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Curso on-line de Direito Penal para AFT

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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL PARA AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – POLÍCIA FEDERAL 
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AULA 03 – DO CRIME – PARTE 02 
 
Caros alunos, 
 
Hoje finalizaremos a parte do Código Penal que trata sobre a teoria do crime e, 
com certeza, ao final da aula você já terá garantido importantes pontos na sua 
prova. 
Bons estudos!!! 
******************************************************** 
3.1 TENTATIVA 
 
3.1.1 CONCEITO 
 
Como vimos no final da aula passada, o crime possui um caminho que se 
denomina “iter criminis”. Ele é composto da cogitação, preparação, 
execução e consumação, das quais apenas as duas últimas têm importância 
para o estudo da tentativa. 
Digo isto, pois o legislador deixa claro no Código Penal que tentativa é o 
início da execução de um crime que somente não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. Observe: 
 
Art. 14 - Diz-se o crime: 
[...] 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 
A tentativa, muitas vezes, recebe outras denominações, tais como crime 
imperfeito ou crime incompleto, em oposição ao crime consumado, 
reconhecido como completo ou perfeito. 
 
 
 
 
 
 
 
A TENTATIVA É A REALIZAÇÃO INCOMPLETA DO TIPO 
PENAL, DO MODELO DESCRITO NA LEI. 
NA TENTATIVA, HÁ PRÁTICA DE ATO DE EXECUÇÃO, MAS 
NÃO CHEGA O SUJEITO À CONSUMAÇÃO POR 
CIRCUNSTÂNCIAS INDEPENDENTES DE SUA VONTADE. 
 
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3.1.2 ELEMENTOS DA TENTATIVA 
 
De forma bem objetiva, pode-se dizer que 03 elementos compõem a 
estrutura do crime tentado. São eles: 
 
1. INÍCIO DA EXECUÇÃO; 
2. AUSÊNCIA DE CONSUMAÇÃO POR CIRCUSTÂNCIAS ALHEIAS À 
VONTADE; 
3. DOLO DE CONSUMAÇÃO. 
 
Observe, caro(a) aluno(a), que uma característica fundamental da tentativa 
é o dolo da consumação, ou seja, o agente QUERIA, TINHA VONTADE de 
alcançar a consumação, mas por circunstâncias que não havia previsto, não 
consegue atingir seu objetivo. 
Aqui surge um importante questionamento que deve ser estudado com 
muita atenção: É cabível a tentativa no dolo eventual? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A doutrina é extremamente divergente neste ponto, mas, com foco na 
sua PROVA, o que é necessário conhecer é o entendimento das bancas 
segundo o qual É CABÍVEL A TENTATIVA NOS CASOS DE DOLO 
EVENTUAL. 
Este é o entendimento que vem sendo seguido pela maioria dos 
Tribunais. Veja: 
 
 
 
 
 
PARA LEMBRAR: 
NO DOLO EVENTUAL, O SUJEITO PREVÊ O RESULTADO E, 
EMBORA NÃO O QUEIRA PROPRIAMENTE ATINGIR, POUCO 
SE IMPORTA COM A SUA OCORRÊNCIA (“EU NÃO QUERO, 
MAS SE ACONTECER, PARA MIM TUDO BEM, NÃO É POR 
CAUSA DESSE RISCO QUE VOU PARAR DE PRATICAR 
MINHA CONDUTA; NÃO QUERO, MAS TAMBÉM NÃO ME 
IMPORTO COM A SUA OCORRÊNCIA”) 
TJMA - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO: RSE 137722007 MA 
Não cabe a desclassificação do crime de tentativa de homicídio, 
quando presente o dolo eventual na conduta do acusado, 
porquanto, o tipo penal não faz diferenciação em relação ao dolo 
direto. 
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3.1.3 ESPÉCIES DE TENTATIVA 
 
A tentativa apresenta a seguinte divisão: 
 
• TENTATIVA BRANCA OU INCRUENTA � O 
agente não atinge o objeto material. Imagine 
que Tício está com uma blusa branca, 
perfeitamente lavada pela sua mãe. Ao 
encontrar Mévio, este começa a atirar e Tício 
começa a correr. Nenhum tiro é acertado, logo 
o que era branco permanece branco, pois o objeto não foi atingido. 
 
• TENTATIVA VERMELHA OU CRUENTA � Diferentemente da 
tentativa branca, aqui a vítima é atingida, mas o delito não se 
consuma. 
 
• TENTATIVA PERFEITA � Neste tipo de tentativa fica caracterizada 
a INCOMPETÊNCIA do agente, ou seja, o autor do delito utiliza TODOS 
os meios executórios disponíveis e, mesmo assim, não atinge a 
consumação. É o caso do indivíduo que, portando um revolver com 06 
cartuchos, utiliza todos, mas não consegue atingir a vítima em um 
ponto letal. 
 
• TENTATIVA IMPERFEITA � O agente inicia a execução, mas não 
utiliza todos os meios de que dispõe. É o caso do indivíduo que 
começa a atirar e, no 3º disparo, é interrompido pela chegada de 
policiais que estavam passando pelo local. 
 
 
TJDF - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO : RECSENSES 
20030510017029 DF 
PROCESSUAL PENAL. TENTATIVA DE HOMICÍDIO SIMPLES. 
[...] 
2. AO DESFERIR TIROS NO TÓRAX DA VÍTIMA, REGIÃO DE 
LETALIDADE IMEDIATA, FICA EVIDENCIADO, NO MÍNIMO, O 
DOLO EVENTUAL, RAZÃO PELA QUAL IMPOSSÍVEL EXCLUIR 
ANTECIPADAMENTE O ÁNIMO DO DELITO. 
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3.1.4 PUNIBILIDADE DA TENTATIVA 
 
Ao punir a tentativa, o Direito está protegendo um bem jurídico, ainda 
que este não tenha corrido perigo de maneira efetiva, mas pelo simples 
fato de a tentativa poder vir a proporcionar a vivência do perigo. A 
ordem jurídica teme pelo sujeito passivo, mesmo que este não tenha 
sentido temor algum e nem tenha percebido a ameaça. 
Duas teorias existem a respeito da punibilidade da tentativa. A subjetiva 
prega a aplicação da mesma pena que a do delito consumado, 
fundamentando-se na vontade do autor, contrária ao direito. 
Diferentemente, a objetiva propõe para a tentativa pena menor que a 
do crime consumado, já que a lesão é menor ou não ocorreu qualquer 
resultado lesivo ou perigo de dano. Foi esta a adotada pelo Código Penal 
ao determinar que: 
 
Art. 14 
[...] 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a 
tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, 
diminuída de um a dois terços 
 
A redução da pena concernente à tentativa deve resultar das 
circunstâncias da própria tentativa. Isto quer dizer que não devem ser 
consideradas na redução da pena as atenuantes ou agravantes 
porventura existentes, mas sim o iter criminis percorrido pelo agente 
em direção à consumação do delito. 
A diminuição entre os limites legais deve ter como fundamento 
elementos objetivos, ou seja, a extensão do iter criminis percorrido pelo 
agente, graduando-se o percentual em face da maior ou menor 
aproximação da meta objetivada. Ou seja, quanto mais o agente se 
aprofundou na execução, quanto mais se aproximou da consumação, 
menor a redução. 
Na hipótese de homicídio, tem-se considerado em especial a redução 
máxima para a tentativa branca e também a maior ou menor gravidade 
da lesão efetiva para a dosagem da pena na tentativa. 
A lei prevê exceções à regra geral no art. 14, parágrafo único, 
cominando a mesma pena para a consumação e a tentativa do resultado 
lesivo. É cominada a mesma sanção, por exemplo, para a evasão ou 
tentativa de evasão com violência do preso (art. 352), para a conduta 
de votar ou tentar votar duas vezes (art. 309 do Código Eleitoral) etc. 
Veja: 
 
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Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo 
submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência 
contra a pessoa: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena 
correspondente à violência. 
 
Afora as exceções expressas, é obrigatória a redução da pena entre os 
limites de um e dois terços. 
Podemos resumir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1.5 CRIMES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA 
 
A regra geral é a de que os crimes dolosos são compatíveis com a tentativa, 
pouco importando se são materiais formais ou de mera conduta. 
A título de exemplo, imagine que Mévio e Tícia decidem realizar um show de 
sexo explícito em uma praça pública. No momento em que vão tirar a 
última peça de roupa, são abordados e presos por policiais. Neste caso, as 
condutas se enquadram como tentativa de ato obsceno (crime de mera 
conduta). 
Sendo assim, REPITO, a regra geral é a COMPATIBILIDADE dos delitos 
com a tentativa. 
Algumas espécies de infrações penais, entretanto, não admitem tentativa. 
São elas: 
 
DIMINUIÇÃO 
MÁXIMA DA 
PENA 
PROXIMIDADE DA CONSUMAÇÃO 
DIMINUIÇÃO 
MÍNIMA DA 
PENA 
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1. CRIMES CULPOSOS � Como vimos, não se admite tentativa no 
crime culposo, pois este só se consuma com a ocorrência do 
resultado naturalístico. Pode-se, porém, falar em tentativa na 
culpa imprópria, uma vez que, nessa hipótese, o agente visa o 
evento que não vem a ocorrer por circunstâncias alheias à sua 
vontade. Ocorre na realidade um crime doloso tentado que, por 
ter sido executado por erro ou excesso culposo, tem o tratamento 
do crime culposo por disposição legal. 
 
2. CRIMES PRETERDOLOSOS � Também já tratamos deste delito 
e sabemos que ele, por se caracterizar pela culpa no resultado, 
não admite tentativa. É ela possível, porém, nos crimes 
qualificados pelo resultado em que este é abrangido pelo dolo do 
sujeito. Assim, se em um roubo o sujeito tentar matar a vítima, há 
tentativa de crime qualificado pelo resultado. 
 
3. CRIMES UNISUBSISTENTES � Também chamado de crime 
único, é aquele em que a conduta é exteriorizada mediante um 
único ato, não se podendo falar em iter criminis e, 
consequentemente, na ocorrência da tentativa. É o caso do delito 
de desacato cometido verbalmente: ao ser dita a palavra 
empregada, com a finalidade de menosprezar a função pública, 
consumado está o crime. 
 
4. CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS � Os crimes omissivos puros 
também não admitem a tentativa, pois não se exige um resultado 
naturalístico decorrente da omissão. Se o sujeito deixou escoar o 
momento em que deveria agir, ocorreu a consumação; se ainda 
pode atuar, não há que se falar em tentativa. 
Atenção que nos crimes omissivos impróprios, admite-se a 
tentativa. A mãe que, desejando a morte do filho recém-nascido, 
deixa de alimentá-lo, sendo a vítima socorrida por terceiro, pratica 
tentativa de infanticídio. 
 
5. CONTRAVENÇÕES PENAIS � Segundo a Lei de Contravenções 
Penais (que não importa para a sua prova), NÃO É ADMITIDA A 
TENTATIVA PARA AS CONTRAVENÇÕES PENAIS. 
 
6. CRIMES CONDICIONADOS � São aqueles que dependem do 
cumprimento de uma condição para que possam ser punidos. Um 
exemplo claro é o crime de participação em suicídio. Exemplo: 
Tício, percebendo que seu cunhado está na janela, começa a 
gritar: “PULA! PULA! PULA! PULA!. Se o cunhado não pular, não há 
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delito, pois só há punição se resultar em morte ou lesão corporal 
grave. 
 
7. CRIMES HABITUAIS � Entende a doutrina majoritária NÃO ser 
possível a tentativa nos crimes habituais. Ex: Tentativa de 
curandeirismo. 
 
8. CRIMES DE ATENTADO � Fala-se em crime de atentado ou de 
empreendimento quando a tentativa é punida com a mesma pena 
do crime consumado. Exemplo: art. 352, do CP. 
 
Resumindo: 
NÃO ADMITEM TENTATIVA: 
 
1. P RETERDOLOSOS 
2. U NISUBSISTENTES 
3. C ULPOSOS; 
4. C ONTRAVENÇÕES PENAIS; 
5. A TENTADO 
6. C ONDICIONADOS 
7. H ABITUAIS 
8. O MISSIVOS PRÓPRIOS; 
 
 
3.1.6 DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
 
Imagine que Tício, a fim de ocupar a vaga de presidente em uma empresa, 
ministra veneno para Mévio. Este ingere o veneno e começa a perder os 
sentidos. 
Se neste momento Tício já respondesse, de qualquer forma, pela execução, 
o que o levaria a interromper o feito, dando, por exemplo, um antídoto para 
Mévio? 
Exatamente para estimular esta interrupção e impedir o resultado 
naturalístico advindo da execução, o legislador optou por colocar um 
dispositivo no Código Penal prevendo que caso haja a desistência do 
prosseguimento na ação ou o impedimento do resultado, responderá o 
agente SOMENTE pelos seus atos já praticados. Observe: 
 
PARA MEMORIZAR!!! 
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Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na 
execução ou impede que o resultado se produza, só responde 
pelos atos já praticados. 
 
Deste supracitado artigo, surgem os conceitos da desistência voluntária e 
do arrependimento eficaz, que são formas da chamada tentativa 
abandonada, assim denominada porque a consumação do crime não ocorre 
em razão da VONTADE DO AGENTE. 
Vamos estudar cada um destes institutos: 
 
1. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA � O agente, por ato voluntário, 
interrompe a execução do crime, abandonando a prática dos demais 
atos necessários e que estavam à sua disposição para a consumação. 
Observe, caro(a) concurseiro(a), que em nenhum momento ocorre de 
o agente NÃO PODER PROSSEGUIR na execução, e este 
entendimento é importantíssimo para a sua PROVA. Exemplificando: 
Imagine que Tício prende Mévio (esse Mévio sofre...) em uma parede 
e começa a atirar de uma distância de 50 metros, errando o primeiro 
disparo. Efetua o segundo disparo de 25 m e também erra. Nervoso, 
resolve se posicionar a 1 metro de Mévio e, ao encostar a arma em 
sua cabeça, vê a foto da filha da vítima caída no chão. Comovido, e 
ainda com 05 cartuchos no revólver, desiste da ação. Neste caso, 
temos a desistência voluntária. 
 
Sendo assim, entenda e GUARDE PARA SUA PROVA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. ARREPENDIMENTO EFICAZ � Diferentemente do que ocorre na 
desistência voluntária, o agente pratica todos os atos suficientes à 
consumação do delito, mas adota providências para impedir o 
resultado. 
É o caso do exemplo que vimos no início deste tópico em que Tício 
dá veneno para Mévio. Ao ingerir o veneno, Mévio só não morre se 
Tício der a ele o antídoto. Se Tício age desta forma e impede a 
morte, operou-se o arrependimento eficaz. 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ��� QUANDO O 
AGENTE DIZ: “POSSO PROSSEGUIR, MAS 
NÃO QUERO”. 
TENTATIVA ��� QUANDO O AGENTE DIZ: 
“QUERO PROSSEGUIR, MAS NÃO POSSO”. 
 
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É importante ressaltar que o arrependimento eficaz só é possível 
nos crimesmateriais, pois o CP é claro o dizer “ impede que o 
resultado se produza”. Logo, se o resultado é relevante ao fato, 
obviamente, não há que se falar em delitos formais ou de mera 
conduta. 
 
3.1.6.1 REQUISITOS 
 
Ainda dentro do assunto desistência voluntária e arrependimento eficaz, 
é preciso citar que existem dois requisitos a serem cumpridos para que o 
agente seja beneficiado pelo disposto no artigo 15. São eles: 
1. VOLUNTARIEDADE ��� Idéia originada da mente do agente. 
2. EFICÁCIA ��� Tem que impedir o resultado. Se tentou impedir, mas 
não conseguiu...Azar o dele... 
 
3.1.6.2 EFEITOS 
 
A desistência voluntária e o arrependimento eficaz não são causas de 
diminuição da pena e sim de atipicidade. 
“Mas como assim professor? Quer dizer que ele não vai ser punido?” 
Claro que vai, mas não de forma tentada pelo delito, mas somente pelos 
atos já praticados. Nos exemplos citados referentes a disparo de arma de 
fogo, por exemplo, não responderá o agente por tentativa de homicídio e 
sim por lesões corporais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXISTEM ALGUMAS CORRENTES QUE NÃO CONSIDERAM OS 
INSTITUTOS DA DESISTÊNCIA VOLUTÁRIA E DO ARREPENDIMENTO 
EFICAZ COMO FORMA DE AFASTAR A TIPICIDADE. E O QUE ISSO 
IMPORTA? ABSOLUTAMENTE NADA, POIS PARA SUA PROVA: 
A DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E O 
ARREPENDIMENTO EFICAZ AFASTAM A 
TIPICIDADE, RESPONDENDO O AGENTE PELOS 
ATOS JÁ PRATICADOS. 
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3.2 ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
 
 3.2.1 CONCEITO 
 
Sobre o tema, dispõe o Código Penal da seguinte forma: 
 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à 
pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento 
da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena 
será reduzida de um a dois terços. 
 
O chamado arrependimento posterior é CAUSA DE DIMINUIÇÃO DA 
PENA, diferentemente do que vimos na desistência voluntária e no 
arrependimento eficaz. Ocorre quando o agente, nos crimes cometidos sem 
violência ou grave ameaça à pessoa, voluntariamente e até o recebimento 
da denúncia ou queixa, restitui a coisa ou repara o dano provocado por sua 
conduta. 
Segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial, o arrependimento 
posterior pode ocorrer em qualquer espécie de crime e não somente nos 
delitos contra o patrimônio. Basta, como deixa claro o texto legal, que 
exista um dano passível de reparação. 
Observe o que diz sobre o tema o STJ, deixando claro o que é 
arrependimento posterior e a OBRIGATORIEDADE da diminuição da pena: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
STJ - RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS: RHC 20051 RJ 
2006/0181741-0 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DIREITO PROCESSUAL PENAL. 
CRIMES DE ESTELIONATO E FORMAÇÃO DE QUADRILHA. ARREPENDIMENTO 
POSTERIOR. DEPOIMENTO CONTIDO NOS AUTOS PELA PRÓPRIA VÍTIMA QUE 
ATESTA QUE O DANO FOI REPARADO VOLUNTARIAMENTE PELO PACIENTE. 
INCIDÊNCIA OBRIGATÓRIA DA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA. 
1. O arrependimento posterior é causa de diminuição de pena objetiva, bastando 
para a sua configuração seja voluntário e realizado antes do recebimento da 
denúncia, mediante a devolução ou reparação integral do bem jurídico lesado. 
2. Na hipótese, observa-se, mormente da leitura do termo de declarações 
prestado pela própria vítima, que o recorrente, voluntariamente e logo após os 
fatos narrados na denúncia, restituiu, relativamente ao crime de estelionato, os 
bens havidos de forma indevida e fraudulenta 3. Recurso provido para, mantida a 
condenação do recorrente, determinar ao juízo sentenciante que realize nova 
dosimetria da pena, relativamente ao crime de estelionato a ele imputado, na 
qual deverá incidir a causa de diminuição da pena do arrependimento posterior 
prevista no art. 16, do Código Penal. 
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Antes de prosseguirmos, uma pequena observação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2.1.1 REQUISITOS 
 
Para que o arrependimento posterior seja aceito, os seguintes requisitos 
devem ser cumpridos, CUMULATIVAMENTE: 
 
1. CRIME SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA � Imagine que 
Tício, querendo furtar uma loja, quebra uma janela de vidro, 
depois explode duas portas de madeira, mata três cachorros e, por 
fim, estrangula o gato da dona da loja. Neste caso, será possível a 
aplicação do instituto do arrependimento posterior? 
Claro que sim, pois houve violência contra a COISA e não contra a 
pessoa. 
 
2. REPARAÇÃO VOLUNTÁRIA, PESSOAL E INTEGRAL � O agente 
não pode ser coagido a reparar o dano, o que não quer dizer que 
não pode ter sido induzido por outra pessoa a tal ato. Aqui não 
importa se a idéia surgiu ou não da mente do agente. Basta que a 
reparação seja voluntária. 
A reparação deve ser pessoal, ou seja, não pode o pai do criminoso 
querer restituir, por exemplo, uma quantia furtada. 
“Mas professor, como saber se não foi o pai do agente que deu o 
dinheiro para ele devolver?” 
Boa pergunta, mas com certeza a banca não vai cobrar este 
“subjetivo conhecimento” de você! Fique tranquilo (a). 
CONHECER PARA ENTENDER 
 
A DENÚNCIA E A QUEIXA SÃO OS PEDIDOS INICIAIS PARA 
QUE O ESTADO PROMOVA UMA AÇÃO PENAL. 
DIANTE DOS ELEMENTOS APRESENTADOS PELO INQUÉRITO 
POLICIAL OU PELAS INFORMAÇÕES QUE RECEBEU, O ÓRGÃO 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO FORMA A SUA CONVICÇÃO E 
PROMOVE A AÇÃO PENAL PÚBLICA COM O OFERECIMENTO DA 
DENÚNCIA. 
A QUEIXA É A DENOMINAÇÃO DADA PELA LEI À PETIÇÃO 
INICIAL DA AÇÃO PENAL PRIVADA INTENTADA PELO 
OFENDIDO OU SEU REPRESENTANTE LEGAL. 
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Por fim, não basta reparar ou restituir parcela do que foi lesado. 
 
3. LIMITE TEMPORAL � A reparação do dano ou restituição da 
coisa deve ocorrer antes do RECEBIMENTO da denúncia ou queixa. 
 
Agora que já conhecemos a desistência voluntária, o arrependimento eficaz e o 
arrependimento posterior, podemos resumir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E ainda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3 CRIME IMPOSSÍVEL 
 
3.3.1 CONCEITO 
 
Crime impossível, também chamado pela doutrina de quase-crime, 
tentativa inadequada ou inidônea, na conceituação de Fernando Capez, "é 
aquele que, pela ineficácia total do meio empregado ou pela impropriedade 
absoluta do objeto material é impossível de se consumar". 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 
ARREPENDIMENTO EFICAZ 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
EXCLUI A TIPICIDADE, 
RESPONDENDO O AGENTE 
PELOS ATOS JÁ 
PRATICADOS 
OBRIGATORIAMENTE 
DIMINUI A PENA 
INÍCIO DA 
EXECUÇÃO 
FIM DA 
EXECUÇÃO 
CONSUMAÇÃO 
DO CRIME 
RECEBIMENTO 
DA DENÚNCIA 
OU QUEIXA 
DESISTÊNCIA 
VOLUNTÁRIA 
ARREPENDIMENTO 
EFICAZ 
ARREPENDIMENTO 
POSTERIOR 
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O renomado jurista Antonio José Miguel convencionou chamar de crime 
impossível "a atitude do agente, quandoo objeto pretendido não pode ser 
alcançado dada a ineficácia absoluta do meio, ou pela absoluta 
impropriedade do objeto". 
Por sua vez, para reforçar as definições aqui apresentadas, o art. 17 do 
Código Penal dispõe que: 
 
"Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta 
do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime." 
 
Diante dos conceitos apresentados, caro aluno, existe 
alguma semelhança entre o crime tentado e o crime 
impossível? A resposta é positiva, pois nos dois a execução 
da conduta criminosa não alcança a consumação. 
Entretanto, as diferenças são bem claras. 
Na tentativa, a consumação é plenamente possível, a qual só não ocorre por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. Diferentemente, no crime 
impossível a consumação nunca pode ocorrer, seja em razão da ineficácia 
absoluta do meio, seja por força da impropriedade absoluta do objeto. 
 
3.3.2 TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL 
 
O Código Penal, ao tratar do crime impossível, resolveu adotar a chamada 
teoria objetiva temperada ou intermediária. Segundo esta teoria, para a 
configuração do crime impossível, os meios empregados e o objeto do crime 
devem ser ABSOLUTAMENTE inidôneos a produzir o resultado. 
Inidoneidade absoluta é aquela em que o crime nunca poderia chegar a ser 
consumado. 
Exemplo tradicional na doutrina é o indivíduo que falsifica grosseiramente 
uma nota e tenta comprar algo com ela. Você, caro aluno, aceitaria as notas 
abaixo? 
 
 
 
Claro que não, nem você, nem ninguém. Logo, é hipótese de CRIME 
impossível. Diferentemente, se lhe é apresentada a seguinte nota: 
 
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Embora seja falsa, a diferenciação não é possível por um simples olhar. 
Logo, não caracteriza o crime impossível. 
 
Neste sentido já se pronunciou o STJ: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3.3 ESPÉCIES DE CRIME IMPOSSÍVEL 
 
A leitura atenta do artigo 17 nos traz duas espécies de crime impossível: 
 
• POR INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO; 
• POR IMPROPRIEDADE ABSOLUTA DO OBJETO. 
 
Ocorre o primeiro caso, segundo o Ilustre DAMASIO, “quando o meio 
executório empregado pelo insciente pseudo autor, pela sua natureza, é 
absolutamente incapaz de causar o resultado (ausência de potencialidade 
lesiva)”. 
O exemplo por ele apresentado é do sujeito que, por erro, desejando matar 
a vítima mediante veneno, coloca açúcar em sua alimentação, pensando 
tratar-se de arsênico. Outro exemplo clássico na doutrina é o da tentativa 
de homicídio com a utilização de revólver sem munição ou de armas cujas 
cápsulas já foram deflagradas. 
STJ - HC 45.616/SP – 09/08/2007 
PENAL. HABEAS CORPUS. TENTATIVA DE FURTO. CRIME IMPOSSÍVEL. 
ORDEM DENEGADA. 
1. O crime impossível somente se caracteriza quando o agente, após a 
prática do fato, jamais poderia consumar o crime pela ineficácia absoluta 
do meio empregado ou pela absoluta impropriedade do objeto material, 
nos termos do art. 17 do Código Penal. 
2. A ação externa alheia à vontade do agente, impedindo a consumação 
do delito após iniciada a execução, caracteriza a tentativa (art. 14, II, do 
CP). 
3. Ordem denegada 
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Inclui-se nessa hipótese, ainda, a chamada tentativa irreal ou supersticiosa, 
cujo exemplo é do agente que deseja matar a vítima mediante ato de magia 
ou bruxaria. 
Na segunda parte do artigo 17, encontra-se a segunda hipótese de 
ocorrência do crime impossível: o objeto material sobre o qual deveria 
incidir o comportamento não existe ou, pela sua situação ou condição, 
torna-se absolutamente impossível a produção do resultado visado, por 
circunstâncias desconhecidas pelo agente. 
Assim, há integral impropriedade do objeto quando o bem jurídico é 
inexistente. Ocorre, por exemplo, quando a mulher erroneamente acredita 
estar grávida e, desejando se livrar do feto, faz uso de práticas abortivas. 
Outro exemplo bastante utilizado na doutrina é o caso do sujeito que, 
desejando matar a vítima, efetua disparos em direção a um cadáver. Fica 
claro, neste caso, que o bem jurídico protegido, a vida, já não existe. 
 
Agora, pergunto, Futuro Aprovado: Imaginemos que Tício tenta furtar 
Mévio, mas ao colocar a mão no bolso direto, não consegue pegar o objeto, 
pois este estava no esquerdo. 
Neste caso, como Tício tentou pegar o celular em um bolso que nada tinha, 
é caso de crime impossível? 
A resposta é negativa, pois o objeto material existia e, nesta situação, 
estamos diante de uma impropriedade RELATIVA do objeto. Como o Código 
Penal exige impropriedade ABSOLUTA, não será caso de crime impossível, 
mas tentado. 
 
E no caso do roubo, se o indivíduo não possui nenhum bem a ser roubado? 
É crime impossível? Não, pois para a sua PROVA, deve-se seguir o 
entendimento do STJ: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
STJ - REsp 897.373/SP – 03/04/2007 
RECURSO ESPECIAL. PENAL. ROUBO. CRIME COMPLEXO. AUSÊNCIA 
DE BENS. TENTATIVA. INEXISTÊNCIA DE CRIME IMPOSSÍVEL. 
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL COMPROVADA. 
1. A divergência jurisprudencial restou devidamente comprovada. 
2. Tratando-se o crime de roubo, tem-se por iniciada a 
execução tão-logo praticada a violência ou grave ameaça à 
vítima. O fato de inexistir bens materiais em poder da vítima, 
não desnatura a ocorrência do crime em sua modalidade 
tentada. 
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Para finalizar, um último caso prático. Imaginemos que Tício entra em um 
supermercado repleto de câmeras e seguranças. Mesmo assim, resolve colocar 
um produto no bolso a fim de não ser cobrado por ele. Devido ao 
monitoramento, é descoberto e levado à polícia. Neste caso, devido ao 
monitoramento, é caso de crime impossível? 
A resposta é negativa e novamente o STJ já se pronunciou sobre o caso: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4 ILICITUDE 
 
3.4.1 CONCEITO 
 
Ilicitude é a relação de antagonismo que se estabelece entre a conduta 
humana voluntária e o ordenamento jurídico, de modo a causar lesão ou 
perigo de lesão a um bem jurídico tutelado. 
Entretanto, nem toda conduta que se enquadra perfeitamente no 
ordenamento jurídico penal deve ser punida. Imagine, por exemplo, que 
Tício chega em casa e percebe que há um bandido com uma arma, prestes 
a assassinar sua esposa. Diante de tal fato, pega sua arma e mata o 
invasor. 
Nesta situação, podemos dizer que Tício deve ser punido? Claro que não, 
pois a conduta dele é aceitável. 
STJ - REsp 911.756/RS – 17/04/2008 
 
1. Cinge-se a controvérsia à configuração ou não de crime impossível 
na hipótese em que o agente, ao tentar sair do estabelecimento 
comercial com produtos pertencentes a este, é detido por seguranças, 
em decorrência da suspeita de funcionários da empresa. 
2. No caso dos autos, o fato de o agente ter sido vigiado pelo 
segurança do estabelecimento não ilide, de forma absolutamente 
eficaz, a consumação do delito de furto, pois existiu o risco, ainda que 
mínimo, de que o agente lograsse êxito na consumação do furto e 
causasse prejuízo à vítima, restandofrustrado seu intento por 
circunstâncias alheias à sua vontade. 
3. Desta maneira, não se pode reconhecer, nesta situação, a 
configuração de crime impossível pela absoluta ineficácia do meio 
empregado, mas sim a tentativa de furto. O crime impossível somente 
se caracteriza quando o agente, após a prática do fato, jamais poderia 
consumar o crime pela ineficácia absoluta do meio empregado ou pela 
absoluta impropriedade do objeto material, nos termos do art. 17 do 
Código Penal. 
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O que ele deveria fazer? Deixar a esposa morrer? A resposta, obviamente, 
é negativa. 
Sendo assim, existem determinadas situações que excluem a ilicitude da 
conduta, e a elas, IMPORTANTÍSSIMAS PARA SUA PROVA, dá-se o 
nome de CAUSAS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE. 
Vamos estudá-las!!! 
 
3.4.2 CAUSAS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE 
 
A maioria das causas excludentes de ilicitude está presente no Código 
Penal. Estas causas recebem a denominação de LEGAIS e dividem-se em 
genéricas e específicas. 
As causas genéricas são aquelas presentes no artigo 23 do CP, as quais 
iremos estudar uma a uma. São elas: 
 
• ESTADO DE NECESSIDADE; 
• LEGÍTIMA DEFESA; 
• ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL; 
• EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO. 
 
As chamadas causas específicas, que não são de grande relevância para 
concursos públicos, são aquelas que estão previstas na parte especial do 
Código Penal e são referentes a delitos específicos, como no caso do artigo 
142 que versa sobre a injúria e a difamação. 
Observe: 
 
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: 
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte 
ou por seu procurador; 
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou 
científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou 
difamar; 
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em 
apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever 
do ofício. 
 
Além das causas legais, a doutrina e a jurisprudência vêm admitindo causas 
de exclusão da ilicitude que não encontram previsão direta em lei, 
conhecidas como supralegais. 
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Na verdade, aqui não se trata de uma atuação extralegal, mas de uma 
extensão das normas, pois, nas lições de Mezger, “Nenhuma lei esgota a 
totalidade do direito”. 
Para os que admitem as causas supralegais, a que é aceita por todos e 
importa para sua PROVA diz respeito ao consentimento do ofendido. 
Sendo assim, um indivíduo que faz uma tatuagem em outro não comete 
lesão corporal, pois está amparado no consentimento do ofendido como 
causa supralegal de exclusão da ilicitude. 
Do exposto, podemos resumir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4.3 ESTADO DE NECESSIDADE 
 
Estado de necessidade é o sacrifício de um interesse juridicamente 
protegido para salvar de perigo atual e inevitável o direito do próprio agente 
ou de terceiros. 
É causa de exclusão de ilicitude, desde que outra conduta, nas 
circunstâncias reais, não fosse razoável exigir. 
Existem duas teorias adotadas mundialmente quanto ao Estado de 
Necessidade. Uma delas é a chamada "Teoria Unitária", adotada no Brasil, 
que determina um Estado de necessidade excludente da antijuridicidade. A 
EXCLUDENTES 
DE ILICITUDE 
LEGAIS 
SUPRALEGAIS 
GENÉRICAS 
ESPECÍFICAS 
• ESTADO DE 
NECESSIDADE 
• LEGÍTIMA DEFESA 
• ESTRITO CUMPRIMENTO 
DO DEVER LEGAL 
• EXERCÍCIO REGULAR DO 
DIREITO 
PREVISTAS NA PARTE 
ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL. 
EXEMPLOS: Art. 128 / Art. 142 
/ Art. 146, parágrafo 3º. 
CONSENTIMENTO DO OFENDIDO 
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outra é conhecida por "Teoria Diferenciadora", segundo a qual o Estado de 
Necessidade ora exclui a antijuridicidade, ora a culpabilidade. 
 
 
 
 
Um exemplo de estado de necessidade amplamente tratado na doutrina é o 
dos dois náufragos que avistam uma tábua de madeira capaz de suportar o 
peso só de um indivíduo. Durante a “briga” pela madeira, A deixa B morrer 
afogado a fim de se salvar. Neste caso, podemos dizer que A agiu em 
estado de necessidade. 
Perceba que no estado de necessidade não há, como vemos, uma agressão 
a um direito, mas um choque, em que alguém, na defesa de direito próprio 
ou alheio, se vê na contingência de praticar fato considerado criminoso, a 
fim de salvá-lo de perigo atual e iminente que não provocou por sua 
vontade, não sendo justo exigir-se o sacrifício desse direito. 
Encontra-se disposto no artigo 24 do Código Penal, nos seguintes termos: 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o 
fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua 
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, 
cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever 
legal de enfrentar o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito 
ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. 
 
3.4.3.1 REQUISITOS 
 
A análise do artigo supracitado revela a existência de dois momentos 
distintos QUE DEVEM SER SOMADOS para a correta verificação da 
ocorrência do estado de necessidade. São eles: 
 
1. Situação de Necessidade � Que depende de: 
 
• PERIGO ATUAL; 
• PERIGO NÃO PROVOCADO VOLUNTARIAMENTE; 
• AMEAÇA A DIREITO PRÓPRIO OU ALHEIO; 
• AUSÊNCIA DE DEVER LEGAL DE ACEITAR O PERIGO. 
PARA A SUA PROVA, O IMPORTANTE É VOCÊ SABER QUE O BRASIL 
ADOTA A TEORIA UNITÁRIA E QUE O ESTADO DE NECESSIDADE É 
EXCLUDENTE DE ILICITUDE (OU ANTIJURIDICIDADE). 
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2. Fato necessitado � A conduta típica em face do perigo tem como 
requisitos: 
 
• INEVITABILIDADE DO PERIGO POR OUTRO MODO; 
• PROPORCIONALIDADE. 
 
3.4.3.2 SITUAÇÃO DE NECESSIDADE 
 
• Existência de perigo atual � Perigo é a exposição do bem 
jurídico a uma situação de probabilidade de dano. Sua origem pode 
vir de um fato da natureza, de seres irracionais (como um 
cachorro) ou mesmo da atividade humana. 
Atual é o que está acontecendo, é o perigo concreto, imediato, não 
se admitindo o uso de tal excludente quando se trata de perigo 
remoto, ou seja, de perigo passado. 
 
• Proteção de direito próprio ou alheio � É necessário que o 
bem a ser salvo esteja protegido pelo ordenamento jurídico, pois, 
do contrário, não poderá alegar estado de necessidade. Exemplo: 
Um preso não pode matar o carcereiro sob o pretexto de exercício 
do seu direito de liberdade. 
 
• Perigo não provocado voluntariamente � A pessoa que deu 
origem ao perigo não pode invocar a excludente para sua própria 
proteção, pois seria injusto e despropositado. É o caso, por 
exemplo, do indivíduo que põe fogo em uma lancha por 
imprudência e depois mata o outro viajante afogado a fim de ficar 
com a única bóia existente. 
 
•Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo � Deve 
inexistir o dever legal de enfrentar o perigo, pois caso a lei o 
determine, este deve tentar salvar o bem ameaçado sem destruir 
qualquer outro, mesmo que para isso tenha que correr os riscos 
inerentes à sua função. 
Exemplificativamente, não pode um bombeiro, para salvar um 
morador de uma casa em chamas, destruir a residência vizinha, 
quando possível fazê-lo de forma menos lesiva, ainda que mais 
arriscada à sua pessoa. 
 
 
 
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3.4.3.3 FATO NECESSITADO 
 
• Inevitabilidade do perigo ��� Somente se admite o sacrifício do 
bem quando o perigo for inevitável, bem como seja necessário a 
lesão a bem jurídico de outrem para escapar da situação perigosa. 
Exemplo: Se para fugir do ataque de um boi bravio de 
R$500.000,00 o agende puder facilmente pular uma cerca, não 
está autorizado a matar o animal. 
 
• Proporcionalidade do sacrifício ��� Exige que o agente aja de 
acordo com a razoabilidade do sacrifício, ou seja, deve-se buscar 
sacrificar um bem de menor importância para salvar um bem de 
maior ou igual valor. Exemplo: Entre uma vida e o patrimônio, 
sacrifica-se o patrimônio. 
Mas e se o indivíduo, visando proteger bem próprio ou de terceiro, 
sacrifica outro bem jurídico de maior valor? 
Neste caso, não há exclusão do crime. É mantida a tipicidade, mas 
é possível a diminuição de pena nos termos do parágrafo 2º do 
artigo 23: 
 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do 
direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a 
dois terços. 
 
Observe que no supra dispositivo legal não há OBRIGATORIEDADE 
da diminuição de pena, mas simplesmente a POSSIBILIDADE do 
magistrado, avaliando o caso, aplicar tal redução. 
 
3.4.4 LEGÍTIMA DEFESA 
A legítima defesa é a segunda causa de exclusão da antijuridicidade 
prevista pelo artigo 23 do Código Penal, e está regulada no artigo 25 do 
mesmo ordenamento: 
 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando 
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, 
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
 
Segundo NUCCI, “é a defesa necessária empreendida contra agressão 
injusta, atual ou iminente, contra direito próprio ou de terceiro, usando, 
para tanto, moderadamente, os meios necessários.” 
E continua: 
NÃO ME 
MATE!!! 
PULE A 
CERCA! 
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“Valendo-se da legítima defesa, o indivíduo consegue repelir as agressões a 
direito seu ou de outrem, substituindo a atuação da sociedade ou do 
Estado, que não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, através 
dos seus agentes. A ordem jurídica precisa ser mantida, cabendo ao 
particular assegurá-la de modo eficiente e dinâmico”. 
A análise do artigo 25 revela que a legítima defesa deve atender, 
CUMULATIVAMENTE, aos seguintes requisitos: 
 
• AGRESSÃO INJUSTA; 
• AGRESSÃO ATUAL OU IMINENTE; 
• DEFESA DE DIREITO PRÓPRIO OU ALHEIO; 
• REAÇÃO COM OS MEIOS NECESSÁRIOS; 
• USO MODERADO DOS MEIOS NECESSÁRIOS. 
 
Resumindo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4.4.1 AGRESSÃO INJUSTA 
 
Agressão é o comportamento humano capaz de gerar lesão ou provocar 
um perigo concreto dano. Trata-se de atividade exclusiva do ser 
humano, não podendo ser efetuada por um animal, por exemplo. 
Sendo assim, se um indivíduo é atacado por um animal e o mata, regra 
geral, pode ser caracterizado o estado de necessidade, mas não a 
legítima defesa. 
Dito isto, pergunto: Imagine que Tício faz um treinamento intensivo para 
que seu cachorro aprenda a atacar os outros quando ordenado. Em 
determinado momento, ao encontrar Mévio, ordena ao cão o ataque. 
Mévio, utilizando seu canivete, mata o cachorro. Neste caso, está 
caracterizado o estado de necessidade ou a legítima defesa? 
REQUISITOS 
DA LEGÍTIMA 
DEFESA 
AGRESSÃO 
REAÇÃO 
INJUSTA 
ATUAL OU IMINENTE 
CONTRA DIREITO 
PRÓPRIO OU ALHEIO 
EMPREGO DOS MEIOS 
NECESSÁRIOS 
USO MODERADO DOS 
MEIOS 
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Para esta situação particular, temos a LEGÍTIMA DEFESA, pois Tício 
utiliza o cachorro como se fosse uma arma e obriga Mévio a repelir 
injusta agressão. 
 
3.4.4.2 AGRESSÃO ATUAL OU IMINENTE 
 
A agressão humana injusta e real deve ser marcada pela atualidade ou 
pela iminência. Significa que a mesma deverá estar ocorrendo ou prestes 
a acontecer, e nunca quando já terminada. 
Aqui encontramos uma diferença com relação ao dispositivo que trata do 
estado de necessidade. Neste, temos a obrigatoriedade do perigo ATUAL, 
enquanto na legítima defesa pode ser ATUAL ou iminente. 
 
3.4.4.3 AGRESSÃO ATUAL OU IMINENTE 
 
A ação de defesa promovida em face da agressão deve ser praticada com 
vontade de defesa. Isto indica a intenção do agredido de se defender ou 
de defender um bem jurídico de terceiro. 
Agora me responda: A vida é um bem jurídico? Claro que sim... Sendo 
assim, imagine que Tício, médico, percebe que Mévio vai injetar uma 
quantidade tão grande de drogas que facilmente o levaria a morte. Visto 
isso, tentando impedir a situação, bate em Mévio a fim de que este 
desmaie e deixe de ingerir a substância. Neste caso, está configurada a 
LEGÍTIMA DEFESA? 
A resposta é POSITIVA, pois Tício está defendendo um bem jurídico de 
terceiro (A VIDA) que no momento sofre agressão. 
 
3.4.4.4 REAÇÃO COM OS MEIOS NECESSÁRIOS 
 
Meios necessários são todos aqueles suficientes a repulsa da agressão 
injusta que está ocorrendo ou prestes a ocorrer. 
Ensina a doutrina majoritária que os meios necessários, além de 
suficientes, devem estar disponibilizados no momento da agressão, 
existindo, em todo caso, a observância da proporcionalidade entre o bem 
jurídico a que se visa resguardar e a repulsa contra o agressor. 
Se um indivíduo joga uma pedra e como resposta obtêm um tiro de 
bazuca na testa, obviamente que não há proporcionalidade. 
Corroborando tal posicionamento, vem a calhar a opinião sempre 
abalizada do professor Heleno Cláudio Fragoso: “Empregar 
moderadamente os meios necessários significa usar os meios 
disponíveis, na medida em que são necessários para repelir a agressão. 
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Deverão aqui considerar-se as circunstâncias em que a agressão se fez, 
tendo-se em vista a sua gravidade e os meios de que o agente podia 
dispor.” 
É importante ressaltar que o meio necessário, desde que seja o único 
disponível ao agente para repelir a agressão, pode ser desproporcional 
em relação a ela, se empregado MODERADAMENTE. É o caso, por 
exemplo, do indivíduo que, ao ser atacado com uma barra de ferro, 
utiliza uma arma de fogo, meio de defesa que estava ao seu alcance. 
 
3.4.4.5 USO MODERADO DOS MEIOS NECESSÁRIOS 
 
Além do emprego do meio adequado, é imprescindível que se faça o uso 
com moderação, a fim de não se incorrer no chamado excesso de 
legítima defesa. 
 
3.4.4.6 LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA(IMAGINÁRIA) 
 
É aquela em que, devido a um erro, o agente acredita existir injusta 
agressão, atual ou iminente a direito seu ou de outrem. 
É o exemplo mais do que já tratado em que Mévio coloca a mão no bolso 
para pegar um lenço e Tício, achando que ele vai retirar uma arma, 
efetua disparos. 
Neste caso, NÃO OCORRE A EXCLUSÃO DA ILICITUDE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4.5 ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL 
 
Diferentemente do que fez com o "estado de necessidade" e com a "legítima 
defesa", o Código Penal não definiu o conceito de "estrito cumprimento de 
dever legal", limitando-se a dizer que: 
 
LEGÍTIMA DEFESA REAL X LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA 
 A LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA, TECNICAMENTE, NÃO CARACTERIZA LEGÍTIMA 
DEFESA, ISTO É, CAUSA DE EXCLUSÃO DA ANTIJURIDICIDADE. 
NA VERDADE, A DENOMINADA LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA CARACTERIZA 
ERRO DE TIPO, OU SEJA, O AGENTE TEM UMA FALSA PERCEPÇÃO DA 
REALIDADE QUE FAZ COM QUE O MESMO PENSE QUE ESTÁ AGINDO EM UMA 
SITUAÇÃO DE LEGÍTIMA DEFESA, QUANDO, DE FATO, NÃO ESTÁ SOFRENDO 
AGRESSÃO ALGUMA. 
A LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA EXCLUIRÁ O DOLO, ISTO É, O FATO TÍPICO, 
MAS NÃO A ANTIJURIDICIDADE DA CONDUTA. 
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Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato: [...] 
III – em estrito cumprimento de dever legal... 
 
Sua conceituação, porém, é dada pela doutrina, como, por exemplo, 
Fernando Capez, que assim define o estrito cumprimento do dever legal: "É 
a causa de exclusão da ilicitude que consiste na realização de um fato 
típico, por força do desempenho de uma obrigação imposta por lei, nos 
exatos limites dessa obrigação". Em outras palavras, a lei não pode punir 
quem cumpre um dever que ela impõe. 
Dentro desse conceito, importante atentar para duas expressões: "dever 
legal" e "cumprimento estrito". 
O que vem a ser "dever legal"? 
Como a própria expressão sugere, é uma obrigação imposta por lei, 
significando que o agente, ao atuar tipicamente, não faz nada mais do que 
cumprir uma obrigação. 
Mas para que esta conduta, embora típica, seja lícita, é necessário que esse 
dever derive, direta ou indiretamente, de "lei". 
O que significa, por sua vez, o "cumprimento estrito"? 
Quando a lei impõe determinada obrigação, existem limites, parâmetros, 
para que tal obrigação seja cumprida, isto é, a lei só obriga ou impõe dever 
até certo ponto e o agente obrigado só dever proceder até esse exato limite 
imposto pela lei. 
Dessa forma, exige-se que o agente tenha atuado dentro dos rígidos limites 
do que obriga a lei ou determina a ordem que procura executar o comando 
legal. Fora desses limites, desaparece a excludente, surgindo, então, o 
abuso ou excesso. 
Exemplo clássico de estrito cumprimento de dever legal é o do policial que 
priva o fugitivo de sua liberdade ao prendê-lo em flagrante. Nesse caso, o 
policial não comete crime de constrangimento ilegal ou abuso de 
autoridade, por exemplo, pois que ao presenciar uma situação de flagrante 
delito, a lei obriga que o policial efetue a prisão do respectivo autor, 
preenchido, portanto, o requisito do dever legal. 
Por outro lado, é necessário também que o policial se limite a cumprir 
exatamente o que a lei lhe impõe, isto é, que o cumprimento desse dever 
cinja-se estritamente ao imposto por tal lei. 
Assim, basta que o policial prenda o agente flagrado, privando sua 
liberdade. Haveria abuso ou excesso se o policial, depois de contido o 
sujeito, continuasse desnecessariamente a fazer uso da força ou de ofensas 
físicas contra aquele. 
Outro exemplo tradicional é o do oficial de justiça que retira da casa de 
alguém objetos de sua propriedade em cumprimento de mandado de 
penhora contra aquela pessoa. Ora, por um lado, há o dever legal de assim 
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agir, pois que o mandado judicial entregue ao oficial de justiça impõe-lhe o 
dever de cumpri-lo, não havendo, portanto, crime de roubo, embora a 
conduta seja típica. 
Da mesma forma, necessário que o oficial de justiça permaneça nos limites 
rígidos do que lhe impôs o mandado. 
Assim, haveria o excesso por parte do servidor se, por exemplo, além da 
penhora e seqüestro de um quadro valioso, de propriedade do executado, 
aquele resolvesse penhorar e seqüestrar também outro bem do executado 
não relacionado no "mandado judicial", apenas por imaginar que 
futuramente teria que voltar àquela residência para fazer "reforço de 
penhora". 
 
3.4.5.1 ELEMENTO SUBJETIVO 
 
Assim como as demais excludentes de ilicitude, o estrito cumprimento do 
dever legal exige que o agente tenha consciência de que age sob essa 
causa de justificação. 
Em outras palavras, é preciso que o agente que praticou a conduta típica 
tenha atuado querendo praticá-la, mas com a consciência de que 
cumpria um dever imposto pela lei. 
Dessa forma, se, por exemplo, o delegado de polícia, querendo vingar-se 
de seu desafeto, prende-o sem qualquer justificativa, amedrontando-o 
pelo fato de "ser delegado" e descobre, posteriormente, que já existia 
mandado de prisão preventiva contra aquele cidadão, cabendo a ele, 
delegado, cumpri-lo, nem por isso sua conduta deixa de ser criminosa, 
porque atuou sem a consciência e sem a intenção de cumprir o seu 
dever. 
É pela necessidade desses elementos subjetivos que não é possível a 
ocorrência do estrito cumprimento de dever legal na prática de condutas 
típicas culposas, mas apenas em condutas dolosas. Aliás, todas as 
excludentes de ilicitude só podem ser verificadas em crimes dolosos. 
 
3.4.5 EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO 
 
Trataremos agora da última excludente de ilicitude, presente no final do 
artigo 23 do CP nos seguintes termos: 
 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: [...] 
III – [...] no exercício regular de direito. 
 
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O exercício regular de direito pressupõe uma faculdade de agir atribuída, 
regra geral, pelo ordenamento jurídico a alguma pessoa, pelo que a prática 
de uma ação típica não configuraria um ilícito. 
Mirabete cita como exemplos de exercício regular de direito: 
 
• A correção dos filhos por seus pais; 
• Prisão em flagrante por particular; 
• No expulsar, quando da invasão da propriedade. 
 
Em qualquer caso, não se pode ultrapassar os limites que a ordem jurídica 
impõe ao exercício do direito. Caso os pais, a pretexto de corrigir os filhos, 
incorram em maus-tratos, responderão pelo crime. 
 
3.4.5.1 OFENDÍCULOS 
 
Ofendículos são aparatos defensivos da 
propriedade (cacos de vidro no muro, cercas de 
arame farpado, maçanetas eletrificadas etc.). 
Embora sejam considerados, por parte da 
doutrina, como legítima defesa, são, na verdade, 
exercício regular de um direito, pois faltaria o 
elemento subjetivo da defesa à agressão. 
Também se consideram exercício regular de direito as lesões ocorridas 
na prática de esportes violentos, desde que toleráveis e dentro das 
regras do esporte. 
 
3.4.6 ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL X EXERCÍCIO 
REGULAR DO DIREITO 
 
Sabemos que tanto o estrito cumprimento de dever legal quanto o exercício 
regular do direito são causas excludentesde ilicitude. Todavia, estes dois 
importantes institutos do Direito Penal possuem diferenças claras. São elas: 
 
DIFERENCIAÇÕES 
ESTRITO CUMPRIMENTO DO 
DEVER LEGAL 
EXERCÍCIO REGULAR DO 
DIREITO 
NATUREZA 
COMPULSÓRIA ��� O AGENTE 
ESTÁ OBRIGADO A CUMPRIR O 
MANDAMENTO LEGAL 
FACULTATIVA ��� O 
AGENTE ESTÁ 
AUTORIZADO A AGIR PELO 
ORDENAMENTO JURÍDICO, 
MAS A ELE PERTENCE A 
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OPÇÃO DE EXERCER O 
DIREITO ASSEGURADO. 
ORIGEM 
O DEVER DE AGIR TEM ORIGEM 
EXCLUSIVAMENTE NA LEI 
O DIREITO CUJO EXER-
CÍCIO SE AUTORIZA PODE 
ADVIR DA LEI, DE REGU-
LAMENTOS E, PARA PARTE 
DA DOUTRINA, ATÉ MES-
MO DOS COSTUMES. 
 
3.4.7 LEGÍTIMA DEFESA X ESTADO DE NECESSIDADE 
 
Dentre as várias questões que aparecem em PROVA exigindo o 
conhecimento das causas excludentes de ilicitude, sem dúvida, uma que 
disputa a preferência dos examinadores é a que tenta confundir os 
candidatos com os conceitos de legítima defesa e estado de necessidade. 
Para que você não erre em prova, vou apresentar essas diferenças neste 
tópico a fim de que você não se confunda. Vamos começar: 
 
AA)) NNOO EESSTTAADDOO DDEE NNEECCEESSSSIIDDAADDEE,, HHÁÁ UUMM CCOONNFFLLIITTOO EENNTTRREE 
DDOOIISS BBEENNSS JJUURRÍÍDDIICCOOSS EEXXPPOOSSTTOOSS AA PPEERRIIGGOO;; NNAA 
LLEEGGÍÍTTIIMMAA DDEEFFEESSAA,, UUMMAA RREEPPUULLSSAA AA AATTAAQQUUEE;; 
 
BB)) NNOO EESSTTAADDOO DDEE NNEECCEESSSSIIDDAADDEE,, OO BBEEMM JJUURRÍÍDDIICCOO ÉÉ 
EEXXPPOOSSTTOO AA PPEERRIIGGOO;; NNAA LLEEGGÍÍTTIIMMAA DDEEFFEESSAA,, OO DDIIRREEIITTOO 
SSOOFFRREE UUMMAA AAGGRREESSSSÃÃOO AATTUUAALL OOUU IIMMIINNEENNTTEE;; 
 
CC)) NNOO EESSTTAADDOO DDEE NNEECCEESSSSIIDDAADDEE,, OO PPEERRIIGGOO PPOODDEE OOUU NNÃÃOO 
AADDVVIIRR DDAA CCOONNDDUUTTAA HHUUMMAANNAA;; NNAA LLEEGGÍÍTTIIMMAA DDEEFFEESSAA,, AA 
AAGGRREESSSSÃÃOO SSÓÓ PPOODDEE SSEERR PPRRAATTIICCAADDAA PPOORR PPEESSSSOOAA 
HHUUMMAANNAA;; 
 
DD)) NNOO EESSTTAADDOO DDEE NNEECCEESSSSIIDDAADDEE,, AA CCOONNDDUUTTAA PPOODDEE SSEERR 
DDIIRRIIGGIIDDAA CCOONNTTRRAA TTEERRCCEEIIRROO IINNOOCCEENNTTEE;; NNAA LLEEGGÍÍTTIIMMAA 
DDEEFFEESSAA,, SSOOMMEENNTTEE CCOONNTTRRAA OO AAGGRREESSSSOORR;; 
 
EE)) NNOO EESSTTAADDOO DDEE NNEECCEESSSSIIDDAADDEE,, AA AAGGRREESSSSÃÃOO NNÃÃOO 
PPRREECCIISSAA SSEERR IINNJJUUSSTTAA;; NNAA LLEEGGÍÍTTIIMMAA DDEEFFEESSAA,, PPOORR 
OOUUTTRROO LLAADDOO,, SSÓÓ EEXXIISSTTEE SSEE HHOOUUVVEERR IINNJJUUSSTTAA AAGGRREESSSSÃÃOO 
((EEXXEEMMPPLLOO:: DDOOIISS NNÁÁUUFFRRAAGGOOSS DDIISSPPUUTTAANNDDOO AA TTÁÁBBUUAA DDEE 
SSAALLVVAAÇÇÃÃOO.. UUMM AAGGRRIIDDEE OO OOUUTTRROO PPAARRAA FFIICCAARR CCOOMM EELLAA,, 
MMAASS NNEENNHHUUMMAA AAGGRREESSSSÃÃOO ÉÉ IINNJJUUSSTTAA)).. 
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3.5 EXCESSO 
 
Há determinadas situações nas quais o agente, baseado em uma excludente 
de ilicitude, age com excesso, ou seja, ultrapassa as barreiras do aceitável. 
Sendo assim, o Código Penal, depois de apresentar as excludentes de ilicitude, 
dispõe, no parágrafo único do artigo 23, que: 
 
Art.23[...] 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste 
artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. 
 
A expressão “em qualquer das hipóteses deste artigo” indica a penalização do 
excesso, doloso ou culposo, em todas as causas legais genéricas de exclusão 
de ilicitude. Podemos exemplificar: 
 
• EXCESSO NO ESTADO DE NECESSIDADE � O indivíduo, tentando 
fugir do ataque de um cão feroz, quebra o vidro de um carro, quando 
podia resguardar-se em uma casa que tinha à sua disposição. 
O excesso no estado de necessidade recai na expressão “nem podia de 
outro modo evitar”, presente no artigo 24 do CP. 
 
• EXCESSO NA LEGÍTIMA DEFESA � Mévio, começa a jogar pedras em 
Tício. Este por sua vez, pega a arma e efetua 14 disparos sendo 05 na 
cabeça. 
O excesso na legítima defesa ocorre quando o agente utiliza meios 
desnecessários ou emprega os meios sem moderação. 
 
• EXCESSO NO ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL � Tício, 
policial, usa a força para prender Mévio e continua agredindo o agente 
depois de preso. 
O excesso no estrito cumprimento do dever legal resulta da não 
observância, pelo agente, dos limites definidos pela lei. 
 
• EXCESSO NO EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO � Tício, visando à 
boa educação de seu filho, Mévio, resolve, no exercício regular do direito 
de corrigir o comportamento da criança, utilizar uma barra de ferro a 
título de castigo físico. 
O excesso no exercício regular de direito decorre da utilização abusiva do 
direito consagrado pelo ordenamento jurídico. 
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Do exposto até agora, podemos resumir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.5.1 ESPÉCIES DE EXCESSO 
 
• DOLOSO OU CONSCIENTE ��� É o excesso voluntário. O agente 
dolosamente extrapola os limites legais. É o caso, por exemplo, de um 
indivíduo que desarma um bandido e, posteriormente, com o ladrão já 
imobilizado, dispara dois tiros em sua cabeça. 
 
• CULPOSO OU INCONSCIENTE ��� É o excesso que deriva de culpa 
(negligência, imperícia ou imprudência) em relação à moderação e, para 
alguns doutrinadores, também quanto à escolha dos meios necessários. 
O agente, assim, responde por crime culposo. Exemplo: Tício, visando 
defender-se de tapas efetuados por uma mulher, empurra Mévia que 
tropeça, cai e bate com a cabeça, vindo a falecer. 
 
Para finalizar, observe o que o STF dispõe sobre o tema: 
 
"Depois da Reforma Penal em 1984, segundo o parágrafo único do 
art. 23 do CP, o agente responderá pelo excesso doloso ou culposo 
em qualquer das causas de exclusão de ilicitude. 
Desde então, tornou-se obrigatório o questionamento do excesso 
doloso ou culposo, sempre que o Conselho de Sentença negar, na 
excludente da legítima defesa, o uso dos meios necessários ou a 
moderação no emprego dos meios. 
Pela ordem de precedência, questiona-se em primeiro lugar o 
excesso doloso, porquanto o Júri, até ali, negou a legítima defesa, 
EXCESSO 
• NO ESTADO DE NECESSIDADE, RECAI NA EXPRESSÃO “NEM PODIA DE 
OUTRO MODO EVITAR”. 
• NA LEGÍTIMA DEFESA, OCORRE QUANDO O AGENTE UTILIZA MEIOS 
DESNECESSÁRIOS OU EMPREGA OS MEIOS SEM MODERAÇÃO. 
• NO ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL, RESULTA DA NÃO 
OBSERVÂNCIA, PELO AGENTE, DOS LIMITES DEFINIDOS PELA LEI. 
• NO EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO, DECORRE DO EXERCÍCIO 
ABUSIVO DO DIREITO CONSAGRADO PELO ORDENAMENTO JURÍDICO. 
 
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prevalecendo ainda a prática do fato criminoso a título de dolo, pois 
ação é única. Respondido afirmativamente, estará o réu condenado 
por crime doloso. 
Negado, questiona-se o excesso culposo. Negado ambos, o réu 
estará absolvido, pois o Júri reconheceu o excessocasual. Se o Juiz 
Presidente deixa de questionar o excesso doloso, indagando apenas 
o excesso culposo, ocorrerá nulidade por deficiência dos quesitos, 
independentemente de protesto no momento próprio, pois se trata 
de quesito obrigatório. Tem incidência a Súmula 156 do STF" (nº 
697023711, Rel. Des. Danúbio Edon Franco. j. 25.6.97, DJ 8.8.97, 
p. 31).” 
************************************************************ 
 
Parabéns! Chegamos ao término de mais uma aula. 
 
Para complementar o seu aprendizado, apresento abaixo um resumo sobre 
os principais temas abordados até agora (Teoria do Crime). 
 
Abraços e bons estudos, 
 
Pedro Ivo 
 
"Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo." 
(José Saramago) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
TEORIA GERAL DO CRIME 
01) Sujeito ativo do crime: É quem pratica o fato descrito na norma penal 
incriminadora; só o Homem possui a capacidade para delinqüir. 
02) Capacidade penal: É o conjunto das condições exigidas para que um 
sujeito possa tornar-se titular de direitos ou obrigações no campo de Direito 
Penal. 
03) Sujeito passivo do crime: É o titular do interesse cuja ofensa constitui a 
essência do crime. 
04) Objeto do delito: É aquilo contra que se dirige a conduta humana que o 
constitui. 
05) Crimes comuns e especiais: Comuns são os descritos no Direito Penal 
comum; especiais, os definidos no Direito Penal especial. 
06) Crimes comuns e próprios: Comum é o que pode ser praticado por 
qualquer pessoa; Ex: furto, estelionato, homicídio, etc.; 
Crime próprio é o que só pode ser cometido por uma determinada categoria de 
pessoas, pois pressupõe no agente uma particular condição ou qualidade 
pessoal. Ex: Crimes praticados por funcionários contra a Administração 
Pública. 
07) Crimes materiais, formais e de mera conduta: Os crimes materiais, 
formais e de mera conduta são assim classificados em relação ao seu 
resultado. 
Crime material é aquele em que há necessidade de um resultado externo à 
ação, descrito na lei, e que se destaca lógica e cronologicamente da conduta 
(ex.: no homicídio: morte). 
Crime formal é aquele em que não há necessidade de realização daquilo que é 
pretendido pelo agente e o resultado jurídico previsto no tipo ocorre em 
concomitância com o desenrolar da conduta (ex: no delito de ameaça, a 
consumação dá-se com a prática do fato, não se exigindo que a vítima 
realmente fique intimidada; no de injúria, é suficiente que ela exista, 
independentemente da reação psicológica do indivíduo). 
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No crime de mera conduta, a lei não exige qualquer resultado naturalístico, 
contentando-se com a ação ou omissão do agente. Em outras palavras, o 
crime é classificado como sendo de mera conduta quando não é relevante o 
resultado material (ex.: violação de domicílio, ato obsceno, omissão de 
notificação de doença e a maioria das contravenções). 
08) Crimes comissivos: São os praticados mediante ação; o sujeito faz 
alguma coisa. 
09) Crimes omissivos: São os praticados mediante inação; o sujeito deixa de 
fazer alguma coisa; podem ser: 
a) omissivos próprios: São os que se perfazem com a simples abstenção da 
realização de um ato, independentemente de um resultado posterior. 
b) omissivos impróprios: São aqueles em que o sujeito, mediante uma 
omissão, permite a produção de um resultado posterior, que os condiciona. 
10) Crimes permanentes: São os que causam uma situação danosa ou 
perigosa que se prolonga no tempo; o momento consumativo se protrai no 
tempo. Ex: Sequestro, cárcere privado; 
11) Crime continuado: Diz-se que há crime continuado quando o agente, 
mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da 
mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e 
outras semelhantes, devem os subseqüentes ser tidos como continuação do 
primeiro . 
12) Crimes habitual e profissional: Habitual é a reiteração da mesma 
conduta reprovável, de forma a constituir um estilo ou hábito de vida. Ex: 
curandeirismo. 
13) Elementos do fato típico (de forma geral): Para a integração do fato 
típico, concorre, primeiramente, uma ação ou omissão, uma vez que, 
consistindo na violação de um preceito legal, supõe um comportamento 
humano; 
A ação humana, porém, não é suficiente para compor o primeiro requisito do 
crime; é necessário um resultado; 
Todavia, entre a conduta e o resultado se exige uma relação de causalidade; 
finalizando, para que um fato seja típico, é necessário que os elementos acima 
expostos estejam descritos como crime. 
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Resumindo: 
Elementos do fato típico: 
1-Conduta - é toda ação humana ou omissão consciente e dirigida a uma 
finalidade; dolosa ou culposa. A princípio, pune-se apenas quando há vontade 
(dolo), porém, como exceção, pune-se quando não há vontade, mas há 
negligência. 
2-Nexo Causal - é a relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado; 
3-Resultado - é a modificação do mundo exterior causada pela conduta. 
4-Tipicidade - é a correspondência exata, a adequação perfeita entre o fato 
natural, concreto e a descrição contida na norma penal incriminadora. 
14) Tipo: É o conjunto dos elementos descritivos do crime contidos na lei 
penal; varia segundo o crime considerado. 
Crime Doloso 
 15) Conceito: Dolo é a vontade de concretizar as características objetivas do 
tipo; constitui elemento subjetivo do tipo (implícito). 
16) Elementos do dolo: Presentes os requisitos da consciência e da vontade, 
o dolo possui os seguintes elementos: 
a) consciência da conduta e do resultado; 
b) consciência da relação causal objetiva entre a conduta e o resultado; 
c) vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. 
17) Dolo direto e indireto: No dolo direto, o sujeito visa a certo e 
determinado resultado. Ex: o agente desfere golpes de faca na vítima com 
intenção de matá-la, projetando-se de forma direta no resultado morte; 
Há dolo indireto quando a vontade do sujeito não se dirige a certo e 
determinado resultado; possui duas formas: 
a) dolo alternativo: quando a vontade do sujeito se dirige a um outro 
resultado; ex: o agente desfere golpes de faca na vítima com intenção 
alternativa de ferir ou matar; 
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b) dolo eventual: ocorre quando o sujeito assume o risco de produzir o 
resultado, isto é, admite e a aceita o risco de produzi-lo. 
18) Dolo genérico e específico: dolo genérico é a vontade de realizar fato 
descrito na norma penal incriminadora; dolo específico é a vontade de praticar 
o fato e produzir um fim especial. 
Crime Culposo 
 19) Noção: Quando se diz que a culpa é elemento do tipo, faz-se referência à 
inobservância do dever de diligência; 
A todos no convívio social é determinada a obrigação de realizar condutas de 
forma a não produzir danos a terceiros; é o denominado cuidado objetivo. A 
conduta torna-setípica a partir do instante em que não se tenha manifestado o 
cuidado necessário nas relações com outrem, ou seja, a partir do instante em 
que não corresponda ao comportamento que teria adotado uma pessoa dotada 
de discernimento e prudência, colocada nas mesmas circunstâncias que o 
agente. 
A inobservância do cuidado necessário objetivo é o elemento do tipo. 
20) Elementos do fato típico culposo: São seus elementos a conduta 
humana e voluntária de fazer ou não fazer, a inobservância do cuidado 
objetivo manifestada através da imprudência, negligência ou imperícia, a 
previsibilidade objetiva, a ausência de previsão, o resultado involuntário, o 
nexo de causalidade e a tipicidade. 
21) Imprudência: É a prática de um fato perigoso; ex: dirigir veículo em rua 
movimentada com excesso de velocidade. 
22) Negligência: É a ausência de precaução ou indiferença em relação ao ato 
realizado; ex: deixar arma de fogo ao alcance de uma criança. 
23) Imperícia: É a falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão. 
24) Culpa consciente e inconsciente: Na inconsciente, o resultado não é 
previsto pelo agente, embora previsível; é a culpa comum que se manifesta 
pela imprudência, negligência ou imperícia. 
Na consciente, o resultado é previsto pelo sujeito, que espera levianamente 
que não ocorra ou que pode evitá-lo. 
25) Culpa própria e imprópria: Culpa própria é a comum, em que o 
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resultado não é previsto, embora seja previsível; nela, o agente não quer o 
resultado nem assume o risco de produzi-lo; na imprópria, o resultado é 
previsto e querido pelo agente, que labora em erro de tipo inescusável ou 
vencível. 
26) Compensação e concorrência de culpas: A compensação de culpas é 
incabível em matéria penal; não se confunde com a concorrência de culpas; 
Suponha-se que 2 veículos se choquem num cruzamento, produzindo 
ferimentos nos motoristas e provando-se que agiram culposamente; trata-se 
de concorrência de culpas; os dois respondem por crime de lesão corporal 
culposa. 
Crime Preterdoloso 
 27) Conceito: Podemos conceituar como crime preterdoloso aquele em que 
há dolo na conduta inicial do agente e o resultado desta é diverso do almejado 
por este, em outras palavras, o agente ao agir dolosamente obtém um 
resultado lesivo diferente do almejado, mais gravoso - é o que ocorre quando 
o agente quer o mínimo de dano à vítima, contudo lhe causa dano desastroso, 
como, por exemplo, uma lesão corporal seguida de morte. Portanto, ao final, 
concluímos que nos crimes preterdolosos há um misto de dolo na conduta 
inicial e a culpa no resultado. 
 
Erro de Tipo 
 28) Conceito: É o que incide sobre as elementares ou circunstâncias da 
figura típica, sobre os pressupostos de fato de uma causa de justificação ou 
dados secundários da norma penal incriminadora. 
É o que faz o sujeito supor a ausência de elemento ou circunstância da figura 
típica incriminadora ou a presença de requisitos da norma permissiva. 
Ex: Sujeito dispara um tiro de revólver no que supõe ser uma animal bravio, 
vindo a matar um homem; o erro de tipo pode ser essencial e acidental. 
29) Efeito: O erro de tipo exclui sempre o dolo, seja evitável ou inevitável; 
como o dolo é elemento do tipo, a sua presença exclui a tipicidade do fato 
doloso, podendo o sujeito responder por crime culposo, desde que seja típica a 
modalidade culposa. 
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30) Descriminantes putativas: Ocorrem quando o sujeito, levado a erro 
pelas circunstâncias do caso concreto, supõe agir em face de uma causa 
excludente de ilicitude. 
É possível que o sujeito, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, 
suponha encontrar-se em face de estado de necessidade, de legítima defesa, 
de estrito cumprimento do dever legal ou do exercício regular de direito; 
quando isso ocorre, aplica-se o disposto no art. 20, § 1º, 1ª parte: “é isento de 
pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe 
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima”. 
31) Erro provocado por terceiro: Responde pelo crime o terceiro que 
determina o erro (20, § 2º). 
32) Erro sobre objeto: Ocorre quando o sujeito supõe que sua conduta recai 
sobre determinada coisa, sendo que na realidade incide sobre outra. É o caso 
do sujeito subtrair açúcar supondo tratar-se de farinha. 
33) Erro sobre pessoa: Ocorre quando há erro de representação, em face do 
qual o sujeito atinge uma pessoa supondo tratar-se da que pretendia ofender; 
ele pretende atingir certa pessoa, vindo a ofender outra inocente, pensando 
tratar-se da primeira. 
34) Erro na execução (aberratio ictus): Ocorre quando o sujeito, 
pretendendo atingir uma pessoa, vem a ofender outra. Há disparidade entre a 
relação de causalidade pretendida pelo agente e o nexo causal realmente 
produzido. Ele pretende que, em conseqüência de seu comportamento, seja 
produzido um resultado contra Antônio. Realiza a conduta e causa evento 
contra Pedro. 
Crime Consumado 
 35) Conceito: Determina o art. 14, I, do CP, que o crime se diz consumado 
quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
A noção da consumação expressa total conformidade do fato praticado pelo 
agente com a hipótese abstrata descrita pela norma penal incriminadora. 
36) A consumação nos crimes materiais: Nos crimes materiais, de ação e 
resultado, o momento consumativo é o da produção deste; assim, consuma-se 
o homicídio com a morte da vítima. 
37) Crimes culposos: A consumação ocorre com a produção do resultado; 
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assim, no homicídio culposo, o momento consumativo é aquele em que se 
verifica a morte da vítima. 
38) Crimes de mera conduta: A consumação se dá com a simples ação; na 
violação de domicílio, uma das formas de consumação é a simples entrada. 
39) Crimes formais: A consumação ocorre com a conduta típica 
imediatamente anterior à fase do evento, independentemente da produção do 
resultado descrito no tipo. 
40) Crimes permanentes: A consumação se protrai no tempo desde o 
instante em que se reúnem os seus elementos até que cesse o comportamento 
do agente. 
41) Crime omissivo próprio: Tratando-se de crime que se perfaz com o 
simples comportamento negativo (ou ação diversa), não se condicionando à 
produção de um resultado ulterior, o momento consumativo ocorre no instante 
da conduta. 
42) Crime omissivo impróprio: A consumação se verifica com a produção 
do resultado, visto que a simples conduta negativa não o perfaz, exigindo-se 
um evento naturalístico posterior. 
43) Iter Criminis: É o conjunto das fases pelas quais passa o delito; compõe-
se das seguintes etapas: 
a) cogitação; 
b) atos preparatórios; 
c) execução; 
d) consumação. 
Tentativa 
44) Conceito: É a execução iniciada de um crime que não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. Seus elementos são o início da 
execução e a não-consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
45) Tentativa perfeita e imperfeita: Quando o processo executório é 
interrompido por circunstâncias alheias à vontade do agente, fala-se em 
tentativa imperfeita ou tentativa propriamente dita.

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