Buscar

Apostila básica de desenho arquitetônico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA DE DESENHO ARQUITETÔNICO I
APOSTILA DE PRINCÍPOS BÁSICOS DO DESENHO ARQUITETÔNICO
União da Vitória/PR
2015
APRESENTAÇÃO
Esta apostila nada mais é que um apanhado geral sobre o Desenho Técnico.
Está baseada em publicações de vários autores referenciados ao longo das páginas e no final deste trabalho; em normas técnicas empregadas para esta atividade e por fim em algumas observações pessoais apresentadas.
O seu principal objetivo é reunir algumas das principais informações e parâmetros utilizados na execução do desenho técnico. Disciplina fundamental, a todos os cursos de engenharia e arquitetura em especial aos alunos das Faculdades Integradas Vale do Iguaçu, que tem necessidade de dominar este conteúdo, não somente para as atividades em sala de aula, mas sim durante seu dia a dia profissional.
Hoje, sabe-se que o mercado de trabalho é competitivo e vários desafios serão propostos aos que resolverem seguir o caminho da sua graduação. Sabemos também que somente pessoas bem qualificadas e dispostas terão melhores condições de trazer bons resultados e soluções na realização de seus serviços. Por isso se reforça que a busca de conhecimento é constante e interminável, indiferente à idade. Pois vivemos em um universo de evolução constante, onde processos e metodologias estão sempre se atualizando e em muitos casos se renovando completamente. Entretanto alguns princípios dos cursos, como os conceitos básicos de desenho ainda permanecem intactos.
Para finalizar, espera-se que esta apostila desperte o gosto pelas áreas de desenho e projeto e que esta disciplina seja de grande valia aos alunos dos cursos de engenharia.
Sucesso a todos.
Material elaborado por:
Prof. MARCOS CIESLAK
Tecnólogo em Indústria da Madeira
Especialista em Engenharia de Produção
Técnico em Informática
CREA/PR 93.004/D
Adaptado por:
Profª. SARAH J. IWANKO
Arquiteta e Urbanista
Pós graduanda em iluminação pela Ipog
CAU/PR A95849-2
INTRODUÇÃO
Segundo Ferreira (2008), o Desenho Técnico surgiu no século XIX, com a explosão mundial do desenvolvimento industrial, da necessidade de representar com precisão, máquinas, peças, ferramentas e outros instrumentos de trabalho, bem como edificações de projetos de engenharia e arquitetura. Sua principal finalidade é a representação precisa, no plano, de modo a possibilitar a reconstituição espacial das mesmas. Assim, constitui-se no único meio conciso exato e inequívoco para comunicar a forma dos objetos.
Considerado como a linguagem gráfica universal da engenharia e arquitetura, da mesma forma que a linguagem verbal escrita exige alfabetização, é necessária que haja treinamento específico para a execução e a interpretação da linguagem gráfica destes desenhos, uma vez que são utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais.
No seu contexto mais geral, engloba um conjunto de metodologias e procedimentos necessários ao desenvolvimento e comunicação de projetos, conceitos e idéias. Para isso, faz-se necessária a utilização de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas normalizadas internacionalmente.
Para (Arruda, 2004). Mesmo preso por procedimentos e regras, um desenho técnico necessita que o projetista use sua criatividade para mostrar, com facilidade, todos os aspectos da sua idéia, sem deixar dúvidas.
Do outro lado, uma pessoa que esteja lendo um desenho deve compreender seus símbolos básicos, que são usados para simplificar a linguagem gráfica, permitindo que haja o maior número de detalhes possível.
Diante dos exemplos apresentados, podemos observar que o desenho projetivo pode ser utilizado em diversas áreas de concentração da engenharia e arquitetura: desenho de máquinas, desenho mecânico, desenho arquitetônico, estrutural, elétrico e paisagístico e muito outros. Apesar de sua grande abrangência, a aplicação do desenho técnico, segue em todas as áreas os mesmo padrões de referência estabelecidos pelas normas técnicas brasileiras.
NORMAS TÉCNICAS
Segundo Rossi (2013), a padronização ou normalização do desenho técnico tem como objetivo uniformizar o desenho por meio de um conjunto de regras ou recomendações que regulamentam a execução e a leitura de um desenho técnico, permitindo reproduzir várias vezes um determinado procedimento em diferentes áreas, com poucas possibilidades de erros.
Assim, têm-se como benefícios da normalização:
• Melhoria na comunicação entre fabricante e cliente;
• Redução no tempo de projeto, no custo da produção e do produto final;
• Qualidade do produto;
• Utilização adequada dos recursos, equipamentos, materiais e operações;
• Uniformização da produção;
• Facilita o treinamento da mão de obra e melhorando seu nível técnico;
• Possibilidade de registro do conhecimento tecnológico;
• Melhorar o processo de contratação e venda de tecnologia;
• Redução do consumo de materiais e do desperdício;
• Padronização de equipamentos e componentes;
• Redução da variedade de produtos;
• Fornecimento de procedimentos para cálculos e projetos;
• Aumento de produtividade;
• Melhoria da qualidade;
• Controle de processos.
Há várias instituições, nacionais e internacionais, que definem e produzem normas sobre diversos assuntos. Como exemplo se tem a organização européia ISO (International Organization for Standardization), a americana ANSI (American National Standards Institute) e a brasileira ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
A ABNT é responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro e a representante oficial do Brasil das seguintes entidades internacionais: ISO, IEC (International Eletrotechnical Comission); e das entidades de normalização regional COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e a AMN (Associação Mercosul de Normalização).
O conjunto de normas brasileiras que regem o desenho técnico abrange questões referentes à representação do desenho, tais como: formatos de papel, representação de desenho, linhas e suas espessuras, escala, caligrafia técnica, cotas, legendas, dobramento de folhas, dentre outros.
São guias para a padronização de procedimentos. Dependendo do âmbito de seu projeto, você pode encontrar normas internacionais, nacionais e internas de empresas, que buscam padronizar os desenhos.
Antes de tudo, vale lembrar que “Normas não são leis” – o profissional pode se desprender de alguns aspectos da norma, desde que justifique e se responsabilize por isso. No caso do desenho técnico, não teremos normas que comprometam diretamente a segurança pessoal, porém procura-se sempre manter e segui - lá como padrão.
Segundo Ferreira (2008), a fim de transformar o desenho técnico em uma linguagem padronizada, foi necessária a universalização dos procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita por meio de normas técnicas, que nada mais são do que códigos técnicos que regulam relações entre produtores e consumidores, engenheiros, empreiteiros e clientes.
Para facilitar o intercâmbio de produtos e serviços entre as nações, os órgãos responsáveis pela normalização de cada país decidiram fundar, em 1947, a ISO (International Organization for Standardization), com sede em Londres. Assim, quando uma norma técnica é criada por algum país e é aprovada pelos demais, esta pode ser internacionalizada, passando a compor a ISO. 
Imagem 01 - Logomarcas dos respectivos órgãos públicos.
No Brasil há uma série de normas, as chamadas NBRs, que estão de acordo com a ISO e regem a linguagem do desenho técnico em seus mais diversos parâmetros. Seguem alguns exemplos:
NBR 6492 – Representação de projetos arquitetônicos;
NBR 8196 – Emprego da escala em desenho técnico;
NBR 8402 – Definição da caligrafia técnica em desenhos;
NBR 8403 – Aplicação de linhas para a execução de desenho técnico;
NBR 10067 – Princípiosgerais de representação em desenho técnico;
NBR 10068 – Layout e dimensões da folha de desenho;
NBR 10126 – Emprego de cotas em desenho técnico;
NBR 10582 – Conteúdo da folha para desenho técnico;
NBR 10647 – Norma geral de Desenho Técnico;
NBR 12298 – Representação de área de corte por meio de hachuras.
MATERIAIS E INSTRUMENTOS
Para o correto e melhor aproveitamento desta disciplina, serão necessárias as seguintes matérias relacionadas abaixo:
Jogo de Esquadros: 30º/60º e 45º da Dezetec
Lápis ou Lapiseiras: Grafite 0,3, 0,5 e 0,7 mm da Pentel. 
Compasso: Partindo do mais Simples e se necessário um mais Profissional sem marca específica
Escalímetro: de 30 centímetros da Trident
Papel: Canson ou Sulfite – Série A – tamanhos A4 ou A3.
Gabarito de círculos.
Normas Técnicas de Desenho – NBRs: em formato digital ou impresso
Apostila de Princípios Básicos do Desenho Técnico: preferência impresso
Lápis e Lapiseiras
Para (Arruda, 2004). Ambos possuem vários graus de dureza: um grafite mais duro permite pontas finas e traços muito claros, já o grafite mais macio cria traços mais escuros, mas as pontas serão moles.
Recomenda-se um grafite H para traçar rascunhos e traços finos (0,3), um grafite B para traços médios (0,5) e um grafite HB para traços fortes (0,7). Os lápis devem estar sempre apontados, de preferência com estilete. 
Imagem 02 - Exemplos de dureza do grafite, dependendo da escala.
Esquadros
Segundo mesmo autor. São usados em pares: um de 45º e outro de 30º/60º.
A combinação de ambos permite obter vários ângulos comuns nos desenhos, bem como traçar retas paralelas e perpendiculares.
Imagem 03 - Exemplos de retas paralelas com o esquadro.
Imagem 04 - Exemplos de retas perpendiculares com esquadro.
Compasso
O Compasso é usado para traçar circunferências e para transportar medidas. O compasso tradicional possui uma ponta seca e uma ponta com grafite, com alguns modelos com cabeças intercambiáveis para canetas. Em um compasso ideal, suas pontas se tocam quando se fecha caso contrário o instrumento está descalibrado. A ponta de grafite deve ser apontada em “bizel”, feita com o auxílio de uma lixa.
Os compassos também podem ter pernas fixas ou articuladas, que pode ser útil para grandes circunferências. Alguns modelos possuem extensores para traçar circunferências ainda maiores. Existem ainda compassos específicos, como o de pontas secas (usado somente para transportar medidas).
Imagem 05 - Exemplo de compasso.
Escalímetro
Conforme cita Arruda (2004), o escalímetro é o conjunto de réguas com várias escalas usadas em engenharia. Seu uso elimina cálculos para converter medidas, reduzindo o tempo de execução do projeto. O tipo de escalímetro mais usado é o triangular, com escalas típicas de arquitetura: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125. A escala 1:100 corresponde a 1 m = 1 cm, e pode ser usado como uma régua comum (1:1). O uso de escalas será explicado mais adiante.
Imagem 06 - Exemplo de escalímetro padrão.
Mesa e Régua Paralela
A régua paralela tem como função o traçado de linhas horizontais paralelas.
Fica presa à prancheta através de um sistema de fios e roldanas, que promovem seu deslizamento paralelo sobre a mesa de desenho.
Imagem 07 – Prancheta de desenhos com régua paralela.
Outros Materiais
Existem ainda vários outros materiais que auxiliam no desenvolvimento do desenho técnico, já bastante difundidos. Tais como: borrachas, geralmente brancas e macias; gabaritos plásticos, que servem para facilitar o desenho de objetos ou blocos dentro de uma planta, por exemplo; fita crepe para prender as folhas de papel; flanela para limpeza dos instrumentos, vassourinha para retirada da borracha que fica na folha, entre outros.
Folhas
Para Arruda (2004), o formato usado é o baseado na norma NBR 10068.
Podendo ser utilizadas tanto na posição vertical quanto na posição horizontal. O formato básico para papel, recomendado pela ISO e utilizado em grande parte dos países, é o formato A0, da série A, cujas dimensões (841 x 1188) resultam numa área de 1 (um) m².
Esta norma padroniza as características dimensionais das folhas em branco e
pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos. Além de apresentar o layout da folha do desenho técnico. A escolha do formato deve ser feita de forma a não prejudicar a representação e clareza do desenho, devendo-se escolher formatos menores sempre que possível. As margens são limitadas pelo contorno externo da folha e quadro. O quadro limita o espaço para o desenho. A margem esquerda serve para ser perfurada e utilizada no arquivamento, por isso tem dimensão maior que as margens restantes.
Imagem 08 – Tabela de valores para margens na folha de desenho.
Dobragem
Ainda segundo Arruda (2004), toda folha com formato acima do A4 possui uma forma recomendada de dobragem. Esta forma visa que o desenho seja armazenado em uma pasta, que possa ser consultada com facilidade sem necessidade de retirá-la da pasta, e que a legenda esteja visível com o desenho dobrado.
As ilustrações abaixo mostram a ordem das dobras. Primeiro dobra-se na horizontal (em “sanfona”), depois na vertical (para trás), terminando a dobra com a parte da legenda na frente. A dobra no canto superior esquerdo é para evitar furar a folha na dobra traseira, possibilitando desdobrar o desenho sem retirar do arquivo.
Imagem 09 – Exemplos de dobragem das folhas acima do padrão A4.
Tipos de Papel
A escolha deve ser feita levando em consideração o objetivo, o tipo de projeto e a reprodução de desenho. A norma recomenda utilizar papel transparente, como por exemplo, papel vegetal ou sulfurizé, ou papel opaco, como por exemplo, o papel sulfite ou canson.
CONSTRUÇÃO DO DESENHO
Tipos de traços
Segundo Rossi, a Norma Técnica - NBR 8403 determina os tipos e o escalonamento dos traçados utilizados em desenhos técnicos, tais como tipos de traço e espessuras. Na prática as espessuras mais usadas são as 0,7 mm; 0,5 mm e 0,3 mm e os traçados seguem padrões pré-estabelecidos como os indicados no quadro a seguir:
Imagem 10 – Quadro de denominação e aplicação das linhas.
Caligrafia Técnica
Fixa as condições exigíveis para a escrita usada em desenhos técnicos e documentos semelhantes. As principais exigências na escrita em desenhos técnicos são:
Legibilidade; 
Uniformidade;
Reprodução de desenhos sem perda da qualidade.
As dimensões dos caracteres (largura, espaçamento entre caracteres, linhas e palavras, espessura da linha) são definidas com base na altura da letra maiúscula.
 Imagem 11 – Exemplo de letra técnica em escrita manual
Imagem 12 – Exemplo de números técnico em escrita manual
Imagem 13 – Exemplo de letras técnica em escrita por Instrumento
Imagem 14 – Exemplo de número técnico em escrita por Instrumento
Legenda/ Carimbo
Além de informar detalhes do desenho, nome da organização, dos projetistas, data, logomarca, arquivo, etc, é na legenda que o projetista assina seu projeto. Em folhas grandes, quando se dobra o desenho, a legenda sempre deve estar inteiramente visível, para facilitar a procura em arquivos sem necessidade de desdobrá-lo. Sempre está situada no canto inferior direito da folha e deve ter 178 mm de comprimento nos formatos A2, A3, A4, e 175 mm nos formatos A0 e A1.
Imagem 15 – Indicação da localização da legenda na folha do desenho.
Imagem 16 – Exemplo de legenda para trabalhos universitários.
Imagem 17 – Exemplo de legenda utilizada em projetos técnicos.
Escalas
Nem sempre é possível executar um desenho com as dimensões reais do objeto. Dependendo do tamanho da peça e da folha de desenho teremos que aplicar uma redução ou ampliação proporcional dessa peça, sem, contudo modificar sua forma, para que todos os detalhes fiquem claramente definidos.
Assim, podemos definir dois tipos de escalas:
• Escala de redução: o desenho tem as dimensões menoresdo que as dimensões do objeto desenhado. No caso das edificações, as escalas utilizadas na sua representação são normalmente escalas de redução, devido a sua grandeza (as dimensões da peça real são reduzidas para que seja possível representá-la em uma folha de papel).
Imagem 18 – Conceito empregado em escala de redução.
Escala de ampliação: o desenho tem as dimensões maiores do que as dimensões do objeto desenhado. Neste caso as dimensões da peça real são ampliadas para representá-la no desenho. Imagine uma peça com dimensão de alguns milímetros, que para ser representada e visualizada mais facilmente foi ampliada dez vezes. Neste caso a representação correta é: 10:1 ou 10/1 ou 10 1, (cada dez unidades no desenho correspondem a uma unidade na peça real).
Imagem 19 – Conceito empregado em escala de ampliação.
Segundo Rossi, na NBR 8196, as escalas mais utilizadas em desenho de arquitetura geralmente são as escalas de redução (1:X, com X > 1), isto é, o objeto é representado em dimensão menor que a dimensão real. Em algumas situações, como na representação de detalhes, pode-se utilizar a escala real (1:1) ou escala de ampliação (X:1, com X < 1).
A escolha da escala deve considerar o tamanho do objeto a ser representado, as dimensões do papel e a clareza do desenho. A escala de um desenho é a relação entre as dimensões do mesmo e as dimensões da peça real que está sendo representada. Para isso podemos utilizar à seguinte formula ou base de cálculo:
Escala = Medida do desenho
 1 Medida real do objeto
VISTAS
Desenho Projetivo
De acordo com Arruda (2004), se imaginarmos a peça envolvida por um cubo, no qual cada face corresponderá a uma vista, estaríamos enxergando a peça se você estivesse olhando esta face de frente. Este cubo de vistas é então “planificado”, desdobrado. Desta forma é possível visualizar todos os lados da peça em uma folha de papel.
A projeção ortográfica, na prática, pode ser feita de duas formas:
• No primeiro diedro: imagine vendo a peça a partir de um dos lados do cubo.
O desenho da vista será feito no lado oposta em que você se “localiza”
Imagem 20 – Projeção da vista no primeiro diedro.
• No terceiro diedro: imagine vendo a peça a partir de um dos lados do cubo. O desenho da vista será feito no mesmo lado em que você se “localiza”.
 Imagem 21 – Projeção das vistas no terceiro diedro.
O conceito de vistas é aplicado para todos os seis lados possíveis do “cubo”. A diferença entre a representação no primeiro diedro e no terceiro diedro é simplesmente a inversão das posições das vistas no papel. A projeção completa de seis vistas (terceiro diedro) e rebatimento a figura abaixo mostra a diferença prática entre as duas representações:
Imagem 21 – Projeção completa das seis vistas (terceiro diedro) e rebatimento.
Imagem 22 – Representação de um carro no primeiro diedro
Imagem 23 – Representação de um carro no terceiro diedro
Pela norma, a representação é indicada pelos ícones abaixo, geralmente inclusos na legenda. Para memorizar os ícones, basta imaginar um observador (representado por um olho) posicionado do lado da peça:
Imagem 24 – Denominação de primeiro diedro – ponto de vista e ícone.
Imagem 25 – Denominação de terceiro diedro – ponto de vista e ícone.
Denominação das Vistas
De acordo com Arruda (2004), a princípio é escolhida uma face da peça como uma face “principal”, no qual será denominada como “vista frontal”. A denominação de “frontal” pode ser a frente real da peça, ou caso não haja esta referência, a vista frontal será a vista que apresentará a peça com mais detalhes. A vista frontal será a parte central do desenho, com todas as outras vistas em volta dela. Nos lados teremos as vistas: “lateral esquerda” e “lateral direita”, sempre de acordo com o diedro escolhido. Da mesma forma, na parte vertical teremos as vistas: “superior” e “inferior”. Na extrema direita (ou esquerda) do desenho, teremos finalmente nossa vista posterior (ou traseira), fechando as seis vistas ortogonais principais.
Vértices, Lados e Faces.
Ao desenhar as vistas de uma peça, veremos que cada vista mostrará somente duas dimensões do objeto (largura e comprimento). E que entre cada vista haverá uma dimensão em comum. Por isso, é costume desenhar as vistas alinhadas entre si – não é uma obrigação, pois a figura pode não caber no papel - mas as vistas alinhadas torna a leitura do desenho mais fácil.
Veremos que existirão faces que serão vistas como uma linha, caso esta face seja ortogonal (paralela a um dos planos de projeção). Existirão também lados
(linhas) que serão vistas como pontos, quando vistas de frente.
Imagem 26 – Exemplos vista ortográficas normais e uso de vistas auxiliares.
Linhas Ocultas
Em muitos casos, haverá detalhes da peça que não são vistos normalmente. Detalhes internos, furos, ranhuras; mas que devem ser informados para que o projeto seja compreendido. Para isso, são usadas linhas tracejadas, na mesma espessura das linhas principais da peça, que indicam que existe um detalhe interno, ou do outro lado da peça, oculto por uma face.
Escolha das Vistas
Fica para o desenhista escolher as melhores vistas para ilustrar a peça. Em geral, o uso de três vistas será suficiente, mas podem ocorrer casos particulares.
Menos Vistas
Ás vezes uma peça cilíndrica pode ter duas vistas iguais, logo se pode omitir uma das vistas. Uma cunha, por exemplo, pode ter uma das vistas em que nada acrescenta. Uma chapa de metal, sem maiores detalhes nas vistas lateral e frontal, pode ter somente uma vista superior, e o projetista indica a espessura da peça na legenda.
Imagem 27 – Exemplo de repetição de vistas em desenhos cilíndricos.
Mais Vistas
Uma peça com muitos detalhes pode demandar o uso de 4, 5 ou até 6 vistas. Mesmo com o uso de somente três vistas (frontal, superior e lateral) pode haver uma confusão de linhas ocultas, que dificultará a leitura do desenho.
Linhas de Eixo e de Simetria
É importante no projeto e execução de uma peça a localização de seus pontos médios e centros de arcos e circunferências. Estas linhas em geral são os primeiros traços de um desenho, e ambas são representadas por uma linha do tipo traço-e-ponto, estreitas. No seu traçado, estas linhas ultrapassam levemente o desenho da peça.
Deve-se desenhar uma linha de eixo ou simetria:
Em qualquer peça simétrica, como por exemplo, um cilindro ou cone, inclusive em partes ocultas, como furos.
No centro de circunferências, de preferência marcada com duas linhas ortogonais.
Representações Complementares
Vista Auxiliar
Uma superfície de uma peça só se apresenta com sua verdadeira grandeza quando projetada sobre um plano paralelo. Até agora as peças apresentadas têm suas faces paralelas aos planos principais de projeção, sendo sempre corretamente representadas. Porém, nada impede que exista um objeto com uma ou mais faces inclinadas, no qual seria importante representar estas faces de forma verdadeira. Ora, para perceber a verdadeira grandeza destas faces, é necessário mostrá-la de frente. Nas vistas auxiliares, é comum traçar somente a face inclinada, omitindo-a também da vista no qual se encontra inclinada. O conjunto de vistas principais e auxiliares demonstrará ao projetista a forma real da peça.
Peças Simétricas (meia vista)
Pode-se desenhar somente um dos lados de uma peça simétrica, no qual a linha de eixo indicará a simetria. Pode-se usar esta representação para uma peça com dois lados iguais (desenhando a metade) e quatro lados iguais (desenhando a (quarta parte), conforme figura abaixo).
Imagem 28 – Quarto de vista de uma peça simétrica nos dois eixos.
Vistas Encurtadas (linhas de interrupção)
Peças longas podem ter seu desenho simplificado, mostrando somente as partes que contém detalhes. A representação de interrupção pode ser o traço a mão livre estreito ou o traço “zig-zag” estreito. Pode-se também usar esta representação para peças cônicas e inclinadas. Conforme será visto mais adiante,uma cota não é interrompida (veja figura abaixo).
Imagem 29 – Exemplos de aplicação de vista encurtada
CORTES
A representação do corte é exatamente imaginar que a peça se encontra partida ou quebrada, mostrando assim os detalhes internos. Com isso, deixa de ser necessário o uso de linhas ocultas, na maioria dos casos.
Imagem 30 – Representação do corte em uma peça.
Imagina-se o corte como um plano secante, que passa pela peça, separando-a em dois pedaços e mostrando a parte interna. O plano secante (também chamado plano de corte) é indicado em outra vista, mostrando onde se encontra o corte.
A representação do plano de corte é com um traço estreito traço-e-ponto, exatamente como a linha de simetria, com a diferença de ter nas extremidades um traço largo. O plano de corte deve ser identificado com letras maiúsculas e o ponto de vista indicado por meio de setas. A parte larga do plano de corte não encosta no desenho da peça. A linha de corte pode coincidir com a linha de simetria. Ao cortar peças muito estreitas, a hachura pode ser substituída por um preenchimento em preto, usando-se linhas brancas para separar partes contíguas, caso seja necessário.
Em geral, nos cortes não são hachurados dentes de engrenagem, parafusos, porcas, eixos, raios de roda, nervuras, pinos, arruelas, contra-pinos, rebites, chavetas, volantes e manípulos. Isto é uma convenção, fazendo com que sejam evidenciadas partes mais importantes da peça. Pode-se hachurar estas partes caso tenham detalhes pouco usuais (por exemplo, um furo interno a um parafuso).
Meio-Corte
O meio corte é utilizado em objetos simétricos, no qual se corta somente metade do desenho, sendo a outra metade o desenho da vista normal. As linhas invisíveis de ambos os lados não são traçadas. Usa-se também combinar o meio-corte com a meia-vista, tornando o desenho bem prático sem perder informação.
Imagem 31 – Exemplo de aplicação do meio-corte.
Corte Parcial
Quando se deseja cortar somente uma parte da peça, usa-se o corte parcial.
O corte é limitado por uma linha de interrupção (irregular ou em zig-zag).
Imagem 32 – Exemplo de corte parcial.
Corte em Desvio
Usa-se o corte em desvio para obter os detalhes que não estejam sobre uma linha contínua. Neste caso o plano de corte é “dobrado”, passando por todos os detalhes desejados. Cada vez que o plano de corte muda de direção, este é indicado por um traço largo, de forma similar às extremidades.
Imagem 33 – Exemplo de corte em desvio.
Seções
Ainda de acordo com o mesmo autor. É um corte local da peça, sem o inconveniente de desenhar toda a vista relativa a este corte. As seções podem ser representadas diretamente na peça, “puxadas” para fora através de uma linha de chamada, ou indicadas como um corte normal, omitindo detalhes.
Imagem 34 – Exemplos de aplicação em seções.
Representações Convencionais
Em muitos casos, a representação exata de uma peça por uma de suas vistas pode ser confusa. O que ocorre na prática é a simplificação dos traços, no qual usada com bom-senso pode ser mais ilustrativo que a representação real. Isto é chamado de representação convencional.
Imagem 35 – Exemplos de representações convencionais.
Hachuras nos Cortes
São usadas para representar cortes de peças. A hachura básica consiste em um traço estreito diagonal (em 45 graus), com um espaçamento constante. Em desenhos mais complexos, podem-se ter vários tipos de hachuras, mais elaborados.
HACHURAS
Utilizadas no desenho técnico para representar materiais, no qual o projetista diferencia peças ou itens nos desenhos. Para efeitos de nossos estudos, utilizaremos como padrão as hachuras contidas no anexo da NBR 6492.
Imagem 36 – Padrão de hachuras conforme NBR 6492.
COTAS
Composição
Se as projeções ortogonais e nos termos estabelecidos se revelam um método eficaz que permite representar inequivocamente e de forma qualitativa um dado objeto ou forma, só por si nada informam de imediato quanto à dimensão absoluta dos elementos que ao serem identificados com entidades geométricas (retas, planos, intersecções, etc.) as configuram.
Associar à representação de um objeto um valor quantitativo das suas dimensões relativamente a uma dada unidade de medida, que possibilite inferir da dimensão espacial do objeto e das dimensões dos elementos de pormenor que definem com rigor a sua forma, constitui o objeto da Cotagem.  
A Cotagem em Desenho Técnico é a indicação expressa das medidas dos vários elementos geométricos que delimitam uma forma. Há obviamente um conjunto de regras formais, consignadas na norma NBR 10126, que torna rigorosamente legível a apresentação desse tipo de informação.
Nesse âmbito importa desde já referir que os valores das medidas das dimensões a indicar e que complementam formalmente a apresentação de uma peça desenhada, correspondem às dimensões reais do objeto e nunca à exceção da escala.
Poderia à primeira vista sugerir-se a dispensa de cotagem desde que o conceito de escala fosse rigorosamente adotado. Acontece que em muitas ocasiões a impressão pode ter alterado a escala, ou a pessoa que está lendo o desenho não dispõe de uma régua para medir. E mesmo que tivesse uma cota já adiantaria o trabalho, fornecendo imediatamente a informação.
Imagem 37 – Padrão de cotagem conforme NBR 10126.
O que uma cota pode indicar:
Comprimentos, larguras, alturas, profundidades;
Raios e diâmetros;
Ângulos;
Coordenadas;
Forma (circular, quadrada, esférica), caso a vista não mostre claramente;
Quantidade (por exemplo, número de furos);
Código/Referência do produto;
Ordem de montagem;
Detalhes construtivos, observações.
Desenho da Cota
Basicamente interessa considerar as designadas linhas de cota e as linhas de chamada.
Enquanto as linhas de cota, em geral, acompanham completamente a direção e a dimensão do elemento a cotar, as linhas de chamada, em geral perpendiculares àquelas, delimitam inequivocamente a dimensão cotada, devendo sempre que possível ser-lhe exteriores.
d)
c)
b)
a)
Imagem 38 – Processo elementar de cotagem.
Objeto a cotar 
Representação das linhas de chamada
Representação das linhas de cota
Inscrição de cotas
Imagem 39 – Exemplos de simbologias utilizadas.
Aplicando uma Cota
Cabe ao projetista escolher cotar uma circunferência pelo raio ou pelo diâmetro, decidindo pelo que for mais conveniente. 
Imagem 40 – Padrão de cotagem de círculos.
Para melhorar a interpretação da medida, usam-se os seguintes símbolos: Diâmetro – Ø e Raio – R.
Ao cotar uma curva ou circunferência, deve-se localizar o centro do raio:
Imagem 41 – Cotando círculos pelo centro.
Frequentemente a medida encontra-se em espaços estreitos. Para isso, pode recorrer em simplificar o desenho da cota, omitindo as setas; ou então “puxar” a medida da cota para fora, conforme a figuras a seguir. É de bom uso alinhar cotas em sequência (no qual pode-se aproveitar setas de cotas adjacentes para cotar espaços estreitos). Também pode-se cotar as dimensões totais da peça – não devendo deixar para quem for ler o desenho calcular isso.
Imagem 42 – Exemplos de aplicação da cota.
Imagem 43 – Exemplos de aplicação de cota em uma peça nas três vistas.
Imagem 44 – Exemplos de aplicação de cota em ângulos.
As inscrições numéricas referentes a valores de dimensões não devem ser sobrepostas a quaisquer tipos de traço ou linhas existentes ainda que para tal fiquem descentradas em relação à linha de cota.  
Imagem 45 – Descentralização de inscrições numéricas.
A inscrição de cotas deverá ser sempre "por cima" da linha de cota. Embora sem um caráter de obrigatoriedade é conveniente que as linhas de referência não toquem o contorno do desenho que determinam, devendo terminar cerca de 1 a 2 mm antes. De fato o desenho fica mais expressivo e evita-se eventual confusão entre o fim da linha de referencia e o começo do contorno em questão. 
Imagem 46 – Cotas acima da linha e linhas de chamada sem contato com o desenho.Hábitos a serem evitados:
Não repetir cotas, salvo em casos especiais;
Não usar qualquer linha do desenho como linha de cota;
As linhas de cota e linhas de chamada não devem cruzar-se
Não esperar de quem for ler o desenho que faça somas e subtrações;
Cotar todas as medidas e as dimensões totais;
Evitar cotar linhas ocultas;
Evitar cotas dentro de hachuras.

Outros materiais

Outros materiais