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ESTRADAS E AEROPORTOS Alinhamento horizontal CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO Quando um veículo entra numa curva, dá origem a uma força centrífuga cuja intensidade é diretamente proporcional ao peso do veículo e ao quadrado da velocidade, e inversamente proporcional ao raio da curva, Imaginando a aplicação da superelevação (incremento da inclinação da pista) nas curvas circulares, teríamos a formação de um degrau ou a brusca passagem da tangente para a curva (no PC), o que é impraticável. Também não é possível fazer uma gradual e suave alteração da inclinação dentro da curva circular uma vez que a força centrífuga passa a agir logo após o PC com intensidade máxima e igual a exercida em todo o restante da curva. 2 CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO Tipos de curvas de transição 3 Para corrigir essa deficiência das curvas circulares de pequeno raio, foram introduzidas na Engenharia de Rodovias e Ferrovias as CURVAS DE TRANSIÇÃO, onde são criadas curvas intermediárias concordando tangente e curva circular de modo a garantir o desenvolvimento gradual da força centrífuga, de seu valor nulo em tangente até atingir seu valor máximo no início da curva circular acomodando a variação da superelevação em perfeito equilíbrio geométrico. As curvas de transição são arcos de curvas de raio variável, de valor infinito na tangente até valor igual ao raio da própria curva circular; este ponto, onde os raios da curva de transição e circular são iguais, denominamos de PONTO OSCULADOR. CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO 4 Clotóide ou espiral de Cornu CURVAS HORIZONTAIS DE TRANSIÇÃO 5 A. Raio conservado B. Centro conservado C. Raio e Centro conservado A B C Curva de transição - elementos ➢ PI = Ponto de interseção. ➢ I = Deflexão total da curva. ➢ TS = Ponto de curva. ➢ SC = Ponto osculador. ➢ CS = Ponto osculador. ➢ ST = Ponto de tangente. ➢ ρ = Raio da espiral. ➢ R = Raio da circular. ➢ LC = Comprimento total da espiral. ➢ L = Comprimento na espiral. ➢ SC = Ângulo central total da espiral. ➢ S = Ângulo central da espiral. ➢ AC = Ângulo central da circular. 6 os elementos são identificados no sentido crescente do estaqueamento; observe- se que os dois ramos da espiral são, por construção, exatamente iguais e simétricos, garantindo assim as mesmas condições de tráfego nos dois sentidos. Curva de transição - cálculo dos elementos COMPRIMENTO MÍNIMO • LCmin = comprimento mínimo da espiral (metros) • V= Velocidade diretriz (Km/h) • R= Raio da curva circular projetada (metros). COMPRIMENTO NORMAL • LC = comprimento da espiral (metros) • R= Raio da curva circular projetada (metros). 7 No ramo espiral da transição (LC) vai ocorrer todo o desenvolvimento da superelevação, portanto a definição do seu comprimento é função direta da grandeza do raio da curva, da velocidade diretriz e da taxa de superelevação, podendo ser visualizado como sendo o comprimento necessário para se percorrer a espiral em um tempo compatível com a assimilação da trajetória pelo veículo e pelo usuário. 𝐿𝑐 𝑚𝑖𝑛 = 0,036 × 𝑉3 𝑅 𝐿𝑐 = 6 × 𝑅 Curva de transição - cálculo dos elementos ÂNGULO CENTRAL DA ESPIRAL PONTO QUALQUER PONTO OSCULADOR • S = ângulo central da espiral (radianos) • SC = ângulo central total da espiral (radianos) • L = comprimento entre o ponto TS e o ponto qualquer da transição (metros). • LC = comprimento total da transição, entre o ponto TS e o ponto SC (metros). • R= Raio da curva circular (metros). 8 𝑆𝑐 = 𝐿𝐶 2 × 𝑅 (𝑟𝑎𝑑) 𝑆 = 𝐿2 2 × 𝑅 × 𝐿𝑐 (𝑟𝑎𝑑) 𝑰 = 𝟐 × 𝑺𝑪 + 𝑨𝑪 Curva de transição - cálculo dos elementos COORDENADAS CARTESIANAS DE UM PONTO DA ESPIRAL PONTO QUALQUER • x em metros • y em metros • S em radianos 9 𝑦 = 𝐿 × (1 − 𝑆2 10 + 𝑆4 216 ) 𝑥 = 𝐿 × 𝑆 3 × 1 − 𝑆2 14 + 𝑆4 440 𝑰 = 𝟐 × 𝑺𝑪 + 𝑨𝑪 Curva de transição - cálculo dos elementos COORDENADAS CARTESIANAS DE UM PONTO DA ESPIRAL PONTO OSCULADOR • xC em metros • yC em metros • SC em radianos 10 𝑦𝑐 = 𝐿𝐶 × (1 − 𝑆𝐶 2 10 + 𝑆𝐶 4 216 ) 𝑥𝐶 = 𝐿𝐶 × 𝑆𝐶 3 × 1 − 𝑆𝐶 2 14 + 𝑆𝐶 4 440 Curva de transição - cálculo dos elementos COORDENADAS CARTESIANAS DO PC E PT DESLOCADO COORDENADAS CARTESIANAS DO PC E PT PRIMITIVOS TANGENTE EXTERNA TOTAL RECUO DA CURVA CIRCULAR 11 𝑞 = 𝑦𝐶 − 𝑅 × 𝑠𝑒𝑛 𝑆𝑐 𝑝 = 𝑥𝐶 − 𝑅 × (1 − 𝑐𝑜𝑠 𝑆𝑐 ) 𝑑 = 𝑞 + 𝑝 × 𝑡𝑔 𝐼 2 𝑇𝑠 = 𝑞 + 𝑅 + 𝑝 × 𝑡𝑔 𝐼 2 𝑡 = ൗ 𝑝 𝑐𝑜𝑠 𝐼/2 Curva de transição - cálculo dos elementos DEFLEXÕES DO RAMO DA ESPIRAL REFERENCIADO À ORIGEM PONTO QUALQUER PONTO OSCULADOR 12 𝑖 = 𝑆𝐶 3 × 𝐿 𝐿𝐶 2 𝑖𝐶 = 𝑆𝐶 3 , ou tg 𝑖𝐶 = 𝑥𝐶 𝑦𝐶 Curva de transição - cálculo dos elementos CORDA TOTAL DA ESPIRAL PONTO QUALQUER PONTO OSCULADOR 13 𝐶𝐶 = 𝑦𝐶 𝑐𝑜𝑠 𝑖𝐶 𝐶 = 𝑦 𝑐𝑜𝑠 𝑖 Curva de transição - cálculo dos elementos 14 COMPATIBILIDADE ENTRE RAIO E DEFLEXÃO Nos casos de deflexões pequenas, menores que 55º, existe a possibilidade de, conforme o raio adotado, o arco circular desaparecer entre os dois ramos da espiral, ou formando um cotovelo ou o cruzamento destes ramos, ao invés da desejada concordância. Para evitar sucessivas tentativas de correção, deve-se verificar se a deflexão medida (real) é maior que a deflexão calculada, definida pela seguinte expressão: Se Imed > Icalc significa que há compatibilidade entre raio e deflexão; caso contrário (Imed < Icalc), deve ser feita uma reavaliação a partir da alteração do valor do raio, no caso aumentando-o por ser a única variável, pois a deflexão medida é inalterável. 𝑰𝒄𝒂𝒍𝒄 = 𝟑𝟒𝟐 × 𝑹 + 𝟐𝟗𝟎 𝑹 Curva de transição ➢ Estaca TS = Estaca PI -TS. ➢ Estaca SC = Estaca TS + LC ➢ Estaca CS = Estaca SC + DC. ➢ Estaca ST = Estaca CS + LC. 15 Estaca dos pontos notáveis Curva de transição – dispensa da curva 16 Na prática, a aplicabilidade da curva de concordância de transição é limitada a adoção de raios pequenos, ou seja, menores que 614,250m. Raios maiores devem contemplar curvas de concordância circular (Pereira, Djalma M. PROJETO GEOMÉTRICO DE RODOVIAS. 2015). As normas do DNER somente dispensam o uso de curvas de transição nas concordâncias horizontais com curvas circulares de raios superiores aos valores indicados na tabela abaixo, para as diferentes velocidades diretrizes ali apontadas. RAIOS DE CURVA QUE DISPENSAM CURVAS DE TRANSIÇÃO Exercício proposto 17 Conhecidos alguns elementos a seguir discriminados, de quatro curvas consecutivas de concordância horizontal do projeto de uma rodovia, calcular todos os demais. Adotar corda base de 10,000m, estaqueamento de 20,000m e velocidade diretriz de 70Km/h.. Em caso de sobreposição de duas curvas, ajustar os elementos da curva subsequente no sentido do estaqueamento, visando torna-las curvas coladas. ALINHAMENTOS DEFLEXÕES RAIOS ESCOLHIDO 0=PP - PI1 = 800,00m I1 = 24º 30’ R1 = 200,00m PI1 - PI2 = 260,00m I2 = 18º 30’ R2 = 400,00m PI2 - PI3 = 420,00m I3 = 35º R3 = 725,00m PI3 - PI4 = 380,00m I4 = 25º R4 = 810,00m Exercício proposto 18 Verificação da compatibilidade entre a deflexão e o raio Calculo do LC 𝐼𝑐𝑎𝑙𝑐 = 342 × 200 + 290 200 = 25,63305 → 25º37′59" > 24º30′ 𝐼𝑐𝑎𝑙𝑐 = 342 × 220 + 290 220 = 24,3758171145 → 24º22′33" < 24º30′ 𝐿𝑐 𝑚𝑖𝑛 = 0,036×𝑉3 𝑅 = 0,036×703 220 =56,127m 𝐿𝑐 = 6 × 𝑅 = 6 × 220= 88,994 m Exercício proposto 19 ÂNGULO CENTRAL DA ESPIRAL COORDENADAS CARTESIANAS DE UM PONTO DA ESPIRAL 𝑆𝑐 = 𝐿𝐶 2 × 𝑅 = 88,994 2 × 220 = 0,202259090909𝑟𝑎𝑑 → 11,5885922772° = 11°35′19" 𝑦𝑐 = 𝐿𝐶 × 1 − 𝑆𝐶 2 10 + 𝑆𝐶 4 216 = 88,994 × 1 − 0,2022…2 10 + 0,2022…4 216 = 88,631𝑚 𝑥𝐶 = 𝐿𝐶 × 𝑆𝐶 3 × 1 − 𝑆𝐶 2 14 + 𝑆𝐶 4 440 = 88,994 × 0,2022… 3 × 1 − 0,2022…2 14 + 0,2022…4 440 = 5,982𝑚 Exercício proposto 20 COORDENADAS CARTESIANAS DO PC E PT DESLOCADO COORDENADAS CARTESIANAS DO PC E PT PRIMITIVOS TANGENTE EXTERNATOTAL RECUO DA CURVA CIRCULAR 𝑞 = 𝑦𝐶 − 𝑅 × 𝑠𝑒𝑛 𝑆𝑐 = 88,631 − 220,00 × 𝑠𝑒𝑛 11°35 ′19" = 44,437𝑚 𝑝 = 𝑥𝐶 − 𝑅 × 1 − 𝑐𝑜𝑠 𝑆𝑐 = 5,982 − 220,00 × 1 − 𝑐𝑜𝑠 11°35 ′19" = 1,497𝑚 𝑑 = 𝑞 + 𝑝 × 𝑡𝑔 𝐼 2 = 44,437 + 1,497 × 𝑡𝑔 24º30′ 2 = 44,762𝑚 𝑇𝑠 = 𝑞 + 𝑅 + 𝑝 × 𝑡𝑔 𝐼 2 = 44,437 + 220 + 1,497 × 𝑡𝑔 24º30′ 2 = 92,529𝑚 𝑡 = ൗ 𝑝 𝑐𝑜𝑠 𝐼/2 = ൗ 1,497 𝑐𝑜𝑠 24º30′/2 = 1,533𝑚 Exercício proposto 21 Conhecidos alguns elementos a seguir discriminados, de quatro curvas consecutivas de concordância horizontal do projeto de uma rodovia, calcular todos os demais. Adotar corda base de 10,000m, estaqueamento de 20,000m e velocidade diretriz de 70Km/h.. Em caso de sobreposição de duas curvas, ajustar os elementos da curva subsequente no sentido do estaqueamento, visando torna-las curvas coladas.
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