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como a fluorose dentária (FIG. 1.6). Se o processo de desmineralização persistir, a lesão de cárie progride, ocasionando a quebra da camada superficial da lesão com formação de uma cavida- de (lesão de cárie com cavidade). A lesão com cavidade que está sofrendo perda mineral, ou seja, em processo de progressão, é denominada lesão Tempo Perda Ganho Tempo Perda Ganho Perda Ganho Tempo Figura 1.4 – Ilustração sistemática dos microeventos que ocorrem na superfície dentária ao longo do tempo. (A) Esta curva indica flutuações do pH do biofilme em relação ao tempo e indica indivíduo que durante sua vida não apresenta lesões clinicamente visíveis, não podendo, portanto, ser considerado doente. (B-D) Estas três curvas indicam diferentes exemplos de perda ou ganho mineral do esmalte ao longo do tempo como resultado das inúmeras flutuações do pH. A linha horizontal pontilhada representa onde a perda mineral pode ser observada clinicamente como uma lesão de mancha branca. Fonte: Adaptada de Fejerskov e colaboradores.6 Tempo�pH 13Cariologia: Conceitos Básicos, Diagnóstico e Tratamento Não Restaurador Capitulo_01.indd 13 30/05/2016 14:40:58 cavitada ativa. Em um primeiro estágio, ela pode se limitar ao esmalte, apresentando aspecto rugoso e opaco (cavidade em esmalte, FIG. 1.7) ou pode progredir atingindo a dentina, que se mostra amolecida, com aspecto úmido e geralmente de coloração amarelada (lesão cavitada em dentina, FIG. 1.8). O mesmo processo de desequilíbrio entre os eventos de des-remine- ralização que ocorrem na interface entre o biofilme e o esmalte/ dentina coronária pode também ocorrer na raiz do dente, na interfa- ce entre o biofilme e o cemento/dentina radicular, formando uma lesão de cárie radicular. Para que este tipo de lesão se desenvolva, é necessário que a raiz dentária esteja exposta ao ambiente bucal (recessão gengival) (FIG. 1.9). As lesões que se estabelecem no esmalte/cemento/dentina hígidos são denominadas lesões de cárie primárias e as lesões de cárie que se desenvolvem adjacentes a restaurações são denominadas de cárie secundária. As lesões de cárie secundárias são simplesmente lesões que se desenvolvem adjacentes às margens de restaurações (FIG. 1.10). É importante ressaltar que a etiologia da lesão de cárie secundária é a mesma da lesão de cárie primária. Cárie residual é tecido desminerali- zado deixado embaixo da restauração (FIG. 1.11) e seu efeito na longevi- dade da restauração é discutido em Maltz e colaboradores.8 Uma vez que um adequado controle de biofilme seja estabelecido, ou o indivíduo modifique seus hábitos alimentares com a adoção de uma dieta com consumo moderado de carboidratos, o equilíbrio entre os processos de des-remineralização se reestabelece, e a perda mineral é controlada. A progressão das lesões de cárie é paralisada e suas características clínicas são modificadas, assumindo características de inatividade. As lesões localizadas no esmalte, quando paralisadas, se caracterizam por apresentar superfície lisa e brilhante, podendo ter coloração escura ou branca (lesões inativas em esmalte não cavitadas, FIG. 1.12, ou cavitadas, FIG. 1.13). As lesões cavitadas inativas em dentina coronária têm aspecto endurecido e frequentemente escurecido (FIG. 1.14). As lesões radiculares paralisadas têm sua superfície mais endurecida e, frequentemente, apresentam consistência escurecida LEMBRETE Cárie é uma doença totalmente controlável se interferirmos com os fatores causais necessários e determinantes do seu desenvolvimento. Figura 1.5 – Lesão de cárie não cavitada ativa. Figura 1.7 – Lesão de cárie cavitada ativa em esmalte. Figura 1.6 – (A) Lesão de cárie não cavitada e (B-D) aspecto clínico de fluorose. Enquan- to a lesão de cárie ocorre em zonas de estagnação de biofilme (margem gengival, abaixo do ponto de contato e superfícies oclusais), a fluorose dentária se estende em toda a superfície dentária e, nos seus estágios iniciais, acompanha as periquemáceas. 14 Maltz / Tenuta / Groisman / Cury Capitulo_01.indd 14 30/05/2016 14:40:59 Figura 1.9 – Lesão de cárie cavitada ativa em superfície radicular. Figura 1.10 – Lesão de cárie secundária. Figura 1.11 – Radiografia periapical indicando lesão de cárie residual. Figura 1.12 – Lesão de cárie não cavitada inativa em esmalte. Figura 1.13 – Lesão de cárie cavitada inativa em esmalte. Figura 1.14 – Lesão de cárie cavitada inativa em dentina. Figura 1.8 – Lesão de cárie cavitada ativa em dentina (seta branca). No mesmo dente pode-se observar a presença de lesão de cárie inativa (seta preta). 15Cariologia: Conceitos Básicos, Diagnóstico e Tratamento Não Restaurador Capitulo_01.indd 15 30/05/2016 14:41:01 Quanto à localização Lesão de cárie coronária Lesão de cárie radicular Quanto ao sítio anatômico Lesão de superfície lisa Lesão de fóssulas e fissuras Quanto à presença de cavidade Lesão de cárie não cavitada Lesão de cárie cavitada Quanto ao tecido envolvido Lesão de cárie em esmalte Lesão de cárie em dentina Lesão de cárie em cemento Quanto à atividade Lesão de cárie ativa Lesão de cárie inativa Quanto à presença ou não de restauração prévia na superfície dentária Lesão de cárie primária Lesão de cárie secundária QUADRO 1.1 — Classificação da lesão de cárie (FIG. 1.15). As lesões que apresentam dentina coriácea são considera- das lesões que estão em processo de paralisação (FIG. 1.16). O QUADRO 1.1 apresenta a classificação da lesão de cárie. Neste capítulo introdutório foram descritos, resumidamente, o proces- so da doença cárie e as consequências desta doença nos tecidos duros do dente. Descreveu-se os diferentes tipos de manifestações clínicas desta doença e as diferentes classificações das lesões. Nos próximos capítulos serão discutidos o processo da doença cárie, as modificações nos tecidos dentários decorrentes desta doença, a distribuição da cárie na população, seu diagnóstico e tratamento não restaurador. ATENÇÃO Toda lesão de cárie, independentemente do seu grau de progressão ou tecido dentário envolvido, é passível de paralisação desde que se restabeleça o reequilíbrio entre os processos de desremineralização. Figura 1.15 – Lesão de cárie cavitada inativa em superfície radicular. Figura 1.16 – Lesão de cárie radicular com dentina coriácea. 16 Maltz / Tenuta / Groisman / Cury Capitulo_01.indd 16 30/05/2016 14:41:02