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AO JUÍZO DA 2ª VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DE CUIABÁ/MT. P.J., menor impúbere, brasileiro, representado neste ato por sua genitora, MARIGILDA SILVA, brasileira, divorciada, autônoma, portadora do RG nº 25012219, SSP/MT e inscrita no CPF sob o nº 062.722.341-20, residente e domiciliada na rua A, nº 25, bairro: Morada da Serra, Cuiabá- MT, CEP: 78.015-300, com endereço eletrônico: marigildasilva@gmail.com, devidamente representado por seu advogado (procuração anexa), vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 528 do CPC, apresentar a presente: AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS Em face de JUCELINO VIEIRA SOARES, divorciado, empresário, rural, portador do RG nº 31023341, SSP/MT e inscrito no CPF sob o nº 545.562.791-88, residente e domiciliado na rua C, nº 66, bairro: Dom Aquino, Cuiabá- MT, CEP: 78.430-900, com endereço eletrônico: jucelinovieira@gmail.com, pelos fatos e argumentos a seguir expostos: I. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA Inicialmente, requer o benefício da assistência Jurídica gratuita, tendo em vista tratar-se de pessoa carente de recursos financeiros, impossibilitada de custear as despesas processuais, sem comprometer o próprio sustento, nos termos das Leis n.º 1.060/50 e n.º 7.115/83 e consoante art. 5º, LXXIV da Constituição Federal. II. DOS FATOS O requerido fez um acordo, homologado por sentença pelo r. Juízo da Segunda Vara de Família e Sucessões de Cuiabá, nos autos do processo nº 0045732.18.2020.811.0041, aceitando pagar a título de pensão alimentícia a seu filho, o valor mensal de um terço de seus ganhos líquidos, se empregado, correspondente a R$1500,00, e dois terços do salário mínimo vigente no país, se por ventura estiver desempregado, com vencimento até o dia cinco de cada mês. Mesmo sabendo da veemente necessidade, e da importância desse valor para custear as despesas do filho, inclusive com medicamentos, o Alimentante não tem se sensibilizado para cumprir sua obrigação de pai que ama aquele que não pediu para nascer. O valor do débito soma quatro mil e quinhentos reais, referente às pensões vencidas nos meses de janeiro, fevereiro e março do ano em curso, como mostra o demonstrativo abaixo: MÊS VALOR DA PENSÃO VALOR PAGO DÉBITO ATUALIZADO Janeiro R$1.500,00 -- R$1.605,00 Fevereiro R$1.500,00 -- R$1.590,00 Março R$1.500,00 -- R$1.575,00 TOTAL R$4.500,00 -- R$4.770,00 *Débitos atualizados conforme os cálculos Judiciais em Geral do TJMT. III. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS A Constituição Federal, em seus artigos 227 e 229, preceitua os deveres a serem observados pela família, sociedade e Estado para que a gama de direitos protecionistas, trazidos de forma explicativa, sejam efetivados: Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. Mister se faz o destaque acerca da proteção constitucional que ora se ostenta, particularmente no que tange à proteção da prole de toda forma de negligência. Neste segmento protecionista, o poder-dever familiar deve existir desde a concepção do nascituro, conforme preceituam os seguintes artigos da lei 11804 de 2008: Art. 2º. Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes. Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos. Art. 6º. Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão. Dessa maneira, nos termos do art. 528, § 3º, do Código de Processo Civil de 2015, se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz pode decretar a sua prisão pelo prazo de um a três meses. Em complemento, o § 7º do art. 528 do CPC/15 estabelece que “o débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo” (BRASIL, 2015). Ante o exposto, depreende-se oportuno o presente pleito de condenação do requerido ao pagamento dos alimentos para que seu filho possa subsistir com o mínimo de dignidade, assegurando-lhe os direitos oriundos do direito maior, qual seja o direito à vida. Diante da pertinácia do executado em não cumprir com seus deveres patriarcais, não há outra solução mais eficaz que não o desconto em sua folha de pagamento, forte no artigo 529 do Código de Processo Civil. Ademais, não é demais dizer que tal medida se afigura, igualmente, a medida menos onerosa ao devedor. Sendo assim, requer seja intimada a empregadora do executado, Print Car. Veículos, situada na Avenida General Mello, 898, Cuiabá- MT, CEP: 78.020,700, para que proceda ao desconto mensal do valor de R$ 4.770,00 na folha de pagamento de seu empregado, ora executado. Com fulcro nos artigos 831 e 935, ambos do Código de Processo Civil, acaso o executado não venha adimplir a obrigação, os autores suscitam de pronto as prerrogativas dos preceitos legais acima mencionados para promover a efetividade do cumprimento da sentença. Desse modo, caso haja o não pagamento do executado, deve ser deferido o bloqueio on-line via BACENJUD no importe suficiente ao pagamento do crédito ora reclamado (STJ, 3ª Turma, REsp 332.584-SP, rel. Min. Nancy Andrigui, j. 12.11.01; RT 843/318; RP 134/216, dentre outros). Uma vez citado e intimado o devedor para pagar dívida relativa as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução, e este injustificadamente não a fizer, cabível a imposição de prisão civil, nos termos dos §§ 3o e 4º do art. 528 do CPC. Neste sentido, curial trazer à balha Súmula nº 309 do Superior Tribunal de Justiça, ad litteris: STJ Súmula nº 309 – 27/04/2005 – DJ 04.05.2005 –Alterada– 22/03/2006 – DJ 19.04.2006 Débito Alimentar – Prisão Civil – Prestações Anteriores ao Ajuizamento da Execução e no Curso do Processo O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. HABEAS CORPUS. AÇÃO DE EXECUÇÃO. PENSÃOALIMENTÍCIA. – É cabível a prisão civil do alimentante inadimplente em ação de execução contra si proposta, quando se visa ao recebimento das últimas três parcelas devidas a título de pensão alimentícia, mais as que vencerem no curso do processo. – O pagamento parcial do débito não afasta a possibilidade de prisão civil do alimentante executado. – Inviável a apreciação de provas na via estreita do HC. – Ordem denegada. (220768 RJ 2011/0238068-7, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 10/04/2012, T3 – TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 16/04/2012) Ante a recalcitrância do executado em satisfazer a dívida, requer seja decretada sua prisão civil pelo prazo definido em lei. IV.DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: a) CONCEDER a gratuidade da justiça, tendo em vista ser a requerente considerada pobre, na forma da lei, não podendo dessa forma arcar com o pagamento das custas processuais e os honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio e de sua família; b) EFETIVAR a citação do requerido, para que apresente resposta no prazo legal, para que tome ciência da ação e adimplir o débito que deverá ser atualizado até a data do efetivo pagamento, e acrescido de juros e correção monetária sobre o valor do débito ora executado; c) DETERMINAR a intimação do ilustre Representante do Ministério Público para manifestar-se quanto ao presente pedido, na condição de fiscal da correta aplicação das normas jurídicas ao caso sob exame; d) A imposição de PRISÃO CIVIL, com arrimo no artigo 19 da Lei 5.478/68 e artigo 528 e Parágrafos do Código de Processo Civil (CPC), uma vez comprovada à inadimplência voluntária do débito. A CONDENAÇÃO, no valor de R$ 4.770,00 (Quatro mil setecentos e setenta reais), a título de alimentos vencidos, requerendo que seja depositado na conta destinada ao pagamento dos alimentos definitivos, qual seja, agência: 598, operação: 02, conta: 1940-2, de acordo com a legislação vigente. e) DECIDIR pela condenação da réu ao pagamento dos honorários advocatícios sucumbenciais, isto é, custas processuais e honorários advocatícios, estes na base de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação. Dá à causa o valor de R$ 4.770,00 (Quatro mil setecentos e setenta reais). Nestes termos, Pede deferimento. Local e data Nome e assinatura do advogado Nº da OAB
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