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Escadas em Projetos Arquitetônicos

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ICARO BISPO DOS SANTOS
Trabalho apresentado ao Curso Bacharelado em Ciências Exatas e Tecnológicas - BCET da, UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, para a disciplina Arquetetônico.
Prof. IGOR COUTO
ESCADAS EM PROJETOS ARQUETEÔNICOS 
CRUZ DAS ALMAS-BA
2018
SUMÁRIO
1.Introdução ....................................................................................................................3
2. Norma ABNT NBR 9077................................................................................................6
3. Tendências Arquitetônicas Atuais para Escadas .........................................................9
4. A importância da orientação solar na arquitetura ......................................................12
5. REFERÊNCIAS..........................................................................................................14
Introdução 
As escadas constituem meio de circulação vertical não mecânico que permite a ligação entre planos de níveis diferentes. Ao contrário das rampas, não são acessíveis a todas as pessoas como, por exemplo, usuários de cadeiras de rodas. Ainda assim, quando para uso coletivo, devem ser dimensionadas de forma a atender as NORMAS TÉCNICAS, garantindo a segurança de todos os usuários.
Devemos mencionar também outros elementos como seções (que separam um passo de outro), breaks (aqueles espaços que visam permitir que um mínimo de descanso possa se dar de forma horizontal) e trilhos (para o qual o indivíduo pode se movimentar de forma segura. Entre as escadas fixas, a escada em espiral, a escadaria imperial e a colonial são claramente os exemplos mais proeminentes, não só na forma senão por sua beleza e estilo. Cada uma dessas escadas pode ser usada melhor em situações específicas, com as três igualmente de forma a demonstrar poder e elegância. Hoje, o projeto atual de arquitetura tem desenvolvido vários tipos de escadas internas para uma casa: escadas em que cada passo é separado do próximo, escadas ultra estreitas, escadas de design informal.
As partes de uma escada são:
Degraus – pisos + espelhos
Pisos – pequenos planos horizontais que constituem a escada (cobertor).
Espelhos – planos verticais que unem os pisos.
Patamares – pisos de maior largura que sucedem os pisos normais da escada, geralmente ao meio do desnível do pé direito, com o objetivo de facilitar a subida e o repouso temporário do usuário da escada.
Lances – sucessão de degraus entre planos a vencer, entre um plano e um patamar, entre um patamar e um plano e entre dois patamares.
Guarda-corpo e corrimão – proteção em alvenaria, balaústre, grades, cabos de aço etc na extremidade lateral dos degraus para a proteção das pessoas que utilizam a escada.
As escadas podem ser feitas com diversos tipos de materiais: madeira, ferro, pedra natural, pedra artificial, cimento armado. Os degraus podem ser apoiados nas duas extremidades, encaixados por um lado e apoiados do outro, ou mesmo encaixados apenas de um lado. Se você optou por uma casa em mais de um pavimento é hora de pensar como vai ser a sua escada. O modelo e o tipo de sua preferência devem ser decididos no projeto. Para começar elas podem ser construídas na obra, em concreto ou alvenaria ou podem ser pré-fabricadas. As escadas pré-fabricadas são muito procuradas porque permitem instalação fácil, maior rapidez e fácil manutenção. As escadas construídas na obra apresentam com principais vantagens o menor custo, uma vez que são construídas com a casa e a liberdade de projetá-la conforme seu desejo. A escolha do modelo depende, ainda, de outros fatores como o espaço disponível para sua instalação.  De qualquer modo as mais usadas são as retas ou em "I", em “L”,  em “U” ou "J" e helicoidais ou em caracol.
Figura 1 – Tipos de escadas
 Forma das escadas
	A forma das escadas é determinada essencialmente pela função que irá desempenhar, pela importância do edifício em causa, pelo material e tipo de construção seleccionados e por outro lado, pelas dimensões disponíveis e a altura a alcançar.
As formas existentes são muito diversificadas, podendo dividir-se em quatro grandes grupos: escadas rectas, com ou sem patamar, escadas em caracol, escadas de quarto de volta e escadas giratórias.
Algumas formas possuem significados especiais, sendo características de determinados locais. A escada de duas voltas é geralmente construída em edifícios de habitação colectiva. Por sua vez a escada de caracol está reservada à ligação quase íntima entre dois espaços pertencentes à mesma unidade funcional, enquanto que a escada recta com três voltas, com patamar a meio, é característica de palácios ou edifícios públicos representativos.
Escada de um só tramo
Escada de dois tramos com descanso
Escada com descanso
1
2
3
Figura 2 – Escadas rectas
Escada com espigão
Escada com olho
1
2
Figura 3 – Escadas em caracol
Escada arqueada
Escada em semi-circulo
Escada curva com descanso
2
3
1
Figura 4 – Escadas giratórias
Norma ABNT NBR 9077
Estabelece padrões de segurança contra incêndio em escadas de saída e emergência.
De acordo com a norma 9077
Em qualquer edificação, os pavimentos sem saída em nível para o espaço livre exterior devem ser dotados de escadas, enclausuradas ou não, as quais devem:
a) quando enclausuradas, ser constituídas com material incombustível;
b) quando não enclausuradas, além da incombustibilidade, oferecer nos elementos estruturais resistência ao fogo de, no mínimo, 2 h;
c) ter os pisos dos degraus e patamares revestidos com materiais resistentes à propagação superficial de chama, isto é, com índice "A" da NBR 9442; 
d) ser dotados de guardas em seus lados abertos;
e) ser dotadas de corrimãos;
f) atender a todos os pavimentos, acima e abaixo da descarga, mas terminando obrigatoriamente no piso desta, não podendo ter comunicação direta com outro lanço na mesma prumada;
g) ter os pisos com condições antiderrapantes, e que permaneçam antiderrapantes com o uso. 
Figura 5 - Segmentação das escadas no piso da descarga
Largura
As larguras das escadas devem atender aos seguintes re-quisitos:
a)	ser proporcionais ao número de pessoas que por elas devam transitar em caso de emergência;
b)	ser medidas no ponto mais estreito da escada ou patamar, excluindo os corrimãos (mas não as guardas ou balaustradas), que se podem projetar até 10 cm de cada lado, sem obrigatoriedade de aumento na largura das escadas;
c)	ter, quando se desenvolver em lanços paralelos, espaço mínimo de 10 cm entre lanços, para per-mitir localização de guarda ou fixação do cor-rimão.
Dimensionamento de degraus e patamares
Os degraus devem:
a)	ter altura h compreendida entre 16,0 cm e 18,0 cm, com tolerância de 0,05 cm;
b)	ter largura b (ver Figura 4) dimensionada pela fór-mula de Blondel: 63 cm  (2h + b)  64 cm
c)	ser balanceados quando o lanço da escada for curvo (escada em leque), caso em que a medida do degrau (largura do degrau) será feita segundo a linha de percurso (ver 3.32) e a parte mais es-treita destes degraus ingrauxidos não tenha me-nos de 15 cm;
d)	ter, num mesmo lanço, larguras e alturas iguais e, em lanços sucessivos de uma mesma escada, di-ferenças entre as alturas de degraus de, no máxi-mo, 5 mm;
e)	ter bocel (nariz) de 1,5 cm, no mínimo, ou, quando este inexistir, balanço da quina do degrau sobre o imediatamente inferior com este mesmo valor mí-nimo.
O lanço mínimo deve ser de três degraus e o lanço máximo, entre dois patamares consecutivos, não deve ul-trapassar 3,70 m de altura.
O comprimento dos patamares deve ser:
a)	dado pela fórmula: p = (2h + b)n + b, em que o n é um número inteiro (1, 2 ou 3), quando se tratar de escada reta, medido na direção do trânsito;
b)	no mínimo, igual à largura da escada, quando há mudança de direção da escada sem degraus in-grauxidos, não se aplicando, neste caso, a fórmu-la anterior.
Em ambos os lados de vão da porta, deve haverpatamares com comprimento mínimo igual à largura da folha da porta.
Caixas das escadas
As paredes das caixas de escadas, das guardas, dos acessos e das descargas devem ter acabamento liso.
As caixas de escadas não podem ser utilizadas co-mo depósitos, mesmo por curto espaço de tempo, nem para a localização de quaisquer móveis ou equipamen-tos, exceto os previstos especificamente nesta Norma.
Figura 6 - Altura e largura do degrau (escada com e sem bocel)
Figura 7 - Lanço mínimo e comprimento de patamar
Tendências Arquitetônicas Atuais para Escadas  
Escada em U
A escada em U é um modelo que segue uma linha reta e em outro patamar ela muda de direção. A mudança de direção da escada pode ser no meio do trajeto, ou no início ou fim dos degraus. O nome desse modelo é em virtude do formato da escada, cujo desenho arquitetônico em planta baixa (vista de cima) lembra a letra U. Esses tipos de escadas podem ser projetados no meio da casa para dividir dois ambientes, ou em uma parede. Trata-se de um modelo compacto, embora seja um dos que mais ocupam espaço na casa. A vantagem é que o espaço sob ela pode ser aproveitado de diversas formas, como, por exemplo, com um lindo jardim de inverno ou para armazenamento. Aliás, dependendo do desenho da escada, é possível inclusive projetar um lavabo pequenino sob ela.
  
Escada em L
A escada em L segue o formato da letra que dá seu nome.  Esse modelo forma um ângulo de 90° ao mudar a direção e parece formar um L quando desenhado na planta baixa. Assim como na escada em U, para mudar de lance, pode haver um patamar plano ou a mudança pode ser gradual através de degraus triangulares. Esse modelo é característico por ocupar um espaço de volume menor em sua implantação e pode ser uma boa opção para lares menores e até sobrados ao estilo geminado. Contudo, ao contrário da escada em U, é preciso dispor de uma parede horizontalmente larga para inseri-lo. É comum ver a escada L encostada na parede, mas isso não é uma regra e o modelo pode ser projetado no meio do ambiente. Também é possível projetar um lavabo debaixo dela. 
 
Escada Vazada
A versão com este tipo de degrau não possui espelhos (a parte da altura), ou seja, só dispõe da base onde os pés são apoiados (também chamada de pisante). Para dar sustentação aos degraus, é comum que esses modelos de escadas internas sejam fixados na parede e no próprio corrimão/guarda-corpo. Lembrando que, se os degraus forem de concreto, para sua fixação na parede é necessário fazer toda uma estrutura com vigas nesta parece na fase da construção, caso contrário ela não aguentará o peso dos degraus… Portanto, se este é seu desejo, deixe claro para o engenheiro/pedreiros o quanto antes. Mas, se você resolver fazer degraus de madeira, ferro ou aço, a história é outra.
 
Escada Flutuante
A escada flutuante é um modelo um tanto curioso, mas ideal para compor um projeto de escada moderna ao lar. Esse tipo de degrau parece ficar flutuando no ar, já que não tem espelhos e vigas. Achou estranho? Isso acontece porque eles são fixados diretamente na parede, por tal motivo é indispensável que esse tipo de escada fique posicionada em uma parede, bem como que seja feita uma estrutura com vigamento nesta parede, assim como mencionamos no tópico anterior. Para manter a ideia flutuante do degrau, a melhor aposta é usar um corrimão de vidro. Ou então, se você não tem crianças e nem animais de estimação, você pode até fazer uma escada sem corrimão para dar foco aos degraus. Vale ressaltar que modelos sem espelhos e sem corrimão são bem perigosos (e a situação fica ainda pior se houver também degraus em leque), mas os moradores acabam se acostumando e o perigo maior aparece na hora de receber visitas. Para amenizar o problema, o ideal é fazer ao menos corrimão no lado da parede e instalar balizadores para iluminar bem os degraus.
 
Escada Santos Dumont
Apesar do nome curioso, esse modelo refere-se sim a Santos Dumont, já que acredita-se que este foi o criador deste tipo de degrau, pois na sua casa em Petrópolis há duas escadas nesse estilo. Esse modelo de degrau não é reto e nem possui pisantes iguais, já que cada degrau é cortado para uma direção, esquerda e direita. Apesar de diferente, esse degrau pode dar uma estética bacana à escada, mas vale lembrar os riscos que uma pisada errada pode trazer. Em verdade, a escada Santos Dumont é mais usada como solução para espaços pequenininhos em que o dono não quer usar o modelo mais compacto de todos. Muitas vezes as pessoas abrem o buraco da laje para o ático em um cômodo com área super reduzida, ou constroem um loft muito apertado. 
A importância da orientação solar na arquitetura
Um grande fator a ser considerado quando se vai construir é a orientação solar. O projeto arquitetônico deve se adaptar dentro do possível para tirar vantagem em relação ao sol, de acordo com a posição geográfica em que a construção estará localizada.
Aqui no hemisfério sul, a face norte é a que recebe a maior incidência de sol durante o dia e a face sul é a que menos recebe sol, a face leste recebe o sol da manhã e a oeste o sol da tarde. Tendo isso como base, o profissional capacitado definirá da melhor maneira possível a localização de cada ambiente dentro da edificação, suas aberturas, elementos para proteção como brises e marquises, tirando proveito das posições mais privilegiadas.
Na face oeste, onde incide o sol da tarde podemos posicionar os ambientes de pequena e média permanência, pois essa face faz com que os ambientes esquentem bastante, já para a face leste é interessante posicionar os quartos e varandas, pois é a face que recebe o sol da manhã, mantendo assim, temperaturas agradáveis. Devemos tomar cuidado com a face sul, pois ela recebe muita pouca incidência do sol e isso faz com os ambientes possam se tornar mais úmidos.
Um projeto bem elaborado que atende essas orientações solares, de acordo com a posição do terreno, árvores e edificações vizinhas tornará sua construção eficiente, fazendo o proprietário poupar dinheiro com iluminação, uso de ar-condicionado e com todos os outros fatores que um projeto de má qualidade pode trazer.
Por isso é muito importante buscar profissionais capacitados para desenvolver o seu projeto. O arquiteto é o profissional mais indicado, pois ao longo dos seus 5 anos de estudos, aprende as melhores maneiras de setorização, posição de ambientes e de como tirar proveito da orientação solar, com base na sua localização. Elaborar um projeto com uma pessoa leiga, não capacitada, pode render sérios problemas ao projeto depois de pronto, aumentando o custo de manutenção e até mesmo necessitando futuramente de uma reforma para tentar amenizar os problemas. 
REFERÊNCIAS 
https://estudanteuma.wordpress.com/2013/07/03/escadas-conceito/
http://www.ogrupons.com.br/escadas-que-sao-tendencias-mercado/
http://www.cnmp.mp.br/portal/images/Comissoes/DireitosFundamentais/Acessibilidade/NBR_9077_Sa%C3%ADdas_de_emerg%C3%AAncia_em_edif%C3%ADcios-2001.pdf

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