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Ponto 4 - Administrativo

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PONTO 4
Administrativo - Ato Administrativo. Conceito. Pressupostos ou Requisitos. Espécies. Atributos. Administração Direta e Indireta. Regime Jurídico da Administração Pública. Desconcentração e Descentralização. Empresas Públicas. Sociedades de Economia Mista. Autarquias. Fundações. Agencias Reguladoras e Executivas. Organização Social e Organização de Sociedade civil de interesse público. Administração Pública ativa e consultiva.
ATO ADMINISTRATIVO
FATOS E ATOS JURÍDICOS SEGUNDO A TEORIA GERAL DO DIREITO
FATOS JURÍDICOS (SENTIDO AMPLO) - todos os eventos que interessam ao direito. 
a) FATO JURÍDICO (STRITO SENSU) - fato jurídico em que não haja uma declaração de vontade humana. 
 
b) ATO JURÍDICO - fato jurídico decorrente do comportamento do homem com a emissão de declaração de vontade humana que enseja a criação, modificação e extinção de direitos, quer haja vontade intencional ou não de criar esses efeitos. Ex.: testamento, o reconhecimento de uma dívida.
c) NEGÓCIO JURÍDICO - categoria hoje adotada expressamente no Código Civil de 2002, ocorre quando há manifestação de vontade dirigida à criação de efeitos jurídicos específicos como ocorre no contrato.
FATO ADMINISTRATIVO
O fato administrativo no sentido amplo engloba as seguintes espécies: 
a) FATO ADMINISTRATIVO (STRITO SENSU) podem decorrer de:
 	-acontecimentos naturais; ou
 	-comportamento humanos materiais 
 	-ex.: a construção de uma ponte, uma enchente, a realização de uma aula em escola pública.
 	
b) ATO ADMINISTRATIVO é a declaração de vontade unilateral da Administração Pública para criar, modificar ou resguardar direitos como a nomeação de um servidor;
c) NEGÓCIO JURÍDICO ADMINISTRATIVO quando há, além da manifestação da Administração Pública, a vontade de outrem para a realização de efeitos jurídicos como a celebração do contrato administrativo. 
( além da vontade da Administração Pública há concorrência de outra vontade, seja de um particular, seja de outro ente da administração. [ex.: convênio]
NEGÓCIO JURÍDICO NO ÂMBITO DO DIREITO ADMINISTRATIVO
 	-há divergência doutrinária quanto à existência ou não do negócio jurídico no âmbito do direito administrativo.
	-boa parte dos autores descarta a figura do negócio jurídico, pois não admite que a Administração Pública tenha vontade, pois toda sua atuação é pautada pela lei. [haveria violação do princípio da legalidade]
Para MARIA SILVIA ZANELLA DI PIETRO (MSZP) ( a teoria do negócio jurídico se funda na autonomia da vontade, ocorre que no âmbito da Administração Pública não se dispõe de autonomia de vontade já que há obrigação da administração quanto ao cumprimento da lei.
	
FATOS DA ADMINISTRAÇÃO - a doutrina utiliza a expressão fatos da administração para designar algumas situações:
a) FATOS QUE NÃO PRODUZEM QUALQUER RESULTADO JURÍDICO RELEVANTE; 
 b) ATOS E NEGÓCIOS DE DIREITO PRIVADO, ATOS DE GESTÃO, REALIZADOS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SEM QUE ESTEJA INVESTIDA DAS PRERROGATIVAS DO REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO.
		-ex.: contrato de locação, o contrato de doação.
		-obs.: ainda nessas hipóteses, incidem algumas regras de controle da administração, mas estes atos não se enquadram plenamente na categoria de atos administrativos; 
c) ATOS POLÍTICOS OU ATOS DE GOVERNO - SÃO ATOS RELACIONADOS ÀS OPÇÕES POLÍTICAS DOS ALTOS REPRESENTANTES DA NAÇÃO.
 		-são disciplinados pelas normas constitucionais.
		-ex.: declarar guerra, celebrar tratado, sancionar ou vetar uma lei, adotar uma nova política pública compatível com a Constituição Federal.
DESTAQUE: Existem atos administrativos não praticados pelo Poder Executivo como no caso de pessoas jurídicas de direito privado concessionários de serviço público, ou do Legislativo e do Judiciário, quando exercem atividade administrativa. 
ATO ADMINISTRATIVO
A Administração Pública realiza suas intenções através dos atos administrativos, que são os atos que criam, extinguem e modificam direitos no exercício da função pública.
A doutrina diverge quanto ao exato conceito que deve ser adotado para os atos administrativos.
Alguns administrativistas adotam uma acepção restrita e reconhecem como ato administrativo apenas aqueles atos que possuam eficácia concreta, excluindo-se os de índole normativa; outros englobam também no conceito de atos administrativos aqueles emanados do poder regulamentar. 
Para Hely Lopes de Meirelles, ato administrativo é manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, que agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato ADQUIRIR, RESGUARDAR, TRANSFERIR, MODIFICAR, EXTINGUIR e DECLARAR direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própriA.
	
Para Maria Silvia Zanella de Pietro, ato administrativo é toda declaração do Estado ou de quem o represente que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeito a controle do judiciário.
	
( Critério que utiliza o conceito de FUNÇÃO ADMINISTRATIVA para conceituar ato administrativo.
	Características da função administrativa:
	i) PARCIAL - o órgão que a exerce é parte da relação jurídica;
	ii) CONCRETA - aplicação da lei no caso concreto (ausência da generalidade e abstração que são características da função legislativa);
	iii) SUBORDINADAS - se sujeita ao controle jurisdicional.
atos da administração ( todo ato praticado no exercício da função administrativa. Possui um sentido mais amplo, os atos administrativos representam uma categoria dos atos da administração.
 	Aspectos:
 
	a) todo ato administrativo é ato jurídico.
	b) praticado pela Administração Pública ou por quem lhe faça as vezes.
	c) sob um regime jurídico especial
Dissecando-os: 
	a) todo ato administrativo é ato jurídico.
		i) é MANIFESTAÇÃO UNILATERAL DE VONTADE.
			UNILATERALIDADE - a unilateralidade é a característica do ato administrativo que o diferencia dos contratos administrativos.
	
			MANIFESTAÇÃO DE VONTADE - a manifestação de vontade é o requisito do ato administrativo que o diferencia do fato administrativo. Exemplos de fatos administrativos: morte do servidor, prescrição.
	
		ii) produz EFEITOS JURÍDICOS PRÉ-ESTABELeCIDOS - alguns autores denominam de tipicidade do ato administrativo – é a lei que estabelece os efeitos jurídicos que decorrem da prática de um determinado ato.
	b) praticado pela Administração Pública ou por quem lhe faça as vezes - Administração Pública pode transferir aos particulares a prática do ato administrativo.
	c) sob um regime jurídico especial - uma das características do ato administrativo é o fato dele se submeter a um regime jurídico especial.
	Os atos de gestão, diferentemente dos atos administrativos, estão submetidos ao regime jurídico de direito privado.
	CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO
	Di Pietro: É a manifestação de vontade da Administração Pública, expedida nos termos da lei, sob regime de direito público, e sujeito a controle do Poder Judiciário.
	
	a) Manifestação de vontade: ato administrativo é espécie do gênero ato jurídico.
	b) Expedida nos termos da lei: A Administração só pode agir quando houver previsão legal.
	c) Regime de Direito Público: conjunto de normas que disciplinam as relações jurídicas em que o Estado está presente. Ele possui as idéias centrais das prerrogativas e das sujeições.
	d) Controle jurisdicional: tanto os atos vinculados quanto os discricionários (controle de legalidade e dos limites da discricionariedade) são passíveis de controle jurisdicional.
	
	
	PRESSUPOSTOS OU REQUISITOS = ELEMENTOS
	Alguns doutrinadores entendam como pressupostos ou requisitos do ato (Hely Lopes), e outros como elementos (Di Pietro). 
	ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
	1 – SUJEITO
	2 – OBJETO
	3 – FORMA
	4 – FINALIDADE
	5 – MOTIVOS
		
	1 – SUJEITO (quem?)
	É aquele a quem a leiatribui a prática do ato. É, portanto, o protagonista do ato administrativo. Este sujeito precisa ter duas qualidades: capacidade e competência.
	
	A – CAPACIDADE
	O sujeito é uma pessoa natural. Para praticar o ato, deve ser capaz, conforme prevê o Código Civil (Direito Privado). O conceito de capacidade provém deste ramo do Direito.
	
	B – COMPETÊNCIA
	Não é um conceito de Direito Privado, mas de Direito Público. A ideia de competência remete a um conjunto de atribuições definidos em lei e conferidas a um determinado sujeito. A lei sempre prevê o agente competente. Trata-se de verificação objetiva.
	Somente pode se falar em violação ao requisito de competência, no caso em que haja sido infringida a competência definida em lei (e não em mera norma administrativa). 
No âmbito federal, inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deve ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico. 
	
	2 – OBJETOS (OU CONTEÚDO) – O QUÊ?
	A maioria trata objeto como sinônimo de conteúdo. Nesse sentido, objeto é o efeito jurídico imediato que o ato produz. É aquilo de que trata, sobre o que versa o ato praticado. Ex: demissão. Objeto é a demissão (retirada do servidor).
	
	O objeto também possui suas qualidades (atributos):
	
	A – LICITUDE
	B – POSSIBILIDADE
	A possibilidade relaciona-se, basicamente, à possibilidade física (material). A possibilidade jurídica está ligada à licitude.
	C – CERTEZA OU DETERMINAÇÃO
	O objeto do ato deve estar precisamente determinado. Se o objeto do ato não estiver claro, há possibilidade de ele não ser cumprido ou ser cumprido inadequadamente.
	
	D – MORALIDADE
	A moralidade administrativa é o princípio que impõe ao Administrador um padrão ético de conduta. Decorrem da moralidade as idéias de honestidade, probidade, boa-fé, decoro, decência. O objeto do ato deve alinhar-se a essas idéias.
	
	3 – FORMA (como?)
	No Direito Privado, a forma é, muitas vezes, secundária. Se a lei não prescreve uma forma, esta não precisa ser observada: o particular pode adotar a forma que bem entender.
	A observância das formalidades constitui requisito de validade do ato administrativo, de modo que o procedimento administrativo integra o conceito de forma; 
	Na esfera federal consagrou-se, como regra, o informalismo do ato administrativo, salvo quando lei exigir;
	Integra o conceito de forma a MOTIVAÇÃO do ato administrativo, ou seja, a exposição dos fatos e de direito que serviram de fundamento para a prática do ato. 
	A ausência de ampla defesa ou contraditório configura vício de forma.
	4 – FINALIDADE (para quê?)
	A finalidade pode também ser compreendida em sentido amplo e em sentido estrito.
	Em sentido amplo, a finalidade do ato é sempre um resultado de interesse público. Logo, todo ato administrativo tem, em sentido amplo, interesse público.
	Em sentido estrito, a finalidade é o resultado específico que cada ato deve produzir consoante aquilo previsto em lei. Cada ato vai ter o seu objetivo expressamente previsto na lei (atributo da tipicidade). Ex: adjudicação do objeto da licitação para aquele que vencê-la. Nomeação – ato que tem por finalidade prover originariamente um cargo público.
	Distingue-se do motivo, pois este antecede a prática do ato, correspondendo aos fatos que levaram a prática do ato. A finalidade sucede à prática do ato, pois demonstra o objetivo. 
	Diante de certa situação de fato (motivo), a autoridade pratica certo ato (objeto) para alcançar determinada resultado (finalidade). 
		
	5 – MOTIVO (por quê?)
	Correspondem ao pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato. Os motivos são as razões, as justificativas do ato administrativo. Essas razões podem ser de direito ou de fato.
	Todo ato administrativo tem razões de direito e razões de fato. Ex: gozo de férias de servidor público – razão de direito está na CF e no estatuto dos funcionários, e a razão de fato é o fato de ele ter trabalhado por 1 ano.
	Não se deve confundir motivo com móvel, que é a intenção, o propósito do agente que praticou o ato, uma vez que motivo é realidade objetiva e externa ao agente. O móvel só vai ter relevância nos atos discricionários.
	A partir da ideia de razões, extraímos o conceito de MOTIVAÇÃO.
	A motivação corresponde à exposição de motivos, ou seja, é a indicação por escrito das razões que levaram a Administração Pública a praticar determinado ato. Enquanto o motivo é a razão propriamente dita, a motivação é a apresentação dessa razão.
	Os motivos são elementos, aspectos integrantes da estrutura do ato. Já a motivação, como formalidade indispensável, integra o elemento “forma”.
	MOTIVO – ELEMENTO DO ATO
	MOTIVAÇÃO – FORMALIDADE – INTEGRA O ELEMENTO “FORMA”
O DEVER DE MOTIVAÇÃO:
Helly Lopes: apenas os atos VINCULADOS devem ser motivados. Os discricionários não. Os atos vinculados, por estarem totalmente previstos na lei, devem vir com a justificativa por escrito para que se possa conferir se estão de acordo com a lei. Já os discricionários não precisam de motivação, pois o legislador confere ao Administrador, neste caso, uma margem de liberdade que afasta sua sujeição à lei.
Celso Antônio: apenas os atos DISCRICIONÁRIOS devem ser motivados. Os motivados são dispensáveis, pois obedecem à própria situação de fato prevista em lei. A obrigatoriedade para os atos discricionários deve- se ao fato de que é justamente nestes atos que a Administração deve demonstrar o porquê de ter feito determinada escolha. Nos atos vinculados, por outro lado, a motivação é desnecessária, pois basta a conferência do preenchimento dos elementos do ato previstos em lei.
Carvalinho: em regra, a motivação não é obrigatória, salvo os casos expressamente previstos em lei.
Di Pietro: todos os atos (vinculados ou discricionários) são obrigatórios, decorrente do princípio democrático e controle dos atos administrativos. 
Diogo Figueiredo: apenas os ATOS DECISÓRIOS devem ser motivados, sendo aqueles que restrinjam direitos das pessoas, pois isso decorre da ampla defesa, contraditório, princípio democrático e devido processo legal, e o art. 93, IX, CF (decisões administrativas). OBSERVAÇÃO: Flávio Amaral Garcia cita muito o Diogo de Figueiredo na obra Licitações e Contratos...
	ATOS DE MOTIVAÇÃO OBRIGATÓRIA [art. 50, Lei nº 9.784/99] [rol exemplificativo]:
Lei 9.784/99
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
	
	TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES
	A validade do ato administrativo vincula-se aos motivos indicados como o seu fundamento. Se os motivos não forem idôneos, autênticos, o ato não poderá ser válido. Ex: cargo de provimento em comissão. O ato independe de motivação. Contudo, caso haja explicitação de motivos (motivação), eles vincularão a validade do ato. Se os motivos forem falsos, inidôneos, o ato não será válido.
ESPÉCIES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Para HELY LOPES:
Atos normativos: são aqueles que contêm um comando geral e abstrato da Administração, visando explicitar a norma legal. Ex.: Decretos, Regulamentos, Regimentos, Resoluções etc. 
Atos ordinatórios: visam disciplinar, de forma geral, o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. Ex.: Instruções, Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de Serviço. 
Atos negociais:são declarações de vontade da autoridade administrativa destinada a produzir efeitos específicos e individuais, visando concretizar negócios jurídicos ou atribuir direitos ao interessado. Ex: Licença, Autorização, Permissão, Aprovação, Admissão, Visto, Homologação, etc. 
Atos enunciativos: enunciam uma situação existente, sem qualquer manifestação de vontade da Administração. Ex: certidão, atestado, parecer. 
Atos punitivos: visam punir ou reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos servidores ou dos particulares perante a Administração. 
	Para DI PIETRO, são atos administrativos em espécie, quando ao conteúdo:
Admissão: é o ato unilateral e vinculado, pelo qual a Administração reconhece ao particular, que preencha os requisitos legais, o direito a uma prestação de serviço público. Ex: utilização de um serviço hospitalar pelo correspondente internamento, o desfrute dos serviços de biblioteca pública como inscrito entre seus usuários etc.
		
Permissão: ato unilateral e discricionário, pelo qual a Administração faculta precariamente a alguém a prestação de um serviço público ou defere a utilização privativa de um bem público. Ex: instalação de banca de jornais em logradouro público, ou de quiosque para venda de produtos de tabacaria etc. As permissões de serviços públicos são atos vinculados, que devem ser precedidos de licitação. Já as de bem público podem comportar outorga discricionária, em razão da índole do uso pretendido ou de sua extrema brevidade.
	
	PERMISSÃO DE USO DE BEM PÚBLICO – ATO DISCRICIONÁRIO
	PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO – ATO VINCULADO
Autorização: ato unilateral pelo qual a Administração, discricionariamente, faculta o exercício de atividade material, tendo, como regra, caráter precário. É o caso da autorização para exploração de jazida mineral e porte de arma.
Aprovação: ato unilateral pelo qual a Administração, discricionariamente, exerce o controle a priori ou a posteriori do ato administrativo.
Licença: é o ato vinculado, unilateral, pelo qual a Administração faculta a alguém o exercício de uma atividade, uma vez demonstrado pelo interessado o preenchimento dos requisitos legais exigidos. Ex: licença para edificar (alvará), licença de exercício de atividade profissional. Uma vez cumpridas as exigências legais, a Administração não pode negá-la. Distingue-se, portanto, da autorização, que é discricionária.
Homologação: é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração concorda com ato jurídico já praticado, uma vez verificada a consonância dele com os requisitos legais condicionadores de sua válida emissão (aspecto de legalidade). Diferencia-se da aprovação, pois esta envolve apreciação discricionária, ao passo que a homologação é plenamente vinculada.
Parecer: é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência. 
Visto: é o ato administrativo unilateral que a autoridade competente atesta a legitimidade formal (e não do conteúdo) de outro ato jurídico. 
	ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
	1 – PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E DE VERACIDADE 
	Presente em todos os atos.
	2 – IMPERATIVIDADE
	Não está presente em todos os atos.
	3 – AUTO-EXECUTORIEDADE
	Não está presente em todos os atos.
	4 – TIPICIDADE
	Comum a todos.
	
	1 – PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E VERACIDADE
	Falamos dela quando tratamos dos princípios da Administração. Ela deflui do princípio da legalidade.
	Os atos que a Administração pratica são, em princípio, legais. Trata-se de decorrência lógica da legalidade: A Administração só pode agir quando houver lei, logo se presume (presunção relativa) que os seus atos estão de acordo com a previsão legal.
	Essa presunção é relativa, necessitando ser confirmada no caso concreto. Embora o ato nasça com o timbre de legalidade, ele pode conter algum vício em um de seus elementos que derrube a presunção de legitimidade ou legalidade.
	A presunção existe para facilitar a execução do ato. Ela confere à Administração a possibilidade de execução imediata dos seus atos. Quem se sentir prejudicado deverá demonstrar que o ato não é legal.
	Há, também, ao lado da presunção de legalidade, a PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DOS FATOS apontados pela Administração Pública como fundamento de seus atos.
	Todo ato administrativo deve ter MOTIVO, ou seja, fundamentos, razões de sua prática. Os motivos podem ser de duas espécies: de direito ou de fato.
	Os motivos de direito correspondem ao(s) dispositivo(s) legais que fundamentam o ato praticado.
	Os motivos de fato compreendem o conjunto de eventos, de circunstâncias, enfim, a situação fática que a Administração Pública considerou para aplicar a lei e produzir o ato.
	Quando se fala na presunção de legalidade, ela está relacionada aos motivos de direito. Já os motivos de fato estão ligados à presunção de veracidade dos fatos.
		
	INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
	O objeto da prova é o fato. O direito é, excepcionalmente, objeto de prova (direito estrangeiro, direito municipal). Logo, é a presunção de veracidade que acarreta, a rigor, o ônus da prova. Tecnicamente, portanto, a prova diz respeito ao plano fático, por isso há inversão do ônus da prova quanto à presunção de veracidade dos fatos. O particular deverá provar que não estava na condição apontada pelo agente público.
	
	2 – IMPERATIVIDADE
	Não se trata de atributo presente em todos os atos administrativos. É o atributo mediante o qual os atos administrativos se impõem aos particulares independentemente de sua concordância. Ele decorre da prerrogativa que detém o Poder Público de, por meio de atos unilaterais, interferir na esfera jurídica dos particulares.
	O mais importante na verificação da imperatividade diz respeito à constatação de que a vontade do particular é irrelevante para a prática do ato, o que diferencia o ato administrativo do ato de direito privado. 
	
	3 – AUTOEXECUTORIEDADE
	Qualidade freqüentemente encontrada, mas nem sempre.
	É a possibilidade que a Administração Pública tem de, com os próprios meios, fazer cumprir as suas decisões sem a necessidade de recorrer previamente ao Poder Judiciário.
	A auto-executoriedade não se presume. Só existe se a lei assim a prever. A exceção está nos casos de urgência. Nessa situação, a Administração deve adotar medida urgente quando há risco de dano iminente ao interesse público.
	No nosso sistema, a Administração Pública decide e faz, ela mesma, cumprir a decisão, desde que a lei permita (o que geralmente ocorre). Caso a lei não permita, ela deve recorrer ao Judiciário.
	Celso Antônio fala também em exigibilidade, que é a qualidade em virtude da qual o Estado, no exercício da função administrativa, pode exigir de terceiros o cumprimento, a observância, das obrigações que impôs. Seria menos que a auto-executoriedade, pois careceria da possibilidade de coação material, de execução do ato.
	A exigibilidade e a auto-executoriedade tem em comum que a Administração poderá autoexecutar as suas decisões, sem necessitar do Poder Judiciário. 
	A diferença é que a exigibilidade configuraria, pois, um meio indireto de fazer o Administrado atender ao comando imperativo, enquanto a auto-executoriedade seria um meio direto de satisfação da pretensão jurídica da Administração, compelindo-se materialmente o administrado, independentemente de ordem judicial.
	AUTO-EXECUTORIEDADE – MEIO DIRETO DE ATUAÇÃO
	EXIGIBILIDADE (Celso Antônio Bandeira de Melo) – MEIO INDIRETO DE ATUAÇÃO
	
	4 – TIPICIDADE
	Atributo presente em todos os atos. A tipicidade é uma noção extraída da noção de legalidade. Só haverá ato administrativo se ele se amoldar exatamente àquilo que está previsto em lei.
	Este é o atributo mediante o qual os atos administrativos devem corresponder a figuras previamente definidas em lei como aptas a produzir determinados resultados.
	A lei vai prever todos os tipos (espécies)de atos administrativos. Além disso, ela diz quais são os tipos de atos e sua finalidade. Portanto, a tipicidade não se resume à descrição dos tipos, mas à produção de resultados previstos pela lei com aquele ato.
	 
	ATOS SIMPLES, COMPOSTOS E COMPLEXOS
Atos simples são os que decorrem da declaração de vontade de um único órgão, seja ele singular ou colegiado. Exemplo: a nomeação pelo Presidente da República; a deliberação de um Conselho.
Atos complexos são os que resultam da manifestação de dois ou mais órgãos diferentes, sejam eles singulares ou colegiados, cujas vontades se fundem para formar UM ATO ÚNICO. Exemplo: o decreto que é assinado pelo Chefe do Executivo e referendado pelo Ministro de Estado; o importante é que há duas ou mais vontades para a formação de um ato único.
		Não se confundem com o procedimento administrativo, pois aqui são vários atos administrativos em conjunto.
		No ato complexo, unem-se vontades para a prática de UM ato.
Ato composto é o que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação à de outro, que edita o ato principal, compondo DOIS ATOS. Enquanto no ato complexo fundem-se vontades para praticar um ato só, no ato composto, praticam-se DOIS ATOS, um principal e outro acessório; este último pode ser pressuposto ou complementar daquele. Os atos, em geral, que dependem de autorização, aprovação, proposta, parecer, laudo técnico, homologação, visto etc, são atos compostos.
	
	
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA: consiste no desempenho da atividade administrativa pela própria pessoa política por meio de seus órgãos.
	PESSOAS POLÍTICAS: União, Estados, DF e Municípios. Idéia de federação. O que as diferencia é a capacidade de legislar – habilitação para produzir as próprias leis.
	PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO: é aquela cujo regime jurídico é integralmente público, com prerrogativas e sujeições de poder público. Este conceito abriga as pessoas políticas, as autarquias e as fundações (embora haja certa controvérsia com relação a estas).
	ÓRGÃO X PESSOA: são conceitos extraídos da anatomia humana. O órgão está para a pessoa assim como a parte está para o todo. No Direito é assim. A pessoa jurídica de direito público é formada de órgãos. Cada subdivisão interna é um órgão.
	Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, os órgãos são unidades abstratas que sintetizam os vários círculos de atribuições do Estado. Embora reais, não possuem nem vontade, nem ação. Para que tais atribuições se concretizem e ingressem no mundo natural, é necessário o concurso de seres físicos, prepostos à condição de agentes. Assim, a vontade e a ação do Estado são constituídas na e pela vontade e ação dos agentes.
	
	
	ÓRGÃOS – UNIDADES ABSTRATAS QUE SINTETIZAM OS VÁRIOS CÍRCULOS DE ATRIBUIÇÕES DO ESTADO
	Por outro lado, somente a pessoa tem personalidade jurídica. O órgão não terá. A pessoa poderá agir em nome próprio, exercer direitos em seu próprio nome. O órgão não fala em nome próprio, fala em nome da pessoa, pois não tem personalidade jurídica, não tem autonomia, nem esfera obrigacional própria. Fala pela PESSOA jurídica.
	
	Voltando ao conceito de administração pública direta: é o desempenho da atividade administrativa pela própria PESSOA POLÍTICA, por meio de seus órgãos.
	
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA: ocorre quando a pessoa política, por meio de lei, institui outra pessoa jurídica, a ela atribuindo a prestação de um serviço ou a exploração de uma atividade econômica.
	
	É necessária a elaboração de uma lei para criar essa pessoa jurídica. Como só a pessoa política é dotada da atribuição de criar leis, somente ela pode criar a descentralização administrativa (administração pública indireta). Ou seja, só cria novas PJs de Direito Público o ente que legisla.
	OBS: criação de novo órgão não é descentralização. É DESCONCENTRAÇÃO.
	A Ad. Indireta é composta das autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.
	Cada um desses entes é autônomo (possui patrimônio e administração próprios) e constitui uma pessoa jurídica (centro de imputação de direitos e deveres).
	Tutela administrativa é o vínculo existente entre as pessoas políticas e as pessoas jurídicas que compõem a Administração Pública Indireta, mediante o qual as primeiras exercem controle finalístico sobre as segundas.
	
	ADMINISTRAÇÃO INDIRETA – SEM HIERARQUIA, MAS COM CONTROLE (FINALÍSTICO)
	
REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Regime jurídico da Administração Pública: os regimes público ou privado que pode submeter-se a A.P
Regime jurídico ADMINISTRATIVO: o conjunto de regras que tipificam o Direito Administrativo, colocando a A.P em posição privilegiada na relação jurídico-administrativa. É o conjunto de PRERROGATIVAS + SUJEIÇÕES a que está sujeita a A.P, e ao qual não se encontram os particulares. 
Regime
	Público
	Privado
	Precatório
	Rito comum
	Estatutário
	Celetista
	Bens públicos
	Bens privados
	Prerrogativas Processuais
	Sem prerrogativas
DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
	A desconcentração corresponde à criação de um novo órgão.
	A descentralização corresponde à criação de uma nova pessoa jurídica.
	
	Conforme observa Celso Antônio, descentralização e desconcentração são conceitos claramente distintos. A descentralização pressupõe pessoas jurídicas diversas: aquela que originariamente tem ou teria titulação sobre certa atividade e aquela outra à qual foi atribuído o desempenho das atividades em causa. Já a desconcentração está sempre referida a uma só pessoa, pois se cogita da distribuição de competências na intimidade dela, mantendo-se, pois, o liame unificador da hierarquia.
	Assim, pela descentralização rompe-se uma unidade personalizada e não há vínculo hierárquico entre a Administração Central e a pessoa estatal descentralizada, não estando a segunda subordinada à primeira. O que passa a existir entre ambas é um poder chamado controle, o qual se materializa, no âmbito da administração federal, por meio da supervisão ministerial.
	A DESCENTRALIZAÇÃO pode ser de 02 formas:
DESCENTRALIZAÇÃO POR OUTORGA: há transferência da titularidade e da execução do serviço, ou seja, a pessoa jurídica transfere a titularidade e a execução do serviço; somente pode ser feita por meio de LEI, normalmente, por prazo indeterminado. A titularidade do serviço público não pode sair das mãos da administração, assim, a outorga somente pode ser feita para as pessoas jurídicas DE DIREITO PÚBLICO da ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: AUTARQUIAS e FUNDAÇÕES PÚBLICAS. Note-se que não se pode fazer outorga para outro tipo de pessoa jurídica (privada também não pode).
DESCENTRALIZAÇÃO POR DELEGAÇÃO: há transferência somente da execução do serviço, a administração mantém a titularidade do serviço. Pode ser feita por meio de LEI ou de CONTRATO. 
EMPRESA PÚBLICA e SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
Empresa pública: Pessoa jurídica de direito privado que serve para prestar serviço público ou explorar atividade econômica, tendo capital exclusivamente público. O capital não precisa ser de um único ente, pode ser de dois Estados, de uma autarquia e de um ente público.
Pode ser constituída em qualquer modalidade empresarial. É possível a sua constituição em qualquer modalidade permitida em direito, não tem exigência e nem modalidade específica.
Sociedade de economia mista: Pessoa jurídica de direito privado que serve para prestar serviço público ou explorar atividade econômica. Pode ser constituída com capital misto, mas a maioria votante tem que ser do poder público, ou seja quem comanda é o Poder Público.
Somente pode ser constituída sob a forma de SOCIEDADE ANÔNIMA, mesmo depois das mudanças ocorridas na LEI DE SOCIEDADES POR AÇÕES.
Espécies – finalidades: prestar serviços públicos ou explorar atividades econômicas. 
A lei que autorizaa criação transfere o serviço público. 
MARIA SYLVIA afirma que quando prestam serviços públicos, elas são denominadas de CONCESSIONÁRIAS, porque recebem a delegação de serviço por meio de lei. Serviço público: regime mais público do que privado.
Quando exploram atividade econômica, não buscam o lucro, ou seja, não têm fim lucrativo. Somente é permitida a exploração direta da atividade econômica pelo Estado quando necessária aos IMPERATIVOS DE SEGURANÇA NACIONAL ou RELEVANTE INTERESSE COLETIVO, nos termos do art. 173 da CF. Atividade econômica: regime mais privado do que público
Conforme o artigo 173, §1o da CF, elas terão estatuto jurídico próprio, que será definido por meio de lei, mas por enquanto não há a regra especial.
STF: “Distinção entre empresas estatais prestadoras de serviço público e empresas estatais que desenvolvem atividade econômica em sentido estrito. (...). As sociedades de economia mista e as empresas públicas que explorem atividade econômica em sentido estrito estão sujeitas, nos termos do disposto no § 1º do art. 173 da Constituição do Brasil, ao regime jurídico próprio das empresas privadas. (...). O § 1º do art. 173 da Constituição do Brasil não se aplica às empresas públicas, sociedades de economia mista e entidades (estatais) que prestam serviço público.” (ADI 1.642, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 3-4-2008, Plenário, DJE de 19-9-2008.)
Semelhanças e diferenças entre EP e SEM:
	
	EMPRESA PÚBLICA
	SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
	CAPITAL
	Exclusivamente público
	Misto
	FORMA DE CONSTITUIÇÃO
	Qualquer modalidade
	S/A
	COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DE SUAS AÇÕES
	se Federal: Justiça Federal
	Se Federal: Justiça Estadual
Características comuns:
( autorização de sua criação por lei (a lei não cria a entidade, apenas autoriza a criação – art. 37, XIX, da CF; a extinção, do mesmo modo, deve ser autorizada em lei, pois mero ato administrativo não pode desfazer ato do legislador);
( personalidade de direito privado (mas o regime, ainda que não desempenhe serviço público, não é integralmente o privado, vez que está sujeita aos princípios da Administração Pública, que determinam, p. ex., a necessidade de concurso público, a ilicitude da acumulação de cargos, empregos e funções públicas etc.)
( sujeição ao controle estatal (inclusive ao Tribunal de Contas);
( teto remuneratório: se receberem recursos públicos, incide teto remuneratório; se não receber, não incide.
OBS.: licitação no âmbito de EP e SEM: 
(1) quando prestadoras de SP, segue as regras ordinárias de licitação; 
(2) quando exploradoras de atividade econômica (art. 173, §1º, III), a lei que estabelece o estatuto da PJ e de suas subsidiárias, disporá sobre a licitação simplificada, observando os princípios da AP. A lei não foi criada, pelo que se aplica a L. 8.666/93. Por conseguinte, para contratos relacionados à atividade-meio, a regra é licitar, excepcionalmente não se licita quando houver dispensa ou inexigibilidade. Para contratos relacionados à atividade-fim, NÃO TEM LICITAÇÃO, sendo sempre caso de inexigibilidade, porque inviabilizaria a atividade econômica, frustrando a finalidade da sua própria existência. 
OBS.: PETROBRÁS – Procedimento licitatório simplificado. STF: “3. Plausibilidade jurídica do pedido. Licitações realizadas pela Petrobrás com base no Regulamento do Procedimento Licitatório Simplificado (Decreto n° 2.745/98 e Lei n° 9.478/97). 4. Perigo de dano irreparável. A suspensão das licitações pode inviabilizar a própria atividade da Petrobrás e comprometer o processo de exploração e distribuição de petróleo em todo o país, com reflexos imediatos para a indústria, comércio e, enfim, para toda a população.” (QUEST. ORD. EM MED. CAUT. EM AÇÃO CAUTELAR 1.193-1 RIO DE JANEIRO, 09/05/2006, SEGUNDA TURMA)
O STF iniciou o julgamento de recurso extraordinário em que se discute a aplicação, ou não, à Petrobrás, do disposto no art. 1º, parágrafo único, da Lei 8.666/93 no RE 441280/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 3.8.2011. (RE-441280).
 Regime jurídico: Em regra, aplicam-se as normas de direito privado, sendo este o regime jurídico. Todavia, na verdade, há um regime hibrido, tendo em vista as peculiaridades de se tratar de ente da Administração Indireta, isto é, são pessoas jurídicas de direito privado, mas controladas pelo Estado (CARVALHO F.), como já dito sobre a licitação e sobre controle estatal.
Controle: CONTROLE INTERNO e CONTROLE EXTERNO. Como toda pessoa jurídica da administração indireta.
Regime Tributário
Como regra geral, não gozam de imunidade tributária, nos termos do art. 173, §2º (As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado).
Os CORREIOS são excepcionais - são uma empresa pública, que prestam um serviço em monopólio do Estado, ou seja, em tese não poderiam sequer ser objeto de delegação. Por isso têm o tratamento de FAZENDA PÚBLICA, por isso goza de imunidade tributária no tocante aos atos da atividade postal de monopólio: “A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, desde o julgamento do RE nº 407.099/RS, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 6/8/04, firmou-se no sentido de que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, empresa pública prestadora de serviço público, é beneficiária da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, "a", da Constituição da República. Esse entendimento foi confirmado pelo Plenário desta Corte na ACO nº 765/RJ, Redator para o acórdão o Ministro Menezes Direito.” (ACO 789, Tribunal Pleno, julgado em 01/09/2010)
Responsabilidade
Se prestadoras de serviço público estão submetidas à regra de responsabilidade objetiva. Se causar dano e não tiver patrimônio, responde o Estado subsidiariamente. Se for atividade econômica o regime é privado, não obedece ao disposto no § 6o., do artigo 37, aplicando-se as regras de direito privado/civilistas (CC ou CDC). 
Regime de Pessoal
O pessoal é formado por agentes públicos porque exercem função pública (estão sujeitos ao regime celetista), o que é distinto de SERVIDOR PÚBLICO. Não gozam da estabilidade do artigo 41, da CF/88.
Equiparam-se aos servidores públicos quanto:
a concursos públicos
a regra de acumulação
ao teto remuneratório (se a EP ou SEM não receber dinheiro público não está submetida ao teto)
aos remédios constitucionais
a improbidade
para finalidades penais
Falência das Empresas Estatais? Costuma repetir a doutrina: as EP e as SEM são criadas por lei, só por lei podem ser extintas. A afirmação, todavia, nunca traduziu unanimidade sobre a questão da possibilidade de falência das empresas estatais. Celso Antônio Bandeira de Mello, no que vinha sendo seguido pela maioria da doutrina brasileira, sempre defendeu que é necessário distinguir as EP e SEM que são prestadoras de serviço público das exploradoras de atividades econômicas. Por conseguinte, entende CABM que a falência somente será possível em casos de empresas estatais que exercem estritamente atividade econômica empresarial. Em se tratando de prestação de serviço público, a insolvência deve ser regulada pelas normas de direito público. 
Por outro lado, JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO entende que “não se aplica o regime falimentar a essas pessoas paraestatais, independentemente da atividade que desempenhem. Sejam, pois, prestadoras de serviços públicos ou voltadas a atividades econômicas empresariais, estão excluídas do processo falimentar aplicável às sociedades empresárias do setor privado em geral”. Isso porque o art. 2º, I, da Lei 11.101/05 (que regula a recuperação judicial), expressamente dispôs que a Lei não se aplica a EP e SEM.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ainda que apreciando não a temática da falência das sociedades de economia mista, mas sim a possibilidade de penhora de bens da sociedade de economia mista, também levou em conta a distinção em razão do objeto das companhias de economia mista: "Ora, dentreas entidades da Administração Indireta, grande parte presta serviços públicos; desse modo, a mesma razão que levou o legislador a imprimir regime jurídico publicístico aos bens de uso especial, pertencentes à União, Estados e Municípios, tornando-os inalienáveis, imprescritíveis, insuscetíveis de usucapião e de direitos reais, justifica a adoção de idêntico regime para os bens de entidades da Administração Indireta afetados à realização de serviços públicos.[...] Por isso mesmo, o art. 242 da Lei das Sociedades Anônimas, que permite a penhora de bens das sociedades de economia mista, não pode ser aplicada no caso de entidade que preste serviço público". 
Ou seja, as empresas públicas e as sociedades de economia mista NÃO ESTÃO SUJEITAS A FALÊNCIA, sejam elas prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade econômica. (art. 2º, I da lei 11.101/05 – Lei de Falências). 
Bens:
Quando o patrimônio é transferido para a pessoa jurídica passa para ela sendo seu patrimônio. Ou seja, é um bem privado, mas há o entendimento majoritário na doutrina dizendo que o bem que está em pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público será de regime de direito público.
Assim, os bens das empresas estatais que estejam prestando serviço público serão de regime público.
	EXPLORADORAS DE ATIVIDADES ECONÔMICAS
	PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO
	Bens privados
	Bens ligados diretamente ao serviço são BENS PÚBLICOS
	Regime de direito privado
	Regime de direito público
	Pode haver penhora, hipoteca e penhor
	Não podem ser objeto de restrição patrimonial
“a empresa pública executada é prestadora de serviço público e tem todos os seus bens afetados a tal prestação, sendo, portanto, impenhoráveis.” (TRF5. 4ª Turma. Rel. Des. Marcelo Navarro. DJ. 12.11.2007)
“A regra é a penhorabilidade dos bens da sociedade de economia mista, ainda que seja a mesma prestadora de serviço público, excetuando-se a hipótese de os bens constritos estarem diretamente afetados a essa finalidade, quando passam a ostentar a prerrogativa da impenhorabilidade, submetendo-se ao mesmo regime jurídico dos bens pertencentes à Fazenda Pública.” (TRF2, AG 200302010056618, DJU 04/03/2009)
Criação de subsidiárias:
José dos Santos Carvalho Filho: “Empresas subsidiárias são aquelas cujo controle e gestão das atividades são atribuídos à empresa pública ou à sociedade de economia mista diretamente criadas pelo Estado. Em outras palavras, o Estado cria e controla diretamente determinada sociedade de economia mista (primaria) e esta, por sua vez, passa a gerir uma nova sociedade mista, tendo também o domínio do capital votante”. E ao final: “Nada impede que a entidade primária institua a denominada subsidiária integral, ou seja, aquela que tem um único acionista, conforme definição do art. 251, da Lei 6.404/1976, e que estampa situação jurídica peculiar em termos de sociedade; nesse caso, a única acionista será a sociedade de primeiro grau instituidora”.
Requisito: Autorização legislativa para a criação específica ou dada genericamente pela lei disciplinadora da EP ou SEM original, autorizando desde logo a criação das subsidiárias - art. 37, XX como já decidido pelo STF:
AUTARQUIA
CONCEITO: pessoa jurídica de direito público, criada para a prestação de serviço público, de atividades típicas do Estado. Assim, aproxima-se muito das pessoas jurídicas da administração direta, sendo praticamente o mesmo regime, com uma grande diferença: autarquia não tem competência legislativa, no mais o seu regime é público. Não há subordinação hierárquica da autarquia para com a entidade estatal a que pertence, mas sim mera vinculação.
EXEMPLOS DE AUTARQUIAS:
AUTARQUIAS ASSISTENCIAIS: INCRA, ADA (Agência Nacional de Desenvolvimento da Amazônia – agência reguladora) (substituiu a SUDAM); ADENE (Agência de Desenvolvimento do Nordeste) (substituiu a SUDENE);
AUTARQUIAS PREVIDÊNCIÁRIAS: INSS.
AUTARQUIAS CULTURAIS: Universidades Federais.
AUTARQUIAS PROFISSIONAIS: OAB, CREA, CRM. Esses entes ganharam a personalidade jurídica de direito privado por força da Lei 9649/98, no seu artigo 58, mas essa regra foi objeto de controle de constitucionalidade (ADI 1717), que declarou o dispositivo inconstitucional, mantida assim a natureza jurídica de autarquia federal. O órgão de classe exerce poder de polícia, como regra geral é indelegável, não pode o particular fazer controle das diversas profissões.
AUTARQUIAS ADMINISTRATIVAS: IBAMA, INMETRO, BACEN
AUTARQUIAS TERRITORIAIS: TERRITÓRIOS, que não são entes federativos. Não prestam serviço público, não estão ligados à Administração indireta. 
OBS.: OAB é considerada autarquia “sui generis”, para parte da doutrina tradicional. Para uma interpretação do STF, ver ADI abaixo (leia os destaques, pelo menos)
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n. 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos "servidores" da OAB, cujo regime outrora era estatutário, a opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. 3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. 4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas "agências". 5. Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. 7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 8. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é autônoma e independente. 9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime trabalhista aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. 12. Julgo improcedente o pedido.(STF, PLENO, MAIORIA, ADI 3026, Rel. Ministro Eros Grau, j. 08.06.2006)
REGIME JURÍDICO: Quais as regras aplicáveis à pessoa jurídica.
1. Criação e Extinção: A autarquia é criada e extinta por meio de lei específica (artigo 37, XIX).
2. Controle: As autarquias estão sujeitas a controle, na forma constante nos itens acima.
OAB – Autarquia “sui generis” (não está sujeita a nenhum tipo de controle estatal): “A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro.” “Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e materialmente necessária.” “Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB.” (ADI 3026-DF, DJ 29-09-2006)
3. Atos e Contratos: são atos administrativos, na medida em que segue o regime jurídico de direito público e os contratos celebrados pelas autarquias seguem as exigências e prerrogativas gerais dos contratos administrativos, devendo obedecer à Lei 8.666/93, pelo que é obrigatória a licitação, como regra geral (dispensa e inexigibilidade são possíveis nos termos da lei).
4. Responsabilidade Civil: segue a regra do artigo 37, §6º, CF/88 (responsabilidade objetiva dos agentes das pessoas jurídicas de direito público, pelos atos praticados como agentes nessa condição). Assim, a responsabilidade das autarquias é OBJETIVA, como regra geral. Mas o Brasil atualmente admite a responsabilidade civil SUBJETIVA, em caso de omissão de serviço público.
5. Prescrição de ações contra elas: Há divergência:
CC/02
DL 20.910/32 = 05 ANOS (posição dos administrativistas)
**STJ (apesar da divergência interna no próprio STJ): “A Primeira Seção desta Corte, em Sessão de 13.12.2010, no julgamento dos EREsp 1.081.885/RR, de relatoria do Min. HAMILTON CARVALHIDO, consolidou o entendimento de que o art. 1o. do Decreto 20.910/32 deve ser aplicado a todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda Pública, seja ela federal, estadual ou municipal, independentemente da natureza da relação jurídica.”(AgRg no AREsp 34.053/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/05/2012, DJe 21/05/2012) "eis que o Código Civil disciplina o prazo prescricional para a pretensão de reparação civil, tratando-se, contudo, de diploma legislativo destinado a regular as relações entre particulares, não tendo invocação nas relações do Estado com o particular" Precedente: EREsp 1.081.885/RR, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Primeira Seção, DJe 01/02/2011.
São imprescritíveis as ações para ressarcimento do Estado em face do seu agente público (ações regressivas e mesmo as ações de indenização originárias).
6. Bens Autárquicos: são bens públicos, com o regime geral e características específicas dos bens públicos em geral: INALIENABILIDADE (como regra geral, salvo as exceções previstas na lei: ALIENABILIDADE CONDICIONADA), IMPRESCRITÍVEIS (não se sujeitam a usucapião), NÃO-ONERÁVEIS (não podem ser objeto de direitos reais de garantia) e IMPENHORÁVEIS, sujeitam-se ao regime de precatórios.
7. Débitos Judiciais: precatórios.
8. Privilégios Processuais: dentre outros, os seguintes:
DILAÇÃO DE PRAZO (artigo 188, CPC): quádruplo para contestar e dobro para recorrer. Não se estende para as contrarrazões recursais.
JUÍZO PRIVATIVO: quando a organização judiciária estabelecer; se for federal, a competência é da Justiça Federal.
REEXAME NECESSÁRIO ou DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO (artigo 475, CPC): a súmula 620, do STF não produz mais efeitos em razão do artigo (“620 - A Sentença proferida contra Autarquias não está sujeita a reexame necessário, salvo quando sucumbente em execução de dívida ativa.)”. Duas exceções: (1) a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos; (2) a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente.
9. Imunidade Tributária: autarquias gozam da imunidade tributária constitucional: IMPOSTOS SOBRE RENDA, SERVIÇO e PATRIMÔNIO, trata-se da IMUNIDADE RECÍPROCA prevista na CF (artigo 150, § 2º: “A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.”). A vinculação é uma restrição a essa imunidade recíproca.
10. Procedimentos financeiros: submetidas aos procedimentos financeiros de direito público: Lei 4320/64 e LC 101/00
11. Regime de pessoal: Quem atua em autarquia exerce função pública, assim, é agente público. Para a doutrina moderna, quem atua em pessoa jurídica de direito público é servidor público. 
FUNDAÇÕES
O código civil define fundação. É uma pessoa jurídica constituída a partir de um acervo de bens (patrimônio) que é afetado ao cumprimento de uma finalidade. Basta 1 pessoa (física / jurídica) para criá-la: é o chamado instituidor.
Fundação governamental é o acervo de bens afetados a uma finalidade pública. Os bens podem ser públicos ou privados (doação).
Natureza jurídica: há divergência. Os clássicos entendem que são sempre pessoas de Direito Privado, pois é um conceito dessa matéria. Já os modernos entendem que é possível haver fundações governamentais com personalidade de Direito Privado e com personalidade de Direito Público, cabendo à pessoa política escolher qual o tipo de personalidade que vai imprimir a este ente, no momento do seu estatuto.
Ou seja, segundo a 2ª corrente, a qual prevalece, é no ato constitutivo da fundação (estatuto) que a pessoa política determina a natureza jurídica da fundação.
Se for pessoa de Direito Público, seu regime será integralmente público. Se for de Direito Privado, o regime será híbrido. O regime de Direito Público será mais rigoroso, enquanto o híbrido será mais flexível.
A escolha vai depender da atividade a ser exercida.
Sobre isso, Celso Antonio observa que muitas fundações foram batizadas de pessoas de Direito Privado apenas para se evadirem dos controles moralizadores ou, então, para permitir que seus agentes acumulassem cargos e empregos, o que lhes seria vedado se fossem reconhecidas como pessoas de Direito Público. No entanto, a própria CF sempre inclui as fundações entre as pessoas jurídicas de direito público integrantes da Administração direta. Ex: art. 22, XXVII. [CF, art. 22, XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III].
As fundações são também conhecidas como AUTARQUIAS FUNDACIONAIS (doutrina moderna), já que, quando elas possuem personalidade jurídica de direito público, se assemelham bastante às autarquias, tendo em vista a natureza jurídica e o objeto (prestação de serviço público) comuns. A diferença é que a fundação pressupõe, necessita de um acervo de bens antes do seu nascimento. Porém, a rigor, ficam bastante semelhantes, já que seriam PJs de Direito Público destinadas à prestação de serviços públicos.
Nessa hipótese (autarquia fundacional), a fundação passa a sujeitar-se às mesmas regras da autarquia, ou seja, basta a lei para criá-la, haverá regime semelhante etc.
AGÊNCIAS REGULADORAS
São autarquias de regime especial. São pessoas de Direito Público cujo papel é disciplinar e controlar certas atividades, inclusive exercendo poder normativo dos respectivos setores (energia, água, etc). Antes, a própria União criava normas regulamentares dos setores.Houve a descentralização dessa atividade. Exemplos: ANEEL, ANATEL, ANP, etc.
		-LEGITIMAÇÃO DAS AGÊNCIAS PARA A PRÁTICA DESSA REGULAÇÃO:
	a) A REGULAÇÃO DEVE SER FEITA TENDO COMO BASE OS CONHECIMENTOS TÉCNICOS.
	-as agências devem atuar pautadas em critérios técnicos. [os agentes políticos não necessariamente possuem tais conhecimentos]. 
	b) NECESSIDADE DE AUTONOMIA OPERACIONAL
	-a regulação não deve sofrer influencia política ou influência dos agentes econômicos regulados.
	“CAPTURA” – expressão utilizada no sentido de que o setor regulado está realizando uma influência indevida sobre a agência.
 	c) FLEXIBILIDADE
 	-a flexibilidade existente nas agências garantiria um processo decisório mais ágil.
	d) FACILITAÇÃO DA RESPONSABILIDADE ESTATAL
	-a adoção desse instrumento permitiria a responsabilização do agente público nos casos de regulação ineficiente.
	ACCOUNTABILITY – individualização de responsabilidade. Tornar o responsável visível, claro. [expressão norte-americana utilizada pela doutrina]
	-CADE é uma AGÊNCIA com COMPETÊNCIA GENÉRICA [CONCORRÊNCIA EM TODOS OS SETORES]. Por isso existir problemas entre o CADE e as agências relacionadas aos setores específicos. [ex.: CADE x BANCO CENTRAL]
 	
	NATUREZA 
	- AUTARQUIAS ESPECIAIS 
	-pessoa jurídica de direito público, cuja vocação é prestar o exercício do serviço público típica do Estado, qual seja, a poder de polícia (fiscalização).
 	
	COMPETÊNCIA
	- SERVIÇO PÚBLICO TÍPICO DO ESTADO: Regulação setorial de atividade econômica e serviço público. 
	-a criação das agências reguladoras no Brasil sofreu forte influência do sistema norte-americano, mas é necessário realizar as adequadas adequações para a realidade nacional.
	- no Brasil a regulamentação surgiu paralelamente à desestatização, surgimento de forma distinta do que ocorreu nos EUA. Enquanto lá a regulamentação só incide sobre atividades de mercado, aqui incidirá também sobre serviços públicos.
 	Incidência da regulação no direito brasileiro:
 		a) atividades econômica
			- objetivo:
				a) assegurar o princípio da livre concorrência 
				b) proteger os interesses do consumidor
 		b) serviços públicos
			- objetivo: assegurar ao usuário a prestação de serviço público adequado.
 	Por isso não ser possível importar as construções norte-americanas sem que se proceda a sua devida adequação à realidade brasileira.
	CONJUNTO DE ATRIBUIÇÕES CONFERIDAS:
 		poder normativo
 		poder de julgar contenciosos
 		poder de impor sanções
 		poder de fiscalizar
	 FUNÇÃO 
	- REGULAÇÃO da atividade econômica em sentido amplo (serviço público e atividade econômica em sentido estrito).
- Flávio Amaral: a regulação, a um só tempo, abarca as funções executivas, normativas e judicantes. 
Função executiva: 
	- atos de atribuição do direito à exploração de uma atividade (concessão)
	- fiscalização da atuação dos agentes econômicos
Função judicante
	- composição de conflito entre os diversos atores (usuário X concessionários X poder concedente). A agência atua na conciliação, mediação e arbitragem dos conflitos
Função normativa
	- edição de atos normativos de natureza técnica (discricionariedade técnica)
	- não viola o princípio da legalidade, desde que: (i) a lei fixe determinados padrões (standards suficientes) para delimitar a atuação do agente regulador; (ii) natureza técnica da normatização (e não critérios políticos), em razão do maior grau de especificidade do tema.
Na opinião de Celso Antonio Bandeira de Mello, dado o princípio constitucional da legalidade, e a consequente vedação a que atos inferiores inovem inicialmente na ordem jurídica, resulta claro que as determinações normativas advindas de tais entidades devem limitar-se a aspectos estritamente técnicos, além de normas específicas a concessionários e permissionários de serviço público, no âmbito da chamada supremacia especial, desde que asseguradas em lei.
	Sistema de DESLEGALIZAÇÃO (Alemanha), DELEGAÇÃO LEGAL (francesa) e DEGRADAÇÃO DO GRAU HIERÁRQUICO (Portugal)
	
		Delegação normativa: na própria lei instituidora da agência, transfere-se a competência para normatização técnica de mercado do campo da lei para a seara dos atos administrativos infralegais, uma vez que tais matérias não são objeto de competência legislativa privativa do Congresso Nacional, não estando sob a égide da estrita reserva legal;
			- distinção: LEGALIDADE (submissão à lei, de forma ampla e geral) x RESERVA LEGAL (a regulamentação de determinadas matérias necessariamente deve ser feita por lei em sentido formal – ex. crime, instituição de tributo)
			- MARCOS JURUENA: não há violação ao princípio da legalidade, eis que as agências reguladoras têm sua função e competência definidas em lei, nada podendo exigir além dos limites (padrões – standards) que são por ela autorizados. Não há inovação no mundo jurídico. 
			- CARLOS ARI: a constitucionalidade da lei delegada depende de o legislador haver estabelecido standards suficientes (delimitação clara, objetiva e precisa), pois do contrário haveria delegação pura e simples de função legislativa
			- aplicação do princípio claro (norte-americano, utilizado pelo Min. Luiz Fux no julgamento de reajuste automático do salário mínimo pelo Chefe do Executivo). 
	CARACTERÍSTICAS 
 	
	a) COMPOSIÇÃO DOS QUADROS DIRETIVOS
 	
	exigência de conhecimento técnico específico.
 	b) INEXISTÊNCIA DE RECURSO CONTRA AS SUAS DECISÕES DENTRO DO ÂMBITO ADMINISTRATIVO.
 		- impossibilidade de revisão de seus atos reguladores por qualquer outro órgão da Administração Pública.
		- EXCEÇÃO: recurso hierárquico impróprio, dirigido ao Ministro da Fazenda, na qualidade de direito de petição, admitindo o conhecimento do mérito recursal, tão-somente para correção de ilegalidades, desvios de finalidades e abuso de autoridade (Parecer AGU). 
	
	c) MAIOR AUTONOMIA E LIBERDADE
	Têm ampla liberdade, mas não podem legislar. Afinal, legislar é faculdade exclusiva das pessoas políticas. Sua atividade é regulamentar a lei, através de normas técnicas. Fala-se em poder regulatório.
	d) DIRIGENTE É NOMEADO, MAS NÃO HÁ SUPERVISÃO MINISTERIAL
	Diferentemente das demais autarquias, o dirigente da agência é nomeado pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado. Trata-se de investidura especial.
		
	e) MANDATO COM PRAZO FIXO
	Normalmente, nas autarquias comuns, há livre nomeação e exoneração. Nas agências é diferente, variando o prazo de mandato de acordo com a lei de cada agência.
	F) – PREVISÃO DE RECEITAS PRÓPRIAS
 		
	REGIME DE PESSOAL NA AGÊNCIA
	Antes, havia permissão de contratações temporárias que na verdade eram permanentes. Mas o STF derrubou isso. Houve mudança da lei, estipulando o regime estatutário para todos os servidores das agências.
		
	CADE X BANCO CENTRAL
	CADE x Banco central [concentração econômica em matéria financeira]
 		-houve grande conflito entre as instituições.
 		-parecer da AGU no sentido que a competência relacionada às instituições financeiras é exclusiva do banco central.
			a) lei específica (BC) x lei geral (CADE)
			b) a Lei n. 4.595/64 (Financeiro – BC) foi recepcionada pela CF como lei complementar, logo, a Lei do CADE (ordinária) não pode prevalecer sobre lei complementar. 
 			
		- STJ: manteve o parecer do AGU, acrescentando o argumento de que o parecer da AGU tem caráter vinculante para a Administração. 
	- FLÁVIO AMARAL:
		- agências reguladoras: campo de atuação nos serviços públicos
		- CADE: campo de atuação das atividades econômicas
	- não há espaço de atuação do CADE quando se trata de defesa de concorrência nos serviços públicos; a competência é das agências reguladoras que foram criadas, para proteger a concorrência daquele setor, em razão do princípio da especialidade, regulando um serviçopúblico específico, bem como porque as leis especiais prevalecem sobre as leis gerais. 
	- isso não autoriza concluir que o CADE não possa, em hipótese alguma, atuar na defesa da concorrência em matéria de serviços públicos. Para tanto, é indispensável que haja expressa previsão na lei criadora da agência. 
	Há autarquias que, embora não sejam denominadas agências, têm função reguladora. Ex: SUSEP, BACEN, CVM.
	
	“As Agência Reguladoras possuem poder normativo, nos limites da lei, em função substitutiva dos regulamentos administrativos”. (TRF2, AG 200202010083423, DJU DATA:28/07/2003)
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
“Ao empregar o vocábulo agência executiva, o direito brasileiro apenas prevê a possibilidade de um órgão ou entidade administrativa já existente firmar um contrato de gestão com a Administração Direta, adotando com isso um plano estratégico com metas de eficiência a serem alcançadas por meio de repasses financeiros ou flexibilização de procedimentos. Com isso, o órgão ou entidade adquire maior autonomia de gestão e disponibilidade orçamentária, assumindo então a referida qualificação” (Juiz Federal, o livrão, p. 63).
Foi publicada a Lei nº 9.649/98, cujo artigo 51 veio a fornecer critérios normativos primários para a qualificação de agências executivas. O art. 51 da citada Lei dispõe que ato do Presidente da República poderá qualificar como agencia executiva autarquias e fundações que: (1) tenham plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento; (2) tenham celebrado contrato de gestão com o Ministério Superior.
Aprovado tudo isso (PLANO ESTRATÉGICO e CONTRATO DE GESTÃO), o chefe do Executivo, por meio da edição de decreto, dará um status de AGÊNCIA EXECUTIVA. Assim, a natureza jurídica de agência executiva é temporária, somente enquanto estiver vigente o contrato de gestão. A tais agências a lei assegura autonomia de gestão e a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para que possam cumprir suas metas. Não são nova categoria de pessoas, apenas uma qualificação. (CARVALHO F.)
EXEMPLOS: INMETRO, ADENE. 
“O que se percebe claramente é que o órgão ou entidade, enquanto agência executiva, não surge com essa nomenclatura. Na verdade, trata-se de uma administração já existente que, vindo a preencher determinados requisitos da legislação, firma um contrato de gestão com a Administração central e com isso passa a se submeter a um regime jurídico especial, recebendo, por decreto, a qualificação de agência executiva. Esse regime jurídico diferenciado lhe garante determinadas prerrogativas tais como aumento das margens de despesa (Lei 8666/93, art. 24, parágrafo único), além de outras vantagens previstas em normas regulamentares expedidas no âmbito do Poder Executivo (v.g. o Decreto 2488/98). Destarte, enquanto nas agências reguladoras, o reforço de autonomia decorre diretamente da lei, nas agências executivas isso decorre do contrato de gestão. [...] Na verdade, a denominação agência executiva designa um título jurídico que pode ser atribuído a autarquias e a fundações públicas. A expressão não traduz uma nova forma de pessoa jurídica pública. Nem é uma qualidade original de qualquer entidade da administração indireta” (Juiz Federal, o livrão, p. 63/64).
ENTIDADES PARAESTATAIS
Terceiro Setor: (1º setor – Estado/ 2º setor – iniciativa privada de cunho econômico) – As paraestatais são pessoas que não se enquadram nem no 1º nem no 2º setores.
O terceiro setor compreende pessoas jurídicas de Direito Privado criadas por particulares, sem caráter lucrativo, para o desempenho de atividades de interesse público, e que, por isso, recebem especial disciplina do Direito Positivo.
Não são 1º setor porque são criadas por particulares. Por outro lado, não são 2º setor porque não têm finalidade lucrativa.
Ex: entidades assistenciais, culturais, ONGs, serviços sociais autônomos (sesc/senai)
Embora não integrem a administração indireta, como essas pessoas auxiliam o Estado, este lhes confere um tratamento diferenciado. 
Entes paraestatais:
serviços sociais autônomos,
entidades de apoio
organizações sociais
organização da sociedade civil de interesse público
VISÃO ESTRUTURAL OU ORGÂNICA
	ADMINISTRAÇÃO DIRETA
	ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
	COLABORADORES
	OUTROS
	1o. SETOR
	2o. SETOR
	3o. SETOR- 
Estão ao lado da administração
	ENTE FEDERATIVO
Órgãos
Cargos
Funções
Agentes
	Autarquias
Agências reguladoras e Conselhos profissionais (exceto a OAB que é um órgão sui generis)
	MERCADO
	Serviços sociais autônomos
	
	Fundações
	Delegatários, concessionários, permissionários e autorizatários
	Organizações Sociais
	
	Consórcios públicos 
(são de direito público e podem ser de direito privado)
	
	Organizações da Sociedade civil de interesse público - OSCIP
	
	Empresas públicas 
(direito privado)
	
	Parcerias público privadas – PPP (têm fins lucrativos)
	
	Sociedades de economia mista
(direito privado)
	
	Entidades de apoio
VISÃO GERENCIAL
	1O. SETOR: entes federativos
	2O. SETOR: iniciativa privada com fins lucrativos
	3o. SETOR: iniciativa privada SEM fins lucrativos
Quarto setor: Veja o comentário do Prof. Dirley da Cunha Júnior (Juiz Federal e Professor do JusPodivm) sobre o quarto setor, em resposta à consulta via e-mail: “Quanto ao quarto setor, os Administrativistas ainda não vêm dele tratando, pois é tema mais ligado à economia, ainda que com reflexos no Direito. Segundo os economistas, o tal quarto setor compreende toda atividade desempenhada no âmbito da chamada economia informal, envolvendo atividades de agentes públicos com fins particulares (corrupção, por ex.) e de particulares com fins particulares, porém ilícitos (pirataria, caixa dois, etc).”
[...] Recentes estudos, enfocando a questão social premente no Brasil, fazem ainda referência a dois outros setores: o quarto setor, que seria constituído pelo contingente, cada vez maior em nosso país, infelizmente, da economia informal; e o quinto setor, composto dos excluídos da economia, em decorrência da miséria absoluta.	 http://www.fmb.edu.br/revista/edicoes/vol_1_num_2/reforma_do_estado_e_os_novos_modelos.pdf
	
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (Lei nº 9.637/98)
Qualificação de particular que exerce atividade sem fim lucrativo. O ato de qualificação é discricionário (Poder Executivo) – não há direito subjetivo à qualificação (na OSCIP é diferente). O ajuste que vai disciplinar a relação da entidade qualificada como OS e a Administração Pública é o contrato de gestão (fomento – é o que rege a relação entre a OS e a Administração). O Poder Público necessariamente participa da gestão da OS (deve participar).
Atividades que podem ensejar a qualificação: ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS – ENSINO, PESQUISA CIENTÍFICA, DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO, PROTEÇÃO E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE, CULTURA E SAÚDE
Art. 9º - Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
	
RESPONSÁVEIS PELA FISCALIZAÇÃO – DEVEM DAR CIÊNCIA AO TCU DE IRREGULARIDADE, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
INDÍCIO DE MALVERSAÇÃO DE BENS OU RECURSOS DE ORIGEM PÚBLICA – REPRESENTAÇÃO AO MP, À AGU OU À PROCURADORIA DA ENTIDADE PARA REQUERER DECRETAÇÃO DE INDISPONIBILIDADE DOS BENS DA ENTIDADE OU O SEQUESTRO DOS BENS DOS SEUS DIRIGENTES
	
OSCIP'S (Lei nº 9.790/99, regulamentada pelo Decreto 3100/99): Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
O ato que a qualifica é vinculado. Preenchidos os requisitos, o particular tem o direito subjetivo a qualificar-se como OSCIP (perante o Ministérioda Justiça). O Estado pode participar de sua gestão (mas não é obrigatória sua participação). O documento que formaliza a relação é o termo de parceria.
OS pode qualificar-se como OSCIP? O art. 2º da Lei 9790 diz quem não pode qualificar-se como OSCIP. Entre elas, estão as organizações sociais. Outras entidades que não podem: fundação pública, sindicatos, sociedades comerciais, cooperativas, hospital sem finalidade gratuita etc.
ORGANIZAÇÃO SOCIAL – NÃO PODE QUALIFICAR-SE COMO OSCIP
Atividades que podem justificar qualificação como OSCIP: promoção da assistência social, cultura, conservação do patrimônio histórico, promoção gratuita da educação, promoção gratuita da saúde, promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza, assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar etc.
Na OSCIP, há a mesma previsão acerca de irregularidades (representação, sob pena de solidariedade) e de sequestro e indisponibilidade de bens – arts. 12 e 13.
Há atividades que podem gerar OS ou OSCIP. Neste caso, deve haver opção da entidade. Regime da OS é mais rigoroso, mas gera mais contrapartidas.
*MSZP: OSCIP NÃO PRESTA SERVIÇO PÚBLICO: “A grande diferença está em que a OS recebe ou pode receber delegação para a gestão de serviço público, enquanto a OSCIP exerce atividade de natureza privada, com a ajuda do Estado. No caso da OSCIP, o objetivo é semelhante ao que já inspirou anteriormente a outorga do título de utilidade pública.”
Quadro comparativo
	 OSCIP X OS
	o objetivo é muito amplo, abrangendo até benemerência social;
não há traspasse de servidores públicos;
a atribuição do qualificativo de oscip é ato vinculado;
vínculo com o Estado por meio do termo de parceria;
atua ao lado do Estado, realmente cooperando com este;
exerce atividade de natureza privada.
	o objetivo é restrito às hipóteses previstas taxativamente na lei;
o quadro diretivo é composto por agentes públicos;
a atribuição do qualificativo de os é ato discricionário;
vínculo com Estado por meio do contrato de gestão;
tende a absorver a atividade pública. 
presta serviço público de natureza social.
Licitação – ONG’s (OS e OSCIP)
	 GOVERNO contratar ONG ONG contratar terceiros
	Convênios e contrato de repasse (qualquer entidade sem fim lucrativo, inclusive OS): dispensa de licitação, mas tem CHAMAMENTO PÚBLICO, para seleção dos projetos, salvo: 
Emergência
Programa de pessoa ameaçada
Convênio com ONG a mais de 05 anos
Termo de Parceira (OSCIP): dispensa de licitação, mas obrigatório CONCURSO DE PROJETOS. 
	- se tiver recursos da União: 
Licitação: para OBRAS E ALIENAÇÕES. 
Cotação prévia de preços: para aquisição de BENS e SERVIÇOS. 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ATIVA E CONSULTIVA 
Quanto à natureza da atividade administrativa - os atos administrativos podem ser de: administração ativa, consultiva, controladora, verificadora e contenciosa.
- Os atos de administração ativa são aqueles que criam uma utilidade pública. São as licenças para construir, nomeações de funcionários, permissões de serviços públicos.
- Os atos de administração consultiva são aqueles que informam, esclarecem ou sugerem providências necessárias à prática dos atos administrativos. São os informes, pareceres jurídicos, laudos de avaliação.
Parecer: é a manifestação de vontade de um órgão técnico sobre determinada matéria. Podem ser classificados em opinativos, obrigatórios e vinculantes. 
	Parecer opinativo é aquele cuja consulta é facultativa.
	Parecer obrigatório é aquele cuja consulta é obrigatória. Se a autoridade discordar do parecer, poderá fazer nova consulta, e, em razão dela, atuar de forma diferente.
	Parecer vinculante é aquele cujo conteúdo vincula a atuação do administrador. É praticamente uma decisão. 
	Para o STF, quando o parecer não é meramente opinativo, ou seja, quando ele é indispensável à prolação de decisão pela autoridade administrativa, o parecerista atua praticamente como um administrador. Nesses casos, poderá ser responsabilizado solidariamente.
“Salvo demonstração de culpa ou erro grosseiro, submetida às instâncias administrativo-disciplinares ou jurisdicionais próprias, não cabe a responsabilização do advogado público pelo conteúdo de seu parecer de natureza meramente opinativa." (MS 24.631, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 9-8-2007, Plenário, DJ de 1º-2-2008.)

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