Buscar

Ponto 10 - Administrativo

Prévia do material em texto

Administrativo - Ponto 10
Direito Administrativo: Contratos Administrativos. Normas informadoras do Contrato. Cláusulas Essenciais. Modalidades. Espécies. Convênios e Consórcios Administrativos. Contrato de Gestão.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
- É a contratação da Administração pública com terceiro a fim de satisfazer o interesse público. 
Contratos da Administração ou Contratos Administrativos Atípicos ou Contratos de Direito Privado da Administração: celebração de contratos em que a administração pública, em princípio, encontra-se em posição de igualdade perante o particular, regido predominantemente pelo direito privado. É o ajuste firmado entre a administração pública e particulares, na qual a administração não figura na qualidade de poder público, por isto, regido predominantemente pelo direito privado.
Contatos Administrativos: ajuste firmado pela administração pública, agindo nesta qualidade, com particulares, ou com outras entidades administrativas nos termos estipulados pela própria administração pública contratante, em conformidade com o interesse público, sob regência predominante do direito público
Na esfera dos contratos, a Administração realiza contratos de direito privado da Administração e contratos administrativos. Mesmo nos contratos privados, há regras de Direito Administrativo quanto às condições e formalidades para estipulação e aprovação deles. Ex.: Competência da autoridade que vai contratar, a exigência de licitação, submissão ao Tribunal de Contas; porém, o seu conteúdo é regulado por normas de direito privado.
	
O contrato administrativo diferencia-se pelo regime predominantemente de direito público. Nesse sentido, há a possibilidade de a Administração alterar unilateralmente o contrato ou mesmo extinguir unilateralmente o vínculo. Isso pode decorrer tanto do sistema normativo legal, implícita ou explicitamente, quanto das chamadas cláusulas exorbitantes.
Celso Antônio critica a expressão contratos administrativos, preferindo a ideia de poderes relativos à prática de atos unilaterais. Prova disso seria o fato de haver cláusulas imutáveis no contrato administrativo, as quais não podem ser objeto de avença. Contudo, esse não é o entendimento da doutrina e da jurisprudência, afinal há manifestação de vontade dos celebrantes, dois polos de interesse e criação de direitos e obrigações para ambas as partes.
O contrato administrativo é regido pela lei 8.666/93 e aplicando-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado. É o que estabelece o art. 54, caput da lei em comento: “Art. 54.  Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.”.
PORTANTO,
	Contratos da Administração:
	Expressão que tem sentido amplo (abrange tanto os contratos privados da administração quanto os contratos administrativos) e visa a alcançar todos os ajustes bilaterais firmados pela Administração.
	1)- Contratos privados da Administração:
	São regulados pelo direito Civil ou direito Empresarial.
	
	Nesses contratos, a Administração situa-se no mesmo plano jurídico da outra parte, não lhe sendo atribuída, como regra, qualquer vantagem especial. Exemplos desses contratos: compra e venda, doação etc. Sempre há interesse público.
	2)- Contratos administrativos: 
	Sendo contratos típicos da Administração, sofrem a incidência de normas especiais de direito público, só se lhes aplicando supletivamente as normas de direito privado 
	Em última análise, é o regime jurídico que marca a diferença entre os contratos administrativos e os contratos privados da Administração.
	Assim, observe-se que nem o aspecto subjetivo nem o objetivo servem como elemento diferencial. Ou seja, o fato de o Estado ser sujeito na relação contratual não serve, isoladamente, para caracterizar o contrato como administrativo. O mesmo se diga quanto ao objeto: não só os contratos administrativos, mas também os contratos privados da Administração têm um objetivo que traduz interesse público.
	Segundo CABM, os traços peculiares ao regime do “contrato administrativo” giram em torno da supremacia de uma das partes, que, a seu turno, procede da prevalência do interesse público sobre interesses particulares. Esta supremacia vai expressar-se tanto na possibilidade de instabilizar a relação (alterando ou extinguindo unilateralmente o contrato), quanto na autoridade do contratante público. Esta autoridade se manifesta pela presunção de legitimidade de seus atos, pelo amplo controle e fiscalização da execução do contrato, pela possibilidade de impor sanções ao contratante privado.
	Para Celso Antônio, caracterizar-se-ia como administrativo o contrato firmado pela Administração que atendesse a um desses requisitos: receber tal qualificação por lei; ter por objeto a própria execução de um serviço público ou conter cláusulas exorbitantes.
	Ele destaca que a rotulação “contrato administrativo” tem sido utilizada de maneira imprópria e muito infeliz, porque sob tal nome estão radicalizadas situações jurídicas muito distintas:
a) contratos em que os poderes reconhecíveis ao Poder Público advêm diretamente das disposições legais e por isso não lhe poderão ser negados mesmo que as cláusulas contratuais não os estabeleçam;
b) “contratos” em que os poderes de instabilização da relação jurídica existiriam independentemente de qualquer previsão contratual ou normativa explícita. É o que se passa com as concessões de serviço público ou de utilização do domínio público. Nestas hipóteses a instabilidade existe em razão do objeto da relação jurídica, que não é suscetível de um contrato propriamente dito. Isso porque o Poder Público, em razão de suas funções, tem sempre disponibilidade sobre o serviço público e sobre a utilização de um bem público, o que não pode acontecer jamais com um particular, porque tais bens são extra commercium. Os poderes reconhecidos à Administração nestes “contratos administrativos” nada têm de contratuais; são poderes relativos à prática de atos unilaterais, inerentes às competências públicas incidentes sobre aqueles objetos.
Para Flávio Amaral Garcia (Licitações e Contratos Administrativos, 3.ed, p. 225), “os contratos administrativos são ajustes celebrados entre um ente público e um particular na consecução de um interesse público. Submetem-se a um regime jurídico próprio, que permite a utilização das cláusulas exorbitantes, que seriam consideradas ilícitas em uma relação contratual privada. A presença das cláusulas exorbitantes se dá em função da supremacia do interesse público sobre o interesse privado”.
Conceito de Celso Antônio: é um tipo de avença travada entre a Administração e terceiros na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas ou do tipo do objeto, a permanência do vínculo e as condições pré-estabelecidas assujeitam-se a cambiáveis imposições de interesse público, ressalvados os interesses patrimoniais do contratante privado (Celso Antônio).
Em decorrência do contrato administrativo, a Administração pode determinar modificações nas prestações devidas pelo contratante em função das necessidades públicas, acompanhar e fiscalizar continuamente a execução dele, impor sanções estipuladas quando faltas do obrigado as ensejarem e rescindir o contrato sponte propria se o interesse público o demandar.
Em contrapartida, o contratante tem direito ao equilíbrio econômico-financeiro, o qual preserva a natureza comutativa e sinalagmática do contrato.
Sobre o equilíbrio econômico-financeiro, afirma Flávio Amaral Garcia (Licitações e Contratos Administrativos, 3.ed, p. 229): “o equilíbrio econômico-financeiro é o ponto nodal no estudo dos contratos administrativos. Traduz-se na relação entre os encargos do contratado e o preço pago pela Administração Pública devido como contraprestaçãoda execução do objeto contratual. É delineado no momento em que o particular oferta a sua proposta e esta é aceita pela Administração (seja na licitação, como a proposta vencedora, seja na contratação direta, observados os requisitos do art. 26, parágrafo único, da Lei)”. [art. 26, p. único da 8.666/93: O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos: I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso; II - razão da escolha do fornecedor ou executante; III - justificativa do preço. IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados.]
Ainda sobre o EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO: Se a alteração unilateral do contrato vier a aumentar os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial. 
( Equilíbrio econômico e financeiro do contrato ou equação econômico financeiro é a relação que se estabelece, no momento da celebração do contrato, entre o encargo assumido pelo contratado e a contraprestação assegurada pela Administração. Manutenção do equilíbrio financeiro do contrato é a garantia de impossibilidade de alteração, por ato unilateral, das cláusulas econômico-financeiras e monetárias e a previsão legal e contratual de reajuste periódico de preços e tarifas (art. 65, § 1º). A alteração bilateral do contrato para a manutenção do equilíbrio contratual está relacionada com a Teoria da Imprevisão, que tem como pilar a cláusula rebus sic stantibus, aplicada diante de fatos supervenientes, imprevistos e imprevisíveis que provoquem o desequilíbrio contratual (fato do princípe, fato da administração, interferências imprevistas, caso fortuito e força maior). O STJ assentou que aumento salarial ou inflação não podem ser considerados fatos imprevisíveis ensejadores da revisão contratual.
( Situações, previstas no art. 65, que estão relacionadas ao equilíbrio econômico-financeiro: 
1) No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados; 
2) Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso. 
LIÇÕES DE FLÁVIO AMARAL GARCIAL sobre “MECANISMOS DE MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO” (GARCIA. Licitações e Contratos Administrativos, 3.ed, p. 230-231) ( Obs.: Parece que ele gosta destes conceitos; melhor lê-los com atenção.
“Reajuste – tem por objetivo recompor o valor proposto pelo licitante em função do regime inflacionário da economia. Faz-se, portanto, uma indexação dos preços, com a prévia definição no edital e no contrato do índice a ser utilizado (setorial, como regra, para avaliar a variação dos custos naquele específico segmento do mercado). É, pois, um instituto destinado a preservar o equilíbrio econômico-financeiro da relação contratual, “mantendo-se as condições efetivas da proposta”, nos termos do art. 37, XXI, da CF”.
“Atualização Monetária – assim como o reajuste visa manter o valor nominal do contrato, compensando-se genericamente os efeitos da inflação; daí a utilização de índices gerais e não setoriais. Incide a partir da data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento, a teor do disposto no art. 40, XIV, c da Lei [8.666/93].
“Revisão – implica a ocorrência de um fato extraordinário e superveniente que desequilibra excessivamente a relação de equivalência entre os encargos do contrato e a remuneração, impondo o restabelecimento da equação econômica posta no início da relação contratual. Independe, pois, de previsão expressa no edital e no contrato, podendo ocorrer a qualquer momento. É a aplicação da teoria da imprevisão, que autoriza a revisão do preço do contrato quando as condições e circunstâncias da época em que foi celebrado o ajuste não mais persistirem. Não é qualquer alteração que ocasiona a revisão das bases inicialmente ajustadas, mas tão-somente aqueles fatos imprevisíveis ou previsíveis, porém de consequências incalculáveis que onerem excessivamente uma das partes, situando-se na álea econômica extraordinária e extracontratual, conforme disciplina o art. 65, II, d, da Lei. Assim, enquanto a revisão busca recompor a equação financeira do contrato, o reajuste tem por finalidade manter esta relação econômica nos mesmos parâmetros ajustados”.
“Repactuação – visa recompor as perdas inflacionárias que ocorrem no período de 12 (doze) meses. A diferença é que enquanto no reajuste adota-se um índice setorial, na repactuação deverá ser apresentada pelo contratado demonstração analítica da variação dos componentes de custos do contrato, devidamente justificada, conforme prescreve o art. 5º do citado Decreto [Dec. 2.271, de 07.07.97]. Caberá, então, à Administração contratante examinar se a variação dos custos apresentada está de acordo com o mercado, procedendo-se, então, à repactuação dos valores inicialmente ajustados.”
Mutabilidade do Contrato Administrativo (MSZP)
- A mutabilidade é uma das características dos contratos administrativos; doutrina entende que tal decorre das cláusulas exorbitantes, assim como de outras circunstâncias, que dão margem à aplicação da teoria do fato do príncipe e da teoria da imprevisão.
Todos os contratos (públicos e privados) supõem a existência de um equilíbrio econômico-financeiro, visto sob dois aspectos: a) equivalência material das prestações; b) equivalência subjetiva (valor subjetivo que cada uma das partes tem a prestação da outra). 
- Em contratos privados pode haver mitigação da equivalência material, pelo princípio da autonomia da vontade; mas nos contratos administrativos o Poder Público deve buscar a equivalência material sempre que possível, pois não tem a livre disponibilidade do interesse público. 
Como é impossível que todas as situações que possam gerar desequilíbrio sejam previstas no contrato, é interesse da Administração a sua mutabilidade – esta característica faz com o equilíbrio dos contratos seja dinâmico, podendo romper-se muito mais facilmente do que no âmbito do direito privado. Este elemento de insegurança é que fundamenta a teoria do equilíbrio econômico no contrato administrativo. Os elementos de insegurança são as áleas ou riscos que o particular enfrenta quando contrata com a Administração:
1. álea ordinária ou empresarial: presente em todo tipo de negócio, é o risco que o empresário corre pela flutuação de mercado, por exemplo. Por serem riscos previsíveis é o particular que responde por sua ocorrência
2. alea administrativa: três modalidades
a) poder de alteração unilateral: em decorrência do poder de alteração unilateral do contrato por força de interesse público. Administração fica incumbida de restabelecer o equilíbrio voluntariamente.
b) fato do príncipe: é um ato de autoridade, não diretamente relacionado com contrato, mas que repercute indiretamente sobre ele. Administração responde pelo desequilíbrio ocorrido.
c) fato da administração: toda a conduta ou comportamento da Administração que torne impossível, para o contratante particular, a execução do contrato. HLM: “toda ação ou omissão do Poder Público que, incidindo direta e especificamente sobre o contrato, retarda, agrava ou impede sua execução”. Administração responde pelo desequilíbrio ocorrido.
Nestes casos, nos termos do art. 78, incisos XIII e XI pode ser requerida a rescisão amigável ou judicial pelo contratante particular.
3. álea econômica:circunstâncias externas ao contrato, estranhas à vontade das partes, imprevisíveis, excepcionais e inevitáveis que causam grande desequilíbrio no contrato, dando lugar à aplicação da teoria da imprevisão. Em regra a Administração responde pelo reequilíbrio.
- A manutenção do equilíbrio econômico-financeiro tem base no art. 37, XXI da CF: mantidas as “condições previstas na proposta”. Além disso, art. 65, II, §§ 5º e 6º da Lei 8666 e art. 9º da Lei 8987 (concessões).
- Tanto nos casos das teorias (fato do príncipe, fato da administração e da imprevisão) como nos desequilíbrios por caso fortuito e força maior (artigos 78 e 79 da Lei 8666) a Administração responde sozinha pelo desequilíbrio econômico e financeiro.
- PPP (contratos de concessão patrocinada e concessão administrativa): diferentemente, nos casos de PPP (Lei 11.079/04) ocorre repartição dos riscos entre as partes, inclusive nestes casos (art. 5º, III).
Classificação dos contratos (Sentido amplo)
- Típicos: administração atua na qualidade de poder público – prevalece o interesse público de forma direta e imediata, vigorando suas prerrogativas (cláusulas exorbitantes). 
- Atípicos: regidos por normas de direito privado já que há concorrência entre o interesse público e privado, ou mesmo este predomina sobre aquele. Atualmente, tendo em vista que a Lei 8666/93 estendeu aos contratos atípicos a aplicação das prerrogativas da Administração, a relevância da distinção foi mitigada.
SOBRE OS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (Sentido estrito):b
Regime jurídico dos contratos administrativos: normas de direito público, com aplicação supletiva das normas de direito privado e dos princípios da teoria geral dos contratos.
Principais características (segundo material TRF1):
a) consensuais: se aperfeiçoa com a manifestação da vontade
b) bilaterais
c) precedidos de licitação
d) formais
e) onerosos
f) comutativos: prestação e contraprestação equivalentes e pré-determinadas
g) de adesão: natureza de contrato de adesão, uma vez que as cláusulas contratuais são elaboradas pela Administração (regras no edital), não havendo negociação (exceções: contrato administrativo atípico / semipúblico)
h) personalíssimos: intuitu personae, pois considera as qualidades pessoais do contratado. Contrato Pessoal: não se admite subcontratações sem previsão no contrato e/ou no edital e autorização da Administração, devendo, em qualquer caso, se sujeitar aos requisitos da licitação, não sendo possível a subcontratação da totalidade do contrato.
Características do contrato administrativo (material TRF2):
	I – presença do poder público, agindo com suas prerrogativas;
	II – obediência à forma prescrita em lei;
	A regra é a impossibilidade de contratos verbais. Exceção (exemplo): pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a R$ 4.000,00.
	Confira o art. 60 e o art. 23, II da Lei nº 8.666/93: “Art. 60.  Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
	Parágrafo único.  É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
	Art. 23 (...) II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais)”.
	III – natureza intuitu personae;
	É firmado em razão das condições pessoais do contratado, verificadas na licitação. A modificação subjetiva do contratado é, como regra, causa de rescisão do ajuste. Ex: subcontratação total ou parcial, cessão ou transferência, fusão, cisão ou incorporação não admitidas.
	IV – natureza de contrato de adesão;
	O particular simplesmente adere ao contrato, sem poder intervir em seu conteúdo, que é definido pela Administração.
	V – presença de cláusulas exorbitantes.
	São introduzidas em razão de preocupações de interesse público. Ex: alteração unilateral do contrato, rescisão unilateral, fiscalização da execução do contrato, aplicação de penalidades, exigência de garantias, ocupação provisória do objeto do contrato, restrição à exceção do contrato não cumprido.
	DISCIPLINA NORMATIVA DOS CONTRATOS
Fundamento constitucional: art. 22, XXVII [Compete privativamente à União legislar sobre “normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III”]. Observar que a competência da União nesse caso se limita à edição de normas gerais.
Disciplina legal: basicamente a Lei nº 8.666/93, chamada a partir daqui de “Estatuto”.
	SUJEITOS DO CONTRATO
De um lado está a Administração, parte contratante (art. 6º, XIV, do Estatuto: “Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual”), e de outro a pessoa física ou jurídica que firma o ajuste, o contratado (art. 6º, XV, do Estatuto: “Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública”).
O sentido de Administração comporta a Administração Direta e a Indireta, além de outras entidades que sofrem controle direto ou indireto da União, Estados, DF e Municípios.
Como a lei não fez distinção a respeito, considera-se que mesmo as pessoas administrativas que executam atividades econômicas devem celebrar seus contratos sob a incidência das regras do Estatuto, fazendo jus, portanto, aos vários privilégios normalmente atribuídos às pessoas que prestam serviços públicos.
Advirta-se, porém, que a EC nº 19/98, alterando o art. 173, § 1º, da CF, previu lei específica para regular os contratos e licitações de empresas públicas e sociedades de economia mista, observados, porém, os princípios gerais sobre a matéria.
	NORMAS INFORMADORAS DO CONTRATO
	Características:
	A relação contratual:
	1)- formalismo: não basta o consenso das partes, sendo necessário que se observem certos requisitos externos e internos (arts. 60 a 64);
	
	2)- comutatividade: as obrigações, previamente ajustadas e conhecidas, devem ser equivalentes;
	3)- confiança recíproca (intuitu personae): o contratado é, em tese, o que melhor comprovou condições de contratar com a Administração, fato que, inclusive, levou o legislador a só admitir a subcontratação de obra, serviço ou fornecimento até o limite consentido, em cada caso, pela Administração, isso sem prejuízo de sua responsabilidade legal e contratual (art. 72);
	4)- bilateralidade: o contrato administrativo sempre há de traduzir obrigações para ambas as partes. 
Para Flávio Amaral Garcia (Licitações e Contratos Administrativos, 3.ed, p. 225/226): “Os contratos administrativos são bilaterais, comutativos, onerosos, formais, personalíssimos, têm a presença de cláusulas exorbitantes e são precedidos de licitação pública, embora existam exceções. São bilaterais pois ambas as partes têm obrigações decorrentes do ajuste. São comutativos pois há equivalência das prestações. São onerosos, já que as prestações das partes são avaliáveis economicamente. São formais, sendo indispensáveis um revestimento externo e escrito (os contratos verbais são considerados nulos – art. 60 e parágrafo único, da Lei [o artigo está transcrito acima]. São, como regra, personalíssimos, na medida em que devem ser executados pelo próprio contratado. São precedidas de licitação pública, salvo nas hipóteses de dispensa e inexigibilidadede licitação (arts. 24 e 25 da Lei).”
	A posição preponderante da Administração:
	Como os contratos administrativos visam a alcançar um fim útil para a coletividade, e, além disso, deles participa a própria Administração, no conflito entre os interesses do particular contratado e do estado contratante, têm que prevalecer os interesses pertencentes a este último.
	Cláusulas de privilégio:
Também denominadas de cláusulas exorbitantes, são as prerrogativas especiais conferidas à Administração na relação do contrato administrativo em virtude de sua posição de supremacia em relação à parte contratada.
Para Flávio Amaral Garcia (Licitações e Contratos Administrativos, 3.ed, p. 231/232): “as cláusulas exorbitantes são aquelas que seriam ilícitas no âmbito do direito privado, pois colocam uma das partes em supremacia em relação à outra, mas que no contrato administrativo são plenamente possíveis. São exorbitantes pois excedem o que normalmente é admitido nos contratos privados.”
A lei relaciona as seguintes prerrogativas:
-alteração unilateral do contrato;
-rescisão unilateral;
-fiscalização da execução do contrato; 
-aplicação de sanções; 
-ocupação provisória de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, quando o ajuste visa à prestação de serviços essenciais.
Alteração unilateral do contrato:
	a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; 
	Para esta hipótese, não se aplica o limite de 25% ou 50%. Isso não significa, entretanto, total e ilimitada liberdade para a Administração modificar o projeto ou suas especificações. Estas modificações só se justificam perante circunstâncias específicas verificáveis em casos concretos.
	b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
	Para esta hipótese, há limites estabelecidos no §2º: 25%, para obras, serviços ou compras, ou 50% (acréscimos e supressões), para reforma de edifício ou equipamento (apenas para acréscimos neste último).
	Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. Repare que a lei só permite a supressão acima de 25 ou 50% por mútuo acordo, e não permite os acréscimos por mútuo acordo.
	Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso. Dispositivo importante, que visa à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
									
Na lição de Flávio Amaral Garcia (Licitações e Contratos Administrativos, 3.ed, p. 232): “um contrato administrativo somente pode ser alterado unilateralmente quando ocorrer um fato superveniente que justifique sua alteração. Demais disso, não são todas as cláusulas contratuais que são passíveis de alteração unilateral pela Administração, mas apenas as cláusulas regulamentares ou de serviço que são aquelas que disciplinam sobre a execução do objeto do contrato. Como dito, as cláusulas econômicas – que são aquelas que se relacionam com a remuneração do particular – somente podem ser alteradas com a expressa concordância do contratado”.
	Rescisão unilateral do contrato – motivos:
	I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos, o cumprimento irregular, a lentidão do seu cumprimento, o atraso injustificado;
	Em caso do não cumprimento de cláusulas, pode haver assunção imediata do objeto, ocupação e utilização do local, execução da garantia contratual e retenção dos créditos decorrentes do contrato.
	II - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração;
	III - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; 
	IV – cometimento de faltas;
	V – falência, insolvência civil, dissolução da sociedade ou falecimento do contratado;
	VI - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;
	VII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.
	
	Rescisão sem culpa do administrado
	I - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;
	II - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no §1º do art. 65 desta Lei (mais de 25% ou de 50%); 
	III - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
	IV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação; (exceção do contrato não cumprido)
	
	EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS: o contratado poderá suspender o cumprimento de suas obrigações, até a normalização destes pagamentos, ou então obter a rescisão do contrato. Assim também o inciso XIV – sempre com a ressalva das situações excepcionais aludidas – autoriza-o, no caso de suspensão da execução do contrato, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 dias, ou por repetidas suspensões que totalizem o mesmo tempo, a suspender o cumprimento de suas obrigações ou a obter rescisão do contrato (salvo calamidade, guerra).
	Aplicação de Sanções
Leciona Flávio Amaral Garcia (Licitações e Contratos Administrativos, 3.ed, p. 234): “a aplicação de qualquer sanção administrativa deve ser balizada pelo princípio da proporcionalidade. Faltas leves devem ensejar a aplicação de sanções leves. Faltas graves impõem a aplicação das sanções que produzam consequências mais sérias. A lei não estabeleceu previamente uma correlação entre as infrações e as penalidades, conferindo ao administrador, no exercício do seu poder disciplinar, discricionariedade na aplicação das sanções. Esta margem de liberdade não é absoluta, estando limitada pelo princípio da proporcionalidade, a exigir do administrador bom senso e adequação entre a falta praticada e a pena aplicada”.
	Formalização:
	Em virtude do princípio do formalismo que inspira as atividades da Administração, os contratos administrativos devem ser formalizados através de instrumento escrito, salvo o de pequenas compras para pronto pagamento. Fora desta hipótese é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal. (Art. 60, § único).
Formalidades do contrato administrativo (do material do TRF1):
a) procedimento licitatório ou de justificação(licitação inexigível, dispensável ou vedada).
b) escrito (art. 60, §único). Excepcionalmente verbal quando for de pronta entrega, pronto pagamento e até R$ 4.000,00.
c) publicação (art. 61, § único) – condição de eficácia de contrato, ou seja, o contrato não produz efeitos enquanto não for publicado. A publicação deverá se dar em até 20 dias, não podendo ultrapassar o 5° dia útil ao mês seguinte de sua assinatura, prevalecendo o que ocorrer primeiro.
d) instrumento de contrato (art. 62) – será obrigatório quando o valor do contrato for correspondente à modalidade de licitação concorrência ou tomada de preços, ainda que a licitação seja inexigível ou dispensável; e será facultativo quando seu valor for correspondente à modalidade de licitação convite e desde que o contrato possa ser realizado de outra maneira (ordem de serviço, nota de empenho, etc.).
e) a forma do contrato administrativo, ao contrário do que ocorre com o ato administrativo, será discricionária, desde que a lei garanta ao Administrador opções de escolha (ex.: instrumento facultativo).
	Solenidades:
	Dentre outras solenidades previstas na lei, depois de celebrados, os contratos devem ser publicados, embora resumidamente, no órgão oficial de imprensa da entidade pública contratante. Cuida-se, na verdade, de condição de eficácia, razão por que tal solenidade é essencial para que os contratos produzam regularmente seus efeitos.
	Garantias:
	a) Exigência de garantia do contrato (art. 56): “a critério da autoridade competente” – mesmo com tal redação, doutrina majoritária entende como poder-dever, decorrente do princípio da indisponibilidade do interesse público. Necessária a previsão no instrumento convocatório. Na regra, todavia, para assegurar o cumprimento do contrato e desde que tenha sido previsto, anteriormente, no instrumento convocatório, pode a Administração exigir da parte contratante determinada garantia.
Obrigatoriedade de Garantia Prevista em lei: a) concessão de serviço público precedida da execução de obra pública, adequada a cada caso e limitada ao valor da obra; (ii) Parceria Público Privada, exigida do parceiro privado em até 10% do total do contrato.
	São previstas as garantias de caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, a fiança bancária e o seguro-garantia (art. 56, § 1º).
Valor da Garantia: em regra, não ultrapassará 5% do valor do contrato, podendo, entretanto, chegar a 10% nos casos de contratação de grande vulto, alta complexidade ou de grandes riscos financeiros para a Administração.
	A caução está prevista no art. 56, § 1º, I, dispositivo que sofreu alteração pela Lei nº 11.079/04 (Lei das parcerias público-privadas). Com ela, passou a exigir-se que os títulos da dívida pública sejam emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia, tudo conforme autorização do banco central. Ao mesmo tempo precisam sofrer avaliação pelos seus valores econômicos, nos termos do que assim definir o Ministério da Fazenda.
	Duração do Contrato:
	Os contratos administrativos devem ser celebrados por prazo determinado (art. 57, §3º). Sua duração é adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários (art. 57), que têm a duração de um ano.
b) Prazo contratual: contrato sempre por prazo determinado, sendo que em regra, este coincidirá com a duração do crédito orçamentário, isto é, deve ser de no máximo 12 meses. 
	A lei ressalva 3 hipóteses:
	
	A – Projetos previstos no plano plurianual
	B – Prestação de serviços a serem executados de forma contínua – prazo de 60 meses
	Este prazo poderá, em caráter excepcional, ser prorrogado por mais 12 meses.
	C – Aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática, cuja duração pode ser fixada para até 48 meses
	Há, ainda, (4º hipótese) contratos que não implicam comprometimento de recursos orçamentários, como as concessões de obra ou serviço público. Estes não sofrem a limitação apontada, afinal seus prazos terão de ser necessariamente longos para a amortização do capital.
	
	Quanto à prorrogação dos contratos, a lei prevê as hipóteses que pode ensejá-la no art. 57, §1º, com a exigência de que sempre deverá ser justificada e previamente autorizada pela autoridade competente. [art. 57, § 1º  Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato; III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta Lei; V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência; VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.]
	Se fosse livre a prorrogabilidade dos contratos, os princípios da igualdade e da moralidade estariam irremediavelmente atingidos.
	Observar que a lei não exigiu que fosse prevista a cláusula de prorrogação nos contratos. Mesmo se houver previsão, todavia, as partes não podem negociar a prorrogação fora dos casos relacionados na lei.
	Embora haja doutrinadores (ex: Hely Lopes) que procuram distinguir renovação e prorrogação, CABM esclarece que não mais se justifica a referência à renovação como instituto autônomo, já que não revela qualquer elemento específico que possa configurá-la dessa maneira. Avulta que, na prática tem-se observado que o termo tem sido empregado como sinônimo de prorrogação.
	CLÁUSULAS ESSENCIAIS
	São aquelas indispensáveis à validade do negócio jurídico. Estão relacionadas no art. 55 do Estatuto. Encontram-se na relação, dentre outras, a que defina o objeto e suas características; que indique o regime de execução, bem como o preço e as condições de pagamento; que demarque os prazos; que aponte os recursos; que fixe a responsabilidade das partes etc. [Art. 55.  São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: I - o objeto e seus elementos característicos; II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica; VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas; VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas; VIII - os casos de rescisão; IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei; X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso; XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos; XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificaçãoexigidas na licitação].
	MODALIDADES (não há uniformidade quanto à classificação). 
	Concessões (Concessão de serviço público, Concessão de obra pública e Concessão de uso).
	Contratos de obra pública e de prestação de serviços (Empreitada, Administração contratada, Tarefa).
	Contrato de fornecimento 
	
ESPÉCIES
	Importante ressaltar que não há uniformidade entre os autores sobre essa classificação.
	1)- Contratos de obras: 
	São aqueles em que o objeto pactuado consiste em construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de determinado bem público. 
	Condições específicas de contratação: 
	I - existência de um projeto básico, que é a definição básica da obra a ser contratada. A lei exige que antes mesmo da licitação o projeto básico esteja devidamente aprovado pela autoridade competente.
	II - projeto executivo: instrumento que indica os elementos necessários à execução completa da obra;
	III - padronização: requisito que deve estar presente sempre que as obras se destinarem ao mesmo objetivo, salvo quando houver peculiaridade quanto ao local ou à natureza do empreendimento;
	IV - programação da integralidade da obra: v. art. 8º.
	A execução de obras pode ser direta, quando realizada pelos próprios órgãos administrativos, ou indireta, quando resulta da contratação de terceiros.
	Podem ser realizadas obras sob quatro regimes diversos de execução indireta: empreitada por preço global, empreitada por preço unitário, empreitada integral e tarefa. (V. art. 6º, inciso VIII e alíneas). Observação importante: A lei vigente aboliu o regime da administração contratada, pelo qual a remuneração do contratado correspondia a um percentual sobre um montante da obra.
	2)- Contratos de serviços:
	São aqueles que visam a atividade destinada a obter determinada utilidade concreta de interesse para a Administração. Também conhecidos como “contratos de prestação de serviços”.
	É tipicamente o contrato onde a obrigação se traduz num facere.
	As condições básicas de contratação são as mesmas dos contratos de obras e o mesmo se pode dizer no que concerne aos regimes de execução.
	Os serviços dividem-se em:
	I - comuns: aqueles para os quais não há necessidade de específica habilitação; (ex: conservação e limpeza, pintura etc);
	II - técnicos-profissionais: são aqueles que reclamam habilitação legal, seja através de formação em curso superior específico ou registro nos órgãos legalmente determinados.
	3)- Contratos de fornecimento:
	Destinam-se à aquisição de bens móveis necessários à consecução dos serviços administrativos.
	Cuida-se, na verdade, de contrato de compra e venda, tal como existente no campo do direito privado e por este regido em algumas de suas regras básicas, com a ressalva, é óbvio, da incidência normativa própria dos contratos administrativos.
	4)- Contratos de concessão e de permissão:
	Faz mister ressaltar que esse tema será tratado de forma aprofundada em capítulo específico.
	Na concessão, o Estado, titular dos bens, transfere ao particular algumas faculdades relativas a estes bens. No sistema atual, pode-se, a uma primeira visão, catalogar os contratos de concessão em dois grupos, de acordo com o objetivo a que se destinam:
	I - concessões de serviços públicos: têm por objeto a delegação da execução de serviço público a pessoa privada;
	II - concessões de uso de bem público: visam somente a consentir que pessoa privada se utilize de bem pertencente a pessoa de direito público; 
	Observação: Categorias básicas das concessões: comuns (reguladas na Lei nº 8.987/95) e especiais (reguladas na Lei nº 11.079/04 – sujeitam-se ao regime jurídico das parcerias público-privadas – patrocinada ou administrativa).
	A permissão de serviços públicos (Lei nº 8.987/95) tem por objeto, da mesma forma que as concessões de serviços públicos, a execução de certo serviço público delegado resultante de descentralização administrativa. Atualmente, tem natureza de contrato administrativo.
	5)- Alienações e locações: 
	A despeito de estarem mencionadas no Estatuto, consubstanciam contratos de direito privado, em que as partes estão no mesmo nível jurídico. 
	No caso das alienações, exige-se apenas a observância de alguns requisitos especiais a serem cumpridos pela Administração. (V. arts. 17 a 19 [não transcritos por serem longos e detalhados], que enumeram esses requisitos).
	As locações também são contratos de direito privado, figure a Administração como locadora ou como locatária. Neste último caso, não há norma na disciplina locatícia que retire ao locador seus poderes legais. Naquele outro também não se pode descaracterizar o contrato de natureza privada, se foi este o tipo de pacto eleito pela Administração, até porque, se ela o desejasse, firmaria contrato administrativo de concessão de uso. Trata-se, pois, de opção administrativa.
 
IMPORTANTE:
Informativo nº 0542
Período: 27 de junho de 2014.
Quarta Turma
DIREITO CIVIL. LOCAÇÃO COMERCIAL DE IMÓVEL DE EMPRESA PÚBLICA FEDERAL.
Empresa pública federal que realize contrato de locação comercial de imóvel de sua propriedade não pode escusar-se de renovar o contrato na hipótese em que o locatário tenha cumprido todos os requisitos exigidos pela Lei de Locações (Lei 8.245/1991) para garantir o direito à renovação. Inicialmente, vale ressaltar que somente as locações de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas não se submetem às normas da Lei de locações, conforme previsto no art. 1º, parágrafo único, “a”, 1, desse diploma legal. Nos termos do Decreto-lei 200/1967 e do art. 173, § 1º, da CF, as empresas públicas são dotadas de personalidade jurídica de direito privado e, ressalvadas as hipóteses constitucionais, sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive nas relações jurídicas contratuais que venham a manter. Nesse contexto, na hipótese em que empresa pública realize contrato de locação comercial de imóvel de sua propriedade, sendo o imóvel locado bem de natureza privada – por ser de titularidade de empresa pública que se sujeita ao regime jurídico de direito privado –, o contrato locatício firmado também é de natureza privada, e não administrativa, submetendo-se à Lei de Locações. Assim sendo, tendo o locatário obedecido a todos os requisitos exigidos na referida lei para garantir o direito à renovação do contrato, não é possível à locadora escusar-se da renovação. Nesse aspecto, ensina a doutrina que “As locações são contratos de direito privado, figure a administração como locadora ou locatária. Neste último caso, não há norma na disciplina locatícia que retire do locador seus poderes legais. Naquele outro também não se pode descaracterizar o contrato de natureza privada, se foi este o tipo de pacto eleito pela administração, até porque, se ela o desejasse, firmaria contrato administrativo de concessão de uso”. REsp 1.224.007-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/4/2014.
	Sem embargo de respeitáveis opiniões em contrário, Celso Antônio entende que coexistem os contratos de locação e de concessão remunerada de uso, cada qual regido pelo sistema próprio, aquele pelo direito privado e este pelo direito público. A Lei nº 8.245/91, que regula as locações, admite expressamente locações em imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, bem como de suas autarquias e fundações públicas. (Art. 1º, § único).
	Sucede que o art. 62, § 3º dispôs que aplica-se aos contratos de locação, dentre outros, o contido nos arts. 55 e 58 a 61 do Estatuto. Merece destaque o art. 58, que é exatamente o dispositivo que assevera o regime jurídico dos contratos administrativos e enumera os privilégios conferidos à Administração em face do contratado. Pelo menos no que toca às locações, parece que o legislador as considerou como contratos administrativos, quando o locatário é oEstado.
	Esses elementos da lei levaram autores a relacionar entre os contratos administrativos a alienação de bens públicos e as locações quando o Estado figura como locador. O autor não comunga de tal entendimento e credita toda a confusão à imperfeição do teor do art. 1º do Estatuto, quanto à relação ali oferecida e à infelicidade do art. 62, § 3º, em privilegiar a Administração em sede jurídica imprópria.
	Do exposto, ou admite-se que o legislador praticamente acabou com os contratos privados da Administração (ao determinar a aplicação de princípios de direito público, incompatíveis com os postulados obrigacionais do direito privado), ou, por outro lado, e levando em conta a impropriedade da norma, não é desarrazoado interpretar a expressão “no que couber” – art. 62, §3º - como significando que tais princípios de direito público só serão aplicáveis quando expressos no instrumento contratual.
	6 – Outras Espécies (José dos Santos Carvalho Filho)
	“Reafirmamos nosso entendimento de que os contratos administrativos são os que constam no art. 1º do Estatuto, com a exclusão das alienações e locações. Todavia, há entre os autores referência a outras espécies de contratos”.
	HELY LOPES MEIRELLES faz menção a “contrato de gerenciamento” firmado com empresa que conduz empreendimentos de engenharia. Refere-se também a “contratos de trabalhos artísticos”, que visam à realização de obras de arte. Com o respeito à grande autoridade do saudoso jurista, parece-nos que tais ajustes não configuram categorias diversas das enunciadas em lei (…) [não sei de quem é a citação, mas a mantive...]
	Ainda sobre o contrato de gerenciamento, muito mencionado por Flávio Amaral Garcia em sua obra, vale destacar que “é considerado serviço técnico profissional especializado, a teor do que dispõe o art. 13, IV, da Lei nº 8.666/93, o que já afasta a utilização da modalidade pregão, aplicável exclusivamente aos serviços comuns. No contrato de gerenciamento deve ser incluída cláusula que acolha a orientação do Egrégio Tribunal de Contas da União no sentido de prever a diminuição ou supressão da remuneração da contratada quando a obra tiver o seu ritmo retardado ou mesmo paralisado” (Flávio Amaral Garcia, Licitações..., p. 9)
Outros autores referem-se a “contratos de empréstimo público”, definido como aquele pelo qual a Administração obtém recursos de particular para atender a situação de urgência e interesse público.
	7 – Terceirização (Maria Sylvia Zanella Di Pietro)
	A terceirização, bastante utilizada no âmbito da iniciativa privada, aparece hoje, entre os institutos pelos quais a Administração Pública moderna busca a parceria com o setor privado para realização de suas atividades. Pode-se dizer que a terceirização constitui uma das formas de privatização (em sentido amplo) de que vem se socorrendo a Administração Pública.
	
	No artigo “A relativização da distinção atividade-fim e atividade-meio na terceirização aplicada à Administração Pública” (Flávio Amaral, Licitações..., p. 313-333), após afirmar que, (letra l das conclusões): não sendo o critério da atividade meio/fim o adequado para diferenciar as terceirizações lícitas das ilícitas é preciso sugerir os parâmetros que devem nortear e limitar as terceirizações: “m-) o primeiro limite das terceirizações envolve o poder de império estatal, ou seja, aquelas atividades que exigem atos de império e de autoridade, como, por exemplo, segurança, fiscalização, regulação e poder de polícia. Essas são atividades estatais que, em sua essência, dependem que as autoridades administrativas estejam investidas com prerrogativas públicas necessárias à satisfação dos interesses públicos tutelados e que, portanto, não podem ser delegadas a agentes privados que não ostentam tal condição; n-) o segundo limite das terceirizações refere-se às carreiras com assento constitucional. Aqui, trata-se de uma opção do legislador constituinte originário, que entendeu que determinadas atividades dependeriam de uma carreira estruturada para melhor satisfação daqueles interesses públicos. E essa não foi uma escolha aleatória, já que a maior parte das carreiras estruturadas na Constituição Federal engloba atividades típicas estatais que demandam prerrogativas de autoridade ou que dependem de uma independência funcional indispensável para sua correta consecução; o-) esse é um problema complexo e que não se resolve por um critério simplista e reducionista como o proposto pela Justiça do Trabalho. A matéria não é apenas do domínio da Ciência do Direito, mas afeta à Ciência da Administração e à Economia, estando, via de consequência, sujeita às constantes mutações tecnológicas nas relações de trabalho” (Flávio Amaral, Licitações..., p.333).
	CONVÊNIOS
	São os ajustes firmados por pessoas administrativas entre si, ou entre estas e particulares, com vistas a ser alcançado determinado objetivo de interesse público. (Celso Antônio entende que só podem ser firmados convênios com entidades privadas se estas forem sem fins lucrativos. Segundo ele, se a contraparte tivesse objetivos lucrativos, sua presença na relação jurídica não teria as mesmas finalidades do sujeito público).
	Convênio e contrato não se confundem, embora tenham em comum a existência de vínculo jurídico fundado na manifestação de vontade dos participantes.
	No contrato, os interesses são opostos e diversos; no convênio, são paralelos e comuns. Neste tipo de negócio jurídico, o elemento fundamental é a cooperação, e não o lucro procurado nos contratos.
Outro aspecto distintivo reside nos pólos da relação jurídica. Nos contratos, são apenas dois os pólos, ainda que num deles haja mais de um pactuante. Nos convênios, ao revés, podem ser vários os pólos, havendo um inter-relacionamento múltiplo, de modo que cada participante tem, na verdade, relação jurídica com cada um dos integrantes dos demais pólos.
	A celebração de convênios, por sua natureza, independe de licitação prévia como regra. Embora a Lei nº 8.666/93 se aplique, no que couber, a convênios, raramente será possível a competitividade que marca o processo licitatório, porque os pactuantes já estão previamente pactuados para o fim comum a que se propõem.
	O autor entende pela desnecessidade de autorização legislativa e afirma que o STF (RTJ 115/597) tem considerado inconstitucional a norma que exige autorização legislativa por intromissão indevida na competência do Executivo. Em contrário ele cita Hely Lopes Meirelles.
	Há autores (Ex: Hely Lopes) que se referem aos consórcios administrativos, distinguindo-os dos convênios pelo fato de serem aqueles ajustados sempre entre entidades estatais, autárquicas e paraestatais da mesma espécie, ao passo que estes o seriam entre pessoas de espécies diferentes.
	Convênios: entes de pessoas diferentes;
	Consórcios administrativos: entes da mesma pessoa.
	O autor defende que ambos os ajustes têm contornos jurídicos, conteúdo e efeitos idênticos, não havendo razão para distingui-los.
Transcrevo, abaixo, alguns apontamentos de Flávio Amaral Garcia sobre os convênios:
“Os convênios podem ser conceituados como espécies de acordos celebrados pela Administração Pública com outras entidades integrantes do Poder Público ou com o particular, desde que seja destacada a característica de interesse ou objetivo comum entre os partícipes ou convenentes.
Percebe-se, assim, a nítida diferença dos convênios para os contratos. Nos contratos, os interesses das partes não são convergentes, mas opostos, de tal forma que um pretende um bem objeto da contratação, e o outro a justa remuneração – o preço correspondente.
Nos convênios, não há partes e sim partícipes, podendo ser multilateral (ao contrário dos contratos que são bilaterais) em função do regime de cooperação existente. Busca-se no convênio parceiro para atuar em colaboração com Administração Pública e não executor, finalidade esta dos contratos administrativos. Como no convênio não há intuito de lucro, nãotem se admitido a previsão de pagamento de taxa de administração, como tem sido reiterado pela jurisprudência do Tribunal de Constas da União. [...]
O convênio cujo objeto envolva a transferência de recursos (seja para outro ente público ou para entidades privadas) deve ser objeto de prestação de contas demonstrando que os recursos foram aplicados corretamente. Essa obrigação decorre do próprio art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal. [...]
O TCU tem fixado distinção entre desvio de objeto e desvio de finalidade quando os recursos não são corretamente aplicados. O desvio de objeto se caracteriza quando o convenente executa ações que não foram previstas no ajuste, mas que respeitem o interesse público e a área objeto do convênio. É uma irregularidade, mas que tem sido relevada. [...] Já o desvio de finalidade se caracteriza pela não obediência ao objeto pactuado, modificando a destinação do próprio objeto. Tem-se entendido que isso se configura em transposição do crédito sem autorização legislativa.
Questão polêmica envolve saber se a entidade privada que recebe recursos públicos é obrigada a realizar uma licitação formal na aplicação dessa verba. Não se abona tal tese. Com efeito, a gestão privada de recursos públicos gera o dever de prestar contas (art. 70 da CF), mas não de observância da licitação formal da Lei 8.666/93”.
(Flávio Amaral Garcia, Licitações e contratos..., p. 227/228).
	CONSÓRCIOS PÚBLICOS
Foi a Lei nº 11.107/05 que, com suporte no art. 241 da CF, passou a dispor sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos, destinados à União, Estados, DF e Municípios, visando à realização de objetivos de interesse comum desses entes estatais e promovendo a gestão associada a que alude o dispositivo acima mencionado.
Os consórcios, tradicionalmente, nada mais eram do que convênios. A disciplina da Lei nº 11.107/05, entretanto, demonstra que os consórcios públicos passaram a espelhar nova modalidade de negócio jurídico de direito público, com espectro mais amplo do que os convênios administrativos, muito embora se possa considerá-los como espécie destes.
Pode afirmar-se que a natureza jurídica dos consórcios é de negócio jurídico plurilateral de direito público com o conteúdo de cooperação mútua entre os pactuantes.
A despeito de a lei referir-se, na ementa, a “contratação de consórcios públicos” e consignar, no art. 3º, que o consórcio constituir-se-á por contrato, os entes públicos participantes do ajuste estão voltados para finalidades de interesse comum de todos e, desse modo, situam-se lado a lado na relação jurídica. Semelhante negócio jurídico, por conseguinte, melhor se enquadra na categoria dos convênios, tendo como especificidade o fato de se apresentar com a forma de pessoa jurídica (associação pública ou pessoa jurídica de direito privado), o que não acontece com os convênios stricto sensu.
O objeto dos consórcios públicos se concentra na realização de atividades e metas de interesse comum das pessoas federativas consorciadas (art. 1º).
Há dois requisitos formais prévios à formação do consórcio. Primeiramente, o ajuste somente poderá efetivar-se se houver prévia subscrição de protocolo de intenções (art. 3º). Esse acordo já representa a manifestação formal de vontade do ente estatal para participar do negócio jurídico. Em segundo lugar, tem-se que, firmado o protocolo, deverá este ser objeto de ratificação por lei (art. 5º); esta, porém, será dispensada se a entidade pública, ao momento do protocolo, já tiver editado lei disciplinadora de sua participação no consórcio.
Consórcio público: I – protocolo de intenções; II – ratificação por lei.
A organização e o funcionamento dos consórcios serão regidos pela legislação reguladora das associações civis, prevalecendo, no caso de colisão, a disciplina da Lei nº 11.107/05 (art. 15).
O consórcio público, quando assumir a forma de associação pública, caso em que terá personalidade jurídica de direito público, integrará a Administração Indireta das pessoas federativas consorciadas (art. 6º, § 1º). A contrario sensu, caso se institua como pessoa jurídica de direito privado, estará fora da Administração descentralizada. Nesse caso, seu quadro de pessoal terá regime trabalhista (CLT). O regime jurídico geral, entretanto, será híbrido: incidem, de um lado, normas de direito privado e, de outro, normas de direito público, como as que se referem a licitações, contratos, prestação de contas e admissão de pessoal.
No que concerne às associações públicas, a Lei nº 11.107/05, para assim qualificá-las, incumbiu-se de alterar o art. 41, do Código civil, que enumera as pessoas jurídicas de direito público interno, No inciso IV, onde constava apenas “autarquias”, passou a constar “autarquias, inclusive as associações públicas”.
A modificação legislativa deve ser interpretada da seguinte forma: as associações públicas, assim como certas fundações, incluem-se no gênero “autarquia”, esta considerada como modalidade específica de direito público, integrante da administração indireta do Estado.
O efeito jurídico natural decorrente da constituição de pessoa jurídica reside na possibilidade de consórcios públicos celebrarem qualquer tipo de acordo com terceiros, como contratos e convênios. São também suscetíveis da destinação de auxílios, subvenções e contribuições sociais e econômicas por parte de entidades dos setores público e privado. Havendo previsão no ajuste, podem promover desapropriações e instituir servidões administrativas, depois da declaração de utilidade pública ou interesse social firmada pela pessoa competente. Podem, ainda, os consórcios serem contratados sem licitação pela própria pessoa da Administração direta ou indireta, desde que seja esta participante do ajuste.
A lei admite, ainda, que consórcios públicos arrecadem tarifas e outros preços públicos no caso de ser prestado algum serviço ou quando administram bens públicos cujo uso seja remunerado (art. 2º, § 2º). Outro poder jurídico conferido pela lei aos consórcios é o de celebrar contratos de concessão ou permissão de obras e serviços públicos, desde que haja autorização em tal sentido no instrumento negocial e que esteja bem definido o objeto da delegação. A lei refere-se à outorga de concessão, permissão ou autorização de obras e serviços públicos. Houve evidente impropriedade técnica: serviços públicos, tecnicamente, podem ser objeto de concessão e permissão, únicas referidas no art. 175, da CF, mas não de autorização. Desse modo, é de entender-se que os consórcios podem outorgar autorizações, mas seu instrumento será o ato administrativo, e não um contrato.
Na disciplina dos consórcios se encontra, ainda, a previsão do que a lei denominou de contrato de programa (art. 13). Segundo o texto legal, referido contrato constitui condição de validade da constituição e regulação de obrigações que uma pessoa da federação assuma para com outro ente estatal ou para com consórcio público, com o objetivo de implementar gestão associada através da qual sejam prestados serviços públicos ou transferidos, total ou parcialmente, encargos, serviços, pessoal ou bens necessários à consecução dos serviços transferidos. Ainda aqui não parece haver contrato algum, na acepção técnica da expressão. Há, isto sim, prévia definição de obrigações que o ente, como integrante do consórcio, assume perante os demais pactuantes.
Podem participar desse negócio jurídico não só os entes federativos como também os que pertencem à respectiva administração direta, sejam de direito público ou de direito privado.
A Lei nº 11.107/05 alterou a Lei nº 8.429/92, que regula os casos de improbidade administrativa, introduzindo os incisos XIV e XV no art. 10 desse último diploma, que dispõem sobre casos de improbidade relativos à formação de consórcios administrativos.
CONTRATOS DE GESTÃO
Contratos de gestão podem ter dois significados. O primeiro tem previsão constitucional, e serve para denominar de agênciaexecutiva determinada autarquia. O segundo é o contrato firmado entre o Poder Público e uma Organização Social.
Sobre o primeiro tipo:
A EC nº 19/98 introduziu o §8º ao art. 37 prevendo que a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderia ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I – o prazo de duração do contrato; II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III – a remuneração do pessoal
O fim último dos contratos de gestão é a eficiência, como princípio constitucional previsto no art. 37, caput, da CF.
Basicamente, todos os contratos de gestão deverão ter:
	a) forma como a autonomia será exercida;
	b) metas a serem cumpridas pelo órgão ou entidade no prazo estabelecido no contrato
	c) controle de resultado
Sobre o segundo tipo
As organizações sociais foram previstas inicialmente em Medida Provisória depois transformada na Lei 9637/98. Elas vinham sendo anunciadas pelo Governo Federal desde que lançado o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, em 21-9-95. 
Quanto aos contratos de gestão com as organizações sociais, a intenção é a mesma que já se concretizou no direito francês e em outros países que seguiram o mesmo modelo, ou seja, fixar metas a serem cumpridas pela entidade em busca da eficiência; para incentivá-las, o poder público concede auxílios de diversos tipos, sujeitando as entidades a um controle de resultados. O contrato de gestão é o instrumento pelo qual se concretiza a parceria e se estabelecem as referidas metas, formas de incentivo e de controle.
Lei 9.637/98:
Do Contrato de Gestão
        Art. 5o Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1o [ Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.]
        Art. 6o O contrato de gestão, elaborado de comum acordo entre o órgão ou entidade supervisora e a organização social, discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social.
        Parágrafo único. O contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação pelo Conselho de Administração da entidade, ao Ministro de Estado ou autoridade supervisora da área correspondente à atividade fomentada.
        Art. 7o Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e, também, os seguintes preceitos:
        I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a estipulação das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade e produtividade;
        II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercício de suas funções.
        Parágrafo único. Os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área de atuação da entidade devem definir as demais cláusulas dos contratos de gestão de que sejam signatários.
Abaixo, resumo sobre as agências executivas e sobre as OS. Para ambas, há previsão do contrato de gestão. 
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
“Ao empregar o vocábulo agência executiva, o direito brasileiro apenas prevê a possibilidade de um órgão ou entidade administrativa já existente firmar um contrato de gestão com a Administração Direta, adotando com isso um plano estratégico com metas de eficiência a serem alcançadas por meio de repasses financeiros ou flexibilização de procedimentos. Com isso, o órgão ou entidade adquire maior autonomia de gestão e disponibilidade orçamentária, assumindo então a referida qualificação” (...).
“O que se percebe claramente é que o órgão ou entidade, enquanto agência executiva, não surge com essa nomenclatura. Na verdade, trata-se de uma administração já existente que, vindo a preencher determinados requisitos da legislação, firma um contrato de gestão com a Administração central e com isso passa a se submeter a um regime jurídico especial, recebendo, por decreto, a qualificação de agência executiva. Esse regime jurídico diferenciado lhe garante determinadas prerrogativas tais como aumento das margens de despesa (Lei 8666/93, art. 24, parágrafo único), além de outras vantagens previstas em normas regulamentares expedidas no âmbito do Poder Executivo (v.g. o Decreto 2488/98). Destarte, enquanto nas agências reguladoras, o reforço de autonomia decorre diretamente da lei, nas agências executivas isso decorre do contrato de gestão. [...] Na verdade, a denominação agência executiva designa um título jurídico que pode ser atribuído a autarquias e a fundações públicas. A expressão não traduz uma nova forma de pessoa jurídica pública. Nem é uma qualidade original de qualquer entidade da administração indireta” (Juiz Federal, o livrão, p. 63/64).
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (Lei nº 9.637/98)
Qualificação de particular que exerce atividade sem fim lucrativo. O ato de qualificação é discricionário (Poder Executivo) – não há direito subjetivo à qualificação (na OSCIP é diferente). O ajuste que vai disciplinar a relação da entidade qualificada como OS e a Administração Pública é o contrato de gestão (fomento – é o que rege a relação entre a OS e a Administração). O Poder Público necessariamente participa da gestão da OS (deve participar).
Atividades que podem ensejar a qualificação: ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS – ENSINO, PESQUISA CIENTÍFICA, DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO, PROTEÇÃO E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE, CULTURA E SAÚDE
Art. 9º - Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
	
RESPONSÁVEIS PELA FISCALIZAÇÃO – DEVEM DAR CIÊNCIA AO TCU DE IRREGULARIDADE, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
INDÍCIO DE MALVERSAÇÃO DE BENS OU RECURSOS DE ORIGEM PÚBLICA – REPRESENTAÇÃO AO MP, À AGU OU À PROCURADORIA DA ENTIDADE PARA REQUERER DECRETAÇÃO DE INDISPONIBILIDADE DOS BENS DA ENTIDADE OU O SEQUESTRO DOS BENS DOS SEUS DIRIGENTES
ATENÇÃO: OSCIP'S (Lei nº 9.790/99, regulamentada pelo Decreto 3100/99): Organização da Sociedade Civil de Interesse Público ( NÃO É QUALIFICADA POR CONTRATO DE GESTÃO E SIM POR TERMO DE PARCERIA.
O ato que a qualifica é vinculado. Preenchidos os requisitos, o particular tem o direito subjetivo a qualificar-se como OSCIP (perante o Ministério da Justiça). O Estado pode participar de sua gestão (mas não é obrigatória sua participação). O documento que formaliza a relação é o termo de parceria.
Quadro comparativo
	 OSCIP X OS
	o objetivo é muito amplo, abrangendo até benemerência social;
não há traspasse de servidores públicos;
a atribuição do qualificativo de oscip é ato vinculado;
vínculo com o Estado por meio do termo de parceria;atua ao lado do Estado, realmente cooperando com este;
exerce atividade de natureza privada.
	o objetivo é restrito às hipóteses previstas taxativamente na lei;
o quadro diretivo é composto por agentes públicos;
a atribuição do qualificativo de os é ato discricionário;
vínculo com Estado por meio do contrato de gestão;
tende a absorver a atividade pública. 
presta serviço público de natureza social.
( JURISPRUDÊNCIA LICITAÇÕES E CONTRATOS (EXTRAÍDO DO MATERIAL DO TRF1):
STF
Licitação: lei orgânica e restrição – 1 e 2 
A 2ª Turma deu provimento a recurso extraordinário para declarar a constitucionalidade do art. 36 da Lei Orgânica do Município de Brumadinho/MG, que proibiria agentes políticos e seus parentes de contratar com o município (“ O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores, os ocupantes de cargo em comissão ou função de confiança, as pessoas ligadas a qualquer deles por matrimônio ou parentesco, afim ou consangüíneo, até o 2º grau, ou por adoção e os servidores e empregados públicos municipais, não poderão contratar com o Município, subsistindo a proibição até seis meses após findas as respectivas funções”). Asseverou-se que a Constituição outorgaria à União a competência para editar normas gerais sobre licitação (CF, art. 22, XXVII) e permitiria que estados-membros e municípios legislassem para complementar as normas gerais e adaptá-las às suas realidades. Afirmou-se que essa discricionariedade existiria para preservar interesse público fundamental, de modo a possibilitar efetiva, real e isonômica competição. Assim, as leis locais deveriam observar o art. 37, XXI, da CF, para assegurar “a igualdade de condições de todos os concorrentes”. 
Registrou-se que o art. 9º da Lei 8.666/93 estabeleceria uma série de impedimentos à participação nas licitações, porém não vedaria expressamente a contratação com parentes dos administradores, razão por que haveria doutrinadores que sustentariam, com fulcro no princípio da legalidade, que não se poderia impedir a participação de parentes nos procedimentos licitatórios, se estivessem presentes os demais pressupostos legais, em particular, a existência de vários interessados em disputar o certame. Não obstante, entendeu-se que, ante a ausência de regra geral para o assunto — a significar que não haveria proibição ou permissão acerca do impedimento à participação em licitações em decorrência de parentesco —, abrir-se-ia campo para a liberdade de atuação dos demais entes federados, a fim de que legislassem de acordo com suas particularidades locais, até que sobreviesse norma geral sobre o tema. Por fim, consignou-se que a referida norma municipal, editada com base no art. 30, II, da CF, homenagearia os princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa, bem como preveniria eventuais lesões ao interesse público e ao patrimônio do município, sem restringir a competição entre os licitantes. 
RE 423560/MG, rel. Min.Joaquim Barbosa, 29.5.2012. (RE-423560)
PATROCÍNIO DE EVENTO ESPORTIVO
RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ALEGAÇÃO DE CONTRARIEDADE AOS ARTS. 5º, INC. II, 37, CAPUT, E INC. XXI, E 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. REALIZAÇÃO DE EVENTO ESPORTIVO POR ENTIDADE PRIVADA COM MÚLTIPLO PATROCÍNIO: DESCARACTERIZAÇÃO DO PATROCÍNIO COMO CONTRATAÇÃO ADMINISTRATIVA SUJEITA À LICITAÇÃO. A PARTICIPAÇÃO DE MUNICÍPIO COMO UM DOS PATROCINADORES DE EVENTO ESPORTIVO DE REPERCUSSÃO INTERNACIONAL NÃO CARACTERIZA A PRESENÇA DO ENTE PÚBLICO COMO CONTRATANTE DE AJUSTE ADMINISTRATIVO SUJEITO À PRÉVIA LITAÇÃO. AUSÊNCIA DE DEVER DO PATROCINADOR PÚBLICO DE FAZER LICITAÇÃO PARA CONDICIONAR O EVENTO ESPORTIVO: OBJETO NÃO ESTATAL; INOCORRÊNCIA DE PACTO ADMINISTRATIVO PARA PRESTAR SERVIÇOS OU ADQUIRIR BENS. ACÓRDÃO RECORRIDO CONTRÁRIO À CONSTITUIÇÃO. RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS INTERPOSTOS CONTRA ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO PROVIDOS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA ACÓRDÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA JULGADO PREJUDICADO POR PERDA DE OBJETO.
RE 574636 / SP ; 16/08/2011 Órgão Julgador: Primeira Turma. Rel. Min. Carmen Lúcia
PRORROGAÇÕES DE PERMISSÕES E AUTORIZAÇÕES
Recurso extraordinário – Ação direta de inconstitucionalidade de artigos de lei municipal – Normas que determinam prorrogação automática de permissões e autorizações em vigor, pelos períodos que especifica – Comandos que, por serem dotados de abstração e não de efeitos concretos, permitem o questionamento por meio de uma demanda como a presente – Prorrogações que efetivamente vulneram os princípios da legalidade e da moralidade, por dispensarem certames licitatórios previamente à outorga do direito de exploração de serviços públicos – Ação corretamente julgada procedente – Recurso não provido.
RE 422591 / RJ - RIO DE JANEIRO; 11-03-2011. Rel. Min. Dias Toffoli.
SÚMULA 331 DO TST� 
O STF declarou a constitucionalidade do artigo 71, §1º, da Lei 8.666/93 (ADC 16/DF: 24/11/10�, questionando Súmula 331, item IV), prevendo que inadimplência de empresas contratadas pelo Poder Público em relação a encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere para a Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem pode onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. 
A Súmula 331, item IV do TST responsabilizava subsidiariamente a Administração Pública direta e indireta pelos débitos trabalhistas, quando contrata serviço de terceiro.
Na ocasião do julgamento da ADC o Min. Cezar Peluso ressaltou que o resultado do julgamento “não impedirá o TST de reconhecer a responsabilidade com base nos fatos de cada causa”. Houve consenso entre os ministros no sentido de que o TST não poderá generalizar os casos e terá que investigar com mais rigor se a inadimplência tem como causa principal a falha ou a falta de fiscalização pelo órgão público contratante.
Assim, o Tribunal Pleno do TST alterou o texto da súmula, modificando o item IV e acrescentando os itens V e VI. Veja texto integral da Súmula (redação de 31/05/11):
I- A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988).
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. 
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. 
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.”
Informativo 722 do STF: “Ementa: Agravo Regimental na Reclamação. Responsabilidade Subsidiária. Artigo 71, § 1º, da Lei 8.666/93. Constitucionalidade. ADC nº 16. Administração Pública. Dever de fiscalização. responsabilização do ente público nos casos de culpa “in eligendo” e de culpa “in vigilando”.

Continue navegando