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AULA 06 DIREITO Adm

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DIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVODIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Mário Amaral Neto - @marioamaralneto 
CURSO PREPARATÓRIO EXITUS 
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Aula 06 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Sumário: 
 
CONTINUAÇÃO DA AULA 05 – ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................... 1 
ELEMENTOS OU REQUISITOS .................................................................................................................................. 1 
Sujeito (Competência) ................................................................................................................................................ 1 
Objeto (Conteúdo) ...................................................................................................................................................... 2 
Forma .......................................................................................................................................................................... 3 
Finalidade ................................................................................................................................................................... 3 
Motivo ......................................................................................................................................................................... 4 
ATRIBUTOS OU CARACTERÍSTICAS DO ATO ADMINISTRATIVO: .................................................................. 4 
MÉRITO ADMINISTRATIVO ...................................................................................................................................... 6 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: .............................................................................................. 7 
MODALIDADES OU ESPÉCIES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: ..................................................................... 10 
EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO: .............................................................................................................. 11 
 
 
 
CONTINUAÇÃO DA AULA 05 – ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
ELEMENTOS OU REQUISITOS 
 
• Elementos ou Requisitos do Ato Administrativo: existe divergência doutrinária tanto 
a respeito da denominação a ser utilizada (Elemento ou Requisito) e quanto a forma de 
classificação. Celso Antônio Bandeira de Melo, por exemplo, tem classificação 
própria. No entanto, iremos utilizar o entendimento da corrente majoritária da doutrina: 
 
Sujeito (Competência) 
 
o Sujeito (Competência): consiste no conjunto de atribuições fixadas por lei, 
sendo, por conseguinte: de ordem pública, irrenunciável e imutável pela vontade 
do agente público, consistindo em requisito subjetivo do ato administrativo. 
 
� Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único, 
Alínea “a”, dispõe que: “a incompetência fica caracterizada quando o 
ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou.” 
� Segundo José dos Santos Carvalho Filho “O vício no elemento 
competência decorre da inadequação entre a conduta e as atribuições do 
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agente. É o caso que o agente pratica ato que refoge ao círculo de suas 
atribuições1.” 
� Pode ser delegada ou avocada desde que não seja competência de caráter 
exclusivo e exista previsão legal para tanto. 
� A competência é requisito vinculado. 
 
Objeto (Conteúdo) 
 
 
o Objeto (Conteúdo): efeito jurídico imediato produzido pelo ato, isto é, quando 
em decorrência desse ato nasce, extingue-se e transforme-se um determinado 
direito. 
� Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único, 
Alínea “c”, dispõe que: “a ilegalidade do objeto ocorre quando o 
resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato 
normativo”. 
� Segundo José dos Santos Carvalho Filho “o vício no objeto consiste, 
basicamente, na prática de ato dotado de conteúdo diverso do que a lei 
autoriza. Há vício se o objeto é ilícito, impossível ou indeterminável2.” 
� O objeto pode ser vinculado ou discricionário. 
• Quando o objeto for discricionário Hely Lopes Meirelles 
preceitua que “o objeto, nos atos discricionários, fica na 
dependência da escolha do Poder Público, constituindo esta 
liberdade opcional o mérito administrativo. Não se pode, pois, em 
tal elemento, substituir o critério da Administração pelo 
pronunciamento do Judiciário, por que isso importaria revisão do 
mérito administrativo, por uma simples mudança de juízo de 
valor subjetivo – do administrador pelo juiz – sem qualquer 
fundamento em lei3.” 
 
 
 
 
1
 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24a ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris. 
2011. 
2
 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24a ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris. 
2011 
3
 MEIRELES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 25ª ed., atualizada por Eurico de Andrade Azevedo, 
Délcio Balestero Aleixo e José Emmanuel Bulle Filho. São Paulo: Editora Malheiros: 2000. 
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Forma 
 
o Forma: é o revestimento exterior do ato, ou seja, é o modo pelo que se 
manifesta. 
� Em regra a forma do ato deve ser a escrita. 
• Exceção: 
o Atos consubstanciado em forma verbal. 
Ex.: ordem emanada por um agente de trânsito. 
o Atos consubstanciado na forma de sinais. 
Ex.: gestos de um agente de trânsito. 
• Escrita: 
o Rígida: critérios específico estabelecidos em lei para a 
validade. Ex.: ato que deve ser realizado escritura pública. 
o Livre: deve ser escrito, mas o procedimento é livre, ou 
seja, não se exige forma específica. 
� Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único, 
Alínea “b”, dispõe que: “o vício de forma consiste na omissão ou na 
observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à 
existência ou seriedade do ato”. 
� A forma é requisito vinculado. 
 
Finalidade 
 
o Finalidade: resultado que a Administração Pública deseja alcançar, isto é, o 
interesse público. É o efeito jurídico mediato (finalístico do ato). Ou seja, é a 
prospecção do ato. 
 
� Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único, 
Alínea “e”, dispõe que: “o desvio de finalidade se verifica quando o 
agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou 
implicitamente, na regra de competência.”. 
 
� A Finalidade é requisito vinculado. 
 
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Motivo 
o Motivo: são os pressupostos que fundamentam o ato (aquilo que desencadeou o 
ato), ou seja, são os fundamentos fáticos e de direito que determinam a 
realização do ato. 
 
� Na Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), em seu artigo 2º, Parágrafo Único, 
Alínea “d”, dispõe que: “a inexistência dos motivos se verifica quando a 
matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é 
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado 
obtido”. 
� José dos Santos Carvalho Filho faz uma crítica ao referido dispositivo 
e assevera o seguinte: “o vício pode ocorrer de três modos, muito embora 
a Lei n. 4.717/65 só se refira a inexistência de motivos (art. 2º, parágrafo 
único, “d”): 1º) inexistência de fundamento para o ato; 2º) fundamento 
falso, vale dizer, incompatível com a verdade real; 3º) fundamento 
desconexocom o objetivo pretendido pela Administração4.” 
� Motivos pode ser vinculado ou discricionário. 
� A teoria dos motivos determinantes: em consonância com a qual a 
validade do ato se vincula ao motivos indicados como seu fundamento, 
de tal modo que, se inexistentes ou falsos, implicam a sua nulidade. 
(Maria Sylvia Zanella Di Pietro) 
 
Motivo Motivação Móvel 
São os pressupostos de 
fato e de direito que 
fundamentam o ato 
administrativo. 
Descrição/demonstração, 
a exposição dos motivos. 
O que se passa na 
mente do agente, ou 
seja, é a intenção, o 
propósito do agente 
público. 
 
Obs.: Cabe ressaltar que basta o objeto ou a motivo do ato serem discricionários que o 
ato logicamente passa a ser discricionário. 
 
ATRIBUTOS OU CARACTERÍSTICAS DO ATO ADMINISTRATIVO: 
 
 
4
 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24a ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris. 
2011. 
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• Presunção de Legitimidade, Legalidade e Veracidade: Segundo Fernanda Marinela 
“A presunção de legitimidade e de veracidade é característica do ato administrativo. 
Segundo esse atributo, os atos administrativos presumem-se: legais, isto é, compatíveis 
com a lei, legítimos, porque coadunam com mas regras da moral, e verdadeiros, 
considerando que os fatos alegados estão condizentes com a realidade posta.5” 
 
o Presunção relativa (juris tantum), pois permite prova em contrário. Cabendo o 
ônus da prova a quem alegar. 
 
� Produção dos seus efeitos: como o ato administrativo goza dessa 
presunção, mesmo que tal ato seja ilegal, ele produzirá efeitos como se 
válido fosse até que ocorra a declaração de sua nulidade. 
 
• Imperatividade: Segundo Fernanda Marinela “Em razão da imperatividade, 
Administração pode impor unilateralmente as suas determinações válidas, desde que 
dentro da legalidade, o que retrata a coercibilidade imprescindível ao cumprimento ou à 
execução de seus atos, sejam eles normativos, quando regulam determinada situação, 
ordinatórios, quando organizam a estrutura da Administração Pública, ou punitivos, 
quando aplicam penalidade6”. Ou seja, é o poder de impor obrigações de forma 
unilateral para os administrados independentemente da concordância do particular. 
 
� Nem todo ato administrativo é dotado de imperatividade. Ex.: Atos 
de consentimento como permissões e autorizações. 
 
• Auto-executoriedade: é o atributo conferido pela Administração Pública de executar os 
seus atos sem necessidade de autorização judicial prévia. Sendo certo que esse atributo 
se desdobra em duas vertentes: 
 
o Exigibilidade: por meio dessa à Administração Pública pode exigir 
indiretamente que o particular cumpra as ordens por ela emanadas. Ex.: 
aplicação de multa. 
o Executoriedade: por meio dessa à Administração Pública pode exigir 
diretamente que o particular cumpra as ordens por ela emanadas. Ex.: aplicação 
de multa. Ex.: guinchar veículo que está atrapalhando o trânsito. 
o Presentes nas medidas que a lei autorize ou em caso de medidas urgentes. Esse 
atributo, todavia, não dispensa que a Administração Pública cumpra requisitos 
 
5
 http://www.marinela.ma/wp-
content/uploads/2015/11/CADERNODEAULAINTENSIVOIAULA10ATOSADMINISTRATIVOSII.pdf 
6
 http://www.marinela.ma/wp-
content/uploads/2015/11/CADERNODEAULAINTENSIVOIAULA10ATOSADMINISTRATIVOSII.pdf 
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constantes em Lei, como por exemplo, notificação do particular e a instauração 
de processo administrativo. 
 
• Tipicidade: Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro que os atos administrativos 
devem corresponder a figuras previamente definidas em lei, ou seja, “cada finalidade 
que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei.” 
 
• Administração não poderia praticar atos atípico ou inominado. 
• Todos atos previamente estabelecidos em lei. 
• Tipicidade decorreria do princípio da legalidade. 
 
 
MÉRITO ADMINISTRATIVO 
 
• Mérito Administrativo: Segundo Fernanda Marinela “O mérito administrativo é a 
valoração do Administrador, é a liberdade de análise de conveniência e oportunidade, 
que estão presentes nos elementos motivo e objeto. Vale ressaltar que mérito não é igual 
a motivo e objeto, apesar de estar presente neles. [...] o motivo é o fato e fundamento 
jurídico, enquanto, o objeto é o resultado prático do ato e, por fim, o mérito é a 
liberdade, a discricionariedade do Administrador7.” 
 
o Conveniência: Um ato administrativo é conveniente quando seu conteúdo 
jurídico produz um resultado que atenda/que satisfaz à finalidade pretendida que 
é a satisfação ao interesse público, ou seja, o ato administrativo é útil, 
proveitoso e interessante para a Administração Pública. 
o Oportunidade: Um ato administrativo é oportuno quando é praticado no 
momento correto/no momento adequando para satisfazer o interesse público. 
o Impossibilidade de Controle do Mérito Administrativo, propriamente dito, 
pelo Poder Judiciário: Em homenagem ao princípio da Separação dos Poderes 
(artigo 2º da Constituição Federal) o Poder Judiciário não poderá imiscuir-
se/adentrar no mérito administrativo, tão-somente exercer o controle da 
legalidade do ato praticado. 
� Sobre o tema o STF no Agravo Regimental no Agravo em Recurso 
Extraordinário n. 814.379/RJ de Relatoria do Ministro Roberto Barroso, 
já se manifestou no seguinte sentido: “Esta Corte já assentou o 
entendimento de que o exame de legalidade e abusividade dos atos 
administrativos pelo Poder Judiciário não implica violação ao princípio 
 
7http://www.marinela.ma/wp-
content/uploads/2015/11/CADERNODEAULAINTENSIVOIAULA10ATOSADMINISTRATIVOSII.pdf 
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da separação dos Poderes, porquanto não se trata, nessas hipóteses, de 
análise das circunstâncias que circunscrevem ao mérito administrativo.” 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: 
 
 
o Quanto aos destinatários: 
 
� Gerais: possuem caráter abstrato, genérico, impessoal; tendo assim 
como destinatários a todos aqueles que se adequarem ao disposto no ato. 
Ex.: edital de um concurso público. 
 
� Individuais: são específicos e são dirigidos a destinatários certos e 
determinados, ou seja, criam situação jurídica particular, podendo, ainda, 
serem classificados, de acordo com Celso Antonio Bandeira de Melo, 
como: 
• Individual - Singular: que atinge apenas uma única pessoa. Ex.: 
nomeação de um único servidor. 
• Individual - Plúrimo: que atinge a destinatários múltiplos, mas 
específicos. Ex.: nomeação de vários servidores em apenas uma 
única lista. 
 
o Quando ao Alcance: 
 
� Internos: são aqueles que produzem efeitos interna corporis, ou seja, 
dentre de uma repartição pública. Ex.: Portarias. 
• Não precisa de publicação em órgão oficial. 
 
� Externos: são aqueles que produzem efeitos no âmbito exterior/externo 
da Administração atingindo assim particulares/terceiros. 
• Precisam ser publicados em órgão oficial. 
 
o Quanto a manifestação de vontade: 
 
� Unilaterais: praticados com a declaração de apenas uma das partes. Ex.: 
Multas e Demissão de um servidor. 
 
� Bilateral: são atos formados por acordos de vontade. Ex.: Contratos 
Administrativos e Concessão de serviço público.o Quanto ao grau de Liberdade: 
� Vinculados: são aqueles em que a lei confere ao administrador público 
apenas um único caminho possível a ser tomado diante de um caso 
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concreto. Ou seja, o administrador público não possui liberdade de 
escolha. 
 
� Discricionários: são aqueles que a lei confere ao administrador mais de 
um caminho a ser escolhido, ou seja, o agente público tem a liberdade de 
atuação, sendo que essa liberdade deve ser pautada com observância no 
mérito administrativo (juízo de conveniência e oportunidade) a fim de 
preservar o interesse público. 
 
o Quanto ao objeto (prerrogativas): 
 
� Império: são os praticados pela Administração Pública utilizando-se das 
suas prerrogativas de Direito Público com o fim de alcançar o interesse 
público, ou seja, são impostos de forma coercitiva. Ex.: desapropriação. 
 
� Gestão: são os praticados pela Administração Pública pratica sob a égide 
do direito privado, ou seja, em pé de igualdade com o administrado. Ex.: 
contrato de aluguel. 
 
� Atos de expediente: são aqueles que são necessários ao funcionamento 
da Administração Pública, ou seja, não possuem caráter decisório e de 
determinação. Ex.: Despacho de encaminhamento de um processo 
administrativo. 
 
o Quanto a Formação: 
 
� Simples: são os que se originam pela manifestação de vontade de um 
único órgão (unipessoal ou colegiado) ou agente da Administração 
Pública. 
 
� Composto: são os que se originam da manifestação de vontade de um 
único órgão ou agente, mas depende da verificação/ratificação por parte 
de outro para produzir efeito. 
 
• Segundo José dos Santos Carvalho Filho “atos compostos não 
se compõe de vontades autônomas, embora múltiplas. Há na 
verdade, uma só vontade autônoma, ou seja, de conteúdo próprio. 
As demais são meramente instrumentais, porque se limitam à 
verificação de legitimidade do ato de conteúdo próprio. 
Exemplo: um ato de autorização sujeito a outro ato 
confirmatório, visto8” 
 
8
 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24a ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris. 
2011. 
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� Complexo: são os que nascem da manifestação de vontade de mais de 
um órgão ou agente administrativo. 
 
• Segundo José dos Santos Carvalho Filho “atos complexo são 
aqueles cuja vontade final da Administração exige a intervenção 
de agentes ou órgãos diversos, havendo certa autonomia, ou 
conteúdo próprio, em cada uma das manifestações. Exemplo 
Segundo José dos Santos Carvalho Filho: a investidura de 
Ministro do STF se inicia pela escolha do Presidente da 
República passa, após, pela aferição do Senado Federal; e 
culmina com a nomeação. (Há divergência doutrinária em relação 
a esse exemplo) 
 
o Quanto a Estrutura: 
 
� Concreto: se destina a um caso específico, esgotando-se nessa única 
aplicação. Ex.: Aposentadoria de um determinado servidor. 
� Abstrato: se destina a todos os caso que se adequarem a norma, 
alcançando um número indeterminado e indeterminável de destinatários. 
Ex.: Aposentadoria compulsória. 
 
 
o Quanto aos Efeitos: 
 
� Constitutivos: são aqueles que originam situação jurídica, criando, 
extinguindo ou modificando situação jurídica anterior. 
� Declaratório: são aqueles que manifestam/declaram situações jurídicas 
já existentes, sejam de fatos ou de direitos. 
 
o Quanto aos resultados na esfera jurídica: 
 
� Atos ampliativos: são aqueles que aumentam a situação/a esfera jurídica 
do destinatário. Ex.: permissões e autorizações. 
� Atos restritivos: são os que diminuem a esfera jurídica do destinatário. 
Ex.: Sanções. 
 
o Quanto à situação jurídica que criam: 
 
� Atos regra: originam situações gerais, abstratas e impessoais, sendo que 
podem ser modificados a qualquer momento. Ex.: regulamentos. 
 
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� Atos subjetivos: originam situações particulares, concretas e pessoais e 
são gerados pela vontade das partes, dessa forma, produzem efeitos e não 
podendo ser modificado sem aquiescência de ambas as partes. Ex.: 
contrato âmbito do direito privado. 
 
� Atos condição: Segundo Fernanda Marinela: “são aqueles que alguém 
pratica incluindo-se isoladamente ou mediante acordo de outrem, 
debaixo de situações criadas pelo ato-regra, pelo que se sujeita a 
eventuais alterações unilaterais delas9.” 
 
 
MODALIDADES OU ESPÉCIES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: 
 
o Atos Normativos: são os que contém comandos gerais e abstratos visando a 
correta aplicação da lei. Ex.: Decretos, Regulamentos e Resoluções. 
 
o Atos Ordinatórios: são os que visam disciplinar, no âmbito interno, o 
funcionamento das repartições e conduta de seus agentes no exercício de suas 
atribuições. Ex.: Instruções, Circulares, Avisos, Portarias, Ordem de Serviço, 
ofícios, despacho. 
 
o Atos Enunciativos: são os que certificam ou atestam um fato ou opinião a 
respeito de um tema definido. Ex.: Certidão, Emissão de Atestado e Parecer. 
 
o Atos Negociais: são aqueles que contém uma declaração de vontade do Poder 
Público, a qual coincide com a pretensão do particular, com vistas a concretizar 
atos jurídicos, nas condições estabelecidas previamente pela Administração 
Pública, ou seja, são atos buscado por ambas as partes e que não possuem 
imperatividade em seu conteúdo. Ex.: Alvará, Licença, Concessão, Permissão, 
Autorização Administrativa, Admissão, Aprovação e Homologação. 
 
o Atos Punitivos: os aqueles que contêm sanção imposta pela Administração 
destinados àqueles que transgrediram ou infligiram uma norma/determinação 
prevista em lei, regulamento ou disposição ordinatória. Ex.: Multa e Interdição 
de Estabelecimentos. 
 
 
 
9
 http://www.marinela.ma/wp-
content/uploads/2015/11/CADERNODEAULAINTENSIVOIAULA10ATOSADMINISTRATIVOSII.pdf 
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EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO: 
 
o Cumprimento e exaurimento de seus efeitos: 
� Esgotamento do seu conteúdo jurídico. 
Ex.: término das férias de um servidor. 
� Execução Material: ato busca/visa o cumprimento de uma ação que já foi 
cumprida. 
Ex.: Determinação de demolição de uma obra que já foi 
demolida. 
 
� Implemento de Condição Resolutiva (evento futuro e incerto) ou Termo 
(evento futuro e certo). 
 
o Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto: 
 
Ex.: Ente público determina a doação de 100 (cem) mesas para 
determinada escola. Todavia, a escola (sujeito) é fechada ou as mesas 
objeto) desaparecem/são furtadas etc. 
 
o Cassação: ocorre quando há descumprimento de obrigação por parte do 
destinatário do ato. 
 
Ex.: Retirada da Licença de um Hotel, pois o proprietário modificou a 
destinação/atividade para Motel, o que é proibido pela legislação da 
municipalidade. 
 
Ex.: Estatuto do Desarmamento - Lei n. 10.826/2003, em seu artigo 
10, §2º, prevê o seguinte: “A autorização de porte de arma de fogo, 
prevista neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o 
portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob 
efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.” 
 
 
o Caducidade: ocorre quandoem razão de norma jurídica superveniente o ato 
administrativo, praticado sob a égide de ordem jurídica anterior, perde seus 
efeitos. 
 
� Ex. de José dos Santos Carvalho Filho: Poder Público confere 
permissão para o uso de um determinado bem público a um particular. 
Todavia, Lei superveniente é editada e proíbe tal uso privativo por 
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particulares, o ato anterior, de natureza precária, sofre caducidade e é 
extinto10. 
 
 
o Derrubada (Contraposição): ocorre quando há a edição de novo ato 
administrativo que, em decorrência de seus efeitos, impede que ato anterior 
continue vigente. Ou seja, ocorre a retirada do ato administrativo antecessor pelo 
novo ato administrativo, o qual foi editado sob competência diversa do ato 
anterior e com efeitos antagônicos ao ato antecessor. 
 
� Não por razões de mérito e nem de legalidade. 
 
� Ex.: ato de aposentadoria do servidor extingue o ato de sua nomeação. 
Cabendo destacar que o ato de aposentadoria é proferido no exercício 
de competência conferida por regra diversa a do ato de nomeação. 
 
 
o Renúncia: ocorre quando há rejeição/renúncia pelo beneficiário do ato pelo 
beneficiário do ato administrativo e, por conseguinte, esse perde os seus efeitos. 
 
� Ex.: Ente público doa 100 mesas para determinada escola. Todavia, a 
escola renuncia/rejeita a doação. 
 
o Revogação: é a extinção de ato administrativo válido quando a Administração 
Pública, sob a égide do mérito administrativo, revoga/retira do mundo o ato 
administrativo por razões de conveniência e oportunidade. 
 
� Somente a Administração Pública, baseada no Princípio da Autotutela 
e no exercício de competência discricionária, poderá revogar seus 
próprios atos administrativos. 
 
Obs.: Poder Judiciário e o Poder Legislativo podem revogar os seus 
próprios atos administrativos, ou seja, os que são proferidos quando 
exercem atipicamente a função administrativa. 
 
� Pressuposto: é o interesse público. 
 
� Efeitos da Revogação: os efeitos da revogação sobre os atos 
administrativos são ex-nunc (daqui para frente), ou seja, não retroagem, 
tendo em vista que os atos revogados são atos legais e válidos. 
 
 
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� Limites à Revogação (Doutrina Diverge – Rol Exemplificativo): 
 
• Atos que exauriram os seus efeitos; 
• Atos vinculados, haja vista que o Administrador não possui 
margem de discricionariedade; 
• Atos que geram direito adquiridos; 
• Meros atos administrativos (atos conteúdo enunciativo). 
 
o Invalidação: é a extinção/o desfazimento do ato administrativo por ter sido 
praticado em desconformidade com a lei. 
 
� Divergência Doutrinária: Aplicabilidade ou não da teoria do direito 
privado no Direito Administrativo? 
 
� Teoria das Nulidades no Direito Privado (Legislador Realiza uma 
Modulação/Ponderação de Gravidade): 
• Sistema Dicotômico: 
o Nulidade: Não se admite convalidação (Art. 166 do CC). 
+ GRAVE 
o Anulabilidade: Admite-se convalidação (Art. 171 do CC). 
- GRAVE 
 
� Teoria Monista: é inaplicável a dicotomia das nulidades ao Direito 
Administrativo, ou seja, para os doutrinadores que defendem essa teoria 
o ato administrativo é nulo (não podem ser convalidados) ou válido. 
(Hely Lopes Meireles). 
 
� Teoria Dualista: é aplicável a teoria das nulidades do direito privado, 
ou seja, para os doutrinadores que defendem essa teoria o ato 
administrativo é válido, nulo (não podem ser convalidados) ou anulável 
(podem ser convalidados). (Celso Antônio Bandeira de Melo) – Graus de 
Tolerâncias No Direito Administrativo. 
 
• Inexistência: são aqueles que não são juridicamente possíveis, 
ou seja, são radicalmente vedados e condenados pelo Direito – 
São atos impensáveis/inadmissíveis. 
Ex.: Ordem criminosa de um superior para que um subordinado 
torture um preso; Autorização do fisco para que agentes invadam 
a casa de devedores para que obriguem a adimplires tributos 
atrasados. 
 
2011. 
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• Nulidade: embora sejam juridicamente possíveis e não 
representem condutas criminosas como nos atos inexistentes; são 
aqueles atos que: 
o a lei assim os declara; e 
o os que não são possíveis de convalidação, ou seja, são 
atos que não se admitem reparos. 
 
 
• Anulação: são aqueles que: 
o a lei assim os declara, e; 
o aqueles que podem ser convalidados, haja vista que 
podem ser praticados sem vício.

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