AO JUIZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL MISTO DA COMARCA DE GUARABIRA

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AO JUIZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL MISTO DA COMARCA DE GUARABIRA/PB
Processo nº: 0801395-83.2016.8.15.0181
SOLANGE DA SILVA ASSIS VIEIRA, já devidamente qualificada nos autos, através de seu advogado legalmente constituído (procuração em anexo), vem perante Vossa Excelência IMPUGNAR a decisão que terminou a indisponibilidade de valores depositados na conta destinada a pensão alimentícia, que a executada é representante nos termos do art. 854, §3º, do Código de Processo Civil, propor:
DESBLOQUEIO EM CONTA DESTINADA A PENSÃO ALIMENTICIA
 
Pelos motivos e fundamentos jurídicos que a seguir passa a expor:
I – Considerações Fáticas
A executada possui essa conta destinada a pensão alimentícia, que criada judicialmente, teve a quantia de R$ 816,48 bloqueada de sua conta corrente de nº 29.238-9, da agência nº 0200-3, do Banco do Brasil, no dia 04 de Dezembro de 2018, conforme extrato bancário anexo (doc.1) em virtude do cumprimento de sentença da presente demanda.
Ocorre, Vossa Excelência, que tal quantia diz respeito aos proventos de seus filhos, a qual a executada é representante legal, tendo ambas as verbas de caráter alimentar.
 
II- Da Pensão Alimentícia
	No que tange as verbas alimentícias da, sob guarda da executada, juntamos aos autos o contracheque (doc.2), do responsável pelo abatimentos direto em folha de pagamento do genitor das crianças da verba alimentar. Conforme se denota da analise dos extratos bancários juntados aos autos (doc.), assim, demonstramos a natureza alimentar e que se cuida de verba destinada a terceiros, o qual a Executada é representante legal.
 III. Do Direito
Exposto os motivos de fato passemos a analise do direito.
Dispões no art. 833 do Código de Processo Civil em seu inciso IV que:
	Art. 833. São impenhoráveis:
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º;
Assim, Vossa Excelência, o art. 833, em sei inciso IV, do CPC, no sentido de concretizar, no plano da legislação e sobre tudo a fim de garantir o mínimo existencial a executada protegendo assim à dignidade da pessoal humana, dispôs sobre a impenhorabilidade de tal verba. 
Ademais, Vossa Excelência dispõe o art. 854 do Código de Processo Civil, que:
	Art.854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução.
§ 3º Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que:
I - as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis;
	II - ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos financeiros.
§ 4º Acolhida qualquer das arguições dos incisos I e II do § 3º, o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade irregular ou excessiva, a ser cumprido pela instituição financeira em 24 (vinte e quatro) horas.
 
IV- Do Pedido
	Logo Vossa Excelência, devidamente expostas às razões de fato e de direito aqui apresentadas, pleiteamos que a presente impugnação ao bloqueio de numerário deve ser acolhida, haja vista que estão presentes os que requisitos fáticos e de direito, a fim de que seja determinado o cancelamento do bloqueio irregular junto à instituição financeira, nos termos do parágrafo 4º do artigo supracitado.
	Por tais razões aguarda o desbloqueio da totalidade dos valores aqui bloqueados, subsidiariamente, caso entenda Vossa Excelência pela necessidade de dilação probatória que haja a liberação da soma da quantia de R$ 816,48 (oitocentos e dezesseis reais e quarenta e oito centavos) por ser a quantia pertencente aos seus filhos. 
Termos em que,
Pede deferimento.
Guarabira, 06 de Dezembro de 2018.
BRUNO AUGUSTO DERIU
OAB/PB 19.728