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ad1 de Educação de Jovens e Adultos 2018.2

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD
AVALIAÇÃO A DISTÂNCIA 1 – 2018.2
Disciplina: Educação de Jovens e Adultos
Coordenadora: Professora Andrea da Paixão Fernandes
Aluno (a): Michele Alves Lins de Oliveira Matr.:15212080067
Polo: BRO 
Caro/a Estudante,
Nosso objetivo com a Avaliação a Distância é possibilitar o desenvolvimento das respostas a partir de pesquisas e leituras que possam ser feitas utilizando-se, para isso, o material didático postado em cada aula como obrigatórios e o livro da disciplina como material complementar. Além disso, outros materiais relacionados aos temas podem fazer parte de sua pesquisa e devem ser indicados na elaboração da avaliação. 
Ao final da resposta de cada questão registre as referências bibliográficas utilizadas, conforme as normas da ABNT.
Sugerimos, mais uma vez, entendê-la como um trabalho de pesquisa. Bom trabalho!
1ª questão: (valor: até 5,0 pontos)
1.1 – Assista ao curta-metragem “Vida Maria”, de Márcio Ramos.
 Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Qwa7BmfQ4Rs
1.2 – Elabore um texto argumentativo de duas laudas relacionando o curta-metragem de Márcio Ramos à possibilidade de aprendermos ao longo de toda a vida. Considere em seu texto a necessidade da oferta da modalidade EJA e justifique tal necessidade. 
Resposta da questão 1 
“Vida Maria” nos apresenta a trajetória de vida de várias gerações de Marias que vievem no sertão cearense, que diante da vida difícil em que se encontram, de miséria, de uma perpetuação de que mulher é feita para cuidar da casa, dos filhos e do marido, acabam por anular a sua escolarização porque foi assim com a sua mãe, e com a sua vó, e com a sua bisavó .... e assim a vida segue, como um ciclo infindável. Maria José, é uma menina que gostava de escrever o nome, mas que é obrigada pela mãe a abandonar os estudos e começar a cuidar dos afazeres domésticos, assim como sua avó fez com a sua mãe. Presenciamos a repetição de um ciclo que rouba o direito de escrever. Que rouba sonhos, que rouba a liberdade. Ela se anulou em prol da sua família e assim, sem perspectiva de uma vida melhor, a solução era apenas aceitar a vida que lhe fora apresentada desde o seu nascimento. 
 O curta retrata a vida de mulheres do sertão mas, será que na cidade, na capital, numa metrópole isso não acontece? Sim ! Quantas mulheres e homens necessitam interromper a sua vida acadêmica para auxiliar financeiramente em casa? Porém, precisamos ter em mente que nunca é tarde para aprender. Nunca é tarde para realizarmos os nossos sonhos , seja ele qual for e isso diz respeito a escrever o próprio nome ou até mesmo concluir uma faculdade mas, para isso , será necessário se libertar dessa sociedade opressora e buscar as práticas que levarão à essa liberdade. Um dos primeiros passos seria em direção à educação. Para essa direção, basta está disposto a virar o jogo. A idade é o que menor importa e a modalidade de ensino em Educação de Jovens e Adultos vem nos mostrar que o caminho existe. Essa é uma modalidade de ensino amparada por lei e voltada para pessoas que não tiveram a oportunidade, por algum motivo, acesso ao ensino regular na idade apropriada. O objetivo do EJA é tentar ou corrigir algumas questões sociais como exclusão e exploração, entre outras que geram consequências maiores, como por exemplo, entre os jovens, a perigosa marginalização. 
Assim como em qualquer modalidade de educação, o EJA visa o pleno desenvolvimento da pessoa que o busca e o seu preparo para o exercício da cidadania e da qualificação para o trabalho. É de suma importância o papel do professor para o pleno desenvolvimento intelectual e profissional desse aluno. Não basta trabalhar conteúdos, é preciso fazer com que o aluno entenda todo o processo educacional.
 Cabe ao professor manter o diálogo com o educando, indagando e problematizando para transformar os obstáculos que aparecer nessa caminhada numa base para que ele entenda o processo da educação. O importante é sempre contextualizar os conteúdos relacionando-os ao seu tempo, à sua história e ao seu espaço.
 Se uma das Marias do filme tivesse a oportunidade de cursar a modalidade de EJA, certamente o rumo da vida das demais Marias teria sido diferente. Elas teriam acesso à uma prática libertadora que se diferencia da simples transmissão de informações e, viriam no sentido de produzir um senso crítico que levaria a cada uma a entender, e reivindicar e, se transformar e ter uma visão de mundo diferente daquela que tinham. Muito mais do que voltar a estudar, as Marias, seriam participantes ativas como cidadãs de um mundo em que apenas se reproduzia o que vivera a sua geração. Resgatariam a dignidade através da aprendizagem, e assim, se reconstruiriam dotadas de saberes que por conseqüência, teriam a sua qualidade de vida melhorada. 
 Mais do que voltar a estudar, a modalidade EJA proporciona a diversos adultos além de uma identidade crítica, o resgate da dignidade, o resgate de sonhos que por diversas vezes estavam adormecidos e a restauração do orgulho próprio. 
 A Educação de Jovens e adultos reforça a frase de que nunca é tarde para aprender e basta a sua existência para mudar a sua história. E basta também que estejamos cientes de que a educação é o caminho e que sem ela tudo seria muito mais difícil.
 Paulo Freire (2000, p. 121) afirma que a educação passa a ter sentido ao ser humano porque o seu existir se caracteriza como possibilidade histórica de mudanças. “Somos ou nos tornamos educáveis porque, ao lado da constatação de experiências negadoras da liberdade, verificamos também ser possível a luta pela liberdade e pela autonomia contra a opressão e o arbítrio.
 É importante que todo cidadão que não teve a oportunidade de estudar na idade certa, tenha ao menos acesso às políticas públicas que favoreçam e motivem o seu retorno para a sala de aula. Precisam perceber a importância da educação para a mudança de sua vida e para a reparação de sonhos e realizações engavetadas. 
2ª questão: (valor: até 5,0 pontos)
Caracterize os movimentos de educação popular da década de 1960. Explicite, também, em que concepção de educação se apoiavam. Cite três desses movimentos populares e apresente como se organizavam e a quem se destinavam.
 Os movimentos de educação popular apontam o ano de 1958 como o ano da mudança inicial da nova fase da educação de adultos e isso se deve ao II Congresso Nacional de Educação de Adultos. Foi nesse Congresso que se pode observar o início da transformação do pensamento pedagógico brasileiro, com essa reflexão, elaborou-se idéias pedagógicas mediante a vida social em que se encontrava cada adulto e surge daí os novos métodos educativos para eles. 
 Naquele momento, surgiam as práticas educativas baseadas numa concepção de “educação popular” que teve início em 1960. Elas surgiram a partir da participação emergencial política das massas que passavam a ser identificada como “uma educação do povo, pelo povo e para o povo”. 
 Os governantes pretendiam tirar o sentido anterior de que a educação era apenas para a elite. Essa educação popular adquiriu a partir daquele momento o sentido de uma educação, tendo como base a vida do oprimido. No início dos anos 60, surgem no Brasil, mas precisamente no nordeste brasileiro, vários movimentos de alfabetização e ascensão de uma cultura popular que em geral partiam das preocupações de intelectuais, políticos, estudantes e setores da Igreja Católica que tinham a participação política das massas devido à problemática nacional. Esses movimentos enfatizavam a educação dos adultos. Eles se tornaram um capítulo especial na história da educação brasileira na qual a luta contra o analfabetismo mobilizou amplos setores da sociedade civil (igrejas, estudantes,sindicatos, etc.), cujas propostas diferiam qualitativamente das campanhas e mobilizações governamentais anteriores, principalmente porque assumiam um compromisso explícito com as classes populares orientando suas ações educativas para “uma ação política renovadora”.
 Entre os principais movimentos, podemos destacamos: MCP - Movimento de Cultura Popular (Recife-Maio de 1960); Campanha “De pé no chão também se aprende a ler” (Natal-Fevereiro de 1961); MEB - Movimento de Educação de Base (Março de 1961); CPC- Centro Popular de Cultura (Rio de Janeiro-Março de 1961); CEPLAR - Campanha de Educação Popular da Paraíba (João Pessoa-Janeiro de 1962).
 Esses movimentos se tornaram especiais para a história da educação brasileira que naquela época já lutava contra o analfabetismo. Diante desse cenário, Paulo Freire propõe a teoria da Educação Libertadora, onde apresentou uma nova perspectiva de educação para o Brasil. Seus livros apresentavam a realidade brasileira e sugeriam a conscientização do povo como um meio de libertação da opressão. 
 O Movimento de Cultura Popular (MCP) que era ligado à prefeitura do recife, fora criado em maio de 1960. Esse movimento tinha como objetivo encontrar uma fórmula brasileira para a prática educativa ligada às artes e à cultura do povo e suas atividades era para a conscientização das massas através da alfabetização e da educação de base. Esse movimento resultou no método Paulo Freire de ensino. 
 A Campanha De Pé no Chão Também Se Aprende a Ler , teve 3 anos de duração, foi do ano de 1961 até 1964 e foi desenvolvido na Cidade de Natal , no Rio Grande do Norte e se tratava de um experimento de educação popular durante a gestão do Secretário de Educação Moacyr de Góes, no governo do prefeito Djalma Maranhão. O governo estadual buscava oferecer educação às pessoas não escolarizadas da cidade entre elas crianças e adultos. Era uma campanha com poucos recursos e sendo assim, construiu galpões de palha de coqueiro sob o chão batido que durante o dia funcionava com turmas para crianças e à noite, para adultos. 
 O Movimento de Educação de Base (MEB), foi criado em março de 1961, pela CNBB, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil em concordância com o Governo Federal, que deveria funcionar de 1961 até 1965. A atuação se dava, principalmente, através das escolas radiofônicas e tinha como responsável a Igreja Católica. A igreja deixou em segundo plano a catequese para se dedicar ao trabalho de promoção humana através da educação do povo, de modo que a partir de 1962 o MEB começa a se caracterizar como um movimento de cultura popular.
Referências bibliográficas
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/historia/a-educacao-jovens-adultos-movimento-brasileiro-alfabetizacao.htm
https://www.revistaprosaversoearte.com/vida-maria-um-curta-metragem-que-todos-os-alunos-devem-assistir/
SALGADO, Edmée Nunes
Educação de Jovens e Adultos.v.1/ Edmée Nunes Salgado;Paulo Corrêa Barbosa.-Rio de Janeiro:Fundação CECIERJ,2005.

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