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PASSANDO DO LIMITE NO TRABALHO RESENHA

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PASSANDO DO LIMITE NO TRABALHO
Fernanda era uma servidora pública da carreira de Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental e gerente de projetos na Secretaria executiva do Ministério de Combate a Corrupção, era ocupante de um cargo de comissão, era extremamente dedicada ao seu trabalho, dedicada até de mais o trabalho era prioridade em sua vida, isso a rendeu bons retornos, tais como a posição em que se encontrava, por isso sempre buscava mais conhecimento, informações, ideias, entre outras coisas que poderiam trazer melhoras para si mesma e para seu trabalho, estava tão envolvida com seu trabalho que acabou esquecendo de sua vida pessoal, no momento estava realizada com suas conquistas, mas não sabia que isso um dia poderia lhe prejudicar.
Como estava sempre na busca de melhorias, decidiu se afastar do trabalho por um tempo para se dedicar aos estudos, objetivando como sempre melhorar seu desenvolvimento no trabalho e trazer ideias inovadoras para projetos, como uma pessoa dedicada, teve sucesso em seus estudos , concluiu seu doutorado com êxito, conquistando o título de melhor pesquisa realizada por alunos da faculdade naquele ano, Fernanda era uma pessoa inteligente que ao realizar algo buscava dar o seu melhor, seu reconhecimento foi tanto que recebeu propostas para permanecer nos Estados Unidos como professora do doutorado, era uma oportunidade muito boa que muitas pessoas desejariam, e seria incrível para Fernanda que era uma estudiosa dedicada, poderia estar expandindo constantemente seu conhecimento. Mas como era muito comprometida com seu trabalho, não via a hora de voltar ao Brasil para compartilhar todo o conhecimento adquirido e repassar para novos projetos para o Ministério.
Ao voltar para o Brasil e finalmente seu trabalho, ao qual estava ansiosa para voltar, foi surpreendida com a notícia de que a cúpula do Ministério de Combate a corrupção havia sido substituída, inclusive o secretário-executivo, seu superior imediato, apesar da surpresa até então estava tudo bem, estava decidida a repassar seus novos projetos. Mesmo com a mudança voltou ao seu trabalho como de costume, e logo começou a mapear as áreas em que ia implantar seus projetos, com os quais teve contato durante o período de capacitação, acreditava que continuaria como antes, apresentaria seus projetos, tendo aceitação e apoio de seus superiores e que revolucionaria o Ministério com as inovações.
Após mapear tudo a área na qual Fernanda encontrou a maior possibilidade de melhoria foi a Divisão de Enfrentamento ao Superfaturamento de Obras Públicas (DESOP). Sua proposta era implantar um sistema unificado que proporcionasse uma troca rápida e sem burocracia de informações entre o Ministério e o Tribunal de Contas da União (TCU), o que facilitaria bastante o andamento dos processos, seu projeto era realmente bom, e como ela estudou muito para desenvolvê-lo teria muitas chances de sucesso, porém na ansiedade para apresentar, acabou esquecendo que seu chefe não era mais o mesmo, não procurou o conhecer, saber como era, para ter ideia de como falar com ele e até mesmo como reagiria diante de suas propostas, para evitar desapontamentos.
Enfim foi até o chefe para apresentar seu mais novo projeto, mas ele não teve uma boa reação, demonstrou uma oposição sistemática e injustificadas ás suas ideias. Até mesmo sempre que encontrava uma oportunidade, a ridicularizava diante de seus pares e subordinados, Fernanda poderia ter tido alguma reação quanto ao comportamento de seu chefe, respeitosa, mas não poderia ter aceitado tal comportamento, ainda mais vindo de um executivo, mas não reagiu, apesar de não ter entendido o comportamento em questão. Quando apresentou o projeto de cooperação com o TCU obteve a seguinte resposta: “a moça está achando que o TCU vai colaborar. Você precisa de muito mais que um cursinho fora do país para apitar aqui”. 
Apesar do acontecido, Fernanda procurou não se abalar, decidiu investir em outros projetos, pensando que não tinha acertado no primeiro, talvez os próximos fossem aceitos, não passou por sua cabeça a intenção de seu chefe. Porém mesmo com outras tentativas, não haviam sinais de que a situação estava melhorando. Empecilhos foram criados como justificativa para a não implementação de seus projetos. Fernanda se sentia cada vez mais impotente, em seu pensamento o problema era com seus projetos, mas ela deveria ter analisado melhor e reconhecido seu trabalho, pois com seu chefe anterior sempre obteve êxito em seus projetos e logo após a entrada do atual, nada mais dava certo. Ela não conseguia controlar as variáveis que comprometiam o alcance dos resultados traçados pela gerência. Suas atribuições foram retiradas aos poucos, resultando na perca de seu cargo comissionado, nesse momento Fernanda deveria ter parado para pensar se deveria continuar insistindo em ficar nesse emprego ou valia a pena arriscar outro, pois uma mulher tão bem sucedida, com tamanho conhecimento e tão disposta deveria saber o valor de seu trabalho, não se deixar levar por opiniões negativas vindo de uma pessoa que não sabia como ser um bom gestor.
Fernanda sempre encarou o trabalho como parte central de sua vida, o que foi um erro, o trabalho é uma coisa importante na qual devemos nos dedicar, mas não se pode esquecer da vida pessoal, de cuidar de você mesmo, se ela não se preocupasse a esse ponto com o trabalho talvez não se prejudicasse tanto, pois ele tinha o trabalho como a vida, enquanto tudo estava dando certo ela estava bem, mas a partir do momento em que as coisas saíram do rumo, seu mundo “desmoronou” e ela não sabia como sair da situação.
Sentia que seu conhecimento ameaçava a liderança de seu chefe imediato e que o fato de ser mulher incomodava mais ainda, o que infelizmente é comum nos dias de hoje, muitos homens não aceitam que mulheres sejam superiores, por isso excelentes profissionais são descartadas ou sofrem algum tipo de opressão em seu meio de trabalho. O trabalho perdeu o sentido para ela, o que afetou outras esferas de sua vida, nesse momento, ou até mesmo antes, que ao invés de se abalar por este fato, poderia ter saído do emprego e buscado uma nova oportunidade de recomeço, o que não seria difícil pelo currículo que tinha.
A servidora entrou em um processo de depressão, que se agravou com o passar dos meses, sua vida mudou de uma hora para outra, e isso por uma pessoa que se sentia ameaçado e não aceitava opiniões de uma mulher, Fernanda poderia ter buscado a ajuda de um profissional, mas a essa altura não tinha mais ânimo para pensar em nada. Não tinha mais vontade de sair para trabalha, o que antes era sua maior alegria, mas fazia um grande esforço para não ter faltas e gerar motivos para que o chefe a repreendesse ainda mais, nesse momento não se preocupava mais com o trabalho, apenas com não ouvir mais nada que a deixasse pior do que estava.
Quando uma pessoa tem depressão, um dos fatores mais importantes para ela, é ter pessoas ao seu lado, por mais que não reconheça essa necessidade, é de grande importância para que o quadro não se agrave ou até mesmo melhore. No caso de Fernanda, as pessoas a sua volta, mais específico a sua equipe de trabalho, adotaram um voto de silêncio, mesmo sabendo o sofrimento da colega, eles pensavam “não é comigo e também não quero me envolver para não me prejudicar”, o que é um pensamento totalmente egoísta, nunca se sabe quem vai precisar, pode acontecer com qualquer um, por isso deveriam ter se solidarizado com a situação, analisando por outro ponto de vista se Fernanda possuísse uma melhor relação de trabalho, os colegas teriam reagido.
Na esperança de que houvesse uma comoção, Fernanda publicou na intranet, uma carta denunciando sua situação e acusando o secretário-executivo de assédio moral. Novamente todos viram e ignoraram.
A área de recursos humanos, mesmo ciente do problema, resolveu deixar a “ferida” para ser tratada em outro momento, como se a situação não tivesse importância, apenas continuaram seus afazeres.
A situação foi reportadaá comissão de ética do Ministério, que não levou adiante a denúncia por entender que a alegação não estava motivada. Desesperada, encaminhou a carta ao órgão regional de defesa das mulheres, onde, por questões de lentidão burocrática, ou por não se dar muito atenção as demandas, as respostas demoravam muito a aparecer, por fim nada foi feito por não colocarem a devida importância no caso.
Após um ano, Fernanda não suportou mais aquela situação e se suicidou em sua sala de trabalho. 
Este é um exemplo de que assédio moral é grave, não só nas empresas, mas em todos os meios em que estamos inseridos, todos devem se atentar mais a situações como essas, pois podem causar danos irreparáveis as pessoas.

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