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Avaliação de Empresas e Governança

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Avaliação de Empresas e 
Governança Corporativa
Marcelo Cerqueira Silva
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Avaliação de Empresas 
e Governança Corporativa, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao apren-
dizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é 
propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 AVALIAÇÃO E VALOR DE EMPRESA - VALUATION .......................................................... 7
1.1. Análise Detalhada do Risco da Atividade Empresarial .....................................................................................9
1.2 Fatores Determinantes do Risco das Empresas ...................................................................................................9
1.3 Visita às Empresas .........................................................................................................................................................13
1.4 Importância da Avaliação de Empresas ...............................................................................................................15
1.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................15
1.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................16
2 METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS ......................................................... 17
2.1 Metodologia do Valor Contábil ...............................................................................................................................18
2.2 Metodologia do Valor Patrimonial e de Mercado ............................................................................................22
2.3 Metodologia do Valor de Liquidação ....................................................................................................................23
2.4 Metodologia do Preço por Lucro (P/L) .................................................................................................................23
2.5 Metodologia de Capitalização dos Lucros ..........................................................................................................24
2.6 Metodologia do Valor Presente Líquido ..............................................................................................................25
2.7 Taxa Interna de Retorno (TIR) ...................................................................................................................................27
2.8 Período Payback (PP) ................................................................................................................................................27
2.9 Metodologia dos Fluxos de Caixa Descontados ..............................................................................................30
2.10 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................32
2.11 Atividades Propostas ................................................................................................................................................32
3 ANÁLISE DOS ATIVOS INTANGÍVEIS ...................................................................................... 33
3.1 O Fator Humano na Gestão do Negócio ..............................................................................................................33
3.2 Goodwill ............................................................................................................................................................................35
3.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................36
3.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................36
4 ALAVANCAGEM NAS EMPRESAS ............................................................................................. 37
4.1 Alavancagem Financeira ............................................................................................................................................37
4.2 Alavancagem Operacional ........................................................................................................................................40
4.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................43
4.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................43
5 CUSTO DE CAPITAL ............................................................................................................................ 45
5.1 Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) ......................................................................................................46
5.2 Custo Líquido do Capital de Terceiros (CLCT) do Capital Próprio (CAPM) .............................................47
5.3 Cálculo do CMPC ......................................................................................................................................................48
5.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................50
5.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................50
6 POLÍTICA DE DIVIDENDOS ........................................................................................................... 51
6.1 Procedimentos para o Pagamento de Dividendos ..........................................................................................52
6.2 Datas para o Pagamento dos Dividendos ...........................................................................................................52
6.3 Planos de Reinvestimentos de Dividendos ........................................................................................................53
6.4 Teoria Residual de Dividendos ...............................................................................................................................54
6.5 Tipos de Políticas de Dividendos ...........................................................................................................................55
6.6 Distribuição de Dividendos como Consequência da Faltade Projetos ...................................................58
6.7 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................59
6.8 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................59
7 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS COM EVA ................................................................................... 61
7.1 Cálculo do Valor Econômico Agregado (EVA) ....................................................................................................62
7.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................66
7.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................66
8 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS COM MVA ................................................................................. 67
8.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................69
8.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................69
9 TEORIA DA AGÊNCIA ........................................................................................................................ 71
9.1 Conflitos de Interesse ..................................................................................................................................................72
9.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................73
9.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................73
10 GOVERNANÇA CORPORATIVA ................................................................................................ 75
10.1 Medida de Governança Corporativa e do Impacto no Valor e Desempenho ....................................78
10.2 Conceitos de Governança Corporativa ..............................................................................................................82
10.3 Modelos de Governança Corporativa no Mundo ..........................................................................................83
10.4 Governança Corporativa no Brasil .......................................................................................................................87
10.5 Novo Mercado .............................................................................................................................................................88
10.6 Atuação do BNDEs ...................................................................................................................................................90
10.7 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................91
10.8 Atividades Propostas ................................................................................................................................................92
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 93
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 99
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5
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
O objetivo geral do curso é o de oferecer-lhe subsídios para um estudo sobre o processo de Ava-
liação de Empresas, analisando os principais fatores de risco presentes na atividade empresarial e des-
tacando a importância do gerenciamento efetivo de alguns desses fatores como forma de manter a so-
brevivência das organizações. Além disso, esta apostila e a disciplina, como um todo, buscam apresentar 
a importância da Governança Corporativa para as empresas no Brasil e no mundo como fonte de trans-
missão da confiabilidade aos diferentes stakeholders presentes no dia a dia das empresas. Além disso, 
apresentamos informações sobre os diferentes métodos de avaliação de empresas. 
Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado de forma a promover sempre o seu apren-
dizado através da fundamentação de conceitos a partir dos mais renomados autores. Dessa forma, ana-
lisaremos a importância da aplicação dos diferentes métodos de avaliação de empresas destacando a 
importância da composição dos ativos intangíveis e do fator humano nas organizações. 
Posteriormente, discutiremos a composição e o custo de capital para as empresas; a contribuição 
do EVA e MVA; a utilização do mecanismo da alavancagem financeira como fonte de crescimento da 
organização; e a distribuição dos resultados obtidos pelas empresas na forma de dividendos. Por fim, 
buscaremos a avaliação do seu aprendizado propondo a resolução de alguns exercícios. será um prazer 
acompanhá-lo ao longo deste trajeto.
Marcelo Cerqueira Silva
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7
AVALIAÇÃO E VALOR DE EMPRESA - 
VALUATION 1 
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, apresentaremos algumas das 
principais formas de se determinar o valor econô-
mico de uma empresa. Trataremos também sobre 
quanto a realização de visitas à empresa é um re-
curso complementar e fundamental para a deter-
minação do valor justo do negócio. Através desse 
recurso, os avaliadores podem levantar informa-
ções complementares e/ou esclarecer dúvidas 
gerais sobre a atividade operacional da empresa. 
Por fim, descrevem-se as principais informações 
da atividade operacional de uma empresa, que 
devem ser conhecidas pelos avaliadores de uma 
organização. Vamos iniciar a discussão? 
A determinação do valuation – ou o valor 
econômico de uma empresa – é uma mis-
tura de ciência e arte. As transações de 
compra e venda envolvendo pequenas e 
médias empresas possuem um compor-
tamento bastante distinto das transações 
com grandes empresas, pois muitas vezes 
o histórico de receitas e lucros apresenta 
variações significativas que dificultam ou 
mesmo inviabilizam certos métodos de 
avaliação. (sANTOs, 2008).
De acordo com Rosseti (2004), a determina-
ção do valor econômico de uma empresa pode 
ser feita genericamente por três famílias de meto-
dologias: a do Fluxo de Caixa Descontado (DCF – 
Discounted Cash Flow), a do Valor Patrimonial, e a 
Avaliação Relativa ou por Múltiplos. Outras meto-
dologias relevantes são o cálculo do Valor Econô-
mico Adicionado (EVA – Economic Value Added), 
o cálculo do Valor de Liquidação e o cálculo do 
Valor de Reposição. 
santos (2008) menciona ainda que a meto-
dologia EVA pode ser vista como uma derivação 
do cálculo do Fluxo de Caixa Descontado, e os 
cálculos do Valor de Liquidação e de Reposição 
como derivações do cálculo do Valor Patrimonial. 
A metodologia utilizada com maior frequ-
ência é a do Fluxo de Caixa Descontado, seguida 
pela Avaliação com uso de Múltiplos, que muitas 
vezes é usada como complemento da primeira. 
Porém, ao tratarmos de transações com empre-
sas pequenas e médias, a volatilidade inerente a 
esses negócios faz com que os cálculos com base 
no Valor Patrimonial ganhem grande importân-
cia, pois representam uma referência mais tan-
gível para o cálculo de valor da empresa, princi-
palmente quando os fluxos futuros de receita e 
lucros apresentam um elevado grau de incerteza. 
Gitman (2000) afirma que os métodos patri-
moniais de avaliação tipicamente são utilizadosquando o comprador percebe valor mais signifi-
cativo nos ativos do que no potencial de geração 
de lucros através desses ativos. Dentro dos mé-
todos patrimoniais de avaliação há três cálculos 
importantes que podem ser realizados: o Valor do 
Patrimônio Líquido Contábil, o Valor de Reposi-
ção e o Valor de Liquidação. 
O patrimônio líquido contábil é um valor 
fácil de ser apurado e corresponde à diferença 
entre os ativos e os passivos da empresa. Ao abrir-
mos uma empresa, esse valor é bastante preciso e 
equivale ao valor econômico da empresa, porém 
ao longo do tempo o valor do patrimônio líquido 
contábil e o valor econômico vão se distanciando, 
pois fatores, como obsolescência, envelhecimen-
to dos ativos e inflação, passam a distorcer os va-
lores constantes dos livros. Portanto, em muitos 
casos o Valor do Patrimônio Líquido é somente 
Marcelo Cerqueira Silva
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8
referencial, não possuindo vínculo direto com a 
realidade operacional do negócio, o que o torna, 
portanto, em muitas situações, um parâmetro de 
baixa relevância na avaliação do valor econômico 
de uma empresa. 
Em diversas negociações, é comum apurar-
-se o Valor do Patrimônio Líquido Ajustado, con-
siderando reavaliações e contingências, portanto, 
gerando o chamado Valor de Reposição. Mas, o 
que significa o Valor de Reposição? Ele representa 
os recursos financeiros necessários para construir 
uma empresa idêntica à que está sendo avalia-
da, excetuando-se o valor dos ativos intangíveis, 
como a reputação da empresa, a qualidade do 
seu corpo gerencial, sua marca e sua carteira de 
clientes. 
segundo Brigham (2000), em transações de 
fusão de empresas, com ativos intangíveis de va-
lor comparável e negócios com características e 
níveis de rentabilidade similares, a determinação 
do Valor de Reposição é extremamente útil para 
calcular rapidamente o quanto cada parte está 
contribuindo para o novo negócio. 
Finalmente, o valor de liquidação é aque-
le que representa o valor da empresa caso esta 
necessite ser fechada. Esse é o valor mínimo que 
pode ser obtido por uma empresa através da ven-
da dos ativos tangíveis e do pagamento das obri-
gações com os credores, e é normalmente consi-
derado o valor de piso em qualquer negociação. 
Essa metodologia de cálculo de valor é indicada 
para casos em que o comprador está interessado 
somente nos ativos da empresa, desprezando a 
capacidade de geração de lucros futuros que os 
ativos ainda venham a possuir. É o caso típico dos 
processos de falência. 
Copeland (2002) menciona que além do 
cálculo do Valor Patrimonial, frequentemente 
discute-se o valor do goodwill, ou um valor intan-
gível que represente a capacidade da empresa de 
gerar lucros futuros com base nos ativos existen-
tes. Tecnicamente, o goodwill é a diferença entre o 
valor pago em uma transação de compra e venda 
de uma empresa e seu valor contábil. 
O cálculo do goodwill é sempre estimado. 
seu valor depende de fatores como o apetite do 
comprador, a definição do valor de um prêmio 
pelo controle da empresa, entre outros. 
O goodwill é uma representação econô-
mica dos ativos intangíveis da empresa, 
tais como seu patrimônio intelectual, 
suas marcas, seus recursos humanos e 
suas relações externas potencialmente 
geradoras de valor. (PINHEIRO, 2007).
A metodologia DCF (Demonstração do Fluxo 
de Caixa) tenta amarrar o cálculo do goodwill a uma 
estimativa bem embasada de potencial de contri-
buição de lucros do negócio. Porém, em pequenas 
e médias empresas, muitas vezes não há um sólido 
histórico de fluxo de caixa que permita uma proje-
ção de fluxos futuros com baixo nível de incerteza. 
O uso do DCF nessas situações equivale a 
construir um castelo de cartas: se as bases não 
são firmes, a construção cai facilmente perante 
os argumentos mais triviais. Nessas situações, a 
identificação do goodwill tende a ser um balanço 
entre o apetite do comprador e sua percepção de 
payback do investimento. 
De acordo com Padoveze (2000), o payback 
é um cálculo simples que o comprador faz e que 
indica em quantos anos seu investimento deverá 
retornar. Paybacks entre 3 e 5 anos são comuns na 
aquisição de pequenas e médias empresas. Pay-
backs acima de 5 anos tendem a gerar desinteres-
se e relutância por parte do comprador.
Na prática, segundo securato (1993), nem 
todas as pequenas e mesmo médias empresas 
possuem o mesmo rigor na apuração e gestão de 
seus balanços patrimoniais. Em vários casos, o ba-
lanço é construído informalmente, no momento 
da negociação, considerando a informação dis-
ponível, a experiência e a boa-fé das partes. 
AtençãoAtenção
Todas as metodologias de avaliação servem a um 
propósito principal: propor um valor econômico 
para o negócio que possa ser racionalmente de-
fendido, permitindo com isso uma base consis-
tente para a negociação (SANTOS, 2008).
Avaliação de Empresas e Governança Corporativa
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9
Todas as metodologias de avaliação servem 
a um propósito principal: propor um valor econô-
mico para o negócio que possa ser racionalmente 
defendido, permitindo com isso uma base consis-
tente para a negociação. sem essa base, muitas 
operações de compra e venda tornam-se inviá-
veis, uma vez que inexiste uma perspectiva cla-
ra dos parâmetros de avaliação de cada uma das 
partes. 
No procedimento de avaliação de empre-
sas, conforme santos (2007), entende-se por va-
lor o mais alto preço que poderia ser obtido se as 
cotas ou ações de uma empresa fossem vendidas 
em uma transação real de mercado. Nesse caso, 
um comprador, para reduzir ou eliminar a com-
petição, obter uma economia de escala e/ou uma 
sinergia em seu negócio, poderia pagar um preço 
maior do que outros compradores.
A estimativa do valor justo de uma empresa 
visa a orientar os investidores em suas estratégias 
de comprar e vender ativos. Trata-se de uma das 
principais e mais difíceis tarefas realizadas pelos 
profissionais da área financeira, uma vez que de-
pende da disponibilidade de informações deta-
lhadas da atividade operacional da empresa.
1.1. Análise Detalhada do Risco da Atividade Empresarial
1.2 Fatores Determinantes do Risco das Empresas
 Conforme a Figura 1, verifica-se uma série de 
dados fundamentais para a realização da estimati-
va adequada do valor financeiro de uma empresa. 
A seguir, descrevem-se as principais informações 
da atividade operacional de uma empresa, que 
devem ser conhecidas pelos avaliadores a partir 
das variáveis da Figura 1.
Figura 1 – Dados para análise detalhada do risco da atividade operacional.
Marcelo Cerqueira Silva
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10
Os riscos presentes em cada uma das variá-
veis são respectivamente: 
♦ Objeto social: É fundamental conhecer 
a natureza da atividade operacional da empresa, 
ou seja, quais são os seus produtos e serviços – 
além de seus níveis de rotatividade em épocas de 
crescimento, estabilidade ou recessão econômi-
ca. Trata-se de informação importante para a pro-
jeção de resultados, uma vez que o consumo de 
produtos essenciais ou de primeira necessidade 
é menos afetado por fatores econômicos do que 
os classificados como supérfluos ou de segundo 
necessidade. Na primeira categoria de produtos, 
destaca-se, por exemplo, itens do setor alimentí-
cio e de higiene e limpeza, os quais, com ou sem 
recessão, continuam gerando fluxos de caixa. Em 
contrapartida, a venda de produtos de segunda 
necessidade sofre redução significativa em épo-
cas de recessão ou de queda do nível de ativida-
de econômica, uma vez que a redução de receita 
(total ou parcial) influencia os consumidores a 
postergar a compra de bens não imediatamente 
essenciais, como os procedentes dos setores de 
calçados e têxtil.
♦ Quadroadministrativo: Conhecer a 
administração é o ponto de partida para a ava-
liação (qualitativa e quantitativa) dos resultados 
financeiros da empresa. Entre as informações 
referentes aos gestores do negócio e proprietá-
rios, destacam-se as relacionadas à experiência, à 
sucessão administrativa e à idoneidade. Quanto 
à experiência, é fundamental verificar a data de 
início da atividade operacional da empresa e o 
respectivo tempo de atuação dos administrado-
res no negócio; em relação à sucessão administra-
tiva, é necessário saber se as decisões estratégicas 
sempre foram tomadas por uma única pessoa ou 
se por um quadro de administradores também 
experientes; já no que diz respeito à idoneidade, 
é preciso estabelecer se os administradores hon-
ram pontualmente suas dívidas pessoais no mer-
cado de crédito.
Embora as causas de dificuldades finan-
ceiras sejam numerosas, muitas falências são 
atribuíveis, direta ou indiretamente, às falhas da 
administração das próprias empresas, em suas 
estratégias de investimento, financiamento e cria-
ção de riqueza. Geralmente, problemas não finan-
ceiros levam a perdas que, por sua vez, resultam 
em dificuldades financeiras e, eventualmente, na 
falência. Dificilmente, uma única decisão errada 
constitui a causa da dificuldade; em geral, a causa 
é composta por uma série de erros, e a dificulda-
de vai aumentando gradativamente.
A competência dos proprietários, aliada à 
idade do negócio, representa uma importante 
informação no processo de avaliação de empre-
sas. Em estudo desenvolvido com esse fim, esse 
autor chegou à constatação de que a maioria das 
insolvências ocorre na faixa de três a seis anos da 
data de fundação. Comparativamente, um estu-
do apresentado por Barrickman (1995) concluiu 
que 50% das empresas norte-americanas recém-
-formadas quebram nos primeiros cinco anos de 
atividade e 80% quebram nos primeiros dez anos.
Acrescenta-se que as empresas novas, cuja 
potencialidade ainda é desconhecida, possuem 
níveis de risco superiores ao observado em em-
presas já maduras, cuja posição está consolidada 
no mercado. Aos riscos de intangibilidade de um 
novo produto, acresce-se o de pouca experiência 
gerencial do empresário (ou pequeno grupo de 
empresários) e da possível insuficiência de garan-
tias reais. Ou seja, os riscos administrativos e de 
mercado são maiores (e com menores possibili-
dades de diversificação) nas empresas menores, 
reduzindo-se à medida que a empresa cresce.
Em estudo realizado por uma das mais tra-
dicionais empresas no setor de informações so-
bre crédito, a Dun & Bradstreet, constatou-se que, 
dentre as causas responsáveis pela falência de 
empresas, a principal relacionou-se à inadequada 
gestão administrativa – observada em 89,9% dos 
casos pesquisados.
♦ Quadro funcional: Dados sobre os de-
mais funcionários da administração, produção 
e comercialização devem ser obtidos de forma 
detalhada, para se conhecer os desembolsos sa-
lariais, benefícios complementares (como planos 
de carreira, gastos com alimentação, educação, 
transporte etc.) e índice de rotatividade funcio-
Avaliação de Empresas e Governança Corporativa
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11
nal. Além disso, deve-se analisar a relação custo-
-benefício em contratos de terceirização de mão 
de obra; e os resultados da atuação de sindicatos 
de categorias profissionais da região.
♦ Carteira de clientes: A abertura da cartei-
ra de clientes possibilita o conhecimento do grau 
de diversificação e concentração de negócios da 
empresa. O ideal é que as vendas sejam detalha-
das em termos de produtos, valores, regiões ge-
ográficas, direcionamento (setores privado e pú-
blico e mercados interno e externo) e formas de 
recebimento. Quanto maior for a diversificação 
desses itens, menor será a exposição aos riscos 
sistemáticos, ou seja, aqueles de natureza exter-
na e, por isso, não controláveis, como os decor-
rentes de ações econômicas, governamentais e 
concorrenciais. Riscos sistemáticos oriundos de 
ações econômicas incluem aumento de inflação, 
taxa de juros e câmbio, que podem reduzir a ge-
ração de fluxos de caixa das empresas; ações de 
natureza governamental incluem a intervenção 
do governo na atividade econômica, por meio da 
redução do prazo de crédito, abertura de merca-
do e aumento da carga tributária – as duas pri-
meiras visam ao controle inflacionário, enquanto 
a terceira, a maior arrecadação de recursos; ações 
de caráter concorrencial compreendem medidas 
que afetam imediatamente o fluxo de caixa das 
empresas, tais como redução de preços e aumen-
to de prazos no crédito para aumentar a carteira 
de clientes.
♦ Carteira de fornecedores: similarmente, 
a abertura da carteira de fornecedores possibi-
lita o conhecimento do grau de diversificação e 
concentração de negócios da empresa. O ideal é 
que as compras sejam detalhadas em termos de 
produtos, valores, regiões geográficas, direcio-
namento (mercados interno e externo) e formas 
de pagamento. Quanto maior for a diversificação 
desses itens, menor será a exposição aos riscos 
sistemáticos, como os representados pela oscila-
ção cambial e escassez de matéria-prima ou mer-
cadoria no mercado.
♦ Participação de mercado: Avaliações 
baseiam-se no monitoramento da participação 
histórica de mercado da empresa diante de seus 
principais concorrentes. Além da constatação de 
evolução, manutenção ou involução da partici-
pação de mercado, é indispensável o diagnóstico 
preciso das causas, para que os cenários e proje-
ções sejam simulados corretamente.
 
Quadro 1 – Índices de desempenho.
Índices Conceito
Liquidez
Capacidade de pagamento de dívidas com recursos financeiros disponíveis e contas a 
receber.
Endividamento Montante de Dívidas ou passivos financiando os investimentos.
Imobilização
Montante de recursos financeiros permanentes (de longo prazo) que 
está sendo investido em ativos produtivos (máquinas, equipamentos, veículos, 
instalações etc.).
Lucratividade Margens de lucratividade obtidas no gerenciamento da atividade operacional.
Cobertura
Capacidade de pagamento de dívidas com a geração de lucro e fluxo de caixa 
operacional.
Rotatividade
Período médio de conversão de estoques em vendas e duplicatas a receber em caixa. 
Além disso, mostra o período médio de pagamento de dívidas com os fornecedores.
Rentabilidade Margens de retorno obtidas sobre os investimentos totais e o capital dos proprietários.
 
Marcelo Cerqueira Silva
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12
♦ Situação financeira: Compreende o 
levantamento e a análise da situação contábil-
-financeira da empresa (retrospectiva e prospec-
tiva), baseando-se em informações extraídas do 
Balanço Patrimonial, da Demonstração de Resul-
tados e da Demonstração do Fluxo de Caixa do 
Exercício.
♦ Dívidas contingenciais: Dívidas ou res-
ponsabilidades contingenciais são exigibilida-
des que podem ou não ocorrer, decorrentes de 
eventos que acontecerão no futuro. Nesse item, 
enquadram-se os avais, ações legais, garantias 
prestadas em favor de terceiros (como bancos, 
fornecedores etc.). Embora representem riscos 
assumidos por assinaturas em contratos, podem 
afetar significativamente a situação financeira da 
empresa, quando os valores são desembolsados 
do caixa. Por isso, o investidor deve avaliar o ris-
co do negócio sempre considerando dívidas “fora 
balanço”, ou seja, não presentes numericamente 
nas demonstrações financeiras.
♦ Ativos intangíveis: Ativos intangíveis são 
recursos não materiais controlados pela empresa, 
capazes de trazer benefícios futuros ao negócio. 
Esses ativos não estão refletidos nas demonstra-
ções financeiras, mas se transformam em bene-
fícios quando estão associados à atividade ope-
racionalda empresa. são exemplos tradicionais 
de ativos intangíveis: marcas, patentes, softwares, 
direitos autorais, razão social, franquias, localiza-
ção, conhecimento técnico, capacidade de ino-
vação do capital humano etc. Em alguns casos, o 
valor atribuído aos ativos intangíveis é superior 
ao valor dos ativos tangíveis (refrigerantes Coca-
-Cola, por exemplo). Por isso, a sua quantificação 
é indispensável para a determinação do valor to-
tal da empresa, uma vez que, juntamente com os 
demais ativos de natureza tangível, contribuem 
para a geração de fluxo de caixa futuros.
A partir do conhecimento detalhado do ris-
co da atividade operacional da empresa, de seus 
índices de desempenho, de seu custo de capital, 
e das expectativas relacionadas aos rumos da ma-
cro e microeconomia, são projetados os resulta-
dos para as vendas, custos e despesas, conside-
rando os cenários de crescimento, estabilidade e 
recessão econômica. 
Para isso, são feitas análises de sensibilida-
de para simular o impacto de fatores sistemáticos 
sobre o fluxo de caixa das empresas. Por exemplo, 
aumentos sucessivos da taxa de juros podem de-
sencadear redução do nível de atividade econô-
mica e até recessão. Como resultado, as empresas 
geram fluxos de caixa líquidos cada vez menores, 
o que compromete a capacidade de pagamento 
de dívidas com todos os seus supridores de capital 
(fornecedores, funcionários, governos, instituições 
financeiras e acionistas). Para suportarem reduções 
de faturamento, as empresas se veem forçadas à 
reestruturação e reposicionamento no mercado, o 
que inclui o corte de funcionários e de investimen-
tos em novos produtos e imobilizações.
Outras situações adversas que devem ser 
levadas em consideração pelos avaliadores são:
ƒƒ As crises financeiras em economias de 
países (desenvolvidos e emergentes) 
que mantêm relacionamento comercial 
significativo com o Brasil. Nesse caso, 
ocorre redução de negócios entre em-
presas, governos e investidores;
ƒƒ A guerra de incentivos fiscais entre go-
vernos pode acarretar desemprego e 
fechamento de empresas, quando seus 
principais clientes decidem transferir 
suas instalações (administrativas e ope-
racionais) para outros locais, visando à 
redução de custos, aumento de receita 
e benefícios fiscais.
ƒƒ As valorizações da moeda local em rela-
ção ao dólar. Para as empresas exporta-
Saiba maisSaiba mais
O custo histórico possui diversas limitações como 
conceito a ser aplicado na avaliação patrimonial e 
sua aceitação ampla ocorre de preferência no âm-
bito da contabilidade tradicional (princípio contábil 
aceito), dada a sua relação bastante próxima com a 
receita realizada na operação do resultado contábil 
(ASSAF NETO, 2003).
Avaliação de Empresas e Governança Corporativa
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13
doras, trata-se de condição desfavorável, 
uma vez que seus produtos tornam-se 
mais caros que os de concorrentes sedia-
dos em países cujas moedas mantêm-se 
estáveis em relação ao dólar; 
ƒƒ As desvalorizações da moeda local em 
relação ao dólar. Para as empresas im-
portadoras, trata-se de condição desfa-
vorável, uma vez que o produto impor-
tado torna-se mais caro.
Saiba maisSaiba mais
O valor de realização de mercado determina o valor 
possível dos ativos da empresa de serem realizados 
individualmente em condições normais de transa-
ções dentro de um mercado organizado, ou seja, o 
preço razoável que se pode obter na alienação de 
cada um deles. Além das dificuldades naturais de 
avaliação, esse método não leva em consideração 
a possível sinergia dos ativos (ASSAF NETO, 2003).
A realização de visitas à empresa é um recur-
so complementar e fundamental para a determi-
nação do valor justo do negócio. segundo santos 
(2007), por meio desse recurso, os avaliadores po-
dem levantar informações complementares e/ou 
esclarecer dúvidas gerais sobre a atividade opera-
cional da empresa, como as descritas a seguir:
ƒƒ Acionistas/Quotistas:
 • Quem são os principais controlado-
res da empresa?
 • Qual é a experiência dos proprietá-
rios no negócio?
 • Quais são as causas das alterações 
no capital social?
ƒƒ Sucessão administrativa:
 • Existência de plano de sucessão ad-
ministrativa;
 • Identificação e idoneidade dos su-
cessores;
ƒƒ Riscos sistemáticos:
 • Quais são os principais fatores exter-
nos de risco à atividade operacional?
 • Quais são as medidas mitigadoras 
de riscos?
ƒƒ Número de funcionários:
 • Causas da redução ou aumento do 
quadro funcional;
ƒƒ Qualificação e motivação dos recur-
sos humanos:
 • Quais são os programas de desen-
volvimento profissional?
 • Quais são os benefícios oferecidos?
 • Rotatividade dos funcionários (da 
administração e da produção);
 • Retorno por funcionário;
ƒƒ Principais produtos:
 • Distribuição por natureza (1. neces-
sidade e 2. necessidade);
 • Distribuição do faturamento por 
produto e/ou serviço;
 • sazonalidade;
 • Descrição dos produtos mais rentá-
veis;
 • Participação no mercado;
 • Distribuição geográfica;
 • Prazo médio de estoques;
 • Causas da alteração no prazo mé-
dio de estoques;
ƒƒ Instalações administrativas e produ-
tivas:
 • situação dos imóveis (próprios e/
ou alugados);
 • Tecnologia utilizada;
ƒƒ Principais clientes:
 • situação da carteira de clientes em 
1.3 Visita às Empresas
Marcelo Cerqueira Silva
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14
valor e em concentração percentual;
 • Concentração de negócios com 
empresas privadas e públicas;
 • Carteira de pedidos;
 • Prazo médio de recebimento;
 • Causas da alteração do prazo mé-
dio de recebimento;
 • Causas da melhora ou deterioração 
da inadimplência;
 • Distribuição percentual da negocia-
ção das vendas (à vista e a prazo);
 • Distribuição e abertura do fatura-
mento por clientes (nacionais e es-
trangeiros);
ƒƒ Principais fornecedores:
 • situação da carteira de fornecedo-
res em valor e em concentração 
percentual;
 • Identificação dos fornecedores (na-
cionais e estrangeiros);
 • Prazo médio de pagamento;
 • Causas da alteração do prazo mé-
dio de pagamento;
 • Distribuição percentual da negocia-
ção das compras (à vista e a prazo);
ƒƒ Principais concorrentes por linha de 
produtos:
 • Participação de mercado;
 • Causas da conquista ou perda de 
participação de mercado;
ƒƒ Capacidade instalada:
 • Nível de ociosidade;
 • Causas do aumento ou da redução 
do nível de ociosidade;
 • Idade dos itens componentes das 
instalações;
ƒƒ Informações contábeis e financeiras:
 • Causas da alteração na capacidade 
de pagamento (liquidez);
 • Causas da alteração no endivida-
mento;
 • Causas da alteração na imobilização;
 • Causas da alteração nas margens 
de lucratividade e rentabilidade;
 • Critérios adotados na projeção de 
resultados;
ƒƒ Endividamento bancário:
 • Valor;
 • Modalidades;
 • Garantias vinculadas;
 • Prazo de amortização;
 • Causas do aumento ou da redução;
ƒƒ Investimentos realizados:
 • Previsão de novos investimentos;
 • Finalidade;
 • Montante;
 • Forma de financiamento;
ƒƒ Empréstimos com empresas do grupo:
 • Montante;
 • Finalidade;
 • Prazos de amortização;
ƒƒ Informações contábeis e financeiras 
do grupo empresarial:
 • Capital de giro, endividamento e 
lucratividade das principais empre-
sas;
 • Causas da alteração na situação fi-
nanceira;
 • Alterações significativas (fusões, 
aquisições, vendas e desinvesti-
mentos);
ƒƒ Situação tributária:
 • Impostos realizáveis ou a receber – 
modalidades e datas previstas de 
recebimento;
 • Impostos exigíveis ou a pagar – 
modalidades e datas previstas de 
pagamento;
ƒƒ Processos judiciais contra ou favorá-
veis à empresa, sócios e acionistas:
 • Causas;
 • Valor envolvido;• Previsão de conclusão;
ƒƒ Planejamento estratégico:
 • Principais ações estratégicas adota-
das e resultados;
 • Ações estratégicas a implementar;
 • Benefícios financeiros de novas 
ações estratégicas;
 • Forma de financiamento de novas 
ações estratégicas;
Avaliação de Empresas e Governança Corporativa
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15
A avaliação de empresas por meio da coleta 
e análise de informações detalhadas no negócio 
visa a prover sinergias, reduzir impostos, garantir 
melhor economia de escala, melhorar as condi-
ções competitivas e expandir a participação de 
mercado da empresa investidora. 
Conforme Ross (2000), isso representa um 
meio para a empresa se fortalecer diante da cres-
cente internacionalização das operações corpora-
tivas.
O processo de avaliação de empresas para 
fins de fusão também tem por objetivo possibili-
tar a conquista de mercados externos, como, por 
exemplo, a associação entre as cervejarias Ambev 
e a Interbrew, em 2004. Outros exemplos destaca-
dos de fusões no mercado brasileiro foram:
ƒƒ Banco Francês e Brasileiro e Banco Itaú, 
em 1995: o Banco Itaú fortaleceu sua 
posição de mercado ao comprar uma 
carteira de clientes de pessoas físicas 
de alta renda;
ƒƒ Antártica e Brahma, em 1999: visou à re-
dução de custos em função dos ganhos 
previstos na sinergia das empresas;
ƒƒ Arisco e Best Foods, em 2000: a empresa 
compradora (Best Foods) desejava sim-
plesmente acabar com um nome que 
lhe roubava clientes, fortalecer o seu 
produto e até mesmo adquirir as faci-
lidades de produção (máquinas e rede 
de insumos) e a cadeia de distribuição;
ƒƒ Tam e Varig, em 2003: objetivava gerar 
economia de escala. Ambas buscavam 
uma saída para a situação financeira 
ruim que apresentavam por meio da re-
dução da capacidade ociosa.
Fundamental é que o mercado reaja favo-
ravelmente à associação entre empresas, ao ma-
ximizar o preço de suas ações – essa condição se 
traduz em expectativas favoráveis quanto aos be-
nefícios da sinergia e maior geração de fluxos de 
caixa operacionais.
1.4 Importância da Avaliação de Empresas
1.5 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo estudamos que a avaliação de empresas por meio da coleta e análise de informações 
detalhadas no negócio tem como objetivos prover sinergias, reduzir impostos, garantir melhor economia 
de escala, melhorar as condições competitivas e expandir a participação de mercado da empresa inves-
tidora. Isso representa um meio para a empresa se fortalecer diante da crescente internacionalização das 
operações corporativas. Verificamos ainda os principais fatores de risco que envolvem as empresas, e por 
fim a importância de visitar a empresa que está sendo avaliada. Espero que tenha compreendido.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
Marcelo Cerqueira Silva
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16
1. Explique a importância da realização da análise detalhada do risco da atividade empresarial.
2. Explique a importância da realização de visitas à empresa como um recurso complementar e 
fundamental para a determinação do valor justo do negócio.
3. Explique a importância da participação de mercado de uma empresa como instrumento para 
sua avaliação de risco. 
1.6 Atividades Propostas
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17
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, trataremos das circunstân-
cias especiais em que se faz necessária a estimati-
va (total ou parcial) do valor de mercado de uma 
empresa, e apresentaremos as diferentes meto-
dologias existentes para a realização do processo 
de avaliação de uma empresa; entre elas, a Meto-
dologia do Valor Contábil, Valor de Liquidação, do 
Preço/Lucro, Capitalização dos Lucros, Valor Pre-
sente Líquido, da TIR e do Payback. Vamos iniciar 
a discussão? 
Nossa discussão inicia-se ressaltando que 
nos cursos de finanças ocorrem circunstâncias 
especiais em que se faz necessária a estimativa 
(total ou parcial) do valor de mercado de uma em-
presa. Entre elas destacam-se:
ƒƒ compra ou venda;
ƒƒ partilha entre herdeiros;
ƒƒ determinação do valor das participa-
ções sociais;
ƒƒ fusão de duas ou mais empresas;
ƒƒ divisão de uma sociedade em duas ou 
mais empresas;
ƒƒ privatização;
ƒƒ dissolução societária.
Além de todas essas situações específicas 
que, vez por outra, ocorrem no curso normal 
dos negócios empresariais, exigindo definição 
do valor de um empreendimento, uma situação 
se destaca pela sua importância: realizar periodi-
camente a avaliação de empresas com o intuito 
de verificar se está ocorrendo maximização da ri-
queza dos proprietários e demais supridores de 
capital. 
 Entre as diversas metodologias de ava-
liação de empresas, muitas vezes utilizadas em 
conjunto para determinação do valor do negócio, 
destacam-se as seguintes:
ƒƒ Metodologia do Valor Contábil;
ƒƒ Metodologia do Valor Patrimonial de 
Mercado;
ƒƒ Metodologia do Valor de Liquidação;
ƒƒ Metodologia do Preço/Lucro;
ƒƒ Metodologia de Capitalização dos Lu-
cros;
ƒƒ Metodologia dos Múltiplos de Fatura-
mento;
ƒƒ Metodologia do Valor Presente Líquido;
ƒƒ Metodologias da TIR e do Payback
ƒƒ Metodologia do Fluxo de Caixa Descon-
tado.
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE 
EMPRESAS2 
AtençãoAtenção
Devido à falta de informação necessária, avaliação 
das decisões e o planejamento empresarial, mui-
tas empresas não têm obtido resultados necessá-
rios para o seu desenvolvimento, causando gran-
des transtornos para os gestores (SANTOS, 2008).
Marcelo Cerqueira Silva
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Para Martins (2008), a avaliação de uma 
empresa normalmente se inicia pela leitura das 
demonstrações contábeis. Todavia, por causa da 
adoção dos princípios contábeis e da influência da 
legislação tributária, elas geralmente são incapazes 
2.1 Metodologia do Valor Contábil
de refletir, isoladamente, o valor econômico de um 
empreendimento. Essa metodologia assume que o 
Valor da Empresa (VE) corresponde ao valor do Pa-
trimônio Líquido registrado no Balanço Patrimonial 
(Quadro 2).
Quadro 2 – Estrutura de um balanço patrimonial.
ATIVO CIRCULANTE
ƒƒCaixas e bancos
ƒƒAplicações financeiras
ƒƒDuplicatas a receber
ƒƒEstoques
ƒƒAdiantamento a 
fornecedores
Recursos conversíveis 
em caixa no curto prazo 
(até 360 dias)
PASSIVO CIRCULANTE
ƒƒFornecedores
ƒƒEmpréstimos bancários
ƒƒsalários
ƒƒImpostos e contribuições
ƒƒAdiantamento a clientes
Dívidas
amortizáveis no 
curto prazo (até 
360 dias)
ATIVO REALIZÁVEL
EM LONGO PRAZO
Recursos conversíveis 
em caixa no longo prazo 
(superior a 360 dias)
PASSIVO EXIGÍVEL
EM LONGO PRAZO
Dívidas 
amortizáveis 
em longo prazo 
(superior a 360 
dias)
ATIVO PERMANENTE
ƒƒImobilizado
ƒƒDiferido
ƒƒInvestimentos
Ativo imobilizado, 
gastos com pesquisas, 
desenvolvimentos e 
investimentos em outras 
empresas
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ƒƒ Capital
ƒƒ Reservas 
ƒƒ Lucros acumulados
Capital dos 
proprietários
Ativo Total = Passivo Total + Patrimônio Líquido
Baseando-se nessa metodologia, o valor da 
empresa é expresso pela equação: Valor da Em-
presa (Patrimônio Líquido) = Valor do Ativo To-
tal – Valor do Passivo Total.
Como se trata de metodologia baseada no 
valor de custo, apresenta deficiências por descon-
siderar as condições de mercado para a realização 
dos ativos e amortização das dívidas. Outra falha 
desse método é que os valores contábeis não refle-
tem os avanços da tecnologia que tanto alteram o 
valor de ativos, e não consideram as necessidades 
de investimento em capital de giro e imobilizações 
para a manutenção da capacidade competitiva da 
empresa para o próximo período.
De acordo com Martins (2008), como essa 
metodologia assume que o Patrimônio Líquidorepresenta o valor contábil da empresa, deve-se 
monitorar continuamente a capacidade de finan-
ciamento próprio da empresa por meio de índi-
ces de desempenho relacionados à Rentabilidade 
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do Patrimônio Líquido, Rotatividade das Vendas, 
Rotatividade do Lucro Operacional, Imobilização 
com Recursos Próprios, Alavancagem e Cobertu-
ra de Juros com o Patrimônio Líquido.
Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL)
Mensura a eficiência global da empresa em 
gerar lucros com os investimentos realizados pe-
los proprietários. Calcula-se pela fórmula:
RPL = LUCRO LÍQUIDO ÷ PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Quadro 3 – Cálculo e interpretação do RPL.
ÍNDICE Ano 1 Ano 2 Situação Técnica
Retorno sobre o 
Patrimônio Líquido
27% 34% Favorável
Retorno Sobre o Patrimônio Líquido
Para cada $ 1,00 investido pelos proprietários, a empresa 
gerou um retorno líquido de $ 0,34 ou 34%. Tecnicamente, 
sua situação melhorou em relação ao ano 1.
Rotatividade das Vendas (RVpl)
Mostra a contribuição do Patrimônio Líqui-
do para a geração do Faturamento ou Receita Lí-
quida da empresa. Calcula-se pela fórmula:
RVpl = RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS ÷ PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Quadro 4 – Cálculo e interpretação do índice de Rotatividade das Vendas.
ÍNDICE Ano 1 Ano 2 Situação Técnica
Rotatividade das 
Vendas
1,90 2,50 Favorável
Rotatividade das Vendas
Cada $ 1,00 de capital próprio financiado, o ativo está 
contribuindo, proporcionalmente, para a geração de $ 2,50 
de receita líquida de vendas. Tecnicamente, sua situação 
melhorou em relação ao ano 1.
 
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Rotatividade do Lucro Operacional (RLOpl)
Mostra a contribuição do Patrimônio Líqui-
do na geração do Lucro Operacional da empresa. 
Calcula-se pela fórmula:
RLOpl = LUCRO OPERACIONAL ÷ PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Quadro 5 – Cálculo e interpretação do índice de Rotatividade do Lucro Operacional.
ÍNDICE Ano 1 Ano 2 Situação Técnica
Rotatividade do Lucro 
Operacional
0,50 0,60 Favorável
Rotatividade do Lucro Operacional
Cada $ 1,00 de capital financiado, o ativo está contribuindo, 
proporcionalmente, para a geração de $ 0,60 de lucro 
operacional. Tecnicamente, sua situação melhorou em 
relação ao ano 1.
Imobilização com Recursos Próprios (Ipl)
Mostra em que proporção o capital próprio 
está financiando as imobilizações, ou seja, máqui-
nas, equipamentos, veículos e instalações. Calcu-
la-se pela fórmula:
IPL = (ATIVO IMOBILIZADO BRUTO – DEPRECIAÇÃO ACUMULADA) ÷ PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O índice de Imobilização com Recursos Pró-
prios somente é considerado satisfatório quando 
constatado que investimentos em ativos imobili-
zados estão gerando contrapartida de aumento 
do lucro operacional e dos fluxos de caixa livres, 
durante e após o período de recuperação do ca-
pital investido (Período Payback).
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Quadro 6 – Cálculo e interpretação do índice de Imobilização.
ÍNDICE Ano 1 Ano 2
Imobilização 0,75 0,79
Imobilização
Para cada $ 1,00 de recursos próprios, $ 0,79 ou 79% 
estão investidos em imobilizações. Caso a empresa gere 
contrapartida de aumento do lucro operacional nos períodos 
seguintes, será verificado que se trata de investimento viável.
 
Alavancagem (Apl)
Mostra a proporção entre dívidas e capital 
dos proprietários no financiamento dos ativos. 
Calcula-se pela fórmula:
APL = PASSIVO TOTAL ÷ PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Quadro 7 – Cálculo e interpretação do índice de Alavancagem.
ÍNDICE Ano 1 Ano 2 Situação Técnica
Alavancagem 1,15 0,80 Favorável
Alavancagem
Para cada $ 1,00 de capital dos proprietários financiando 
o ativo, a proporção é de $ 0,80 de recursos de terceiros. 
Tecnicamente, sua situação melhorou em relação ao ano 1.
 
Cobertura de Juros com o Patrimônio Líquido 
(CJpl)
Mostra quantas vezes o capital próprio co-
bre o pagamento dos juros ou despesas financei-
ras. Calcula-se pela fórmula:
CJ = PATRIMÔNIO LÍQUIDO ÷ DESPESAS FINANCEIRAS
Quadro 8 – Cálculo e interpretação do índice de Cobertura de Juros.
ÍNDICE Ano 1 Ano 2 Situação Técnica
Cobertura de juros 2,50 4,00 Favorável
Cobertura de Juros
O capital próprio cobre quatro vezes as despesas financeiras. 
Tecnicamente, sua situação melhorou em relação ao ano 1.
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22
Caso essa metodologia venha a ser utiliza-
da para a determinação do Valor da Empresa (VE), 
a condicionante é que os valores contábeis do 
Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido sejam com-
patíveis ou muito próximos aos seus valores de 
mercado. Isso pressupõe a reavaliação e/ou atua-
lização do valor dos ativos e passivos, consideran-
do efeitos de variáveis, como depreciação, amor-
tização, exaustão, inflação, taxa de juros, paridade 
cambial etc.
As três primeiras variáveis aplicam-se aos 
elementos do ativo imobilizado:
ƒƒ Depreciação: quando corresponder à 
perda do valor dos direitos que têm por 
objeto bens físicos sujeitos a desgastes 
2.2 Metodologia do Valor Patrimonial e de Mercado
Saiba maisSaiba mais
Ao administrar a estrutura de ativo da empresa, na 
realidade ele está determinando a formação do 
lado esquerdo de seu Balanço. Ao administrar sua 
estrutura financeira, está elaborando o lado direito 
do Balanço da empresa (GITMAN, 1997).
ou perda de utilidade por uso, ação da 
natureza ou obsolescência;
ƒƒ Amortização: quando corresponder 
à perda do valor do capital aplicado 
na aquisição de direitos da proprieda-
de industrial ou comercial e quaisquer 
outros com existência ou exercício de 
duração limitada, ou cujo objeto sejam 
bens de utilização por prazo legal ou 
contratualmente limitado;
ƒƒ Exaustão: quando corresponder à 
perda do valor, decorrente da sua ex-
ploração, de direitos cujo objeto seja 
recursos minerais ou florestais, ou bens 
aplicados nessa exploração.
Os ajustes da inflação, taxa de juros e a pari-
dade cambial são aplicados tanto em itens do ati-
vo quanto do passivo até a data de publicação do 
balanço. Por exemplo, as obrigações em moeda 
estrangeira, com cláusula de paridade cambial, 
serão convertidas em moeda nacional à taxa de 
câmbio em vigor na data do balanço.
Baseando-se nessa metodologia, o valor de 
mercado da empresa é expresso pela equação:
VALOR DA EMPRESA (PL) = VALOR DO ATIVO TOTAL AJUSTADO – VALOR DO PASSIVO TOTAL AJUSTADO
 
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Muitas dessas decisões são impostas por 
necessidade, mas algumas exigem uma análise 
profunda das alternativas disponíveis, de seus 
custos e de suas implicações em longo prazo.
Assista ao filme Wall Street 
– Poder e Cobiça. O filme 
aborda uma série de situa-
ções presentes no mercado 
de ações que ajudará no 
seu aprendizado. A histó-
ria se passa em Nova York, 
1985, onde Bud Fox é um 
jovem ambicioso corretor 
que trabalha no mercado 
de ações. O personagem Gordon Gekko é um 
inescrupuloso bilionário proprietário de uma 
corretora de valores que não mede esforços 
para obter informações privilegiadas que lhe 
proporcionam vantagem na tomada de decisão 
sobre a compra e venda de ações. Atores: Daryl 
Hannah, Michael Douglas, Charlie Sheen. Ano 
de lançamento: 1987.
MultimídiaMultimídia
Assume que o Valor da Empresa (VE) corres-
ponde ao preço possível de eventual venda dos 
bens e direitos no mercado, no estado em que se 
encontrarem, caso as atividades sejam encerradas. 
Martins (2008) menciona que, nessa situ-
ação,comumente verificam-se que os ativos da 
empresa são realizados em valores inferiores aos 
registrados nos relatórios gerenciais e demons-
trações contábeis. Isso decorre do poder de bar-
ganha dos compradores e necessidades imedia-
tas de caixa dos proprietários.
2.3 Metodologia do Valor de Liquidação
2.4 Metodologia do Preço por Lucro (P/L)
A premissa dessa metodologia baseia-se 
na condição de que, se duas empresas atuam no 
mesmo setor e possuem estrutura e porte seme-
lhantes (material, humana e financeira), poderá 
ser realizada uma comparação direta entre os 
seus resultados e indicadores de desempenho – 
neste caso, o índice Preço/Lucro ou P/L.
O índice P/L mensura quanto os investido-
res estão dispostos a pagar por unidade de lucro 
divulgado, e é calculado pela fórmula:
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IPL = PREÇO DE MERCADO POR AÇÃO ÷ LUCRO CONTÁBIL POR AÇÃO
LPA = LUCRO LÍQUIDO ÷ NÚMERO DE AÇÕES EMITIDAS
Quadro 9 – Cálculo e interpretação do Preço/Lucro.
ÍNDICE Ano 1 Ano 2 Situação Técnica
Preço/Lucro 2,00 3,00 Favorável
Preço/Lucro
Para cada $ 1,00 de lucro contábil, o investidor paga 
$ 3,00, ou o preço de mercado de ação corresponde 
a 3 vezes o valor contábil por ação. Isso sugere que 
os investidores estão considerando a empresa menos 
arriscada e, portanto, estão projetando perspectivas 
favoráveis sobre a capacidade de geração de fluxos de 
caixa futuros.
segundo Martins (2001), apesar de aceito 
pelo mercado, observam-se, nessa metodologia, 
as seguintes limitações:
ƒƒ considera o lucro contábil (limitações já 
comentadas);
ƒƒ ignora o valor do dinheiro no tempo e 
os riscos; 
ƒƒ considera implícita a ideia de eficiência 
de mercado.
O Valor da Empresa (VE) é calculado por 
meio da ponderação média e capitalização dos 
lucros históricos por uma taxa de retorno ou 
custo de capital (i) que corresponda ao risco do 
negócio e reflita as incertezas de mercado. Em 
seguida, soma-se o valor dos ativos não operacio-
nais ao valor operacional, para se chegar ao valor 
total da empresa.
Aqui, podem-se assumir dois valores para a 
empresa: o primeiro baseado na capitalização do 
lucro operacional (lucro antes dos juros e imposto 
de renda) e o segundo baseado na capitalização 
do lucro líquido (lucro após o imposto de renda).
O exemplo baseia-se no lucro operacional, 
uma vez que corresponde à geração de receitas 
diretamente relacionadas à atividade principal da 
empresa.
A M&M gerou os seguintes lucros operacio-
nais nos últimos cinco anos:
2.5 Metodologia de Capitalização dos Lucros
Lucro 
(milhões)
Ano 1 Ano 2 Ano 3 A no 4 Ano 5
Histórico 105,70 111,41 117,65 124,47 131,32
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Considerando uma taxa de capitalização 
histórica ou custo de capital de 12,50% e Ativos 
Não Operacionais avaliados em $ 34,00, teríamos 
o seguinte valor estimado para a M&M:
2.6 Metodologia do Valor Presente Líquido
Período (1) Lucro Operacional (2) Fator de Ponderação
(3 = 1 x 2) Lucro 
Ponderado
Ano 1 105,70 1,0 105,70
Ano 2 111,41 2,0 222,82
Ano 3 117,65 3,0 352,95
Ano 4 124,47 4,0 497,88
Ano 5 131,32 5,0 656,60
Soma dos Lucros Operacionais Ponderados 1.835,95
÷ soma dos Fatores de Ponderação 15,00
= Lucros Operacionais Médios Ponderados 122,40
÷ Taxa de capitalização Histórica 12,50%
 = Valor Operacional da Empresa (122,40 ÷ 0,1250) 979,20
+ Ativos Não Operacionais 34,00
= Valor total da Empresa 1.013,20
A principal limitação atribuída a essa me-
todologia é que ela parte do lucro apurado pela 
contabilidade tradicional.
De acordo com a teoria tradicional de orça-
mento de capital, o Valor Presente Líquido (VPL) 
de um projeto é o valor presente de seus fluxos 
de caixa livres esperados no futuro, descontados 
a uma taxa que reflita o risco do negócio e as in-
certezas de mercado.
Algebricamente, o VPL é encontrado sub-
traindo-se o investimento inicial (FCL0) de um 
projeto do valor presente de suas entradas de 
caixa (FCLn), descontadas a uma taxa (i) igual ao 
custo de capital da empresa.
VPL = Valor Presente das Entradas de Caixa – Investimento Inicial
se o VPL é positivo, então, o projeto deve 
ser aceito, uma vez que os fluxos de caixa livres 
atualizados foram mais que suficientes para co-
brir o custo do investimento.
A Indústria Montadora de Veículos s.A. está 
analisando a viabilidade de aquisição de uma 
empresa produtora de autopeças, no final do Ano 
1. O investimento é estimado em $ 250 milhões, 
com expectativa de geração dos seguintes fluxos 
de caixa livres para os próximos cinco anos.
Marcelo Cerqueira Silva
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FCLs (milhões) Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Projetado 12,00 12,96 13,93 14,95 15,98
Para o período pós-projetado, a empresa 
assumiu uma taxa de crescimento constante de 
6,25%. Com isso, seu Valor Residual para o final do 
último ano projetado é de $ 485,11, considerando 
um custo de capital de 9,75%:
VR ano 6 = (15,98 x 1,0625) ÷ (0,0975 – 0,0625) = $485,11 milhões
Valor da Empresa (VE) para o final do ano 1 é de $357,23 milhões.
VE ano 1 = 12,00 + 12,96 + 13,93 + 14,95 + (15,98 + 485,11) = 357,23
 (1,0975) (1,0975) (1,0975) (1,0975) (1,0975)
 
 VPL para o final do ano 1 é de $ 107,23 milhões.
VPL ano 1 = $ 357,23 - $ 250,00 = $ 107,23
O resultado positivo recomenda o investi-
mento, uma vez que as entradas atualizadas de 
caixa ($ 357,23 milhões) são superiores ao de-
sembolso com a aquisição da empresa ($ 250 
milhões). A viabilidade do projeto também seria 
reforçada pela sinergia entre as atividades opera-
cionais das empresas, que possibilitaria redução 
de custos. Ao comprar uma empresa produtora 
de autopeças, a montadora reduziria a depen-
dência de fornecedores e teria acesso mais rápido 
e barato às matérias-primas.
A principal deficiência da Metodologia do 
VPL é não levar em consideração as atitudes que 
podem ser tomadas depois que o projeto tenha 
sido aceito e colocado em operação e que podem 
fazer com que os fluxos de caixa mudem. 
Tratam-se das respostas imediatas ou adap-
tações às mudanças nas condições de mercado de-
correntes de efeitos de fatores sistemáticos, como 
recessão, desemprego, alterações nas taxas de risco 
(inflação, juros e câmbio), ações da concorrência 
(redução do preço, alongamento do prazo do crédi-
to, lançamento de novos produtos etc.), avanços da 
tecnologia, ações do governo (aumento da carga 
tributária, abertura de mercado etc.), entre outras. 
De acordo com Martins (2008), tais eventos 
podem influenciar os investidores a tomar atitu-
des diferenciadas, como encerrar e reiniciar ativi-
dades, adiar seu início, expandi-las, contraí-las ou 
abandoná-las. Apresentaremos a seguir as ferra-
mentas complementares à avaliação de empre-
sas, Taxa Interna de Retorno (TIR) e do Período de 
Pagamento (Período Payback).
Avaliação de Empresas e Governança Corporativa
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27
É a taxa de desconto que leva o valor presen-
te das entradas de caixa de um projeto a se iguala-
rem ao valor presente das saídas de caixa. Trata-se 
da taxa de rentabilidade periódica de um investi-
mento, geralmente definida para períodos anuais.
Para analisar a viabilidade de um projeto, a 
TIR deve ser comparada com o custo de oportu-
nidade vigente, ou seja, a taxa de retorno mínima 
exigida em face do risco do investimento. Essa taxa 
mínima também é conhecida como de capital da 
empresa. Conforme Gitman (2000), é muito simples 
avaliar a viabilidade de projetos com a utilização da 
TIR, adotando-se os seguintes critériosde decisão:
ƒƒ se a TIR for maior que o custo de capital, 
recomenda-se aceitar o projeto; 
ƒƒ se a TIR for menor que o custo de capi-
tal, recomenda-se rejeitar o projeto.
Isoladamente, esses critérios garantem que 
a empresa ganhe pelo menos seu retorno exigi-
do, o que contribuiria para o aumento de seu va-
lor de mercado.
2.7 Taxa Interna de Retorno (TIR)
2.8 Período Payback (PP) 
O Período de Payback (PP), também conhe-
cido como período de recuperação, é o tempo 
exigido para a empresa recuperar seu investimen-
to inicial em um projeto. Ao medir com que rapi-
dez a empresa recupera seu investimento inicial, 
o Período de Payback também considera implici-
tamente o timing dos fluxos de caixa e, portanto, 
o valor do dinheiro no tempo. 
Quanto mais amplo for o horizonte de tem-
po considerado, maior será o grau de incerteza 
nas previsões. Desse modo, propostas de investi-
mento com menor prazo de retorno – mantidas 
as outras variáveis constantes – podem apresen-
tar maior liquidez e, consequentemente, menor 
risco. 
O período máximo aceitável de Payback é 
determinado pela alta administração da empre-
sa. Inicialmente, propostas que ultrapassem esse 
limite de tempo são rejeitadas. O cálculo do Perí-
odo de Payback é simples:
ƒƒ 1° Passo: identifica-se o custo inicial ou 
valor atualizado do investimento para t0;
ƒƒ 2° Passo: descontam-se os fluxos de 
caixa projetados para t1, t2, t3,...tn, ao 
custo de capital ou taxa de desconto 
que represente o risco do negócio;
ƒƒ 3° Passo: somam-se os fluxos de caixa 
atualizados ano a ano;
ƒƒ 4° Passo: verifica-se até que ano a em-
presa recuperou a predominância do 
investimento inicial;
ƒƒ 5° Passo: calcula-se quanto falta recu-
perar e em que período ocorrerá;
ƒƒ 6° Passo: soma-se o número de anos 
necessários para a recuperação da pre-
dominância do investimento inicial ao 
resultado da divisão entre a quantia 
restante a recuperar e o valor do fluxo 
de caixa atualizado do período em que 
ocorrerá a recuperação do total do in-
vestimento inicial.
Marcelo Cerqueira Silva
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Exemplo – Calcule o payback dos projetos 
abaixo:
Meta para afirmação de viabilidade = 3 anos.
Período Projeto A Projeto B
0 50.000 50.000
1 15.000 8.000
2 28.000 8.000
3 19.000 8.000
4 5.000 12.000
5 7.000 35.000
6 10.000 10.000
Projeto A = 15.000 + 28.000 = 43.000
50.000 – 43.000 = 7.000
7.000 19.000 = 0,36842
0,36842 x 12 = 4,42
Resposta: 2 anos e 4 meses (aproveitamos somente o valor do lado esquerdo da vírgula).
Projeto B = 8.000 + 8.000 + 8.000 + 12.000 = 36.000
50.000 – 36.000 = 14.000
14.000 35.000 = 0,40
0,40 x 12 = 4,8 (aproveitamos somente o valor do lado esquerdo da vírgula)
Resposta: 4 anos e 4 meses.
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Resposta final de acordo com a meta do in-
vestidor: de acordo com a meta proposta pelo in-
vestidor, podemos afirmar, após a realização dos 
cálculos com a ferramenta Payback, que o Projeto 
A é viável, pois obtém a recuperação do investi-
mento inicial de acordo com o prazo estabeleci-
do pelo investidor, e que infelizmente o Projeto B 
não oferece viabilidade, pois o prazo de recupera-
ção do investimento supera o prazo determinado 
pelo mesmo.
Exemplo 2 – Calcule o payback dos proje-
tos abaixo: 
Meta para afirmação de viabilidade = 4 anos.
Período Projeto A Projeto B
0 150.000 150.000
1 45.000 38.000
2 28.000 57.000
3 19.000 28.000
4 35.000 72.000
5 7.000 35.000
6 12.000 19.000
7 30.000 10.000
8 10.000 22.000
Projeto A = 45.000 + 28.000 + 19.000 + 35.000 + 7.000 +...
...+ 12.000 = 146.000
150.000 – 146.000 = 4.000
4.000 ÷ 30.000 = 0,13333
0,13333 x 12 = 1,6 (aproveitamos somente o valor do lado esquerdo da vírgula)
Resposta: 6 anos e 1 mês.
Projeto B = 38.000 + 57.000 + 28.000 = 123.000
150.000 – 123.000 = 27.000
27.000 ÷ 72.000 = 0,375
0,3750 x 12 = 4,5 (aproveitamos somente o valor do lado esquerdo da vírgula)
Resposta: 3 anos e 4 meses.
Marcelo Cerqueira Silva
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Resposta final de acordo com a meta do in-
vestidor: de acordo com a meta proposta pelo in-
vestidor, podemos afirmar, após a realização dos 
cálculos com a ferramenta Payback, que o Projeto 
B é viável, pois obtém a recuperação do investi-
mento inicial de acordo com o prazo estabeleci-
do pelo investidor, e que infelizmente o Projeto A 
não oferece viabilidade, pois o prazo de recupera-
ção do investimento supera o prazo determinado 
pelo mesmo.
O valor operacional da empresa é calculado 
a partir da capitalização dos fluxos de caixa livres 
da atividade principal (FCLs) descontados a uma 
taxa de retorno (i) que corresponda ao risco do 
negócio e reflita as incertezas de mercado. Em se-
guida, soma-se o valor dos Ativos Não Operacio-
nais ao Valor Operacional, para se chegar ao valor 
total da empresa.
segundo santos (2008), essa taxa corres-
ponde ao custo médio ponderado de capital, ou 
CMPC, que vem a ser justamente a média ponde-
rada das diferentes formas de financiamento pre-
sentes na estrutura de capital da empresa.
Essa técnica é uma das mais utilizadas em 
cálculos de valor empresarial, porque incorpora 
os fatores que interessam na avaliação do valor: 
(1) fluxos de caixa (em vez de medidas contábeis) 
e (2) o custo de capital.
2.9 Metodologia dos Fluxos de Caixa Descontados 
O Valor da Empresa (VE) é, então, calculado 
considerando-se o Valor dos Ativos Não Opera-
cionais (ano-ano 0) registrado no último ano de 
atividades da empresa (Ano 0), os Fluxos de Cai-
xa Livres Projetados (FCLs) e o Valor Residual (VR) 
no último ano projetado – os dois últimos atuali-
zados para o Ano 0 à taxa de desconto (i):
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 O Valor Residual representa o Valor da Em-
presa no final do último ano projetado, ou seja, 
o valor presente dos fluxos de caixa livres após o 
período de previsão explícita. Em condições de 
crescimento constante para o período pós-proje-
tado, o Valor Residual (VR) poderá ser calculado 
pelo Modelo de Gordon:
 
Sendo:
VR ano u = Valor Residual para o Último Ano 
do Período Projetado.
FCL ano u = Fluxo de Caixa Livre do Último 
Ano Projetado.
G = Taxa de Crescimento Constante para os 
Fluxos de Caixa Livres do Período Pós-Projetado.
CMPC = Custo Médio Ponderado de Capital 
ou Taxa de Desconto.
Alternativamente, Copeland, Koller e Mur-
rin (2002) sugerem que o Valor Residual para o úl-
timo ano projetado seja calculado considerando 
os Lucros Operacionais Ajustados (LOA):
Sendo:
LOA ano u = Lucro Operacional Ajustado do 
Último Ano Projetado.
Exemplo de Cálculo do Valor da Empresa 
pela Metodologia dos Fluxos de Caixa Descon-
tados – Considere que a empresa Apple s.A. ge-
rou os seguintes fluxos de caixa livres nos últimos 
cinco anos:
FCLs ($ Milhões) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Histórico 94,00 100,58 106,82 112,90 120,47
Baseando-se em expectativas e em seu de-
sempenho histórico, a empresa está projetando o 
crescimento dos fluxos de caixa livres a uma taxa 
de 5,5% para os próximos cinco anos.
FCLs ($ Milhões) Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Projetado 127,10 134,09 141,46 149,24 157,45
Assim, têm-se os seguintes fluxos de caixa 
livres projetados:
Para o período pós-pojetado, assuma uma 
taxa de crescimento constante de 5%. Com isso, 
seu Valor Residual para o final do último ano pro-
jetado é de $ 2.543,41, considerando um custo de 
capital de 11,50%:
Valor da Empresa (VE) para o final do Ano 5 
é de $ 1.987,67 milhões.
Marcelo Cerqueira Silva
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32VE Ano 5 = $ 127,10 + $ 134,09 + $141,46 + $ 149,24 + ($ 157,45 + $ 2.543,41) = $ 1.987,67
 (1,115)¹ (1,115)² (1,115)³ (1,115) (1,115) 
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo estudamos as principais metodologias aplicadas no processo de avaliação de uma 
empresa. Entendemos a aplicação da técnica do Período de Payback (PP), também conhecido como pe-
ríodo de recuperação e que é o tempo exigido para a empresa recuperar seu investimento inicial em 
um projeto, e a importância da utilização da metodologia dos fluxos descontados. Espero que tenham 
compreendido. 
Vamos agora avaliar a sua aprendizagem.
2.10 Resumo do Capítulo
2.11 Atividades Propostas
1. Explique o seu entendimento sobre o processo de avaliação de empresas através do método 
da capitalização dos lucros. 
2. Explique o seu entendimento sobre o processo de avaliação de empresas através do método 
do Valor Presente Líquido. 
3. Explique o seu entendimento sobre o processo de avaliação de empresas através do método 
da Taxa Interna de Retorno. 
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33
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, apresentaremos o concei-
to dos ativos intangíveis. Apresentaremos ainda 
a sua importância para as empresas e diversos 
exemplos dessa modalidade de ativos. Observa-
remos ainda a interferência do fator humano na 
gestão das empresas. Vamos iniciar a discussão? 
Os Ativos Intangíveis são recursos não ma-
teriais controlados pela empresa, que têm proba-
bilidade de trazer benefícios futuros ao negócio. 
Esses ativos não estão refletidos nas demonstra-
ções financeiras, mas se transformam em benefí-
cios quando estão associados a alguma atividade 
ou ação da companhia.
são exemplos de ativos intangíveis:
ƒƒ patentes de produtos;
ƒƒ patentes de processos industriais; 
ƒƒ marcas de fábrica (Grife);
ƒƒ marca registrada (Razão social);
ƒƒ softwares;
ƒƒ desenhos industriais;
ƒƒ direitos autorais;
ƒƒ contratos de transferência (Cessão de 
Tecnologia);
ƒƒ franquias;
ƒƒ Goodwill econômico etc.
Esses ativos são pertencentes a um titular 
legal e possuem um valor decorrente dos direi-
tos de propriedade a eles associados. Quando as 
empresas investem em ativos intangíveis, incor-
rem em custos de curto prazo visando à geração 
de maiores fluxos de caixa futuros (médio e lon-
go prazos). Embora possam envolver valores re-
levantes desembolsados do caixa, a maioria dos 
gastos não é reconhecida como investimento na 
contabilidade das empresas. O que ocorre é um 
lançamento como custo operacional que, conse-
quentemente, reduz o lucro e o pagamento do 
imposto de renda.
Essa condição é muito questionada nas co-
munidades acadêmica e empresarial, uma vez 
que, igualmente à função dos ativos tangíveis, vi-
sam a contribuir para a geração de maiores fluxos 
de caixa futuros.
3.1 O Fator Humano na Gestão do Negócio
ANÁLISE DOS ATIVOS INTANGÍVEIS3 
Os preços das ações de uma empresa refle-
tem as expectativas do mercado em relação à sua 
capacidade futura de gerar fluxos de caixa ope-
racionais para pagamento de todas as suas dívi-
das e maximização da riqueza dos proprietários. 
Para honrar tais compromissos, é indispensável 
que tanto os ativos tangíveis quanto os ativos 
intangíveis sejam utilizados eficientemente. Isso 
pressupõe a ação de profissionais qualificados, 
continuamente atentos ao comportamento dos 
fundamentos da economia e com ampla visão da 
saúde financeira da empresa e das necessidades 
potenciais de mercado.
Marcelo Cerqueira Silva
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34
Martins (2008) considera as pessoas como 
as principais responsáveis pelas estratégias de 
investimentos e financiamentos na gestão do 
negócio; dessa forma, fundamental seria que a 
elas fosse atribuído um valor nas demonstrações 
financeiras. De fato, são elas que criam ideias para 
o desenvolvimento de produtos, marcas, campa-
nhas comerciais, campanhas publicitárias e pro-
cessos produtivos. Além disso, são responsáveis 
pela contratação de funcionários, modernização 
tecnológica, captação de financiamentos e moti-
vação de toda a estrutura (administrativa e opera-
cional) para alavancar a lucratividade.
Mas, como atribuir valor à competência 
das pessoas nas demonstrações financeiras? A 
resposta deveria se centrar na geração de fluxos 
de caixa que possibilitassem a maximização da 
riqueza dos proprietários e demais supridores de 
capital à empresa (funcionários, clientes, fornece-
dores, bancos entidades governamentais etc.).
se as estratégias traçadas para atender às 
necessidades de todos esses agentes forem bem-
-sucedidas, a empresa receberá benefícios em 
contrapartida, como melhor reputação, maior 
credibilidade e menor custo para captar fundos 
para financiamento de capital de giro e imobili-
zação. Isso favorece os resultados de seus vários 
projetos, contribuindo para torná-los viáveis fi-
nanceiramente, ou seja, geradores de VPLs posi-
tivos.
Por exemplo, se a meta principal do perío-
do consiste em aumentar em 10% o número de 
empresas participantes da carteira de clientes e 
esse resultado é alcançado, ou, melhor, ultrapas-
sado, à equipe da área comercial caberia o rece-
bimento de uma recompensa arbitrada (fora o 
salário) pela alta administração. Caso o aumento 
da base de clientes contribuísse para o aumen-
to do faturamento, após análises qualitativas do 
risco de crédito, também seria atribuída uma re-
compensa aos profissionais da área de crédito e 
financiamento – isso já ocorre, na realidade. E as-
sim sucessivamente para as demais áreas da em-
presa (marketing, recursos humanos, produção, 
controladoria etc.).
Como podemos verificar, a quantificação 
desses resultados é possível, embora questioná-
vel por depender das políticas orçamentárias de 
cada entidade. sendo o foco principal de toda e 
qualquer empresa gerar lucro operacional, temos 
como monitorar o desempenho desses resulta-
dos periodicamente, por meio das demonstra-
ções financeiras divulgadas. 
A partir disso, podemos calcular o lucro 
(exato, aproximado ou médio) por funcionário, 
departamento, divisão, diretoria, linha de negó-
cio (produto ou serviço), segmento etc. Da mes-
ma forma, podemos desmembrar do salário dos 
funcionários quanto representa a parcela fixa e a 
parcela variável. 
Apresentamos a seguir um exemplo co-
mentado de Ativos Intangíveis para um Banco 
Comercial Múltiplo. Entre os ativos intangíveis O 
Banco ABC s.A., são destaques: sua marca, sua 
forte presença em todo o território brasileiro, sua 
expertise nos diversos mercados em que atua, seu 
sistema de gerenciamento de risco e, principal-
mente, a capacidade de inovação do seu capital 
humano. À sua marca são vinculados atributos in-
dispensáveis: tradição, confiança e solidez. 
A rede de distribuição do banco está posi-
cionada estrategicamente em todo o território 
brasileiro, proporcionando grande capacidade 
para colocação e venda de produtos e serviços. A 
cultura interna do banco é voltada para o desen-
volvimento de novas formas de relacionamento 
com parceiros e clientes, novos produtos e servi-
ços e novos processos, o que confere ao banco a 
vantagem competitiva pela constante renovação 
de seus negócios.
A expertise do banco nos mercados em que 
atua e a qualificação de seu capital humano o fa-
zem um dos bancos mais inovadores do país, com 
a mais completa carteira de produtos e serviços do 
mercado brasileiro. Baseando-se em constantes 
AtençãoAtenção
Na opinião de alguns autores, o reconhecimento da 
competência dar-se-ia pelo pagamento de prêmios 
ou bônus por metas atingidas (SANTOS, 2008).
Avaliação de Empresas e Governança Corporativa
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gastos com pesquisas e desenvolvimento, a ins-
tituição vem desenvolvendo

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