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Introdução ao Estudo do Direito (Sílvio de Salvo Venosa)
	Definições de Palavras: 
Tácito: que não está declarado, mas que se subentende. 
Jurisprudência: ciência do direito e da legislação. Decisão reiterada dos tribunais.
Corolário: consequência de uma verdade já estabelecida.
Moroso: lento e vagaroso.
Ideia de Hermogeniano: por causa dos homens, todo o direito foi constituído. 
A inspiração da sistemática dos Códigos Civis, que começam sempre a tratar das pessoas, depois dos bens, sendo que a manifestação da vontade das pessoas sobre os bens é que faz nascer, modificar-se e se extinguir a relação jurídica. 
Erudição: Conhecimento científico e literário, saber de erudito.
Epistemologia: Ramo da filosofia que se ocupa dos problemas que se relacionam com o conhecimento humano, refletindo sobre a natureza e validade. 
Vicejar: Ostentar, vegetar com força e estar viçoso.
Lhana: Singelo e Franco.
Desiderato: Desejo, sentir falta de, procurar e esperar.
Vicissitude: Alternativa, variação, mudança ou diversidade de coisas que se sucedem.
Propedêutica: instrução preparatória, ciência preliminar, introdução a estudos mais desenvolvidos de uma determinada área.
Axiologia: com o mesmo valor, valioso, filosofia dos valores morais.
1 – Primeiro Passo:
 Ordenamento deve ser entendido como o conjunto de normas do direito de um país, seus conceitos e teorias jurídicas, também conhecidas como sistemas jurídicos.
‘’O encontro com o direito é diversificado, às vezes conflitivo e incoerente, às vezes linear e consequente. Estudar o direito é, assim, uma atividade difícil, que exige não só acuidade, inteligência, preparo, mas também encantamento, intuição, espontaneidade. Para compreendê-lo, é preciso, pois, saber e amar. Só o homem que sabe pode ter-lhe o domínio. Mas só quem ama é capaz de dominá-lo, rendendo-se a ele’’. Tercio Sampaio Ferraz Jr.
O direito deve ser considerado uma ciência e também uma arte.
2 – Origem e Fundamento. Direito Natural e Positivismo. Teoria Tridimensional.
O direito natural prega que existe um direito além do que o estado impõe, ou seja, que o direito não surgiu apenas do homem, mas que existe um ideal do direito independentemente se isso está em lei ou não. O Positivismo prega que as leis surgiram no homem e que só se faz valer as leis existentes sem um ideal do direito, sendo essas correntes inversas.
Introdução ao Estudo do Direito (IED)
Adriano Moreira Gameiro
Adriano.gameiro@fap.com.br 
18/02/13
O curso de direito precisa de três eixos:
Humanístico: Metodologia, sociologia, ética e afins.
Profissionalizante: direitos em si e suas vertentes.
Pratico: estágios e afins. 
Kant: “resposta à pergunta; o que é o esclarecimento?” Parte do pressuposto que o esclarecimento é algo como a autonomia, quando é possível ter um conhecimento sobre algo sem precisar de um intermediador, mas a principio para conseguir uma autonomia é necessário que se saia da zona de conforto que é onde existe o repouso. 
Ordenamento Jurídico: Conjunto de leis e normas que regem a população.
19/02/13
“O Direito é um só, contudo com varias ramificações”. 
Direito: noções introdutórias
1 - Generalidades: o Direito tem várias faces, o profissional do direito precisa ter o conhecimento como ser humano até mesmo antes de ser profissional, ter uma boa formação humana é algo essencial para que a sociedade possa ser compreendida.
2 – Definição de Direito:
2.1 Direito objetivo: é o dispositivo legal, ou seja a regra de conduta obrigatória. É a regra em si. Normas escritas.
2.2 Direito subjetivo: é quando o direito objetivo cabe à pessoa, ou seja ele dá o direito de fazer o uso, o direito aderiu ao sujeito. Quando o sujeito passa a ser o titular pelo direito (regra). É optativo
2.3 ciência do Direito: Sistema ordenado de conhecimentos jurídicos.
25/02 
Consuetudinário: direito não escrito. 
Jurisprudência: decisão dos tribunais.
3 - Direito Objetivo: conjunto de regras, destinadas a reger um grupo social cujo respeito é garantido pelo Estado. Conjunto de regras que devem ser cumpridas e que caso venham a ser descumpridas o Estado irá requerer do descumpridor da regra. Com a provação do delito é feita a investigação. A finalidade do cumprimento da lei é que o delinquente não venha a cometer o delito novamente e também servir de exemplo para a comunidade. 
4 - Direito Subjetivo: é o que se identifica com as prerrogativas ou faculdades ínsitas (próprio, intimo) aos seres humanos, às pessoas, para fazer valer seus direitos, no nível judicial ou extrajudicial. O Direito subjetivo é aquele que adere à pessoa. (vai exercitar ou não, existe a possibilidade de fazer o uso, o sujeito pode não querer exercer o direito objetivo). É uma faculdade de agir. Extrajudicial: não precisa usar a justiça, exemplo: acordo. 
Estrutura da norma jurídica: o que é preciso ter no texto da norma? Clareza, precisão e a objetividade. O artigo de uma lei precisa ser primeiramente claro, compreensível, coeso, que não deixe duvidas quanto ao seu texto, é preciso ter a precisão, ou seja, atingir o assunto que ela está tratando, e por ultimo a objetividade, ou seja, tratar sobre um assunto de maneira breve e objetiva. 
Tipicidade: Tipos de adequação do direito.
Subsunção: adequação.
Simbologia: é a Deusa Romana da justiça, ela simboliza o Direito, a venda é para que ela não olhe a quem, a justiça é cega. 
A Deusa Diké fica com os olhos bem abertos para que nada escape de seus olhos, e outros símbolos comuns são a balança (equidade) e a espada (força que a justiça tem). 
26/02 
Origem e fundamento do Direito: 
1 – Fundamento do Direito (a obrigatoriedade depende da escola a ser estudada)
Direito como o DEVER-SER, normas são regras que devem ser seguidas, do ponto de vista do direito a lei tem uma obrigatoriedade. 
2 - Direito Natural (jusnaturalismo): desde entender o porquê da obrigatoriedade das normas, o surgimento, se sobrenatural ou não. É o fundamento, um direito que se superpõe ao direito escrito, pode surgir do sobrenatural, cultura ou até mesmo da natureza humana. 
2.1 Evolução Histórica: o direito natural surge primeiro, vamos à Grécia Antiga, que tinha seu direito relacionado aos deuses, no devido momento histórico a crença era dada aos deuses gregos, a deusa DIKE era muito utilizada aproveita dos olhos abertos para nada deixar passar, um tempo posterior alguns filósofos gregos começaram a acreditar no direito natural surgindo da natureza humana, deixando de partir do suposto da divindade, existe o justo segundo a natureza e o justo segundo a lei. Existe algo além da lei escrita (Sócrates), o direito natural que não é humano, é superior e anterior. 
Tomas de Aquino postulava a existência de três tipos de lei, sendo: a lei eterna (razão divina, vontade de Deus), a lei natural (é a razão humana, um reflexo da lei eterna) e a humana (é aquela criada pelo homem, propriamente dita). 
Santo Agostinho diz que direito natural é apenas moralidade e não direito. 
Escola tradicional:
O direito natural é o fundamento do direito positivo – Ricardo de Angel Yagüez
Inspirar conteúdo do direito humano
Ser levado em conta quando da aplicação do Direito Positivo
 Escola Clássica: Hugo Grócio (trabalha a justificação do Direito)
O direito segue princípios, alguns absolutos e imutáveis, princípios que determinam o que é justo, o certo e o errado, esta ideia permitiu que houvesse a divisão entre a lei natural e a lei eterna, primeira escola a separar direito natural de lei eterna, a lei existe porque o homem teve a ideia e a ideia surge dos princípios absolutos, EX: respeito à vida. 
Thomas Hobbes: ‘o homem é lobo do homem’, o homem é mal por natureza, o homem antes da existência do estado vivia em um estado de natureza, ‘livre-arbítrio’, um estado que é insustentável, sendo que um sujeito mais forte poderia se aproveitar da força para submeter os outros. Um estado que levou o homem a criação do estado, quando o homem se submete ao estado, é o estado que soluciona os conflitos. Posteriormentesurge o estado absolutista, que abusa do poder, fazendo o que bem entende, beneficiando aos que são próximos e não agindo com justiça. Quando a organização está comprometida o homem procura uma nova maneira de organização. 
2.2 critica ao Direito natural (critica dos positivistas): é inútil, ou seja, desnecessário, por ser um direito muito aberto que não consegue cumprir o ordenamento. Não é um direito, mas apenas um conjunto de ideais de justiça. O juiz tem que decidir de acordo com a lei e não de acordo com o critério de justiça.
2.3 Direito Natural Hoje: 
 - As leis de hoje são cheias de normas abertas que permitem a interpretação, algo que vai além do direito positivo. 
3 - Direito Positivo: vamos entender que o Direito nasce dos homens. (segurança jurídica): é muito mais técnico. “é o conjunto de normas estatais (criadas pelo estado, atuação humana), vigentes em determinado país, em determinada época.” “Conjunto de leis atualmente vigentes no país.”. No Brasil temos o regime bicameral (câmara dos deputados e o senado)
Temos o positivismo como regra aqui no Brasil e em grande parte do mundo. 
Definição: Escola Histórica: primeira escola a repudiar seriamente o jusnaturalismo, tem como maior pensador Savigny ‘direito é produto das convicções de um povo’. 
Escola Sociológica: Ihering usa uma ideia de causalismo, nada acontece sem causa. O direito é resultado da vontade do homem. 
Kelsen é a maior figura do positivismo, dizia que a norma jurídica não devia se misturar com a moral. 
Escola Escandinava: ALF ROSS, diz que a norma fundamental de KELSEN não está fora da norma jurídica, mas estaria na constituição federal. 
3.2 Kant como marco do Positivismo: Foi revolucionário para o direito mesmo sem ser um autor da matéria, ele tinha dois temas centrais, sendo eles: moralidade e razão prática (empirismo) e razão pura (imperativos categóricos, prática moral).
3.3 criticas ao Positivismo: está em decadência, assim sendo, o novo código civil já nos dá parte da lei aberta para que o aplicador tenha espaço para interpretar. Por não aceitar os valores no direito, o direito positivo fica restrito apenas a norma. Aplica a lei pura e simplesmente. 
3.4 Neopositivismo: Após as criticas alguns autores tentam se reerguer, ou seja, surgiu em 1929 no circulo de Viena, que estudaram as falhas do positivismo, eles reconheceram a moralidade acima do direito, mas não admitiam que pudesse ser direito, por mais que pudesse influenciar. BOBBIO tenta compreender o direito natural mesmo sem admiti-lo, chega até a esboçar o direito natural como uma ideologia. 
Normatividade: Regras, normas e leis.
1 – Regras, normas e leis: quando falamos de regra falamos então de algo que não tem conteúdo jurídico (sociais, morais, religiosas). As Normas jurídicas tem algo a mais do que as regras, trazem um símbolo e uma consequência jurídica caso haja o descumprimento, são também mandamentos, com conteúdo jurídico, não precisam ser escritas, exemplo: princípios jurídicos (principio da igualdade, dignidade, etc.) temos vários tipos de normas. A lei é uma das espécies de norma. A lei é a principal das fontes do direito. É uma norma que possui uma particularidade. Lei é um mandamento escrito que transmite e indica ao homem determinada conduta ou posição. A lei passa por um processo legislativo, essa é a diferença, sendo federais, estaduais e municipais e distritais.
2 – Ordenamento Jurídico: uma pirâmide que tem por topo a Constituição Federal, os conteúdos da constituição estão em todo lugar (norma hierarquicamente mais alta criada e organiza o estado, a CF é uma só). Seguindo a CF vêm às emendas constitucionais (reforma, fazem emendas, modificam a constituição) surge do poder constituinte que é o poder do povo. Temos o poder constituinte reformador que é o poder de reformar a constituição, que faz com que existam as emendas constitucionais. Seguindo, Leis complementares (leis que complementam a CF). A lei ordinária são as leis comuns, quando é uma lei sem números e outros já se sabe que é lei ordinária, trata sobre assuntos em geral. Leis Delegadas são as leis atribuídas ao poder executivo criar, quando o executivo pode legislar. Medida provisória é uma medida e/ou ato normativo editado pela presidência da republica, não é lei, mas tem força de lei. Existe a necessidade da aprovação no congresso nacional. Decretos Legislativos representam um passado mais obscuro que a medida provisória, medida feita pelo poder executivo, o executivo decretava e todos deviam seguir. Resoluções. Decretos. Provimentos. Normas convencionais (portarias, sentenças, etc.)
3 – Características da norma: são características que estão normalmente em todas as normas.
3.1 Imperatividade: uma norma jurídica é imperativa, a norma se impõe pela sua própria força. Ninguém pode deixar de cumprir, caso deixa haverá uma consequência. 
3.2 Hipoteticidade: é uma hipótese, é o que imaginamos que pode solucionar o problema. A maioria das normas jurídicas vão trazer hipóteses. 
3.3 Generalidade e Abstração: as normas jurídicas são para um numero indeterminado de pessoas, sendo normalmente para o todo, contudo pode existir para apenas um grupo restrito. 
3.4 Bilateralidade: a norma traz uma obrigação (normalmente) em sentido inverso. 
3.5 Coercibilidade e Sanção: a norma é coerciva, obriga as pessoas a cumpri-la e para coagir faz o uso da norma jurídica das sanções.
4 – sanções e autotutela: uma medida coerciva da norma, imposta pela norma, lhe atribuindo uma penalidade pelo descumprimento da norma. Autotutela, a defesa do direito das pessoas é atribuída ao estado, tutelar o interesse das pessoas.
5 – sanção premial: é quando oferece um bônus para a pessoa que age de acordo com a norma jurídica. 
“6 – Definição de lei: ‘‘lei é uma regra geral de direito, abstrata e permanente dotada de sanção expressa pela vontade de uma autoridade competente, de cunho obrigatório e de forma escrita”. A lei como regra é feita para todas as pessoas, é permanente porque é criada para ficar tempo indeterminado, tem uma sanção para que haja uma coercibilidade para o seguimento, autoridade competente é o legislativo. 
7 – classificação da lei:
7.1 quanto à origem legislativa: onde foi legislado? Federal, estadual, municipal e distrital. 
7.2 quanto à duração: leis podem ser temporárias ou permanentes. 
7.3 quanto à amplitude (alcance): geral, atinge um numero indeterminado de pessoas e atinge uma gama de situações genéricas. Especiais são leis que tratam sobre assuntos específicos, excepcionais são as leis que tratam contrariamente ao mesmo assunto que é tratado na lei geral e singulares que é para um grupo especifico, funcionários públicos e afins. 
7.4 quanto à força obrigatória: é a força do estado, prevê sanções, penas e maneiras que fazem com que o sujeito seja coagido a segui-la. Cogentes: se impõe por si, e dispositivas: que se aplica supletivamente. Não prevê uma sanção. 
7.5 quanto à sanção: pode ser perfeita, mais que perfeitas, menos que perfeitas ou imperfeitas. Sendo as perfeitas as normas que preveem uma nulidade ou uma anulação. As leis mais que perfeitas além da nulidade e da anulação também carregam e levam ao infrator uma pena. A lei menos que perfeita existe uma sanção, contudo, incompleta e/ou inadequada, uma sanção que não atinge seu efeito. Imperfeitas são as normas que não tem previsão de sanção. 
7.6 quanto à plenitude de seu sentido: a lei pode ser autônoma ou não autônoma, sendo que quando é autônoma possui uma autonomia, são as leis completas, que bastam por si só. Já as leis não autônomas dependem de conteúdo de outras normas, precisa de remissão para outra norma.
7.7 normas rígidas e elásticas: o que definirá é o quanto o juiz poderá interpretar. As leis rígidas não dão muita margem de interpretação ao juiz, pois já diz como deverá ser tratado. 
Normatividade: existência, validade e eficácia.
Noções Gerais: pode existir, mas não ter validade, pode ter existência, validade e não ter eficácia. 
Existir: ter existência ou realidade,ter ou ser.
Validade: uma estima, que tem valor. 
Eficaz: que produz um efeito desejado
Existência e validade (formal e material): para a lei existir precisamos avaliar a competência (foi feita por quem é competente?) e a adequação do procedimento (uma lei pode ser criada em procedimentos diferentes, caso a lei não passou pelo procedimento adequado, então, não será existente).<- Formalidades. Para a norma ser valida é necessário que as formalidades sejam preenchidas, juntamente com a matéria, quando há conflito a lei não tem validade, ou seja, não é valida. Para a validade material tem que estar em sintonia com o ordenamento jurídico, as normas não podem se chocar, valendo a hierarquia.
Eficácia: que produz o efeito desejado é aquela que cumpre com a sua função
3.1 leis ineficazes: a lei de usura que é o decreto 22.626 de 1933, é uma lei que não tem uma adesão da população. 
3.2 definições de eficácia: a norma é eficaz quando desempenha satisfatoriamente sua função social, qual seja, manter a ordem e distribuir a justiça. O estado cria a lei, mas a sociedade vai mudando e fazendo com que perca a eficácia. 
Vacatio legis: é um período de adaptação social, o tempo que demora até entrar em vigor. 
Normatividade: Retroatividade, revogação e ignorância. 
Art. 5º, XXXVI da CFB -> a lei não prejudicará o direito adquirido (direito subjetivo, nem mesmo uma nova lei poderá atingir o beneficiado), o ato jurídico perfeito (todo ato que tem uma relevância jurídica (ato jurídico) é perfeito quando se concluiu através da livre manifestação das partes) só não é valida quando há uma nulidade, ou foi feito sob ameaça e a coisa julgada (decisão judicial que se tornou imutável). É isso que traz a segurança jurídica. 
A norma deve ser ampla. Generalidade e abstração para situações futuras se aplica para o que irá acontecer e não o que já aconteceu. A lei só tem efeito para o futuro, em casos excepcionais ela volta ao pretérito. 
1 - O que é retroatividade e irretroatividade?
A retroatividade é quando a nova lei vem a atingir casos já passados, sendo que ocorre para garantir os regimes democráticos e é rara. Irretroatividade é quando a nova lei prevê casos futuros e não os já passados.
2 – Que relação retroatividade e/ou irretroatividade da lei tem com o artigo quinto, XXXVI da C.F?
A irretroatividade tem relação com o artigo quinto por funcionar sem atingir a escrita do artigo da C.F, sendo que tende a nunca atingir a segurança jurídica para não fazer com que o direito caia no caos. 
No direito penal é possível que a lei retroaja, contudo deve ser para beneficiar o réu. Em regra a lei é irretroativa. 
FORUM CIENTIFICO – TEMA: “SOBRE UM SUPOSTO DIREITO DE MENTIR POR AMOR À HUMANIDADE” – IMMANUEL KANT 6 páginas. 
Segundo Bimestre – Fontes do Direito (Paulo Dourado de Gusmão)
I – Fontes materiais (matéria, primária) fontes formais (secundária): do nascedouro, de onde surge o direito.
Questões gerais: 
 Fontes materiais: primarias, aquelas que vêm primeiro, matérias, assuntos. Os legisladores. Instituições ou grupos sociais que possuem capacidade de editar normas. 
Fatores econômicos 
Fatores religiosos e morais
Fatores políticos
Fatores naturais e geográficos
 Fontes formais: secundaria, A principal é a lei, jurisprudência, costumes, analogia, princípios gerais de direito, fonte negocial e doutrina. Alguns fatos das fontes materiais tiveram influencia sobre a lei, para a formação desta. A forma em que o Direito se apresenta para a sociedade (diretamente).
Estatais: emana do estado, para Gusmão são as fontes que vem da atividade legislativa do estado. 
Não Estatais: o que vem de outros lugares, vindo do estado ou não, são as não estatais. 
Classificações das fontes formais para Gusmão:
A. Fontes Estatais de Direito: seriam aquelas que vêm do estado. 
B. Fontes infra estatais: que vem de órgãos menores que o estado, o estado não participa na sua formação, mas o estado fica abaixo de sua ação. Ex. Acordo coletivo: sindicatos. Usos e costumes. 
C. Fontes supra estatais: extrapolam os limites do estado, ex. tratado internacional. Se houver um tratado internacional, o estado deve seguir este tratado. Existem também costumes internacionais. 
Segunda: a. direito interno: uma lei, direito vigente dentro do Estado.
b. direito comunitário: semelhante ao direito interno, mas é um direito vigente dentro de uma comunidade internacional. Europa. 
c. direito internacional: fonte de direito internacional. Normas de direito internacional, costume internacional, tratado. 
Terceira. A. Legislativas
B. Consuetudinárias
C. jurisprudencial
D. Convencionais.
E. Doutrinarias. 
 Hierarquia das fontes formais 
Decisão dos tribunais – jurisprudência. 
As fontes primarias tem influencia sobre as formais (secundarias)
Técnica Jurídica
I – Aplicação do Direito – deve ser levado em conta que o direito na maioria das vezes é cumprido sem a necessidade da intervenção do Estado. Na minoria dos casos é necessário que o Estado intervenha no conflito. Para aplicar o direito o aplicador precisa passar por três fases, diagnostico (análise) dos fatos, diagnostico do direito (quais são os possíveis direitos (art.) que podem ser aplicados) e interpretar o direito (ver qual direito irá se aplicar quando já afunilado (civil, consumidor)
 Noções Gerais
 Processo de aplicação
II – Interpretação e integração de normas
Interpretação (interpretar a lei consiste em determinar o seu significado e fixar o seu alcance) - 
Métodos de interpretação
Método Gramatical ou Filológico (ciência que estuda as línguas) – os significados, semântica. 
Método Lógico Sistemático: que considera que o dispositivo de lei, art. Entre outros, no momento de sua interpretação está dentro de um sistema. (ordenamento jurídico)
Método Histórico: deve-se levar em conta que a lei é um fenômeno histórico-cultural
Método Comparativo: podemos conhecer como outros países tratam do assunto de maneira a ajudar a interpretação de um artigo até então de difícil entendimento. 
Resultados da interpretação
Interpretação declarativa (literal): aquela que vem da utilização do método gramatical. Método filológico, usamos apenas o texto escrito, usando a interpretação pura e simples. Ler e extrair o exato significado do texto legal.
Interpretação extensiva: são a intepretação que depois de feita, a lei é aplicável a mais casos do que é previsto no texto legal. Ex: Art. 1723 CC – é aplicável a mais do que está escrito no artigo. 
Interpretação Restritiva: é aquela interpretação em que mesmo o texto legal fazendo parecer ser aplicável a mais caso, acaba se restringindo após a interpretação acaba restringindo.
Interpretação Ab-rogante: quando após a interpretação deixamos de aplicar uma lei, quando temos mais de uma lei tratando do mesmo assunto quando contraditórias, deixamos de aplicar uma para aplicar outra. 
Lacuna da Lei e Integração: algo que não é tratado por lei. Algo que não tem lei que trate sobre o assunto. Não é possível lacuna no ordenamento jurídico, mas sim na lei. Usa-se a integração quando fazemos o uso das outras fontes do direito para preencher as lacunas da lei. 
III – Argumentação
Argumentação e Retórica: apresentar ideias, WESTON: argumentar é oferecer um conjunto de razões a favor de uma conclusão ou oferecer dados favoráveis a uma conclusão. A arte da eloquência. 
Argumentação Jurídica: Utilizar dos argumentos para ganhar a causa a seu favor, velha retórica etc. Chaïm Perelman (tratado da argumentação) / Robert Alexy.
Nova Retórica: Movimento do Séc. XX – Teoria da argumentação jurídica – postulavam que não era possível tratar o direito como uma regra matemática, dizem que a linguagem no processo deve ser mais acessível para o leigo. O orador deve conhecer seu auditório pra ser compreendido. 
Codificação do Direito
Os códigos tentam condensar, trazer para um livro só, facilitar. Tivemos o inicio das codificações com Napoleão. 
Ramos do Direito:
- Público: Defesa de um interesse de um interessepúblico, coisas que afetam pessoas em geral, estado, união. 
1. D. Constitucional: Surgimento do estado e como ele deve funcionar. 
2. Administrativo: normatização da administração pública, licitações. 
3. D. tributário: como o estado recebe os tributos.
4. D. Financeiro: é a saída de renda do estado. 
5. D. Penal: tem por objetivo a manutenção da ordem pública. 
6. D. Processual Penal: trata das questões penais. De como deve funcionar o processo penal.
7. D. Processual Civil: como funciona o processo civil.
8. D. Ambiental é a parte do direito que trata da regulamentação sobre o ambiente, proteção ao ambiente.
9. D. Previdenciário: é o que organiza a previdência. 
10. D. Internacional Público: qual a lei aplicada em casos internacionais privados.
- Privado:
1. Civil: interesses privados
2. Empresarial/Comercial
Divergências: nem sempre podemos classificar esses direitos como privados ou público.
D. Internacional Privado:
D. Consumidor: o estado age para beneficiar o consumidor, o estado atua defendendo o consumidor. 
D. Trabalho: protege o trabalhador. 
Direito e Moral
Normas Morais (penalidade que fica no intimo e não que é externa) e Normas Jurídicas (sempre tem uma penalidade externa).
Moral: Conjunto de práticas, de costumes, de usos, de padrões de conduta em determinado seguimento social. 
Ética: Ethos – Costume. É a parte da filosofia que estuda os costumes e a moral. 
Presença da Moral no Direito: não tem como pensar em direito sem pensar na base moral, nem sempre foi entendido desta maneira, o positivismo por algum tempo postulou que a moralidade não fazia parte do direito – Kelsen. Outrossim, Jelinek postulava que a moral tem um campo maior que o direito, dizendo que as normas jurídicas eram morais também. A modernidade postula uma nova teoria que existem normas que são somente jurídicas e que são morais e jurídicas – Du Pasquieu