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Questões para estudo proc de execução 1º bim 2018 2

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Questões para estudo dirigido – Processo de Execução – 1ª bimestre
Explique a evolução histórica do processo de execução no CPC de Buzaid, mencionando o princípio da autonomia da execução e o processo sincrético.
O princípio da autonomia era muito utilizado antes da reforma do Código de Processo Civil, quando não havia o cumprimento da sentença e todas as execuções eram autônomas em relação ao processo de conhecimento. Desde 1994 as reformas realizadas do Código foram mesclando o processo de execução com o processo de conhecimento e, atualmente, a execução autônoma é medida de exceção. Atualmente a autonomia do processo de execução só ocorre nos casos de execução com base em título executivo extrajudicial ou, ainda, com base em sentença penal condenatória, sentença arbitral, sentença estrangeira homologada pelo STJ ou sentença contra a Fazenda Pública. Na maioria das execuções de títulos executivos judiciais, portanto, não há mais processo de execução autônomo porque a execução é uma fase do processo que hoje, recebe o nome de processo sincrético. Diz-se processo sincrético porque se trata de um mesmo processo com duas fases: a primeira, que é a fase de conhecimento, e a segunda, que é a fase de execução e que se dá imediatamente, sem intervalo.
É possível atividade cognitiva no processo de execução? E atividade executiva no processo de conhecimento? Explique e exemplifique.
É possível atividade cognitiva no processo de execução (ex: embargos do devedor) e atividade executiva no processo de conhecimento (ex: antecipação de tutela).
Porque se diz que a execução é uma espécie de ”sanção jurídica”?
Porque o processo de execução nada mais significa do que a aplicação de uma sanção jurídica àquele que não cumpriu com alguma obrigação (devedor) a que se obrigou voluntariamente – mas com amparo da lei – ou em virtude de lei. Estas atividades são justificáveis tendo em vista a existência, a validade e a eficácia de um título executivo contendo a obrigação descumprida pelo devedor. Assim, as atividades executivas são atos estatais mediante os quais o Estado invade o patrimônio do devedor para satisfazer o direito do credor, ainda que sem o concurso da vontade do devedor ou até mesmo contra ela. A execução tem, portanto, natureza de atividade jurisdicional e sua principal finalidade é satisfazer o direito do credor.
Se o agente infringir norma jurídica, que tipo de sanção negativa lhe pode ser aplicada?
É possível aplicar ao infrator as chamadas sanções negativas reparatórias as quais podem ser:
	a) constrangimento para forçar o cumprimento de uma obrigação;
	b) condenação ao ressarcimento de um dano, através do pagamento em dinheiro;
	c) imposição de uma obrigação que não se relaciona com a transgressão ou com o dano, mas que objetiva ressocializar o desviante e mostrar à comunidade a eficácia do sistema jurídico como agente de controle social.
A obrigação de pagar quantia é uma execução específica. Está correta esta afirmação? Por quê?
Essa afirmação não está correta porque a execução específica é aquela voltada para entregar ao credor exatamente aquilo que ele teria direito de receber se o devedor tivesse cumprido voluntariamente sua obrigação. Sendo assim, a execução inespecífica é a execução da obrigação de pagar quantia.
Diferencie execução de cumprimento de sentença.
O cumprimento de sentença é a fase em que aquilo que foi estabelecido pelo juízo seja realizado no mundo real. A execução é o conjunto de atividades jurisdicionais voltadas para a aplicação de uma sanção ao devedor.
O que é execução provisória e como ela ocorre? 
A execução provisória se dá quando estiver a execução estiver embasada em título executivo judicial que ainda não transitou em julgado ou quando embasada em título executivo extrajudicial cuja validade é discutida em juízo(art. 1012, §§ 1º e 2º, do CPC). Muito embora a lei permita ao exequente iniciar a execução provisória sempre que pendente recurso sem efeito suspensivo, caso o julgamento do recurso lhe seja desfavorável, o exequente deverá ressarcir o executado de eventuais danos sofridos em virtude da execução provisória. Além disso, para proteger o devedor caso seu recurso seja provido, na execução provisória pode ser exigida a prestação de caução por parte do credor para o levantamento de depósito em dinheiro e para a prática de atos que importem alienação de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado (Procedimento de cumprimento provisório de sentença de condena a obrigação de pagar quantia: art. 520 a 522 do CPC)
Como se classificam as execuções específicas e inespecíficas? Dê exemplos.
As execuções específicas são as execuções das obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa, quando se consegue o cumprimento ideal da prestação. Nas execuções específicas, quando não se consegue obter o cumprimento exato da prestação, sendo necessário sua conversão em perdas e danos, diz-se que a execução é impossível (porque não se conseguiu cumprir exatamente a obrigação prevista no título). Assim, as execuções específicas se classificam em possíveis e impossíveis. As execuções inespecíficas ou genéricas são as execuções das obrigações de pagar quantia certa e as execuções de perdas e danos caso seja impossível o cumprimento das obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa. Já nas execuções inespecíficas, ou seja, execuções de quantias em dinheiro, quando não se consegue encontrar dinheiro suficiente para o pagamento da dívida (seja ela prevista no título ou resultado da conversão de obrigações de fazer, não fazer ou entregar coisa) diz-se que a execução é infrutífera. Desta forma, as execuções inespecíficas podem ser classificadas como frutíferas ou infrutíferas.
Há contraditório no processo de execução?
O fato de a execução se processar mesmo sem que o devedor se defenda não significa que não exista contraditório. O devedor tem inúmeras oportunidades de se manifestar ao longo do processo de execução: pode se insurgir contra a penhora realizada, pode se manifestar quanto a nomeação de perito e aos laudos apresentados, pode opor-se à arrematação etc. Todas as decisões judiciais no curso do processo de execução ensejam a manifestação das partes, especialmente se encontrarem irregularidades em tais decisões ou no decorrer do processo. Além disso, o devedor tem oportunidade de se manifestar mediante embargos, (nas execuções de títulos executivos extrajudiciais) ou impugnação (nas execuções de títulos executivos judiciais). Assim, seja na execução de título judicial ou na execução de título extrajudicial, o contraditório está sempre presente. Além disso, o devedor tem oportunidade de se manifestar mediante embargos, (nas execuções de títulos executivos extrajudiciais) ou impugnação (nas execuções de títulos executivos judiciais).
Em que medida admite-se a prisão civil no processo de execução?
A prisão civil, só é aplicável ao devedor de pensão alimentícia. O depositário infiel não pode mais sofrer prisão civil por conta do Pacto de São José da Costa Rica (Decreto nº 678/1992), da Súmula 419 do STJ e da Súmula Vinculante nº 25 do STF.
Qual princípio, relativo aos processos de execução, emerge da leitura do art. 797 do NCPC? Explique.
O princípio do resultado da execução que só pode ser a satisfação do credor. Isto acontece porque, segundo o art. 797 do CPC, a execução sempre é realizada no interesse do credor. Não há paridade entre credor e devedor como ocorre no processo de conhecimento
O que significa dizer que no processo de execução a disposição do exequente sobre a ação é maior que a do autor no processo de conhecimento?
Significa dizer que no processo de conhecimento o juiz dá razão a uma das partes por meio de sentença declaratória, constitutiva ou condenatória. Esse processo possui atividade essencialmente declaratória (cognição completa). Já o processo de execução promove uma transformação no mundo fático, sem o consenso da vontade do obrigado, de forma a realizar a prestação consubstanciada num títuloexecutivo; o juiz não dá razão a uma das partes (ela já tem razão em virtude do que consta no título); não há equilíbrio entre as partes. Esse processo possui atividade essencialmente satisfativa (cognição eventual, que recebe o nome de “Cognição Rarefeita”)
Qual o princípio, relativo ao processo de execução, que o art. 805 do NCPC agasalha?
O princípio do menor sacrifício do executado ou princípio do menor sacrifício possível do executado está previsto no art. 805 do CPC que estabelece: “quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado”. A ideia é evitar gravames desnecessários nos casos em que é possível promover a execução de outros modos.
Porque o NCPC pretende garantir, ao máximo, o cumprimento exato da obrigação ou resultado prático equivalente?
Sopese o princípio da máxima utilidade da execução como princípio do menor sacrifício do executado.
Se ao devedor é permitida a substituição dos bens penhorados, isto não significa que ele possa substituir a penhora de dinheiro pela penhora de outro bem de difícil liquidação, alegando que esta substituição lhe é menos onerosa. É preciso ter em mente que a execução se faz no interesse do credor e este tipo de substituição é mais onerosa a ele. 
De que forma a regra da proporcionalidade é aplicável ao processo de execução?
Os princípios da máxima utilidade da execução e do menor sacrifício do executado não têm aplicação absoluta. O primeiro privilegia o credor enquanto o segundo protege o devedor. O princípio da proporcionalidade prega um cotejamento entre estes dois princípios a ser realizado pelo juiz. O juiz deve controlar os atos de execução de forma a zelar pela prática adequada e proporcional de cada ato executivo. 
É possível atividade executiva pela justiça arbitral? Por quê?
Quais são os elementos da ação de execução?
Assim como toda e qualquer ação, a ação de execução deve conter os seguintes elementos: partes, pedido e causa de pedir.
Explique a causa de pedir ilícita como impossibilidade jurídica da demanda.
Na ação de execução não se admitem pedidos juridicamente impossíveis. Isto significa que somente os pedidos admitidos pela lei ou não proibidos por ela poderão ser formulados em ação de execução. No entanto, o maior problema nas ações de execução não são os pedidos juridicamente impossíveis ou ilícitos, mas sim as causas de pedir impossíveis ou ilícitas. Imaginemos o seguinte exemplo: um credor executa um cheque no valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais), pedindo ao juiz que tome providências para fazer cumprir a obrigação de pagar consubstanciada no título. O pedido é, portanto, juridicamente possível. Mas se o fato gerador do cheque foi a entrega de alguns quilos de cocaína, então a causa de pedir (os fatos) é ilícita e, portanto, impossível juridicamente. Deste modo, a demanda será extinta sem julgamento do mérito por não atender ao requisito da possibilidade jurídica, que, atualmente, está inserido dentro do interesse de agir.
Se o título executivo é inexigível, qual das condições da ação de execução não será preenchida? Por quê?
Sem título executivo ou sem o inadimplemento do mesmo ou, ainda, sendo o mesmo inexigível, o processo de execução deve ser extinto sem julgamento do mérito por falta de uma das condições da ação que é o interesse de agir.
Que são meios sub-rogatórios de execução? Exemplifique.
Através destes meios o Estado praticará atos para invadir o patrimônio do devedor, independentemente da sua vontade, e retirar bens suficientes para a satisfação do direito do credor.
Meios de desapossamento: Utilizados nas obrigações de entregar coisa; o Estado retira a coisa do patrimônio do devedor e a entrega ao credor.
Meios de transformação: Utilizados nas obrigações de fazer e não fazer; o estado invade a esfera jurídica do devedor para praticar a alteração no mundo fático.
Meios de expropriação: Utilizados nas obrigações de pagar quantia; o ato inicial através do qual os bens do devedor são afetados a execução é a penhora. São quatro os meios de expropriação:
Adjudicação
Alienação por iniciativa particular
Alienação em leilão judicial
Usufruto de bem móvel ou imóvel:
A multa é o principal meio de coerção patrimonial no processo de execução. Que tipo de multa é admissível no processo de execução? Dê os fundamentos legais.
A Fazenda Pública pode ser condenada a pagar astreinte? Explique.
Ministério Público, agindo como fiscal da lei, pode dar início à execução? Por quê?
No caso de morte do devedor, quem passará a integrar o polo passivo da execução: os herdeiros, o inventariante ou o espólio? Explique.
Cônjuge pode fazer parte do polo passivo no processo de execução? Explique.
O art. 842 do CPC dispõe que se a penhora recair sobre bem imóvel o cônjuge deve ser intimado. Deste modo surge a dúvida sobre o cônjuge ser parte ou terceiro. Se ele for parte deve se manifestar por meio de embargos à execução ou impugnação ao cumprimento de sentença; se ele for terceiro deve se manifestar por meio de embargos de terceiro com fundamento nos artigos 674, §2º, I e 843 do NCPC. A jurisprudência vem admitindo que o cônjuge se defenda de qualquer maneira, embora, entendemos mais apropriada sua condição de terceiro no processo de execução movido contra o seu consorte. 
Qual é a regra para se estabelecer o foro competente num processo de execução?
Qual é o servidor público responsável pelo cumprimento dos atos executivos? Dê o fundamento legal.
Quais os requisitos necessários para uma execução?
Que é título executivo?
Relacione título executivo com títulos de crédito.
O direito material admite contrato verbal para a locação de imóvel. Neste caso, o crédito do locador pode ser considerado título executivo? Explique e dê o fundamento legal.
Quem pode cobrar o crédito de foro e laudêmio? Explique.
Quanto ao título executivo, diferencie certeza de liquidez.
A certeza da obrigação não se refere à existência do direito de crédito do autor, mas sim à exata definição dos elementos da obrigação. Assim, “o título executivo retratará uma obrigação certa quando nele estiverem estampadas a natureza da prestação, seu objeto e seus sujeitos. O título terá de deixar claro quem é o credor e o devedor; se a obrigação é de fazer, não fazer ou dar; fazer o quê, não fazer o quê, dar o quê e assim por diante”. Já a liquidez da obrigação se verifica quando a quantidade de bens devidos está demonstrada no título ou pode ser obtida por meio de simples cálculo aritmético. Em se tratando de obrigações infungíveis, basta que o título determine qual o bem devido e em qual quantidade. Em se tratando de bens fungíveis, é preciso que sua quantidade esteja determinada no título ou que seja possível determinar a quantidade devida por mero cálculo aritmético.
Um título sujeito a condição suspensiva pode ser executado? E sujeito a condição resolutiva? Explique.
Devedor que se compromete a pagar R$ 500,00 e entregar uma máquina para o credor, tendo entregado o dinheiro e não entregado a máquina, pode ser executado? Por quê?
Pelo princípio da responsabilidade patrimonial somente os bens do devedor respondem pelas suas dívidas. Há exceções a esta regra? Explique.
Existem bens de terceiros que podem responder pelas dívidas do devedor? Explique e exemplifique.
Que é bem de família? Ele é penhorável? Há exceções?
Aponte e explique duas diferenças existentes entre fraude à execução e fraude contra credores.
Quais os requisitos da petição inicial do processo de execução? Explique.
Explique como se dá a interrupção da prescrição por meio da ação de execução.
Quem deve ser intimado para tomar conhecimento dos processos de execução? Explique.
Há liberdade para o exequente escolher qual a melhor forma de promover a execução? Dê o fundamento legal.
De que forma a averbação da propositura da ação de execução na matrícula do imóvel pode influir na caracterização da fraude contra credores?
O devedor citado por edital tem direito a curador especial?É possível a propositura de embargos, neste caso? Explique.
Explique o procedimento das execuções para entrega de coisa incerta.
Na execução da obrigação de não fazer, o que ocorre se não for possível desfazer o ato?
Na execução da obrigação de fazer, se o devedor, citado, alegar que praticou o ato, a execução é extinta imediatamente? Explique.
Pode, o executado, embargar a execução da obrigação para entrega de coisa? Explique.

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