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O TEXTO E SUAS ESTRUTURAS 2014

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Prévia do material em texto

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE RONDÔNIA - IESUR 
FACULDADES ASSOCIADAS DE ARIQUEMES - FAAr 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O TEXTO E SUAS ESTRUTURAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Prof.ª JAKLINE BRANDHUBER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ariquemes 
2014 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O TEXTO E SUAS ESTRUTURAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O verdadeiro aprendizado só se concretiza por inúmeras 
tentativas e inúmeros erros. Aí esta a diferença de um sábio e 
de um tolo. 
 
 Paulo Freire 
 
 
 
 
 
 
3 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. .........5 
 
1 COMUNICAÇÃO .................................................................................................................................... 6 
1.1 COMUNICAR ...................................................................................................................................... 6 
1.2 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ......................................................................................................... 6 
1.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ........................................................... 6 
1.4 FATORES QUE INTERFEREM NA COMUNICAÇÃO .............................................................................. 7 
1.5 IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO ................................................................................................... 7 
1.6 LINGUAGEM – LÍNGUA – FALA .......................................................................................................... 8 
1.7 REPERTÓRIO ...................................................................................................................................... 8 
1.8 FUNÇÕES DA LINGUAGEM ................................................................................................................ 8 
1.8.1 Função Referencial: ........................................................................................................................ 8 
1.8.2 Função Emotiva: ............................................................................................................................. 9 
1.8.3 Função Conativa: ............................................................................................................................ 9 
1.8.4 Função Fática.................................................................................................................................. 9 
1.8.5 Função Metalinguística: ............................................................................................................... 10 
1.8.6 Função Poética ............................................................................................................................. 10 
2 REGISTROS OU NÍVEIS DE LÍNGUA(GEM) LÍNGUA FALADA ................................................................ 10 
2.1 LÍNGUA FALADA: ............................................................................................................................. 10 
2.2 LÍNGUA ESCRITA .............................................................................................................................. 11 
2.2.1 Língua não literária ....................................................................................................................... 11 
2.2.2 Língua literária .............................................................................................................................. 11 
3.1 TEXTO .............................................................................................................................................. 13 
4 ESTILO ................................................................................................................................................. 14 
4.1 QUANTO AO CONTEXTO, O ESTILO PODE SER: ............................................................................... 14 
4.2 QUALIDADES DE UM TEXTO ............................................................................................................ 14 
4.2.1 Clareza .......................................................................................................................................... 15 
4.2.2 Concisão ....................................................................................................................................... 15 
4.2.3 Correção Gramatical .................................................................................................................... 16 
4.2.4 Coesão .......................................................................................................................................... 19 
4.2.5 Coerência...................................................................................................................................... 22 
4.3 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................... 23 
4.4 DEFEITOS TEXTUAIS ......................................................................................................................... 24 
4.4.1 Aliteração: .................................................................................................................................... 24 
4.4.2 Emenda de vogais (ou hiatismo) .................................................................................................. 24 
4.4.3. Cacofonia ..................................................................................................................................... 24 
4.4.4 Rima .............................................................................................................................................. 24 
4.4.5 Repetição de palavras .................................................................................................................. 24 
4.4.6 Excesso de “que” .......................................................................................................................... 24 
4.5 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................... 24 
5 FRASE E ESTRUTURA FRASAL.............................................................................................................. 25 
5.1 ESTRUTURA FRASAL ........................................................................................................................ 25 
5.2 FRASE: .............................................................................................................................................. 25 
5.3 ORAÇÃO ........................................................................................................................................... 25 
5.4 TIPOS DE FRASE ............................................................................................................................... 25 
5.5 CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO OTHON M. GARCIA .............................................................................. 26 
5.5.1 Frase Situação .............................................................................................................................. 26 
5.5.2 Frase Nominal .............................................................................................................................. 26 
5.5.3 Frase Arrastão .............................................................................................................................. 26 
4 
 
5.5.4 Frase Entrecortada ou Picadinha ................................................................................................. 26 
5.5.5 Frase Ladainha ..............................................................................................................................26 
5.5.6 Frase Labiríntica ........................................................................................................................... 27 
5.5.7 Frase Fragmentária ...................................................................................................................... 27 
5.5.8 Frase Caótica ............................................................................................................................... 27 
5.5.9 Frase Parentética .......................................................................................................................... 27 
5.6 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................... 27 
6.1 DIVISÃO ........................................................................................................................................... 29 
7 TIPOS DE DISCURSO ........................................................................................................................... 29 
7.1 DIFERENÇA DO DISCURSO DIRETO E DISCURSO INDIRETO ............................................................. 30 
8.1 ACENTO TÔNICO E ACENTO GRÁFICO ............................................................................................. 34 
8.1.1 Classificação das palavras quanto à sílaba tônica ....................................................................... 34 
8.2 A REFORMA ORTOGRÁFICA 1ª parte.............................................................................................. 35 
8.2.1 Acentuação Gráfica ...................................................................................................................... 37 
8.3 A REFORMA ORTOGRÁFICA 2ª parte .............................................................................................. 38 
8.4 ACORDO ORTOGRÁFICO – 3ª PARTE ............................................................................................... 40 
8.4.1 USO DO HÍFEN .............................................................................................................................. 40 
8.5 EXERCÍCIOS SOBRE ACENTUAÇÃO GRÁFICA .................................................................................. 41 
9 CRASE ................................................................................................................................................. 46 
9.1 NÃO EXISTE CRASE .......................................................................................................................... 46 
9.2 CASOS ESPECIAIS ............................................................................................................................. 47 
9.3 OBRIGATORIEDADE DA CRASE ....................................................................................................... 48 
9.4 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................... 48 
10.2 CONCORDÂNCIA VERBAL .............................................................................................................. 51 
10.3 EXERCÍCIOS .................................................................................................................................... 52 
11. REGÊNCIA ........................................................................................................................................ 54 
11.1 REGÊNCIA VERBAL ......................................................................................................................... 54 
11.1.1 Verbos Intransitivos ................................................................................................................... 55 
11.1.2 Verbos Transitivos Diretos ......................................................................................................... 55 
11.1.3 Verbos Transitivos Indiretos....................................................................................................... 56 
11.1.5 Verbos Transitivos Diretos e Indiretos ....................................................................................... 59 
12. PRODUÇÃO TEXTUAL ...................................................................................................................... 59 
12.1 RECOMENDAÇÕES PARA SE REDIGIR UM TEXTO .......................................................................... 59 
12.2 MÉTODOS DISSERTATIVOS: ........................................................................................................... 61 
12.2.1 Verbo que indicam expressividade ............................................................................................ 61 
12.3 PROCEDIMENTOS PARA SE REDIGIR UM TEXTO ........................................................................... 62 
11.3.1 Escolha de um dos procedimentos. ........................................................................................... 62 
12.3.2 Levantamento de ideias ............................................................................................................. 62 
12.3.3 Exercícios de Roteirização .......................................................................................................... 63 
12.4.1 Enumeração de razões ............................................................................................................... 65 
12.4.2 Enumeração de causas ............................................................................................................... 65 
12.4.3 Causas e consequências ............................................................................................................. 66 
12.4.4 Prós e contra .............................................................................................................................. 66 
12.4.5 Paralelos e comparações ............................................................................................................ 67 
12.4.6 Exemplos de texto ...................................................................................................................... 68 
 
REFERÊNCIA...................................................................................................................................74 
 
 
 
 
 
5 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 Esta Apostila é uma seleção de conteúdos instrumentais retirados de várias obras e autores, 
visando à boa comunicação. 
 A inserção dos assuntos que compõem este trabalho oferece um auxílio a todos aqueles que 
necessitam de esclarecimentos a respeito dos tópicos arrolados. Nosso trabalho foi apenas o de 
juntar os conteúdos que fazem parte da disciplina de Língua Portuguesa. Apresentamos ainda, vários 
textos de autores diversos que estarão especificados na bibliografia consultada. 
 a) a primeira parte abrange os aspectos referentes à Comunicação, Estilo, Parágrafo, Frase e 
Discurso; 
 b) a segunda compreende alguns tópicos gramaticais como: Acentuação, O Novo Acordo 
Ortográfico, Crase, Concordância, Regência. 
 c) por último, a Redação sobre diversos aspectos: tipologia textual, com ênfase no texto 
dissertativo (assunto, delimitação do tema, tese, argumentos), estrutura dissertativa, roteirização, o 
uso dos elementos linguísticos: o papel dos elementos de coesão, a retomada ou a antecipação de 
termos. 
 
 
 Bom Curso e Bom Estudo. 
 
 
 Prof.ª Jakline Brandhuber 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
1 COMUNICAÇÃO: 
 
 Força vital e extraordinária na observação das relações humanas e no comportamento 
individual; 
 Grande interesse pelo estudo e os efeitos do processo de comunicação; 
 Processo social. 
1.1 COMUNICAR: 
 
Busca de entendimento 
 de compreensão ligaçãocontato transmissão de ideia 
 transmissão de sentimento 
1.2 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
Consiste em: 
 comunicador (emissor, transmissor ou codificador); 
 uma mensagem; 
 recebedor (receptor ou decodificador). 
 
 
 
 
1.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
 Fonte 
 Emissor 
Elementos Mensagem 
 Recebedor 
 Destino 
 Canal 
 Código 
 
 
 
Emissor – é quem envia a mensagem através da palavra oral ou escrita, gestos, expressões, 
desenhos, rádio, TV, estúdio; 
 
7 
 
Mensagem – é o que a fonte deseja transmitir. Pode ser visual, auditiva ou audiovisual. Serve-se de 
um código que deve ser estruturado e decifrado (conteúdo, objetivos e canal adequado); 
Recebedor 
- decodifica a mensagem e dele dependerá, em termos, o êxito da comunicação 
- elemento importante no processo. Pode ser a pessoa que lê, que ouve, um pequeno grupo,um 
auditório ou uma multidão; 
- será, em termos, o êxito da comunicação. 
 
Canal – é a forma utilizada pela fonte para enviar a mensagem; 
 
 Natural = órgãos sensoriais 
Canal pode ser 
 Tecnológico = espacial e temporal 
 
Código – conjunto de sinais estruturados. 
 
Pode ser: verbal – discursivo, predomina a lógica; 
 não-verbal - fragmentado, imprevisto, não-linear, dificulta a decodificação. 
 
 
 Esquema 
 
 CANAL 
 
 
 FONTE DESTINO 
 MENSAGEM 
 
EMISSOR RECEBEDOR 
 
 CÓDIGO 
 
1.4 FATORES QUE INTERFEREM NA COMUNICAÇÃO 
 
Ruído – é toda interferência indesejável na transmissão de uma mensagem; 
 Ex: Um borrão, o barulho do ventilador, etc. 
Entropia – é a desorganização da mensagem; 
 Ex: Eu menina uma vi. 
Redundância – é a repetição, objetivando clareza. Confere a comunicação um certo 
coeficiente de segurança; 
 
Ex: Aqui, neste lugar, onde tu te encontras com a tua família, aconteceram fatos que mudaram o 
mundo. 
1.5 IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO 
 
 O mundo e o comportamento humano são regidos pela informação, pela persuasão, pela 
palavra, som, cores, formas, gestos, expressão facial, símbolos; 
 O entendimento não mais se faz apenas pela língua falada ou escrita mas também através do 
rádio, da televisão, do jornal, da música, do cinema, da publicidade. ; 
8 
 
 Pode-se dizer que o código verbal está em crise; 
 Predominam a imagem e a comunicação gestual. 
1.6 LINGUAGEM – LÍNGUA – FALA 
 
LINGUAGEM LÍNGUA FALA 
Oriundo da faculdade; 
 
 
Inerente ao homem; 
 
 
Inata; 
 
 
Sem convívio esta 
predisposição atrofia, não 
se concebe um sem o outro 
(individual e social); 
 
Natureza heterogênea. 
Instrumento peculiar de 
comunicação; 
 
Representa a parte social da 
linguagem; 
 
Exterior ao indivíduo “por si só não 
pode modificá-la”; 
 
Língua e forma (CÓDIGO) 
sistemas de signos convencionais; 
 
 
Natureza homogênea; 
Ato intencional; 
 
 
Em nível individual; 
 
 
Depende da vontade e da 
inteligência. 
 
 
 
 
 
 
 
1.7 REPERTÓRIO 
 
 Para que haja comunicação, é necessário que o emissor utilize o mesmo código recebedor. 
 Define-se repertório como o conjunto vocabular de que se serve cada falante para expressar-
se. Ele varia muito de indivíduo para indivíduo, de grupo para grupo, de região para região. 
 Assim na língua portuguesa (código), nem sempre emissor e recebedor se comunicam, pois, 
apesar do uso do mesmo código, o repertório pode ser diverso. 
1.8 FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
 Um enunciado estabelece uma relação tríplice: 
O emissor (primeira pessoa); 
O receptor (segunda pessoa); 
As coisas sobre as quais se fala (terceira pessoa). 
1.8.1 Função Referencial: 
Denotativa ou cognitiva; é a que se volta para a informação, para o próprio contexto; 
transmitir ao receptor os dados da realidade de uma forma direta e objetiva; normalmente, 
prevalece o texto escrito em terceira pessoa; texto centrado no referente; sentido real das 
coisas e dos seres; informação jurídica, precisa. 
 
Exemplo 1: 
 “No século XIX, a borracha adquiriu grande importância e seu uso foi difundido graças à 
descoberta do processo de vulcanização, que torna a borracha natural elástica e resistente. Outro 
fator importante foi o início da indústria automobilística, que levou à patente do primeiro 
pneumático, por volta de 1888.” 
 
9 
 
 (ANTUNES, Celso. Geografia do Brasil. 3. ed. São Paulo, Scipione, 1991. p. 159) 
1.8.2 Função Emotiva: 
Centra-se no sujeito emissor; tenta suscitar a impressão de um sentimento verdadeiro ou 
simulado; é expressar seus sentimentos e emoções (texto subjetivo); carregado de “eu”, 
“me”, “minha”. Escrito em primeira pessoa; a interjeição é o indicador seguro da função 
emotiva da linguagem 
 
Exemplo 1: Que lua maravilhosa! ... 
Exemplo 2: Preciso aprender a ser só 
 
“Ah! Se eu te pudesse fazer entender 
Sem teu amor, eu não posso viver 
Que sem nós dois, o que resta sou eu 
Eu assim tão só 
E eu preciso aprender a ser só 
Pode dormir sem sentir teu calor 
E ver que foi só um sonho e passou (...)” 
 
VALLE, Marco & VALLE, Paulo Sérgio. In: MAIA, Tim. A arte de Tim Maia. LP Polyfar, 2494 635, 1982. L.2. f.3 
1.8.3 Função Conativa: 
Apelativa ou imperativa; centra-se no sujeito receptor; é eminentemente persuasória; 
Convence, muda comportamento, provoca reações; verbo conari – promover, suscitar. 
 
Exemplo 1: 
NÃO BASTA SE COMOVER, 
É PRECISO PARTICIPAR E AGIR, 
TOME UMA ATITUDE. 
ADOTE UM CACHORRO ABANDONADO! 
 
1.8.4 Função Fática 
Preocupação em manter contato; visa estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação; 
serve para testar a eficiência do canal. 
Exemplo 1: Alô, alô, astronautas na Lua, vocês conseguem me ouvir? 
Exemplo 2: 
Pai: Sua mãe disse que você não tira os olhos da TV! Você anda muito desligado... 
Pai: ... nas aulas, gostaria que você participasse mais! Você entende? 
Pai: Beto!? Você está me ouvindo? 
Pai: Beto?! 
 
10 
 
Plim! Plim! 
Beto: Hã...? quê...? 
Exemplo 3: 
“- Olá, tudo bem? 
Tudo bem. E você? 
Tudo bem... Levando... Levando... 
É ... Levando... 
Falou... 
É isso aí...” 
1.8.5 Função Metalinguística: 
Consiste num recodificação; está voltada para o próprio código utilizado; código é o tema da 
mensagem ou é utilizado para explicar o próprio código; passa a existir quando a linguagem 
fala dela mesma; serve para verificar se emissor e receptor estão usando o mesmo 
repertório; linguagem do dicionário, códigos... 
 
Exemplo 1: A Lua é o satélite natural da Terra. 
1.8.6 Função Poética 
Centra-se na mensagem; trabalho realizado com a própria mensagem: -- seleção e 
combinação das palavras; estrutura da mensagem; - ritmo, sonoridade, o belo e o inusitado 
das imagens. Opõe-se a função referencial porque nela predominam a conotação e o 
subjetivismo. 
Exemplo 1: “... a lua era um desparrame de prata”. Jorge Amado 
 
 É a função do belo, do estético, mas não é exclusiva da poesia, podendo existir também na 
prosa. 
Exemplo 2: 
“... a lua era um desparrame de prata” (Jorge Amado) 
“Quem cabritos vende, e cabras não tem, de algum lugar lhe vêm.” (Provérbio) 
 
Observação: Não se esqueça de que em uma mensagem podemos encontrar duas ou mais funções, 
porém, sempre com predominância de uma delas. 
2 REGISTROS OU NÍVEIS DE LÍNGUA(GEM) LÍNGUA FALADA 
2.1 LÍNGUAFALADA: 
Culta 
Coloquial 
Vulgar ou inculta 
Regional 
Grupal Técnica 
 Gíria 
 
 
Culta Coloquial 
Falada pelas pessoas que têm instrução; 
Nivelada pela escola; 
Obedece à gramática da língua-padrão; 
É mais restrita, pois constitui privilégio e 
conquista cultural de um número reduzido de 
É a língua espontânea; 
Sem muita preocupação com as formas 
linguísticas; 
É a língua cotidiana, que comete pequenos erros 
– mas perdoáveis – deslizes gramaticais 
11 
 
falantes. 
 
Vulgar ou Inculta Regional 
É própria das pessoas sem instrução; 
É natural, colorida, expressiva, livre de 
convenções sociais; 
É mais palpável porque envolve o mundo das 
coisas; 
Infringe totalmente as convenções gramaticais. 
Está circunscrita a regiões geográficas; 
Caracteriza-se pelo acento linguístico (altura, 
timbre, intensidade); 
Tem um patrimônio vocabular próprio, típico de 
cada região. 
 
Grupal: Língua hermética 
Grupal Técnica Grupal Gíria 
Desloca-se para escrita; 
Existem tantas quantas forem as ciências e 
profissões; 
Só é compreendida, quando sua aprendizagem 
se faz junto com a profissão. 
Existem tantos quantos forem os grupos 
fechados. 
 
2.2 LÍNGUA ESCRITA 
2.2.1 Língua não literária 
Língua-padrão; 
Coloquial; 
Vulgar ou inculta; 
Regional; 
Grupal´: gíria e técnica 
 
 Padrão Coloquial 
É aquela que obedece a todos os parâmetros 
gramaticais 
Permitem-se alguns deslizes gramaticais; 
Ex: - Me faz um favor: vai ao banco pra mim. 
 
Vulgar ou inculta Regional 
Ex:Assucar 
 Bassora 
 Qejo 
Ex: Deu-lhe com a boleadeira nos cascos, e o 
índio correu mais que cusco em procissão. 
2.2.2 Língua literária 
 
É o instrumento utilizado pelos escritores; 
Ex: “Macunaíma ficou muito contrariado. Maginou, maginou e disse prá velha...” 
 Mário de Andrade 
 
Exemplo: Língua Regional 
 “Lindaura, a recepcionista do analista de Bagé- segundo ele, “mais prestimosa que mãe da 
noiva” – tem sempre uma chaleira com água quente pronta para o mate. O analista gosta de oferecer 
chimarrão a seus pacientes e, como ele diz, “charlar assando a cuia que loucura não tem micróbio”. 
Um dia entrou um paciente novo no consultório. 
 - Buenos, tchê – saudou o analista. – Se abanque nos más. 
 O moço deitou no divã coberto com um pelego e o analista foi logo lhe alcançando a cuia 
com erva nova. O moço observou: 
12 
 
 - Cuia mais linda. 
 - Côsa mui especial. Me deu meu primeiro paciente. O coronel Macedônio, lá pras banda de 
Lavras. 
 A troco de quê? – quis saber o moço, chupando a bomba. 
 - Pues tava variando, pensando que era metade homem e metade cavalo. Curei o animal.” 
 
 VERÍSSIMO, Luís Fernando. Outras do Analista de Bagé. p.73-4 
 
Exemplo: Gíria 
“Meus camaradinhas: 
 Não entendi bulufas dessa jogada de fazerem o papai aqui apresentar o seu Antenor 
Nascentes, um cara tão crânio, cheio de mumunhas, que é manjado até na Europa. Estou meio 
cabrero até achando que foi crocodilagem do diretor do curso, o professor Odorico Mendes, para eu 
entrar pelo cano. 
 O seu Antenor Nascentes é um chapa legal, é bárbaro e, em Filosofia, bota banca. 
Escreveu um dicionário etimológico que é uma lenha. Dois volumes que vou te contar. 
 (Correio do Povo, 20/04/66) 
Exemplo 2 
“Poxa, tô numa pior! Queria descolar uma grana pra comprar um refri pr’aquela gata que pintou no 
pedaço e que tô tri a fim, mas não deu. Minha velha tá dura, cara, e o velho foi pra Sampa” 
 
Exemplo: Vulgar 
“ – Comecei a sentir uma zombaria na minha cabeça e de repente, pá! Dei um taque. Chamaram a 
insistência e me levaram pro Pronto Socorro. Chegando lá o médico doutor disse que eu tinha de 
operar os alpendres. 
 - Então eu caí numa prostituição... 
 (SABINO, Fernando. Zero Hora. Caderno D, 29/05/88, p. 2) 
 
CONTEXTO
(função referencial)
MENSAGEM
(função poética)
EMISSOR
(função 
emotiva)
CÓDIGO
(função metalinguística)
RECEPTOR
(função conativa)
CANAL DE COMUNICAÇÃO
(função fática)
requer
envia
Verbal ou verbalizada
contato
Visão geral e completa dos fatores fundamentais da 
comunicação e suas relações com as funções da linguagem
 
“Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser que o estilo permita, ou seja, 
se estamos dissertando – e, nesse tipo de redação, usa-se geralmente, a língua-padrão – não 
podemos passar desse nível para outro, como a gíria, por exemplo.” 
 
 
 
 
13 
 
 
3 NOÇÕES DE TEXTO 
3.1 TEXTO 
 
Sempre manifesta um posicionamento frente a uma questão qualquer posta em debate; 
 
Deve-se levar em conta um contexto; 
O texto é um tecido, uma estrutura construída 
de tal modo que as frases não tem significado 
autônomo. Num texto, o sentido de uma frase 
 é dado pela correlação que ela mantém com 
as demais. 
 
Considerações: 
1. Nem sempre o contexto vem explicitado linguisticamente 
 Ex: A nossa cozinheira está sem paladar. 
 
2. Todo texto contém um pronunciamento dentro de um debate de escala mais ampla. 
 
Exemplo: Tiro Certeiro 
 
Estado americano limita porte de arma 
 
 No começo de 1981, um jovem de 25 anos chamado John Hinckley Jr. Entrou numa loja de 
armas de Dallas, no Texas, preencheu um formulário do governo com endereço falso e, poucos 
minutos depois, saiu com um Saturday Night Special – nome criado na década de 60 para chamar um 
tipo de revólver pequeno, barato e de baixa qualidade. Foi com essa arma que Hinckley, no dia 30 de 
março daquele ano, acertou uma bala no pulmão do presidente Ronald Reagan e outra na cabeça de 
seu porta-voz, James Brady. Reagan recuperou-se totalmente, mas Brady desde então está preso a 
uma cadeira de rodas. (...) 
 
 Revista Veja de 01.06.1988. p. 54 
Pressuposto: 
 
Risco de vender arma para qualquer pessoa, indiscriminadamente; 
Os fabricantes de revólveres, se pudessem, não permitiriam a veiculação dessa notícia. 
 
1. Uma boa leitura nunca pode se basear em fragmentos isolados do texto, já que o significado das 
partes sempre é determinado pelo contexto dentro do qual se encaixam; 
 
2. Uma boa leitura nunca pode deixar de apreender o pronunciamento contido por trás do texto, 
já que sempre se produz um texto para marcar posição frente a uma questão qualquer. 
 
Texto 2: “Meu Engraxate” 
 
 É por causa do meu engraxate que ando agora em plena desolação. Meu engraxate me 
deixou. 
 Passei duas vezes pela porta onde ele trabalhava e nada. Então me inquietei, não sei que 
doenças mortíferas, que mudança pra outras portas se pensaram em mim, resolvi perguntar ao 
menino que trabalhava na outra cadeira. O menino é um retalho de hungarês, cara de infeliz, não dá 
Contexto 
Texto 
14 
 
simpatia alguma. É tímido o que torna instintivamente a gente muito combinado com o universo no 
propósito de desgraçar esses desgraçados de nascença. 
 “Está vendendo bilhete de loteria”, respondeu antipático, me deixando numa perplexidade 
penosíssima: pronto! Estava sem engraxate! Os olhos do menino chispeavam ávidos, porque sou dos 
que ficam fregueses e dão gorjetas. Levei seguramente um minuto pra definir que tinha de continuar 
engraxando sapatos toda a vida minha e ali estava um menino que, a gente ensinando, podia ficar 
engraxate bom. 
 
 (ANDRADE, Mário de. Os filhos de Candinha, São Paulo, Martins, 1963. p. 16) 
4 ESTILO 
 
 Um jeito particular de uma pessoa fazer alguma coisa ou expressar; 
 É marcante; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.1 QUANTO AO CONTEXTO, O ESTILO PODE SER: 
TEXTO LITERÁRIO TEXTO NÃO LITERÁRIO 
Sobrecarrega-se de tons afetivos; 
Conotação; 
Pessoalidade; 
Parcialidade;Subjetividade; 
Poética; 
Impressiona, agrada; 
“Desvio à gramática” – isso se deve ao impulso 
e à intenção estética; 
Preocupação com a criatividade; 
Beleza e ritmo. 
 
Traduz-se em objetividade; 
Denotação; 
Impessoalidade; 
Imparcialidade; 
Objetividade; 
Técnica; 
Esclarece, convence; 
Preferência vocabular, 
 
Preocupação com a realidade. 
 
 
4.2 QUALIDADES DE UM TEXTO 
 
 É necessário que o estilo do comunicador possua uma série de requisitos: 
 
Harmonia: clareza; concisão; correção gramatical; coesão e coerência. 
 
Estilo 
Maneira 
MARCA DE SUA 
INDIVIDUALIDADE 
PESSOAL 
ÉPOCA 
PALAVRA 
15 
 
4.2.1 Clareza 
 
Manifestação da ideia de forma que possa ser rapidamente compreendida pelo leitor.; 
Ser claro é ser coerente, não se contradizer, não confundir o leitor; 
São inimigos da clareza: 
 *desobediência às normas da língua 
 *os períodos longos 
 *vocabulário rebuscado e impreciso 
Outros fatores que poderão concorrer para uma comunicação imperfeita: 
 
 Pontuação incorreta; 
 Má disposição das palavras na frase; 
 Omissão de alguns termos (principalmente pronomes); 
 Imprecisão vocabular; 
 Excesso de intercalações; 
 Ambiguidade causada pelos pronomes possessivos, relativos, etc. 
 
Exemplos: 
 
1. Eu, parece-me que o rapaz que eu fui ao escritório dele na semana passada, é fã ardoroso do 
Flamengo. 
2. Perdoas? Não discordo. 
 Perdoas? Não! Discordo. 
3. Vendem-se cobertores para casal de lã. 
4. O velhinho tomou aquele remédio dentro do vidrinho. 
5. Precisa-se de babá para cuidar de criança de 17 a 25 anos. 
6. Estamos liquidando pijamas para homens brancos. 
7. Escutei algo a respeito do envenenamento da mulher sentada no banco da praça. 
8.A ordem do ministro que veio de Brasília. 
9. Subindo a serra, avistei vários animais. 
10. Eu noivaria com você, Verinha, se tivesse um pouco de dinheiro. 
11. Aquele sujeito foi prescrito de sua pátria. 
12. Ele pensava no antigo amor e julgava que a sua agressividade teria contribuído para o término do 
romance. 
13. O leite, que é um alimento precioso para a saúde, e esta, uma dádiva divina, deve ser ingerido 
após sofrer o processo de pasteurização, que o imuniza contra diversas infecções 
4.2.2 Concisão 
 
Ser conciso significa que não devemos abusar das palavras para exprimir uma ideia; ir direto 
ao assunto; eliminar tudo aquilo que é desnecessário; 
 
16 
 
Exemplo 1: TEXTO PROLIXO 
 
“Maria Joana da Silva, solteira, procura pessoa do sexo oposto para fim de casamento. O interessado 
deve ser pessoa sensível, que goste de ouvir música, seja alegre, que goste de passear domingo de 
manhã, que goste de pescar, que goste de passear na relva úmida da manhã, que seja carinhoso, que 
sussurre aos meus ouvidos que me ama, que tenha bom humor, mas também saiba chorar. Que 
saiba escutar o canto dos pássaros, que não se importe de dormir ao relento numa noite de lua, que 
sonhe acordado e que muito do azul do céu. (...) Não se exige que seja rico, de boa aparência (...) 
mas exige-se principalmente que goste de oferecer flores de vez em quando.” 
 
End.: Rua da Esperança, 43. 
 
 
 
 
Exemplo 2: 
 
 A partir deste século, o número cada vez maior e, por isso mesmo, mais alarmante de 
separações, flagelo irrecuperável da família moderna tem alarmado as autoridades governamentais, 
guardiãs perenes do bem-estar social, principalmente pelas sequelas traumatizantes produzidas nos 
filhos e pela decadência moral da sociedade, tendo em vista ser a família o esteio e a célula-mater. 
dessa mesma sociedade. 
 
Texto conciso: O número cada vez maior de separações tem alarmado as autoridades 
governamentais 
4.2.3 Correção Gramatical 
 
A linguagem utilizada na redação deve estar de acordo com a norma culta; 
17 
 
Devem-se conhecer as normas; 
Deve-se tomar cuidado com alguns desvios da linguagem padrão que comumente aparecem 
em redações: grafia, flexão das palavras, concordância, regência, colocação pronominal. 
Outro defeito textual: Ambiguidade 
 O USO DO GERUNDISMO 
 O emprego do gerúndio é considerado tão problemático que alguns escritores fazem 
esforços para nunca empregá-lo. Podem-se observar, no entanto, alguns princípios norteadores do 
uso dessa forma nominal. 
O gerúndio constitui uma oração subordinada de caráter adverbial e, de certo modo, também possui 
uma função adjetiva. 
Para ter um emprego claro, o gerúndio deve estar o mais perto possível do sujeito ao qual se refere. 
 Assim, Vi teu primo nadando não é o mesmo que Nadando, vi teu primo (correto) 
• "Eu vou estar mandando um fax" ou 
• "Vou estar telefonando em breve". Telefonarei para você em breve. 
Outros exemplos: 
• "Vamos estar mandando isso amanhã" (uso impróprio do gerúndio) / 
 Correto: "Vamos mandar isso amanhã"/ "Mandaremos isso amanhã" (usos próprios). 
 
Usar demais o gerúndio deixa o texto com péssima qualidade, como no exemplo a seguir: 
 
 "Entendendo dessa maneira, o problema vai-se pondo numa perspectiva melhor, ficando 
mais claro..." 
 “Vamos estar resolvendo seu problema hoje à tarde”. 
 Esse “gerundismo futuro”, provavelmente de influência inglesa, está chato: “vamos estar 
retornando”, “vamos estar enviando”, “vamos estar depositando”… Vamos simplificar: 
“retornaremos ou vamos retornar”, “enviaremos”, “depositaremos” e, graças a Deus, “resolveremos 
seu problema hoje à tarde”. (Sérgio Nogueira) 
• São frases mal construídas. 
• É usado para empregar a ação verbal no futuro. Deveríamos dizer: 
• “Vou depositar (ou depositarei)…”; 
• “O Instituto vai realizar (ou realizará)…”; 
• “…ele vai fazer (ou fará)…” 
• O jogador declarou seu amor à genitora e disse: "Desculpe, mãe. Seu aniversário foi ontem, 
mas eu não pude estar comparecendo à festa". ("Não pude comparecer“) 
ALGUNS EMPREGOS DO GERÚNDIO DEVEM SER EVITADOS 
1) Quando as ações expressas pelos dois verbos – gerúndio e verbo principal – não puderem 
ser simultâneas: 
Ex: Chegou sentando-se. (Chegou e se sentou.) 
18 
 
 Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, estudando com um amigo padre na infância. 
(Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro no Rio de Janeiro e estudou com um amigo padre, na 
infância). 
 
 2) Quando o gerúndio expressa qualidades: 
Ex: Vi um jardim florescendo. (Vi o jardim florido.) 
Ex: Uma amiga telefonou para a central de atendimento a clientes de um cartão de crédito. Depois 
de intermináveis 
"a gente vai estar tentando resolver o seu problema", 
"a senhora vai estar recebendo um extrato", 
"uma funcionária vai estar verificando", 
"a gente vai estar mandando uma cópia para a senhora", 
a funcionária perguntou: 
 "A senhora pode estar enviando uma cópia do último pagamento?". 
Irônica, mordaz, minha amiga respondeu: "Estar enviando eu não posso, mas enviar eu posso". Inútil. 
Pelo que disse em seguida, parece que a funcionária não entendeu a ironia. 
 
 3) Quando a ação expressa pelo gerúndio é posterior à do verbo principal: 
Ex: O assaltante fugiu, sendo detido duas horas depois. (Seria melhor dizer: O assaltante fugiu e foi 
detido duas horas depois). 
 
 4) Quando o gerúndio, copiando construção francesa (galicismo), passa a ter valor 
puramente adjetivo: 
Ex: Viu uma caixa contendo… (A construção mais adequada seria: Viu uma caixa que continha) 
 
GERÚNDIO GERA AMBIGUIDADE 
 
É interessante lembrar que o pior uso do gerúndio é aquele que gera ambiguidade: 
 
1. “A mãe encontrou o filho chorando.” 
(Quem estava chorando? A mãe ou o filho?) 
 
2. “Ônibus atropela criança subindo a calçada.” 
(O ônibus subiu a calçada e atropelou a criança) ou 
(O ônibus atropelou a criança no momento em que ela subia a calçada?) 
• O bom gerúndio é aquele que expressa claramentea ideia de “continuidade de ação”: 
“Passamos toda a semana analisando este caso”. 
“Durante todo dia estivemos redigindo o relatório”. 
“Está fazendo calor”. 
• O bom gerúndio é aquele que expressa claramente a ideia de “continuidade de ação”: 
“Passamos toda a semana analisando este caso”. 
“Durante todo dia estivemos redigindo o relatório”. 
“Está fazendo calor”. 
• O bom gerúndio é aquele que expressa claramente a ideia de “continuidade de ação”: 
“Passamos toda a semana analisando este caso”. 
“Durante todo dia estivemos redigindo o relatório”. 
“Está fazendo calor”. 
 
 
19 
 
 O USO DO PRONOME POSSESSIVO: SEU/ SUA PREFIRA DELE, DELA; 
 O USO DO QUE: PREFIRA O QUAL, A QUAL. 
1.2.6 Coesão e coerência 
 A coesão (amarração das ideias) de um texto depende muito da relação entre as orações que 
formam os períodos e os parágrafos. Os períodos compostos precisam ser relacionados por meio de 
conectivos adequados, se não quisermos torná-los incompreensíveis. 
Para cada tipo de relação que se pretende estabelecer entre duas orações, existe uma conjunção que 
se adapta perfeitamente a ela. Veja nos exemplos! 
 Por exemplo, a conjunção MAS só deve ser usada para estabelecer uma relação de oposição 
entre dois enunciados. Porém, se houver uma relação de adição ou ideia de concessão, a conjunção 
deverá ser outra: 
 
EMBORA. Se não for assim, o enunciado ficará sem nexo. Observe um caso de escolha inadequada da 
conjunção: 
"EMBORA O BRASIL SEJA UM PAÍS DE GRANDES RECURSOS NATURAIS, TENHO CERTEZA DE QUE 
RESOLVEREMOS O PROBLEMA DA FOME”. 
Veja que não existe a relação de oposição ou a ideia de concessão que justificaria a conjunção 
EMBORA. Como a relação é de causa-efeito, deveria ter sido usada uma conjunção causal: 
“COMO O BRASIL É UM PAÍS DE GRANDES RECURSOS, TENHO CERTEZA DE QUE RESOLVEREMOS O 
PROBLEMA DA FOME.” 
Para que problemas desse tipo não aconteçam em suas redações, acostume-se a relê-las, 
observando se suas palavras, orações e períodos estão adequadamente relacionados. 
 A importância dos conectivos 
 Os conectivos ou elementos de coesão são todas as palavras ou expressões que servem para 
estabelecer elos, para criar relações entre segmentos do discurso, tais como: então, portanto, já que, 
com efeito, porque, ora, mas, assim, daí, aí, dessa forma, isto é, embora e tantas outras. Veja o 
exemplos 
4.2.4 Coesão 
4.2.4.1 O papel dos elementos de coesão: 
 
 
 
20 
 
 
Exemplo 1: Excesso de que 
 O que é indispensável é que se conheça o princípio que se adotou para que se avaliasse a 
experiência que se realizou ontem, a fim de que se compreenda a atitude que tomou o grupo que foi 
carregado do trabalho. 
 
 O indispensável é conhecer o princípio adotado para avaliar a experiência realizada ontem, 
a fim de se compreender a atitude tomada pelo grupo encarregado do trabalho. 
 
Exemplo 2: Erros quanto à colocação pronominal e redundância. 
 
 Detesto aquele rapaz. Se eu tiver a chance de não cumprimentar ele, eu não cumprimento. 
Conheço ele, há mais de 10 anos atrás. Quando pedi ajuda, ele me virou as costas. Tenho amigos que 
acham que deve-se perdoar estas coisas. Me recuso a aceitar isso. 
 
 Detesto aquele rapaz. Se eu tiver a chance de não cumprimentá-lo, melhor. Conheço-o há 
mais de 10 anos. Quando pedi ajuda, ele me virou as costas. Tenho amigos que acham que se devem 
perdoar essas coisas. Recuso-me a aceitar isso. 
 
Exemplo 3: 
 Israel possui um solo árido e pouco apropriado à agricultura, porém chega a exportar certos 
produtos agrícolas. (Contradição) 
 
Exemplo 4: 
 Este trator serve para arar a terra e para fazer colheitas. (Adição) 
 
4.2.4.2 Relações que alguns elementos de coesão estabelecem: 
 
a) assim, desse modo: têm um valor exemplificativo e complementar. A sequência introduzida por 
eles serve normalmente para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se disse antes. 
 
Ex: O Governador resolveu não se comprometer com as facções em disputa pela liderança do 
partido. Assim, ele ficará à vontade para negociar com qualquer uma que venha a vencer. 
 
b) e: anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que foi dito antes; indica uma 
progressão semântica que adiciona, acrescenta algum dado novo. Se não acrescentar nada, constitui 
pura repetição e deve ser evitada. 
 
Ex: Este trator serve para arar a terra e para fazer colheitas. (Correto) 
 Tudo permanece imóvel e fica sem se alterar. (Uso inadequado) 
 
c) ainda: serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada 
conclusão, ou para incluir um elemento a mais dentre de um conjunto qualquer. 
 
Ex: O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são pequenos. (...) 
 Convém lembrar ainda, que os serviços públicos são extremamente deficientes. 
 
d) aliás, além do mais, além de tudo, além disso: introduzem um argumento decisivo, apresentado 
como acréscimo, como se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento 
contrário. 
 
21 
 
Ex: Os salários estão cada vez mais baixos porque o processo inflacionário diminui consideravelmente 
seu poder de compra. Além de tudo são considerados como renda e taxados com impostos. 
 
e) isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras: introduzem esclarecimentos, retificações ou 
desenvolvimentos do que foi dito anteriormente. 
 
Ex: Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade em relação aos fatos, isto é, de seu não 
comprometimento com nenhuma das forças em ação no interior da sociedade. 
 
f) embora, ainda que, mesmo que: são relatores que estabelecem ao mesmo tempo uma relação de 
contradição e de concessão. Servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de 
argumento. Trata-se de um expediente de argumentação muito vigoroso: sem negar as possíveis 
objeções, afirma-se um ponto de vista contrário. 
 
Ex: Ainda que a ciência e a técnica tenham presenteado o homem com abrigos confortáveis, pés 
velozes como o raio, olhos de longo alcance e asas para voar, não resolveram o problema das 
injustiças. (Admitem-se vantagens e afirma-se uma desvantagem). 
 
Ex: Embora o Brasil possua um solo fértil e imensas áreas de terras plantáveis, (não resolveremos) 
vamos resolver o problema da forme. (O uso do embora e conectivos do mesmo sentido pressupõe 
uma relação de contradição, que, se não houver, deixa o enunciado descabido. 
 
Como vamos resolver o problema da fome, o Brasil possui um solo fértil e imensas áreas de 
terras plantáveis, como (porque) vamos resolver o problema da forme. (O uso do embora e 
conectivos do mesmo sentido pressupõe uma relação de contradição, que, se não houver, deixa o 
enunciado descabido). 
 
g) certos elementos de coesão servem para estabelecer gradação entre os componentes de uma 
certa escala. Alguns, como mesmo, até, até mesmo, situam alguma coisa no topo da escala; outros 
como ao menos, pelo menos, no mínimo, situam-na no plano mais baixo. 
 
Ex: O homem é ambicioso. Quer ser dono de bens materiais, da ciência, do próprio semelhante, até 
mesmo do futuro e da morte. 
 
Ex: É preciso garantir ao homem seu bem estar: ao lazer, a cultura, a liberdade, ou, no mínimo, a 
moradia, alimento e a saúde. 
 
 Outros tipos de relação que podem ser estabelecidas entre as frases: 
 
a) Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, primeiramente, acima de tudo, 
precipuamente, mormente, principalmente, primordialmente, sobretudo; 
b) Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade, simultaneidade, 
eventualidade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, pouco antes, 
pouco depois, anteriormente, posteriormente em seguida, às vezes, afinal, por fim, finalmente, 
agora, atualmente, hoje, frequentemente, constantemente, eventualmente,por vezes, 
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, 
nesse meio tempo, enquanto isso – e as conjunções temporais (quando, enquanto, antes que, depois 
que, até que, logo que, assim que, mal, sempre que, cada vez que, etc.) 
c) Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim também, do 
mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, 
de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista – e as 
22 
 
conjunções comparativas (tão, tanto, mais, menos, melhor, pior, maior, menor... que/do que, como, 
assim como, assim) 
d) Adição, continuação: além disso, (a)demais, outrossim, ainda mais, ainda por cima, por outro 
lado, também – e as conjunções aditivas (e, nem, não só ... mas também) 
e) Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe? É provável, não é certo, se é 
que. 
f) Certeza, ênfase: de certo, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem 
dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. 
g) Surpresa, imprevisto: inesperadamente, de súbito, imprevistamente, surpreendentemente; 
h) Ilustração, esclarecimento: por exemplo, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a 
saber; 
i) Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, propositadamente, de 
propósito, intencionalmente – e as conjunções finais (para que, que, a fim de que, porque, etc.) 
j) Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais 
adiante, além, acolá – outros advérbios de lugar (longe, aqui, lá, cá, etc.) 
l) Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, 
portanto; 
m) Causa e consequência: daí, por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por 
causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito – e as conjunções causais (por que, pois, 
porquanto, pois que, já que, uma vez que, visto que,) conclusivas (logo, portanto, por conseguinte, 
pois, então) e as explicativas (porque, que, pois); 
n) Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos – 
e as conjunções adversativas (mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto) e concessivas 
(embora, ainda que, contanto que, apesar de (que), conquanto, mesmo que, a menos que, se bem 
que, posto que, etc.). 
 
4.2.4.3 A retomada ou a antecipação de termos 
 
Exemplo: José e Renato, apesar de serem gêmeos, são muito diferentes. Por exemplo, este é calmo, 
aquele é explosivo. 
 Este (Renato) e aquele (José) são anafóricos. 
 
Anafóricos 
 
 São palavras ou expressões que servem para retomar um ter já expresso no texto ou também para 
antecipar termos que virão depois. 
 São eles: 
Pronomes demonstrativos (este, esse, aquele); 
Pronomes relativos (que, o qual, onde, cujo); 
Advérbios ou expressões adverbiais (então, dessa feita, acima, atrás). 
4.2.5 Coerência 
a) Coerência narrativa é a unidade do texto, conjunto harmônico. 
 É incoerente narrar uma história em que alguém está descendo uma ladeira num carro sem 
freios, que para imediatamente, depois de ser brecado, quando uma criança lhe corta a frente. 
 
b) Coerência Figurativa: (descrição do personagem, ambiente) 
 Suponhamos que se queira mostra a vida no Polo Norte. Podem-se para isso usar figuras 
como “neve, pessoas vestidas com roupas de pele, renas, trenós”. Não se podem, porém, utilizar 
figuras como “palmeiras, cactos, camelos”. 
 
23 
 
c) Coerência Argumentativa: 
Ex: Quando se defende de que o homem deve buscar o amor e a amizade... logo depois... ele não 
deve confiar em ninguém. 
 
Ex: Defende de que todos são iguais perante a lei.... logo depois .... defende que o privilégio de 
algumas categorias profissionais não estarem obrigadas a pagar impostos. 
 
Ex: Defender um ponto vista contrário a qualquer tipo de violência e ser favorável à pena de morte. 
4.3 EXERCÍCIOS 
 
A - Identifique as relações existentes entre as orações de acordo com os elementos de coesão: 
 
1. Bruna nunca perdoaria /se a visse assim. 
2. E Amélia, quanto mais refletia no caso, /tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão. 
3. Como ninguém me convidou para a cerimônia, / não compareci. 
4. Mariana me pediu/ para que explicasse a você.... /Quando voltar /saberemos. 
5. Era cedo demais /para que eu pudesse pesar filosoficamente a revelação. 
6. A reação da esposa foi tão surpreendente que ele permaneceu calado. 
7. Como deveis saber, há em todas as coisas um sentido filosófico. 
8. Nem que a gente quisesse, não conseguiria vencer. 
9. “Tudo vale a pena se alma não é pequena”. (Fernando Pessoa) 
10.Era tão linda que os homens não conseguiram desviar o olhar. 
11. Em São Paulo, como em Curitiba chove. 
12. As garotas vestem-se como se veste as atrizes de televisão. 
13. Como não tivesse traje apropriado, preferiu adir o compromisso. 
14. Embora sua mãe insista, Patrícia não fará a viagem à França. 
15. Desde que haja condições, iniciaremos os trabalhos amanhã. 
16. Desde que o conheceu, não consegue tirá-lo do pensamento. 
17. A menina garantiu que só viajaria, se o garoto dirigisse com cuidado. 
18. Quanto mais olhava, mais tinha certeza. 
19. Segundo ouvi dizerem, ele partiu par ao Norte. 
20. Embora não o conhecesse bem, sentia-se atraída por ele. 
B - Crie as relações através do elemento de coesão. Qual a relação? 
1. Rosemary não tinha dinheiro. Rosemary comprou um carro. 
2. A menina não foi à festa. A mãe não comprou o vestido. 
3. O dia estava escuro. Não conseguíamos enxergar. 
4. Aquele aluno estuda muito. Aquele aluno quer passar no vestibular. 
5. A peça acabou. Os atores foram muito aplaudidos pelo público. 
24 
 
4.4 DEFEITOS TEXTUAIS 
4.4.1 Aliteração: 
Repetição do mesmo fonema; recurso estilístico. 
Ex: Na certeza de que seria bem sucedido, o sucessor fez a seguinte asserção:... 
Ex: O rato roeu a roupa do rei de Roma 
4.4.2 Emenda de vogais (ou hiatismo) 
Ex: Obedeça à autoridade. 
Ex: ... Tivera atenção 
4.4.3. Cacofonia 
Ex: Por cada mulher cansada de ser... 
Ex: Na vez passada, agimos diferente. 
4.4.4 Rima 
Ex: O diretor chamou, com muita dor, o assessor, dizendo-lhe que, embora reconhecendo ser o 
mesmo trabalhador, não lhe poderia fazer esse favor. 
 
Ex: O contador ao pôr o projetor na mesa, sentiu uma dor profunda nas costas. Ex: Na vez passada, 
agimos diferente. 
4.4.5 Repetição de palavras 
Ex: Viaje bem, viaje VASP. 
Ex: O presidente da Cia. de Seguros é primo do presidente daquela empresa sendo um presidente 
muito ativo 
4.4.6 Excesso de “que” 
 Confere ao período um estilo arrastado (acumulamento), deselegante. 
 
Ex: Solicitei-lhe que me remetesse a mercadoria que me prometera a fim de que eu pudesse saldar 
os compromissos que tinha assumido 
4.5 EXERCÍCIOS 
 
Reformule os seguintes trechos, tendo em vista a clareza, a harmonia e a concisão: 
 
1. A sugestão da mesa foi enviada àquela reunião, por se constituir numa solicitação de 
longa data daquela população. 
2. O contador, ao pôr o projetor na mesa, sentiu uma dor profunda nas costas. 
3. Na vez passada, ela também se atrasou. 
4. É uma realidade tradicional e costumeira que a diversão popular – e ela abrange várias 
modalidade circunscritas a épocas ou regiões diversas – geralmente é oferecida ao povo 
(podemos remontar à Roma Antiga), visando não ao objetivo precípuo da diversão (dar lazer 
a quem dele necessite), mas sim visando a uma alienação dos seres pensantes à situação 
política vigente, para que eles não pensem na fome, na miséria e na injustiça, sua 
companheira de infortúnio e dor. 
5. Logo que ela pensou que tinha sido aprovada, ficamos satisfeitos, porque, ainda que 
passasse com algumas deficiências, seriaum gasto a menos que teríamos no ano seguinte. 
25 
 
6 Gostei das atitudes dos alunos que o diretor elogiou. 
7 Pago R$ 200,00 por cada. 
8 Solicitou a Nestor que lhe enviasse os seus relatórios. 
9 Vendia meia para freguesia de baixa qualidade. 
10 Pensando que ela chegaria cedo saiu à procura de flores. 
11 A ser realidade que a tua amiga à facilidade de permanecer estudando no Brasil prefere a 
chance de, apesar de isso te causar sofrimento, tentar uma bolsa que sabemos incerta para 
a França, deves acatar a sua decisão. 
12 A história registra fatos injustos, como os operários que, no início do século, trabalhavam 
diuturnamente por algumas migalhas de pão, o que os prostituía como seres humanos. 
13 Regando as flores, vi dois estranhos no jardim. 
 
5 FRASE E ESTRUTURA FRASAL 
5.1 ESTRUTURA FRASAL 
 É o ponto-chave da feição estilística; 
5.2 FRASE: 
 É “todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação”. 
 
 (GARCIA, Othon M. op. cit., p.7) 
5.3 ORAÇÃO 
 
 “A oração encerra uma frase (ou segmento de frase), várias frases ou um um período, 
completando um pensando e concluindo o enunciado através de ponto final, interrogação, 
exclamação e, em alguns casos, através de reticências.” (MARTINS; ZILBERKNOP, 2001) 
5.4 TIPOS DE FRASE 
Tipos de frase
1. Interrogativa
2. Declarativa
3. Imperativa
4. Optativa
5. Exclamativa
Direta: Que horas são?
Indireta: Gostaria de saber que horas são.
Afirmativa: Paulo parece inteligente.
Negativa: Nunca te esquecerei.
Afirmativa: Levanta-te!
Negativa: Não corra, não mate, não morra.
Desejo que sejas feliz.
Que calor!
 
 
Exemplos: 
 
1. Que saia suja! 
2. Meia volta! 
3. Iracema foi heroína de Alencar. 
26 
 
4. Almejo que tenhas sucesso. 
5. Gostaria de saber se ela voltará. 
6. Que a deixe, por quê? 
7. Nada me convence. 
8. Não espere muito de mim. 
5.5 CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO OTHON M. GARCIA 
5.5.1 Frase Situação 
Os termos essenciais da oração não estão presentes. 
 
Ex: Que calor! 
 Pare! 
 Não atravesse. 
 Que susto! 
 Ótimo! 
5.5.2 Frase Nominal 
Constituída apenas por nomes se a presença do verbo que indique a ação do sujeito. 
 
Ex: “Muito riso, pouco siso”. 
Ex: “Vozes veladas, veludosas vozes”. 
5.5.3 Frase Arrastão 
As orações se sucedem sem uma relação expressa entre elas; É a frase utilizada na linguagem infantil 
e nas pessoas incultas ou imaturas. 
 
Ex: Então me levante e me vesti e aí tomei café e então fui trabalhar. Mas acontece que era feriado. 
E daí voltei para casa e então fui descansar. 
5.5.4 Frase Entrecortada ou Picadinha 
Frase breve, incisiva, geralmente constituída por orações coordenadas 
 
Ex: A boca tremeu, mas nada disse. Sentia-se cansado. 
 Ex: Parece orgulhoso e mesquinho. Não só parece. É. 
5.5.5 Frase Ladainha 
Usada mais na linguagem coloquial; Introduz orações coordenadas ligadas por “e” ou subordinadas, 
que não sejam adjetivas, introduzidas por “que” 
 
Ex: “... E era uma tarde meio cálida e meio cinza e meio dourada e estávamos alegres e o vento 
desenrolava nossos cabelos e o ciciante mar estava da cor de um sabre...” 
 
Ex: “Mais tarde, não sei se sonhei ou se pensei realmente que os aviões não caíam no meio das ruas, 
e que as ruas não eram desertos, e que os portões brancos dos quartéis não eram oásis”. (Caio 
Fernando de Abreu) 
27 
 
5.5.6 Frase Labiríntica 
Frase confusa, sem clareza, período repetitivo, prolixo; Usadas por escritores do século XVI e XVII. 
 
Ex: “Mas também a vossa sabedoria e a experiência de todos os séculos nos têm ensinado que 
depois de Adão não criaste homens de novo, que vos servis dos que tendes neste mundo e que 
nunca admitis os menos bons, senão em falta dos melhores”. 
5.5.7 Frase Fragmentária 
 Várias orações que se interligam sem sentido completo, formando um contexto. Quando as orações 
subordinadas se desligam da principal. 
 
Ex: Há muito que ele não se sentia doente. Doença cruel. 
Ex: Ela o agredia sempre. Embora não houvesse motivos para isto. 
5.5.8 Frase Caótica 
 Livre, fluente, sem racionalizar, como se o narrador, através do fluxo de consciência, pusesse, às 
claras, seus mais íntimos sentimentos. 
 
Ex: “Marcos olhou para cima. As galerias reservadas às mulheres estavam escuras. Vazias. Mas – e a 
sombra que ali movia? E os suspiros que dali se ouviam? E os soluços? É o vento que sopra pelas 
frinchas do velho telhado? É mesmo o vento? Não são suspiros? É mesmo água? Não é o choro de 
alguém?” 
5.5.9 Frase Parentética 
É formada por orações justapostas e que não pertencem integralmente ao sentido lógico (são usadas 
para explicar, esclarecer, citar, advertir, opinar, ressalvar, permitir). 
 
Ex: Foi em outubro, se não me falha a memória, que nos conhecemos. 
Ex: É uma tristeza – livrai-nos, Deus! – o que eles fizeram! 
 
5.6 EXERCÍCIOS 
A - Identificar as frases que seguem de acordo com o presente estudo 
 
1. Em 1974 – isso ocorreu num dia chuvoso – perdi uma das minhas maiores amigas. 
Perigo. 
2. Ela quase morreu. De tédio. 
3. Acordei feliz. O dia estava bonito. Todo sorria para mim. 
4. O povo gaúcho pode orgulhar-se de seu passado. Passado de lutas, passado de glórias. 
Decorrência do arrojo e da coragem de seus filhos. 
5. Sim, era possível que aquele homem me tivesse encontrado por casualidade. Por acaso, não havia 
ele se encontrado a ele mesmo, por casualidade? 
6. “Comíamos, é verdade, mas era um comer virgulado de palavrinhas doces.” (Machado de Assis) 
7. E aí ela veio me avisar que iríamos sair e então me arrumei, mas aí choveu muito e eu fiquei em 
casa. 
8. A natureza desabrochava. Flores coloridas entreabriam-se. Pássaros trinavam. Era primavera. 
 
28 
 
B - Reformule os seguintes trechos, tendo em vista a clareza, a harmonia e a concisão. 
 
1. Em toda sociedade, podemos observar a existência dos símbolos: a bandeira nacional é o emblema 
mais representativo de uma nação; o semáforo verde indica passagem livre para os automóveis; uma 
coroa, logo à primeira vista, já remete nosso pensamento à figura de um rei ou rainha. 
 
2. Outro fator muito importante dos símbolos está relacionado à memorização, onde estes 
recentemente passaram a ser atribuídos como novas ferramentas de aprendizagem para auxiliar 
crianças que possuem dificuldades físicas e psicológicas. Que não conseguem ler livros, revistas e 
soletrar palavras como as crianças com dislexia, o importante é que esta nova prática tem trazido 
grandes resultados. 
 
3. A comunicação, para expressar ideias com símbolos, de forma crescente, toma espaço no dia-a-dia 
humano. Facilidades que ajudam a memorização, a economia da linguagem as quais contribuem para 
o progresso da humanidade. 
 
4. Desde a pré-história os homens usavam linguagem visual em forma de símbolos como forma de 
expressar um tipo de comunicação, esse recurso esta presente em vários setores, diferentes lugares 
com uma imensidão de funções é fundamental no comércio, trânsito, e meios de comunicação onde 
a linguagem visual possui maior ênfase. 
 
C - Identifique nas frases abaixo, os fatores que prejudicam a harmonia textual: 
 
1. “Na certeza de que seria bem sucedido, o sucessor fez a seguinte asserção:” 
2. “Roncou de raiva a cuíca, roncou de forme” 
3. Viaje bem. Viaje VASP. 
4. A flor tem odor. 
5. Demonstração da fé católica. 
6. A crise chegou ao auge. 
7. Leite branco. 
 
D - Mantendo a ordem em que as orações a seguir são apresentadas, reescreva-as em uma só 
frase, ligando-as por meio de conjunções (elementos coesivos) adequadas ao sentido. Atente para 
a clareza, harmonia e concisão. 
 
1. Este psicólogo fala muito bem. Ele convence qualquer um. 
2. O diretor encaminhou o funcionário à clínica. Ele fará uma avaliação psicológica.3. As provas foram insuficientes. O réu alegou inocência. 
4.O homem estava desanimado. Os advogados parecem interessados. 
 
E - Agrupe as três orações simples em um único período composto, empregando conectivos e 
anafóricos. Faça alterações ou acréscimos necessários. 
 
A falta de mineral na dieta dos jovens preocupa os médicos. 
Os médicos alertam sobre o cálcio. 
Essa carência pode aumentar a incidência de osteoporose. 
 
 
 
 
 
29 
 
6 PARÁGRAFO 
 
 É uma unidade redacional. Serve para dividir o texto em partes menores. Quando se muda o 
parágrafo, não se muda o assunto, mas sim a abordagem. O assunto dever ser o mesmo, do princípio 
ao fim da redação. A cada novo enfoque, a cada nova abordagem, haverá novo parágrafo. 
 No aspecto formal, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e de um afastamento 
da margem esquerda. 
 No aspecto funcional, a compreensão da estrutura do parágrafo é o caminho para a segura 
compreensão do texto. 
6.1 DIVISÃO 
 
 O parágrafo apresenta algumas partes bem distintas. Dentre elas, a mais importante é tópico 
frasal. 
 É a ideia núcleo extraída, de maneira clara e concisa, do interior do parágrafo. 
 As outras partes do parágrafo são: 
 
a) desenvolvimento, através do qual, o tópico frasal recebe uma carga informativa onde, muitas, 
agregam-se ideias secundárias; 
 
b) conclusão, nem sempre presente, serve para resumir o conteúdo do parágrafo, sublinhando o seu 
ponto de interesse e localizando-se no final do mesmo; 
 
c) elemento relacionador, não obrigatório, mas geralmente presente a partir do segundo parágrafo; 
visa a estabelecer um encadeamento lógico entre ideias, servindo de “ponte” entre o parágrafo em si 
e o tópico que o antecede. 
 
7 TIPOS DE DISCURSO 
 
Discurso direto Discurso indireto Discurso indireto livre 
- fala visível das personagens; 
 
 
presença do verbo “dicendi” 
pontuação: dois pontos, 
travessão, aspas ou mudança 
de linha 
fala não visível das 
personagens, mas informada 
pelo narrador (OSS); 
verbo “dicendi”; 
geralmente terceira pessoa 
na oração subordinada 
substantiva 
Fala não visível das personagens, 
cuja voz parece mesclar-se com a 
do narrador; 
ausência do verbo “dicendi” 
- períodos livres(sem elo 
subordinativo) 
Verbos “dicendi”: dizer, responder, afirmar, indagar, perguntar. 
 
Exemplos de discurso direto 
A professora disse-lhe: - Eu o conheço. 
Apontou para a casa e falou: 
 - Isto aqui é uma construção forte 
 
Exemplo de discurso indireto 
A professora disse-lhe que ela o conhecia. 
Apontou para a casa e falou que aquilo ali era uma construção forte. 
 
Exemplos de discurso indireto livre ou semi-indireto. 
Encontrei-me com ele um dia. O olhar estava distante, distante. Dia especial para matar o serviço... 
30 
 
 
DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO 
Pronome (Eu, me, mim, comigo, nós, nos, 
conosco) 
Ele (ela), se, o, a, lhe, si, consigo, 
Eles (elas), os, as, lhes 
Presente do Indicativo Pretérito Imperfeito do Indicativo 
Pretérito Perfeito do Indicativo Pretérito mais que Perfeito do Indicativo 
Futuro do Presente Futuro do Pretérito 
Presente do subjuntivo 
Futuro do subjuntivo 
Imperativo 
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo 
Este, esta, isto Aquele, aquela, aquilo 
Aqui, cá Ali, lá 
Agora, hoje Naquela ocasião, naquele dia 
7.1 DIFERENÇA DO DISCURSO DIRETO E DISCURSO INDIRETO 
 
 
7.2 EXERCÍCIOS 
 
A - Transforme o DD em DI 
 
 
1. A esta hora, a senhora já saiu, disse o rapaz, olhando-a ternamente. 
2. O diretor falou: - Preciso, neste dia, de muito dinheiro. 
3. Ela esclareceu: - Não estou pronta ainda, nem banho tomei. 
4. Como Paulinho estava impossível, a mãe lhe pediu: 
 - Sossega, meu filho, porque eu já estou com dor de cabeça. 
5. Sacudiu a cabeça, lamentando: 
31 
 
 - Como a Corina é infeliz, trabalhando para essa gente! 
 
B - Com base nas informações fornecidas, transforme o discurso direto em indireto, e vice-versa, 
conforme apresentado. 
 
1. – Hoje pretendo viajar – afirmou a vendedora de cosméticos. 
 - Nesta cidade – afirmou sua irmã – as vendas estão cada vez mais difíceis. 
2. O médico explicou à senhora que ela precisaria ter paciência. Ela respondeu ao doutor que sabia 
que o caso era grave, pois haviam lhe contado tudo sobre o estado clínico de seu marido. 
 
3. - Neste momento estou me arrumando para ir até aí. Quero jogar basquete – disse o professor de 
Educação Física, pelo telefone. 
 - Quando você chegar, procure-me – pediu seu amigo. 
4. O poeta, visivelmente emocionado, falou que havia três anos ele estivera naquela mesma casa e 
tinha encontrado aquelas pessoas pela última vez. 
 
C - Transforme os discursos diretos em discursos indiretos, fazendo as alterações necessárias. 
 
 Katia perguntou a sua prima: - Você irá sair de casa à noite. 
Sua prima respondeu: - Não porque irei estudar. 
 
__________________________________________________________________________________ 
 
Marcos disse a sua mãe: - estou cansado. 
Ela recomendou: - Durma mais cedo e não fique tanto tempo no computador. 
 
__________________________________________________________________________________ 
 
Fernando reclamou para sua mãe: - Que fome! 
Sua mãe retrucou: - Calma, garoto! O Almoço está quase pronto! 
 
__________________________________________________________________________________ 
A médica perguntou: - Joana, você tomou todos os remédios? 
Joana respondeu: - Sim, doutora! Estou me sentindo bem melhor! 
 
__________________________________________________________________________________ 
 
Trancado no quarto, gritou: - Quem está aí fora? 
 
__________________________________________________________________________________ 
 
A professora quis saber: - Por que você faltou à prova, Carlos? 
 
__________________________________________________________________________________ 
 
A freguesa perguntou ao feirante: - Qual é o preço da abobrinha? 
 
__________________________________________________________________________________ 
 
Ricardo concordou: - Esta é a melhor solução._______________________________________ 
 
O pai disse: - Quero esse livro. _____________________________________________________ 
32 
 
 
O aluno perguntou: - Qual é o tema da redação de hoje? 
__________________________________________________________________________________ 
 
A mãe disse à filha: - Chega de conversa._______________________________________________ 
 
Perguntei a ela; - Você é irmã da Ana?_________________________________________________ 
 
Minha amiga me alertou: - É perigoso sair sozinha a esta hora da noite. 
__________________________________________________________________________________ 
 
Sônia pediu: - Traga-me o material de limpeza. __________________________________________ 
 
"- Por que veio tão tarde? perguntou-lhe Sofia, logo que apareceu à porta do jardim, em Santa 
Teresa”. 
__________________________________________________________________________________ 
 
"-Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir mais." (M. de Assis) 
__________________________________________________________________________________ 
 
"- O major é um filósofo, disse ele com malícia." (Lima Barreto) 
__________________________________________________________________________________ 
"- Virão buscar você muito cedo? - perguntei."(A.F. Schmidt) 
__________________________________________________________________________________ 
 
"Ela insistiu: - Me dá esse papel aí."_________________________________________________ 
 
O acusado respondeu: 
- Estive no local por volta das 10 h e não percebi a presença destas pessoas. 
_________________________________________________________________________________ 
 
Paulo disse: - Eu vou. ___________________________________________________A mulher perguntou: - Que dia é hoje? _________________________________________________ 
 
A garota insistiu: - Eu sirvo esse sorvete. _________________________________________________ 
 
- Meu pai é meu amigo – disse o garoto. ________________________________________________ 
 
- É aqui que você mora?- ele perguntou. ________________________________________________ 
 
A menina chegou perto do sorveteiro e disse: 
- O senhor me deu o troco errado. 
O sorveteiro zangou-se e replicou: 
- Aqui, ninguém erra! 
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________ 
- Ela é bonita? Perguntou o rapaz. _____________________________________________________ 
33 
 
 
– O ladrão fugiu! – disse o policial. ____________________________________________________ 
 
– Lave direito as mãos! – pediu-lhe a mãe.________________________________________________ 
 
– Chute a bola! Gritou o técnico. _____________________________________________________ 
 
– Os alunos vão demorar para sair? Perguntou a mãe. 
 
– Ninguém sairá antes do horário – garantiu o diretor. 
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________ 
– Marchem! Ordenou o sargento aos soldados. ____________________________________________ 
 
– Aquele livro é meu – disse a menina. ________________________________________________ 
 
– Aquela história é verídica? – perguntou o menino_________________________________________ 
 
– Aquilo lhe pertence? – perguntou o rapaz.___________________________________________ 
 
 Utilizando as charges abaixo, escrevam o texto no discurso indireto. Obs: O discurso direto 
geralmente vem acompanhado por verbos dicendi (comentar, resmungar, falar, dizer, pedir, 
reclamar, interrogar, suplicar) os quais identificam a fala do personagem e o modo como ele fala. 
Neste caso, você deverá usar um deles. 
 
 
 
 
 
 
34 
 
8 ACENTUAÇÃO 
8.1 ACENTO TÔNICO E ACENTO GRÁFICO 
 Um dos conteúdos que deixa a maioria das pessoas confusa é a tal da acentuação. Para ficar 
mais claro, procuraremos desmistificar esse assunto agora. É importante que você não confunda 
acento tônico com acento gráfico. Mas como saber qual é qual? 
 O acento tônico está relacionado com intensidade de som e existe em todas as palavras com 
duas ou mais sílabas. O acento gráfico existirá em apenas algumas palavras e será usado de acordo 
com regras de acentuação. Por enquanto, vamos nos deter ao acento tônico, pois será imprescindível 
para o estudo que faremos na próxima unidade: a nova ortografia da língua portuguesa. Há, vale 
lembrar também que sílaba é cada pedacinho da palavra! 
 
SÍLABA TÔNICA - A sílaba proferida com mais intensidade que as outras é a sílaba tônica. Esta possui 
o acento tônico, também chamado acento de intensidade ou prosódico. Nem sempre a sílaba tônica 
recebe acento gráfico. 
 
Exemplos: CAJÁ, CADERNO, LÂMPADA 
 
SÍLABA ÁTONA – São as sílabas que não são tônicas. 
 
Exemplos: BARATA, MÁQUINA 
8.1.1 Classificação das palavras quanto à sílaba tônica 
 
 Em língua portuguesa, a sílaba tônica, isto é, aquela que soa mais forte quando falamos uma 
palavra, sempre virá na parte final desta. Para sabermos exatamente onde está, devemos falá-la 
pausadamente, separando-a em sílabas. SEMPRE, o som mais forte será a última, penúltima ou 
antepenúltima sílaba. 
 Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras podem ser classificadas em: 
 
OXÍTONAS: 
A sílaba tônica é a última sílaba da palavra. 
MA-RA-CU-JÁ, CA-FÉ, RE-COM-POR. 
 
PAROXÍTONAS: 
A sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra. 
CA-DEI-RA, CA-RÁ-TER, ME-SA. 
 
PROPAROXÍTONAS: 
A sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra. . 
SÍ-LA-BA, ME-TA-FÍ-SI-CA, LÂM-PA-DA. 
 
 Como você percebeu nos exemplos, nem sempre a sílaba tônica vem indicada com acento 
gráfico. Dessa forma, é fundamental distinguir o acento tônico do acento gráfico. 
 O acento tônico é o acento da fala; marca a maior intensidade na pronúncia de uma sílaba. 
 O acento gráfico é o sinal utilizado, em algumas palavras, para indicar a sílaba tônica. 
 
 
 
 
 
35 
 
 
8.2 A REFORMA ORTOGRÁFICA 1ª parte 
TEXTO: UMA QUESTÃO DE TEMPO 
Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem contou com a ajuda dos editores de 
texto, no computador. Quando eu cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em 
vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever minimamente do jeito correto. 
Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta, a do monstro ortográfico. O 
nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim, esse animal existiu de fato. A professora de Português nos disse 
que devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é pronunciado. Fiquei com essa 
expressão tão sonora quanto enigmática na cabeça. Quando meditava sobre algum problema terrível 
– pois na pré-adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tentava me libertar da coisa 
repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa prova de Matemática eu não conseguia me 
lembrar de uma fórmula, lá vinham as palavras mágicas. 
Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha evocação, quis saber o que 
era esse tal de Qüeqüi Güegüi. 
– Você nunca ouviu falar nele? – perguntei. 
– Ainda não fomos apresentados – ela disse. 
 – É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de terror. 
 – E ele faz o quê? – Atrapalha a gente na hora de escrever. 
Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia usar trema nem se lembrava 
da regrinha. 
Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no lugar certo. Como essa 
aprendizagem foi demorada, não sei se conseguirei escrever de outra forma – agora que teremos 
novas regras. Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros erros, que servirão ao menos para 
determinar minha idade. 
– Esse aí é do tempo do trema. 
 Fonte: www.brasilescola.org.br/artigo 
 O texto “Uma questão de tempo” aponta para mudanças que eventualmente ocorrem na 
língua. Veja no texto abaixo um pouco das evoluções que a Língua Portuguesa sofreu em sua história: 
 
 
TEXTO: DE ONDE VEM A LÍNGUA PORTUGUESA 
 
De onde vem a língua portuguesa? Pergunta difícil... É fato que seu surgimento está 
intimamente ligado à constituição da Nação Portuguesa, entretanto, quanto mais recuamos 
cronologicamente, mais difícil se torna a tarefa de situá-la no tempo e espaço. Porém, comecemos 
lembrando que a língua portuguesa nasceu do latim, que séculos antes da nossa era já era falado em 
uma região chamada Lácio onde, mais tarde, foi fundada a cidade de Roma. TERSARIOL esclarece, em 
seu livro “Origem da Língua Portuguesa”, que posteriormente o latim foi imposto pelos romanos aos 
povos conquistados da Península Ibérica, região essa ocupada no século III a.C., mas só incorporada 
ao Império no ano 197 a.C., de forma bastante conturbada. Se haviam outros povos nessa região, 
havia outras línguas, que a colonização “soterrou”, sem deixar registros significativos de sua 
existência e influência no latim que passou a ser utilizado nessa região. 
Desse latim, chamado latim vulgar (sermo vulgaris, rusticus, plebeius) por ser uma variedade 
mais prática e de vocabulário mais reduzido do que o latim clássico (sermo litterarius, eruditus, 
urbanus), surgiram falares diversos, ocasionados pela inexistência de um registro escrito, aliado à 
difusão e miscigenação da língua, gerando os chamados "romanços", fases de transição entre o latim 
e as novas

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