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Avaliação de Programas e Projetos Sociais completo

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Avaliação de 
Programas e 
Projetos Sociais
Alessandra Medeiros
Adaptada/Revisada por Emanuel Freitas (setembro/2012)
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Avaliação de Programas 
e Projetos Sociais, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâ-
mico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) 
alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 ESPAÇOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL: PLANOS, PROGRAMAS E 
PROJETOS NA PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL ......................................................7
1.1 O Terceiro Setor e a Avaliação de Programas e Projetos Sociais ....................................................................7
1.2 Algumas Razões acerca da Necessidade desse Conhecimento para o Trabalho com Planos, 
Programas e Projetos Sociais .....................................................................................................................................9
1.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................10
1.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................10
2 AVALIAÇÃO: CONCEITOS IMPORTANTES .......................................................................... 11
2.1 Planos, Programas e Projetos Sociais ....................................................................................................................11
2.2 Conceitos de Avaliação ..............................................................................................................................................12
2.3 Tipos de Avaliação ........................................................................................................................................................15
2.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................20
2.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................20
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................... 21
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 23
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 25
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
5
INTRODUÇÃO
Esta disciplina é de fundamental importância para a formação de um assistente social. Essa afirma-
ção baseia-se no fato de esse profissional viver em seu cotidiano situações que direta ou indiretamente 
o conduzem a atuar na execução de programas e projetos sociais e, consequentemente, a monitorá-los 
e avaliá-los.
Vale lembrarmos que, de acordo com a Lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993, em seu artigo 4º, cons-
tituem competências do Assistente Social:
I - Elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, 
direta ou indireta, empresas e organizações populares;
II - Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atua-
ção do Serviço Social com participação da sociedade civil. (CRESS-SP, 2004, p. 32-33).
 
Esclarecemos também que, nessa mesma lei, entre as atribuições privativas do Serviço Social, te-
mos: “coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e pro-
jetos na área de Serviço Social.” (artigo 5º, inciso I).
Nesse sentido, esta disciplina tem como objetivo principal instrumentalizá-lo(a) para compreender 
conceitos como plano, programas e projetos, bem como o modo como se processa os sistemas avaliati-
vos destes. 
Também destacamos a importância do entendimento dos diferentes espaços ocupacionais onde o 
assistente social atua na elaboração, na execução e na avaliação de planos, programas e projetos, sejam 
eles: empresas, poder público e o chamado “terceiro setor”, assunto este que trabalharemos no nosso 
primeiro capítulo.
No segundo capítulo, trabalharemos os conceitos referentes à avaliação, aos planos, aos programas 
e aos projetos sociais.
Bom trabalho!
Professora Alessandra Medeiros
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
7
ESPAÇOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL: 
PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS NA 
PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL
1 
Mais uma vez pontuamos a importância 
desta disciplina, pois em qualquer campo de 
atuação profissional, o assistente social atuará no 
desenvolvimento, na execução, no monitoramen-
to e na avaliação de planos, programas e projetos 
sociais. 
Como exemplo, podemos citar:
ƒƒ Empresas: onde o assistente social po-
derá desenvolver, junto à equipe de Re-
cursos Humanos, planos de desenvolvi-
mento para os colaboradores por meio 
de Programas de Qualidade de Vida;
ƒƒ Poder Público: onde o assistente social 
analisará planos apresentados por or-
ganizações sociais com o objetivo de 
obter convênios, além de acompanhar 
sua execução, monitorando e avaliando 
diretamente o serviço prestado, emitin-
do pareceres, inclusive quanto à libera-
ção ou não da verba;
ƒƒ Terceiro Setor: espaço onde o monitora-
mento e a avaliação de planos, progra-
mas e projetos estão no cotidiano não 
só do Serviço Social, mas de todos os 
envolvidos. Vamos entender um pouco 
mais sobre isso. Para tanto, o terceiro se-
tor merece nosso destaque. 
 
Não podemos esquecer que atualmente é 
muito comum falarmos em avaliação de políti-
cas públicas. Draibe (2001, p. 17) aponta que “[...] 
Políticas dessa natureza não se restringem, por-
tanto, apenas às políticas estatais ou de governo, 
podendo abarcar, por exemplo, políticas de or-
ganizações privadas ou não-governamentais de 
quaisquer tipos, sempre e quando preservado o 
caráter público acima referido.” 
Dessa forma, localizarmos os espaços onde 
as avaliações de planos, programas e projetos 
poderão ocorrer torna-se fundamental para com-
preensão de nosso papel neste contexto. 
Antes de estabelecermos a relação entre o 
terceiro setor e planos, programas e projetos so-
ciais, vale retomarmos o seu conceito.
Simões (2007, p. 412) explica que:
Passou-se a denominar de terceiro setor 
o conjunto de atividades não estatais ou 
governamentais constituído de pessoas 
jurídicas de direito privado, sem fins lu-
crativos, que se dedicam ao fornecimen-
to de serviços básicos de assistência, saú-
de e educação, pesquisa, construção de 
moradias, hospitais,clubes, creches, meio 
ambiente, museus, bibliotecas, filantro-
pia, idosos, crianças carentes, portadores 
de deficiência e outros, considerados de 
interesse público. 
Para bem compreendermos quais organiza-
ções fazem parte do terceiro setor, frisamos que 
“o terceiro setor é o conjunto de entidades não 
estatais, sem fins lucrativos que, isoladamente ou 
1.1 O Terceiro Setor e a Avaliação de Programas e Projetos Sociais
Alessandra Medeiros
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
8
em parceria com órgãos estatais ou empresas pri-
vadas, prestam serviços de interesse público, por 
meio do trabalho voluntário ou assalariado ou 
pelo regime associativo.” (SIMÕES, 2007, p. 427).
Outra característica do terceiro setor é, por 
prestar serviços de interesse público, possuir privi-
légios legais, como isenções tributárias, e subven-
ções como um incentivo.
São diversas as formas de organizações do 
terceiro setor. Os nomes encontrados poderão pos-
suir uma variedade: centro, instituto, ação, socieda-
de, associação, movimento, fundação entre outros. 
Vale refletirmos inicialmente sobre a quem 
compete à prestação dos serviços sociais à popu-
lação. Sem dúvida nenhuma, podemos afirmar 
que compete ao Estado, sendo essa uma função 
do poder público.
No entanto, historicamente, a sociedade ci-
vil vem se organizando e suprindo as lacunas dei-
xadas pelo Estado. 
No Brasil, o Estado historicamente delega 
para a sociedade as responsabilidades sociais, 
fazendo assim com que “[...] a assistência social 
transitasse sempre no campo da solidariedade, 
filantropia e benemerência, princípios que nem 
sempre representam direitos sociais, mas apenas 
benevolência paliativa.” (MESTRINER, 2001, p. 21).
Mas, na atualidade, essas ações assistenciais 
não são mais suficientes para responder às ne-
cessidades da população, e a exigência de ações 
mais planejadas e profissionais tem levado mui-
tas organizações sociais a buscarem auxílio para 
atualizarem suas práticas visando a melhorar a 
eficiência, a eficácia e a efetividade do atendi-
mento prestado.
Nesse sentido, a atuação do Serviço Social 
no terceiro setor, no monitoramento e na avalia-
ção de planos, programas e projetos sociais é ain-
da um campo a ser muito explorado. 
Esclarecemos ainda que a terminologia ter-
ceiro setor ganhou espaço no Brasil na década de 
1990. No entanto, as instituições sociais possuem 
tradição na prestação de serviços assistenciais, 
como, por exemplo, a Irmandade de Misericórdia, 
que chegou em São Paulo em 1560, atendendo 
escravos e homens livres com uma pequena enfer-
maria, responsável pelos primeiros asilos, hospitais 
e manicômios. 
Rubem César Fernandes (1996) apresenta 
o “Terceiro Setor” como sendo: “[…] um conjunto 
de organizações e iniciativas privadas que visam 
à produção de bens e serviços públicos […], im-
plicando uma dupla qualificação: não geram lu-
cros e respondem a necessidades coletivas […]” 
(p. 21).
Montanõ (2002, p. 53) acrescenta: “o tercei-
ro setor não é um termo neutro, ele tem naciona-
lidade clara. É de procedência norte-americana, 
contexto onde associativismo e voluntariado fa-
zem parte de uma cultura política e cívica basea-
da no individualismo liberal.”
Terceiro setor é uma expressão traduzida do 
inglês – third sector – para organizações não lucra-
tivas – non profit organizacion. Vale destacar que, 
por não serem lucrativas, os benefícios financei-
ros não podem ser distribuídos entre seus direto-
res e associados.
Dessa maneira, as organizações são criadas 
por atos voluntários, ou seja, o ato de vontade dos 
fundadores e se supõe que se mantenham graças 
a um conjunto complexo de adesões e contribui-
ções voluntárias, além também dos financiamen-
tos, patrocínios ou, ainda, convênios com órgãos 
governamentais.
Vale destacarmos que a obtenção desses 
financiamentos, patrocínios e convênios se dão 
por meio da elaboração de planos, programas e 
projetos. 
Então, é terceiro setor porque o primeiro é 
o Estado, responsável pela coletividade, o segun-
do é o mercado, responsável por questões indivi-
duais, e o terceiro setor, aquele que, com a falên-
cia do Estado, auxilia na questão social, ou seja, é 
constituído por organizações sem fins lucrativos e 
não governamentais que têm como objetivo ge-
rar serviços de caráter público.
Ao atuarmos nessa área, precisamos ter a 
clareza da complexidade que envolve essas rela-
ções para que assim possamos monitorar e ava-
liar planos, programas e projetos com maior ade-
quação. Devemos considerar que tanto o Estado 
nunca atuou exclusivamente, sempre havendo 
organizações da sociedade civil prestando aten-
dimento à população, como tampouco o terceiro 
setor sobrevive sem o Estado, visto que muitas 
instituições sobrevivem quase que exclusivamen-
te de verbas públicas.
Avaliação de Programas e Projetos Sociais
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
9
Também não podemos esquecer a intenção 
existente nas ações de responsabilidade social 
das empresas. Isso também deve compor nosso 
cenário de discussão face ao volume de recursos 
envolvidos e a forma como esses serviços são ofe-
recidos à população, uma vez que 
o terceiro setor, embora sem fins lucra-
tivos, não deixa de ser uma atividade 
econômica pela qual o desenvolvimento 
social é concebido como resultado de in-
vestimentos na área social e cultural. Estes, 
no seu conjunto, quando dirigidos para 
essa finalidade, são conceituados como 
capital social. (SIMÕES, 2007, p. 432).
Vivemos um período de mudanças de atitu-
des e quebra de tradicionais paradigmas, o que 
interfere diretamente na oferta e na organização 
de planos, programas e projetos sociais.
Como poderíamos exemplificar essas mu-
danças? Primeiramente, a forma da prestação de 
serviços enquanto benemerência, filantropia e 
bondade vem sendo substituída pela concepção 
de direito daqueles que são atendidos por essas 
iniciativas sociais.
As ações oferecidas nos projetos também 
mudaram bastante nos últimos tempos. Ações 
mais efetivas deverão ser propostas nos projetos 
sociais para que a população realmente adquira 
autonomia e emancipação. Ou seja, expressões 
como “para pobre qualquer coisa serve”, “pé de 
pobre não tem tamanho”, “acabar com a fome é 
sopa” não poderão mais fazer parte das ações so-
ciais, embora saibamos que algumas pessoas ain-
da pensem assim.
Os projetos, planos e programas sociais 
podem estar vinculados tanto ao poder público, 
como ao setor privado (chamado de responsabi-
lidade/filantropia empresarial) e ao terceiro setor.
No entanto, devemos ter sempre em mente 
a necessidade do fortalecimento da responsabili-
dade do Estado, não apenas na transferência de 
recursos públicos para a execução dos projetos, 
mas no acompanhamento e na fiscalização das 
ações desenvolvidas. 
Além disso, se refletirmos sobre o montante 
de recursos que envolvem o terceiro setor e so-
bre quando algum imposto é deduzido mediante 
doações ou ainda isenções tributárias, são recur-
sos da política pública que estão sendo redirecio-
nados para alguma finalidade.
O poder público, por meio do planejamento 
de governo, tem como identificar as regiões prio-
ritárias para o desenvolvimento de suas ações e 
investimentos. O recurso redirecionado passa en-
tão a não fazer parte do orçamento público, assim 
comprometendo, por vezes, regiões onde nem o 
público, nem o privado, nem o terceiro setor aca-
bam chegando.
1.2 Algumas Razões acerca da Necessidade desse Conhecimento para o 
Trabalho com Planos, Programas e Projetos Sociais
Saiba maisSaiba mais
Assista ao documentário Encontro com Milton San-
tos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá, de Silvio 
Tendler.
Esse filme fala dos impactos da globalização no 
mundo e, ao final, apresenta uma reflexão sobre o 
papel das organizaçõessociais e do Estado.
O filme Quanto Vale ou é por quilo, de Sérgio Bianchi, 
também é muito importante na discussão sobre 
projetos sociais e o terceiro setor. O filme apresenta 
uma crítica sobre os interesses envolvidos no aten-
dimento à pobreza no Brasil e ainda apresenta al-
guns projetos sociais. 
Indicação de site para pesquisa de planos e 
programas sociais:
 www.mds.gov.br
Também visite os sites:
CEATS/FIA – Centro de Empreendedorismo Social e 
Administração em Terceiro Setor:
http://www.ceats.org.br
GIFE – Grupo de Institutos Fundações e Empresas: 
http://www.gife.org.br/
Rits – Rede de Informações para o Terceiro Setor: 
http://www.rits.org.br/
Alessandra Medeiros
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
10
Vimos neste capítulo a importância da participação do terceiro setor na sociedade capitalista. Vi-
mos também o que é o terceiro setor, e como a sociedade está dividida entre o primeiro, o segundo e o 
terceiro setores. 
1.3 Resumo do Capítulo
1.4 Atividades Propostas
1. Quais são os campos de atuação do assistente social, na realização e avaliação de programas e 
projetos sociais? 
2. A quem compete a prestação dos serviços sociais à população? 
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11
Neste capítulo, abordaremos os principais 
conceitos desta disciplina, bem como apresenta-
remos os tipos de avaliação e em quais momen-
tos eles deverão acontecer. 
2.1 Planos, Programas e Projetos Sociais
AVALIAÇÃO: CONCEITOS IMPORTANTES2 
Antes de falarmos sobre avaliação, convém 
esclarecermos as diferenças entre planos, progra-
mas e projetos. 
O plano, segundo Baptista (2007, p. 99), “de-
lineia as decisões de caráter geral do sistema, suas 
linhas políticas, suas estratégias, suas diretrizes e 
precisa responsabilidades.” 
Já o programa é a setorização do plano (PIN-
TO apud BAPTISTA, 2007). Baptista (2007) esclare-
ce ainda que o programa é basicamente o desdo-
bramento do plano, como se os objetivos setoriais 
do plano fossem os objetivos gerais do programa. 
Kisil (2004, p. 13) apresenta a definição da 
Organização das Nações Unidas (ONU) de proje-
to, segundo a qual: “um projeto é um empreendi-
mento planejado que consiste num conjunto de 
atividades inter-relacionadas e coordenadas, com 
o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos 
limites e de orçamento dados.”
Caso fôssemos desenhar uma estrutura para 
as definições acima apresentadas, poderíamos 
ilustrar:
Figura 1 – Plano, programa e projeto.
Para melhorar a compreensão sobre esses 
conceitos, procure em sua cidade exemplos de 
planos, programas e projetos. 
É como se o programa fosse o detalhamen-
to de algum eixo do plano. Draibe (2001, p. 17) 
apresenta uma ilustração sobre esses conceitos: 
Tomemos um exemplo da política públi-
ca governamental brasileira. Se nos refe-
rimos à política educacional como o con-
ceito mais abrangente da intervenção na 
educação, o programa da merenda es-
colar constitui uma entre as tantas ações 
em que se desdobra aquela política, en-
quanto o projeto de descentralização do 
programa merenda escolar constituiria 
uma unidade ainda menor da ação, entre 
as que integram o programa de merenda. 
AtençãoAtenção
O projeto social tem caráter de execução, portan-
to ele deve ser bem mais detalhado. Já o plano e 
o programa possuem diretrizes mais amplas. 
Saiba maisSaiba mais
Na cidade de São Paulo, temos o Plano Municipal de 
Assistência Social e ele se divide em programas. Já 
se dividiu em gestões anteriores no Programa São 
Paulo Protege e no Programa Ação Família.
 
Plano 
 
Programa 
Projeto 
Fonte: Elaborada pela autora.
Alessandra Medeiros
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12
O exemplo anterior traz o conceito de polí-
tica. A política também se apresenta em diretrizes 
mais amplas, com definição de princípios e obje-
tivos, por exemplo. Podemos citar a Política Na-
cional de Assistência Social. Dentro dela, existem 
diferentes planos e programas. Consulte no site 
do Governo Federal e veja na prática como esses 
documentos se apresentam.
São exemplos de programas: o Programa de 
Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), o Progra-
ma Renda Mínima, o Programa Fome Zero. 
A avaliação pode ser realizada tanto de políti-
cas, planos, programas, quanto de projetos sociais. 
Antes de trabalharmos o conceito de avalia-
ção e sua utilização em projetos sociais, progra-
mas e planos, vamos pensar no uso da avaliação 
em nosso cotidiano. 
Consciente ou inconscientemente avalia-
mos e somos avaliados diariamente. Vamos pen-
sar em quais situações isso acontece? 
Somos avaliados neste curso ao realizarmos 
as atividades avaliativas, bem como as provas fi-
nais. Também avaliamos a instituição e os profes-
sores. 
Avaliamos nossos relacionamentos e tam-
bém somos avaliados. Passamos por avaliação de 
desempenho em nosso local de trabalho e tam-
bém avaliamos nossa chefia. 
Ao acabarmos uma refeição, avaliamos nos-
sa satisfação. Após chegarmos de uma viagem, 
avaliamos o período segundo nossas expectati-
vas. 
Podemos perceber com os exemplos acima 
que a avaliação está presente em nossas vidas, 
mesmo sem racionalizarmos muito a respeito dis-
so. 
Identifique outras situações cotidianas onde 
você avalia ou é avaliado.
Ao avaliarmos, acabamos emitindo ou atri-
buindo algum juízo de valor mediante uma com-
paração ao que, para nós, seria o ideal. 
Então, o que vem a ser avaliar planos, pro-
gramas e projetos sociais?
Apontamos para avaliação como um 
processo de aprendizagem sistemático e 
intencional que um indivíduo, grupo ou 
organização se propõe a percorrer para 
aprofundar a sua compreensão sobre de-
terminada intervenção social, por meio 
da elaboração e aplicação de critérios 
explícitos de investigação e análise, em 
um exercício compreensivo, prudente e 
confiável, com vistas a conhecer e julgar 
o mérito, a relevância e a qualidade de 
processos e resultados. (BRANDÃO; SILVA; 
PALOS, 2003).
 
Vale frisarmos do conceito acima de que 
avaliar implica um processo sistemático, logo, de-
verá ser planejado, intencional, ou seja, relaciona-
do a um objetivo/intenção. Também vale esclare-
cermos a necessidade de critérios de investigação 
e análise claros (para podermos estabelecer parâ-
metros de comparação).
Cuidado: avaliar, na concepção tradicional, 
estava relacionado a mensurar, medir, privilegian-
do a avaliação quantitativa. Hoje:
2.2 Conceitos de Avaliação
DicionárioDicionário
Carvalho (2006, p. 8) coloca que “[...] avaliar é atri-
buir valor, medir o grau de eficiência, eficácia e 
efetividade de políticas, programas e projetos so-
ciais.” Afirma que essa discussão é recente no Brasil, 
sendo adotada mais sistematicamente na área da 
saúde e da educação.
Avaliação de Programas e Projetos Sociais
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
13
[há] uma tendência em valorizar concep-
ções mais abrangentes e totalizantes de 
avaliação no campo social, uma avaliação 
que busque apreender a ação, sua formu-
lação, implementação, execução, proces-
sos que imprimem direção e dinâmica à 
ação (avaliação qualitativa). (CARVALHO, 
2006, p. 9).
 
Como planejar uma coleta de dados com a 
finalidade de avaliarmos algum projeto social? As 
técnicas de coleta de dados são as mesmas utili-
zadas em pesquisas. 
Razões para Avaliarmos
Maria do Carmo Brant de Carvalho, doutora 
em Serviço Social pela PUC-SP, é uma das autoras 
que vem contribuído fortemente para a discussão 
acerca da importância da avaliação. 
Uma das razões apontadas por ela para a 
necessidade de se avaliar é que “[...] a avaliação de 
políticas e programas sociais torna-se igualmente 
um imperativo ético” (2006, p. 1). Isso se justifica 
pelas ineficiências crônicas no desempenho das 
políticase dos programas sociais, e pela pressão 
que os governos têm recebido da comunidade 
nacional e internacional, da sociedade organiza-
da e dos usuários dos serviços sociais a apresen-
tarem maior eficiência na utilização dos recursos 
públicos e efetividades das ações. 
A mesma autora aponta ainda:
A mesma pressão se faz sobre as orga-
nizações não governamentais, que sub-
vencionadas com recursos estatais, de 
agências multilaterais, fundos da iniciati-
va privada ou captados junto à sociedade 
civil, transitam do campo privado para 
o campo público e são assim exigidas a 
apresentar atuação profissionalizada e 
padrão de qualidade no campo da pres-
tação de serviços. (CARVALHO, 2006, p. 1). 
 
Dessa maneira, Carvalho (2006) elenca mo-
tivos para que seja introduzida a avaliação como 
procedimento cotidiano tanto nas organizações 
governamentais quanto nas não governamentais 
que atuam no campo social, aqui sintetizados:
ƒƒ avaliação é dever ético, pois as institui-
ções precisam apresentar para a socie-
dade os resultados e os produtos de 
sua ação, devendo assumir a avaliação 
como instrumento que permita apri-
morar ações e ainda manter uma rela-
ção de transparência com parceiros e 
sociedade em geral;
ƒƒ a avaliação tem importância estratégica 
para acompanhar e subsidiar a tomada 
de decisões e opções, subsidiando a 
escolha de prioridades de intervenção, 
alocação de recursos etc.;
ƒƒ a avaliação tornou-se imprescindível 
para captar recursos, uma vez que as 
agências financiadoras exigem dados 
avaliativos.
Assim, a avaliação torna-se indispensável 
para a melhoria das ações sociais desenvolvidas, 
possibilitando respostas às organizações sobre as 
necessidades de seu público-alvo. 
Essa autora coloca que a avaliação de pro-
gramas e projetos sociais contém quatro caracte-
rísticas básicas:
- é um processo contínuo e permanente, 
que abarca o projeto na sua concepção, 
implementação e resultados;
- é um processo que embasa a tomada 
de decisão política no enfrentamento de 
problemas e alocação de recursos;
- é um processo de aprendizado social, ou 
seja, deve permitir aos envolvidos no pro-
jeto a apropriação reflexiva da ação;
- é um exercício de controle social. Torna 
a organização e seus serviços, ou resulta-
dos, transparentes e abertos a uma cons-
trução coletiva, qualificando as reivindi-
cações e as opiniões dos usuários e da 
comunidade. É, assim, um serviço efetiva-
mente público. (CARVALHO, 2006, p. 4-5). 
Pudemos perceber pelas razões acima ex-
postas que avaliar se torna fundamental para a 
adequada execução de planos, programas e pro-
jetos. 
Alessandra Medeiros
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
14
Vale esclarecermos ainda de qual avaliação 
estamos falando, isso em virtude do pensamento 
tradicional de achar que a avaliação existe para 
punir pessoas, eleger os chamados “bodes expia-
tórios” ou, ainda, que avaliar é criticar, fiscalizar, 
por exemplo. Existem ainda pessoas que acredi-
tam que a avaliação só deva ocorrer ao final do 
projeto/programa e outras que atribuem à ava-
liação um status teórico, dizendo que na prática 
é tudo diferente. Não é desse entendimento de 
avaliação que estamos falando. 
Estamos aqui relacionando avaliação a um 
processo de aprendizagem e crescimento con-
juntos, com a adesão e a participação direta de 
todos os envolvidos. 
Eficiência, Eficácia e Efetividade
Muitas pessoas confundem e acreditam 
que eficiência, eficácia e efetividade sejam sinô-
nimas. No entanto, cada uma diz respeito a um 
momento relacionado a partes distintas da im-
plementação de um programa ou projeto. Vale 
esclarecermos que são atributos desejáveis em 
todos os projetos, programas e mesmo em políti-
cas sociais. Vamos entender a razão.
Quando um projeto é eficiente? 
Eficiência relaciona-se diretamente à ação 
desenvolvida. Menor custo, menor esforço e me-
lhor resultado. Estamos falando de rendimento, 
otimização de recursos etc. Então, o que significa 
avaliar a eficiência de um projeto? “Além das aná-
lises de dados quantitativos, avalia-se a qualida-
de dos serviços e verifica-se o efeito dinâmico de 
cada ação sobre um conjunto de ações do proje-
to.” (BAPTISTA, 2007, p. 117).
Podemos perceber que eficiência está dire-
tamente relacionada com o processo de desen-
volvimento de um projeto. É eficiente um projeto 
que utiliza adequadamente seus recursos, poten-
cializa sua equipe por meio de uma gestão ade-
quada às necessidades do projeto, considerando 
as aptidões das pessoas etc. 
Um projeto que havia um orçamento inicial 
de R$100.000,00 e precisou gastar R$ 20.000,00 a 
mais, foi eficiente? Não. Caso ele tenha gasto os R$ 
100.000,00, mas não tenha conseguido atender 
ao público desejado, ele foi eficiente? Não. Caso 
ele tenha gasto menos, mas não tenha atendido 
ao número de pessoas a que deveria ter atendido, 
ele foi eficiente? Não. 
Figura 2 – Eficiência, eficácia e efetividade.
Fonte: http://www.sapodavez.blogspot.com
Finalmente, Carvalho (2006, p. 12) coloca que 
a avaliação da eficiência de um projeto 
verifica e analisa a relação entre a apli-
cação de recursos (financeiros, materiais, 
humanos) e os benefícios derivados de 
seus resultados. Ou seja, a obtenção de 
‘custo mínimo’ (menor número de insu-
mos de pessoal, de moeda) para o maior 
número e qualidade de benefícios. 
 
Quando um projeto ou programa é eficaz?
Quando falamos em eficácia, estamos re-
lacionando essa qualidade aos projetos que te-
nham cumprido seus objetivos. Dessa forma, es-
tamos falando de projetos que atingiram os seus 
resultados. 
Carvalho (2006, p. 12) nos explica ainda que 
“a eficácia deve ser medida na relação estabele-
cida entre meios e fins, isto é, quanto o projeto 
– em sua execução – foi capaz de alcançar os ob-
jetivos e as metas propostas, quanto ele foi capaz 
de cumprir dos resultados revistos.”
Sobre a avaliação da eficácia, Baptista (2007, 
p. 118) coloca que “incide sobre a proposta e, basi-
camente, sobre os objetivos (gerais e específicos) 
Avaliação de Programas e Projetos Sociais
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15
por ela expressos, estabelecendo em que medida 
os objetivos propostos foram alcançados e quais 
as razões dos êxitos e dos fracassos.”
relevância de sua ação, à sua capacidade de alterar 
as situações encontradas.” (p. 13).
Retomando o exemplo anterior, se o meu 
projeto conseguiu diminuir o número de pes-
soas em situação de rua, ele será efetivo se essas 
pessoas atendidas permanecerem fora das ruas, 
ou seja, se de fato elas adquiriram autonomia e 
melhoraram sua situação inicial e permaneceram 
nessa melhoria.
Então, quando falamos em efetividade, es-
tamos falando do impacto de nossas ações. 
Para testar seu conhecimento, pense em si-
tuações em que as palavras eficiência, eficácia e 
efetividade possam ser utilizadas, exemplificando 
esse conhecimento adquirido. E lembre-se: nem 
todo projeto é eficiente, eficaz e efetivo. E ainda, 
um projeto eficiente e eficaz pode não ser efetivo. 
Vamos trabalhar agora os diferentes tipos 
de avaliação e, ainda, os momentos em que eles 
devem ocorrer. 
Primeiramente, vamos falar os tipos de ava-
liação de acordo com seus executores, ou seja, de 
acordo com as pessoas responsáveis por elaborar 
e executar a avaliação. Nesse sentido, podemos 
encontrar:
Figura 3 – Avaliação.
ƒƒ Avaliação externa: quando é realizada 
por pessoas que não atuam na institui-
ção/organização/projeto social, acon-
tecendo na maioria das vezes por meio 
de assessorias e consultorias. É muito 
comum a exigência dos financiadores, 
principalmente internacionais, da obri-
gatoriedade da avaliação externa para 
a continuidade do projeto. Isso se justi-
fica pelo “olhar de fora” para contribuir 
para a análise dos processos edos resul-
tados:
É realizada por pessoas alheias à organi-
zação-agente. Supostamente esses ava-
liadores têm maior experiência neste tipo 
de atividades e, por isso, se pensa que po-
derão comparar os resultados obtidos no 
caso concreto com outros similares que 
tenham tido oportunidade de conhecer, 
podendo realizar assim comparações 
sobre a eficácia e eficiência de diferen-
tes soluções aos problemas enfrentados. 
(COHEN; FRANCO, 2007, p. 111).
2.3 Tipos de Avaliação
Vamos a um exemplo. Quando um projeto é eficaz? 
Caso meu projeto tenha como objetivo geral diminuir 
o número de pessoas em situação de rua, meu projeto 
será eficaz se de fato esse número tiver diminuído. 
E quando um projeto ou programa é 
efetivo?
A efetividade está relacionada à transforma-
ção de fato da situação, ou seja, se o resultado obtido 
foi sustentado ao longo do tempo. Estamos falando 
de mudanças duradouras e melhoria da qualidade 
de vida. Carvalho (2006) ilustra esse pensamento: 
“A efetividade de um projeto está relacionada ao 
atendimento das reais demandas sociais, ou seja, à 
Fonte: Clipart Wordart.
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Não existe muito consenso sobre a ne-
cessidade de um avaliador externo.
ƒƒ Avaliação interna: quando ela é reali-
zada pela própria equipe executora do 
projeto. 
É realizada dentro da organização ges-
tora do projeto. Aduz-se como aspecto 
positivo que, em primeiro lugar, elimina 
as fricções próprias da avaliação externa. 
Aqueles que vão ser avaliados por uma 
pessoa estranha se colocam na posição 
defensiva, proporcionam informação 
parcial e têm reações que tornam a ava-
liação traumática tanto para o avaliador 
como para os avaliados, e contribua pou-
co ao conhecimento substantivo e ao 
melhoramento dos procedimentos da 
execução de projetos. Nada disso ocorre-
ria, argumentam, se a avaliação fosse rea-
lizada internamente. Haveria colabora-
ção daqueles que participam do projeto, 
já que não a sentiriam como um exame 
de sua atuação pessoal, e sim como uma 
instância de reflexão sobre o realizado, de 
mútuo intercâmbio de experiências e, en-
fim, de aprendizagem. (COHEN; FRANCO, 
2007, p. 112).
ƒƒ Avaliação conjunta ou mista: quando 
é executada por integrantes internos e 
outros externos. 
É a que procura combinar os tipos de 
avaliação já mencionados, fazendo com 
que os avaliadores externos realizem seu 
trabalho em estreito contato e com a par-
ticipação dos membros do projeto a ser 
avaliado. Desta maneira se pretende su-
perar as dificuldades, ao mesmo tempo 
em que se preservam as vantagens de 
ambas as avaliações. (COHEN; FRANCO, 
2007, p. 114).
ƒƒ Avaliação participativa: é a tendência 
atual ao pensarmos avaliação. O que 
diferencia essa avaliação das demais é 
a participação da população atendida 
nesse processo de avaliação em con-
junto com a equipe, ou seja, além de 
opinar sobre a forma como a avaliação 
acontecerá, a população também será 
consultada na pesquisa, sendo que sua 
opinião sobre a atuação da instituição 
será considerada. “O objetivo deste tipo 
de avaliação é minimizar a distância 
que existe entre o avaliador e os benefi-
ciários.” (COHEN; FRANCO, 2007, p. 114).
Figura 4 – Avaliação participativa.
Fonte: Clipart Wordart.
Considerando o ciclo avaliativo, podemos 
encontrar quatro tipos de avaliação. Alguns au-
tores dividem essas quatro modalidades em dois 
blocos:
ƒƒ o primeiro bloco, que se divide de acor-
do com o tempo, é de dois tipos: a ava-
liação ex-ante e a avaliação ex-post. O 
próprio nome já nos dá uma ideia: a 
que acontece antes e a que acontece 
depois.
A avaliação ex-ante acontece antes da ela-
boração de um plano, de um programa e de um 
projeto. Por meio dela, levantam-se as reais de-
mandas e necessidades antes da definição das 
ações prioritárias e mais relevantes de serem exe-
cutas. Também pode ser conhecida como estudo 
da situação, análise da situação, estudo diagnós-
tico e ainda o marco-zero, ponto de partida para a 
elaboração das ações. 
Carvalho (2006, p. 14) acrescenta ainda so-
bre a avaliação ex-ante:
Numa nova concepção de avaliação, 
pressupõe-se que ela deve se antecipar 
ao próprio projeto, para conhecer o cha-
mado ponto zero, ou seja, o contexto an-
terior à intervenção do projeto. Esse con-
texto, em sua dinâmica envolve:
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- uma necessidade ou situação-proble-
ma;
- um território delimitado e cheio de his-
toricidade (contexto);
- um público-alvo que o habilita e porta 
demandas e vulnerabilidades, mas igual-
mente potencialidades e talentos;
- uma organização gestora, com suas ex-
periências, recursos, resistências e moti-
vação para empreender o projeto;
- um projeto, com seu desenho e relação 
com o contexto, com sua capacidade de 
responder às demandas e vulnerabilida-
des do público-alvo, otimizando poten-
cialidades e talentos. 
Figura 5 – Ideia.
Fonte: Clipart Wordart.
Para Cohen e Franco (2007, p. 108), a avalia-
ção ex-ante “tem por finalidade proporcionar cri-
térios racionais para uma decisão qualitativa cru-
cial: se o projeto deve ou não ser implementado.” 
A avaliação ex-post, a que acontece depois, 
tem um duplo objetivo, de acordo com o Cepal 
(apud DRAIBE, 2001):
ƒƒ verificar os graus de eficiência e eficácia 
com que o programa está atendendo a 
seus objetivos;
ƒƒ avaliar a efetividade do programa, 
ou seja, seus resultados, impactos e 
efeitos.
Figura 6 – Ideias.
0-
Fonte: Clipart Wordart.
Cohen e Franco (2007, p. 109) colocam ain-
da que “a dimensão temporal permite diferenciar, 
na avaliação ex-post, as fases do durante a realiza-
ção do projeto (avaliação de processos ou conco-
mitante) e do depois (avaliação terminal).” 
O segundo bloco é classificado por Draibe 
(2001, p. 19-20) quanto à natureza, dividindo-se 
em avaliação de processo e avaliação de resul-
tados. Para essa autora, 
as avaliações de processo têm como foco 
o desenho, as características organizacio-
nais e de desenvolvimento dos progra-
mas. Seu objetivo é fundamentalmente 
detectar os fatores que, ao longo da im-
plementação, facilitam ou impedem que 
um dado programa atinja seus resultados 
da melhor maneira possível. 
Para Cohen e Franco (2007, p. 109), a avalia-
ção de processo “determina a medida em que os 
componentes de um projeto contribuem ou são 
compatíveis com os fins perseguidos. É realizado 
durante a implementação e, portanto afeta a or-
ganização e as operações.” 
Para alguns autores, a avaliação de processo 
também é conhecida como monitoramento.
Carvalho (2006, p. 14), ao colocar a respeito 
do monitoramento/acompanhamento avaliativo, 
aponta que:
Essa fase da avaliação se faz durante a 
execução do projeto, buscando apreen-
der seus processos de implementação e 
execução. O monitoramento durante a 
implementação e execução é imprescin-
dível, pois fornece informações impor-
tantes sobre dificuldades ou desvios no 
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18
desempenho do projeto que podem afe-
tar a obtenção das metas ou resultados 
propostos, o que permite correções no 
decorrer da ação. 
A avaliação de resultados acontece logo ao 
final do projeto e está relacionada com o cumpri-
mento dos objetivos. Alguns autores apontam a 
existência também da avaliação de impacto. 
A avaliação de processos olha para fren-
te (para as correções ou adequações); a 
avaliação de impacto olha para atrás (se 
o projeto funcionou ou não), descobrin-
do as causas. (CONTRERAS apud COHEN; 
FRANCO, 2007, p. 109).
Acrescentam ainda que “a primeira procu-
ra afetar as decisões cotidianas, operativas; por 
outro lado, a última se dirige para fora, além do 
projeto, sendoutilizável para decidir sobre sua 
eventual continuação, para formular outros pro-
jetos futuros e, enfim, para tomar decisões sobre 
política.” (COHEN; FRANCO, 2007, p. 109).
Figura 7 – Funil.
Fonte: Clipart Wordart.
Resumindo... 
A avaliação ocorre em todas as fases de um 
projeto:
ƒƒ antes (ex-ante);
ƒƒ durante (avaliação de processo ou mo-
nitoramento);
ƒƒ depois (ex-post), que se divide em: ava-
liação de resultado (logo depois que 
acaba o projeto) e avaliação de impacto 
(feita algum tempo depois que o proje-
to acabou para verificar se o resultado 
se sustentou ao longo do tempo). 
Agora que já sabemos os tipos de avaliação, 
começaremos a discutir como as avaliações po-
derão ser realizadas e como chamamos as infor-
mações coletadas a partir dos dados obtidos. 
Como já citado no início desta apostila, a 
coleta de dados de uma avaliação é feita por meio 
de pesquisas. Essa coleta poderá envolver a apli-
cação de questionários, realização de grupos de 
discussão, entrevistas, por exemplo, dependendo 
do custo, do tempo e do número de profissionais 
envolvidos para a coleta e análise dos dados.
Em nosso cotidiano também participamos 
constantemente de pesquisas avaliativas. Pode-
mos exemplificar com formulários sobre a satisfa-
ção do atendimento disponíveis em restaurantes, 
hotéis, lojas e ainda urnas com a chamada “dê sua 
opinião”. 
Falaremos agora sobre outro importante 
conceito quando tratamos de avaliação: os indi-
cadores. 
Indicadores 
Figura 8 – Informação.
Fonte: Clipart Wordart.
Iniciaremos pela definição de indicadores. 
“Indicador é um fator ou um conjunto de fatores 
que sinaliza ou demonstra a evolução, o avanço, 
o desenvolvimento rumo aos objetivos e às me-
tas do projeto.” (RAPOSO apud CARVALHO, 2006, 
p. 17).
Valarelli (apud CARVALHO, 2006, p. 17) defi-
ne indicadores como parâmetros qualificados e/
ou quantificados que detalham em que medida 
Avaliação de Programas e Projetos Sociais
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os objetivos foram alcançados. Como uma espé-
cie de “marca” ou “sinalizador” que busca expres-
sar aspectos da realidade sob uma forma em que 
se possa observá-lo ou mensurá-lo, identificando 
uma variável que expressa o fenômeno de inte-
resse. 
Na avaliação ex-ante, também trabalhamos 
com indicadores, porém, em sua maioria, são in-
dicadores já elaborados por organizações oficiais, 
como dados do Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE), Fundação Instituto de Pes-
quisas Econômicas (FIPE) etc. Assim, o índice de 
analfabetismo de uma região é um exemplo de 
indicador que nos demonstra a necessidade de 
implantação de uma intervenção nessa situação. 
Um dos indicadores internacionalmen-
te reconhecidos é o IDH – Índice de De-
senvolvimento Humano, produzido e 
divulgado pela ONU – Organização das 
Nações Unidas. Constitui-se num indica-
dor sintético, composto pela renda, edu-
cação e saúde dos vários países com o 
mesmo peso: Saúde – esperança de vida 
ao nascer, educação – taxa de matrículas 
e taxa de alfabetização, renda – PIB per 
capita. (CARVALHO, 2006, p. 18).
Com relação aos tipos de indicador, temos: 
ƒƒ Indicadores operacionais ou de pro-
cesso: indicam se algo que estava pre-
visto aconteceu ou não (no prazo e nas 
condições programadas). Ex.: Se foram 
cumpridas as atividades do cronogra-
ma de execução de um projeto.
ƒƒ Indicadores de resultados ou efeitos: 
indicam se situações, serviços e produ-
tos planejados como resultados espera-
dos foram alcançados. 
ƒƒ Indicadores de impacto: indicam os 
benefícios mais amplos e de mais longo 
prazo gerados pela realização do proje-
to.
Também encontramos outros tipos de indi-
cador:
ƒƒ Indicadores quantitativos: capazes de 
serem expressos em números (variáveis 
quantificáveis), utilizando para isso uni-
dades de medida tais como: número de 
pessoas, percentuais, volumes...
ƒƒ Indicadores qualitativos: expressa va-
riáveis ou dimensões que não podem 
ser expressas apenas por números, por 
exemplo: participação, valores e atitu-
des, lideranças, autoestima e qualidade 
de vida.
Exemplo:
 
Para um projeto cujo objetivo geral é incen-
tivar a geração de renda das mulheres entre 40 e 
50 anos da Zona Sul de São Paulo, podemos elen-
car como possíveis indicadores:
ƒƒ indicadores operacionais ou de proces-
so: número de mulheres que participam 
das atividades propostas pelo projeto. 
Como medir isso? Pelas listas de presen-
ça, pela participação delas nas palestras 
e nos eventos etc.
ƒƒ indicadores de resultado ou de efeitos: 
número de mulheres que melhoraram 
sua condição de renda após a partici-
pação no projeto. Como medir isso? Por 
meio da aplicação de questionário ou 
entrevista com as mulheres que partici-
param do projeto.
ƒƒ indicadores de impacto: a autonomia 
alcançada pelas mulheres meses de-
pois do término do projeto. 
 
AtençãoAtenção
Ao planejarmos projetos sociais, o sistema de 
monitoramento e avaliação deverá ser escrito 
na proposta do projeto. Dessa maneira, antes do 
projeto ser executado, já deverão estar definidos 
os indicadores que serão observados e coletados 
no decorrer do desenvolvimento da ação, bem 
como ao final do projeto. 
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Disseminação
Figura 9 – Disseminação.
Fonte: Clipart Wordart.
Segundo Kisil (2004, p. 43), “disseminar o 
projeto significa compartilhar as informações e 
resultados com o ambiente interno e externo à 
organização que o abriga.” 
Consideramos por ambiente interno a equi-
pe de trabalho, o público-alvo, a comunidade, as 
organizações parceiras. Ambiente externo é tudo 
o que não participa do projeto sistematicamente. 
Como podemos disseminar resultados? A 
forma mais comum tem sido a confecção de rela-
tórios. Kisil (2004, p. 44) aponta que relatórios
servem para disseminar e para monito-
rar o projeto, dependendo de seu teor 
e época. Desenvolver um sistema de re-
latórios é importante para compartilhar 
resultados com todos os envolvidos, pois 
é assim que se aprende com os erros e se 
corrigem os desvios de curso. Relatórios 
registram informações. Devem ser práti-
cos e de fácil compreensão, do contrário, 
ficam inertes sobre a mesa e ninguém lê 
– sempre é deixado para ser visto ‘no dia 
seguinte’. 
 
Finalmente “para se disseminar um projeto 
deve-se ter em mente uma estratégia de comu-
nicação. É necessário reunir-se com seu grupo de 
trabalho e planejar como vai ser feita a comuni-
cação com o público externo.” (KISIL, 2004, p. 44).
Podemos citar como exemplo a confecção 
de folders, CD-ROM e vídeo institucional. A esco-
lha dependerá do recurso a ser disponibilizado 
para isso. 
Indicação de Leitura
CONTADOR, Cláudio R. Projetos sociais. São 
Paulo: Atlas, 2000.
MARINO, Eduardo. Manual de avaliação de 
projetos sociais. São Paulo: Saraiva, 2003.
SZAZI, Eduardo. Terceiro setor: temas polêmi-
cos. Uberaba: Ed. Fund. Petrópolis, 2006.
MultimídiaMultimídia
Acabamos de ver a importância da avaliação nos processos de elaboração e implementação/exe-
cução de um projeto. Vimos também, com relevância, que a Eficiência, a Eficácia e a Efetividade são es-
senciais nos processos de tessitura dos projetos. 
2.4 Resumo do Capítulo
2.5 Atividades Propostas
1. Quais as diferenças entre planos, programas e projetos?
2. Quando um projeto ou programa é eficaz?
3. Quais são os tipos de avaliação?
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Figura 10 – Considerações.
Fonte: Clipart Wordart. 
Este material é um primeiro passo para o acesso ao conhecimento sobre avaliação em planos, pro-
gramas e projetos sociais. Seu conteúdo será retomado nas aulas satélites, bem como no material com-
plementar que será exposto no Portal. 
Maisdo que compreender teoricamente, pesquise exemplos em que este conteúdo é aplicado, 
uma vez que exemplos práticos e a vivência em situações avaliativas são fundamentais para a compreen-
são mais concreta dos assuntos aqui tratados. 
Esperamos que este material tenha despertado a busca pelo aprimoramento desse conhecimento, 
uma vez que é de fundamental importância para o cotidiano do assistente social em quaisquer campos 
onde for atuar. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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CAPÍTULO 1
1. Empresas: onde o assistente social poderá desenvolver, junto à equipe de Recursos Humanos, 
planos de desenvolvimento para os colaboradores por meio de programas de qualidade de 
vida. Poder Público: onde o assistente social analisará planos apresentados por organizações 
sociais com o objetivo de obter convênios, além de acompanhar sua execução, monitorando e 
avaliando diretamente o serviço prestado, emitindo pareceres, inclusive quanto à liberação ou 
não da verba. Terceiro Setor: espaço onde o monitoramento e a avaliação de planos, programas 
e projetos estão no cotidiano não só do Serviço Social, mas de todos os envolvidos. Vamos en-
tender um pouco mais sobre isso. Para isso, o terceiro setor merece nosso destaque. 
2. Compete ao Estado, sendo esta uma função do poder público. 
CAPÍTULO 2
1. O plano delineia as decisões de caráter geral do sistema, suas linhas políticas, suas estratégias, 
suas diretrizes e especifica responsabilidades. O programa é a setorização do plano. O progra-
ma é basicamente o desdobramento do plano, como se os objetivos setoriais do plano fossem 
os objetivos gerais do programa. Projeto é um empreendimento planejado que consiste num 
conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas com o fim de alcançar objetivos espe-
cíficos dentro dos limites e do orçamento dados.
2. Quando falamos em eficácia, estamos relacionando essa qualidade aos projetos que tenham 
cumprido seus objetivos. Dessa forma, estamos falando de projetos que atingiram os seus re-
sultados. 
3. Avaliação externa: quando é realizada por pessoas que não atuam na instituição/organiza-
ção/projeto social. Avaliação interna: quando ela é realizada pela própria equipe executora do 
projeto. Avaliação conjunta ou mista: quando é executada por integrantes internos e outros. 
Avaliação participativa: é a tendência atual ao pensarmos avaliação. O que diferencia essa ava-
liação das demais é a participação da população atendida nesse processo de avaliação em 
conjunto com a equipe, ou seja, além de opinar sobre a forma como a avaliação acontecerá, 
a população também será consultada na pesquisa, sendo que sua opinião sobre a atuação da 
instituição será considerada. 
RESPOSTAS COMENTADAS DAS 
ATIVIDADES PROPOSTAS
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25
BAPTISTA, M. V. Planejamento social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: Veras Editora; 
Lisboa: CPIHTS, 2007.
BRANDÃO, D.; SILVA, R. R.; PALOS, C. M. C. Construção da capacidade avaliativa em organizações da 
sociedade civil. São Paulo: Instituto Fonte, 2003.
CARVALHO, M. do C. B. Avaliação de projetos sociais. São Paulo: PUC-SP, 2006. (Texto apresentado na 
ATP – Avaliação de Programas e Projetos Sociais no Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço 
Social).
COHEN, E.; FRANCO, R. Avaliação de projetos sociais. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
CONTADOR, C. R. Projetos sociais. São Paulo: Atlas, 2000.
CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL (CRESS-SP). Legislação Brasileira para o serviço social. São 
Paulo: CRESS-SP, 2004.
DRAIBE, S. M. Avaliação de implementação: esboço de uma metodologia de trabalho em políticas 
públicas. In: BARREIRA, M. C. R. N.; CARVALHO, M. do C. B. (Orgs.). Tendências e perspectivas na 
avaliação de políticas e programas sociais. São Paulo: IEE/PUC-SP, 2001.
FERNANDES, R. C. Privado porém público: o terceiro setor na América Latina. 2. ed. Rio de Janeiro: 
CIVICUS/Relume Dumará, 1996.
KISIL, R. Elaboração de projetos e propostas para organizações da sociedade civil. 3. ed. São Paulo: 
Global, 2004. 
LANDIM, L. Para além do mercado e do estado? Filantropia e cidadania no Brasil. São Paulo: ISER, 1993.
MARINO, E. Manual de avaliação de projetos sociais. São Paulo: Saraiva, 2003. 
MESTRINER, M. L. O estado entre a filantropia e a assistência social. São Paulo: Cortez, 2001.
MONTANÕ, C. Terceiro setor e questão social: crítica ao padrão emergente de intervenção social. São 
Paulo: Cortez, 2002.
SIMÕES, C. Curso de direito do serviço social. São Paulo: Cortez, 2007. 
SZAZI, E. Terceiro setor: temas polêmicos. Uberaba: Ed. Fund. Petrópolis, 2006.
REFERÊNCIAS
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46
Leitura Complementar 
Obrigatória
Introdução
Aconstrução de um sistema de estatísticas nacionais, no Brasil, seguiu as transformações e tendências políticas, sociais e 
econômicas observadas ao longo da história do País. De acordo com 
Schwartzman (1997), até a década de 1950, a questão geográfi ca era 
prioritária, na medida em que “descrever a terra, defi nir suas fronteiras 
e identifi car os recursos disponíveis para a construção de uma poderosa 
nação-estado” era tarefa fundamental na identifi cação dos “elementos 
culturais que estavam transformando o País em uma sociedade 
moderna, nos moldes ocidentais”. Ainda segundo o autor, nos anos 
1960 e 1970, a economia passou a ter precedência sobre a geografi a. 
Dessa forma, além do mapeamento e das informações demográfi cas 
usuais, o IBGE, criado na década de 1930:
[...] tornou-se responsável pela organização das contas nacionais, e a sua 
peça central passou a ser uma ambiciosa matriz de insumo-produto que 
permitiria a identifi cação de gargalos no sistema e a avaliação do impacto 
potencial dos investimentos em energia, transporte, produção de aço, 
petroquímicos e outros insumos na economia do País (SCHWARTZMAN, 
1997).
Reconhecidamente, o crescimento econômico, verificado 
na “era de ouro” dos países desenvolvidos (décadas de 1950 e 
1960) e no “milagre econômico” no Brasil (anos 1970), não foi 
capaz de promover o desenvolvimento social esperado e parcelas 
significativas da população permaneceram à margem dos frutos 
desse crescimento econômico. A crescente demanda por estatísticas 
sociais que pudessem avaliar as condições de vida da população e 
que fossem além da usual ótica economicista do Produto Interno 
Bruto - PIB per capita suscitou uma mobilização para a elaboração 
INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Síntese de indicadores sociais: 
uma análise das condições de vida da população brasileira - 2010. IBGE: Rio de Janeiro, 2010. 
 ____________________________________________________________ Síntese de indicadores sociais
Uma análise das condições de vida da população brasileira 2010
e organização sistemática de indicadores sociais. A literatura internacional, em geral, 
aponta para a configuração do “movimento dos indicadores sociais”, na década de 
1960, como ponto de partida dessa mobilização, consubstanciada com a publicação do 
livro Toward a social report, que traça um painel de indicadores sociais dos Estados 
Unidos, país onde mais claramente essa demanda foi colocada (JANUZZI, 2001). A 
partir de então, entidades internacionais, como a Organização para a Cooperação e o 
Desenvolvimento Econômico - OCDE e a Comunidade Econômica Europeia, passaram 
a incentivar programas de estudos e a propor temas específicos para a construção de 
indicadores na área social e para que o movimento propriamente dito transpusesse 
as fronteiras americanas (INDICADORES..., 1979).
A década de 1970, portanto, presenciou a difusão e a implementação de 
sistemas de indicadores sociais em vários países. No Brasil, o IBGE criou, em 1973, 
o Departamento de Indicadores Sociais, o que levou à coexistência, numa mesmainstituição, de departamentos de elaboração, coleta e análise da informação estatística. 
Em 1979, foi publicado o primeiro relatório brasileiro na área – Indicadores sociais: 
relatório 1979 – com tabulações sobre populações e famílias, divisão do trabalho, 
mobilidade ocupacional da força de trabalho, distribuição de renda, despesa familiar, 
habitação, educação e saúde. Para a construção desse painel, foram utilizadas as 
bases de dados do Censo Demográfico 1970, da Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílios - PNAD, do Estudo Nacional da Despesa Familiar - ENDEF, de pesquisas 
industriais e de registros administrativos. Como havia uma perspectiva analítica em 
períodos mais longos, em função da disponibilização e processamento ainda lentos 
das estatísticas coletadas, um segundo trabalho foi publicado somente em 1995 – 
Indicadores sociais: uma análise da década de1980 – também na forma de robustos 
relatórios, seguindo as mesmas temáticas abordadas no anterior e preservando a 
diversidade das fontes de informação.
A década de 1990 foi emblemática para a consolidação e institucionalização dos 
sistemas de indicadores sociais. Para Januzzi (2001), diversos fatores contribuíram 
para essa difusão crescente do uso de indicadores sociais na sociedade brasileira, 
em particular, nas últimas décadas. Primeiramente, há os fatores relacionados à 
natureza político-institucional do País, tais como: avanço da democratização; maior 
acesso a fontes de informação pela sociedade; surgimento de organizações sociais 
mais compromissadas; e pressão popular por maior transparência e por maior 
efetividade social do gasto público. Por outro lado, Jannuzzi (2001) cita os fatores de 
natureza econômico-social, como: a persistência dos problemas sociais históricos; 
da pobreza e desigualdade; e o aumento do risco ao desemprego e à exclusão social. 
Vale chamar atenção, ainda, para a maior divulgação dos resultados de pesquisas 
socioeconômicas realizadas por parte da mídia que contribuiu sobremaneira para a 
“popularização” dos indicadores sociais.
No plano internacional, a crescente globalização impõe a necessidade de 
comparações internacionais e a elaboração de indicadores conceitualmente iguais ou 
próximos àqueles escolhidos pela Organização das Nações Unidas - ONU nas diversas 
conferências globais realizadas ao longo da década nos temas presentes na agenda 
social contemporânea. Tais conferências assinalaram, em seu conjunto, a necessária 
implementação, por parte dos países, de políticas e programas que caminhem em 
Introdução _____________________________________________________________________________________ 
direção ao desenvolvimento, à paz e segurança, à equidade de gênero, à erradicação 
das muitas dimensões da pobreza e ao desenvolvimento humano sustentável. Ainda 
na década de 1990, o IBGE inicia a publicação da Síntese de indicadores sociais, um 
amplo conjunto de indicadores sociais para Brasil e Unidades da Federação, em 
um formato mais sumarizado visando atender à demanda por informações rápidas, 
anuais e diversificadas para acompanhamento sistemático das condições de vida 
da população brasileira.
Nesse contexto, a pressão pela oferta de estatísticas sociais ocorre, por um lado, 
por meio da sociedade civil, seja em termos do próprio conhecimento das tendências 
e problemas sociais enfrentados, seja no sentido de pressionar os governantes 
por respostas aos problemas detectados, como também por parte dos próprios 
formuladores de políticas públicas, interessados em adquirir o maior número possível 
de informações para elaboração e avaliação de políticas e programas sociais. As 
áreas mais demandadas têm sido tanto as tradicionais, como: educação, habitação 
e saneamento, desenvolvimento social, mercado de trabalho e saúde; como ainda 
informações referentes às metodologias mais recentes de pesquisas sobre o uso 
do tempo e avaliação subjetiva dos informantes sobre diversos aspectos sociais.
Atualmente, as principais fontes de informação para construção dos 
indicadores sociais em nível nacional e estadual apresentados na Síntese do 
IBGE são: primeiramente, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 
(anual) e seus respectivos suplementos temáticos (de periodicidade não regular); 
as bases de dados do IBGE referentes aos Censos Demográficos (de periodicidade 
decenal); a Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF; a Pesquisa de Informações 
Básicas Municipais - MUNIC (anual) e seus respectivos suplementos (periodicidade 
não regular); a Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária - AMS (periodicidade não 
regular); a Pesquisa sobre Saúde do Escolar - PeNSE, realizada pela primeira vez em 
2009; e as Estatísticas do Registro Civil. Somam-se, ainda, registros administrativos 
igualmente importantes para análise da integralidade dos fenômenos sociais, como 
as informações do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC e do Sistema 
de Informações sobre Mortalidade - SIM, do Ministério da Saúde, o Censo Escolar, 
do Ministério da Educação, entre outros.
Embora a Síntese esteja organizada em capítulos, para melhor sistematização 
e apresentação das informações, é de conhecimento da equipe da Gerência de 
Indicadores Sociais [ transversalidade dos temas tratados e a complementaridade 
entre os capítulos para análise dos fenômenos sociais. Famílias são constituídas no 
interior dos domicílios, cuja infraestrutura afeta diretamente o bem-estar de seus 
moradores. A composição familiar caracteriza os diferentes ciclos de vida pelos quais 
passa a família ao longo se sua existência. Cada ciclo apresenta vulnerabilidades 
específicas a serem objeto de medidas ativas de proteção social, em particular, a 
presença de crianças e idosos (relações de dependência), comprometimento de 
renda familiar (situação de pobreza) e relações de gênero. Famílias são formadas 
por indivíduos, com suas características básicas em termos de idade, sexo e cor ou 
raça. Os indivíduos que ao participarem da vida social e laboral, vão, em primeira 
instância, influenciar a sua situação familiar (ilustração a seguir).
 ____________________________________________________________ Síntese de indicadores sociais
Uma análise das condições de vida da população brasileira 2010
Educação
Crianças
Adolescentes
Saúde Saúde
Jovens Adultos Idosos
Trabalho
Nupcialidade
Fecundidade
INDIVÍDUOS
FAMÍLIAS
DOMICÍLIOS
Idade, gênero, cor/raça
Ciclos de vida, vulnerabilidades
Habitação, urbanismo e saneamento
Por fim, vale ressaltar, que tratar de temas sociais no Brasil significa observar 
sempre a questão das desigualdades espaciais, de renda e de oportunidades, 
características da sociedade brasileira. Esta tem sido, portanto, a tônica da análise 
de todos os capítulos, por meio de tabulações que refletem as diferentes condições 
de vida em função do nível de renda, sexo, idade e cor ou raça dos indivíduos.
Cartilha Técnica para 
Publicação de Dados 
Abertos no Brasil v1.0 
Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação - SLTI 
Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão - MP 
1 . Apresentação 
Desde 2009 o governo brasileiro vem realizando ações para o desenvolvimento de uma política 
de disseminação de dados e informações governamentais para o livre uso pela sociedade. 
Estas ações estão alinhadas com um crescente movimento global para democratização do 
acesso à dados e informações no paradigma de dados abertos. O movimento por dados 
abertos defende a criação de um ecossistema fundamentado no acesso à dados que possibilite 
a participação da sociedade no desenvolvimento de um estado mais eficiente, com oferta de 
melhores serviços, e fazendo amplo uso de tecnologias. 
Com o objetivo de orientar as organizações governamentais brasileiras quanto às boas práticas 
de publicação de dados na Internet e o devido cumprimento dos critérios técnicos relacionadosao paradigma de dados abertos, é que o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão 
disponibiliza o Manual Técnico para Publicação de Dados Abertos no Brasil. 
Este documento é inspirado em uma norma técnica do governo do Chile para publicação de 
dados abertos (Propuesta de Norma Técnica para Publicación de Datos en Chile). 
Depositamos aqui os nossos elogios e agradecimentos por esta exemplar contribuição à 
comunidade de dados abertos. 
2 . Introdução 
Dados Abertos é a publicação e disseminação de dados e informações públicas na Web, 
seguindo alguns critérios que possibilitam sua reutilização e o desenvolvimento de aplicativos 
por toda a sociedade. A maior parte dos dados e informações geradas ou mantidas pelo 
MINISTÉRIO do Planejamento Orçamento e Gestão - MP. Cartilha Técnica para Publicação de 
Dados Abertos no Brasil. Brasil, 2012.
governo, são públicas. Disponibilizar dados na Web não é uma prática recente no governo, 
porém com uma política de dados abertos, o governo sinaliza que pretende padronizar e 
alavancar a disseminação de dados públicos por todos os órgãos. O paradigma de dados 
abertos está fundamentado na constatação de que o dado quando compartilhado abertamente 
tem seu valor e seu uso potencializados. Com isso o governo pretende desenvolver um 
ecossistema de dados e informações que beneficia a sociedade e possibilita o envolvimento de 
todos seus setores, inclusive a iniciativa privada, o setor acadêmico e o próprio governo. 
O movimento de dados abertos no mundo foi alavancado há pouco mais de 3 anos quando os 
governos da Inglaterra e dos Estados Unidos iniciaram a construção de seus portais de dados 
abertos. Desde então políticas de dados abertos vêm sendo implementadas em diversos 
países. Em setembro de 2011 oito nações se uniram para firmar uma parceria com o objetivo 
de promover governos mais transparentes e eficientes, através de uma maior participação e 
colaboração social. A Parceria para Governo Aberto (OGP do inglês) é uma parceria co-
liderada por Brasil e EUA. Em novembro de 2011 foi sancionada a Lei de Acesso à Informação 
(12.527/2011) que tem o propósito de regulamentar o direito constitucional de acesso dos 
cidadãos às informações públicas. 
3 . INDA 
É nesse contexto que a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação - SLTI do 
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MP vem desenvolvendo a Infraestrutura 
Nacional de Dados Abertos. A INDA é um conjunto de padrões, tecnologias, procedimentos e 
mecanismos de controle necessários para atender às condições de disseminação e 
compartilhamento de dados e informações públicas no modelo de Dados Abertos. O principal 
projeto da INDA é o Portal Brasileiro de Dados Abertos - dados.gov.br, que tem o objetivo de 
ser o ponto central para a publicação, a busca e o acesso de dados públicos no brasil. 
A arquitetura da Infraestrutura Nacional de Dados Abertos compreende todos os órgãos do 
governo, em todas esferas e poderes, disponibilizando dados públicos à toda a sociedade, 
incluindo instituições privadas, organizações não governamentais e o próprio governo. 
Para que essa arquitetura seja implementada conjuntamente por todos os órgãos do governo, é 
imprescindível a definição de padrões e o alinhamento dos processos de publicação de dados 
na Internet, com metodologias e boas práticas comuns, que garantam a conformidade com 
esses padrões. 
4 . Objetivo 
O objetivo deste documento é o estabelecimento de diretrizes para que os dados públicos 
governamentais do Brasil constituam a Infraestrutura Nacional de Dados Abertos, contribuindo 
para a democratização da do acesso à informação na sociedade. As diretrizes aqui dispostas 
compreendem requisitos mínimos para que uma organização pública seja capaz de preparar os 
conjuntos de dados, implemente o processo de publicação destes na Internet, e a sua 
catalogação no dados.gov.br - Portal Brasileiro de Dados Abertos. 
5 . Premissas 
O Portal Brasileiro de Dados Abertos tem como principal objetivo ser o ponto central para a 
busca e o acesso a dados públicos governamentais no Brasil. O portal tem sua estrutura 
baseada na arquitetura da Web. Cada conjunto de dados (dataset, no inglês) deve estar 
logicamente referenciável na Web. Dessa forma, o portal é apenas o serviço que possibilita que 
esse conjunto de dados possa ser encontrado dentre as centenas de milhares de outros 
conjuntos de dados. Em outras palavras, a Infraestrutura Nacional de Dados Abertos está 
fundamentada numa arquitetura distribuída, onde tanto a infraestrutura física como a 
responsabilidade pela manutenção do portal, é compartilhada entre os órgãos que publicam 
dados. 
Dessa forma, toda organização que desejar publicar conjuntos de dados deverá manter um 
repositório de dados disponível na Web sobe sua supervisão. Existem diferentes formas de 
construção de repositório de dados na Web. Isso pode ser alcançado utilizando uma 
Ferramenta de Gestão de Conteúdo (CMS do inglês), que geralmente é utilizada no portal 
institucional dos órgãos. Além disso, cada órgão deve possuir procedimentos e normas para 
manutenção deste catálogo, e ter um responsável do órgão encarregado por garantir a 
integridade, a disponibilidade e a autenticidade dos dados disponíveis neste repositório. 
Devem ser garantidos os seguintes requisitos técnicos: 
1. Controle de acesso: Somente as pessoas autorizadas devem ter acesso para 
publicação e modificação dos dados e metadados. É recomendado a utilização 
de mecanismos de autenticação (usuário e senha). 
2. Integridade: Deve assegurar que os dados não sejam adulterados durante a 
transferência. Esse requisito não é mandatório, porém para dados mais críticos 
é recomendável o uso de SSL. 
3. Autenticidade: Deve assegurar que os dados provêm de uma fonte legítima da 
instituição. Para isso todo conjunto de dados precisa possuir uma URL 
contendo um domínio sob controle do órgão ou entidade que termine em 
“.gov.br”. Por exemplo, os dados do Ministério do Planejamento, Orçamento e 
Gestão podem ser publicados através do domínio http://planejamento.gov.br/. 
6 . A publicação de Dados Abertos 
a. Preparação e Validação 
Cada órgão é responsável pela publicação dos conjuntos de dados públicos que estão em sua 
posse. Apesar do termo Dados Abertos estar em evidência, a publicação de dados públicos por 
instituições governamentais não é uma prática nova. Diversos órgãos têm a cultura de publicar 
dados na Internet, dentre eles podemos citar: IBGE, DataSus, IPEA, INEP, entre outros. Apesar 
de muitos órgãos e entidades não possuírem dentre suas atribuições finalísticas a divulgação 
de dados ao público, é improvável que este não possua dados públicos. Conforme dispõe a Lei 
12.527 / 2011, em seu Art. 8º, §1º, no mínimo, precisam ser publicadas as seguintes 
informações que são comuns a todos os órgãos e entidades: 
● dados referentes a registros das competências e estrutura organizacional, endereços, 
telefones e horários de funcionamento; 
● registro de quaisquer repasses, transferências de recursos financeiros e despesas; 
informações sobre licitações, inclusive editais publicados e contratos firmados; e 
● dados sobre acompanhamento de programas, ações, projetos e obras. 
 
Em alguns órgãos que disseminam grandes volumes de dados na Internet, como o IBGE, 
existem processos institucionalizados para operacionalização desta atividade. Mesmo para os 
órgãos pequenos é imprescindível o desenvolvimento de uma cultura e publicização de dados 
e informações. 
Com o objetivo de orientar o desenvolvimento de um processo de gestão das ações para 
publicação de dados abertos dentro de um órgão, a INDA disponibiliza um documento 
orientativo chamado Guia de Abertura de Dados. Semelhantemente, com o objetivode orientar 
a implementação de módulos de dados abertos para dados que estão armazenados em banco 
de dados ou sistemas, a INDA disponibiliza de um documento chamado Arquitetura Técnica 
Referencial para Abertura de Dados. 
De maneira simplificada, sem entrar no mérito operacional de cada órgão, para que um 
conjunto de dados esteja apto a constituir a Infraestrutura Nacional de Dados Abertos, o 
responsável pelo repositório de dados daquele órgão deve garantir que este conjunto de dados 
cumpra as seguintes condições gerais: 
1. Os dados devem estar em seu formato mais bruto possível, ou seja, antes de 
qualquer cruzamento ou agregação. Mesmo que o órgão ou entidade ache 
importante e já tenha publicado alguma visão de agregação desses dados, existe 
grande valor no dado desagregado. Dessa forma o órgão ou entidade pode publicar 
esses dados nas duas formas. 
2. Os dados devem estar em formato aberto, não proprietário, estável e de amplo uso. 
3. Não deve existir nenhum instrumento jurídico que impeça sua reutilização e 
redistribuição por qualquer parte da sociedade. 
4. Para os dados que são estruturados ou estão em planilhas na sua fonte, deve-se 
preservar ao máximo a estrutura original. Por exemplo, não deve-se publicar 
planilhas em arquivo PDF, neste caso utilize CSV ou ODS. 
5. É recomendável a disponibilização dos dados em diversos formatos. 
6. Cada conjunto de dados deve possuir um identificador único e persistente, seguindo 
uma padronização de URL. Esse requisito é imprescindível para que esse conjunto 
de dados seja referenciável e eventualmente consumido automaticamente por um 
aplicativo. 
7. É recomendável a utilização de considerações semânticas na definição URLs, de 
forma que seja possível deduzir o conteúdo de um conjunto de dados apenas lendo 
seu identificador. 
8. É extremamente desaconselhável a utilização de mecanismos antirrobôs, como 
captchas, para acesso aos conjuntos de dados. 
9. Considerando que é desejável facilitar a indexação dos dados por motores de 
busca, sendo esta uma importante forma do cidadão encontrar os dados que 
procura, é recomendável que os nomes dos arquivos sigam as boas práticas de 
formação de um slug [WIKIPEDIA 
http://en.wikipedia.org/wiki/Slug_%28web_publishing%29], tal como é realizado em 
muitas soluções de software para blog ou gerenciadores de conteúdo. Mais 
especificamente, o título deve ser convertido para slug da seguinte maneira: 
a. substituem-se todos os caracteres acentuados pelos seus correspondentes não 
acentuados; 
b. transformam-se todos os caracteres maiúsculos em minúsculos; 
c. substituem-se cada sequência de um ou mais espaços por um único hífen (“-”). 
Usa-se hífen em lugar de sublinhados (“_”), pois estes fazem com que os 
mecanismos de busca tratem o texto como um só termo. O mesmo aconteceria 
caso fossem utilizadas palavras concatenadas, no modo chamado “camelCase”. 
Por outro lado, o hífen permite que as palavras sejam indexadas cada uma das 
palavras individualmente [GOOGLE 
https://www.youtube.com/watch?v=AQcSFsQyct8]. 
10. Cada conjunto de dados deve ter informações sobre seus dados e metadados. 
Deve ser possível recuperar o significado dos dados. 
11. Para conjunto de dados muito grandes, recomenda-se a divisão em conjuntos 
menores, permitindo uma fácil manipulação. Recomenda-se fazer a divisão pela 
dimensão temporal (ano ou mês), pela dimensão geográfica (estado ou município), 
ou por outra dimensão. 
12. É desejável que o repositório dos dados possibilite a composição de filtros dentro da 
URL, seguindo algum padrão de API, permitindo que o usuário restrinja o volume 
dos dados para aqueles que ele deseja. 
 
b. Formatos 
A filosofia de dados abertos não define exaustivamente uma lista de formatos permitidos. Para 
ser considerado um dado aberto, o conjunto de dados deve estar disponível em um formato de 
especificação aberta, não proprietário, e estruturado, ou seja, que possibilite seu uso irrestrito e 
automatizado através da Web. Além disso, é imprescindível que seja utilizado um formato 
amplamente conhecido. 
É importante enfatizar a importância de dados estruturados. Um erro recorrente cometido por 
diversas instituições é a publicação em formato PDF de planilhas de dados. O PDF é um 
formato não estruturado, e ao fazer isso - desestruturação dos dados - o publicador está 
inviabilizando, ou dificultado, a reutilização daqueles dados. 
A seguir uma lista de diversos formatos não proprietários para dados abertos: 
● JSON 
É um acrônimo para JavaScript Object Notation. É um padrão aberto de estruturação de 
dados baseado em texto e legível por humano. A especificação é a RFC 4627. JSON 
ganhou maior utilização com o advento do Ajax. A serialização em JSON é muito 
simples e resulta em uma estrutura pouco verbosa o que se mostra uma ótima 
alternativa para o XML. JSON possibilita serialização de estrutura de objetos 
complexos, como listas e subpropriedades. JSON está se tornando o padrão mais 
utilizado para integração de dados entre repositórios e frameworks, também está se 
tornando o padrão nativo de armazenamento em alguns bancos de dados modernos. 
● XML 
Significa Extensible Markup Language. É um conjunto de regras para codificar 
documentos com estrutura hierárquica e em um formato legível por máquina. É baseado 
em texto e tem como principais objetivos simplicidade, extensibilidade e usabilidade. 
XML é largamente utilizado como formato de troca de dados nos clássicos Web 
Services SOAP. Possui uma ampla gama de ferramentas associadas, tais como o 
padrão XSLT que permite transformar para outra estrutura XML ou outro formato. 
Apesar de sua ampla utilização, tem sido menos encorajada a utilização desse formato 
para integração de aplicações na Web, por utilizar mais recursos para transmissão e 
para o processamento do dados. Em substituição, recomenda-se utilizar JSON. 
● CSV 
Significa Comma-Separated Values, ou valores separados por vírgula, e é um formato 
para armazenamento de dados tabulares em texto. A codificação é muito simples: cada 
linha do arquivo representa uma linha na tabela, e as colunas são separadas por 
vírgula. Campos que podem conter vírgula devem ser delimitados por aspas. CSV é 
recomendado para representação de estrutura de dados mais simples, de natureza 
tabular, onde não existem subpropriedades ou listas, gerando um arquivo menor e mais 
leve para processamento. Arquivos CSV são processáveis diretamente por editores de 
planilhas, como o OpenOffice e o MS Excel. 
● ODS 
Significa Open Document Spreadsheet, é um formato não proprietário de arquivo 
basedo em XML, padronizado pela ABNT sob a norma NBR ISO/IEC 26300:2006. É 
comumente chamado de planilha, similar ao XLS do MS Office Excel, porém aberto, por 
isso deve ser utilizado em substituição ao XLS. Planilhas são largamente utilizadas, são 
de fácil utilização e manipuláveis por diversos aplicativos. Apesar de ser um formato 
estruturado, é muito flexível, possibilitando manipulação e mistura de diversos tipos de 
dados, como imagens e textos formatados. Para a publicação de dados abertos 
tabulares, é recomendável a utilização de CSV, pela sua simplicidade e padronização. 
● RDF 
Significa Resource Description Framework, é um modelo de dados estruturado em 
grafos e possui diversos formatos de serialização, tais como RDF/XML, Notation 3 e 
Turtle. Os formatos baseados em RDF têm seus dados descritos em vocabulários 
disponíveis na Web. Apesar da grande qualidade dos dados disponibilizados em RDF, a 
construção de vocabulários para seu uso não é trivial. Numa escala de níveis de 
qualidade/complexidade de dados abertos, o RDF está no último nível, onde se 
constituirá a Web semântica. 
 
Além desses existem outros formatos, como: SVG (Scalable Vector Graphics) utilizado

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