Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Conceitos de espécie Professor José Eustáquio dos Santos Júnior jrsantos140782@gmail.com.br Goiânia 19 de abril de 2018 Espécies • “species” – do latim: tipo (ideia tipológica pré-darviniana); Bombus bahiensis Santos Júnior & Silveira, 2015 2 Espécies: Como podem ser diferenciadas? Bem-te-vi Tucano Beija-flor 3 Beija-flores Espécies 4 Espécies • Importância do nível taxonômico; • Não há um conceito universal; • Múltiplas formas de pensar e definir espécies. 5 Sistemática e taxonomia • “species” – do latim: tipo (ideia tipológica pré-darviniana); Bombus brasiliensis Lepeletier, 1836 Lectótipo Bombus bahiensis Santos Júnior & Silveira, 2015 Holótipo 6 Sistemática e taxonomia • Sistemática – ancestralidade; 7 Sistemática e taxonomia • Taxonomia Reino: Animalia Filo: Arthropoda Classe: Insecta Ordem: Hymenoptera Superfamília: Apoidea Família: Apidae Gênero: Bombus Espécie: Bombus bahiensis 8 Regras Taxonômicas “International Code of Zoological Nomenclature” http://www.iczn.org/iczn/ “International Code of Botanical Nomenclature” http://www.bgbm.fu-berlin.de/iapt/nomenclature/code/ 9 Espécies e Evolução Biológica Espécies deveriam ser as menores unidades evolutivamente independentes! • Mas qual critério pode ser rigorosamente aplicado? a) Morfoespécies b) Espécies Biológicas c) Espécies Filogenéticas d) ESU (Unidades Evolutivas Significativas) 10 Conceitos de espécies • Pré-Darwinistas – tipologicos; • Similatidade entre conceitos; Mayden (1997) e De Queiroz, 2007 i. Conceito de Agamoespécies; ii. Conceito Biológico de espécies iii. Conceito Cladístico de espécies iv. Conceito de espécies coesas v. Conceito Composto de espécies vi. Conceito Ecológico de espécies vii. Unidade Evolutiva Significativa viii. Conceito Evolucionário de espécies ix. Conceito de Concordância Genealógica x. Conceito Genético de espécies xi. Conceito de Agrupamento Genotípico xii. Conceito Hennigiano de espécies xiii. Conceito Internodal de espécies xiv. Conceito Morfológico de espécies xv. Conceito não dimensional de espécies xvi. Conceito Fenético de espécies xvii. Conceito Filogenético de espécies (versão diagnosticável) xv. Conceito Filogenético de espécies (versão monofilética) xv. Conceito Filogenético de espécies (versão diagnosticável e monofilética) xx. Conceito Politético de espécies xxi. Conceito de Reconhecimento de espécies xxii. Conceito de Competição Reprodutiva xxiii. Conceito Sucessional de espécies xxiv. Conceito Taxonômico de espécies 11 Tipos de Conceitos de Espécie Conceitos baseados em similaridade Similaridade geral e/ou interrupções na distribuição dos carácteres (Morfológico, Fenotípico, Taxonômico,...) Conceitos Evolutivos Comprometidos teoricamente com as idéias evolutivas (ancestralidade comum) (Biológico, Ecológico, Evolutivo, Reconhecimento, Coesão,...) Conceitos Filogenéticos Baseados nas análises filogenéticas e considera também a ancestralidade comum (Cladístico, Filogenético, Hennigiano,...) 12 Algumas Definições • Espécies Biológicas – Populações naturais intercruzantes que está isolado reprodutivamente de outros grupos (Dobzhansky, 1935; Mayr, 1942); • Espécies Ecológicas – Uma linhagem que ocupa uma zona adaptativa diferente de outras linhagens e que evolui separadamente das outras (Van Valen, 1976); • Espécies Evolutivas – Linhagem de populações ancestrais- descendentes que é distinta de outras linhagens e que tem sua própria tendência evolutiva e contingência histórica (Simpson, 1961, Wiley, 1978). 13 Conceito Biológico de Espécie (CBE) Problemas: 1. hibridização; 2. organismos assexuados, partenogenéticos, auto- fecundantes, fósseis etc; 3. difícil de aplicar a populações alopátricas. Theridion grallator – uma espécie (CBE) Lumpers X splitters 14 Conceito Filogenético de espécies (CFE) “O menor agrupamento diagnosticável de um conjunto de organismos dentro do qual há um padrão parental de ancestrais e descendentes." (Cracraft 1983) Problemas: 1. confunde história dos caracteres com história dos organismos; 2. classificações mudam; 3. Inflação taxonômica. Útil para alguns grupos taxonômicos cujas espécies têm pouca hibridização e são monofiléticas. 15 Muitos grupos monofiléticos Cada grupo monofilético seria uma espécie? 16 Faz alguma diferença qual conceito de espécies é usado? • Muitas vezes não, mas algumas vezes sim. • Ex: métodos filogenéticos (utilizados no CFE) geralmente resultam em mais espécies reconhecidas do que utilizando o CBE. 17 Especiação 18 Especiação e filogenia 19 Mecanismos de especiação 20 Especiação alopátrica X peripátrica Mapa com a localização de B. bahiensis – circulo preto 1) Ocorreu um efeito fundador? 2) Dispersão ou vicariância? Carnaval et al., 2009 B. bahiensis B. brasiliensis Bombus pauloensis Bombus brasiliensis Bombus brasiliensis Bombus brevivillus Bombus brevivillus Bombus bahiensis Bombus pauloensis Bombus transversalis Bombus applanatus Bombus brevivillus Bombus pullatus Bombus brevivillus Bombus brevivillus 4.67 0.74 0.58 7.72 8.84 1.04 1.1 2.78 4.84 9.66 0.39 0.13 1 1 1 1 1 1 1 0.9 0.86 1 0.97 0.37 Estimativa de divergência de tempo Espécies de esquilos do Grand Canyon (EUA) 25 Rio Colorado Especiação peripétrica 26 27 De acordo com o CBE ocorreu especiação durante o isolamento geográfico? As populações tornaram-se alopátricas As populações voltaram a ser simpátricas. Barreira geográfica 14-28 “Anel de espécie” – especiação parapátrica: Hibridização – pelo vale; Hibridização – nos limites de distribuição; Espécies simpátricas – sem hibridização. 29 Aparecimento de barreiras reprodutivas Acasalamentos podem ser prevenidos por: – Barreiras de Pré-acasalamento • Ecológicas; • Comportamentais; – Barreiras de Pós-acasalamento o Pré-zigóticas • Mecânicas; • Gaméticas; o Pós-zigóticas • Inviabilidade dos híbridos, esterilidade; • Redução do sucesso reprodutivo dos híbridos; • Poliploidização em plantas; 30 Indivíduos de de diferentes espécies Acasalamento Isolamento por habitat Isolamento temporal Isolamento comportamental Isolamento mecânico Mecanismos pré-copulatórios 31 Indivíduos de de diferentes espécies Acasalamento Isolamento por habitat Isolamento temporal Isolamento comportamental Isolamento mecânico Mecanismos pré-copulatórias 32 Indivíduos de de diferentes espécies Acasalamento Isolamento por habitat Isolamento temporal Isolamento comportamental Isolamento mecânico Mecanismos pré-copulatórias 33 Indivíduos de de diferentes espécies Acasalamento Isolamento por habitat Isolamento temporal Isolamento comportamental Isolamento mecânico Mecanismos pré-copulatórias 34 Barreiras ecológicas Isolamento reprodutivo entre Mimulus – adaptações a diferentes polinizadores. 35 Barreiras pré-acasalamento Neuroptera – isolamento etológico por diferenças na atração do parceiro. 36 Isolamento temporal (sazonal) 37 Viabilidade reduzida do híbrido Fertilidade reduzida do híbrido Menor viabilidade ou fertilidade em híbridos >F1 Fertilização Isolamento gamético ou cromossômico Mecanismos pós-copulatórios Prole viável 38 Viabilidade reduzida do híbrido Fertilidade reduzida do híbrido Menor viabilidadeou fertilidade em híbridos >F1 Fertilização Isolamento gamético ou cromossômico Mecanismos pós-copulatórios Prole viável 39 acrossomo cabeça “pescoço” cauda óvulo Isolamento gamético – reconhecimento óvulo- espermatozóide para formação do zigoto. 40 Pundamilia nyererei vermelho Pundamilia pundamilia azul Escolha do parceiro Seehausen e van Alphen (1998) Behavioral Ecology and Sociobiology 42: 1-8.Sem escolha do parceiro A escolha das fêmeas por machos com diferentes cores depende da incidência de luz branca. Com luz monocromática não há “escolha do parceiro”. Seleção sexual – isolamento comportamental entre espécies de ciclídeos Escolha de parceiros em duas espécies de ciclídeos do Lago Victoria (África) 41 Isolamento ecológico (por hábitat) • Isolamento reprodutivo – diferentes habitats; • Barreira pré-zigótica se deu no início da separação destas espécies; • Hibridização em cativeiro – problemas de fertilidade (barreiras pós-zigóticas). Tigre Panthera tigris Leão Panthera leo 42 Burros e mulas normalmente não se reproduzem devido à incompatibilidade cromossômica (esterilidade da F1) Barreiras pós-zigóticas •Mortalidade do zigoto •Inviabilidade ou esterilidade do híbrido F1 •Valor adaptativo reduzido na F2 ou >F2 43 Jumento Éguameiose meiose meiose Mula fertilização Esterilidade do híbrido Desbalanço cromossômico contribui para a esterilidade nos híbridos de cavalos e jumentos. 44
Compartilhar