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O Estado: Estrutura, Formas e Crises

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Enfoque sob a perspectiva da ciência política. 
Objetivo: compreender o Estado de Direito, sua estrutura, mecanismos, formas, fases e crises.
Surge como uma ruptura de paradigma da sociedade medieval, sendo uma estrutura nova, com dilemas novos.
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Nosso estudo concentra-se no Estado moderno, mas vale mencionar algumas formas pré-modernas:
i) Estado oriental e teocrático: são as antigas civilizações, sem divisão entre moral, religião, política e Filosofia, a legitimação do Estado está na divindade.
ii) Polis grega: na verdade apenas uma pequena parcela da elite tinha poder de expressão.
iii) civitas Romano: tinha por base a organização familiar, não havia ideia de Estado nacional, e a base da economia estava na escravidão.
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Três elementos:
i) cristianismo que trás a ideia de universalidade.
ii) invasões bárbaras que forçaram a unidade entre os povos de diferentes regiões
iii) feudalismo: organização caracterizada pela administração patrimonial;
Economia baseada na agricultura, e choque entre poder religioso e temporal
No período final o poder divide-se em quem tem dinheiro e quem já nasceu com ele.
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Este modelo parte da ideia de homem enquanto ser racional e que por isso cria condições para o surgimento do Estado.
O Estado é uma criação artificial advinda do acordo expresso entre os homens
Surgem a partir do século XVI e XVII, trazem três elementos :
i) Estado de Natureza.
ii) Contrato.
iii) Estado civil
Principais teóricos: Hobbes, Locke e Rousseau.
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Acordo hipotético e lógico negativo, acordo pré-político e social
Hobbes: guerra de todos contra todos, “homem é o lobo do homem”.
Locke, fundador do liberalismo, estado de paz relativa, no qual individuo tem razão e bens, mas há insegurança.
Rousseau: estado histórico de felicidade e satisfação do homem.
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Fundamenta a soberania do Estado.
Hobbes: contrato firmado entre indivíduos em favor de um terceiro, objetivo é preservar a vida. Leviatã.
Locke: o direito de natureza é o parâmetro do contrato social.
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Hobbes: poder ilimitado e sem freios, indivíduos abrem mão de tudo em pró do soberano.
Locke: direito são pré-sociais e limitam o poder do soberano, existe o direito de resistência no caso de abuso do soberano.
Rousseau: no estado de natureza está a origem da desigualdade, com o surgimento da propriedade privada. 
Princípio que fundamenta a soberania é a vontade comum. Indivíduo obedece a consciência pública, por isso pode ser forçado a ser livre.
Fundamenta a república, democracia e ditadura.
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Deficiências do feudalismo acarretam no Estado moderno
Por que moderno?
Inovação passagem do poder nas mãos de particulares para o Estado centralizado.
Divisão entre esfera pública e privada, sociedade civil e sociedade política.
Estrutura necessária ao capitalismo, poder acima da sociedade.
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Primeira forma, possui a concentração do poder nas mãos da monarquia.
Vigora a dominação carismática.
Luis XIV
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Base teórica: Marx e Engels.
Estado é uma superestrutura do capitalismo que serve para oprimir as classes exploradas, sendo necessária a sua extinção.
É um produto da sociedade que chega a questões e antagonismos irreconciliáveis.
Solução é a sua extinção.
Problema: queda do muro de Berlim em 1989, muito embora a união entre teoria e prática necessite ser revista constantemente.
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Trunfo da burguesia em 1789 com a Revolução Francesa.
Burguesia quer poder político, com um Estado fundado em um poder lógico-racional.
Contratualismo: mediante a constituição
Enaltece o indivíduo e põe freio ao poder soberano
Liberalismo possui vários significados, principal ideia é de limite ao poder estatal
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Liberalismo é a ideia de anti-Estado, muito embora o Estado nunca tenha sido ausente
Idéia de liberdades negativas
Estado mínimo
Transformação do modelo liberal chega ao Estado social.
Conquistas do liberalismo: fim da escravidão, liberdade religiosa e de expressão, propriedade privada e livre comércio.
O direito a voto aumenta a reivindicação das pessoas, assim não basta mais o Estado ter um papel negativo.
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Intervenção estatal sempre existiu, no Estado liberal a atuação estatal é inimiga do indivíduo.
Nesta fase intervencionismo, motivos: técnica científica, centro urbanos, proletariado. Liberalismo cria problemas que não consegue resolver.
Eventos marcantes: Revolução industrial; 1 guerra Mundial; Crise 1929, monopólios, conflitos entre liberdades sociais e individuais.
Influência de Keynes.
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Idéia é flexibilizar o liberalismo e financiar e repartir gastos.
Vantagens: manutenção do liberalismo, divisão de custos, benefício da concessão.
Marca a decadência do regime liberal,
Dirigismo do poder estatal
Planificação: período de análise da economia global
Ações se dão também de forma indireta: legislativa, judicial, infra-estrutura.
Ordem política, luta de direitos individuais, sociais.
Mudança da sociedade agrária para industrial.
Estado mínimo passa a ser social.
Bobbio: socialismo liberal, nova concepção do indivíduo e de justiça social.
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Estado necessita do direito para exercer seu poder de mando.
Não é Estado legal ou de polícia: lei é limite e condição para a atividade administrativa.
Conteúdos que aproximam vários Estados.
Critica: fetichismo da lei: simples formalização é capaz de realização.
Não busca apenas limitar poder Estatal, mas fundamenta liberdades públicas e democráticas, e por isso, passa por várias formas sem necessariamente haver ruptura.
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Função principal é estabelecer e manter o direito.
Surge a divisão de poderes, princípio da legalidade, submissão estatal a lei.
Caractéristicas:
i) separação entre Estado e sociedade civil
ii) garantia das liberdades individuais.
iii) surgimento da democracia, representação, sufrágio universal, referendum, plebiscito.
D) papel reduzido do Estado
Papel reduzido do Estado: coerção a certas atitudes.
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Decorre do desenvolvimento do modelo liberal.
Inclui não só limites, mas ações do Estado: positivo.
Objetivo é corrigir alguns efeitos do liberalismo
Lei enquanto norma geral e abstrata, da lugar a lei com conteúdo mais específico, busca o bem estar social
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Conteúdo próprio, garantias legais e preocupação social querendo a mudança do “status quo”.
Princípios: constitucionalismo, organização democrática da sociedade, direitos fundamentais; justiça social, igualdade material, divisão de poderes e funções, segurança jurídica.
Possui conteúdo utópico de mudança da realidade.
Antíteses da economia e sociedade “aparecem” e desaparecem na Constituição.
Estado de Direito: liberal, social e democrático.
Estado liberal: garantia de liberdades individuais, Estado social garantia de liberdades sociais, Estado democrático realização de tais liberdades.
Art. 3 da CF/88 parte do pressuposto que não tivemos um Estado intervencionista.
Critica: garantirem direitos servem para legitimar a opressão, e mitificação da democracia.
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Quais são os limites e vínculos da realidade com a Constituição.
Possui vínculo com o governo?
Fortes criticas a Constituição dirigente.
Núcleo básico conquistas de direitos fundamentais, e sua realização.
Mais especificidades regionais de cada Estado.
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Intervencionismo na America Latina foi diferente.
Motivos: colonização, democratização tardia, autoritarismo.
Intervencionismo confunde-se com autoritarismo
Ao invés de diminuir diferenças sociais aumentou.
Cunho salvacionista, serviu para acumular mais riquezas a certas elites.
Dilema: mundo globalizado, Estado não pode ser fraco, excluídos nunca tão excluídos e incluídos nunca tão incluídos, (Bobbio).
Brasil modernidade arcaica: industria capital concentrado, agricultura eficiente, transporte urbano desenvolvido, mas ineficiente para a população, Belíndia.
Modernização realizou-se independentemente do
bem estar coletivo, imenso poder econômico sem qualidade de vida.
Apartheid social
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Boff divide a sociedade brasileira em dois grupos : sobreintegrado e subintegrado.
Tributação de grandes fortunas: Japão 44,09%, Brasil 9%
Necessidade de mudança: jeitinho, acordos.
Delinquente brasileiro: favelado, enquanto morte no transito é maior.
Sociedade dividida entre: carentes e privilegiados.
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Dificuldade de conceituá-la.
Democracia é uma constante invenção, longe de ser uma conservação de direitos, é a criação de novos direitos.
Traços que a distingue: único regime que considera o conflito como legítimo;
É aberta ao tempo, passível de transformações, America Latina democracia “embrionária”.
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Democracia liberal estaria perto do fim?
Sim, se compreendermos como modelo liberal capitalista, forte predomina sobre o fraco.
Não, se entendermos como liberdade para todos desenvolverem plenamente suas capacidades.
Macpherson: diminuição gradual dos ideais capitalistas e ascensão do direito a igual desenvolvimento. Para tanto:
Mudança de consciência do povo e diminuição da desigualdade social.
Circulo vicioso: desigualdade social e participação democrática.
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Bobbio: democracia é um conjunto de regras fundamentais para tomada de decisões coletivas.
Não existe democracia sem um mínimo de dignidade humana.
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Democracia não é algo linear, podendo ser até contraditória.
Interesses de grupos contrários
Poder não mais concentrado, difuso, sai de cena uma elite e entra em conflito grupos
Falta de representação política e falta liberdade de atuação.
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Poder difuso
Soluções de problemas: técnica x democracia.
Alargamento da participação: aumento de demandas.
Respostas burocráticas, o que leva a frustração da população.
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Tendências na America Latina:
Instalação de um governo democraticamente eleito, mais demorado que fim de regimes autoritários.
Novas democracias podem regredir para autoritarismos.
Ideia de quem ganha a eleição presidencial pode governar como for conveniente, sem compromisso. 
Prestação de contas desnecessária.
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Criação do artifício da eleição em dois turnos.
Cunho individualista, não se vota no partido, mas no candidato.
Presidente: salvador.
Congresso Nacional: apático, marginalizado.
Consequência: a) crise entre as instituições; b) quando Presidente precisa de apoio do Congresso, este está ressentido; c) descrédito dos partidos perante o povo.
Collor, FHC, Lula.
Problema da representatividade, reformas feita por grupos dando a impressão de participação popular.
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Democracia possui um ambiente estéril e dogmatizado.
Pessoas são adestradas.
Dificuldades em compreender a democracia: Vir-a-ser democrático, lógica capitalista
Democracia torna-se um conjunto de regras: voto, sufrágio, tripartição de poderes.
Instituições e direitos humanos são adestrados.
Conflitos domesticados, “paz social”
Individuo “crê participar”, mas sente-se perdido.
Regras: estabilidade.
“normas do jogo” devem ser constantemente reiventadas.
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Democracia e cidadania ultrapassa os conteúdos políticos e sociais
Geração de novos direitos
Espaço internacional.
Direito comunitário
Autoridades subestatais e transnacionais: ONU, multinacionais.
Conceito de soberania deve ser revisto.
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Forma contemporânea
Poder total:
Dogmatismo de ideais do mundo
Identificação do partido com a coletividade.
Imposição do Estado pelo recurso da força política e terror.
Hannah Arendt: o totalitarismo penetra e acaba com todos os círculos da vida cotidiana, transformando a personalidade humana em simples coisa.
Totalitarismo aniquila toda linha entre poder e sociedade, público e privado, por isso, é total.
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Necessário repensar o Estado: conceito de soberania e direitos humanos, crise conceitual
Welfare State, crise estrutural
Crise constitucional e da tripartição dos poderes, crise institucional.
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Refere-se ao conceito de soberania que sofre inúmeras transformações desde o sec. XVI.
Poder soberano e absoluto do Rei,
Revolução: poder do povo
Poder soberano: uno, indivisível, inalienável e imprescritível.
Problema surge quando Estado começam a se relacionar um com o outro.
Soberania no mínimo questionável: dispersão em vários locais de decisões.
Plano internacional: NAFTA, Mercosul, deslocamento de questões alfandegárias, acordos militares, econômicos
plano interno organizações sociais, ONG’s, movimentos sindicais.
O próprio vinculo do Estado a promoção social é contradição com o conceito de soberania.
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Perda do caráter soberano e absoluto, evidente com: 
Pluralismo político-social
Centros de poder político, econômico, cultural
Atribuição de direitos aos indivíduos no plano internacional.
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Conteúdo passa por transformações.
Não são um conjunto de regras, não decorre da natureza humana, mas sim da história.
Primeira geração: direitos de liberdade, direitos negativos
Segunda geração: direitos sociais, econômicos, direitos positivos.
Terceira geração: universalização do indivíduo, solidariedade, interesses difusos.
Importância é protegê-los.
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Crise do Welfare State, intervencionismo
Beneficio de classes sociais e burgueses.
Democratização das relações e aumento de demandas.
Fim do caráter de caridade para prestações dos direitos fundamentais a cidadania.
Influência da revolução mexicana, Republica de Weimar.
Diferentes expressões, ponto comum intervencionismo.
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Inúmeros opositores, mas principal problema foi financeiro.
Políticas econômicas dos anos 1980: Reagan e M. Thatcher.
Descompasso entre receita e despesa, aprofundado pela crises de 1970.
Soluções: aumento fiscal e diminuição de gastos.
Enfraquecimento dos direitos sociais.
Projeto neoliberal: resposta a luta de classes, resposta autoritária: Consenso de Washington
Cortes sociais e venda do patrimônio público.
Consenso democrático da lugar ao viver comunitário, benefícios e prejuízos compartilhados.
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Democracia não sai ilesa neste contexto
Questões políticas resolvidas de forma técnica.
Debate democrático serve de fantoche.
Falta de comprometimento dos representantes.
Mercado “volátil” e seu interesse vincula os governos.
Construção de novos modelos de participação num contexto que o espaço público é reduzido.
Novas formas de participação.
Necessidade de insistir da fundamentação dos direitos humanos.
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