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DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 1 de 14 Aula 06 ATOS ADMINISTRATIVOS Sumário: CONTINUAÇÃO DA AULA 05 – ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................... 1 ELEMENTOS OU REQUISITOS .................................................................................................................................. 1 Sujeito (Competência) ................................................................................................................................................ 1 Objeto (Conteúdo) ...................................................................................................................................................... 2 Forma .......................................................................................................................................................................... 3 Finalidade ................................................................................................................................................................... 3 Motivo ......................................................................................................................................................................... 4 ATRIBUTOS OU CARACTERÍSTICAS DO ATO ADMINISTRATIVO: .................................................................. 4 MÉRITO ADMINISTRATIVO ...................................................................................................................................... 6 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: .............................................................................................. 7 MODALIDADES OU ESPÉCIES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: ..................................................................... 10 EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO: .............................................................................................................. 11 CONTINUAÇÃO DA AULA 05 – ATOS ADMINISTRATIVOS ELEMENTOS OU REQUISITOS • Elementos ou Requisitos do Ato Administrativo: existe divergência doutrinária tanto a respeito da denominação a ser utilizada (Elemento ou Requisito) e quanto a forma de classificação. Celso Antônio Bandeira de Melo, por exemplo, tem classificação própria. No entanto, iremos utilizar o entendimento da corrente majoritária da doutrina: Sujeito (Competência) o Sujeito (Competência): consiste no conjunto de atribuições fixadas por lei, sendo, por conseguinte: de ordem pública, irrenunciável e imutável pela vontade do agente público, consistindo em requisito subjetivo do ato administrativo. � Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único, Alínea “a”, dispõe que: “a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou.” � Segundo José dos Santos Carvalho Filho “O vício no elemento competência decorre da inadequação entre a conduta e as atribuições do DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 2 de 14 agente. É o caso que o agente pratica ato que refoge ao círculo de suas atribuições1.” � Pode ser delegada ou avocada desde que não seja competência de caráter exclusivo e exista previsão legal para tanto. � A competência é requisito vinculado. Objeto (Conteúdo) o Objeto (Conteúdo): efeito jurídico imediato produzido pelo ato, isto é, quando em decorrência desse ato nasce, extingue-se e transforme-se um determinado direito. � Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único, Alínea “c”, dispõe que: “a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo”. � Segundo José dos Santos Carvalho Filho “o vício no objeto consiste, basicamente, na prática de ato dotado de conteúdo diverso do que a lei autoriza. Há vício se o objeto é ilícito, impossível ou indeterminável2.” � O objeto pode ser vinculado ou discricionário. • Quando o objeto for discricionário Hely Lopes Meirelles preceitua que “o objeto, nos atos discricionários, fica na dependência da escolha do Poder Público, constituindo esta liberdade opcional o mérito administrativo. Não se pode, pois, em tal elemento, substituir o critério da Administração pelo pronunciamento do Judiciário, por que isso importaria revisão do mérito administrativo, por uma simples mudança de juízo de valor subjetivo – do administrador pelo juiz – sem qualquer fundamento em lei3.” 1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24a ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2011. 2 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24a ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2011 3 MEIRELES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 25ª ed., atualizada por Eurico de Andrade Azevedo, Délcio Balestero Aleixo e José Emmanuel Bulle Filho. São Paulo: Editora Malheiros: 2000. DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 3 de 14 Forma o Forma: é o revestimento exterior do ato, ou seja, é o modo pelo que se manifesta. � Em regra a forma do ato deve ser a escrita. • Exceção: o Atos consubstanciado em forma verbal. Ex.: ordem emanada por um agente de trânsito. o Atos consubstanciado na forma de sinais. Ex.: gestos de um agente de trânsito. • Escrita: o Rígida: critérios específico estabelecidos em lei para a validade. Ex.: ato que deve ser realizado escritura pública. o Livre: deve ser escrito, mas o procedimento é livre, ou seja, não se exige forma específica. � Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único, Alínea “b”, dispõe que: “o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato”. � A forma é requisito vinculado. Finalidade o Finalidade: resultado que a Administração Pública deseja alcançar, isto é, o interesse público. É o efeito jurídico mediato (finalístico do ato). Ou seja, é a prospecção do ato. � Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único, Alínea “e”, dispõe que: “o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.”. � A Finalidade é requisito vinculado. DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 4 de 14 Motivo o Motivo: são os pressupostos que fundamentam o ato (aquilo que desencadeou o ato), ou seja, são os fundamentos fáticos e de direito que determinam a realização do ato. � Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único, Alínea “d”, dispõe que: “a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido”. � José dos Santos Carvalho Filho faz uma crítica ao referido dispositivo e assevera o seguinte: “o vício pode ocorrer de três modos, muito embora a Lei n. 4.717/65 só se refira a inexistência de motivos (art. 2º, parágrafo único, “d”): 1º) inexistência de fundamento para o ato; 2º) fundamento falso, vale dizer, incompatível com a verdade real; 3º) fundamento desconexocom o objetivo pretendido pela Administração4.” � Motivos pode ser vinculado ou discricionário. � A teoria dos motivos determinantes: em consonância com a qual a validade do ato se vincula ao motivos indicados como seu fundamento, de tal modo que, se inexistentes ou falsos, implicam a sua nulidade. (Maria Sylvia Zanella Di Pietro) Motivo Motivação Móvel São os pressupostos de fato e de direito que fundamentam o ato administrativo. Descrição/demonstração, a exposição dos motivos. O que se passa na mente do agente, ou seja, é a intenção, o propósito do agente público. Obs.: Cabe ressaltar que basta o objeto ou a motivo do ato serem discricionários que o ato logicamente passa a ser discricionário. ATRIBUTOS OU CARACTERÍSTICAS DO ATO ADMINISTRATIVO: 4 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24a ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2011. DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 5 de 14 • Presunção de Legitimidade, Legalidade e Veracidade: Segundo Fernanda Marinela “A presunção de legitimidade e de veracidade é característica do ato administrativo. Segundo esse atributo, os atos administrativos presumem-se: legais, isto é, compatíveis com a lei, legítimos, porque coadunam com mas regras da moral, e verdadeiros, considerando que os fatos alegados estão condizentes com a realidade posta.5” o Presunção relativa (juris tantum), pois permite prova em contrário. Cabendo o ônus da prova a quem alegar. � Produção dos seus efeitos: como o ato administrativo goza dessa presunção, mesmo que tal ato seja ilegal, ele produzirá efeitos como se válido fosse até que ocorra a declaração de sua nulidade. • Imperatividade: Segundo Fernanda Marinela “Em razão da imperatividade, Administração pode impor unilateralmente as suas determinações válidas, desde que dentro da legalidade, o que retrata a coercibilidade imprescindível ao cumprimento ou à execução de seus atos, sejam eles normativos, quando regulam determinada situação, ordinatórios, quando organizam a estrutura da Administração Pública, ou punitivos, quando aplicam penalidade6”. Ou seja, é o poder de impor obrigações de forma unilateral para os administrados independentemente da concordância do particular. � Nem todo ato administrativo é dotado de imperatividade. Ex.: Atos de consentimento como permissões e autorizações. • Auto-executoriedade: é o atributo conferido pela Administração Pública de executar os seus atos sem necessidade de autorização judicial prévia. Sendo certo que esse atributo se desdobra em duas vertentes: o Exigibilidade: por meio dessa à Administração Pública pode exigir indiretamente que o particular cumpra as ordens por ela emanadas. Ex.: aplicação de multa. o Executoriedade: por meio dessa à Administração Pública pode exigir diretamente que o particular cumpra as ordens por ela emanadas. Ex.: aplicação de multa. Ex.: guinchar veículo que está atrapalhando o trânsito. o Presentes nas medidas que a lei autorize ou em caso de medidas urgentes. Esse atributo, todavia, não dispensa que a Administração Pública cumpra requisitos 5 http://www.marinela.ma/wp- content/uploads/2015/11/CADERNODEAULAINTENSIVOIAULA10ATOSADMINISTRATIVOSII.pdf 6 http://www.marinela.ma/wp- content/uploads/2015/11/CADERNODEAULAINTENSIVOIAULA10ATOSADMINISTRATIVOSII.pdf DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 6 de 14 constantes em Lei, como por exemplo, notificação do particular e a instauração de processo administrativo. • Tipicidade: Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro que os atos administrativos devem corresponder a figuras previamente definidas em lei, ou seja, “cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei.” • Administração não poderia praticar atos atípico ou inominado. • Todos atos previamente estabelecidos em lei. • Tipicidade decorreria do princípio da legalidade. MÉRITO ADMINISTRATIVO • Mérito Administrativo: Segundo Fernanda Marinela “O mérito administrativo é a valoração do Administrador, é a liberdade de análise de conveniência e oportunidade, que estão presentes nos elementos motivo e objeto. Vale ressaltar que mérito não é igual a motivo e objeto, apesar de estar presente neles. [...] o motivo é o fato e fundamento jurídico, enquanto, o objeto é o resultado prático do ato e, por fim, o mérito é a liberdade, a discricionariedade do Administrador7.” o Conveniência: Um ato administrativo é conveniente quando seu conteúdo jurídico produz um resultado que atenda/que satisfaz à finalidade pretendida que é a satisfação ao interesse público, ou seja, o ato administrativo é útil, proveitoso e interessante para a Administração Pública. o Oportunidade: Um ato administrativo é oportuno quando é praticado no momento correto/no momento adequando para satisfazer o interesse público. o Impossibilidade de Controle do Mérito Administrativo, propriamente dito, pelo Poder Judiciário: Em homenagem ao princípio da Separação dos Poderes (artigo 2º da Constituição Federal) o Poder Judiciário não poderá imiscuir- se/adentrar no mérito administrativo, tão-somente exercer o controle da legalidade do ato praticado. � Sobre o tema o STF no Agravo Regimental no Agravo em Recurso Extraordinário n. 814.379/RJ de Relatoria do Ministro Roberto Barroso, já se manifestou no seguinte sentido: “Esta Corte já assentou o entendimento de que o exame de legalidade e abusividade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário não implica violação ao princípio 7http://www.marinela.ma/wp- content/uploads/2015/11/CADERNODEAULAINTENSIVOIAULA10ATOSADMINISTRATIVOSII.pdf DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 7 de 14 da separação dos Poderes, porquanto não se trata, nessas hipóteses, de análise das circunstâncias que circunscrevem ao mérito administrativo.” CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: o Quanto aos destinatários: � Gerais: possuem caráter abstrato, genérico, impessoal; tendo assim como destinatários a todos aqueles que se adequarem ao disposto no ato. Ex.: edital de um concurso público. � Individuais: são específicos e são dirigidos a destinatários certos e determinados, ou seja, criam situação jurídica particular, podendo, ainda, serem classificados, de acordo com Celso Antonio Bandeira de Melo, como: • Individual - Singular: que atinge apenas uma única pessoa. Ex.: nomeação de um único servidor. • Individual - Plúrimo: que atinge a destinatários múltiplos, mas específicos. Ex.: nomeação de vários servidores em apenas uma única lista. o Quando ao Alcance: � Internos: são aqueles que produzem efeitos interna corporis, ou seja, dentre de uma repartição pública. Ex.: Portarias. • Não precisa de publicação em órgão oficial. � Externos: são aqueles que produzem efeitos no âmbito exterior/externo da Administração atingindo assim particulares/terceiros. • Precisam ser publicados em órgão oficial. o Quanto a manifestação de vontade: � Unilaterais: praticados com a declaração de apenas uma das partes. Ex.: Multas e Demissão de um servidor. � Bilateral: são atos formados por acordos de vontade. Ex.: Contratos Administrativos e Concessão de serviço público.o Quanto ao grau de Liberdade: � Vinculados: são aqueles em que a lei confere ao administrador público apenas um único caminho possível a ser tomado diante de um caso DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 8 de 14 concreto. Ou seja, o administrador público não possui liberdade de escolha. � Discricionários: são aqueles que a lei confere ao administrador mais de um caminho a ser escolhido, ou seja, o agente público tem a liberdade de atuação, sendo que essa liberdade deve ser pautada com observância no mérito administrativo (juízo de conveniência e oportunidade) a fim de preservar o interesse público. o Quanto ao objeto (prerrogativas): � Império: são os praticados pela Administração Pública utilizando-se das suas prerrogativas de Direito Público com o fim de alcançar o interesse público, ou seja, são impostos de forma coercitiva. Ex.: desapropriação. � Gestão: são os praticados pela Administração Pública pratica sob a égide do direito privado, ou seja, em pé de igualdade com o administrado. Ex.: contrato de aluguel. � Atos de expediente: são aqueles que são necessários ao funcionamento da Administração Pública, ou seja, não possuem caráter decisório e de determinação. Ex.: Despacho de encaminhamento de um processo administrativo. o Quanto a Formação: � Simples: são os que se originam pela manifestação de vontade de um único órgão (unipessoal ou colegiado) ou agente da Administração Pública. � Composto: são os que se originam da manifestação de vontade de um único órgão ou agente, mas depende da verificação/ratificação por parte de outro para produzir efeito. • Segundo José dos Santos Carvalho Filho “atos compostos não se compõe de vontades autônomas, embora múltiplas. Há na verdade, uma só vontade autônoma, ou seja, de conteúdo próprio. As demais são meramente instrumentais, porque se limitam à verificação de legitimidade do ato de conteúdo próprio. Exemplo: um ato de autorização sujeito a outro ato confirmatório, visto8” 8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24a ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2011. DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 9 de 14 � Complexo: são os que nascem da manifestação de vontade de mais de um órgão ou agente administrativo. • Segundo José dos Santos Carvalho Filho “atos complexo são aqueles cuja vontade final da Administração exige a intervenção de agentes ou órgãos diversos, havendo certa autonomia, ou conteúdo próprio, em cada uma das manifestações. Exemplo Segundo José dos Santos Carvalho Filho: a investidura de Ministro do STF se inicia pela escolha do Presidente da República passa, após, pela aferição do Senado Federal; e culmina com a nomeação. (Há divergência doutrinária em relação a esse exemplo) o Quanto a Estrutura: � Concreto: se destina a um caso específico, esgotando-se nessa única aplicação. Ex.: Aposentadoria de um determinado servidor. � Abstrato: se destina a todos os caso que se adequarem a norma, alcançando um número indeterminado e indeterminável de destinatários. Ex.: Aposentadoria compulsória. o Quanto aos Efeitos: � Constitutivos: são aqueles que originam situação jurídica, criando, extinguindo ou modificando situação jurídica anterior. � Declaratório: são aqueles que manifestam/declaram situações jurídicas já existentes, sejam de fatos ou de direitos. o Quanto aos resultados na esfera jurídica: � Atos ampliativos: são aqueles que aumentam a situação/a esfera jurídica do destinatário. Ex.: permissões e autorizações. � Atos restritivos: são os que diminuem a esfera jurídica do destinatário. Ex.: Sanções. o Quanto à situação jurídica que criam: � Atos regra: originam situações gerais, abstratas e impessoais, sendo que podem ser modificados a qualquer momento. Ex.: regulamentos. DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 10 de 14 � Atos subjetivos: originam situações particulares, concretas e pessoais e são gerados pela vontade das partes, dessa forma, produzem efeitos e não podendo ser modificado sem aquiescência de ambas as partes. Ex.: contrato âmbito do direito privado. � Atos condição: Segundo Fernanda Marinela: “são aqueles que alguém pratica incluindo-se isoladamente ou mediante acordo de outrem, debaixo de situações criadas pelo ato-regra, pelo que se sujeita a eventuais alterações unilaterais delas9.” MODALIDADES OU ESPÉCIES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: o Atos Normativos: são os que contém comandos gerais e abstratos visando a correta aplicação da lei. Ex.: Decretos, Regulamentos e Resoluções. o Atos Ordinatórios: são os que visam disciplinar, no âmbito interno, o funcionamento das repartições e conduta de seus agentes no exercício de suas atribuições. Ex.: Instruções, Circulares, Avisos, Portarias, Ordem de Serviço, ofícios, despacho. o Atos Enunciativos: são os que certificam ou atestam um fato ou opinião a respeito de um tema definido. Ex.: Certidão, Emissão de Atestado e Parecer. o Atos Negociais: são aqueles que contém uma declaração de vontade do Poder Público, a qual coincide com a pretensão do particular, com vistas a concretizar atos jurídicos, nas condições estabelecidas previamente pela Administração Pública, ou seja, são atos buscado por ambas as partes e que não possuem imperatividade em seu conteúdo. Ex.: Alvará, Licença, Concessão, Permissão, Autorização Administrativa, Admissão, Aprovação e Homologação. o Atos Punitivos: os aqueles que contêm sanção imposta pela Administração destinados àqueles que transgrediram ou infligiram uma norma/determinação prevista em lei, regulamento ou disposição ordinatória. Ex.: Multa e Interdição de Estabelecimentos. 9 http://www.marinela.ma/wp- content/uploads/2015/11/CADERNODEAULAINTENSIVOIAULA10ATOSADMINISTRATIVOSII.pdf DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 11 de 14 EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO: o Cumprimento e exaurimento de seus efeitos: � Esgotamento do seu conteúdo jurídico. Ex.: término das férias de um servidor. � Execução Material: ato busca/visa o cumprimento de uma ação que já foi cumprida. Ex.: Determinação de demolição de uma obra que já foi demolida. � Implemento de Condição Resolutiva (evento futuro e incerto) ou Termo (evento futuro e certo). o Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto: Ex.: Ente público determina a doação de 100 (cem) mesas para determinada escola. Todavia, a escola (sujeito) é fechada ou as mesas objeto) desaparecem/são furtadas etc. o Cassação: ocorre quando há descumprimento de obrigação por parte do destinatário do ato. Ex.: Retirada da Licença de um Hotel, pois o proprietário modificou a destinação/atividade para Motel, o que é proibido pela legislação da municipalidade. Ex.: Estatuto do Desarmamento - Lei n. 10.826/2003, em seu artigo 10, §2º, prevê o seguinte: “A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.” o Caducidade: ocorre quandoem razão de norma jurídica superveniente o ato administrativo, praticado sob a égide de ordem jurídica anterior, perde seus efeitos. � Ex. de José dos Santos Carvalho Filho: Poder Público confere permissão para o uso de um determinado bem público a um particular. Todavia, Lei superveniente é editada e proíbe tal uso privativo por DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 12 de 14 particulares, o ato anterior, de natureza precária, sofre caducidade e é extinto10. o Derrubada (Contraposição): ocorre quando há a edição de novo ato administrativo que, em decorrência de seus efeitos, impede que ato anterior continue vigente. Ou seja, ocorre a retirada do ato administrativo antecessor pelo novo ato administrativo, o qual foi editado sob competência diversa do ato anterior e com efeitos antagônicos ao ato antecessor. � Não por razões de mérito e nem de legalidade. � Ex.: ato de aposentadoria do servidor extingue o ato de sua nomeação. Cabendo destacar que o ato de aposentadoria é proferido no exercício de competência conferida por regra diversa a do ato de nomeação. o Renúncia: ocorre quando há rejeição/renúncia pelo beneficiário do ato pelo beneficiário do ato administrativo e, por conseguinte, esse perde os seus efeitos. � Ex.: Ente público doa 100 mesas para determinada escola. Todavia, a escola renuncia/rejeita a doação. o Revogação: é a extinção de ato administrativo válido quando a Administração Pública, sob a égide do mérito administrativo, revoga/retira do mundo o ato administrativo por razões de conveniência e oportunidade. � Somente a Administração Pública, baseada no Princípio da Autotutela e no exercício de competência discricionária, poderá revogar seus próprios atos administrativos. Obs.: Poder Judiciário e o Poder Legislativo podem revogar os seus próprios atos administrativos, ou seja, os que são proferidos quando exercem atipicamente a função administrativa. � Pressuposto: é o interesse público. � Efeitos da Revogação: os efeitos da revogação sobre os atos administrativos são ex-nunc (daqui para frente), ou seja, não retroagem, tendo em vista que os atos revogados são atos legais e válidos. 10 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24a ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris. DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 13 de 14 � Limites à Revogação (Doutrina Diverge – Rol Exemplificativo): • Atos que exauriram os seus efeitos; • Atos vinculados, haja vista que o Administrador não possui margem de discricionariedade; • Atos que geram direito adquiridos; • Meros atos administrativos (atos conteúdo enunciativo). o Invalidação: é a extinção/o desfazimento do ato administrativo por ter sido praticado em desconformidade com a lei. � Divergência Doutrinária: Aplicabilidade ou não da teoria do direito privado no Direito Administrativo? � Teoria das Nulidades no Direito Privado (Legislador Realiza uma Modulação/Ponderação de Gravidade): • Sistema Dicotômico: o Nulidade: Não se admite convalidação (Art. 166 do CC). + GRAVE o Anulabilidade: Admite-se convalidação (Art. 171 do CC). - GRAVE � Teoria Monista: é inaplicável a dicotomia das nulidades ao Direito Administrativo, ou seja, para os doutrinadores que defendem essa teoria o ato administrativo é nulo (não podem ser convalidados) ou válido. (Hely Lopes Meireles). � Teoria Dualista: é aplicável a teoria das nulidades do direito privado, ou seja, para os doutrinadores que defendem essa teoria o ato administrativo é válido, nulo (não podem ser convalidados) ou anulável (podem ser convalidados). (Celso Antônio Bandeira de Melo) – Graus de Tolerâncias No Direito Administrativo. • Inexistência: são aqueles que não são juridicamente possíveis, ou seja, são radicalmente vedados e condenados pelo Direito – São atos impensáveis/inadmissíveis. Ex.: Ordem criminosa de um superior para que um subordinado torture um preso; Autorização do fisco para que agentes invadam a casa de devedores para que obriguem a adimplires tributos atrasados. 2011. DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto CURSO PREPARATÓRIO EXITUS Página 14 de 14 • Nulidade: embora sejam juridicamente possíveis e não representem condutas criminosas como nos atos inexistentes; são aqueles atos que: o a lei assim os declara; e o os que não são possíveis de convalidação, ou seja, são atos que não se admitem reparos. • Anulação: são aqueles que: o a lei assim os declara, e; o aqueles que podem ser convalidados, haja vista que podem ser praticados sem vício.
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