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PROCEDIMENTO NOS CRIMES DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS

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RESUMO SOBRE PROCEDIMENTO 
NOS CRIMES DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS 
E PROCEDIMENTOS DOS CRIMES DE IMPRENSA
Feira de Santana
2016
BRENNO MASCARENHAS
CAROLINA DE OLIVEIRA
DIÓGENES RIBEIRO PINHO
VAGNER SANTOS ARAUJO
RESUMO
Trabalho apresentado como pré-requisito para avaliação da disciplina de Direito Processual Penal de Direito da Faculdade de Tecnologia e Ciências de Feira de Santana-Ba.
Orientador: Prof. Drª Clécia Vasconcelos
Feira de Santana
2016
RESUMO
 PROCEDIMENTO NOS CRIMES DA COMPETENCIA ORIGINARIA DOS TRIBUNAIS.
“1 — 0 Procedimento a ser observado nos crimes da competência originaria dos Tribunais são muito complexos, tem seu nascedouro não só nas fontes normativas de que promana a "prerrogativa de função", mas, iniciada também do conceito doutrinário que vem da luz jurisprudencial e esta, empresta de forma basilar a forma de determinação da competência ratione personae que, todavia, situa-se em um vasto campo da distribuição do poder de julgar na divisão relativa à competência funcional. A análise da função jurisdicional demanda, desde logo, um olhar clinico para os motivos que inspiraram essa forma de determinação da competência”.
— Conceitos da competência funcional
“A expressão competência funcional: não está ligada a pessoa e sim ao cargo; devido à importância da função exercida por determinadas autoridades, a hierarquia funcional; a garantia precípua que a lei empresta a determinadas funções, desta forma evita que os exercem cargos superiores de serem processados e julgados por seus subalternos, com objetivo de afastar represálias destes, ou a influencia daqueles, com relação aos seus subordinados, mas, assim que perdem o cargo perdem tal prerrogativa”.
1.2 — A Competência Funcional em razão da pessoa
“Na esteira das contribuições de Jose F R de Rico Marques: "Nessa espécie de competência, o que discrimina o poder de julgar e lhe estabelece os limites é a natureza das funções que as diversas jurisdições podem praticar no processo”. Quando for dos Órgãos superiores à competência originaria, tem que ser observado a discriminação em razão de função, porquanto, nesse caso, os Órgãos inferiores, apesar de competentes material e territorialmente, nenhum ato valido podem praticar no processo. Isso quer dizer que as atribuições se diversificam, em razão da matéria ou do foro do delito, e sim das funções a serem praticadas. Por isso mesmo a que, na doutrina, a competência originaria, nasce em razão da hierárquica, que constitui caso de competência funcional”.
— A competência funcional em relação ao tempo
“Asseverando que esta forma de determinação da competência, tem sua ótica assegurada na função exercida pela pessoa, e não a importância desta, neste entendimento, a infração penal tem que ser cometida durante o exercício de determinado cargo ou função, em principio. Entretanto, o inicio da ação penal ou da investigação pode não corresponder a investidura da função nos casos em que o fato venha a ser apurado depois do afastamento do indiciado do cargo, por qualquer das causas previstas em lei: termino do mandato, aposentadoria, demissão, cassação do mandato”.
Neste diapasão segue as sumulas do STF:
"Sumula 394: Cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece à competência especial por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados após a cessação daquele exercício". 
"Sumula 396: Para a ação penal por ofensa a honra, sendo admissível a exceção da verdade quanto ao desempenho de funções públicas, prevalece à competência especial por prerrogativa de função, ainda que já tenha cessado o exercício funcional do ofendido".
 "Sumula 451: A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido apôs a cessação definitiva do exercício funcional".
1.4. — A competência funcional e o lugar da infração
“O STF deixa claro: que quando forem cometidos crime e um dos acusados, gozar de prerrogativa de foro especial será processado e julgado por sua hierarquia”. Ex.: Pretório Excelso em um jugado decidiu que: "Havendo processo Único de dois acusados, e gozando um deles de prerrogativa de foro especial (por ter sido nomeado juiz de direito do Estado do Amazonas), a competência para o julgamento de ambos os réus é do Tribunal de Justiça que tem hierarquia sobre o magistrado acusado, muito embora tenha sido o crime praticado no Distrito Federal". 
2.0- “PROCEDIMENTOS PARA CRIMES DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS”.
Quando foi criado em nosso país, competência determinada pelo foro especial por prerrogativa de função para algumas autoridades encontram-se nas Leis n.º 8.038/90 e 8.658/93 as normas para o procedimento a ser impresso ao processamento das infrações penais por elas cometidas. E esta competência está calcada no artigo 394 do Código de Processo Penal. Por este, recepcionado apesar da reforma imprimida a partir da Lei n.º 11.719/08, assim como os demais procedimentos especiais.
Neste concerne, são elencados os seguintes procedimentos para processar infrações penais perpetradas por pessoa que possua foro especial por prerrogativa de função, devendo ser julgada perante o respectivo Tribunal:
“Prazo de 15 dias para o oferecimento da denúncia ou promoção do arquivamento, se indiciado solto, e 05 dias se indiciado preso (artigo 1º, “caput”, e § 2º, alínea “a”, da Lei nº 8.038/90)”.
“Apresentada denúncia ou queixa, ocorrerá a notificação do acusado para oferecer resposta, no prazo de 15 dias. Com a notificação, devem ser entregues cópia da denúncia ou queixa e do despacho do relator (artigo 4º Lei 8.038/90)”.
“Se forem apresentados documentos novos com a resposta, será o autor da ação intimado para manifestar-se, em 05 dias (artigo 5º Lei 8.038/90)”.
“Deliberação, em sessão, sobre o recebimento, não recebimento ou rejeição da denúncia ou queixa (artigo 6º Lei 8.038/90). Evidentemente, as hipóteses de rejeição da inicial acusatória agora se encontram no artigo 395 do Código de Processo Penal e serão também observadas nos processos que tramitarem perante os Tribunais em virtude de competência originária. Neste julgamento, será facultada sustentação oral pelo prazo de 15 minutos, primeiro à acusação, depois à defesa (§ 1º do artigo 6º da Lei n.º 8.038/90)”.
“Recebida a denúncia ou queixa, o relator designará dia e hora para interrogatório, com determinação para citação do acusado ou querelado, intimação do Ministério Público, do querelante ou o assistente (artigo 7º da referida Lei)”.
“Após o interrogatório, abre-se prazo para defesa prévia, em 05 dias (artigo 8º da aludida Lei)”.
“Com a defesa prévia, será designada audiência de instrução, na qual serão ouvidas a vítima, se arrolada, as testemunhas da acusação e da defesa, sucessivamente (artigo 9º da Lei n.º 8.038/90), intimando-se as partes e quem tiver de depor para tal solenidade”.
 “Concluída a audiência de instrução, abre-se prazo à acusação e defesa para, querendo, apresentarem requerimento de diligências em 05 dias (artigo 10 da supracitada Lei)”.
“Após as diligências realizadas, quando requeridas, devem ser intimadas acusação e defesa para, sucessivamente, apresentarem, no prazo de 15 dias, alegações escritas (artigo 11 da referida Lei). Quando a ação for privada, o Ministério Público terá vista após as partes, por igual prazo, para parecer (parágrafo 2º do artigo 11 da Lei n.º 8.038/90)”.
“Com as alegações finais, designa-se sessão plenária para julgamento da ação penal. Nela, as partes terão, sucessivamente, prazo de uma hora para sustentação oral, assegurado ao assistente ¼ do tempo da acusação (artigo 12, inciso I, da Lei n.º 8.038/90)”.
“Com os debates, passará o Tribunal a proferir o julgamento, podendo o Presidente limitar a presença no recinto às partes e seus advogados, ou somente a estes, se o interesse público o exigir (inciso II do artigo 12 da Lei n.º 8038/90)”.
“Crimes previstos na Lei de Imprensa (ADPF nº 130)”.
Nas palavras de Renato Brasileiro, o mesmotraz esse breve resumo a despeito do tema elencado, neste concerne autor salienta que:
“Segundo o disposto no art. 12 da Lei nº 5.250/67, aqueles que, através dos meios de informação e divulgação, praticassem abusos no exercício da liberdade de manifestação do pensamento e informações ficariam sujeitos às penas da referida lei e responderiam pelos prejuízos que causassem, sendo considerados meios de informação e divulgação os jornais e outras publicações periódicas, os serviços de radiodifusão e os serviços noticiosos. Para fins de fixação da competência territorial em relação aos crimes de imprensa, dispunha o art. 42 da Lei nº 5.250/67 que lugar do delito será aquele em que for impresso o jornal ou periódico, e o local do estúdio do permissionário ou concessionário do serviço de radiodifusão, bem como o da administração principal da agência noticiosa”.
“Em que pese o teor dos dispositivos da Lei de Imprensa, não se pode perder de vista que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da arguição de descumprimento de preceito fundamental nº 130, julgou procedente o pedido ali formulado para o efeito de declarar como não recepcionado pela Constituição Federal todo o conjunto de dispositivos da Lei 5.250/67”.
“Como decidiu a própria Suprema Corte, a não recepção da Lei de Imprensa não impede o curso regular dos processos fundamentados nos dispositivos legais da referida lei, nem tampouco a instauração de novos processos, aplicando-se lhes, contudo, as normas da legislação comum, notadamente, o Código Civil, o Código Penal, o Código de Processo Civil e o Código de Processo Penal”.
“Logo, queremos crer que, a despeito da decisão proferida na ADPF nº 130, continue válido o raciocínio constante do art. 42 da não recepcionada lei de imprensa para fins de determinação da competência territorial. De fato, cuidando-se de periódico de circulação nacional, a opção pelo local de impressão do jornal é a melhor forma de se concentrar a competência para o julgamento de eventuais crimes, atendendo-se ao disposto no art. 70 do CPP. Há de se ter em mente que alguns veículos de comunicação apresentam circulação nacional, sendo que os efeitos de um possível crime aí veiculado se propagam por todo o território nacional”.
 “Assim, de modo a se fixar a competência territorial, temos que o delito (agora previsto no Código Penal) se consuma no local em que for impresso o jornal ou periódico, no local do estúdio do permissionário ou concessionário do serviço de radiodifusão, bem como no da administração principal da agência noticiosa”.
“Destarte, na hipótese de crime contra a honra praticada por meio de publicação impressa de periódico, deve-se fixar a competência do Juízo onde ocorreu à impressão, tendo em vista ser o primeiro local onde as matérias produzidas chegaram ao conhecimento de outrem, nos moldes do art. 70 do Código de Processo Penal. Em relação a eventuais crimes contra a honra praticados por meio de reportagens veiculadas pela internet, a competência será do Juízo do local onde foi concluída a ação delituosa, ou seja, onde se encontrava o responsável pela veiculação e divulgação de tais notícias”.
“Proibida à censura o artigo 220, parágrafo 2º da CF proibiu toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística. A censura que se quis proibir foi à administrativa, isto é, a efetuada pelo Poder Executivo, podendo o poder judiciário, cautelarmente, conceder liminar para proibir a exibição de determinada programação, quando fragrantemente atentatória à moralidade média e aos bons costumes. O que caracteriza o crime de imprensa é terem as ofensas obtida divulgação através dos meios de comunicação, já que a lei brasileira adota a teoria de que o delito de imprensa constitui um crime à parte, com feição e penas próprias, distinto do crime comum. Ex: à calúnia cometida em algum meio de informação, aplica-se a Lei 5.25/67. Já à calúnia cometida por outros meios, aplica-se o CP”.
“Os sujeitos do crime de imprensa se dividem em sujeitos ativos: qualquer pessoa (não se exige qualidade especial, nem sequer a condição de profissional da informação); o sujeito passivo: em alguns tipos, como, por exemplo, nos delitos dos arts. 14,15,16,17, e 19 da Lei 5.250/67, é o Estado. Em outros tipos ( Arts. 18,20,21,22), sujeito passivo pode ser qualquer pessoa”.
 
REFERENCIAS:
Manual de Processo Penal (2016) - Volume único. Autor: Renato Brasileiro de Lima. Manual de Direito Penal - Parte Geral (2016).
http://docslide.com.br/documents/procedimento-para-crimes-de-competencia-originaria-dos-tribunais-55c093d3904b1.html> Acesso em 20 de outubro de 2016.

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