/m2 
(sobrepeso e obesidade), antecedente pessoal de diabetes gestacional, antecedente 
familiar de diabetes mellitus (parentes de primeiro grau), macrossomia ou polihidrâmnio 
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em gestação anterior, óbito fetal sem causa aparente em gestação anterior ou 
malformação fetal em gestação anterior, uso de drogas hiperglicemiantes (corticóides, 
diuréticos tiazídicos), síndrome dos ovários policísticos e hipertensão arterial crônica. 
A principal orientação nutricional é uma melhor escolha das fontes de carboidrato e 
fracionamento das refeições. 
Assim como o diabetes gestacional, a doença hipertensiva na gestação (DHGE) também 
possui fatores de risco, são eles, obesidade, baixa estatura, idade materna maior que 40 
anos, tabagismo, hereditariedade, dieta hipoprotéica e primigestas. Existem diferentes 
classificações da DHGE, e seus parâmetros, como pode ser visto na tabela a seguir:
Classificação Parâmetro de avaliação
Hipertensão arterial crônica ≥140/90 mmHg antes ou até a 20a SG.
Pré- eclampsia/ Eclampsia ≥140/90 mmHg após a 20a SG + pro-teinúria (≥300 mg/24 horas)
Hipertensão crônica 
com pré-eclampsia
Mulher hipertensa com proteinúria 
(≥300 mg/24 horas) até a 20a SG.
Hipertensão gestacional Hipertensão sem proteinúria após a 20a SG, podendo evoluir para pré-eclâmpsia.
Na DHGE, a principal preocupação é com o consumo de sódio da gestante, por isso, a 
depender da classificação feita, existem diferentes recomendações nutricionais. Na pré-
eclampsia leve, a alimentação deve ser normossódica (até 6g/dia), evitando alimentos 
ricos em Na e dieta rica em proteína (2g/kg/dia). E na grave (diastólica > 110mmHg), 
a conduta deve ser de dieta hipossódica (2 a 3g/dia), e na eclampsia a recomendação 
é a mesma da grave. Na hipertensão crônica, a recomendação do consumo de sódio 
deve ser a mesma da pré-eclampsia leve, dieta normosódica (até 6g/dia). Por fim, na 
Síndrome Hellp, a conduta deve ser igual à pré-eclampsia grave. 
A síndrome Hellp, se caracteriza como um agravamento da pré-eclampsia, com hemólise, 
elevação das enzimas hepáticas e plaquetopenia (<100.000 mm3).
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS
PARA SITUAÇÕES ESPECIAIS
Há algumas situações especiais que ocorrem na gestação, fruto das mudanças 
hormonais, fisiológicas e físicas que ocorrem nesse período. E para estas alterações, 
existem estratégias nutricionais, que podem auxiliar a gestante. 
As náuseas e vômitos são causadas pelos níveis crescentes de estrogênio, podendo 
acarretar em anorexia, e existe uma associação com perda de peso no primeiro 
trimestre. É importante ressaltar que esse peso deve ser recuperado ao longo da 
gestação, para evitar danos ao feto. A conduta nutricional adequada para essa situação 
é o fracionamento adequado da dieta, evitar frituras, alimentos gordurosos e com odor 
forte/desagradável ou que causem repugnâncias, evitar condimentos picantes, pela 
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manhã preferir alimentos sólidos e secos, ingerir muitos líquidos para evitar o processo 
de desidratação e evitar deitar-se após refeições. 
Orientações para gestante com pirose.
Fracionamento da dieta
Evitar:
• Café;
• Álcool;
• Chá;
• Doces;
• Frituras;
• Pimenta
Elevação da
cabeceira da cama
Evitar consumo de
leite = tamponamento
Evitar consumo de líqui-
dos durante as refeições
A pirose é caracterizada como uma sensação de queimação no esôfago, as principais 
causas são ação da progesterona, hipotonia do Esfíncter Esofágico Inferior (EEI), Refluxo 
Gastroesofágico (RGE) além de alimentos que levem a um maior tempo de esvaziamento 
gástrico. A conduta adequada em situações de pirose é o fracionamento da dieta, 
elevação da cabeceira da cama e evitar deitar-se após refeições, evitar café, chá, álcool, 
doces, frituras, alimentos ricos em gorduras, excluir alimentos que causem desconforto, 
não usar o leite como solução para o problema por conta do tamponamento e evitar o 
consumo de líquido durante as refeições. 
A sialorréia, também chamada ptialismo, é caracterizada pela salivação excessiva. Está 
associada com a ingestão excessiva de amido, hipertonia vagal ou causas psicológicas. 
As principais orientações são o fracionamento da dieta, aumento da ingestão hídrica e 
o estímulo ao consumo de frutas ricas em água. 
Alguns problemas intestinais também podem ocorrer como a obstipação intestinal e 
flatulências. As principais causas são a ação da progesterona, que interfere na motilidade 
intestinal e erros alimentares como a baixa ingestão de fibras e baixa ingestão hídrica, 
além do sedentarismo. A conduta nutricional nesses casos é a indicação do aumento da 
ingestão hídrica, aumento do consumo de fibras solúveis e insolúveis, uso de farelo de 
trigo ou aveia (1 a 2 colheres sopa/dia), evitar alimentos flatulentos, como: alho, batata-
doce, brócolis, cebola, couve, couve-flor, ervilha, feijão, milho, ovo e repolho, estímulo à 
mastigação em quantidade suficiente e estímulo à atividade física regular moderada e 
orientada.
Outra complicação recorrente durante a gestação é a picamalácia, que é o apetite 
incontrolável por substâncias não alimentares, como tijolo, terra e sabonete. Pode estar 
associada à anemia, constipação, problemas dentários, síndromes hipertensivas na 
gravidez e a interferências na absorção de nutrientes. A depender do que ingerir, pode 
trazer complicações graves para a gestante e o feto. As orientações para a picamalácia 
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Material Complementar - Nutrição Materno Infantil
vão além das condutas nutricionais, pois é necessário indicar a gestante um profissional 
que auxilie no controle de aspectos psicossociais (problemas emocionais ou familiares) 
e explicar as consequências do consumo de itens não alimentares. 
INTERCORRÊNCIAS MAMÁRIAS
Existem intercorrências mamárias que podem interromper a produção ou o fornecimento 
de leite materno pela mulher, por isso é importante orientar a mãe para evitar tais 
situações. 
O bloqueio de ductos lactíferos ocorre quando a mama não é esvaziada corretamente, 
acarretando em nódulos mamários sensíveis e dolorosos, calor e eritema. A profilaxia 
é feita através da ordenha correta das mamas, aplicação da técnica correta de 
amamentação e evitar sutiã apertado e cremes que possam bloquear a drenagem do 
leite. O tratamento é feito através da amamentação em livre demanda, aplicação de 
compressa quente e realização de massagens e alternar as posições da amamentação. 
No ingurgitamento mamário ocorre a congestão e aumento da vascularização da 
mama, retenção de leite nos alvéolos e edema decorrente da congestão e obstrução 
da drenagem do sistema linfático. As mamas ficam edemaciadas, doloridas, quentes, 
vermelhas, brilhantes e tensas. Ingurgitamento fisiológico representa um sinal positivo 
de que o leite está sendo produzido e conduzido aos alvéolos não sendo necessária 
qualquer intervenção. No ingurgitamento patológico, a mama fica excessivamente 
distendida, o que causa grande desconforto, às vezes acompanhado de febre e mal-
estar. A profilaxia é iniciar a amamentação o mais cedo possível e usar a técnica correta 
de amamentação. O tratamento é feito através da ordenha manual do leite antes da 
mamada, amamentação em livre demanda, aplicação de compressa morna para ajudar 
na liberação do leite e aplicação de compressa fria após/ou nos intervalos para diminuir 
edema.
As fissuras mamilares na maior parte dos casos é consequência do ingurgitamento 
acompanhado da pega e/ou sucção incorreta. O tratamento é realizado através do 
início da mamada pela mama menos afetada e umedecimento dos mamilos com leite 
materno devido a sua propriedade anti-infecciosa. A profilaxia é realizar banho de sol 
nos seios, evitar o uso de protetores de mamilo por conta dos riscos de infecção, usar 
técnica correta deamamentação, não utilizar sabão, álcool, creme ou qualquer produto 
secante nos mamilos.
A mastite puerperal é resultado do acúmulo de leite sem a realização da ordenha, e as 
fissuras mamilares se tornam porta de entrada para bactérias, causando infecções no 
local. Os principais sintomas são: febre, calafrios, mamas doloridas e edemaciadas com 
produção de secreção purulenta. O tratamento é a aplicação de compressas úmidas e 
frias sobre a área afetada, esvaziamento completo da mama afetada, oferecer as duas 
mamas mesmo que haja dor, utilizar medicamentos permitidos e sob prescrição médica, 
e profilaxia é semelhante ao do ingurgitamento e fissura mamária.
O abscesso mamário é causado por mastite não tratada ou por tratamento tardio 
e ineficaz. Os principais sintomas são: mal-estar, febre e calafrios. A profilaxia se 
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Material Complementar - Nutrição Materno Infantil
faz através da prevenção da mastite e o tratamento é feito com o esvaziamento do 
abscesso por meio de drenagem cirúrgica ou aspiração e não há contraindicação para 
amamentação. A mesma deve ocorrer normalmente, a não ser que a mulher adquira 
infecções mais graves. 
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NA GESTAÇÃO
Existe um aumento das necessidades energéticas no período gestacional por conta 
de diversos fatores já citados anteriormente. O custo energético total da gestação 
adotado pelo comitê da “Food and Agriculture Organization” FAO/WHO/ONU é de 
aproximadamente 77.000 kcal, para um ganho gestacional de 10 a 14 kg, sendo 
aproximadamente 3,3 kg, o ganho de peso do feto. A recomendação de adicional 
energético, pela mesma referência, é de 35.000 kcal durante toda a gestação. É importante 
salientar que existem diferentes referências para a determinação de adicional de energia 
durante esse período, como a RDA 1989, que recomenda um adicional de 300 kcal/dia 
a partir do segundo trimestre, a IOM recomenda um adicional de 250 kcal/dia durante 
toda a gestação, a FAO recomenda 285kcal/dia para as gestantes com rotina similar 
à anterior e 200kcal/dia para as gestantes que reduziram atividades. E por fim a FAO/
WHO/UNU, 2001, com a recomendação do adicional de energia é 85kcal/dia no primeiro 
trimestre, 285kcal/dia no segundo trimestre e 475kcal/dia no terceiro trimestre. 
RDA, 1989 IOM, 2009 FAO, 1985 FAO/WHO/UNU, 2001 (2004)
300kcal/dia
• A partir do 2º tri-
mestre
• No caso de ges-
tantes adolescen-
tes ou com baixo 
peso, iniciar no 1º 
trimestre
250kcal/dia
• Por todo perío-
do da gestação
285kcal/dia
• Para as gestan-
tes com rotina 
similar à anterior
200kcal/dia
• Para as gestan-
tes que reduzi-
ram atividades.
85kcal/dia
• 1º trimestre
285kcal/dia
• 2º trimestre
475kcal/dia
• 3º trimestre
As recomendações de macro e alguns macronutrientes se difere no período gestacional, 
a seguir as recomendações de todos os macronutrientes, e suas respectivas referências:
Macronutriente Recomendação
Carboidrato
55 a 75% do VET;
• Açúcares simples: <10%
• Fibras: 28g/dia (DRIS, 2005);
• Fibras: 20 a 35g/dia (ADA, 2008).
9
Material Complementar - Nutrição Materno Infantil
Macronutriente Recomendação
Proteína
Proteína: 0,8 a 1,0g/kg/dia com adicional de 1g (1otrim), 9g (2o 
trim) e 31g/dia (3o trim) (FAO/WHO/UNU)
Ou adicional de 1,2g (1otrim), 6,1g (2o trim) e 10,7g (3o trim) 
(FAO, 1985)
Lipídeo
15 a 30% do VET;
• Gordura saturada : <10% (FAO,OMS, 2004)
• Ômega 6: 13g/dia (IOM, 2005);
• Ômega 3: 1,4g/dia (IOM, 2005).
Para gestantes adolescentes, há uma diferença no cálculo da recomendação de 
proteínas, a ANVISA recomenda 71g/dia, a FAO (1985) 1,5g/kg/dia, a ADA (1989) 1,7g/
kg/dia para menores de 15 anos e 1,5g/kg/dia para maiores de 15 anos. 
A recomendação de algumas vitaminas se difere no período gestacional, outras não, 
como no caso da vitamina E, D, K e biotina. 
Idade
(anos)
Vit A
(μg/d)
Vit C
(mg/d)
Tiamina
(mg/d)
Niacina
(mg/d)
B6
(mg/d)
Folato
(μg/d)
B12
(μg/d)
B5
(mg/d)
Colina
(mg/d)
14-18 750 80 1,4 18 1,9 600 2,6 6 450
19-30 770 85 1,4 18 1,9 600 2,6 6 450
31-50 770 85 1,4 18 1,9 600 2,6 6 450
Assim como as vitaminas, alguns minerais não sofrem alteração de recomendação no 
período gestacional como no caso do cálcio, fósforo, potássio, sódio, flúor e cloro.
1 Recomendação de vitaminas, RDA
Idade
(anos)
Ca
(mg/d)
Cr
(ug/d)
Cu
(ug/d)
Fe
(mg/d)
Se
(ug/d)
Zn
(mg/d)
Na
(g/d)
P
(mg/d)
K
(g/d)
14-18 1.300 44 1.000 27 60 12 1,5 1.250 4,7
19-30 1.000 45 1.000 27 60 11 1,5 750 4,7
31-50 1.000 45 1.000 27 60 11 1,5 750 4,7
2 Recomendações de minerais, RDA
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO
A lactação é de extrema importância, tanto para a mulher, como para o bebê. Existe uma 
relação positiva entre amamentar e apresentar menos doenças como câncer de mama, 
cânceres ovarianos, câncer de endométrio e osteoporose e fraturas. Para além disso, 
é imprescindível para o retorno ao peso pré-gestacional bem como para a involução 
uterina mais rápida por conta da maior produção de ocitocina. Esse período é dividido 
entre 3 fases, lactogênese I, II e III. 
A lactogênese I, acontece a partir da vigésima semana gestacional, é marcada pela 
produção de leite (pré-colostro) através de um controle endócrino, onde a progesterona 
10
Material Complementar - Nutrição Materno Infantil
placentária inibe a prolactina, o que acaba por diminuir a produção. Logo após da 
saída da placenta, a produção dos hormônios placentários cai, e ocorre o aumento da 
prolactina. 
A lactogênese II ocorre de 2 a 3 dias após o parto indo até a produção do leite maduro, há 
a manutenção dos níveis elevados de prolactina e esse processo independe da sucção 
da criança. É importante salientar as implicações fisiológicas provenientes da secreção 
de prolactina e ocitocina, ambos hormônios possuem interação com a estimulação 
sensorial da sucção do bebê. 
Prolactina
Age nas mamas mantendo as glân-
dulas mamárias secretando leite 
nos alvéolos para os períodos de 
amamentação subsequentes.
Ocitocina
Ela é transportada do sangue para 
as mamas fazendo as células mioe-
piteliais se contraírem, transportando 
o leite dos alvéolos para os ductos.
A lactogênese III ou galactopoiese perdura durante toda amamentação, possui controle 
neuroendócrino. Caso a sucção seja reduzida, há também redução da prolactina, e 
consequentemente queda na produção do leite materno. O volume passa a depender 
da mamada.
Divisão e proliferação celularMamogênese
Atividade ceclular secretora e acúmulo de colostroLactogênese I
Lactogênese II Aumento da produção de leite com a expulsa da placenta
Lactogênese III Fase de produção de leite consolidada
COMPOSIÇÃO DO LEITE MATERNO
A composição do leite materno, depende do estágio de lactação, citados anteriormente e 
se o parto foi a termo ou pré termo. É importante ressaltar que existem alguns nutrientes, 
que quando ingeridos pela mulher, podem interferir na composição desse leite. De acordo 
com a fase, o leite pode ser classificado em colostro, leite de transição ou leite maduro. 
COLOSTRO
O colostro é o leite secretado na primeira semana pós-parto, possui efeito laxativo 
para o bebê, favorecendo a eliminação do mecônio, possui cor alaranjada por ser rico 
em carotenoides, e também é rico em proteínas, vitamina A e E, e possui alto teor de 
anticorpos IgA. Nessa fase, o leite materno possui menor teor de carboidrato (lactose), 
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Material Complementar - Nutrição Materno Infantil
gorduras e vitaminas do complexo B. A produção do leite varia entre 10 a 100ml/ dia, 
com uma média de 30 mL.
LEITE DE TRANSIÇÃO
O leite de transição é produzido entre o 6º e o 14º dia pós-parto. É rico em água, e por isso 
sacia a sede, além disso, é rico em fatores de proteção (macrófagos, imunoglobulinas). 
Nessa fase, muitas mulheres achamque por ser mais “aguado” o leite está se tornando 
fraco e interrompem a lactação. 
LEITE MADURO
O leite maduro possui elevada concentração de lactose e gordura e menor concentração 
de imunoglobulinas e proteínas; possui coloração mais esbranquiçada. O volume 
produzido no dia varia entra 700 a 900ml. Nessa fase, a composição do leite garante o 
ganho de peso adequado para o bebê.
Muitas mulheres fazem a introdução do leite de vaca precocemente na alimentação do 
bebê. Entretanto, essa introdução precoce pode trazer danos a saúde dele, é necessário 
considerar a imaturidade do trato gastrointestinal do lactente. O leite de vaca pode 
afetar a digestão e absorção de nutrientes, além de possuir baixa quantidade de ferro, 
o que pode levar a anemia ferropriva. A seguir é possível ver um quadro comparativo do 
leite materno, leite de vaca e as fórmulas infantis.
Nutriente Leite Materno Leite de Vaca Fórmula Infantil
Proteínas
Quantidade 
adequada,
fácil de digerir.
Mario quantidade. 
Difícil digestão de-
vido à relação
caseína/ptn do soro.
Melhor relação ptn 
do soro/caseína. 
Algumas possuem 
melhor perfil de aa.
Lipídeos Suficiente em AGE, 
lipase para digestão
Deficientes em 
AGE. Não
apresenta lipase
Adicionados AGE, 
diminuição de satu-
rada e acréscimo de
óleos vegetais
Minerais Quantidade correta Excesso de Ca, P, Na, Cl e K.
Relação Ca/P 
adequada
Ferro e zinco Pouca quantidade,
bem absorvido
Pouca quantidade,
mal absorvido
Adicionado
Vitaminas Quantidade suficiente Deficiente D, E e C. Adicionadas
Prébioticos Quantidade suficiente Deficiente
Adicionado 
FOS e GOS
Probioticos Quantidade suficiente Deficiente Adicionado
Água Suficiente Necessário Extra Pode ser necessária
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ALEITAMENTO MATERNO
O aleitamento materno pode ser classificado de diferentes maneiras, a depender se é 
exclusivo, ou se outros alimentos são ofertados juntamente com ele. 
Constituinte
Colostro Leite Maduro
Pré-termo A termo Pré-termo A termo 
Energia (kcal) 58 48 70 62
Lactose (g) 5,0 5,1 6,0 6,5
Proteína Total (g) 2,1 1,9 1,4 1,3
Gordura Total (g) 3,0 1,8 4,1 3,0
Tipo de aleitamento Características
Aleitamento
materno exclusivo
Quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama 
ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos 
ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, 
sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos.
Aleitamento
materno
predominante
Quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebi-
das à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de 
frutas e fluidos rituais.
Aleitamento
materno
Quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou orde-
nhado), independentemente de receber ou não outros alimentos.
Aleitamento
materno
complementado
Quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer ali-
mento sólido ou semi-sólido com a finalidade de complementá-
-lo, e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode receber, 
além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é conside-
rado alimento complementar.
Aleitamento 
materno misto
ou parcial
Quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam aleitamento 
materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais. A 
introdução precoce de outros alimentos está associada a maior número de episódios de 
diarreia, maior número de hospitalizações por doença respiratória, risco de desnutrição, 
se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente inferiores ao leite materno, como 
por exemplo, alimentos muito diluídos. A duração do aleitamento materno interfere na 
absorção de nutrientes importantes, como o ferro e o zinco, reduz a eficácia da lactação 
como método anticoncepcional e menor duração do aleitamento materno como um todo. 
Devido aos inúmeros fatores existentes no leite materno que protegem contra infecções, 
ocorrem menos mortes entre as crianças amamentadas. Além de evitar diarreia, há ainda 
uma proteção contra infecções respiratórias, por conta da presença de imunoglobulinas, 
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fatores anti-inflamatórios e imunoestimuladores. O esforço do bebê para sugar o 
leite ajuda no desenvolvimento dos pulmões e da musculatura facial. Além de evitar 
a obesidade por conta do melhor desenvolvimento da auto regulação de ingestão de 
alimentos.
Vale ressaltar que o leite de vaca está associado a irritações no organismo, podendo 
levar ao surgimento de dermatite, rinite, sinusite, bronquite asmática e amidalite. 
Já há alguns anos têm sido descrito por diversos profissionais da área que o consumo 
de leite de vaca (LV) por crianças menores de 1 ano está associado ao aparecimento da 
anemia ferropriva (anemia por deficiência de ferro). Além do baixo teor, o ferro do leite 
de vaca não é bem absorvido pelo organismo de lactente.
Em virtude de um trato gastrointestinal não totalmente desenvolvido, o consumo de LV 
por crianças menores de 12 meses têm sido relacionado como um fator predisponente 
no aparecimento da alergia a proteína do leite de vaca. Além disso, a exposição precoce 
da criança ao LV aumenta o risco não somente de reações adversas a este leite, como 
também de alergias a outros alimentos.
ALEITAMENTO MATERNO- CONTRA INDICAÇÕES
As vantagens do aleitamento materno são múltiplas e já bastante reconhecidas, quer 
a curto, quer em longo prazo. No entanto, existem casos específicos que apresentam 
contraindicações, umas temporárias, outras definitivas e por isso não podem amamentar.
É proibida a amamentação caso a mãe tenha HTLV 1 e 2 e HIV. A presença da 
galactosemia em recém-nascidos também suspende o aleitamento materno, já que o 
lactente não possui a capacidade de converter a galactose em glicose. 
Proibída 
amamentação
HTLV 1 e 2
HIV
Relativamente
contraindicado
Herpes 1 e 2
Citomegalovírus
Galactosemia 
(lactente)
Hepatite C
Hanseníase
Varicela
Doença de Chagas
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O aleitamento é relativamente contraindicado em casos de infecção pelo Herpes Simples 
1 e 2 quando as vesículas estiverem próximas ao mamilo. Caso as feridas estejam em 
outro local, proteger com máscara ou cobrir as feridas e amamentar normalmente. 
Também é contra indicado em mulheres que possuem o citomegalovírus, mas somente 
quando a criança nascer de parto prematuro menor de 32 semanas. A amamentação é 
contra-indicada na hanseníase virchowiana ou com menos de 3 meses de tratamento. 
Em caso de tratamento materno adequado, o aleitamento é liberado. Infecção materna 
pelo vírus da hepatite C, apenas quando a mãe tem carga viral elevada ou lesões 
mamilares sangrantes. Na varicela, apenas se a mãe apresentar vesículas na pele cinco 
dias antes do parto ou até 2 dias após o parto. Isolamento materno até que as lesões 
adquiram a forma de crosta. É indicado nas mulheres com doença de Chagas crônica, 
exceto se houver sangramento mamilar evidente. Está contraindicado nas mulheres com 
doença de Chagas aguda.
Existem algumas doenças que podem ocorrer no bebê e por isso existem indicações de 
aleitamento materno. A galactosemia é um distúrbio, transmitido por herança genética, 
é provocado pela incapacidade do organismo em transformar a galactose, em glicose. O 
acúmulo de galactose no sangue causa lesões no SNC, tubular renal, catarata e cirrose 
hepática. A criança com galactosemia não poderá ingerir leite humano e nem de vaca, 
deverá tomar leite de soja. A fenilcetonúria é distúrbio genético provocado pela falta ou 
deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase. Não há contraindicação ao aleitamento 
materno, entretanto é necessário umcontrole da ingestão a depender do grau da doença 
no bebê. 
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
É definida como alimentação complementar, alimentação no período em que outros 
alimentos ou líquidos são oferecidos à criança, em adição ao leite materno, também 
chamado de alimentos de desmame. De acordo com o Guia Alimentar para Crianças 
Menores de 2 anos, do Ministério da Saúde, existem dez passos para uma alimentação 
saudável, que serão explanados a seguir. 
• PASSO 1
Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro 
alimento. Além de ser porta para infecções e aumentarem o risco de doenças, a oferta de 
outros alimentos prejudica a sucção, reduzindo a produção e ingestão de leite materno.
• PASSO 2
Ao completar 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o 
leite materno até os dois anos de idade ou mais. Nessa fase, as necessidades nutricionais 
da criança já não são mais atendidas só com o leite materno. A partir dos 8 meses a 
criança já pode receber gradativamente os alimentos preparados para a família, desde 
que sem temperos picantes, sem alimentos industrializados e com pouco sal.
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• PASSO 3
Ao completar 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, 
leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento 
materno. O ovo cozido (clara e gema) pode ser introduzido ao completar 6 meses, 
mas seu uso deve ser avaliado pela equipe de saúde e a introdução dos alimentos 
complementares deve ser feita com colher ou copo, no caso da oferta de líquidos.
• PASSO 4
A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da 
família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança. Esse respeito 
é importante para que a criança saiba distinguir a sensação de fome e a sensação de 
estar saciado. Após os 6 meses, a capacidade gástrica do bebê é de 20 a 30ml/Kg de 
peso, e é importante que o intervalo entre as refeições seja regular (2 a 3 horas).
• PASSO 5
A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher, iniciar 
com a consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência 
até chegar à alimentação da família. Alimentos espessos e consistentes representam 
uma maior densidade calórica. 
• PASSO 6
Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma 
alimentação colorida. As vísceras podem ser recomendadas para consumo, no mínimo 
uma vez na semana, e a papa deve conter um alimento de cada grupo: cereais ou 
tubérculos, leguminosas, legumes e verduras e carne ou ovo. 
• PASSO 7
Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. É importante 
que as frutas sejam oferecidas in natura, evitar oferecer em forma de sucos ou papas. É 
necessário que uma criança se exponha de 8 a 10 vezes a um alimento para que ele seja 
plenamente aceito, por isso é importante não desistir de introduzir um alimento. 
• PASSO 8
Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinho e outras 
guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação. É proibido o consumo 
de mel por crianças menores de dois anos por conta da possível contaminação por 
Clostridium botulinum. 
• PASSO 9
É importante cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos, além de garantir 
o seu armazenamento e conservação adequados. É importante que as frutas, legumes 
e verduras sejam levados em água corrente e colocados de molho por dez minutos, em 
água clorada. Se, após a refeição, sobrar alimentos no prato (restos), eles não podem 
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ser oferecidos posteriormente. Usar água tratada, e filtrada para oferecer à criança e 
também para o preparo das refeições.
• PASSO 10
Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação 
habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação. A criança doente 
precisa comer mais, para não perder peso e recuperar-se mais rapidamente. Para 
aumentar o teor energético diário da alimentação de crianças que apresentarem baixo 
peso para a estatura, acrescentar às refeições salgadas, uma colher das de sobremesa 
de óleo para menores de 1 ano e uma colher das de sopa para maiores de 1 ano. É 
importante não forçar a criança a comer, isso aumenta o estresse e diminui ainda mais 
o apetite. As refeições devem ser momentos tranquilos e felizes.

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