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Fibrose-Hepatica

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A RTIGO
DEZEMBRO | 2014
A doença hepática crônica é uma importante causa de 
morbi-mortalidade em todo mundo. As causas mais 
significativas incluem as hepatites B e C (HBV, HCV), a 
doença hepática alcoólica e a esteatose hepática não 
alcoólica, embora muitas outras causas e etiologias 
possam coexistir. Assim como na pele, a fibrose hepática 
é um processo de cicatrização, que representa uma 
resposta do fígado frente à uma lesão, com deposição de 
colágeno e outros constituintes da matriz extracelular. 
Uma vez ocorrida a fibrose, a organização arquitetônica 
do parênquima hepático torna-se perturbada, com desen-
volvimento de hipertensão portal, insuficiência hepática, 
cirrose e câncer. É bom salientar que a supressão ou 
reversão da fibrose, e possivelmente até da cirrose, pode 
restaurar a função hepática e minimizar as complicações 
como a hipertensão portal ou evitar a evolução para o 
carcinoma hepatocelular.
Recentes avanços no controle da doença hepática 
aumentaram as opções de tratamento, mas ainda perma-
nece o desafio das limitações nas metodologias atuais, 
para o diagnóstico e monitoramento da patologia. Isto 
porque a fibrose é um processo complexo e dinâmico, 
envolvendo tanto a fibrogênese quanto a fibrólise. Na 
doença hepática, a injúria contínua gera uma resposta de 
reparação e cicatrização por parte das células estreladas 
hepáticas, na tentativa de encapsular a lesão. As princi-
pais proteinas da matriz extracelular hepática envolvidas 
nesse processo são:
Ácido hialurônico;
Propeptídeo amino terminal do colágeno tipo lll (PlllNP)
Inibidor tecidual da metaloproteinase � (TlMP-�).
 Essas proteinas são biomarcadores diretos de fibrose 
e estão diretamente relacionadas com a formação do 
tecido cicatricial rico em colágeno. Muitas delas ou seus 
subprodutos são liberados na corrente sanguínea e 
podem ser dosadas por técnicas de imunoensaios. 
Devido ao seu grande volume e atividade, o fígado sob 
injúria, é uma fonte significativa de produção desses 
biomarcadores, cujas concentrações séricas estão direta-
mente associadas à presença de tecido fibrótico.
O diagnóstico através da biopsia é considerado 
padrão-ouro devido às evidências histológicas das 
alterações fibróticas, da atividade inflamatória e necro-
se. Entretanto, por causa da natureza heterogênea da 
fibrose e na prática a maioria das biópsias coletadas 
são menores que o ideal, a amostra obtida pode não 
representar o estado geral do fígado em �� a ��% dos 
pacientes, além de apresentar também elevada variabi-
lidade inter e intra observador nas análises microscópi-
cas. Esses fatores contribuem significativamente para 
diferenças no diagnóstico e estadiamento da doença, 
sendo causas muito comuns de avaliação errônea,que 
comprometem a sensibilidade e a exatidão dos resulta-
dos obtidos.
Também existem limitações importantes que preju-
dicam a execução da biópsia por ser um procedimento 
invasivo. Relatos de dor e sangramentos após o proce-
dimento podem ocorrer em cerca de �� a ��% dos 
*Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, 
consulte seu médico. 
www.humbertoabrao.com.br /Laboratório Humberto Abrão
;
ELF TESTE – UM NOVO BIOMARCADOR SANGUÍNEO 
PARA AVALIAÇÃO DE FIBROSE HEPÁTICA
O novo teste possibilita uma avaliação direta e não invasiva do grau da fibrose hepática, 
através de um algorítimo matemático baseado na combinação de três marcadores soroló-
gicos de fibrose, por metodologia quimioluminescente, que pode evitar uma biópsia toda 
vez que for preciso avaliar o fígado para essa condição.
A RTIGO
DEZEMBRO | 2014
Dr. Cláudio Maciel
 Coordenador - Departamento de Bioquímica
Referências:
Rosenberg WM, Voelker M, Thiel R, et al. Serum markers detect the presence of liver fibrosis: a cohort study. Gastroenterology ����; ���:����--
����.
Guha IN, Parkers J, Roderick P, et al. Noninvasive markers of fibrosis in non-alcoholic fatty liver disease: validation the European Liver Fibrosis 
Panel and exploring simple markers. Hepatology ����;��:���-���.
Bula dos kits HA (Hyaluronic Acid) e TlMP (Tissue Inhibitor of matrix Metalloproteinase �). Advia Centaur – Siemens.
Site www.fleury.com.br/manual de exames.
Revista Médica Inovar Saúde Grupo DASA – Novos Métodos Bioquímicos para Diagnóstico das Hepatopatias Crônicas. Edição �� – ����.
casos, hemorragia grave, a ponto de requerer transfusão, 
tem sido relatada em �,��% dos casos e potencial risco 
de morte entre �,�� e �,��%. Além do mais, a biópsia é 
contra indicada em pacientes anticoagulados ou com 
cirrose avançada. Pacientes são resistentes em repetir 
biópsias, limitanto sua utilização no monitoramento das 
mudanças fibróticas e na avaliação da eficácia do 
tratamento.
Diante desse cenário, alternativas não invasivas à 
biópsia tem sido desenvolvidas com o intuito de uma 
melhor definição do diagnóstico e progressão da fibrose 
em pacientes com doença hepática crônica( esteatose 
hepática alcoólica e não alcoólica, HBV e HCV).
A principal delas é a aplicação de escores bioquími-
cos séricos que permitem uma melhor definição da 
progressão da doença, reduzindo significativamente o 
número de pacientes com indicação de biópsia.
A obtenção do ESCORE – ELF Teste (Enhance Liver 
Fibrosis) desenvolvido pelo Grupo Europeu de Fibrose 
Hepática (Gastroenterology ����;���:����-����), possi-
bilita uma avaliação direta e não invasiva do grau dessa 
condição através da combinação de três marcadores 
sorológicos associados à fibrose, por metodologia 
quimioluminescente.
Os três biomarcadores do processo de fibrose incor-
porados ao ELF Teste, são o Ácido hialurônico (AH), o 
Propeptídeo amino terminal do colágeno tipo lll (PlllNP) e 
o Inibidor tecidual da metaloproteinase � (TlMP-�). 
Enquanto o AH e PlllNP estão relacionados com a fibrino-
gênese , o TlMP-� é um inibidor dessa via, controlando a 
degradação fibrótica. Assim, os três biomarcadores 
coletivamente capturam tanto as atividades associadas a 
fibrinogênese quanto à fibrinólise.
Os biomarcadores são dosados separadamente em 
amostra única de soro e um software aplica um algorítimo 
com diferentes pesos para cálculo do Escore. Além da 
aprovação internacional, o ELF Teste já foi validado na 
população brasileira num grande estudo em ���� 
doadores de sangue na cidade de São Paulo e estabele-
ceu a variação obtida nas diversas faixas etárias em 
homens e mulheres.
O Escore ELF Teste apresenta-se como uma variável 
contínua e não categórica (biópsias são classificadas em 
leve, moderada e grave), representando melhor o 
estadiamento da fibrose e sendo mais sensível para a 
avaliação das alterações evolutivas e do status hepático, 
uma vez que a fibrose é um processo dinâmico e o seu 
grau sofre mudanças com o tempo. 
A capacidade de identificar os valores do ELF Teste, 
tanto para diagnóstico, como para prognóstico, pode ser 
valiosa na otimização do manejo de pacientes com DHC 
(Doença Hepática Crônica), uma vez que identificar e 
diferenciar a doença estável e a doença em progressão, 
permanece um desafio, e que o tratamento é frequente-
mente suspenso ou evitado quando percebido como um 
fator de risco incremental.
A introdução do ELF TESTE representa um grande 
avanço no arsenal diagnóstico para triagem e monitoriza-
ção das doenças hepáticas crônicas:
HBV e HCV;
Doença Hepática Alcoólica;
Esteatose Hepática Não- Alcoólica.
Porém outros desafios permanecem. A integração de 
exames complementares, imagens por exemplo, deverão 
ainda mais aumentar o poder diagnóstico para a classe 
médica no sentido de avaliar o impacto das intervenções 
no curso da doença.
*Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação.Em caso de dúvidas, 
consulte seu médico. 
www.humbertoabrao.com.br /Laboratório Humberto Abrão
ELF Teste - avaliação de fibrose hepática

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