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2015-02-22 1 Esporozoários e Coccidioses Parasitologia Geral Características Gerais dos Esporozoários São protozoários parasitas caracterizados pela ausência de estruturas empregadas na locomoção nas formas adultas. Características Gerais dos Esporozoários São parasitos que dispõem de organelas celulares formando um complexo apical (constituídos de anéis polares, conóide e microtúbulos) presente na fase invasiva dos parasitos e destinado à penetração nas células do hospedeiro vertebrado. Características Gerais dos Esporozoários Estes parasitos fazem 2 ciclos reprodutivos que se alternam sempre: ◦ Assexuada – Esquizogonia Tipo de reprodução típica dos protozoários esporozoários; a célula sofre sucessivas divisões do seu núcleo, acompanhadas, depois, de idêntico número de divisões no citoplasma. ◦ Sexuada – Esporogonia ou Singamia União de microgameta e macrogameta formando o zigoto 2015-02-22 2 Características Gerais dos Esporozoários Filo Apicomplexa Classe Sporozoa Subclasse Coccidia Ordem Eucoccidia Famílias de interesse médico: ◦ Plasmodiidae ◦ Eimeriidae ◦ Sarcocystidae ◦ Criptosporididae Coccídeos parasitas do Homem Na ordem Eucoccidiida da classe Sporozoea, três famílias têm interesse médico: Eimeriidae, abrangendo muitas espécies dos gêneros Eimeria e Isospora que parasitam animais domésticos, inclusive Isospora belli que infecta o homem. Cryptosporidiidae, com espécies do gênero Cryptosporidium que são em geral inócuos, mas tornam-se patogênicos em indivíduos imunodeprimidos (com AIDS, p. ex.). Sarcocystidae, que conta com 3 espécies de significação médica: Sarcocystis hominis, Sarcocystis suihominis e Toxoplasma gondii. Coccídeos Parasitas do Homem Parasitas oportunistasmudanças de hábitosAIDS imunossuprimidos Intra-celulares obrigatórios Parasitas intestinais intra-celulares obrigatórios do I.D. Ciclo monoxênico Alternância do ciclo reprodutivo Provoca infecções intestinais de gravidade variada. Coccídeos Intestinais *Cryptosporidium parvum *Isospora belli Ciclospora cayetanensis 2015-02-22 3 Isospora belli Protozoário coccídeo causador da Isosporíase, doença rara que tem sido registrada em países das mais diversas regiões do mundo. Importância aumentada com o aparecimento do HIV/AIDS. Isospora belli Morfologia: ◦ Apresenta um oocisto ovais com extremidades afuniladas, dimensões de 30x12µm, contendo no seu interior dois esporocistos com quatro esporozoítos. Isospora belli Oocisto Imaturo Oocisto Maduro Ciclo Biológico São geralmente homoxenos (monoxenos) e apresentam ciclo evolutivo típico de coccídio, com multiplicação assexuada (merogonia) e sexuada (gametogonia) que termina com a formação de oocistos nas células do intestino do hospedeiro. Oocistos eliminados nas fezes demoram de 1 a 3 dias para se tornarem infectantes. (Esporulação) No período de excreção, o oocisto imaturo contendo usualmente um esporoblastos (mais raramente dois) . Após excreção com maturação, os esporoblastos dividem-se em dois (o oocistos agora contendo dois esporocistos); os esporocistos saem pela parede do cisto, assim vêm a ser esporocistos, e os esporocistos de dividem duas vezes e produzem quatro esporozoítos cada Infecção ocorre pela ingestão de esporozoítos- contidos oocistos; o esporozoítos infectam o intestino , os quais invadem as células epiteliais e inicia esquizogonia . Na ruptura dos esquizontes, os merozoítos são libertados, invadem novas células epiteliais, e continuam o ciclo assexuado de multiplicação . Esporozoítos desenvolver-se dentro (a partir) esquizontes os quais contendo múltiplos merozoítos. Após no mínimo uma semana, o estágio sexual começam com o desenvolvimento do gametocisto feminino e masculino. . O resultado da fertilização é o desenvolvimento de oocistos os quais são excretados no solo . Isospora belli excretados de homens ou animais infectados. 2015-02-22 4 Transmissão A isosporose humana é mais freqüente em regiões quentes onde as condições de higiene são precárias. O homem se infecta através da ingestão de oocistos esporulados junto com a água e alimentos. Os esporozoítos liberados dos oocistos invadem o intestino delgado, provavelmente o íleo, onde ocorre a evolução do parasito até a formação de oocistos. ÁGUA CONTAMINADA ALIMENTOS CONTAMINADOS Patogenia Envolve alterações na mucosa do intestino delgado (Síndrome da Má absorção). Microscopicamente, as lesões são caracterizadas por destruição das células epiteliais e conseqüente atrofia das vilosidades, hiperplasia das criptas e infiltração de células plasmáticas, linfócitos e leucócitos polimorfonucleares. Em pacientes com AIDS, o Isospora belli tem sido encontrada também na Vesícula Biliar onde pode causar casos quadros agudos e crônicos de difícil tratamento Sinais e Sintomas Em geral as infecções são benignas e os pacientes se curam espontaneamente. Sintomas: febre, diarréia, cólicas abdominais, esteatorréia, vômitos, desidratação, perda de peso, astenia e emagrecimento. A presença de eosinofilia é freqüente nos casos de isosporose. Sinais e Sintomas Doença grave em crianças e em indivíduos com algum tipo de imunodeficiência (AIDS). Crianças: diarréia aquosa crônica de longa duração (vários meses); desidratação; acentuada perda de peso; requer hospitalização. Perda de apetite, astenia, dor de cabeça, náuseas,cólicas abdominais. Imunocomprometidos: Inicio súbito com febre, calafrios e diarréia (crônica e intermitente). Sinais e Sintomas diarréia Náuseas 2015-02-22 5 Dor de Cabeça Vômito Febre Sinais e Sintomas Em pacientes HIV positivos Emagrecimento cólicas abdominais Febre Sinais e Sintomas Diarréia intermitente > Enterocolite = pode levar a morte. Sinais e Sintomas Diagnóstico É feita pelo encontro de oocistos não esporulados nas fezes, utilizando os métodos de concentração. O aparecimento dos parasitos nas evacuações dá-se, em geral, após duas semanas de infecção e atinge seu máximo por volta da terceira semana. Aspirado Duodenal Biópsia Duodenal Diagnóstico HEMOGRAMA ◦ Eosinofilia: >400 eosinófilos/mm Exame coproparasitológico (seriado) ◦ Presença de oocistos visíveis ao microscópio óptico sem coloração. ◦ Cristais de Charcot- Leyden (Freqüente) Biopsia Duodenal Cristal de Charcot-Leyden Diagnostico 2015-02-22 6 Tratamento Evolução para a cura é espontânea e completa, com prazo médio de 40 dias. Sulfametoxazol-trimetropim (droga de escolha) Metronidazol, sulfadiazina-primetamina e sulfadoxina-primetamina. Profilaxia A prevenção se faz com adequada higiene pessoal e alimentar, evitando a contaminação do meio ambiente por fezes humanas, fervendo a água e realizando a cocção dos alimentos. HIGIENE PESSOAL Qualidade da água Higiene dos Alimentos Cryptosporidium Cryptosporidium sp. Histórico: ◦ 1907 (Tyzzer) mucosa gástrica do camundongo C.muris ◦ 1912 (Tyzzer)oocistos menoresC.parvum ◦ Avanços na Biologia Molecular ◦ 1976-1981 10 casos de gastroenterite ◦ 1981-1982 47 aidéticos ◦ No Brasil 20% em portadores do HIV Introdução Criptosporidiose é uma infecção parasitária, cujo agente etiológico, o protozoário do filo Apicomplexa, gênero Cryptosporidium. Este parasita é patogênico para mamíferos, incluindo o homem,aves, répteis e peixes. Cerca de 20 espécies desse gênero já foram mencionadas em diferentes espécies de hospedeiros animais Em humanos, sendo C. parvum e C. hominis são as duas mais prevalentes. Morfologia A criptosporidiose é causada por um protozoário que habita principalmente as microvilosidades das células intestinais, mais pode ser encontrado em outros órgãos como pulmão,estômago, fígado, etc. O Cryptosporidium parasita a parte externa do citoplasma celular, dando a impressão de se localizar fora dela (parasito intracelular extracitoplasmático). Duas formas: forma endógena (tecidos) e oocisto (fezes e meio ambiente) 2015-02-22 7 Morfologia Os oocistos do Cryptosporidium são pequenos, esféricos ou ovóides medindo cerca de 5,0 x 4,5 μm (C. parvum) e7,4 x 5,6 μm (C. muris), e contém 4 esporozoítos livres no seu interior quando eliminados nas fezes. Biologia O ciclo biológico é monoxênico, típico dos coccídios. Inclui um processo de multiplicação assexuada (merogonia) com ocorrência de duas gerações de merontes e outro de multiplicação sexuada (gametogonia) com formação de macrogametas e microgametas que, após a fecundação, resultam na formação de oocistos. Dois tipos de oocistos são formados: um de parede espessa, que é excretado para o meio externo com as fezes, e um de parede delgada, que se rompe no intestino delgado e acredita-se que é responsável pelos casos de auto-infecção. Os oocistos esporulam no interior do hospedeiro e já são infectantes quando eliminados para o meio ambiente. A duração do ciclo biológico é curta e, segundo estudos realizados em várias espécies de animais, varia, em média, de dois a sete dias. 2015-02-22 8 Transmissão Os oocistos são estruturas pequenas, leves e imóveis que se dispersam no meio ambiente através do ar, de insetos, do vestuário e das fezes do homem e dos animais, contaminando a água e os alimentos. ◦ Pessoa a pessoa: observada em ambientes com alta densidade populacional, como em creches e hospitais, e através do contato direto e indireto, possivelmente incluindo atividades sexuais; * Animal a pessoa: ocorre como conseqüência do contato direto de pessoas com animais que se encontram eliminando oocistos; * pela água de bebida ou de recreação contaminada com oocistos * por alimentos contaminados com oocistos Transmissão A dose infectante para uma pessoa imunocompetente soronegativa é variável, e foi estimada em voluntários humanos em cerca de 90 oocistos e, dependendo da amostra de Cryptosporidium, pode variar de nove a 1042 oocistos. 2015-02-22 9 Eliminação- Resistência Oocisto de parede espessa meio ambiente já esporulado Oocisto de parede delgada libera os esporozoítos na luz intestinalauto- infecção Epidemiologia A Criptosporidiose tem sido assinalada como grande freqüência em todo o mundo, considerada uma zoonose emergente mais importante da atualidade. Cosmopolita Oocistos Resistem à ação da maioria dos desinfetantes usuais nas concentrações normalmente empregadas. ◦ São destruídos pela dessecção, pela água oxigenada, pela amônia a 5%, pelo formol a 10% e pelo aquecimento a 65ºC durante 30 minutos. Epidemiologia A prevalência da doença é variável e depende de muitos fatores destacando-se entre eles a idade, os hábitos e os costumes das populações, a época do ano, a área geográfica, a densidade populacional, o estado nutricional da população e o estado de imunocompetência dos indivíduos. Epidemiologia No Brasil, apresenta-se grande quantidade do parasito em todas as regiões do país como índices variáveis de prevalência. Em algumas regiões a prevalência é bastante elevada, com índices acima de 20% para crianças com diarréia e para indivíduos com síndrome da imunodeficiência adquirida. Epidemiologia Distribuição geográfica ampla Prevalência: ◦ Países desenvolvidos 8% ◦ Em aidéticos: EUA 2 a 4 % África até 50% Brasil RJ: 18,2% Uberlância13% Patogenia A patogenia e o quadro clínico da criptosporidiose são influenciadas por vários fatores que incluem, a idade, a competência imunológica e a associação com outros patógenos. As alterações provocadas pelo parasitismo do Cryptosporidium sp. nas células epiteliais da mucosa GI interferem nos processos digestivos e resultam na síndrome da Má absorção. 2015-02-22 10 Sinais e Sintomas Indivíduos Imunocompetentes diarréia aquosa (3 a 10 evacuações diárias – 3L/dia) com duração de um a trinta dias (média 12 a 14 dias), anorexia, dor abdominal, náuseas, flatulência, febre e dor de cabeça. ◦ Benigno e autolimitante, durando em média 10 dias. Sinais e Sintomas Em crianças, os sintomas são mais severos e podem ser acompanhados de vômito e desidratação. Sinais e Sintomas Indivíduos Imunodeficientes crônicos, vários meses com diarréia aquosa (3 a 6L/dia), acentuada perda de peso, desequilíbrio eletrolítico, má absorção, caquexia e mortalidade elevada, principalmente em pacientes com SIDA. Sinais e Sintomas Outras manifestações clínicas e alterações como colite, apendicite aguda, dilatação do ducto hepático e pneumopatias. O Cryptosporidium é considerado como um dos responsáveis pela diarréia de verão e pela diarréia de viajantes em várias partes do mundo. DIAGNÓSTICO O diagnóstico da criptosporidiose é feito pela demonstração de oocistos nas fezes, em material de biópsia intestinal ou em material obtido de raspado de mucosa. 2015-02-22 11 Diagnóstico Parasitológico: ◦ Até inicio do anos 80através de biópsia ◦ Inúmeras dificuldades: ◦ Tempo de emissão curto2 a 3 semanas ◦ Emissão escassa ◦ Diarréia aquosa diluição muco e vegetais Diagnóstico Laboratorial: Oocistos nas fezes coleta alternada e conservada. Métodos de Concetração: flutuação de sacarose, solução de Scheather ou sedimentação pelo formol-éter Métodos de Coloração: Ziehl-Neelsen modificado, Kinyoun modificado, Safranina-Azul de Metileno, Carbol-Fucsina com dimetilsufóxido, Giemsa ou Auramina e associações. Diagnóstico O diagnóstico pode, ainda, ser feito pela pesquisa de anticorpos circulantes, utilizando técnicas sorológicas como testes de anticorpos policlonais fluorescentes, reação de imunofluorescência indireta, ELISA, imunofluorescência com anticorpos monoclonais, hemaglutinação passiva reversa e imunocromatografia qualitativa em fase sólida. Tratamento O tratamento da criptosporidiose é essencialmente sintomático e visa aliviar os efeitos da diarréia e desidratação. Em indivíduos imunocompetentes geralmente ocorre cura espontânea. Em crianças com agamaglobulinemia congênita a utilização de soro hiperimune bovino (colostro) apresentou bons resultados. Tratamento Não há drogas eficazes + Utilizada: espiramicina Azitromicina Roxitromicinaexperimental Reposição eletrolítica 2015-02-22 12 Tratamento A maioria das drogas não apresenta eficácia especifica comprovada e consistente contra a criptosporidiose. Em Indivíduos imunodeficientes portados da síndrome de imunodeficiência a adquirida ( AIDS ) o tratamento anti-retorviral especifico para o HIV foi responsável por uma redução de 90% na incidência da criptosporidiose nos EUA. Tratamento Sulfametoxazol/Trimetoprima A nitazoxanida possui eficácia comprovada no tratamento da criptosporidiose em crianças e adultos imunocompetentes. Tratamento Estudos preliminares mostraram que a droga poderia ser utilizada para o tratamento de pacientes com AIDS e criptosporidiose. PROFILAXIA As medidas de controle gerais incluem educação sanitária, saneamento básico, lavagem de mãos, filtrar ou ferver a água utilizada para beber, lavar alimentos. Durante o período em que estiverem apresentando diarréia, indivíduos infectados devem evitar a manipulação de alimentos que serão utilizados por outras pessoas. Cuidados especiais de higiene pessoal e com o vestuário, utensílios e instrumentos devem ser adotados pelos indivíduos dos grupos de risco cujas atividades os colocam em contato com material contaminado, pessoas doentes ou animais infectados. Profilaxia A profilaxia e o controle da doença são feitos pela adoção de medidas que previnam ou evitem a contaminação do meio ambiente, água e alimentos com oocistos do parasito. Profilaxia Devem ser utilizadas fossas ou privadas, com proteção dos reservatórios de água para evitar a contaminação com fezes. 2015-02-22 13 Profilaxia Cuidados especiais de higiene pessoal e com vestuário, utensílios e instrumentos devem ser adotados pelos indivíduos dos grupos de risco cujas atividades os colocam em contato com material contaminado, pessoas doentes ou animais infectados. Profilaxia As medidas de higiene em locais como hospitais e creches, aonde ocorre alta densidade de indivíduos suscetíveis. As pessoas dos grupos de alto risco, representadas por portadores de diferentes tipos de imunodeficiências, devem evitar contato com animais e adotar rigorosa higiene pessoal.
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