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CRIME - NOÃÇOES INTRODUTÓRIAS - DIREITO USF 2015 -

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Prof. Claudiney ALBINO XAVIER
DIREITO – USF – MARÇO DE 2015
CRIME: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Conceito de crime
O conceito de crime é o ponto de partida para a compreensão dos principais institutos de Direito Penal. Embora aparentemente simples, a sua definição completa e pormenorizada apresenta questões complexas que acarreta várias consequencias ao estudo da matéria.
CRITÉRIO MATERIAL OU SUBSTANCIAL
De acordo com esse critério, crime é toda ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados.
Essa fórmula leva em conta a relevância do mal produzido aos interesses e valores selecionados pelo legislador como merecedores da tutela penal.Destina-se a orientar a formulação de políticas criminais, funcionando como vetor ao legislador.
Esse conceito de crime serve como fator de legitimação do Direito Penal em um Estado Democrático de Direito.
CRITÉRIO LEGAL
Segundo esse critério, o conceito de crime é o fornecido pelo legislador.
Em que pese o Código Penal não conter nenhum dispositivo estabelecendo o que se entende por crime, tal tarefa ficou a cargo do art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal (Decreto-lei 3.914, de 9/12/41), assim redigido:
“Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
A diferenciação é nítida. Quando o preceito secundário cominar pena de reclusão ou detenção teremos um crime. Por outro lado, não apresentar as palavras “reclusão” ou “detenção”, estará se referindo a uma contravenção penal, uma vez que a lei comina pena de prisão simples ou multa.
Critério analítico
É também chamado de formal ou dogmático, se funda nos elementos que compõem a estrutura do crime.
Basileu Garcia sustentava ser o crime composto por quatro elementos: fato típico, ilicitude, culpabilidade e punibilidade. Essa posição quadripartida é minoritária e deve ser afastada, pois a punibilidade não é elemento do crime, mas consequencia da sua prática.
Outros autores adotam uma posição tripartida, pela qual seriam elementos do crime: fato típico, ilicitude e culpabilidade. Quem aceita um conceito tripartido de crime tanto pode ser clássico como finalista.
FINALISMO PENAL
HANS WELZEL, criador do finalismo penal, definia o crime como o fato típico, ilícito e culpável: “O conceito de culpabilidade acrescenta ao de ação antijurídica – tratando-se de uma ação dolosa ou não dolosa – um novo elemento, que a transforma em delito.
SISTEMA CLÁSSICO: CRIME = fato típico e ilícito, praticado por agente culpável.
SISTEMA FINALISTA: CRIME = fato típico e ilícito, praticado por agente culpável.CRIME = fato típico e ilícito.
CRITÉRIO ADOTADO PELO CÓDIGO PENAL
O Código Penal de 1940, em sua redação original, acolhia um conceito tripartido de crime, relacionado à teoria clássica da conduta. Eram, portanto, elementos do crime o fato típico, a ilicitude e a culpabilidade.
A situação mudou com a edição da Lei 7.209/84, responsável pela redação da nova Parte Geral do Código Penal.
Dessa forma, crime é fato típico e ilícito, independentemente da culpabilidade, que tem a imputabilidade penal como um dos seus elementos. O crime existe sem a culpabilidade, bastando seja o fato típico e revestido de ilicitude.
É necessário que o fato típico seja ilícito para existência do crime. Ausente a ilicitude, não há crime.
CRITÉRIO ADOTADO PELO CÓDIGO PENAL
Por outro lado, subsiste o crime com a ausência de culpabilidade. Sim, o fato é típico e ilícito, mas o agente é isento de pena. Em suma, há crime, sem a imposição de pena. O crime se refere ao fato (típico e ilícito), enquanto a culpabilidade guarda relação com o agente (merecedor ou não da pena).
O artigo 180, § 4, do Código Penal preceitua: “A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa”. Assim, diz o Código Penal tratar-se o crime de fato típico e ilícito, pois subsiste mesmo com a isenção da pena em relação ao autor do crime anterior.
ILÍCITO PENAL E OUTROS ILÍCITOS
ILICITUDE é a relação de contrariedade entre o fato praticado por alguém e o ordenamento jurídico como um todo. Há, nesse contexto, ilícitos de natureza penal, civil, tributária, administrativa, ambiental etc, não existindo diferença entre eles quanto à origem.
O ilícito penal se separa dos demais, em relação à sua gravidade, por força da relevância da conduta praticada e da importância do bem jurídico tutelado.E o critério para essa distinção é meramente político.
O ilícito penal se distingue de todos quanto à consequencia. Enquanto se reserva a ele uma pena, até mesmo privativa de liberdade, as outras disciplinas jurídicas preveem sanções mais brandas.
SUJEITOS DO CRIME
Sujeitos do crime são as pessoas ou entes da relacionados à prática e aos efeitos da empreitada criminosa. Dividem-se em sujeito ativo e sujeito passivo.
SUJEITO ATIVO: É a pessoa que realiza direta ou indiretamente a conduta criminosa, seja isoladamente, seja em concurso.
AUTOR E COAUTOR realizam o crime de forma direta, ao passo que o partícipe e o autor mediato o fazem indiretamente.
Sujeito ativo
O sujeito ativo pode receber variadas denominações, dependendo do momento processual e do critério posto em exame, tais como agente (geral), indiciado (no inquérito policial), acusado (com o oferecimento da denúncia ou da queixa), réu (após o recebimento da inicial acusatória), sentenciado (com a prolação da sentença), condenado (após o trânsito em julgado da condenação), reeducando (durante a execução da pena), egresso (após o cumprimento da pena), criminoso e delinquente (objeto de estudo das ciências criminais como na criminologia). A regra é a de que apenas o ser humano pode ser sujeito ativo de infrações penais, mas também se discute a possibilidade de responsabilidade penal da pessoa jurídica (crimes ambientais). Os animais podem funcionar como instrumento do crime (cão bravio).
Sujeito passivo
É o titular do bem jurídico protegido pela lei penal violada por meio da conduta criminosa. Pode ser denominado de vítima ou de ofendido, e divide-se em duas espécies:
1) Sujeito passivo constante, mediato, formal, geral, genérico ou indireto: É o Estado, pois a ele pertence o direito público subjetivo de exigir o cumprimento da legislação penal. Figura como sujeito passivo de todos os crimes.
2) Sujeito passivo eventual, imediato, material, particular, acidental ou direto: É o titular do bem jurídico especificamente tutelado pela lei penal. Ex: o proprietário do carro subtraído no crime de furto.
O Estado sempre figura como sujeito passivo constante. Além disso, pode ser sujeito passivo eventual, tal como ocorre nos crimes contra a Administração Pública.
A pessoa jurídica pode ser vítima de diversos delitos, desde que compatíveis com a sua natureza.
Os mortos e os animais não podem ser sujeitos passivos de crimes.
Vide art. 138, § 2º do CP. Não é o morto o sujeito passivo do crime. Os ofendidos são os seus familiares (calúnia contra a memória dos mortos).
Objeto do crime
É o bem ou objeto contra o qual se dirige a conduta criminosa. Pode ser jurídico ou material.
OBJETO JURÍDICO é o bem jurídico, isto é, o interesse ou valor protegido pela norma penal. No art. 121 do Código Penal é a vida humana.
OBJETO MATERIAL, DE SEU TURNO, é a pessoa ou a coisa que suporta a conduta criminosa. No homicídio é o ser humano que teve a sua vida ceifada pelo comportamento do agente.
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
 A classificação dos crimes pode ser legal ou doutrinária.
CLASSIFICAÇÃO LEGAL é a qualificação, ou seja, o nome atribuído ao delito pela lei penal. A conduta de “matar alguém” é denominada pelo art. 121 do Código Penal de homicídio. Na parte especial do Código Penal, todo crime é acompanhado por sua denominação legal (nomem iuris), também chamada de rubrica marginal.
CLASSIFICAÇÃO
DOUTRINÁRIA é o nome dado pelos estudiosos do Direito Penal às infrações penais. Ex: latrocínio para o roubo seguido de morte.
CRIMES COMUNS, PRÓPRIOS E 
DE MÃO PRÓPRIA
Esta divisão se baseia na qualidade do sujeito ativo.
CRIMES COMUNS OU GERAIS: são aqueles que podem ser praticados por qualquer pessoa. O tipo penal não exige, em relação ao sujeito ativo, nenhuma condição especial. Exemplos: homicídio, furto, extorsão mediante sequestro, crimes contra a honra, etc.
	crimes próprios ou especiais
São aqueles em que o tipo penal exige uma situação fática ou jurídica diferenciada por parte do sujeito ativo. Exemplos: peculato (só pode ser praticado por funcionário público) e receptação qualificada pelo exercício de atividade comercial ou industrial (art. 180, § 1º do CP) – somente pode ser praticado pelo comerciante ou industrial. Admitem coatoria e participação.
CRIMES PRÓPRIOS
Os crimes próprios dividem-se em PUROS e IMPUROS. Naqueles, a ausência da condição imposta pelo tipo penal leva à atipicidade do fato (exemplo: prevaricação, pois, excluída a elementar “funcionário público”, não subsiste crime algum, enquanto que nestes a exclusão da especial posição do sujeito ativo acarreta na desclassificação para outro delito (exemplo: peculato doloso, pois, afastando-se a elementar “funcionário público”, o fato passará a constituir crime de furto ou apropriação indébita, conforme o caso).
CRIMES DE MÃO PRÓPRIA, DE ATUAÇÃO PESSOAL OU DE CONDUTA INFUNGÍVEL
São aqueles que somente podem ser praticados pela pessoa expressamente indicada no tipo penal. É o caso do falso testemunho (art. 342 do CP).
Tais crimes não admitem coautoria, mas somente participação, eis que a lei não permite delegar a execução do crime a terceira pessoa.
CRIMES SIMPLES E COMPLEXO
CRIME SIMPLES: É aquele que se amolda em um único tipo penal. É o caso do furto (CP, art. 155).
CRIME COMPLEXO: É aquele que resulta da união de dois ou mais tipos penais. Fala-se, nesse caso, em crime complexo em sentido estrito. O crime de roubo (CP, art. 157), por exemplo, é oriundo da fusão entre furto e ameaça (no caso de ser praticado com emprego de grave ameaça – CP, art. 147) ou furto e lesão corporal (se praticado mediante violência contra a pessoa – CP, art. 129). Denominam-se famulativos os delitos que compõem a estrutura unitária do crime complexo.
CRIME COMPLEXO EM SENTIDO AMPLO é o que deriva da fusão de um crime com comportamento por si só penalmente irrelevante, a exemplo da denunciação caluniosa (CP, art. 339).
	CRIMES MATERIAIS, FORMAIS E 
DE MERA CONDUTA
 CRIMES MATERIAIS OU CAUSAIS: são aqueles em que o tipo penal aloja em seu interior uma conduta e um resultado naturalístico, sendo a ocorrência deste último necessária para a consumação. É o caso do homicídio (CP, art. 121). A conduta é “matar alguém”, e o resultado naturalístico ocorre com o falecimento da vítima, operando-se com ele a consumação.
CRIMES FORMAIS, DE CONSUMAÇÃO ANTECIPADA OU DE RESULTADO CORTADO
São aqueles nos quais o tipo penal contém em seu bojo uma conduta e um resultado naturalístico, mas este último é desnecessário para a consumação. Em síntese, malgrado possa se produzir o resultado naturalístico, o crime estará consumado com a mera prática da conduta.
Na extorsão mediante sequestro (CP, art. 159), basta a privação da liberdade da vítima com o escopo de obter futura vantagem patrimonial indevida como condição ou preço do resgate.
Verificar a Súmula 96 do Superior Tribunal de Justiça – STJ.
CRIMES DE MERA CONDUTA OU 
DE SIMPLES ATIVIDADE
São aqueles em que o tipo penal se limita a descrever um conduta, ou seja, não contém resultado naturalístico, razão pela qual ele jamais poderá ser verificado. É o caso do ato obsceno (CP, art. 233).
Assim, o crime de mera conduta é aquele em que a ação ou a omissão bastam para constituir o elemento material (objetivo) da figura típica penal.
CRIMES INSTANTÂNEOS, PERMANENTES, DE EFEITOS PERMANENTES E A PRAZO
A classificação se refere ao momento em que o crime se consuma.
CRIMES INSTANTÂNEOS OU DE ESTADO: são aqueles cuja consumação se verifica em um momento determinado, sem continuidade no tempo. É o caso do furto (CP, art. 155).
CRIMES PERMANENTES: são aqueles cuja consumação se prolonga no tempo, por vontade do agente. O ordenamento jurídico é agredido reiteradamente, razão pela qual a prisão em flagrante é cabível a qualquer momento, enquanto perdurar a situação de ilicitude.
Ex: arts. 12 e 16 da Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento).
Crimes permanentes
Os crimes permanentes se subdividem em:
A) necessariamente permanentes: são aqueles que para a consumação é imprescindível a manutenção da situação contrária ao Direito por tempo juridicamente relevante. É o caso do sequestro (CP, art. 148).
B) eventualmente permanentes: em regra são crimes instantâneos, mas, no caso concreto, a situação de ilicitude pode ser prorrogada no tempo pela vontade do agente. Ex; furto de energia elétrica (CP, art. 155, § 3º).
CRIMES PERMANENTES DE EFEITOS PERMANENTES
Crimes instantâneos de efeitos permanentes: são aqueles cujos efeitos subsistem após a consumação, independentemente da vontade do agente, tal como ocorre na bigamia (CP, art. 235).
CRIMES A PRAZO: são aqueles cuja consumação exige a fluência de determinado período. É o caso da lesão corporal de natureza grave em decorrência da incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias (CP, art. 129, § 1º, I), e do sequestro em que a privação da liberdade dura mais de 15 dias (CP, art. 148, § 1º, III).
Crimes unissubjetivos, plurissubjetivos e eventualmente coletivos
Diz respeito ao número de agentes envolvidos com a conduta criminosa.
CRIMES UNISSUBJETIVOS, UNILATERAIS, MONOSSUBJETIVOS OU DE CONCURSO EVENTUAL: são praticados por um único agente. Admitem, entretanto, o concurso de pessoas. É o caso de homicídio (CP, art. 121).
CRIMES PLURISSUBJETIVOS, PLURILATERAIS OU DE CONCURSO NECESSÁRIO: são aqueles em que o tipo penal reclama a pluralidade de agentes, que podem ser coautores ou partícipes, imputáveis ou não, conhecidos ou desconhecidos, e inclusive pessoas em relação às quais já foi extinta a punibilidade. 
CRIMES PLURISSUBJETIVOS, PLURILATERAIS 
OU DE CONCURSO NECESSÁRIO
Subdividem-se em:
A) crimes bilaterais ou de encontro: o tipo penal exige dois agentes cujas condutas tendem a se encontrar. É o caso da bigamia (CP, art. 235);
B) crimes coletivos ou de convergência: o tipo penal reclama a existência de três ou mais agentes. Podem ser:
B.1) de condutas contrapostas: os agentes devem atuar uns contra os outros. É o caso da rixa (CP,art. 137);
B.2) de condutas parcelas: os agentes se auxiliam, mutuamente, com o objetivo de produzirem o mesmo resultado. É o caso da associação criminosa (CP, art. 288).
C u i d a d o
Não se devem confundir, todavia, os crimes plurissubjetivos com os de participação necessária. Estes podem ser praticados por uma única pessoa, nada obstante o tipo penal reclame a participação necessária de outra pessoa, que atua, como sujeito passivo e, por esse motivo, não é punido (ex: rufianismo – CP, art. 230).
Crimes eventualmente coletivos
São aqueles em que, não obstante o seu caráter unilateral, a diversidade de agentes atua como causa de majoração da pena, tal como se dá no furto qualificado (CP, art. 155, § 4º, IV) e no roubo circunstanciado (CP, art. 157, § 2º, II).
Crimes de subjetividade passiva única e 
de dupla subjetividade passiva
A classificação se relaciona com o número de vítimas.
CRIMES DE SUBJETIVIDADE PASSIVA ÚNICA: são aqueles em que consta no tipo penal uma única vítima. É o caso da lesão corporal (CP, art. 129).
CRIMES DE DUPLA SUBJETIVIDADE PASSIVA: são aqueles em que o tipo penal prevê a existência de duas ou mais vítimas, tal como se dá no aborto sem o consentimento da gestante, em que se ofendem a gestante e o feto (CP, art. 125), e na violação de correspondência, na qual são vítimas o remetente e o destinatário (CP, art. 151).
Crimes de dano e de perigo
Essa classificação
se refere ao grau de intensidade do resultado almejado pelo agente como consequencia da prática da conduta.
CRIMES DE DANO OU DE LESÃO: são aqueles cuja consumação somente se produz com a efetiva lesão ao bem jurídico. Ex: homicídio (art. 121, do CP), lesões corporais (art. 129, do CP) e dano (art. 163, do CP).
CRIMES DE PERIGO
Crimes de perigo são aqueles que se consumam com a mera exposição do bem jurídico penalmente tutelado a uma situação de perigo, ou seja, basta a probabilidade de dano.
A) crimes de perigo abstrato, presumido ou de simples desobediência: consumam-se com a prática da conduta, automaticamente. Não se exige a comprovação da produção da situação de perigo. Ao contrário, há presunção absoluta (iuris et de iure) de que determinadas condutas acarretam perigo a bens jurídicos. É o caso do tráfico de drogas Lei 11.343/06, art. 33, caput).
B) crimes de perigo concreto: consumam-se com a efetiva comprovação , no caso concreto, da ocorrência da situação de perigo. É o caso do crime de perigo para a vida ou saúde de outrem (CP, art. 132).
CRIMES DE PERIGO
C) crimes de perigo individual: atingem uma pessoa ou um número determinado de pessoas, tal como no perigo de contágio venéreo (CP, art. 130);
D) crimes de perigo comum ou coletivo: atingem um número indeterminado de pessoas, como no caso da explosão criminosa (CP, art. 251);
E) crimes de perigo atual: o perigo está ocorrendo, como no abandono de incapaz (CP, art. 133);
F) crimes de perigo iminente: o perigo está prestes a ocorrer;
G) crimes de perigo futuro ou mediato: a situação de perigo decorrente da conduta se projeta para o futuro, como no porte ilegal de arma de fogo permitido ou restrito (Lei 10.826/03, arts. 14 e 16).
Crimes unissubsistentes e plurissubsistentes
Dizem respeito ao número de atos executórios que integram a conduta criminosa.
Crimes unissubsistentes: são aqueles cuja conduta se revela mediante um único ato de execução, capaz de por si só produzir a consumação, tal como nos crimes contra a honra praticados com o emprego de palavra.
Não admitem a tentativa, pois a conduta não pode ser fracionada, e, uma vez realizada, acarreta automaticamente na consumação.
Crimes unissubsistentes e plurissubsistentes
Crimes plurissubsistentes: são aqueles cuja conduta se exterioriza por meio de dois ou mais atos, os quais devem somar-se para produzir a consumação. É o caso do crime de homicídio praticado por diversos golpes de faca.
É possível a tentativa justamente em virtude da pluralidade de atos executórios.
CRIMES COMISSIVOS, OMISSIVOS E DE CONDUTA MISTA
 A divisão se relaciona à forma pela qual é praticada a conduta criminosa.
Crimes comissivos ou de ação: são os praticados mediante uma conduta positiva, um fazer, tal como se dá no roubo (CP, art. 157). Nessa categoria se enquadra a ampla maioria dos crimes.
Crimes omissivos próprios ou puros: a omissão está contida no tipo penal, ou seja, a descrição da conduta prevê a realização do crime por meio de uma conduta negativa. Ex; omissão de socorro (CP, art. 135).
Crimes omissivos impróprios, espúrios ou comissivos por omissão: o tipo aloja em sua descrição uma ação, uma conduta positiva, mas a omissão do agente, que descumpra seu dever jurídico de agir, acarreta a produção do resultado naturalístico e a sua consequente responsabilização penal.
As hipóteses do dever jurídico de agir foram previstas no art. 13, § 2º, do Código Penal: (a) dever legal; (b) posição de garantidor; e (c) ingerência.
CRIMES OMISSIVOS POR COMISSÃO
Nestes crimes há uma ação provocadora da omissão.

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