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Projetos de Estradas e Ferrovias PROF: IGOR OLIVEIRA ELEMENTOS PLANIMÉTRICOS 2 CONCEITOS Quando o alinhamento muda instantaneamente da tangente para uma curva circular, o motorista não pode manter o veiculo no centro da faixa, no inicio da curva. 3 CONCEITOS Para conseguir isso seria necessário que mudasse instantaneamente também a posição das rodas, no momento da passagem pelo PC. Impacto da forca centrifuga em parte balanceada com a própria inercia do veiculo pode resultar se não em uma situação de serio perigo, pelo menos numa situação desconfortável e pouco segura. Do ponto de vista teórico, o que se deseja e limitar a ação da forca centrifuga sobre o veiculo, para que sua intensidade não ultrapasse um determinado valor. Isso se consegue através da utilização de uma curva de transição intercalada entre o alinhamento reto (trecho em tangente) e a curva circular. Esta transição e realizada com o fim de distribuir gradativamente o incremento da aceleração centrifuga. 4 CONCEITOS As normas do DNIT somente dispensam o uso de curvas de transição nas concordâncias horizontais com curvas circulares de raios superiores aos valores indicados na tabela abaixo, para as diferentes velocidades diretrizes apontadas. 5 6 Espiral de Transição 7 Clotóide – Espiral de Transiçaõ 8 Características Geométricas das Estradas Equação espontânea da espiral de transição: Onde: ρ: raio de curvatura num ponto qualquer da curva de transição (m); L: comprimento da curva de transição, da origem até o ponto considerado (m); K²: constante positiva (m²) 9 Características Geométricas das Estradas Observações: Na espiral, o r (raio de curvatura) varia de 0 a ∞. A curva de transição a ser considerada será um segmento da Clotóide, cuja equação é: A variação do raio de curvatura do segmento da Clotóide a ser considerada no projeto é ∞ (no TS) a R (no SC). 10 Características Geométricas das Estradas Vantagens Aumento e diminuição gradativa da força centrífuga que atua sobre os veículos nas curvas; A transição entre a inclinação transversal do trecho em tangente para a superelevação do trecho em curva pode ser efetuada na curva de transição; No caso de superlargura numa seção transversal em curva circular, a espiral facilita a transição da largura do trecho em tangente para o trecho alargado na curva circular; A visualização da estrada torna-se melhor pela supressão de descontinuidade no inicio e no fim das curvas circulares. 11 12 Espiral de Transição; Espiral de Cornu ou Radióde aos Arcos 13 Tipos de Transição A introdução de espirais de transição nas concordâncias horizontais pode ser efetuada de três maneiras, gerando os diferentes tipos de transição conhecidos, que são: transição a raio e centro conservados; transição a centro conservado. transição a raio conservado; Em todos os casos, pode-se imaginar, para fins de raciocínio, uma concordância inicialmente feita com uma curva circular simples, de raio R, concordância esta que é aperfeiçoada mediante a inserção de espirais de transição entre as tangentes e a curva circular. 14 Transição a raio e centro conservados Neste tipo de transição, procura-se inserir as duas espirais sem modificações no raio da curva circular nem na sua posição É fácil perceber visualmente, observando a disposição que isto só é possível com a diminuição do trecho em curva circular, e com o afastamento das tangentes em relação à posição da curva circular (esta constatação pode ser confirmada analiticamente). 15 Transição a raio e centro conservados À vantagem de se conseguir manter o raio da curva circular e ao menos parte do traçado inicial do trecho em curva circular (em que situações isto pode ser vantajoso ?), contrapõe-se a necessidade de se deslocar as tangentes para a acomodação das espirais. O deslocamento das tangentes implica na necessidade de modificações nas duas concordâncias adjacentes, causando óbvios transtornos. A utilização deste tipo de concordância só se justifica quando não se pode evitar um ponto obrigado situado sobre a curva circular original. 16 Transição a Centro Conservado 17 Evitando o deslocamento das tangentes para a inserção das espirais de transição, este tipo de transição preconiza o afastamento da curva circular, em relação às tangentes, mediante a redução do raio da curva circular em valor igual ao do afastamento necessário à acomodação dos ramos de espiral, mantendo-se inalterada a posição do centro da curva circular original. Transição a Centro Conservado A manutenção do posicionamento das tangentes é uma vantagem clara que este tipo de transição apresenta em relação ao anterior. No entanto, a manutenção simultânea do centro da curva circular demanda a redução do raio da curva original para viabilizar o seu afastamento em relação às tangentes, conforme se pode constatar a partir da observação do esquema. A necessidade de redução do raio da curva circular e o consequente deslocamento do traçado em curva original para o lado de dentro da concordância são as principais desvantagens decorrentes do uso deste tipo de transição. A mais significativa é a redução do raio de curva, pois geralmente a escolha do raio original é feita com algum propósito relevante (por exemplo, a escolha de um raio fracionário tal que resulte em deflexões inteiras). O deslocamento do traçado em curva é relativamente pequeno e não representa, em geral, transtornos significativos, exceto quando há pontos obrigados a serem atingidos pelo traçado. 18 Transição a Raio Conservado 19 A inserção das espirais de transição sem alterar a posição das tangentes pode também ser feita sem que seja alterado o raio da curva circular. Isto implica, naturalmente, na necessidade de deslocamento da curva circular para o lado de dentro da concordância, para que se dê o afastamento necessário à a comodação dos ramos de espiral, o que reduz também a extensão do trecho em curva circular, como se pode observar no esquema Transição a Raio Conservado Sendo mantido o raio da curva circular, o afastamento da curva implica também no deslocamento do centro da curva – o que não afeta a qualidade da concordância . O próprio deslocamento da curva, a exemplo do que ocorre no tipo de transição anterior, é relativamente pequeno e, exceto nas situações especiais já comentadas, não representa transtornos significativos na prática. A Vantagem de possibilitar a manutenção do raio da curva circular no valor originalmente desejado, sem alterar a posição das tangentes que se interceptam, torna este tipo de transição o preferido para uso normal nos projetos das concordâncias. Os outros tipos têm utilização esporádica, em casos especiais. As fórmulas e procedimentos de cálculo para o projeto da transição a raio conservado, que serão vistos detalhadamente mais adiante, são facilmente adaptáveis para o projeto dos outros tipos de transição. 20 Esquema da Transição Com a Espiral Com a inserção de dois ramos de espiral entre a curva circular e as tangentes adjacentes, a concordância com curva de transição apresenta 4 pontos singulares a serem definidos (ao invés do PC e do PT, no caso da concordância com curva circular simples), correspondentes aos pontos de contato das tangentes com as espirais e destas com a curva circular. 21 22 TS (sigla oriunda da denominação original, em inglês, Tangent – to – Spiral), que corresponde ao início da concordância horizontal, no ponto de passagem da tangente para a espiral; SC (Spiral – to – Curve), no ponto de passagem da espiral para a curva circular, onde o raio de curva é comum; CS (Curve – to – Spiral), na passagem da curva circular para a espiral,onde o raio de curva ainda é o mesmo; ST (Spiral – to – Tangent), no final da concordância horizontal, na passagem da espiral para a tangente. PI : ponto de interseção (das tangentes); I : ângulo de deflexão; O : centro da curva circular; R : raio da curva circular (m); TS : tangente externa ou exterior (m); LC : comprimento da espiral (m); DC : comprimento da (ou desenvolvimento em) curva circular (m); SC : ângulo central correspondente a um ramo da espiral; q : ângulo central correspondente à curva circular. Comprimento das Curvas de Transição Comprimento Mínimo – 1o Critério (Dinâmico) Velocidade (V) constante ate alcançar a curva circular; Taxa de variação da aceleração centrípeta (Jmax); Raio da curva circular (RC). Taxa de variação da aceleração centrípeta (J) não deve exceder ao valor de 0,6m/s3. Para “V” em km/h; “RC” em m e Jmax =0,6m/s3, resulta: Comprimento mínimo da curva de transição (Lsmin). 23 Comprimento das Curvas de Transição Comprimento Mínimo – 2o Critério (Superelevação) A superelevação e obtida através da alteração de cota relativa entre os bordos do pavimento e o eixo da pista. O desnível máximo a ser mantido constante em toda a curva circular, deve ser alcançado gradativamente ao longo da curva de transição. Seu valor “H” depende da superelevação na curva circular (e) e da largura da faixa de trafego (lf). 24 Comprimento das Curvas de Transição Comprimento Mínimo – 3o Critério (Tempo de Transição) E desejável que o tempo de percurso da curva de transição não seja inferior a um valor mínimo, que e normalmente tomado como 2 segundos (DNER, AASHO). Fixada a velocidade (V), resulta, em relação a este tempo mínimo (tsmin), um comprimento mínimo (Lsmin). Para “V” em km/h e adotando “tsmin” igual a 2 s temos 25 Comprimento das Curvas de Transição Comprimento Máximo de Transição E necessário, também, limitar superiormente o comprimento das curvas de transição. Fixação de uma taxa mínima de variação da aceleração centrípeta na curva de transição, isto e, a adoção de um Curvas circulares com transição: “Jmin”, usualmente 0,3m/s3. “V” (km/h), “RC” (m) e “Jmin” = 0,3m/s3, temos: 26 Comprimento das Curvas de Transição Escolha do Comprimento de Transição O maior valor obtido através do calculo de “Lsmin” , a partir do 1o, 2o e 3o critério, e o limite que devera ser observado para o calculo da curva de transição. Normalmente, são escolhidos para “Ls” valores múltiplos de 20 metros; E um valor de referencia; sempre que possível, adota-se para “Ls” valores maiores, os quais proporcionarão uma transição mais confortável. 27 Exemplo 1) Determinar o comprimento de transição da curva, mínimo e máximo, sabendo-se que: V=120km/h; RC=300m; e=8%; lf=3,50m 28 Cálculo da Transição com a Espiral 29 ATENÇÃO: SC= PONTO DE PASSAGEM DA ESPIRAL PARA CURVA. Sc: ÂNGULO CENTRAL DA ESPIRAL Ângulo Central da Transição Desen. em curva circular Ângulo da Curva Circular Cálculo da Transição com a Espiral 30 Cálculo da Transição com a Espiral 31 Cálculo da Transição com a Espiral 32 ROTEIRO PARA CÁLCULO DOS ELEMENTOS GEOMÉTRICOS NA CONCORDÂNCIA COM CURVA COM TRANSIÇÃO EM ESPIRAL 1º.) Definição do raio da curva circular (R); 2º.) Com o valor de R, determina-se o comprimento da curva de transição mais adequado; 3º.) Com os valores de “le” e “R”, podem ser imediatamente colhidos os valores de alguns elementos geométricos que independem do Ângulo Central (AC), ou seja, Sc, Xc, Yc, p, q, ic, jc; estes valores podem ser obtidos através do uso de tabelas ou podem ser calculados a partir das expressões apresentadas anteriormente; 4º.) Combinando-se os valores encontrados com o valor do Ângulo Central, determina-se o valor correspondente à Tangente Total (Ts), o ângulo central da curva circular () e o desenvolvimento da curva circular (D); 5º.) Abatendo-se o valor de Ts, em estacas, do valor da estaca correspondente ao PI, determina-se a estaca do TSE ou TSD; 6º.) Partindo-se da estaca do TSE ou TSD e somando-se o valor de Le, em estacas, tem- se a estaca do SC; 7º.) Partindo-se do valor da estaca do ponto correspondente ao SC e somando-se ao mesmo o valor de D, em estacas, tem-se a estaca do CS; 8º.) Partindo-se da estaca do ponto CS, mais o valor de Le, em estacas, tem-se a estaca do ponto correspondente ao ST. 33 EXEMPLO Numa curva de transição, o comprimento de transição (Ls) é 107,17m . Calcular a estaca do ST. Dados: Δ = 50º, Rc = 500 m, Vp = 100 km/h e E(PI) = 210 + 0,00. 34