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O TEGUMENTO 907 80 por centímetro quadrado. Krause avalia o número total em cerca de 2.000.000. O número médio de glân dulas sudoríparas por centímetro quadrado de área de pele em várias raças, como é mostrado pelos dedos da mão, é o seguinte (Clark e Llamon ’17): Americano (branco).... Americano (negro) ......... Filipino ........................ Moro Negrito (adulto) ........... Hindu Negrito (jovem) .......... .............558,2 ...............597,2 ................653,6 ................684,4 ...............709,2 ................738,2 ...............950,0 externa, de delicado tecido areolar, e uma interna, epitelial. A camada é delgada e contínua com o estrato superficial da derme. No corpo da glândula o epitélio consiste de uma simples camada de células cúbicas, entre cujas extremidades profundas e a membrana basal há uma camada de fibras musculares lisas dis postas longitudinalmente ou em sentido oblíquo. Os ductos são destituídos de fibras musculares e compõem-se de uma membrana basal forrada por duas ou três camadas de células poliédricas; o lume do ducto é recoberto por fina cutícula. Quando a epi derme é cuidadosamente removida da superfície da derme os ductos poderão ser removidos da derme sob a forma de pequenos processos filiformes. As glându las ceruminosas do meato acústico externo, as glându las ciliares das margens da pálpebra, as circum-anais e provavelmente as glândulas mamárias são glândulas sudoríparas modificadas. A quantidade média de suor secretado em vinte e quatro horas varia entre 700 a 900 gramas. SUBS As glândulas sudoríparas são ausentes também na porção profunda do meato acústico externo, no prepúcio e na glande. O tubo, tanto no corpo da glân dula como no ducto, consiste de duas camadas - uma REFERÊNCIAS PELE BREATHNACH, A. S. 1964. Observations on cyto plasmic organelles in Langerhans cells of human epidermis. J. Anat. (Lond.), 98, 265-270. KATZBERG, A. 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Na palma jadrado e no dorso da na fronte, 175; tórax, exatamente regulares e abertos no vérticed no pescoço e dorso são menos numeri há cerca de 370 por centímetro quadrado e no donde mão, aproximadamente 200; na fronte. abdome e antebraço, 155, e na perna e raco. 155, e na perna e dorso, de 60 lanta do pé hu buch u . Atla s d . Ana 19.a edição, Vol. II, cortesia de Fig. 14-9. Glândula sudorípara da planta do mano. (De Rauber-Kopsch, Lehrbuch u. Atl tomie d. Menschen, 19.a edição. Vol. Georg Thieme Verlag, Stuttgart, 1955.) Poro sudoríparo Camada córnea - :--Ca. Camada espinhosa conjunto de pequeninos feixes de fibras musculares lisas involuntárias, denominadas eretores dos pêlos. Emergem da camada superficial da derme e se inserem no folículo abaixo da desembocadura da glândula se bácea. Colocam-se do lado para onde o pêlo se in clina, e pela sua ação diminuem a obliqüidade do folículo, tornando-o reto (v. Fig. 14-7). A glândula sebácea está situada no ângulo que o músculo eretor forma com a parte superficial do folículo piloso, e assim a contração do músculo tende a espremer a secreção sebácea para fora do ducto da glândula. As glândulas sebáceas (glandulae sebaceae) são órgãos glandulares pequenos e saculiformes alojados na derme, encontradas em muitas partes da pele, mas especialmente abundantes no couro cabeludo e na face. São também muito numerosas ao redor da aber tura do ânus, nariz, boca e orelha externa, mas ausen tes nas palmas das mãos e plantas dos pés. Cada glândula consiste de um simples ducto mais ou menos amplo que emerge de um agrupamento ovalado ou em forma de garrafa - os alvéolos, que são em geral dois a cinco, podendo em alguns casos chegar até 20. Cada alvéolo é composto de uma membrana basal transpa rente contendo um certo número de células epiteliais. As células externas ou marginais são pequenas e poliédricas, contínuas com as células que revestem os ductos. O restante dos alvéolos é preenchido com grandes células contendo lípides, exceto no centroonde as células, tendo se desintegrado, enchem a ca vidade com seus fragmentos e com uma massa de matéria gordurosa que constitui o sebo cutâneo. Os ductos abrem-se com mais freqüência nos folículos pilíferos e ocasionalmente na superfície geral, como também nos lábios menores e na margem livre dos lábios. No nariz e na face as glândulas são de grande tamanho, distintamente lobuladas, tornando-se quase sempre muito aumentadas pelo armazenamento de secreção. As glândulas tarsais das pálpebras são glân dulas sebáceas alongadas com numerosos diverticu los laterais. As glândulas sudoríparas ou glândulas do suor (glandulae sudoriferae) (v. Fig. 14-9) são encontradas em quase toda parte da pele. Consistem de um simples tubo cuja parte profunda irregularmente enovelada constitui uma bola esférica ou oval chamada corpo da glândula, enquanto a porção superior ou ducto atra vessa a derme e a epiderme, abrindo-se na superfície da pele por uma abertura afunilada. Nas camadas superficiais da derme o ducto é retilíneo, mas nas camadas profundas ele é enrolado ou mesmo retor cido; onde a epiderme é grossa, como na palma das mãos e planta dos pés, a parte do ducto que passa através dela é enrolada em espiral. O tamanho das glândulas é variável: são especialmente grandes nas regiões onde a perspiração é grande, como na axila. onde formam delgada camada mamelonada averme Thada que corresponde exatamente à situação dos pelos nesta região; são também grandes na virilha. Seu número varia: são muito abundantes na palma das mãos e planta dos pés, onde os orifícios dos ductos são - Ducto sudorifero Tecido subcutaneo Tubulos secretores do cor po d a gland ula sudarina O TEGUMENTO 905 curvada - esta última em pêlos ondulados --, para dilatar-se na sua extremidade profunda, onde corres ponde ao bulbo piloso. Os ductos de uma ou mais glândulas sebáceas abrem-se no folículo próximo da extremidade do pêlo. No fundo de cada folículo encontra-se uma pequena eminência cônica vascular ou papila, semelhante em vários aspectos às que se encontram na superfície da pele; ela é contínua com a camada dérmica do folículo e suprida com fibrilas nervosas. O folículo piloso consiste em duas túnicas - uma externa e uma interna ou epidérmica. A túnica externa ou dérmica é formada sobretudo por tecido fibroso; é contínua com a derme, altamente vascularizada, e suprida por numerosos e diminutos filamentos nervosos. Compõe-se de três camadas (v. Fig. 14-8): a mais interna é uma membrana basal hia lina, bastante distinta nos grandes folículos mas pouco evidente nos folículos de pequenos pêlos; é limitada à porção mais profunda do folículo. Externamente há uma compacta camada de fibras e de células fusifor mes dispostas circularmente em torno do folículo; esta camada estende-se do fundo do folículo até a desembocadura das glândulas sebáceas. Externa mente, uma espessa camada de tecido conjuntivo é arranjada em feixes longitudinais, formando uma tex tura menos definida e correspondendo à parte reticu lar da derme; nela estão contidos os vasos sanguíneos e nervos. A túnica interna ou epidérmica é intimamente aderente à raiz do pêlo, e formada por dois estratos, respectivamente denominados bainhas radiculares ex terna e interna; a primeira corresponde ao estrato mucoso da epiderme e assemelha-se a ele, tendo em vista a forma arredondada e delicada de suas células; no fundo do folículo estas células tornam-se continuas com as da raiz do pêlo. A bainha radicular interna compõe-se de (1) uma delicada cutícula anexa ao pêlo composta por uma simples camada de escamas imbri cadas com núcleos atrofiados; (2) uma ou duas cama das de células córneas, achatadas e nucleadas, conhe cidas como camada de Huxley; e (3) uma simples ca mada de células cúbicas com núcleos claros e achata dos, denominada camada de Henle. O bulbo piloso é moldado sobre a papila e compõe-se de células epiteliais poliédricas que, ao passarem para o interior da raiz do pêlo, se alongam, tornando-se fusiformes, exceto algumas do centro que permanecem poliédricas. Algumas destas últimas cé lulas contêm grânulos de pigmento que dão cor ao pêlo. Ocasionalmente estes grânulos de pigmento en chem de todo as células do centro do bulbo; isto faz com que o tracto de pigmento escuro muitas vezes encontrado no eixo do pêlo seja de maior ou menor comprimento. A haste do pêlo (scapus pili) consiste, de dentro para fora, em três partes: a medula, o córtex e a cutícula. A medula em geral está ausente em delgados pêlos que cobrem a superfície do corpo e comumente nos da cabeça. E mais opaca e mais intensamente colorida que o córtex quando vista através de luz transmitida, mas é branca se observada com luz refle tida. Compõe-se de fileiras de células poliédricas con tendo grânulos de eleidina e freqüentemente espaços aéreos. O córtex constitui a principal parte da haste; suas células são alongadas e unidas para formar fibras fusiformes e achatadas contendo grânulos de pig mento em pêlos escuros e ar nos brancos. A cutícula compõe-se de uma simples camada de escamas acha tadas que se sobrepõem da profundidade para a super fície. Correlacionado com os folículos pilosos há um Fig. 14-8. Seccão transversal do pêlo e bainha da raiz. Os grânulos vermelhos na camada de Huxley sáo querato hialina Oespaco entre pêlo e bainha é artificial. (De Rauber-Kopsch, Lehrbuch u. Atlas d. Anatomie d. Menschen. 19.a edição, Vol. II, cortesia de Georg Thieme Verlag, Stuttgart, 1955.) ---- Bainha de tecido conjuntivo Bainha de Membrana vitrea Cilindricas Células da bainha radicular externa Poliédricas Camada de Henle Camada de Huxley Cutícula - Córtex do pero Córtex do pelo ANATOMIA 904 Hiponiquio Estrato mucoso Estrato córneo Leito da unha -Derme Estrato mu co s o Derme Dormeo Periósteo Eponiquio Cavidade medular Raiz da unha - Matriz da unha Tendão Fig. 14-6. Secção longitudinal mediana do dedo da mão de cadáver de adulto. A medula foi removida para mostrar as trabéculas ósseas. 5 X. Fig. 14-7. Seccão de couro cabeludo humano com cabelos cortados longitudinalmente. (De Rauber-Kopsch. Len buch u. Atlas d. Anatomie d. Menschen, 19.a edição, Vol. II, cortesia de Georg Thieme Verlag, Stuttgart, 1955.) Músculo eretor do pelo Epiderme Salda do pêlo deformado Corio 1 Corpo da glandula sudoripara Bainha radicular externa Bainha radicular interna Glandula seb áce a Músculo eretor do pelo Glandula sudoripara 3 Bainha de tecido conjuntivo Bulbo do pelo com papila *** Tecido su bcutáneo Fig. 14-4. Linhas de fenda (linhas de Langer) da pele. Tronco e extremidades. (Eller.) fície da pele com uma abertura afunilada que se apro funda obliquamente na pele, com direção retilínea ou Fig. 14-5. Linhas de fenda(linhas de Langer) da pele. Cabeça e pescoço. (Eller.) da parte do estrato germinativo situada abaixo da lúnula. Pêlos (pili) são encontrados em quase toda parte da superfície do corpo, mas acham-se ausentes nas palmas das mãos, plantas dos pés, superfície dorsal das falanges terminais, glande, superfície interna do prepúcio e superfície interna dos lábios. Variam muito em comprimento, espessura e cor nas diferentes par tes do corpo e nas várias raças humanas. Em algumas partes, como na pele das pálpebras, eles são tão curtos que não se projetam além dos folículos que os contêm; em outros, como no couro cabeludo, são considera velmente longos; já os de outras partes, como os cí lios, púbis, bigodes e barba, são notáveis pela espes-- sura. Cabelos lisos são mais fortes que os ondulados e apresentam em uma secção transversa um contorno circular ou oval; já os ondulados são achatados. Um pêlo consiste em raiz (a parte implantada na pele) e haste (a porção que se projeta da superfície). A raiz do pêlo (radix pili) termina em uma expan são, o bulbo do pêlo, que é mais esbranquiçado e de textura mais mole do que a haste e está alojado em um canaliculo da epiderme que o envolve, chamado foli culo do pêlo (v. Fig. 14-7). Quando o pêlo é de com primento considerável o folículo se estende até o te cido celular subcutâneo. O folículo começa na super ANATOMA ANATOMIA 902 Corpúsculo do tato (de Meissner) Ducto sudorifero --Estrato córneo - Estrato lúcido - Estrato granuloso Estrato basal - Camada papilar Camada reticular -- Ducto sudoritero Vasos sanguineos Tecido subcutaneo Tecido subcutaneo Novelo da glándula -- sudoripara Corpúsculos lamelares (de Pacini) Fig. 14-2. Secção da pele do pé humano cortado perpendicularmente a superfície. (De Rauber-Kopsch, Lehrbuch u. Atlas d. Anatomie d. Menschen, 19.2 edição, Vol. II, cortesia de Georg Thieme Verlag, Stuttgart, 1955.) Fig. 14-3. Papilas vascular e sensitiva na pele do pé humano. (De Rauber-Kopsch, Lehrbuch u. Atlas d. Ana tomie d. Menschen, 19.a edição, Vol. II, cortesia de Georg Thieme Verlag, Stuttgart, 1955.) Corpúsculo do tato (de Meissner) rente ao cório e exatamente moldada sobre sua super fície; a parte abaixo do corpo e da raiz da unha é chamada matriz da unha porque é esta que a produz. Abaixo de grande parte do corpo da unha a matriz é espessada, levantada em uma série de cristas longitu dinais que são muito vascularizadas, e sua cor é vista através do tecido transparente. Próximo à raiz da unha as papilas são menores, menos vascularizadas, e não ordenadas com regularidade, e aqui o tecido da unha não está firmemente aderido à camada de tecido conjuntivo, mas apenas em contato com ela; por isto esta porção da unha é esbranquiçada e chamada de nula devido à sua forma. Assim que passa na superfície dorsal dos dedos a epiderme adere à superfície da unha, um pouco adiante de sua raiz; na extremidade do dedo ela se prende à superfície inferior da unha; ambas as estrutu ras epidérmicas estão portanto diretamente em con tato entre si. A parte córnea superficial da unha e constituída por um estrato lúcido, enormemente es pessado, o estrato córneo, formando apenas uma ples e fina prega (eponíquio) que recobre a lunula; a parte mais profunda consiste no estrato mucos células em contato com a papila da matriz sao u res e dispostas perpendicularmente à superca las que as sucedem são arredondadas ou ponbus mais superficiais se alargam, se adelgaçame tam, aglutinando-se tão intimamente que seus se tornam bastante indistintos. As unhas ce comprimento por causa da proliferação das estrato germinativo de sua raiz, e em espessur Papila sensorial Papila vascular tada por uma porção chamada raiz em um sulco da pele: a porção exposta é denominada corpo e a extre. midade distal, borda liyre. A unha é firmemente ade das ou poligonais, as adelgaçam e se acha nte que seus limites nhas crescem em neração das células do em espessura à custa O TEGUMENTO 901 muito pequenos, marrom-escuro ou pretos, intima- mente agrupados dentro das células embora sem comprometer o núcleo. A principal finalidade da epiderme é a proteção. Como a superfície está sempre desgastada, novas cé lulas são fornecidas, e assim a verdadeira pele, os vasos e os nervos que ela contém são resguardados contra danos. A derme, cório, cutis verdadeira ou pele verda deira - é rija, flexível e elástica. Varia de espessura nas diferentes partes do corpo: assim, é bastante grossa na palma das mãos e planta dos pés, mais espessa na superfície dorsal do corpo que na ventral, e na parte lateral mais que na medial dos membros. Nas pálpebras, no escroto e no pênis é excessivamente fina e delicada. Ela consiste em um tecido conjuntivo com quan tidade variável de fibras elásticas e numerosos vasos sanguíneos e linfáticos, e nervos. O tecido conjuntivo se dispõe em duas camadas: uma profunda ou reticu lar e a outra superficial ou papilar (v. Fig. 14-2). Células musculares lisas são encontradas na derme e nas camadas subcutâneas do escroto, pênis, grandes lábios da vulva e mamilos. Na papila mamária as células musculares lisas estão dispostas em faixas circulares e feixes radiados, arranjados em lâminas sobrepostas. Nas porções da pele onde existem pêlos há distintos feixes de músculo liso chamados eretores dos pêlos, que se prendem nas camadas superficiais do cório e junto à base de cada folículo do pêlo. A camada papilar (stratum papillare; camada su perficial; corpo papilar do cório) consiste em numero sas eminências vasculares altamente sensitivas — as papilas -, que se elevam perpendicularmente de sua superfície. As papilas são pequeninas eminências, cônicas, de extremidades arredondadas ou dilatadas, ocasionalmente divididas em duas ou mais partes, que são recebidas em depressões correspondentes da su perfície inferior da epiderme. Na superfície geral do corpo, sobretudo nas partes dotadas de leve sensibili dade, as papilas são pouco numerosas e extrema mente diminutas; entretanto, em alguns lugares, como nas superfícies palmares das mãos e dos dedos e nas superfícies plantares dos pés e respectivos dedos, elas são longas, de grande tamanho, intimamente agrega das e dispostas em linhas curvas paralelas formando cristas elevadas visíveis na superfície livre da epi derme. Cada crista encerra duas séries de papilas por entre as quais passam os ductos das glândulas sudori paras, para se abrirem no vértice da crista. Cada pa pila consiste em delicados feixes de tecido fibrilar intimamente entrelaçados e com poucas fibras elásti cas; no interior deste tecido há uma alça capilar, e em algumas papilas, especialmente nas palmas das mãos e nos dedos, existem corpúsculos tácteis (v. Fig. 14-3). A camada reticular (stratum reticulare;camada profunda) consiste de tecido conjuntivo fibroelástico, composto sobretudo de feixes colágenos, embora contenha número variável de fibras amarelas elásticas em diferentes partes do corpo. As celuias usada mada são principalmente fibroblastos e histiocitos, mas podem ser encontrados outros tipos de células. Perto da camada papilar os feixes colágenos são pe quenos e compactamente arranjados; nas camadas mais profundas são grandes e grosseiros e entre suas malhas encontram-se glândulas sudoríparas, sebá ceas, folículos do pêlo e pequenos acúmulos de célu las. A superfície profunda da camada reticular une-se com o tecido adiposo da fáscia subcutânea (tela sub cutânea). Linhas de clivagem da pele (linhas de Langer). Se um ferimento penetrante é feito com instrumento cô nico aguçado ele não deixa um orifício redondo na pele-como se poderia esperar-, mas uma fenda, tal como se obteria de uma lâmina achatada. Mapas das direções destas fendas de ferimentos por puncturas em todas as partes do corpo foram feitos de material de salas de dissecção (v. Figs. 14-4 e 14-5). Estes mapas indicam que há linhas definidas de tensão ou linhas de clivagem na pele, características para cada parte do corpo. Nos cortes microscópicos paralelos a estas linhas muitos feixes de fibras colágenas da ca mada reticular são seccionados longitudinalmente, enquanto em secções perpendiculares a estas fendas os feixes são atingidos no sentido transversal. As linhas de clivagem correspondem intimamente às li nhas das rugas da superfície da pele em muitas partes do corpo. O modelo das linhas de clivagem, de acordo com Cox (1941), varia com a configuração corporal, embora seja constante em indivíduos de constituição semelhante, independentemente da idade. Há no en tanto áreas limitadas do corpo em que a orientação dos feixes é irregular e confusa. As linhas de clivagem são de particular interesse para o cirurgião porque uma incisão paralela às linhas deixa uma cicatriz fina e linear, enquanto que uma incisão transversal às li nhas, devido às irregularidades, termina em uma cica triz de má aparência. As artérias de suplência da pele formam uma rede no tecido subcutâneo cujos ramos suprem as glândulas sudori paras, os folículos do pêlo e a gordura. Outros ramos unem se em plexo imediatamente abaixo da derme; deste plexo partem delgados capilares para o interior das papilas, for mando nas menores uma simples alça capilar, mas nas gran des um vaso mais ou menos contorcido. Os vasos linfáticos da pele formam dois plexos (superficial e profundo) que se comunicam entre si e com os do tecido subcutâneo por ramos obliquos. Os nervos da pele terminam parte, na epiderme e parte no cório e seus diferentes modos de terminação foram descri tos anteriormente. ME OS ANEXOS DA PELE Os anexos da pele são as unhas, os pêlos, e as glândulas sudoríparas e sebáceas com seus respectivos ductos. As unhas (ungues) (v. Fig. 14-6) são estruturas achatadas, elásticas, de textura córnea, aplicadas sobre a superfície dorsal das falanges terminais dos dedos da mão e do pé. Cada unha é convexa na sua superficie externa e côncava na interna, e está implan UUEK ANATOMIA 900 microscópicas essas desmosomas. Em preparações microscópi fibrilas podem ser visíveis, e como são associada com os desmosomas dão a impressão de fibril sando por entre as células, sendo chamadas tono de fibrilas pas. hamadas tonofibri. prolongamentos tubulares desta camada se continuam para os ductos das glândulas sudoríparas e sebáceas. O epitélio escamoso estratificado da epiderme compõe-se de várias camadas denominadas de acordo com diversas categorias, tais como o aspecto das célu las, textura, composição e posição. Começando com as camadas mais profundas, são elas estrato basal, 16) estrato espinhoso, Xe) estrato granuloso.(d) estrato lúcido, e (e) estrato córneo. (a) O estrato basal — o mais profundo - por ser formado por células colunares ou cilindricas recebe ainda o nome de camada cilíndrica. As extremidades das células em contato com a membrana basal apre sentam prolongamentos protoplasmáticos dentifor mes que se ajustam em depressões da membrana e parecem ancorar as células da derme subjacente. As células deste estrato, dividindo-se por mitose, suprem com novas células a continua perda da camada super ficial. Este estrato foi por isso apropriadamente de nominado estrato germinativo, (b) O estrato espinhoso compõe-se de várias ca madas de células poligonais, dependendo do número de camadas da área do corpo de onde foi retirada a pele. Como resultado de leves encolhimentos causa dos por processos técnicos, estas células, em prepa rações histológicas comuns, parecem ter pontes cito plasmáticas que as unem entre si. Quando traciona das, tem-se a impressão de que pequenos espinhos surgiram em suas superfícies, o que lhes confere o nome de células espinhosas. Estudos ao microscópio eletrônico mostram que cada célula é aderente à vi zinha em determinados pontos chamados desmoso mas, que se assemelham a espinhos por causa da retração. Estudos eletromicroscópicos têm mostrado ainda que o citoplasma destas células contém delica das fibrilas, algumas das quais orientadas para os las. (c) O estrato granuloso é formado por duas ou três fileiras de células achatadas, paralelas à superfi cie. Estas células contêm grandes e inúmeros grânulo que se coram muito bem pela hematoxilina. São postos de querato-hialina, substância que é aparent mente transformada em queratina nas camadas mais superficiais. (d) O estrato lúcido apresenta-se como uma faixa homogênea e translúcida muito mais fina do que os estratos situados aos seus lados. As células contêm gotículas de eleidina e seus núcleos e limites celulares não são visíveis. (e) O estrato córneo é composto de lâminas es camosas ou escamas fundidas que constituem a ca mada córnea externa. Estas lâminas são as remanes centes das células e contêm uma proteina fibrosa, a queratina. A lâmina mais superficial separa-se ou “descama-se". A espessura desta camada está corre lacionada aos traumas a que a área está submetida, sendo muito espessa na palma das mãos e planta dos pés, mas fina em áreas protegidas. A cor preta na pele do negro e a cor morena entre os da raça branca são devidas à presença de pigmento nas células da epiderme. Este pigmento é mais distinto nas células da camada basal, e semelhante ao das células da camada pigmentada da retina. A medida que as células se aproximam da superfície e se desse. cam a cor é parcialmente perdida; a desaparição do pigmento das camadas superficiais da epiderme é, no entanto, de difícil explicação. O pigmento (melanina) consiste em grânulos Fig. 14-1. Secção do couro cabeludo de cadáver adulto. 5x. Haste do pelo Glándula sebácea Músculo eretor do pélo RICT Epiderme Camada córnea Camada basal (estrato germinativo) Derme - Glandulasudoripara Vaso sanguineo Bulbo do pelo Raiz do pelo Papila do pelo ) Tecido adiposo subcutáneo Periósteo do cranio Galea aponeurotica O TEGUMENTO IMIT FOY. DISLIOTECA 14 O tegumento ou pelecobre a superfície do corpo protegendo-o das influências ambientais danosas. Protege os tecidos mais profundos contra danos, des secação e invasão de organismos estranhos; contém asterminações sensitivas periféricas de muitos nervos sensitivos, tem parte importante na regulação da tem peratura corpórea e também poderes, ainda que limi tados, tanto excretores como absorventes. A pele consiste principalmente em uma camada de tecido conjuntivo denso denominadacdermexcorium, cutis vera) e em uma cobertura epitelial externa chamada epiderme ou cutícula. Na superfície da primeira ca mada estão as papilas sensitivas e vasculares; no seu interior ou abaixo dela estão outros órgãos com fun ções especiais, a saber, as glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas e folículos pilosos. Desenvolvimento. A epiderme e seus anexos, consistindo em pêlos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas desenvolvem-se do ectoderma, en quanto o cório ou pele verdadeira é de origem meso dérmica. Por volta da quinta semana a epiderme con siste de duas camadas de células, a mais profunda correspondendo à rede mucosa. A gordura subcutâ nea aparece pelo quarto mês, e as papilas da pele verdadeira, por volta do sexto. Durante a vida fetal há uma considerável descamação na epiderme e esta epi derme descamada, misturada com secreção sebácea, constitui o verniz caseoso, que unta a pele durante os três últimos meses d a vida fetal. As unhas formam-se no terceiro mês, e no sexto começam a se salientar da epiderme. Os pêlos surgem entre o ferceideo-quarto mês em forma de sólidos brotos, descendentes da camada mais profunda da epiderme, cujas extremida des crescentes tornam-se invertidas por projeções pa pilares do cório. As células centrais dos brotos descendentes solt dos passam por alteracões para formar o pêlo, en quanto as células periféricas são conservadas para rmar as células de revestimento do folículo piloso. Nas proximidades do quinto mês os pêlos fetais (lanu sem) aparecem primeiro na cabeça e depois em outras partes, caindo após o nascimento para darem lugar aos pêlos permanentes. As estruturas celulares das glândulas sudoríparas e sebáceas provêm do ectoderma, enquanto o tecido conjuntivo e os vasos sanguíneos derivam do meso derma. Aus glândulas sudoríparas estão de todo for madas por ocasião do nascimento, começando a se desenvolver no início do quarto mês. Estrutura. A epiderme ou cutícula não é vascula rizada, consiste de epitélio estratificado, amolda-se perfeitamente sobre a camada papilar da derme, e varia de espessura em diferentes partes. Em alguns lugares, como a palma das mãos e a planta dos pés, ela é espessa, dura e de textura córnea. A camada mais superficial de células, chamada camada córnea (stra tum corneum), pode ser separada por maceração, de um estrato mais profundo, denominado estrato mu coso, que é formado por diversas camadas e células de diferentes formas. A superfície livre da epiderme está marcada por uma rede de sulcos lineares de tamanhos variáveis dividindo a superfície em áreas poligonais e losângicas. Alguns desses sulcos são grandes, como os que ficam defronte das flexuras das articulações, e correspondem a pregas da derme. Em outras regiões, como no dorso da mão, são excessivamente finos e se entrecruzam em vários ângulos. Na superfície palmar das mãos e dos dedos e na planta dos pés as cristas epidérmicas são bastante distintas e dispostas em cur vas; elas dependem do grande tamanho e peculiar disposição das papilas sobre as quais a epiderme está colocada. Estas cristas aumentam o atrito entre a superficie de contato para impedir escorregamento na marcha.qu..na preensão. A direção das cristas e em ângulo reto em relação à força que tende a produzir deslizamento ou à resultante de tais forças se elas variam de direção. Em cada indivíduo as linhas das pontas dos dedos e do polegar formam distintos pa drões, diferentes dos de qualquer outra pessoa. Um método de se determinar a identidade de uma pessoa é baseado neste fato, tomando-se impressões (impres sões digitais) dessas linhas. A superfície profunda da epiderme está exatamente amoldada sobre a camada papilar da derme, sendo a papila revestida pela mem brana basal. Se a epiderme for destacada por macera ção e invertida, apresentará na superfície inferior nu merosas depressões correspondentes às papilas e cris tas correspondentes ao intervalo entre elas. Finos
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