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CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA MECANICA DIEGO CARRAFA DOS SANTOS FELIPE BARBOSA RIBEIRO HIAGO LIMA OLIVEIRA PROJETO REDUTOR SÃO MATEUS 2014 DIEGO CARRAFA DOS SANTOS FELIPE BARSOSA RIBEIRO HIAGO LIMA OLIVEIRA PROJETO REDUTOR Trabalho apresentado à disciplina de Elementos de Máquinas II como requisito parcial para obtenção de aprovação do Curso de Engenharia Mecânica, no Instituto Federal do Espírito Santo. Prof. João Paulo Barbosa SÃO MATEUS 2014 SUMÁRIO 1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................... 4 2. GERAÇÃO E SELEÇÃO DE IDEIAS ................................................ 5 3. PROJETO CONCEITUAL E PRELIMINAR ....................................... 5 4. PROJETO DETALHADO ................................................................ 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 20 ANEXOS ............................................................................................... 21 1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA O moedor de carne foi criado originalmente pelo inventor alemão Karl Drais no século XIX. Desde então, além do uso doméstico, os moedores podem ser encontrados em diversas indústrias e ambientes comerciais, com diferentes funções, embora seu mecanismo de operação seja basicamente o mesmo. Há diversos tipos de moedores de carne, desde moedores pequenos de uso manual (através de uma manivela) a moedores elétricos para uso em açougues, padarias, restaurantes ou demais indústrias de alimentos. Os moedores podem também possuir múltiplas funções (moedores que também são raladores, por exemplo), e são chamados de equipamentos conjugados ou moedores multiuso. Esses equipamentos podem geralmente moer a carne em três diâmetros: fino, médio e grosso. Podendo vir também com modeladores, cones ou peças especiais para o preparo de linguiças, salames, bolinhos, etc. A figura 1 é um exemplo de moedor de carne manual. A maior parte dos moedores de carne também acompanha um pilão para empurrar o volume de carne a ser moído. Hoje é fundamental que mercados, açougues e mesmo restaurantes tenham o hábito de investir em um bom moedor de carne. Além de aumentar a segurança de seus operadores, ter uma máquina com uma ou mais funções pode representar uma economia de tempo e dinheiro. Esses aparelhos podem Figura 1: Moedor de carne manual moer muitos quilos de carne por hora, acelerando assim a produção. O presente trabalho tem como objetivo dimensionar um redutor para automatização de um moedor de carne manual, visando aumentar sua capacidade de produção. 2. GERAÇÃO E SELEÇÃO DE IDEIAS Para construção do equipamento foram realizadas pesquisas e reuniões, para determinarmos como seria feito a escolha do equipamento e o que seria necessário para que o mesmo tivesse sucesso. Um redutor para automatização de moedores de carne foi proposto e aceito por todos, seguimos então para o dimensionamento do redutor. 3. PROJETO CONCEITUAL E PRELIMINAR Para automatizar um moedor de carne, o grupo analisou o equipamento e chegou à conclusão de que a rotação ideal de saída deveria ser razoavelmente baixa, definimos que a rotação seria de aproximadamente 100rpm. Escolhemos o motor a partir de sua potência que não necessitaria ser alta e que nos atendesse de forma eficaz, o motor escolhido foi o “Motor Elétrico Trifásico Weg com Freio (Motofreio)”, optamos por um motor com freio pelo fato de existir necessidade de parada durante o processo e para que a mesma não fosse de forma brusca o uso do freio seria essencial, a figura 2 mostra os detalhes do motor encontrados no catalogo do fabricante. Para dimensionar um redutor seria necessário engrenagens, rolamentos e eixos. Como foi definido antes que a rotação necessária seria de aproximadamente 100 rpm, foi feita uma redução com dois pares de engrenagens, que nos levaria a rotação de 107,5 rpm, rotação considerada aceitável para o projeto em questão. As engrenagens escolhidas foram as de dentes retos, por ser um tipo de engrenagem comum usado para criação de reduções na transmissão e devido ao seu baixo custo comparado as outras opções. O material utilizado foi o SAE 4330 por possuir todas suas características na literatura utilizada para estudo. Para fazer o dimensionamento de engrenagens é preciso determinar a relação de transmissão e assim o número de dentes da coroa (engrenagem movida) a partir do número de dentes do pinhão (engrenagem motora). É encontrada então o torque no pinhão e a pressão admissível, essa última a partir do fator de durabilidade. A figura 3 mostra algumas das equações utilizadas. O fator de serviço é determinado a partir do tempo de serviço e do tipo de aplicação. O volume mínimo é determinado a partir da equação mostrada na figura 3. A relação entre a largura e o diâmetro primitivo deve ser determinada. Figura 3: Equações utilizadas no dimensionamento das engrenagens Figura 2: Motor selecionado para o redutor Para engrenagens biapoiadas essa relação deve ser menor ou igual a 1,2, como pode ser visto na figura 4. O módulo de engrenamento é determinado e normalizado. A figura 4 mostra a equação do diâmetro primitivo, utilizada para determinar o módulo. A resistência no pé do dente é determinada e depois a tensão máxima, que precisa do fator de forma, determinado a partir do número de dentes. A figura 5 mostra as equações para a resistência no pé do dente e tensão máxima. A figura 6 mostra a tabela do fator de forma. Figura 4: Equações utilizadas no dimensionamento das engrenagens Figura 6: Tabela onde é determinada o fator de forma. Figura 5: Equações utilizadas no dimensionamento das engrenagens Após determinarmos a tensão máxima, deve-se compará-la a tensão máxima do material. Caso a tensão calculada seja maior, o material precisa ser redimensionado ou o material trocado. Para o redutor proposto, é necessário utilizar dois acoplamentos. Um na saída do motor e outro na saída do redutor. O acoplamento escolhido foi o Uniflex, que não requer manutenção e nem lubrificação, absorve vibrações e choques, trabalha silenciosamente sem dar origem a forças axiais além de possuir baixo peso. Seu dimensionamento é feito apenas pela divisão da potência do motor pela sua rotação, o resultado dessa operação deve ser multiplicado pelo fator R, que determina a aplicação do acoplamento. A figura 7 mostra a tabela de fator R. Com o resultado, verificamos nos catálogos o melhor acoplamento a ser escolhido a partir dos cálculos. Após o dimensionamento dos acoplamentos, pode-se dimensionar os eixos. Inicialmente deve-se selecionar o material a ser utilizado, possuindo assim as tensões admissíveis para os cálculos. A partir do torque e da carga tangencial utilizados no cálculo de engrenagens, a carga radial deve ser determinada, em seguida, a força resultante para eixoscom um par de engrenagens. Quando há mais de um par, é feita uma análise de forças e assim, as resultantes da carga tangencial e radial são obtidas. A partir da análise de forças chega-se ao momento fletor. A resultante dos momentos será o momento fletor resultante. Segue então para determinar o momento ideal, que utiliza o torque, o momento fletor resultante e o coeficiente de Bach, que é a relação entre as tensões admissíveis. A partir dos resultados, segue-se para o cálculo do diâmetro mínimo do eixo. O fator de forma ‘b’ deve ser determinado. Para eixos maciços seu valor é um, para os vazados é determinado a partir dos diâmetros interno e externo. Temos na figura 8 as fórmulas usadas para dimensionamento dos eixos. O dimensionamento final a ser feito é o dos rolamentos. Os rolamentos do redutor ficaram posicionados em uma caixa, feita exclusivamente para abrigar o redutor proposto. Selecionamos para o redutor o rolamento fixo de uma carreira de esferas blindado, pois suporta carga radial, é recomendado também para altas rotações e tem o custo reduzido, optamos pela blindagem para que o mesmo possua proteção contra contaminantes, corpos estranhos e o escoamento da graxa. Para o dimensionamento do rolamento inicialmente deve-se achar o catálogo que possua o diâmetro interno do rolamento igual ao diâmetro do eixo ao qual será unido. Quando o rolamento trabalha em rotações acima de 10rpm é dimensionado a partir da capacidade de carga dinâmica, que é calculada com a carga radial, o fator de esforços dinâmicos e o fator de rotação. O fator de esforços dinâmicos é tabelado e depende de qual aplicação o rolamento está sujeito. O fator de rotação é tabelado e depende da rotação do eixo, tendo o resultado da operação o comparamos com o catálogo do rolamento, e o mais adequado para o diâmetro requerido é selecionado. Caso não seja encontrado no catálogo o rolamento ideal, outro catálogo deve ser procurado. A figura 9 mostra a equação utilizada para determinar a capacidade de carga dinâmica. Figura 8: Equações utilizadas no dimensionamento dos eixos A vida útil do rolamento pode ser encontrada. Para isso, o fator a1, a23 e o Lh devem ser determinados. O fator a1 depende da probabilidade de falha do rolamento, que é informada pelo fabricante. A figura 10 mostra uma tabela de probabilidade de falha. O fator a23 é determinado a partir do diâmetro médio do rolamento, da viscosidade de serviço e da viscosidade relativa. A viscosidade relativa é determinada a partir do diâmetro médio e da rotação. A figura 11 mostra o diagrama 1, onde a viscosidade relativa será determinada. Figura 9: Capacidade de carga dinâmica para rolamentos Figura 10: Tabela de probabilidade de falhas A viscosidade de serviço é obtida a partir do diagrama 2, mostrado na figura 12. Depende da temperatura de serviço e da viscosidade do óleo em uma determinada temperatura. Figura 11: Diagrama 1 de viscosidade relativa A relação entre as viscosidades é colocada no diagrama 3, e, dependendo da faixa de trabalho onde atua o rolamento determina-se o fator a23. A figura 13 mostra o diagrama 3. Figura 12: Diagrama 2 da viscosidade de serviço com TÓleo = 40°C O fator Lh é determinado a partir do fator de esforços dinâmicos que foi corrigido ao selecionar o rolamento. Seus valores são tabelados e a figura 14 mostra um quadro de valores. Caso o valor não seja encontrado na tabela, deve ser encontrado por meio de interpolação. Figura 13: Diagrama 3 para determinar fator a23 Figura 14: Fatores de Lh para rolamentos de esferas A vida útil do rolamento é determinada a partir do produto do fator a1 pelo fator a23 e o Lh. O resultado é obtido em horas. 4. PROJETO DETALHADO Os cálculos para o dimensionamento do projeto estão nos anexos, assim como os dados do catálogo de motores e de rolamentos que foram selecionados. O material das engrenagens é o aço SAE 4340 por possuir todas as informações necessárias na literatura usada para estudo. A figura 15 mostra a tabela de dureza para alguns aços, o detalhe mostra o aço escolhido. A figura 16 mostra alguns módulos pela norma DIN 780. A figura 17 mostra as tensões admissíveis para alguns materiais. O detalhe é para o aço escolhido. Os dois pares de engrenagens foram dimensionados e alguns valores de sua construção são mostrados na tabela 1. Figura 15: Dureza Brinell para determinados aços As engrenagens foram desenhadas em um software de desenho. A figura 18 mostra o primeiro par de engrenagens. A figura 19 o segundo par de engrenagens. Figura 16: Módulos normalizados DIN 780 Figura 17: Tabela de Tensão Admissível Figura 19: Primeiro Par de Engrenagens Figura 20: Segundo Par de Engrenagens Tabela 1: Dados importantes das Engrenagens Par Engrenagem Dados PRIMEIRO PINHÃO Diâmetro Primitivo: 45mm N° de Dentes: 15 COROA Diâmetro Primitivo: 180mm N° de Dentes: 60 SEGUNDO PINHÃO Diâmetro Primitivo: 45mm N° de Dentes: 15 COROA Diâmetro Primitivo: 180mm N° de Dentes: 60 Os acoplamentos foram selecionados a partir da literatura. Foram escolhidos a partir dos cálculos o acoplamento E-10 Uniflex para a relação motor/redutor e o acoplamento E-25 para a relação redutor/moedor. A figura 21 mostra uma tabela com as opções de acoplamentos. Os eixos do redutor foram dimensionados e o raio do primeiro foi baseado no diâmetro interno da engrenagem motora, sendo então 15mm. Os demais eixos foram ajustados de acordo com diâmetro interno das demais engrenagens. Os Figura 21: Tabela de Acoplamentos eixos de dentro da caixa do redutor possuem tamanho médio de 60mm, já os de entrada e saída possuem um comprimento maior. Os rolamentos utilizados no redutor foram todos selecionados do catálogo Nachi. Os rolamentos da caixa ficarão fixos na própria carcaça. Todas as engrenagens são biapoiadas, o que significa dizer que existem 6 rolamentos no redutor. No eixo 1 foi utilizado um par de rolamentos com a identificação 6201ZE, para o eixo 2 foi utilizado um par de rolamentos com a identificação 6804ZE e para o eixo 3 foi utilizado um par de rolamentos com a identificação 62/28ZE. Outros dois rolamentos estão alojados na parte externa da carcaça, fazendo o apoio do tambor do moedor de carne. Esses dois rolamentos externos possuem a mesma especificação dos rolamentos usados no eixo 3, e rotação de 107,5 rpm. As figuras 23 mostra detalhes do catálogo dos rolamentos. Os detalhes mostram os rolamentos selecionados e suas características. Figu ra 2 3 : Extrato d o C atalo go N ach i d e R o lam e n to s 5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://www.webartigos.com/artigos/aquisicao-de-moedor-de-carne/57115/#ixzz37RZzvkAD MELCONIAN, S. Elementos de máquinas. Ed. Érica. 9ed. São Paulo, 2008. IFES- Instituto Federal do Espírito Santo. Princípios da metodologia e normas para apresentação de trabalhos acadêmicos e científicos. 4ed. rev. e ampl.- Vitória: Ifes, 2009. Catálogo WEG de motores. Disponível em: < http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-w22-motor-trifasico-tecnico- mercado-brasil-50023622-catalogo-portugues-br.pdf> Acesso em 15 de JULHO de 2014 Catálogo Ameridrive acoplamentos. Disponível em: <http://www.ameridrive.com.br/imgs/produtos/2009293401350d_t.Pdf > Acesso em: 15 de JULHO de 2014. Catálogo Nachi de rolamentos. Disponível em: < http://www.nachi.com.br/imagens/rolamentos/02- Rolamento_Fixo_de_Esferas.pdf> Acesso em 15/07/2014 6. ANEXOS
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