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* * * * Enfoque sob a perspectiva da ciência política. Objetivo: compreender o Estado de Direito, sua estrutura, mecanismos, formas, fases e crises. Surge como uma ruptura de paradigma da sociedade medieval, sendo uma estrutura nova, com dilemas novos. * * Nosso estudo concentra-se no Estado moderno, mas vale mencionar algumas formas pré-modernas: i) Estado oriental e teocrático: são as antigas civilizações, sem divisão entre moral, religião, política e Filosofia, a legitimação do Estado está na divindade. ii) Polis grega: na verdade apenas uma pequena parcela da elite tinha poder de expressão. iii) civitas Romano: tinha por base a organização familiar, não havia ideia de Estado nacional, e a base da economia estava na escravidão. * * Três elementos: i) cristianismo que trás a ideia de universalidade. ii) invasões bárbaras que forçaram a unidade entre os povos de diferentes regiões iii) feudalismo: organização caracterizada pela administração patrimonial; Economia baseada na agricultura, e choque entre poder religioso e temporal No período final o poder divide-se em quem tem dinheiro e quem já nasceu com ele. * * * * Este modelo parte da ideia de homem enquanto ser racional e que por isso cria condições para o surgimento do Estado. O Estado é uma criação artificial advinda do acordo expresso entre os homens Surgem a partir do século XVI e XVII, trazem três elementos : i) Estado de Natureza. ii) Contrato. iii) Estado civil Principais teóricos: Hobbes, Locke e Rousseau. * * Acordo hipotético e lógico negativo, acordo pré-político e social Hobbes: guerra de todos contra todos, “homem é o lobo do homem”. Locke, fundador do liberalismo, estado de paz relativa, no qual individuo tem razão e bens, mas há insegurança. Rousseau: estado histórico de felicidade e satisfação do homem. * * Fundamenta a soberania do Estado. Hobbes: contrato firmado entre indivíduos em favor de um terceiro, objetivo é preservar a vida. Leviatã. Locke: o direito de natureza é o parâmetro do contrato social. * * Hobbes: poder ilimitado e sem freios, indivíduos abrem mão de tudo em pró do soberano. Locke: direito são pré-sociais e limitam o poder do soberano, existe o direito de resistência no caso de abuso do soberano. Rousseau: no estado de natureza está a origem da desigualdade, com o surgimento da propriedade privada. Princípio que fundamenta a soberania é a vontade comum. Indivíduo obedece a consciência pública, por isso pode ser forçado a ser livre. Fundamenta a república, democracia e ditadura. * * Deficiências do feudalismo acarretam no Estado moderno Por que moderno? Inovação passagem do poder nas mãos de particulares para o Estado centralizado. Divisão entre esfera pública e privada, sociedade civil e sociedade política. Estrutura necessária ao capitalismo, poder acima da sociedade. * * Primeira forma, possui a concentração do poder nas mãos da monarquia. Vigora a dominação carismática. Luis XIV * * Base teórica: Marx e Engels. Estado é uma superestrutura do capitalismo que serve para oprimir as classes exploradas, sendo necessária a sua extinção. É um produto da sociedade que chega a questões e antagonismos irreconciliáveis. Solução é a sua extinção. Problema: queda do muro de Berlim em 1989, muito embora a união entre teoria e prática necessite ser revista constantemente. * * Trunfo da burguesia em 1789 com a Revolução Francesa. Burguesia quer poder político, com um Estado fundado em um poder lógico-racional. Contratualismo: mediante a constituição Enaltece o indivíduo e põe freio ao poder soberano Liberalismo possui vários significados, principal ideia é de limite ao poder estatal * * Liberalismo é a ideia de anti-Estado, muito embora o Estado nunca tenha sido ausente Idéia de liberdades negativas Estado mínimo Transformação do modelo liberal chega ao Estado social. Conquistas do liberalismo: fim da escravidão, liberdade religiosa e de expressão, propriedade privada e livre comércio. O direito a voto aumenta a reivindicação das pessoas, assim não basta mais o Estado ter um papel negativo. * * Intervenção estatal sempre existiu, no Estado liberal a atuação estatal é inimiga do indivíduo. Nesta fase intervencionismo, motivos: técnica científica, centro urbanos, proletariado. Liberalismo cria problemas que não consegue resolver. Eventos marcantes: Revolução industrial; 1 guerra Mundial; Crise 1929, monopólios, conflitos entre liberdades sociais e individuais. Influência de Keynes. * * Idéia é flexibilizar o liberalismo e financiar e repartir gastos. Vantagens: manutenção do liberalismo, divisão de custos, benefício da concessão. Marca a decadência do regime liberal, Dirigismo do poder estatal Planificação: período de análise da economia global Ações se dão também de forma indireta: legislativa, judicial, infra-estrutura. Ordem política, luta de direitos individuais, sociais. Mudança da sociedade agrária para industrial. Estado mínimo passa a ser social. Bobbio: socialismo liberal, nova concepção do indivíduo e de justiça social. * * Estado necessita do direito para exercer seu poder de mando. Não é Estado legal ou de polícia: lei é limite e condição para a atividade administrativa. Conteúdos que aproximam vários Estados. Critica: fetichismo da lei: simples formalização é capaz de realização. Não busca apenas limitar poder Estatal, mas fundamenta liberdades públicas e democráticas, e por isso, passa por várias formas sem necessariamente haver ruptura. * * Função principal é estabelecer e manter o direito. Surge a divisão de poderes, princípio da legalidade, submissão estatal a lei. Caractéristicas: i) separação entre Estado e sociedade civil ii) garantia das liberdades individuais. iii) surgimento da democracia, representação, sufrágio universal, referendum, plebiscito. D) papel reduzido do Estado Papel reduzido do Estado: coerção a certas atitudes. * * Decorre do desenvolvimento do modelo liberal. Inclui não só limites, mas ações do Estado: positivo. Objetivo é corrigir alguns efeitos do liberalismo Lei enquanto norma geral e abstrata, da lugar a lei com conteúdo mais específico, busca o bem estar social * * Conteúdo próprio, garantias legais e preocupação social querendo a mudança do “status quo”. Princípios: constitucionalismo, organização democrática da sociedade, direitos fundamentais; justiça social, igualdade material, divisão de poderes e funções, segurança jurídica. Possui conteúdo utópico de mudança da realidade. Antíteses da economia e sociedade “aparecem” e desaparecem na Constituição. Estado de Direito: liberal, social e democrático. Estado liberal: garantia de liberdades individuais, Estado social garantia de liberdades sociais, Estado democrático realização de tais liberdades. Art. 3 da CF/88 parte do pressuposto que não tivemos um Estado intervencionista. Critica: garantirem direitos servem para legitimar a opressão, e mitificação da democracia. * * Quais são os limites e vínculos da realidade com a Constituição. Possui vínculo com o governo? Fortes criticas a Constituição dirigente. Núcleo básico conquistas de direitos fundamentais, e sua realização. Mais especificidades regionais de cada Estado. * * Intervencionismo na America Latina foi diferente. Motivos: colonização, democratização tardia, autoritarismo. Intervencionismo confunde-se com autoritarismo Ao invés de diminuir diferenças sociais aumentou. Cunho salvacionista, serviu para acumular mais riquezas a certas elites. Dilema: mundo globalizado, Estado não pode ser fraco, excluídos nunca tão excluídos e incluídos nunca tão incluídos, (Bobbio). Brasil modernidade arcaica: industria capital concentrado, agricultura eficiente, transporte urbano desenvolvido, mas ineficiente para a população, Belíndia. Modernização realizou-se independentemente do bem estar coletivo, imenso poder econômico sem qualidade de vida. Apartheid social * * Boff divide a sociedade brasileira em dois grupos : sobreintegrado e subintegrado. Tributação de grandes fortunas: Japão 44,09%, Brasil 9% Necessidade de mudança: jeitinho, acordos. Delinquente brasileiro: favelado, enquanto morte no transito é maior. Sociedade dividida entre: carentes e privilegiados. * * Dificuldade de conceituá-la. Democracia é uma constante invenção, longe de ser uma conservação de direitos, é a criação de novos direitos. Traços que a distingue: único regime que considera o conflito como legítimo; É aberta ao tempo, passível de transformações, America Latina democracia “embrionária”. * * Democracia liberal estaria perto do fim? Sim, se compreendermos como modelo liberal capitalista, forte predomina sobre o fraco. Não, se entendermos como liberdade para todos desenvolverem plenamente suas capacidades. Macpherson: diminuição gradual dos ideais capitalistas e ascensão do direito a igual desenvolvimento. Para tanto: Mudança de consciência do povo e diminuição da desigualdade social. Circulo vicioso: desigualdade social e participação democrática. * * Bobbio: democracia é um conjunto de regras fundamentais para tomada de decisões coletivas. Não existe democracia sem um mínimo de dignidade humana. * * Democracia não é algo linear, podendo ser até contraditória. Interesses de grupos contrários Poder não mais concentrado, difuso, sai de cena uma elite e entra em conflito grupos Falta de representação política e falta liberdade de atuação. * * Poder difuso Soluções de problemas: técnica x democracia. Alargamento da participação: aumento de demandas. Respostas burocráticas, o que leva a frustração da população. * * Tendências na America Latina: Instalação de um governo democraticamente eleito, mais demorado que fim de regimes autoritários. Novas democracias podem regredir para autoritarismos. Ideia de quem ganha a eleição presidencial pode governar como for conveniente, sem compromisso. Prestação de contas desnecessária. * * Criação do artifício da eleição em dois turnos. Cunho individualista, não se vota no partido, mas no candidato. Presidente: salvador. Congresso Nacional: apático, marginalizado. Consequência: a) crise entre as instituições; b) quando Presidente precisa de apoio do Congresso, este está ressentido; c) descrédito dos partidos perante o povo. Collor, FHC, Lula. Problema da representatividade, reformas feita por grupos dando a impressão de participação popular. * * Democracia possui um ambiente estéril e dogmatizado. Pessoas são adestradas. Dificuldades em compreender a democracia: Vir-a-ser democrático, lógica capitalista Democracia torna-se um conjunto de regras: voto, sufrágio, tripartição de poderes. Instituições e direitos humanos são adestrados. Conflitos domesticados, “paz social” Individuo “crê participar”, mas sente-se perdido. Regras: estabilidade. “normas do jogo” devem ser constantemente reiventadas. * * Democracia e cidadania ultrapassa os conteúdos políticos e sociais Geração de novos direitos Espaço internacional. Direito comunitário Autoridades subestatais e transnacionais: ONU, multinacionais. Conceito de soberania deve ser revisto. * * Forma contemporânea Poder total: Dogmatismo de ideais do mundo Identificação do partido com a coletividade. Imposição do Estado pelo recurso da força política e terror. Hannah Arendt: o totalitarismo penetra e acaba com todos os círculos da vida cotidiana, transformando a personalidade humana em simples coisa. Totalitarismo aniquila toda linha entre poder e sociedade, público e privado, por isso, é total. * * Necessário repensar o Estado: conceito de soberania e direitos humanos, crise conceitual Welfare State, crise estrutural Crise constitucional e da tripartição dos poderes, crise institucional. * * Refere-se ao conceito de soberania que sofre inúmeras transformações desde o sec. XVI. Poder soberano e absoluto do Rei, Revolução: poder do povo Poder soberano: uno, indivisível, inalienável e imprescritível. Problema surge quando Estado começam a se relacionar um com o outro. Soberania no mínimo questionável: dispersão em vários locais de decisões. Plano internacional: NAFTA, Mercosul, deslocamento de questões alfandegárias, acordos militares, econômicos plano interno organizações sociais, ONG’s, movimentos sindicais. O próprio vinculo do Estado a promoção social é contradição com o conceito de soberania. * * Perda do caráter soberano e absoluto, evidente com: Pluralismo político-social Centros de poder político, econômico, cultural Atribuição de direitos aos indivíduos no plano internacional. * * Conteúdo passa por transformações. Não são um conjunto de regras, não decorre da natureza humana, mas sim da história. Primeira geração: direitos de liberdade, direitos negativos Segunda geração: direitos sociais, econômicos, direitos positivos. Terceira geração: universalização do indivíduo, solidariedade, interesses difusos. Importância é protegê-los. * * Crise do Welfare State, intervencionismo Beneficio de classes sociais e burgueses. Democratização das relações e aumento de demandas. Fim do caráter de caridade para prestações dos direitos fundamentais a cidadania. Influência da revolução mexicana, Republica de Weimar. Diferentes expressões, ponto comum intervencionismo. * * Inúmeros opositores, mas principal problema foi financeiro. Políticas econômicas dos anos 1980: Reagan e M. Thatcher. Descompasso entre receita e despesa, aprofundado pela crises de 1970. Soluções: aumento fiscal e diminuição de gastos. Enfraquecimento dos direitos sociais. Projeto neoliberal: resposta a luta de classes, resposta autoritária: Consenso de Washington Cortes sociais e venda do patrimônio público. Consenso democrático da lugar ao viver comunitário, benefícios e prejuízos compartilhados. * * Democracia não sai ilesa neste contexto Questões políticas resolvidas de forma técnica. Debate democrático serve de fantoche. Falta de comprometimento dos representantes. Mercado “volátil” e seu interesse vincula os governos. Construção de novos modelos de participação num contexto que o espaço público é reduzido. Novas formas de participação. Necessidade de insistir da fundamentação dos direitos humanos. * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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