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6/8/2008 1 Instabilidade Postural e Instabilidade Postural e Quedas.Quedas. Por que os Idosos Caem?Por que os Idosos Caem? Marco Polo Dias Freitas Agosto de 2008 Centro de Medicina do IdosoCentro de Medicina do Idoso Hospital Universitário de BrasíliaHospital Universitário de Brasília Universidade de BrasíliaUniversidade de Brasília Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Conceitos � Instabilidade postural �Tendência a queda � Quedas �Mudança súbita, não intencional, do corpo em direção ao solo 6/8/2008 2 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas IATROGENIA FUNCIONALIDADE INDEPENDÊNCIAAUTONOMIA DECISÃO Capacidade individual de decisão e comando sobre as ações, estabelecendo e seguindo as próprias regras EXECUÇÃO Refere-se à capacidade de realizar algo com os próprios meios COGNIÇÃO INCAPACIDADE COGNITIVA HUMOR MOBILIDADE COMUNICAÇÃO INCAPACIDADE COMUNICATIVA (Isolamento Social) INSTABILIDADE POSTURAL IMOBILIDADE INCONTINÊNCIA Grandes Síndromes Geriátricas FONTE: Moraes EN & Megale RZ. Avaliação Clínico-Funcional do Idoso. In: Princípios Básicos de Geriatria e Gerontologia 2008 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Quedas � Evento sentinela � Marcador de início de declínio funcional � Sintoma de uma enfermidade nova � Aumenta com a idade FONTE: Pereira SRM et al. Projeto Diretrizes AMB 2001 6/8/2008 3 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas 1,4%8.084VI. Doenças do sistema nervoso9 0,5%2.846V. Transtornos mentais e comportamentais10 1,4%8.084VI. Doenças do sistema nervoso9 2,1%12.520XIV. Doenças do aparelho geniturinário8 2,8%2,8%16.79016.790XX. Causas externasXX. Causas externas77 3,0%17.709I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias6 4,3%25.850XI. Doenças do aparelho digestivo5 6,5%39.015IV. Doenças endócrinas nutric. e metabólicas4 13,1%78.084X. Doenças do aparelho respiratório3 15,0%15,0%89.87889.878II. Neoplasias (tumores)II. Neoplasias (tumores)22 36,0%36,0%215.329215.329IX. Doenças do aparelho circulatórioIX. Doenças do aparelho circulatório11 %ÓbitosCapítulo CID-10*Ordem *Excluídas as causas indeterminadas Cap XVIII CID-10 (86.098) Principais Causas de Óbitos entre Pessoas Idosas. Brasil, 2004 FONTE: Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Distribuição dos Óbitos por Causas Externas Determinadas. Brasil, 2004 População Total População Idosa 39% 28% 9% 8% 6% 5% 5% Homicídios ATT Intenção Indeterminada Demais Causas Suicídios Quedas Afogamentos 28% 20% 17% 16% 10% 7% 2% N = 127.470 N = 16.790 ATT ATT Quedas FONTE: Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM 6/8/2008 4 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Distribuição das Internações Hospitalares- SUS por Causas Externas. Brasil, 2004 55% 28% 10% 3% 3%1% 42% 31% 16% 6% 4% 1% Quedas Demais causas ATT Agressões Intenção indeterminada Lesões autoprovocadas População Total População Idosa ATT ATT Quedas Quedas N = 755.826 N = 108.169 FONTE: Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Coeficiente de Mortalidade de Idosos por Quedas (/100.000 hab.), estratificado por sexo. Brasil, 2004 13,4 27,3 89,7 3,8 17,4 88,4 8,3 21,8 88,9 60 a 69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais Masc Fem Todos FONTE: Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM 6/8/2008 5 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Epidemiologia das quedas em idosos � Incidência anual de quedas � Indivíduos de 65 a 74 anos: 32% � Indivíduos de 75 a 84 anos: 35% � Idosos com 85+ anos: 51% � Idosos brasileiros (60+anos): 30% � Idosos institucionalizados 50% � Mais freqüente entre mulheres até 75 anos de idade FONTE: Pereira SRM et al. Projeto Diretrizes AMB 2001; Pereira & Mendonça. Tratado de Geriatria e Gerontologia 2ª ed. 2006 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas 6/8/2008 6 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Do que depende a estabilidade do corpo? Estímulos periféricos Coordenação central Resposta neuro-muscular EQUILÍBRIOEQUILÍBRIO Idade Doenças Meio-ambiente inadequado FONTE: Pereira SRM et al. Projeto Diretrizes AMB 2001 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Efeitos do envelhecimento no equilíbrio � Envelhecimento do sistema nervoso central � Envelhecimento dos sistemas sensoriais � Visão � Função vestibular � Propriocepção � Envelhecimento do sistema músculo-esquelético 6/8/2008 7 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Fatores de risco intrínsecos 1. Alterações fisiológicas (envelhecimento) � Diminuição Sensorial � Visão, Audição, Sensibilidade dos baro-receptores � Distúrbios � Vestibulares, Proprioceptivos, Músculo-esqueléticos � Aumento do tempo de reação � Deformidades dos pés � Descondicionamento físico FONTE: Pereira SRM et al. Projeto Diretrizes AMB 2001 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Fatores de risco intrínsecos 2. Enfermidades específicas � Cardiovasculares � Neurológicas � Endócrino-metabólicas � Pulmonares � Miscelânea � Distúrbios psiquiátricos (ex. depressão), anemia, hipotermia e infecções graves 6/8/2008 8 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Fatores de risco intrínsecos 3. Medicamentos � Ansiolíticos, hipnóticos e antipsicóticos � Antidepressivos � Anti-hipertensivos � Anticolinérgicos � Diuréticos � Anti-arritmicos � Hipoglicemiantes � Antiinflamatórios não-hormonais � Polifarmácia (5+ drogas associadas) Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas 6/8/2008 9 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Alterações de marcha e equilíbrio � 15% dos indivíduos com mais de 60 anos apresentam alguma anormalidade de marcha � 5% das mulheres com 65 a 69 anos necessitam de auxílio para andar comparado com 40% daquelas maiores que 85 anos. � Entre idosos institucionalizados, 60% apresentam limitação na mobilidade Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Fatores de Risco extrínsecos � > 70% quedas ocorrem em casa � Maior risco para quem vive só � Fatores ambientais (~50%) � Iluminação inadequada � Superfícies escorregadias � Tapetes soltos ou com dobras � Degraus altos ou estreitos � Obstáculos no caminho � Ausência de corrimãos 6/8/2008 10 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Por que os idosos caem! Fatores extrínsecos Alteração da postura e da marcha Fatores intrínsecos Risco de Queda FONTE: Moraes EN & Megale RZ. Avaliação da Mobilidade. In: Princípios Básicos de Geriatria e Gerontologia 2008 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Rubenstein e Josephson reuniram dados de 12 estudos sobre quedas em idosos (3.548 quedas) Causa provável da queda Média % Variação Acidente/ relacionada ao ambiente 31 (1-53) Alteração de marcha/ equilíbrio ou fraqueza 17 (4-39) Tonteira/ vertigem 13 (0-30) Drop attacks 9 (0-52) Confusão 5 (0-14) Hipotensão postural 3 (0-24) Alteração visual 2 (0-5) Síncope 0,3 (0-3) Outras causas 15 (2-39) Desconhecidas 5 (0-21) FONTE: Rubenstein LZ, Joseph KR.. Med Clin North Am 2006 6/8/2008 11 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Importância relativa de cada um dos fatores de risco nos 12 estudos analisados Fator de risco Significante / Total Fraqueza 11 em 11 Transtorno de equilíbrio 9 em 9 Limitação de mobilidade 9 em 9 Transtorno de marcha 8 em 9 Déficit visual 5 em 9 Transtorno cognitivo 4 em 8 Comprometimento de AVD 5 em 9 Hipotensão postural 2 em 7 FONTE: Rubenstein LZ, Joseph KR.. Med Clin NorthAm 2006 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Anamnese específica � Onde caiu? � O que fazia no momento da queda? � Alguém presenciou a queda? � Faz uso de BDZ, outros, polifarmácia? � Houve introdução de alguma droga nova ou alteração de dosagem? � Faz uso de bebida alcoólica? � Houve convulsão ou perda de consciência? 6/8/2008 12 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Anamnese específica � Houve outras quedas nos últimos 3 meses? Em caso positivo, permaneceu caído por mais de 5 min? � Houve mudança recente no estado mental? � Fez avaliação oftalmológica no ano anterior? � Há fatores de risco ambientais? � Há problemas sociais complexos ou evidências de maus-tratos? � Há problemas nos pés ou calçados inadequados? Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Triagem: � Número de quedas no último ano (Caderneta de Saúde)(Caderneta de Saúde) � Timed Up and Go Test (TUG): 3 metros 0 ou 1 queda no último ano 2 ou mais quedas no último ano TUG < 20” TUG > 20” TUG < 20”TUG > 20” Avaliação qualitativa da marcha NORMAL Avaliar risco ambiental Alto riscoBaixo risco Avaliar problemas clínicos Padrão típico Padrão indefinido Abordagem orientada pela doença POMAPOMA Cad. Atenção Cad. Atenção Básica Básica -- IdosoIdoso Abordagem dos distúrbios de marcha e equilíbrio em idososAbordagem dos distúrbios de marcha e equilíbrio em idosos 6/8/2008 13 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Avaliação qualitativa da marcha Padrão de marcha típico - Marcha hemiplégica - Paraparesia espástica - Marcha atáxica - Parkinsonismo Abordagem orientada pela doença Diagnóstico precede terapia Padrão de marcha indefinido - COMORBIDADES - Apraxias de marcha - Disfunção sensorial múltipla - Desadaptação psico-motora Abordagem orientada pela performance Terapia independe do diagnóstico Abordagem dos distúrbios de marcha e equilíbrio em pessoas idosas Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Avaliação do Equilíbrio e da Marcha de Tinetti (1986) 6/8/2008 14 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Pontuação < 19, Pontuação < 19, indica risco 5 indica risco 5 vezes maior de vezes maior de quedasquedas Avaliação do Equilíbrio e da Marcha de Tinetti (1986) Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Repercussões � Sentimento de decadência e fracasso � Sensação de vulnerabilidade, ameaça, humilhação e culpa � Aumento do risco de institucionalização � Agravamento de alterações mentais � Resposta depressiva 6/8/2008 15 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Medo de Queda Medo de queda Ansiedade Manifestação motora: postura rígida / perda da cadência / passos curtos / aumento da fase de apoio / virada em bloco Manifestação psicofisiologica: hiperatividade simpática associada a hiperventilação Manifestação cognitiva: restrição da mobilidade / descondicionamento físico / perda das reservas posturaisSíndrome de desadaptação psico-motora Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Conseqüência das quedas em idosos � 40 a 60% das quedas levam a algum tipo de lesão: � Escoriações e contusões menores: 30 a 50% � Contusões maiores: 5 a 6% � Fraturas em geral: 5% �� Fratura de colo do fêmur: Fratura de colo do fêmur: 1%1% � Tx. Mortalidade por FFP em 3 meses: � ~20% mulheres e � ~40% homens; � 50% dos sobreviventes ficam dependentes para AVD 6/8/2008 16 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Conseqüência das quedas em idosos � Idosos (75-84 a.) dependentes p/ AVD têm probabilidade de cair 14X maior que idosos independentes do mesmo grupo etário � 1/3 dos Idosos desenvolvem medo de cair após uma queda acidental � >2/3 daqueles que têm uma queda, cairão novamente nos seis meses subseqüentes � Dos que caem, 2,5% demandam hospitalização, e apenas a metade desses sobreviverá após 1 ano FONTE: Pereira SRM et al. Projeto Diretrizes AMB 2001; Pereira & Mendonça. Tratado de Geriatria e Gerontologia 2ª ed. 2006 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas 6/8/2008 17 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Prevenção � Orientar sobre os riscos de queda � Avaliação multidimensional � Cognição � Humor � Mobilidade � Comunicação � Racionalização da prescrição � Redução de ingestão de bebidas alcoólicas � Avaliação periódica: oftalmológica, auditiva, odontológica � Avaliação rotineira dos pés Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Prevenção � Correção de distúrbios de nutrição � Fisioterapia e exercícios físicos � Terapia ocupacional promovendo condições seguras no domicílio � Correção de fatores de risco ambientais � Denunciar suspeitas de maus-tratos � Medidas gerais de promoção da saúde 6/8/2008 18 Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Marco Polo Dias FreitasMarco Polo Dias Freitas Recomendações baseadas em evidências Recomendações Nível de evidência NNT¹ RRR (IC95%)² Abordagem e modificação de risco domiciliar A 5 0,66 (0,54 a 0,81) Exercícios e fisioterapia A 9 0,86 (0,75 a 0,99) Abordagem multifatorial de riscos A 11 0,82 (0,72 a 0,94) Redução ou retirada de medicamentos B 7 0,61 (0,32 a 1,15) FONTE: Rao SS. Am Fam Physician 2005 ¹ NNT = número de pessoas que devem ser tratadas para evitar uma queda ao ano ² RRR (IC95%) = redução do risco relativo em um ano e intervalo de confiança à 95%
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